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11 ~ 1·: 111111 • S ·rrno t\ lvcs Mcy, 1995

1)ircitos d ·stn ·diç, o ad quirid os po r Le mos Informação e Comunicação Ltda.

Nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou


arma;wnada num sistema de recuperação ou transmitida sob qualquer forma
ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento da I
editora

Revisão: Maria Lucia Vilar de Lemos

Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Câmara Brasi leira do Livro, SP, Brasi l

Mey, Eliane Serrão Alves .


Introdução à catalogação I Eliane serrão Alves
Mey. - Brasília : Briquet de Lemos/Livros, 19 95 .
123 p. : il. ; 21 cm.
Bibliografia: p. 115-117.
AGRADECIMENTOS
1. Catalogação . 2. Catalogação descriti v a.
,,.·) I. Título .
Primeiramente, agradeço a minha família, pela compreensão, carinho e
95-4379 CDD-025.3
incentivo, além das ajudas com micro, arquivos e similares. (Máquinas,
ISBN 85-856 37-06 -4 às vezes, conseguem ser irritantes!)

08 0gG 5Cl~q~fa~~g?sÍmJico:
Muitos anos de amizade com algumas pessoas me deixaram à vontade
para pedir-lhes ajuda, que veio prontamente e de forma inestimável,
.QtiI ()'/ AôQ
rJ.,J'J
1. Catalogação: Biblioteconomia
Pernambuco
niv ersidade Federal de
025.3 enriquecendo o trabalho:
D. Cordélia, sempre genti l, dispôs-se a fazer revisões desde o início;
BIBLIOTECA CENTRAL ua competência e seriedade profissional foram importantíssimas para
CIDADE UNIV ERSITÁRIA Jl}- mim .
CEP. 50670·901 ·Recife-Pernambuco-Brasil Marília Ludgero, com seu português esplêndido, trabalhou junto
comigo na revisão geral do texto e na elaboração do índice, além de me
ter dado seu apoio, seu ombro amigo etc.
Prof. Robredo reviu os capítu los iniciais e deu indicações excelentes,
devidamente incorporadas.
Aos três, meu muito obrigada.
Obrigada também aos colegas e amigos do Senado Federal e do
BIBLIODATAICALCO, pelas inúmeras informações atualizadas sobre as
redes.
ATENDEMOS A PEDIDOS DE VEN DA PELO CORREIO
Finalmente, agradeço ao Prof. Briquet e à Lucia, pelo ótimo trabalho
de editoração e pelas sugestões.
Sumário

Apresentação IX

Sobre catalogação e catálogo


1.1 O porquê do fazer biblioteconômico
1.2 O processo de comunicação na biblioteca 2
1.3 .O caminho do item na biblioteca 4
1.4 ( Definição e fun2ões da catalogaçã~ 5
1.5 Catálogo 8
2 Breve histórico dos catálogos e da catalogação 12
2.1 Períodos remotos 12
2.2 Idade Média 13
2.3 Séculos XV a XYlll 15
2.4 Século XIX 19
2.5 Século XX 23
3 A prática da catalogação 36
3.1 Leitura técnica 36
3.2 As partes da catalogação 38
3.3 Margens e espaços na catalogação 41
4 (EO:escrição bibliográfica / . 43
4.1 Os elementos da descrição bibliográfica 46
5 Pontos de acesso 56
5.1 Pontos de acesso de nomes pessoais 61
5.2 Pontos de acesso de título 65
5.2.1 Títulos uniformes 67
5.3 Pontos de acesso de assuntos 68
5.4 Remissivas 76
6 Dados de localização 79
6.1 Notação de assunto 80

VII
6.2 Notação de autor 85 Apresentação
6.3 Outros elementos distintivos 87
7 Os catálogos 90 Pretensões deste manual (e também o que não pretende)
7.1 Catálogos externos 90
7.2 Catálogos internos 97
7.2.1 Catálogo de identidade 97 ESTE manual tem a pretensão de ser um guia para alunos ini-
7.2.2 Catálogo de assuntos 100 ciantes em catalogação e um auxiliar para professores da área.
7.2.3 Catálogo dos números de classificação 101 Também pretensiosamente espera despertar naqueles alunos o
7.2.4 Catálogos de títulos 102 interesse e o gosto pela catalogação. Não se chega ao extremo de
7.2.5 Catálogo decisório 103 Osborn, quando afirmou que "catalogar é uma arte", mas certa-
7.2.6 Catálogo topográfico 103 mente a catalogação é aqui considerada uma atividade prazerosa
7.2.7 Catálogo oficial 104 e instigante. Após descobrirmos quão agradável pode ser esta (tão
7.2.8 Catálogo de registro 106 difamada) catalogação, dificilmente dela nos apartamos. Além do
mais, com o desenvolvimento dos recursos tecnológicos, a catalo-
8 Fluxo da catalogação 108
gação voltou a ser uma das atividades mais importantes, se não a
9 Conclusão 113 primordial, para as bibliotecas: o usuário pode encontrar-se aqui-
lômetros de distância.
Referências bibliográficas 115
Incluíram-se todos os tópicos considerados cabíveis em uma
Índice 118 disciplina de introdução à catalogação: histórico, regras básicas,
objetivos e funções da catalogação e dos catálogos, organização
destes últimos. Acrescentaram-se informações que alguns pode-
riam achar não tão cabíveis; no entanto, trata-se de fatos e idéias
encontrados apenas em trabalhos em línguas estrangeiras, ou
publicados há mais de vinte anos. Assim, procurou-se também
recuperar em parte a memória da catalogação.
De modo absoluto, não se pretende substituir obras diversas
sobre exercícios de catalogação segundo o AACR2; fornecer qual-
quer tipo de exercício, mesmo os mais elementares; ou atingir a
profundidade de um tratado de catalogação. Sempre que possí-
vel, indicaram-se obras mais completas, em português, dentro dos
limites de conhecimento da autora.
Por último mas não menos importante, este manual está repleto
de idéias pessoais, oriundas das experiências de ensino e do traba-
lho em bibliotecas. Dar aulas, lidar com alunos, vê-los desen-

VIII IX
volver-se é uma das atividades mais fascinantes que conheço;
trabalhar em bibliotecas também. Quando nos é permitido realizá-
1
las em paralelo, completam-se, crescendo o profissional e o
professor.
Sobre catalogação e catálogo
Espera-se, com muita pretensão, que este pequeno manual
ajude os que nele buscarem auxílio e abra caminho para uma nova
geração de catalogadores.
. 1.1 O porquê do fazer biblioteconômico
Eliane Mey O OBJETIVO principal, a razão de ser das bibliotecas, consiste no
Rio de Janeiro, agosto de 1995 atendimento às demandas do público quanto aos registros do
conhecimento, ou seja, quanto ao conteúdo dos itens, suportes
físicos do conhecimento.
Em termos simples, pode-se dizer que o público deseja ter
acesso a algum conhecimento, registrado em um suporte físico
qualquer, cabendo aos bibliotecários fazer com que este conhe-
cimento seja acessado, de acordo com a demanda do público.
Assim, para atingir esse objetivo maior, o bibliotecário deve
analisar e tratar os itens, preparando-os com vista a seu uso.
Como se tornaria impossível aos usuários das bibliotecas, para
escolha do mais conveniente, folhear todos os livros, ou ouvir
todos os discos, ou manusear todas as outras formas de registro
disponíveis no acervo, mesmo que os itens estivessem ampla e
corretamente organizados, nós, bibliotecários, elaboramos repre-
sentações desses itens, de forma a simplificar a busca. Essas
representações abrangem tanto o aspecto físico dos itens como
seu conteúdo. Com essas representações, criamos instrumentos
diversos: bibliografias, catálogos, boletins de serviço de alerta,
entre outros.
Há outro aspecto fundamental presente em nosso trabalho: o
ponto de vista do item, ou de seu autor. Quando um autor produz
uma obra, o faz querendo que seja conhecida. Pretende divulgar,
ao maior número possível de pessoas, seu conhecimento, suas
opiniões, sua visão particular do mundo. Também cabe aos biblio-
tecários promover essa divulgação, permitir que os usuários

