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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
PEN2219 – LABORATÓRIO DE QUÍMICA APLICADA A
ENGENHARIA
DOCENTE: ALINE MARA MAIA BESSA

RELATÓRIO DE PRÁTICA EXPERIMENTAL DE ELETRÓLISE

PAU DOS FERROS – RN


MARÇO/2024
1. OBJETIVOS

Este relatório tem como objetivo analisar reações não espontâneas, ou seja, aquelas
que são iniciadas com a aplicação de carga elétrica. Nosso foco é entender como essas
reações ocorrem e como os eletrólitos afetam o processo de eletrólise da água. Além
disso, investigaremos o comportamento dos elementos em relação à
sua eletronegatividade.

2. INTRODUÇÃO

Na eletroquímica, ocorrem reações que envolvem eletricidade. Essas reações podem


ser classificadas em dois tipos: Reações Espontâneas: São aquelas em que à energia é
liberada durante a reação. Por exemplo, quando dois produtos reagem naturalmente e
liberam energia. Reações Não-Espontâneas: Nesse caso, a reação não ocorre
naturalmente. Ela só acontece quando aplicamos eletricidade ao sistema, desencadeando
a reação. Um exemplo clássico é à eletrólise da água, onde a aplicação de corrente elétrica
resulta na decomposição da água em seus componentes, hidrogênio e oxigênio. Em
resumo, as reações espontâneas ocorrem naturalmente, enquanto as reações não-
espontâneas requerem uma fonte externa de energia para acontecerem.

O processo de eletrólise consiste na produção de uma reação ao se adicionar em uma


solução uma fonte de corrente elétrica externa. Compreender como as eletrólises são
feitas e como agem nas reações, além de entender a geração dos produtos após a reação
causada pela corrente inserida na solução. A bateria ou fonte age como uma bomba,
elétrodos são ligados a ela, em um elétrodo há a captação de elétrons, esse seria o anodo,
o outro eletrodo envia ou manda elétrons, esse seria o catodo. O que a eletricidade faz é
quebrar a molécula da substância que está sofrendo o processo, a exemplo da água,
quando sofre o processo de eletrólise há a liberação dos gases hidrogênio e oxigênio, um
no anodo e outro no catodo.

Ressaltando-se que não há somente um tipo de eletrólise, existem duas que seriam a
ígnea que se trata de submeter uma substância a altas temperaturas até que ele seja
fundido, e a em solução que envolve uma solução iônica.
3. MATERIAIS E MÉTODOS

Inicialmente, foi sugerido que se use uma placa de petri e adicione 40 ml de iodeto de
potássio. Depois de colocar a solução no recipiente, é necessário conectar os eletrodos
anodo e catodo a uma fonte de corrente, que deve ser ajustada para 3,5 V. Após um tempo,
a solução apresentou uma mudança de cor em volta do anodo, que é o eletrodo com carga
positiva, o que removeu elétrons da solução. No início, era transparente, mas, ao se
acrescentar cargas, houve uma mudança, o aparecimento de uma cor alaranjada em torno
do anodo, enquanto que, no anodo, ocorriam bolhas.

FIGURA 1 – REAÇÃO NO INICIO FIGURA 2 – IODEDO DE POTÁSSIO

FIGURA 3 E 4 – OBSERVAÇÃO DA REAÇÃO.


Eletrólise do NaCl
Utilizando uma placa de Petri, adicionou-se 40 ml de cloreto de sódio. Em seguida,
dois eletrodos, um ânodo e um cátodo, foram colocados em contato com a solução de
NaCl, e a fonte de corrente foi ajustada para 2,8 V. Após alguns minutos, observou-se o
surgimento de bolhas na solução. Então, fenolftaleína foi adicionada à solução e
observou-se novamente. Após alguns minutos, o indicador de pH estava concentrado
apenas ao redor do cátodo, indicando que ele aderiu ao eletrodo com carga negativa.

Eletrólise com K2SO4


Após adicionar 40 ml de sulfato de potássio em uma placa de Petri, junto com 20
gotas de bromotimol, um indicador de cor azul, os dois eletrodos foram colocados em
contato com a solução e conectados a uma fonte de corrente. Inicialmente, a carga foi
ajustada para 2,8 V, porém, nenhuma reação foi observada. Foi então autorizado aumentar
gradualmente o valor da voltagem. Quando a voltagem atingiu 3,8 V, uma mudança na
coloração foi observada: a solução permaneceu azul ao redor do cátodo (eletrodo
negativo), enquanto ao redor do ânodo (eletrodo positivo), a cor tomou um matiz amarelo
e o azul se afastou dessa região.

FIGURA 5 E 6 7 E 8 – REAÇÃO NO INICIO DO EXPERIMENTO


Na reação com iodeto de potássio, a cor amarela que surge é resultado da formação
de iodo sólido em torno do ânodo, indicando que o íon de iodo foi oxidado e perdeu
elétrons. No catodo, o hidrogênio é liberado após a descarga do hidrônio, que sofre
redução.

No caso do ácido clorídrico, concluiu-se que o produto final foi o gás cloro, pois o
cloro, sendo um ânion, devido à sua eletronegatividade, sofre descarga antes da hidroxila.
A coloração se afastou do ânodo porque o meio ácido, onde a concentração de hidrogênio
estava presente, estava localizado ali. A fenolftaleína, um indicador de base, torna-se rosa
em contato com uma base, e sua concentração foi notada em torno do catodo, onde o meio
era básico.