X
pode-se dizer que, para nós, FONTES são os itens, nossa matéria-
encontrem itens novos, por eles desconhecidos, e, portanto, fazer
prima; TRANSMISSORES, nossos serviços; CANAIS , nossos instru-
com que o item encontre seus usuários próprios.
mentos; RECEPTORES e DESTINO, nossos usuários. Pode-se consi-
Finalmente, existe outro ponto de vista importante em nosso
derar como FONTE DE RUÍDO tudo o que interfere em nosso pro-
trabalho: o da própria biblioteca. Quando uma biblioteca é criada,
cesso de comunicação e dificulta a recepção ou a compreensão
tem objetivo e público definidos. Uma biblioteca pública deve
pelo usuário.
atender à comunidade em geral onde está inserida; uma biblioteca
Quando executamos nossos serviços, da mesma forma que uma
especializada deve atender ao público especializado em deter-
agência de propaganda ou um canal de televisão, elaboramos
minada área do conhecimento e assim por diante. Em conseqüên-
mensagens destinadas a nossos usuários: as representações dos
cia, tanto seu acervo como seus instrumentos são direcionados e
itens nada mais são do que mensagens. No entanto, o processo é
adequados ao público-alvo.
mais complexo do que aparenta.
Em síntese, criamos representações, e, a partir delas, instru-
Assim como temos mensagens a comunicar ao usuário, este
mentos, de acordo com as características da biblioteca, do público
também tem suas próprias mensagens internas quando vem à bi-
e do próprio item, de modo a permitir que o usuário encontre seu
blioteca, refletindo seus desejos e demandas em relação aos itens.
item e que o item encontre seu usuário.
Se o usuário deseja um assunto específico, nossos canais devem
O grande bibliotecário indiano S.R. Ranganathan formulou as
estar preparados para receber sua mensagem. Assim, a FONTE pas-
cinco leis da biblioteconomia:
sa a ser o usuário; o TRANSMISSOR, sua forma de expressão; o
1. Os livros são para usar CANAL, nossos instrumentos; o RECEPTOR, nossos serviços; o
2. A cada leitor o seu livro DESTIN O, nossos itens. Nesse caso, a FONTE DE RUÍDO é a difi-
3. A cada livro o seu leitor culdade que o usuário encontra em expressar sua mensagem por
4. Poupe o tempo do leitor meio de nossos canais. O processo de comunicação na biblioteca
5. A biblioteca é um organismo em crescimento.
deve abranger esses dois ângulos: o ponto de vista do item e o
Substituindo-se livro por item (porque hoje não temos apenas ponto de vista do usuário. Trata-se de uma via de mão dupla.
livros como suporte básico) e leitor por usuário, as leis continuam Uma vez que não se mostram aos usuários os itens em si, mas
tão atuais como na época de sua criação. Ranganathan refletiu o suas representações, nossas mensagens utilizam códigos, que re-
espírito da biblioteconomia e o sentido que devemos dar a nossos pousam sobre outros códigos, isto é, códigos denominados cono-
serviços e a nossos instrumentos. tativos. Por exemplo, 1984 pode significar uma data de publica-
ção, o número de páginas de um livro, o título de uma obra ou o
1.2 O processo de comunicação na biblioteca pseudônimo de um autor. O que faz a diferença entre as diversas
informações é a posição em que se encontra o código utilizado: ,
Todo o fazer biblioteconômico se constitui em um processo de
comunicação, em que informamos aos usuários sobre os itens. 1984 / George Orwell .. . . {título de uma obra
Tomando-se o esquema clássico do processo de comunicação: .. . Rio de Janeiro : Record, 1984. {data de publicação
FONTE-+ TRANSMISSOR -+ CANAL -+ RECEPTOR-+ DESTINO ... 1984p. {número de páginas .
r X YZ / 1984 .. . {pseudônimo de um autor
FONTE DE RUÍDO

3
2
Por outro lado, se o usuário não souber o significado dos ter- A seqüência de etapas acima mostra divergência quanto ao
mos autor, título, data de publicação ou pseudônimo, também não fluxo utilizado em muitas bibliotecas. Inúmeras, por questões
compreenderá a codificação utilizada, ou seja, há um código den- administrativas, fazem o registro antes da análise. Outras elabo-
tro de outro código. ram uma ' pré-catalogação' a partir do momento em que o item é
Quando elaboramos nossas mensagens, devemos ter em mente selecionado. Não se pode concordar com essa ou aquela ordem de
que trabalhamos com informações codificadas, baseadas em um atividades, por acarretarem duplicidade de trabalho e dispêndio
código anterior, e que as mensagens se destinam tanto a informar inútil de esforços. A representação deve ser elaborada uma única
aos usuários sobre os itens como a permitir que os usuários ex- vez, servindo a todos os instrumentos e finalidades, inclusive as
pressem sua mensagem interna, ~azendo com que os itens administrativas. Como reza também a quarta lei de Ranganathan
encontrem seus usuários. Portanto, todos os nossos serviços e em algumas versões: " Poupe o tempo da equipe" .
instrumentos devem adequar-se ao público e aos itens.
1.4 Definição e funções da catalogação
1.3 O caminho do item na biblioteca
A catalogação, como tecnicamente denominada, consiste na re-
Até a chegada do item às mãos do usuário, há um caminho de ser- presentação do item . Como já se sabe que esta representação não
viços e atividades a ser percorrido. De modo genérico, este cam i- é um trabalho mecânico, mas implica o levantamento das carac-
nho pode compreender as seguintes etapas: terísticas do item e o conhecimento das características do usuário,
pode-se assim defini-la:
• seleção e aquisição do item;
• análise do item, com a identificação de suas características
físicas e de conteúdo; Catalogação é o estudo, preparação e organização de
• representação do item, quanto a seus aspectos físicos e de mensagens codificadas, com base em itens existentes ou
conteúdo; passíveis de inclusão em um ou vários acervos, de forma
• determinação da localização do item no conjunto do acervo; a permitir interseção entre as mensagens contidas nos
• registro do item, como parte do acervo da biblioteca; itens e as mensagens internas dos usuários.
• preparação dos instrumentos de acesso ao item pelo público;
• preparação do item para uso e localização no acervo;
Não se trata apenas dos itens já adquiridos por determinada bi-
• armazenamento do item no acervo;
blioteca, pois a representação pode estar vincUlada a itens não
• armazenamento dos instrumentos manuais de acesso.
pertencentes a um acervo específico, como no caso das bibliogra-
Cada uma dessas atividades compreende etapas, métodos e lias. Também pode incluir um ou vários acervos, porque muitos
técnicas próprios. Este manual se limitará aos princípios, métodos instrumentos são coletivos, não se limitando a um único acervo.
e técnicas gerais das atividades de análise e representação do Em passado recente, a catalogação era vista como uma técnica
item, exceto quanto à representação de seu conteúdo, apenas dt e laborar catálogos - idéia muito restritiva e simplista, ou (
esboçada. l'.01110 técnica que listava itens - mais restritiva ainda. O que.,~
diferencia a catalogação de um inventário, listagem de itens, é o

4 5
fato de não apenas caracterizar os itens, individualizando-os, utilizada para diferentes finalidades e veiculada por diferentes
tornando-os .únicos entre os demais, como também de reuni-los instrumentos, este manual se limitará à catalogação que utiliza o
por suas semelhanças. - catálogo como canal de comunicação de suas mensagens. Com
~

1
> A riqueza da catalogação repousa nos relacionamentos entre os este enfoque, são funções da catalogação:
itens, estabelecidos de forma a criar alternativas de escolha para
os usuários. Por exemplo: se o Sr. x vem à biblioteca em busca de a) (fi!;wràõ iísu~ 'V~\>
1

Ham{et, de Shakespeare, e os relaci~namentos entre os itens per- 1. localizar um item específico; \_~ 1 e\)\
>/
mitem que o Sr. X opte por diferentes versões ou suportes, isto é, 2. escolher entre as várias manifestações de um item;
manifestações do mesmo item, como livro, disco, vídeo, em dife- 3. escolher entre vários itens semelhantes, sobre os
rentes línguas ou traduções, certamente se terá ampliado o quais, inclusive, possa não ter conhecimento prévio
universo de escolha do Sr. X - nenhuma semelhança com uma algum;
.'
simples lista. Por outro lado, também são os relacionamentos que 4. expressar, organizar ou alterar sua mensagem
permitem ao usuário encontrar itens desconhecidos. Por exemplo, interna.
se a Sra. Y chega à biblioteca procurando itens sobre BUDISMO, b) Permitir a um item encontrar seu usuário.
apenas a reunião de todos os itens sobre o assunto BUDISMO c) Permitir a outra biblioteca:
permitirá que a busca da Sra. Y tenha bom resultado. 1. localizar um item específico;
A catalogação deve, ainda, permitir que, feita a escolha do 2. saber quais os itens existentes em acervos que não
item, o usuário seja capaz de localizá-lo no acervo. Por fim , a ca- o seu próprio.
talogação deve possibilitar ao usuário expressar sua mensagem
interna. Voltando ao exemplo da Sra. Y, se, ao chegar, sua mensa-
Para cumprimento dessas funções , a catalogação deve possuir
gem interna pensa em ZEN-BUDISMO, os instrumentos da biblio-
teca devem orientá-la para a busca do termo utilizado pela biblio-
teca (BUDISMO, por exemplo) e, ainda, guiá-la para demandas
. "' .
e cons1stenc1a. _
------- __
as seguintes características: integridade, clare:z;a, precisão, lógica
, -- -

mais abrangentes ou mais específicas (RELIGIÕES ORIENTAIS e não Integridade significá fidelid;ae honestidade na representação,
apenas budismo, ou vice-versa). transmitindo informaçõespassIV~ is de verificação. Por exemplo,
As b,ibliotecas são entidades que cooperam entre si e buscam se não há certeza da data de publicação, o catalogador acrescenta
trabalhar integradamente em várias atividades. Portanto, utilizam um ponto de interrogação [?], indicàndo sua dúvida:
/ uma linguagem comum para esse intercâmbio. Pode-se dizer que Rio de Janeiro : Editora x, [1975?]
1 as bibliotecas também são usuárias umas das outras. Assim,

muitas das técnicas empregadas na catalogação se justificam na Clareza significa que o código utilizado deve ser compre-
medida em que cada biblioteca tem outras como suas usuárias, ível aos usuários. Por exemplo, se estivermos em uma biblio-
1.:11
teca infanto-juvenil, os termos representativos dos assuntos deve-
com as quais deve trocar informações sobre seu acervo.
Embora a representação dos itens, ou a catalogação (ou, ainda, rão adequar-se a seu público:
o registro bibliográfico, como às vezes é denominada), possa ser PÁSSAROS (e não ORNITOLOGIA)

6 7
,,----.. .....
<Precisão ignifica que, no código utilizado, cada informação só Catálogo é um canal de ~omunicàção estruturado, que
pode representar um único dado ou conceito, sem dar margem a veicula ~nsagens contidas, nos itens, e sobre os itens, .de
confusão entre as informações. Por exemplo, 1984 como data de um ou vários acervos, apresentando-as sob forma codifi-
publicação só pode identificar a data de publicação: cada e organizada, agrupadas por semelhanças, aos usuá-
Rio de Janeiro : Editora x, 1984. rios desse(s) acervo(s).
Óg~ ~significa que as informações devem ser organizadas de
modo lógico. Por exemplo, na descrição do item, vai-se do mais Cutter foi o primeiro a elaborar os objetivos do catálogo e sua
importante (título e autor) para o mais detalhado (dadoS' de proposta tem sido aceita até hoje, com pequenas variações:
publicação e paginação, entre outros). l. Permitir a uma pessoa encontrar um livro do qual ou
Consistência significa que a mesma solução deve ser sempre (A) o autor }
usada para informações semelhantes. A professora de cataloga- (B) o título seja conhecido
ção Gladis W. do Amaral costumava dizer: "Errem com consis- (C) o assunto
2. Mostrar o que a biblioteca possui
tência", isto é, sejam consistentes mesmo no erro. Por exemplo,
(D) de um autor determinado
se a biblioteca decidir que a recuperação dos nomes pessoais se (E) de um assunto determinado
fará pelo prenome, e não pelo sobrenome, como usualmente, (F) de um tipo determinado de literatura
todos os itens deverão ter seus autores assim representados: 3. Ajudar na escolha de um livro ·
(G) de acordo com sua edição (bibliograficamente)
Márcio Souza (e não Souza, Márcio) . (H) de acordo com seu caráter (literário ou tópico).

Essas características visam à maior facilidade para o usuário) Para Ranganathan:


em suas buscas, razão de ser das bibliotecas.
[... ] um catálogo de biblioteca deveria ser projetado para:
1. revelar a cada leitor o seu documento;
1.5 Catálogo 2. revelar a cada documento o seu leitor;
3. poupar o tempo do leitor; e
t O catálogo é um dos instrumentos mais antigos das bibliotecas. 4. por este fim, poupar o tempo da equipe.
A palavra se origina do grego: kata ('de acordo com', 'sob', ' em
Em síntese o objetivo do catálogo é veicular as mensagens
baixo' ou 'parte') e logos (' ordem', 'razão'). Assim, a palavra
clabõíãdaSpela catalogação, relativas aos itens constitutivos de
'catálogo' pode significar 'subjacente à razão' ou 'de acordo com
acervo(s) determinado(s). Uma das características do catálogo é
a razão', correspondendo à palavra de origem latina 'classificar' .
e tar vinculado a um acervo específico. Quando compreende acer-
Inúmeras vezes define-se o catálogo como lista ordenada dos
vo de várias bibliotecas, denomina-se catálogo coletivo.
materiais existentes em uma ou mais coleções de bibliotecas. Não
s catálogos podem ser manuais ou automatizados, apresen-
se pode concordar com definições desse tipo. Os catálogos são, de
fato, canais de comunicação e preferimos defini-los assim: tnndo-se sob as seguintes formas:

8 9
• manuais
• catálogo em microfichas: compacto, portátil e de extrema
em livro
dificuldade no manuseio;
em folhas soltas
• catálogo automatizado em linha: apresenta todas as quali-
em fichas (os mais comuns)
dades, embora seja o mais sujeito a fatores externos .
• automatizados
em re latório (completamente em desuso) São qualidades importantes que devem estar presentes na
em fichas elaboração do catálogo :
em m icrofichas
• uniformidade: nas representações, permite a compreensão do
- t).. em linha (online) (os mais modernos).
código ; em certas partes da catalogação, permite a reunião de
Os catálogos em disquetes, CD-ROMs ou discos rígidos apare- itens com características comuns; na própria estruturação
cem, para o usuário, como catálogos em linha. interna do catálogo, facilita seu manuseio pelo usuário;
Quanto à forma de organização, os catálogos manuais podem • economia na preparação e na manutenção: significa eco-
ser alfabéticos ou sistemáticos (ver capítulo 7). nomia de recursos e de tempo;
Para que seja de fácil consulta e manutenção simples, o catálo- • atualidade: deve estar sempre atualizado, refletindo o acervo.
go deve possuir as seguintes qualidades quanto a seu suporte:
As qualidades na elaboração devem estar presentes em qual -
• flexibilidade, qi:e permite inserção de representações de novos quer tipo de catálogo .
itens; exclusão de representações de itens descartados ou A escolha do melhor tipo de catálogo dependerá dos recursos
perdidos e mudanças nas representações, quando necessário; di sponívei s em cada biblioteca, do tamanho de seu acervo e das
• facilidade de manuseio, que significa, além da facilidade para caracter ísticas do públi~o que irá utilizá-lo.
ser manuseado propriamente, ter boa sinalização - no caso de Charles Ami Cutter escreveu no prefácio à quarta edição de
catálogos manuais, interna e externa; estar em loca l visível e uas Rufes for a dictionary catalog [Regras para um catálogo
acessíveí e apresentar instruções de uso; dic ionário], em 1904: " A conveniência do público deve ser sem-
• portabilidade, que permite ser consultado fora da biblioteca pre co locada à frente da facilidade para o catalogador."
ou em diferentes locais da biblioteca· '
'
• compacidade, que significa ocupar pouco espaço.
Nem todas as formas de catálogo possuem todas as qualidades:
• catálogo em fichas: não-compacto, de fácil man useio, não-
portátil e muito flexível;
• catálogo em livro: compacto, portáti l e inflexíve l;
• catálogo em folhas soltas : pouco flexível e de relativa faci-
lidade de manuseio, compacidade e portabilidade;

10
11
Assurbanipal, em Nínive, datando de 650 a.e. Encontraram-se
2 cerca de 20 mil tabletes, que registravam o título, o número do
tablete ou volume, as primeiras palavras do tablete seguinte, o
nome do possuidor original, o l1ome do escriba e um selo, indi-
Breve histórico dos catálogos e da cando tratar-se de propriedade real. Presume-se haver, nesta
catalogação época, um embrião de catálogo. Existiu, certamente, um catálogo,
inscrito nas paredes de um templo no Egito, mas datado dos
séculos III e II a.e.
O MAIS completo levantamento sobre a história dos catálogos e da No mesmo período, a civilização grega desenvolveu as biblio-
catalogação foi realizado por Ruth French Strout ( 1956). A autora tecas mais famosas da Antiguidade: Alexandria e Pérgamo. Calí-
relata, quase século a século, os fatos ocorridos até 1900. Traba- maco, um dos sábios de Alexandria, elaborou seus Pínakes [Tábu-
lhos posteriores enfocam um ou outro aspecto e é preciso reuni- las], cerca de 250 a.e., onde registrava o número de linhas de cada
los para uma visão mais ampla. Para não se perder a narrativa dos obra e suas palavras iniciais, assim como dados bibliográficos
primórdios da catalogação, se transcreverá, resumidamente, a se- sobre os autores. Não se sabe ao certo se o trabalho de Calímaco
qüência de eventos relatados por Strout e, a partir de 1900, o texto era uma bibliografia ou um catálogo, ou se servia a ambas as fin~­
se limitará, como os demais, aos fatos mais relevantes. lidades. Há referências posteriores a pínakes dos sábios de Pérga-
mo, mas não restaram vestígios dessas obras.
2.1 Períodos remotos Para Strout, o período se voltava muito mais à atividade de
reunir os conhecimentos existentes do que à criação de novos
Uma das mais antigas listas de livros de que se têm conhecimen- conhecimentos. Segundo a mesma autora, a elaboração de obras
to data de 2000 a.e., encontrada em um tablete de argila, com 62 de referência diversas exerceu influência considerável nos estu-
títulos. No entanto, não se sabe a finalidade da lista, ou se teria diosos romanos e bizantinos, preservou o conhecimento e estabe-
sido usada como catálogo. leceu precedentes para futuras abordagens do conhecimento arma-
Chegaram até nós mais registros babilônicos do que egípcios, zenado. Os gregos também foram responsáveis pela introdução do
talvez devido ao fato de os babilônios escreverem sobre tabletes conceito de autor como ponto de acesso a uma obra.
de argila, enquanto os egípcios escreviam em papiros, de menor Embora se saiba da existência de bibliotecas romanas, criadas
durabilidade. Em escavações no Egito foram encontrados tabletes por influência de um estudioso de Pérgamo, obrigado a perma-
de argila, escritos em língua babilônica, datados de 1400 a.e ., e necer em Roma devido a um ferimento, não nos chegaram res-
que se referiam a títulos de obras. Mas ainda se desconhece se quícios ou maiores informações sobre essas bibliotecas e seus
seriam propriamente um catálogo. possíveis catálogos, se é que havia.
Datam de 1300 a.e. os tabletes com as primeiras informações
bibliográficas de descrição física, encontrados em escavações 2.2 Idade Média
hititas. Esses tabletes identificavam o número do tablete em uma
série, o título e, muitas vezes, o escriba. As informações são No séculO VI, são Bento ensinou seus monge.s em Monte Cassino
encontradas outra vez nas escavações da biblioteca do rei assírio, a copiar manuscritos. Por alguns séculos, os mosteiros passaram