No caso do sulfato de potássio, a liberação que ocorre é de hidrogênio e oxigênio. Isso


acontece porque o sulfato de potássio, quando submetido à eletrólise, libera elementos
mais reativos do que o hidrônio e a hidroxila, que, quando descarregados, liberam
oxigênio e hidrogênio. A fenolftaleína, quando em meio ácido, apresenta uma cor
amarela. A cor amarela surgiu em torno do ânodo, indicando o meio ácido ali e a presença
de hidrogênio, enquanto no catodo estaria presente a hidroxila.

4. CONCLUSÕES

A realização do experimento de eletrólise em laboratório proporcionou uma


compreensão mais aprofundada dos processos de decomposição química por meio da
passagem de corrente elétrica. Observamos diretamente as reações de oxidação e redução
que ocorreram nos eletrodos, evidenciando a formação de produtos resultantes dessas
reações.
Este experimento não apenas reforçou conceitos teóricos, mas também destacou a
importância da eletrólise em diversas áreas, como na produção de metais a partir de seus
minérios, purificação de substâncias e fabricação de produtos químicos. Assim,
concluímos que o experimento de eletrólise é uma ferramenta valiosa para o entendimento
dos processos químicos e suas aplicações práticas, proporcionando uma experiência
educativa e enriquecedora na prática de laboratório.
5. PÓS-LABORATÓRIO

1. Identifique os principais produtos da reação, explicando o que ocorreu que


ajudou a vocês a definir esses produtos.

Reação 1:
Durante a eletrólise do iodeto de potássio, os íons presentes na solução estão no
estado iônico. Quando uma corrente elétrica é aplicada, os íons de iodo no ânodo
recebem elétrons, resultando na formação de iodo sólido (I2). Isso explica a
coloração amarela observada ao redor do ânodo.
Reação 2:
Durante a eletrólise do ácido clorídrico, ocorre a liberação de gás cloro e
hidrogênio devido à separação dos íons presentes na solução e da água. A
coloração rosa da fenolftaleína ajudou na identificação: em meio básico, a
fenolftaleína torna-se rosa, enquanto no catodo, onde o ácido é consumido, a
fenolftaleína permanece incolor.
Reação 3:
Liberação de hidrogênio e da hidroxila, após a dissociação do sulfato de potássio,
quem sofre redução é o hidrogênio e a hidroxila a oxidação, logo ocorrera que onde
tiver a concentração da hidroxila haverá o meio básico, como o bromotimol é um
indicador de base, ele indicará a mesma e terá concentração azul no meio básico que
seria no catodo, já o hidrogênio fica concentrado no anodo, onde o meio é acido e o
bromotimol fica com cor amarela.

2. Para realizar a eletrólise da água é necessário adicionar um eletrólito para


conduzir as cargas. Então, por que podem ser utilizados H2SO4 e HNO3 na
eletrólise da água, e não pode utilizar HCl para eletrolisar-lá?

Para que ocorra a eletrólise da água, é necessário que os eletrólitos presentes na


reação sejam mais reativos do que o hidrogênio e o oxigênio. Isso ocorre porque os
eletrólitos mais reativos interagem primeiro no meio, resultando na descarga inicial
do hidrogênio e da hidroxila. No caso do ácido clorídrico, devido à sua menor
eletronegatividade em comparação com a hidroxila, ele é descarregado primeiro no
eletrodo. Assim, o gás cloro é liberado em vez do oxigênio.
3. Qual a aplicação dos principais produtos formados na eletrólise da H2O, do
KI e do NaCl.

KI

No caso do iodeto de potássio (KI), ocorre a liberação de iodo durante a eletrólise.


O iodo é amplamente utilizado na medicina para o tratamento da tireoide e sua
regulação. No Brasil, por exemplo, existe uma exigência mínima de iodo no sal de
cozinha para garantir a saúde da população. Além disso, em casos de exposição à
radiação, o iodo é utilizado para reduzir possíveis efeitos colaterais.

Por outro lado, o hidrogênio possui diversas aplicações industriais e comerciais.


É utilizado na redução de minerais metálicos, na produção de combustíveis para
foguetes, na fabricação de ácidos, e em muitas outras aplicações industriais e
tecnológicas.

NaCl
O sódio metálico é usado na produção de vidros, ésteres, fertilizantes, sal de
cozinha e como trocador de calor em reatores nucleares. Já o cloro é empregado como
desinfetante, clareador, em produtos de limpeza, na produção de borrachas e plásticos,
além de ser utilizado no tratamento de água.

5. Supondo que a eletrólise do KI fosse conduzida a 350 mA durante 10 min, qual seria

a massa de iodo produzida?


6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• RUSSEL, J.B. Química Geral, MacGrall-Hill Ltda. São Paulo

• BROWN, LEMAY & BURSTEN, QUÍMICA A CIÊNCIA CENTRAL -


9.ed.
Pearson Prentice Hall ed. 2005.

• KOTZ, John C.; TREICHEL JUNIOR, Paul M. Química Geral e Reações


Químicas. vol. 2, 4ª. ed., São Paulo: Pioneira Thomson, 2002, 387p.

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