12 13
a ser os únicos preservadores, copistas e catalogadores de livros, O século XIV traz alguns melhoramentos . Na Inglaterra, uma
embora, segundo Strout, não com objetivos de estudo. lista organizada pelos frades agostinianos de York, de 1372, clas-
O século VIII nos legou uma das 'primeiras listas de obras de sificada, separa as obras do autor quando os assuntos são dife-
bibliotecas medievais, provavelmente um inventário do acervo, rentes; também , registra as palavras iniciais da segunda folha de
contendo apenas título e, por vezes, nome do autor, mas sem or- cada volume, tornando a identificação mais precisa. Mais próxima
dem visível (talvez ordem das obras nas estantes). de um catálogo, talvez o primeiro .c atálogo considerado como tal,
Catálogos mais dignos de nota surgem no século IX . Na é a lista do convento St. Martin, em Dover, de 1389. Dividia-se
Alemanha, a biblioteca de Richenau compilou vários catálogos em três seções. A primeira, organizada pelo número de locali-
entre 822 e 842, que indicavam as obras contidas em cada volume zação do volume na estante, incluía um título breve, o número da
e o número dos volumes ou rolos em que cada obra estava con- página do livro em que o número de localização foi registrado, as
tida. Apenas o primeiro desses catálogos apresenta uma ordem , primeiras palavras do texto nesta página, o número de páginas do
reunindo as obras de cada autor. livro e o número de obras contidas no volume. A segunda, tam-
Outro catálogo importante é o do mosteiro beneditino de Saint bém organizada pelo número de localização, registrava o con-
Requier, na França, compilado em 831. Organizado por autor, teúdo de cada volume, com a paginação e as palavras iniciais de
embora não em ordem, também registra o conteúdo dos volumes cada obra. A terceira é um marco na catalogação: incluía análise
e o número dos volumes relativos a uma obra. Seu grande inte- das partes (entradas analíticas) e uma lista alfabética, às vezes de
resse reside no fato de o compilador declarar que o estava fazendo autor, outras de título e autor e outras, ainda, de palavras gené-
a mando de Louis le Debonnaire, como um inventário, que ricas, como ' livro ', ' parte' ou 'códice'.
resultou no registro de 246 volumes. Strout considera que todas O século XIV assistiu ao início das bibliotecas universitárias,
as listas de livros do período eram , na verdade, inventários. O que, no entanto, não trouxeram contribuições à catalogação,
século IX viu o aumento do interesse pelos livros, com melhoria talvez por serem muito incipientes, a maioria com menos de .cem
da qualidade de seu formato e de seu conteúdo, por influência de livros. Curioso, para nós, o catálogo do Trinity Hall, em Cam-
Carlos Magno e seus sucessores. bridge, de 1394, que incluía registros como: " uma Bíblia peque-
As bibliotecas crescem de tamanho no século X. O catálogo do na", " uma concordância da Bíblia grande e bonita", "outra con-
mosteiro de Bobbio, na Itália, registra quase 700 volumes, e o de cordância da Bíblia menos bonita e portátil".
Lorsch, na Alemanha, quase 600, mas sem inovações.
Os séculos XI, XII e XIII nada trazem de novo à história dos 2.3 Séculos XV a XVIII
catálogos. Curioso, apenas, o acréscimo feito ao registro dos
O século xv não trouxe grandes mudanças, mas surgem pela pri-
livros na lista da biblioteca de Glastonbury, na Inglaterra, em
meira vez as remissivas (registros que remete1n a outros registros
1247: "inúteis", "legíveis", "velhos" e "bons", provavelmente se
ou obras), embora de forma primitiva, no catálogo compilado por
reportando às condições do livro. Em fins do século Xlll, iniciou-
Amplonius Ratnick de Berka entre 141 O e 1412. Também há re-
se um registro dos acervos das bibliotecas monásticas inglesas -
missivas no catálogo da abadia de Santo Agost inho, em Canter-
um catálogo coletivo em que cada biblioteca era identificada por
bury, na Inglaterra, compilado por volta de 1420. No final do
um código numérico. O registro nunca foi concluído.
século, há um avanço importante, graças à bibliografia. Johann

14 15
Tritheim, bibliógrafo e bibliotecário alemão, compilou uma volume. As obras de Trefler e Maunsell podem ser consideradas
bibliografia, apresentando-a em ordem cronológica e incluindo como os primeiros códigos de catalogação.
em apêndice um índice alfabético de autor, pela primeira vez. O século XVII traz alguns avanços significativos. Sir Thomas
No início do século XVI surge um catálogo classificado e que Bodley, diplomata aposentado, no início do século, ofereceu-se
incluía também um índice alfabético de autor: o catálogo do para a reconstituição da biblioteca da universidade de Oxford,
mosteiro Syon, em Isleworth, Inglaterra. Neste mesmo país, o Inglaterra, destruída por um incêndio ..Bodley criou um código
catálogo do convento de Bretton, Yorkshire, de 1558, introduz minucioso de catalogação. Entre outras normas, indicava o
nos registros os nomes dos editores e tradutores das obras. arranjo sistemático, com um índice alfabético organizado pelo
Outro bibliógrafo, seguindo o precedente de Tritheim, o suíço sobrenome dos autores, e incluía as entradas analíticas.
Konrad Gesner, de Zurique, publicou uma bibliografia por autor Na França, Gabiíer audé screveu um trabalho sobre catá-
em 1545 e o respectivo índice de assuntos ·em 1548. Gesner, bi- logos e catalogação, onde assinalava a importância dos catálogos
bliógrafo e naturalista, incluiu em sua obra instruções para a orga- como meios de encontrar livros e de identificá-los bibliografica-
nização de livros em uma biblioteca e desenvolveu um sistema de mente, perspectivas muito próximas da visão atual. Naudé reco-
classificação, servindo tanto a bibliotecas como a bibliografias. mendava um catálogo dividido em duas seções: uma por autores
Em 1548, Gesner sugeriu que se utilizasse cópia de sua biblio- e outra por assuntos. Também sugeriu uma organização das estan-
grafia como catálogo, bastando apenas acrescentar os dados de tes que permitisse expansão do acervo.
localização ao lado do registro da obra que a biblioteca possuísse. Em 1650, John Drury, na Inglaterra, também escreveu um
'

Em 1560, Florian Trefler, monge beneditino, publicou em tratado sobre o assunto, em que advogava a publicação de suple-
Augsburg um tratado sobre a manutenção de uma biblioteca. De- mentos anuais, para atualização dos catálogos, que na época eram
senvolveu nessa obra um sistema de classificação e números de impressos em formato de livro, e um método para se lidar com
localização e defendeu um catálogo em cinco partes: catálogo obras doadas não .desejáveis para as bibliotecas (problema que
alfabético de autores, lista das estantes, índice classificado para temos até hoje!).
os registros das partes (entradas analíticas), índice alfabético para Em 1697, curadores da Bodleyana, como também é denomi-
o índice classificado e lista dos livros não integrados ao acervo nada a biblioteca da universidade de Oxford, pediram aos fun-
geral. cionários que apresentassem sugestões para melhoria da biblio-
Em 1595, o livreiro inglês Andrew Maunsell compilou um teca. Um desses funcionários, Humphrey Wanley, incluiu entre
catálogo dos .livros ingleses impressos e, no prefácio, determinou suas sugestões inúmeros questionamentos sobre problemas de
regras para o registro das obras. Preconizou a entrada dos nomes catalogação, dentre os quais: se o catálogo deveria ser alfabético
pessoais pelo sobrenome; para as obras anônimas, usou tanto o ou classificado, se os títulos e os dados do livro deveriam ser
título como o assunto e às vezes ambos; estabeleceu o princípio registrados na língua do livro; se o tamanho do livro deveria ser
de entrada uniforme para a Bíblia; defendeu a idéia de que um registrado; se deveriam incluir-se autor e título das · entradas
livro deva ser encontrado tanto pelo sobrenome do autor, como analíticas; se o nome do editor deveria ser registrado nos dados de
pelo assunto e pelo tradutor; incluiu em seus registros: tradutor, publicação; se deveria ser mencionado o fato de um livro não
impressor ou a pessoa para quem foi impresso, data e número do trazer local e data de publicação; se a primeira ou a melhor edição

16 17
de um livro deveria ser indicada; e, finalmente, se a raridade ou a estabelecer, em 1791, normas para sua organização: o primeiro
alto custo de um 1ivro deveriam ser anotados. código nacional de catalogação. Segundo Strout, esse código é um
No mesmo ano, em Paris, Frederic Rostgaard publicou suas paradigma de brevidade e simplicidade prática.
normas sobre a organização do catálogo. Preconizava um arranjo Também se deve ao governo revolucionário o uso de catálogos
por assuntos, subdividido cronologicamente e por tamanho do em fichas , pela primeira vez na história da catalogação. Não
volume, visando a que todos os autores voltados ao mesmo assun- propriamente por facilidade, mas devido à falta de papel, deve-
to e todas as edições de uma mesma obra fossem reunidos. Indi- riam ser utilizadas cartas de baralho para o registro das obras:
cava ainda a elaboração de índices alfabéticos por assuntos e cartas de ases e dois seriam reservadas para os títulos mais
autores, estes últimos pelos sobrenomes, a serem localizados no longos, talvez por disporem de mais espaço . Quaisquer que
final do catálogo (sempre catálogos impressos); as obras encader- tenham sido os motivos para o uso de fichas, essa idéia muito
nadas juntas deveriam ter registros separados; dever-se-ia regis- racional e prática permanece até nossos dias.
trar a ordem dos títulos como aparecesse na página de rosto; em O código francês determinava que se transcrevesse a página de
obras anônimas, dever-se-ia transcrever o nome do autor quando rosto, sublinhando o sobrenome do autor para alfabetação.
conhecido; por fim, as normas poderiam ser utilizadas de forma Quando não houvesse autor, seria sublinhada a palavra mais
diferente quando mais adequado à biblioteca. Rostgaard exerceu significativa do título. Incluíam-se dados físicos: número de
muita influência no continente europeu, assim como Bodley e volumes, tamanho, ilustrações, material de que o livro era f~ito,
seus bibliotecários na Inglaterra. encadernação e indicação de falta de páginas. Muitas dessas
No início do século XVIII, os catálogos eram visualizados como informações são registradas até hoje.
listas de encontrar, mais do que como inventários . Algumas
práticas se impuseram: catálogos classificados ou alfabéticos, 2.4 Século XIX
embora alguns ainda permanecessem organizados pelo tamanho
O século XIX caracteriza-se por fatos notáveis na história da
dos livros; os índices eram considerados úteis, embora não indis-
catalogação, com trabalhos de grande importância e muita in-
pensáveis; os nomes dos autores vinham pelo sobrenome, embora
fluência em nossa prática moderna. Bibliotecários e estudiosos
ordenados cronologicamente; a página de rosto adquiriu um certo
publicavam então inúmeros estudos a favor ou contra os catálogos
prestígio, sendo os títulos transcritos literalmente; incluíram-se
alfabéticos e classificados.
dados de publicação e notas de 'encadernado com' ; as remissivas
Como não se conseguia resolver a questão do catálogo no
tornaram-se de uso comum, assim como algumas entradas
British Museum, com tantas opiniões divergentes e emocionais,
analíticas.
cm 1836 a House of Commons (câmara baixa do parlamento
O século XVIII é marcado pelo desenvolvimento da pesquisa
britânico) nomeou uma comissão que deveria investigar as con-
científica e das atividades de estudo, o que levou a um cresci-
dições, a administração e os serviços do museu. Uma das questões
mento substancial das bibliotecas na Europa. Os fatos mais signi-
era a catalogação e o catálogo na biblioteca do museu .
ficativos e interessantes surgiram durante a Revolução Francesa.
Muitas foram as testemunhas ouvidas durante o inquérito e que
As bibliotecas dos nobres foram confiscadas e transformadas em
falav am contra ou a favor dos catálogos alfabéticos e classifi-
bibliotecas de uso público, o que levou o governo da Revolução
çados. Mas uma das testemunhas destacou-se e conseguiu con-

18 19
vencer a com1ssao com seus argumentos e idéias:· Anthony Também em 1850 surgiu na Alemanha o código de Munique,
Panizzi, refugiado político italiano, advogado de profissão, que que, segundo Ranganathan, manteve-se em forma manuscrita. Foi
trabalhavâ no museu como bibliotecário assistente desde 1831. a partir desse código que Carl Dziatzko criou em 1886, para a
Em 1839, após várias audiências, Panizzi convenceu os membros universidade de Breslau, suas instruções, que, por sua vez, servi-
da comissão e estes aprovaram seu código, as famosas 91 regras. ram de base para o código alemão.
Mas nem a controvérsia nem a investigação pararam por aí. As Instruktionen for die alphabetischen Kataloge der Preus-
Em 184 7, outro inquérito tornou-se necessário, desta vez refe- sischen Bibliotheken [Instruções para os catálogos alfabéticos das
rente à constituição e administração do museu, e novamente le- bibliotecas prussianas] ou Instruções prussianas, de 1899, como
vantou-se a questão do catálogo e das regras de Panizzi. Um epi- relatou Alice Príncipe Barbosa, foram elaboradas por homens de
sódio muito interessante foi a crítica de Collier, um especialista formação científica e filosófica, exercendo grande influência em
em Shakespeare, às 91 regras e âo próprio Panizzi. Dizia Collier outrns países de língua alemã, ou mesmo sendo integralmente
que Panizzi estabeleceu um número tão elevado de regras para adotadas por eles.
atrasar a elaboração do catálogo, que ele chamava "o interminá- Melvil Dewey também estabeleceu regras simplificadas de
vel catálogo de Mr. Panizzi", e preconizava suas próprias regras. catalogação, mas seu renome se deve à Classificação Decimal
Collier, empregando suas próprias normas, tentou catalogar 25 (1876), que hoje leva seu nome, por ironia publicada anonima-
livros, e Panizzi, diante da comissão, utilizou estas catalogações mente na primeira edição.
corno defesa de suas 91 regras, da mesma forma corno o faria em No mesmo a_no de 1876, Charles Ami Cutter publicou suas
um tribunal. Panizzi saiu vitorioso da contenda, arrasando Collier. Rulesfor a dictionary catalogue [Regras para um catálogo dicio-
Curiosidades históricas à parte, nunca houve tamanho interesse nário]. Cutter, considerado por R.a nganathan corno o gênio da
por questões biblioteconômicas, envolvendo governo, ~erso_nal.i­ biblioteconomia, não elaborou apenas um código de catalogação:
dades e eruditos. Panizzi e suas regras tiveram grande mfluencia ua obra é na verdade uma declaração de princípios. As regras são
na biblioteconomia inglesa e, também, na americana. entremeadas com os porquês das soluções e com observações
Em 1850, Charles C. Jewett viu aceito seu código para o catá- diversas, às vezes irônicas. De fácil leitura, se constitui em um
logo da Smithsonian Institution, nos Estados Unidos. No prefácio, código muito completo, incluindo a catalogação de assuntos e de
reconhecia seu débito para com Panizzi e suas regras, mas em materiais especiais, normas de transliteração e elaboração de
inúmeros pontos apresentou discordâncias e soluções diferentes. catálogos auxiliares.
Alguns preceitos de Jewett, em especial no tocante a cabeç~lhos Cutter criou, ainda, um esquema de classificação e uma tabela
de responsabilidade e obras anônimas, até hoje são seguidos. representativa de sobrenomes, esta utilizada até hoje. Mas sua
Jewett determinou a finalidade de um código de catalogação, contribuição mais importante está na catalogação. Determinou os
objetivos do catálogo e ditou a visão do catalogador. De um ponto
como citada por Strout:
de vista muito pessoal, acredito que a catalogação moderna,
As regras de catalogação devem ser estritas e devem ir ao encontro, automatizada, deveria voltar a Cutter, pois inúmeras soluções por
o mais possível, de todas as dificuldades do detalhe. Nada, o máximo
le apontadas, quando a catalogação era manuscrita ou datilo-
que se possa evitar, deve ser deixado ao gosto individual ou ao
grafada, se aplicam inteiramente aos recursos computacionais.
julgamento do catalogador.

20 21
Sua obra é um exemplo de catalogação prática adequada ao national de Documentation , que, em 1938, transferiu-se definiti-
usuário. Embora existam outros nomes e outros códigos no século vamente para Haia, com o nome de Federação Internacional de
XIX - época de proliferação de códigos de catalogação-, Cutter Documentação. Como se verá adiante, a idéia de Otlet e La Fon-
marca este período. taine foi retomada pela UNESCO após a Segunda Guerra Mundial.
No final do século, em 1895, dois belgas, Paul Otlet e Henri La
Fontaine, fundam o Institut lnternational de Bibliographie (IIB), 2.5 Século XX
atual Federação Internacional de Informação e Documentação
Na virada do ,século, havia códigos nacionais de catalogação na
(FID), e dão início ao levantamento e registro de todas as publica-
Alemanha, Austria, Bélgica, países escandinavos, Espanha,
ções editadas em todo o mundo. Chegaram a 16 milhões de regis-
França, Holanda, Itália, Suíça e Vaticano.
tros, segundo alguns autores, e 12 milhões, segundo outros. Em-
Um fato , em 1901 , vem mudar a perspectiva dos códigos: a
bora não fossem os primeiros a alimentar o sonho do controle
impressão e venda de fich as catalográficas pela Library of
bibliográfico universal, certamente deram um passo decisivo
Congress (LC) dos Estados Unidos. Ao invés de cada biblioteca
nesse sentido.
fazer a própria catalogação de seus 1ivros, a LC passou a vender
Após um período em que utilizaram a Classificação Decimal
suas fichas impressas, às quais bastava que fossem acrescentados
de Dewey, criaram a Classificação Decimal Universal, embasada
os cabeçalhos, também por ela indicados. Isso resultou em subs-
em Dewey, porém mais especializada, visualizando-a como um
tancial padronização, não porque todos concordassem (ou
meio de intercâmbio de informações bibliográficas, acima das
concordem) com a catalogação elaborada pela LC, mas porque as
barreiras lingüísticas. Otlet e La Fontaine eram advogados e paci-
fichas vendidas, e portanto utilizadas pelas bibliotecas, eram rigo-
fistas, acreditando ser a bibliografia universa l a base para a paz.
rosament~ idênticas.
Otlet, juntamente com Robert Goldschmidt, projetou um equi-
Quando as fichas começaram a ser impressas, a American
pamento de ampliação de filme, introduzindo o microfilme em
Library Association (ALA) nomeou uma comissão para estudar as
bibliotecas; em 1906 publicou um trabalho em que tratava da
regras adotadas pela LC. Em colaboração com a Library Asso-
"nova forma do livro".
c iation, da Inglaterra, a ALA publica a primeira edição de seu
La Fontaine recebeu o prêmio Nobel da Paz de 1913, foi
código, em 1908, utilizando regras de Panizzi , Cutter, Jewett e LC:
senador socialista ( J 894- 1936) e representante belga junto à Liga
Cataloging rules: author and title entries [Regras de catalogação:
das Nações ( J920-192 J).
entradas de autores e títulos].
A Primeira Guerra Mundial interrompeu os trabalhos de com-
Simultaneamente, publicava-se, na Alemanha, a segunda
pilação da bibliografia, que cessaram definitivamente por volta de
edição das Instruções prussianas , que alcançaram grande aceita-
l 920, quando o IIB atravessou séria crise financeira. Nessa oca-
ção na Europa, enquanto o código da ALA era bem-recebido nos
sião, o jovem químico holandês Frits Donker Duyvis (futuro
Estados Unidos e outros países. Buscou-se, então, uma compatibi-
secretário-geral da FID) propôs o estabelecimento de centros
1idade entre ambos . Mas a tão desejada padronização interna-
nacionais cooperantes para dar continuidade ao trabalho. No ano
c iona l só chegaria muito mais tard e.
seguinte, a Holanda tornou -se o primeiro país a fazer parte do
Em 1920 foram editadas as Norme per il catalogo degli
acordo de cooperação. Em 193 1 o 118 tornou-se o Institut Inter-
slampati [Normas para o catálogo de impressos] ou código da

22 23
Vaticana, elaborado por um grupo de bibliotecários norte-ame- ( '11ltura) deve sua criação a idéias debatidas pelos ministros da
ricanos, sob a direção de John Asteisson, norueguês de formação ·d11 çação dos países aliados durante a Segunda Guerra Mundial,
americana, para a Biblioteca Apostólica Vaticana, conforme pr •oç upados com a educação no pós-guerra.
relatado por Alice Príncipe Barbosa. O preâmbulo da constituição da UNESCO , escrito pelo poeta
As normas da Vaticana basearam-se no código da ALA de 1908, Archibald MacLeish (que fora diretor da Library of Congress de
embora sua terceira edição tenha sido considerada superior à 193 9 a 1944), traz explícita a visão de paz, como na célebre frase:
segunda da ALA, ambas de 1949. " um a vez que a guerra começa na mente dos homens, é na mente
O código da Vaticana exerceu enorme influência na biblioteco- dos homens que as defesas da paz devem ser construídas".
nomia brasileira, a partir de 1940, primeiramente em sua edição Dentre as finalidades e funções da UNESCO está a de manter,
em espanhol e, depois, nas duas edições em po1iuguês ( 1949 e d ·scnvo lver e disseminar o conhecimento, por meio da coope-
1962), até 1969. Ensinava-se a 'Vaticana' na escola de bibliote- 1w,:ão internacional, para acesso a todos os materiais publicados.
conomia do Rio de Janeiro (cursos da Biblioteca Nacional), sendo l'nra tornar possível a consecução desse objetivo, a UNESCO,
adotada por inúmeras bibliotecas, e ainda hoje se encontram algu- 1h:ntre outras inúmeras iniciativas, tem -se voltado ao estabele-
mas que a usam. Paralelamente, a escola de biblioteconomia de c iincnto de padrões para as bibliotecas nacionais, que se refletem
São Paulo, iniciada no Colégio Mackenzie em 1929 e de nítida diretamente sobre nossas práticas biblioteconômicas.
influência norte-americana, optou por ensinar o código da ALA. A l JNESCO criou o programa de Controle Bibliográfico Uni -
Entre 1934 e 1963, muitos foram os trabalhos que preconiza- vt.: rs'il , gerenciado pela Federação Internacional de Associações
ram a criação de um código brasileiro, ou código para países de v In stituições Bibliotecárias (IFLA), atuando em bases coope-
língua portuguesa. Podem-se citar: Duarte Ribeiro ( 1934 ), Asso- rn ti vas . Cooperação significa, além do respeito aos padrões, que
ciação Paulista de Bibliotecários ( 1941 ), Departamento Adminis- L'11da um ,dos países deverá responsabilizar-se por seu controle
trativo do Serviço Público (DASP) (1943), Maria Luísa Monteiro hihliográfico nacional, por intermédio de uma ou mais entidades
da Cunha (1946 e, novamente, 1963), primeiro Congresso Brasi- d •s ignadas, geralmente a biblioteca nacional ou instituição simi-
leiro de Biblioteconomia e Documentação, como recomendação lnr. Tal programa elegeu como norma básica para a descrição
( 1954 ), Felisbela Carvalho ( 1961) e Mário Costa ( 1963 ). liihliográfica a ISBD, da qual trataremos adiante, e, como formato
As idéias não prosperaram, obtendo-se apenas normas para dl' intercâmbio, o UNIMARC. A UNESCO e a IFLA vêm exercendo
cabeçalhos de nomes em língua portuguesa. No entanto, houve 11111 papel fundamental no intercâmbio de registros bibliográficos
uma obra em português de considerável influência e aceitação: ., cm conseqüência, na catalogação.
Catalogação simplificada ( 1970), de Cordélia R. Cavalcanti, que O ano de 1954 marcou a biblioteconomia brasileira, pela
por um certo tempo assumiu o lugar de um código brasileiro em niHção do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação
muitas bibliotecas, algumas de vasto acervo. Porém o mundo (lllllD), cuja história foi tema da dissertação de mestrado de Luiz
caminhava para a padron ização, pressionado pelos avanços tecno- Antonio Gonçalves.
lógicos, e todos os códigos iriam chegar a pontos comuns. As mentoras do IBBD foram Lydia de Queiroz Sambaquy, sua
Iniciando suas atividades em janeiro de 1946, a UNESCO diret ora por muitos anos, e Janice Monte-Mór (mais tarde diretora
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

24 25
da Biblioteca Nacional, responsável por sua dinamização e virada •spccializados de informação tecnológica, sejam governamentais
para o rumo certo). ou privados. O IBICT desenvolveu um Formato de Intercâmbio de
Até a década de 1970, quando muda sua denominação e seus lnf' rmações Bibliográficas, atualmente em fase de reestruturação,
objetivos, o IBBD contribuiu de modo expressivo para a cataloga- d istribuído a todos os interessados na implantação de sistemas de
ção, ocupando um espaço não mais preenchido por nenhuma i1do rmação .
instituição isoladamente. Dentre seus inúmeros produtos e A década de 1960 trouxe o desenvolvimento dos recursos
serviços, cabe assinalar: a segunda edição do Código de catalo- ·o mputacionais . A tecnologia avança e é preciso acompanhá-la,
gação da Biblioteca Vaticana e sua difusão no país; o curso de nu usufruir de seus benefícios. O período assinala o surgimento
especialização, que deu origem ao primeiro curso de mestrado na do projeto MARC (Machine Readable Cataloging) e do MARC li,
área da informação; diversas bibliografias especializadas; um p •la LC, base para outros formatos , inclusive o internacional, que
catálogo coletivo de monografias e, em especial, o Serviço de ', O llN IMARC.
Intercâmbio de Catalogação (SI C). Ex istem dois pontos a considerar: a) o MARC é um formato,
Durante anos, o IBBD foi celeiro de uma geração de profissio- quer di zer, um padrão para entrada de informações bibliográficas
nais competentes e destacados, impulsionadores da bibliotecono- ·m computador, não um programa de gerenciamento computa-
mia brasileira. O SIC, como relatado por Alice Príncipe Barbosa, eion a l destas informações; e b) o MARC ajustou os recursos tecno-
sua última diretora, iniciou suas atividades na Biblioteca do DASP, l<'i 'icos da épo~a à catalogação tradicional, e não o contrário, ou
em 1942, então chefiada por Lydia de Queiroz Sambaquy. Che- ' :ia, um processo de mecanização (uso da máquina), não ainda de
gou a se constituir como entidade, atuando em colaboração com uut omação. A LC criou também , para o MARC, uma estrutura de
o Departamento de Imprensa Nacional e a Fundação Getúlio orga nização dos dados em fita magnética que se tornou, em 1973,
Vargas (FGV). Produzia fichas impressas, a exemplo da LC, que se 11orma internacional, estabelecida pela ISO (Organização lnterna-
destinavam à venda em todo o país, em sistema cooperativo que inna l de Normalização), sob o código ISO 2709.
chegou a contar com 200 bibliotecas! Um feito admirável , levan- O primeiro evento no sentido da normalização internacional foi
do-se em consideração os problemas de comunicações existentes 11 'onferência Internacional sobre Princípios de Catalogação, ou
à época. A partir da criação do IBBD, o SIC foi a ele incorporado, < 'on fcrência de Paris, realizada em 1961. Reuniu representantes
sendo extinto, apenas, para dar lugar ao projeto CALCO, do qual d · 5 países e de 12 organizações internacionais, com diferentes
trataremos adiante. 1tlosofias e códigos de catalogação, dispostos a um acordo. O que,
Em 1975, o IBBD transformou-se em Instituto Brasileiro de dL• l'ato e muito importante, se concretizou foi a decisão sobre
Informação em Ciência e Tecnologia (IB ICT), voltado para os · 1b •çal hos para nomes pessoais e títulos uniformes, porque
sistemas especializados de informação, não mais como órgão cen- ba seados no bom senso e no respeito às características de cada
tralizador das atividades, mas como gerente e suporte técnico. 1 11 •ua ou país. Ou seja, determinou-se que o nome da pessoa
Dentre as inúmeras funções do IBICT destacam-se: o Catálogo l l'S P< nsável pela obra, ou assunto da obra, teria o cabeçalho de
Coletivo Nacional de Publicações Seriadas, a atribuição do ISSN H urdo com o uso da língua ou país desta pessoa. Quanto aos
(número internacional normalizado de periódicos), um programa 1it11l< e; uniformes, isto é, títulos pelos quais se reúnem as várias
editorial, a distribuição do Micro-IS IS e o suporte aos sistemas 1•tlii,:< cs ou manifestações de uma obra em um catálogo, dever-se-

26 27
ia utilizar o título original ou o título pelo qual a obra é mais de outras bibliotecas, redes e fundações , publicasse o que pod eria
conhecida. ser chamado de AACR2 Y' - não uma nova edição do código, mas
Discutiu-se també m a questão dos cabeçalhos para nomes de um a que refletisse acuradamente a prática atual da LC" .
entidades coletivas. Mas as entidades coletivas geraram e conti- Em 1969, 01:1tro evento marca substancialmente o caminho da
nuam a gerar celeumas inte rmináveis e não há acordo sobre o padronização: a Reunião Internacional de Especialistas em Cata-
assunto até hoje. Também na Conferência de Paris tratou-se do logação (RlEC), realizada em Copenhague, com a participação de
impacto da eletrônica sobre a catalogação, havendo recomen- 2 países. A RIEC trouxe mudanças significativas para os códigos
dação de estudo do assunto . e a práticas da catalogação.
Após a conferência, vários códigos foram modificados, incor- O utro notável especialista em catalogação, Michael Gorman,
porando suas recomendações. Em 1967, a Alemanha substituiu as ·1pós estudo das informações encontradas em oito bibliografias
Instruções prussianas pe las Rege ln für die aljabetische Katalo- nac ionais correntes, apresentou um documento básico à RIEC,
gisierung (RAK) [Regras para a catalogação alfabética]. Ainda em de nominado lnternational standard bibliographic description
1967, publicou-se a primeira edição das Anglo-American cata- ! Descrição bibliográfica internacional normalizada], ou !SBD, que
loging rufes (AACR) [Regras de catalogação anglo-americanas], padronizava as informações contidas na descrição bibliográfica.
em trabalho conjunto da ALA , Canadian Library Association e Pa ra tanto, Gorman sistematizou a ordem das informações e a
Library Association (Inglaterra), embora tenham sido publicadas pontuação utilizada antes de cada informação, de modo a tornar
duas versões: urna inglesa e outra norte-americana. poss ível seu reconhecimento pelos computadores. A proposta de
Em 1969 editou-se no Brasil a tradução para o português da Cio rman, após apre9iação internacional , foi publicada em 1971
versão americana com o título de Código anglo-americano de ca- pe la !FLA, como !SBD(M), isto é, para mo nografi as.
talogação, ou o AACR, como é chamado. Este código passou a ser Seg uiram-se outras ISBDs, inclusive uma geral, para todos os
adotado em quase todas as escolas de biblioteconomia brasilei- ti pos de suportes, a ISBD( G). Hoje, as lSBDs dessa fase já se encon-
ras, praticamente extinguindo a diversidade de códigos no ensino . tra m em segunda edição e outras foram elaboraradas, cobrindo
Ao AACR seguiram-se uma segunda edição, conhecida como todos os tipos de materiais (oito ao todo).
AACR2 (1978.), também traduz ida no Brasil ( 1983- 1985), uma A !SBD, sim , representou um acordo no caminho da padroni-
segunda edição revista, o AACR2R ( 1988) e Emendas ao AACR2R 1'.ação . Todos os países se dispuseram a usá-la e esta aceitação
(1993). Acredita-se que a tradução do AAC R2R para o português, internacional acarretou mudanças nos códigos de catalogação, que
ora em processo, já incorpore as Emendas de 1993. in corporaram essas normas em novas edições. Acabou-se a era
O código é atualizado nos Estados Unidos pela LC, por meio do do. códigos nacionalistas, da catalogação individualista, das
Cataloging Service Bulletin , que também apresenta as inter- dec isões pessoais. Mas não da catalogação individualizada, ade-
pretações das regras segundo a LC, o que suscita inúmeros proble- quada aos diferentes universos de usuários. Isto porque a ISBD
mas. O código indica e a LC decide, inclusive de forma conflitante d ·ixa claro, no prefácio de sua primeira edição, que o conjunto
com o código. Não há uniformidade que resista! James Dwyer, ·o mpleto de elementos deveria ser incluído nas bibliografias
em editorial de 1981 no Journal of Library Automation, após a 1iac ionais, mas caberia a cada biblioteca a decisão sobre os ele-
edição do AACR2, propôs que a LC, "talvez com a ajuda financeira 1n c ntos necessários e adequados para seu próprio uso.

28 29
A padronização não está na quantidade de elementos, porém na Tec•1ologia, da UN ESCO) publicou, em 1974, seu Reference manu-
forma e na ordem - pontuação e posição - em que são regis- al for machine readable bibliographic description [Manual de
trados. Caso uma biblioteca decida incluir algu m e lemento, deve- referência para descrição bibliográfica legível por máquina],
rá fazê-lo de acordo com a norma - o bastante para efeito de voltado ao atendimento daquelas necessidades.
uniformidade e intercâmbio . O Manual de referência foi adotado pelos grandes sistemas
Outro aspecto basilar da ISBD é ter-se distanciado comple- internacionais de informação especializada. Em 1975 , a ISO edita
tamente dos cabeçalhos de ponto de acesso. Cita a Conferência de sua norma para referências bibliográficas: a ISO 690, também de
Paris, mas em nenhum momento induz a seu uso. A ISBD tem o ampla utilização.
toque da genialidade, não pelos elementos ou pela pontuação, mas Em complemento, a Organização Internacional do Trabalho de-
por ter de fato revolucionado conceitos e trazido novO's ares à envolveu um sistema (não apenas um formato) para geren-
catalogação. ciamento automatizado de informações científicas, o ISIS (lnte-
No entanto, apesar de todas as características positivas, a tran - grated Scientific lnformation System), assumido pela UN ESCO a
sição para a ISBD não foi tranqüila e gerou inúmeras polêmicas pa rtir de 1975 e distribuído em todo mundo. O ISIS acompanhou
durante toda a década. Por que o travessão? Por que a pontuação a evo lução tecnológica, havendo versões para mini e microcom-
precedida de espaço? A ISBD facilita ou dificulta a compreensão putadores: Mini -I SIS e Micro-ISIS (este também distribuído pela
do usuário? Superadas as discussões, a ISBD tomou-se a norma UNESCO) .
internacional para intercâmbio de registros bibliográficos, incor- .Jaime Robredo e Murilo ;Bastos da Cunha expõem de forma
porada aos códigos de catalogação nacionais ou de grupos lingü ís- didática e completa as características e a história dos sistemas
ticos, e, a partir dos anos 80, utilizada em todas as bibliografias es pec ializados. Para este manual, importa a existência de duas
nac1ona1s. l'o rmas diversas na visualização dos itens, embora a simbiose
Polêmicas menores à parte, outra questão maior se levanta, entre a documentação e a catalogação tenha contribuído para um
também durante os anos 70. A catalogação tradicional servia, e •rande enriquecimento mútuo . Essa divergência de filosofia na
serve, perfeitamente aos acervos culturais, artísticos e de lazer. abordagem dos itens só será contornada na década de 1990.
Mas se encontra muito distante das necessidades de informação O ano de 1972 assinala dois fatos importantíssimos: o início do
do universo técnico-científico. Nada de pseudônimos (ao contrá- S istema de Informações do Congresso (SICON), desenvolvido e
rio, quer-se o reconhecimento público), nada de páginas de rosto 1icl erado pelo Senado Federal , e a defesa da dissertação de mes-
criativas, nada de títulos esdrúxulos: a forma de apresentação tl"ldo de Alice Príncipe Barbosa, que tratava do projeto CALCO.
deve ser rigidamente padronizada, com necessidade imperiosa de A Bib li oteca do Senado Federal, como relata seu folheto Infor-
dissecação do conteúdo, resumos, informação concisa e, especia l- 111uçõe.s aos leitores , data de 1826, criada por indicação do
mente, rapidez no tratamento do item e na disseminação. visconde de Barbacena e reorganizada, em 1876, pelo visconde de
A área da chamada ' documentação' evo luiu rapidamente, indo /\baeté. Transferida para Brasília em 1960, com a mudança da
ao encontro das demandas de seus usuários. Enquanto os cata lo- capita l, ini ciou seu processo de automação uma década mais
gadores discutiam os espaços e travessões da ISBD, o UN ISIST (ini - tard e. Em 1972, o Centro de Processamento de Dados do Senado
cialmente Sistema Internacional de Informação para Ciência e

30 31
Federal (PRODASEN) começou suas atividades, impulsionando e bibliográfico. Existe, inclusive, urna recuperação por sinonímia
acelerando o programa de automação. dos nomes dos autores . No momento em que escrevo, o sistema
De todos os sistemas existentes no país, o do Senado Federal passa por uma nova reformulação e aguardam-se mudanças que,
é, inegavelmente, o que faz mais uso dos recursos tecnológicos e certame nte, virão aperfeiçoá-lo e torná-lo ainda melhor.
o primeiro a trabalhar em rede nacional em linha. Em 1972, A li ce Príncipe Barbosa defendeu sua dissertação de
Na década de 1980, o banco de dados de 1ivros passou a uti 1izar mestrado acerca do projeto CALCO (Cata logação Legível por
o AACR2 como base para a catalogação, embora se fizessem ne- Computador), baseado no MARC II da Library of Congress. O
cessários alguns ajustes. Hoje, o SICON conta com inúmeros ban - projeto tinha como objetivo transformar o SIC, por ela então diri-
cos de dados, sendo os mais importantes para os bibliotecários: g ido, em uma central de catalogação automatizada.
N.IUR (normas jurídicas: legislação primária e marginália), .JURI Para se ter idéia das restrições tecnológicas da época, o forma-
(jurisprudência) e BIPE (livros e periódicos, inclusive artigos, com to, desenvolvido e a ser utilizado no Rio de Janeiro, utilizava os
cerca de 150 000 registros, a partir dos quais é editada a Biblio- computadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em
grafia brasileira de direito , publicação corrente e atualizada). São José dos Campos, São Paulo!
São bancos de cabeçalhos autorizados: AUTR (autores, ed itoras Adotou-se como código padrão de cata logação o /\ACR ( 1967).
e títulos uniformes), THES (tesauro utilizado nos bancos de dados Durante a década de 1970, tanto a Biblioteca Nacional como a
de normas jurídicas, jurisprudência e discursos) e VCBS (voca- Fundação Getú lio Yargas realizavam ~studos para automação de
bulário controlado básico, utilizado nos bancos de dados de livros e us acervos. Em 1977, a BN divulgou suas instruções para o
e periódicos e de notícias de jornais). preenchimento de folhas de entrada para o CALCO, o que levou a
Demais bancos de dados de uso público: DISC (resumos de FGV a optar definitivamente por este formato, implantado em
discursos); BSEN (biografias de senadores); BDEP (biografias de 1980.
deputados); PARL (atividades parlamentares); MATE (tramitação A entrada da BN na rede, em 1982, projetou o CALCO como a
de matérias legis lativas); CONS (constituições); APEM (antepro- rede nacional por excelência para acervos multidisciplinares. Du-
jetos, projetos, emendas e substitutivos da Assemb léia Nac ional rante a década de 1980, adotou o nome de BIBLIODATA/ CALCO. A
Constituinte, 1988); SGCO (sugestões dos const ituintes); SA IC (su- rede abrange, hoje, cerca de 800 mil registros e congrega 63
gestões dos cidadãos para a Assembléia Constituinte); NOTÍCIAS institui ções cooperantes, o que significa mais de 200 bibliotecas,
(noticiário do Senado Federal); MSUL (documentos normativos do do Ceará ao Rio Grande do Sul.
MERCOSUL); .J ORN (notícias sobre a Assemb léia Constituinte Te nd o eleito como padrões o AACR2 e o formato MARC, é
divulgadas na imprensa); CAFE (cadastro da adm inistração federal totalmente compatível com s istemas internacionais de inter-
após 1990); MEMO (cadastro da administração federal até 1990); câmbi o de registros bibliográficos, no espírito do programa de
SIEL (informações eleitorais) e SIOR (i nform ações orçamentárias). ontro le Bib li ográfico Universal.
Tanto a a lim entação como a recuperação se faze m em linh a, Limites tecnológicos e financeiros impõem ao BIBLIODATA/
através de terminais do PRODASEN. Há muitos anos o sistema CALCO uma evo lução mais lenta, porém, ao mesmo tempo,
oferece, embora atualmente nos pareça corriqueiro, um a excelente possibilitam a cooperação de bibliotecas mais carentes de recur-
recuperação, realizando as buscas em qualquer campo do registro sos . A a lim entação se faz por meio de disquetes (durante muito

32 33
tempo foi feita com folhas de entrada) e, como saídas, são em trabalho apresentado ao Seminário sobre Controle Biblio-
fornecidas fichas para os catálogos, etiquetas de número de cha- gráfico Universal (1993, Rio de Janeiro), há falta de recursos em
mada e fichas de empréstimo. todas as instituições governamentais.
Os catálogos coletivo e de cabeçalhos autorizados, de nomes e A carência de suporte financeiro aos projetos biblioteconô-
de assuntos, são emitidos pelo sistema COM (computer output micos leva à necessidade de parcerias com a indústria da informa-
microfilm), em microfichas, com atualizações periódicas. ção, o que, por sua vez, leva, forçosamente, à flexibilidade e à
Prevê-se para 1995 o lançamento do catálogo coletivo em co- mudança de nossas práticas. Paralelamente, os computadores já
ROM, em dois volumes: um para obras estrangeiras e outro para permitem o intercâmbio de informações entre sistemas não
obras nacionais. Também para 1995 aguarda-se a edição do Ma- absolutamente idênticos, através dos denominados protocolos de
nual de cabeçalhos de assuntos da rede. Projeta-se, a médio pra- intercâmbio. A palavra-chave dos anos 90 é compartilhar. Por um
zo, a entrada de dados em linha, ao mesmo tempo em que se pre- lado, premidos pela necessidade; por outro, impulsionados pela
para a mudança do sistema, tornando-o compatível com as tecno- tecnologia, talvez possamos chegar agora ao sonho, quase utopia,
logias de quarta geração e as modificações introduzidas no MARC. de Otlet e La Fontaine, quando iniciaram seu controle biblio-
A BN 'congelou' seus catálogos anteriores, mas deu entrada no gráfico universal. !
BIBLIODATA/CALCO a todas as obras recebidas a partir de 1984,
estando a Bibliografia brasileira completamente atualizada em
máquina. Sob forma impressa, em um esforço que a fez publicar
24 núrneros em quatro anos, a Bibliografia brasileira chegou a
julho de 1994.
Dentre suas inúmeras responsabilidades a BN exerce também
a função de agência brasileira do ISBN, que tem o encargo de
atribuir aos livros editados no país a numeração internacional
padronizada do livro.
Sem dúvida, o Bll3LIODATA/CALCO, por sua padronização,
obediência às normas internacionais e meios de difusão, se tornou
um recurso inestimável, mesmo para as bibliotecas não-coope-
rantes, e o maior sistema do país em termos de catalogação tradi-
cional, como idealizou, mas não pôde ver, a professora Alice
Príncipe Barbosa em 1972.
Muito se fez, nacional e internacionalmente, na década de
1980, no tocante aos recursos tecnológicos. Nem sempre, porém ,
a evolução tecnológica foi acompanhada pelas práticas biblioteco-
nômicas. No entanto, hoje um fato mundial nos obriga a sair da
cômoda mesmice: a recessão. Como tão bem explicitou Delsey,

34 35
·nm de onde as informações devem ser extraídas para uso na re-
3
prese ntação. Fontes de informação são as partes onde se faz o
1 ·va ntame nto de informaçõ'es;jonte principal de informação é a

A prática da catalogação parte ma is importante do item para o levantamento de informa-


çõ s. Devem ser examinadas cuidadosamente as seguintes partes:

Para o levantamento de informações básicas, que servem à


A PRÁTICA da catalogação compreende diversas etapas e, em cada descr ição bibliográfica:
uma delas, inúmeros passos. De forma genérica, visual izam-se:
pág in-ª--de_!·osto, também denominada folha de rosto;
• leitura técnica do item ; ve rso da página de rosto, ide ntificad Ó cÕi11-~'~ [pági-
• descrição do item (capítulo 4 ); nas] pre liminares ';
• determinação d?s pontos de acesso e sua forma (capítulo 5); o utras páginas que a ntecedem a página }!e rosto, t~mbém
• determinação dos dados de localização (capítulo 6). identificadas como '~ relin2inares';
capa_, também identificada como 'outras preliminares';
Depois vêm o registro e o preparo do item e dos catálogos. Os
co lofão;
catálogos serão abordados no capítulo 7. Como este manual trata
encaries, bolsos ou pastas, se houver;
da catalogação de livros, todos os exemplos se referirão a livros.
apêndices e anexos, se houver;
Cabem, antes da primeira etapa, algumas palavras sobre um
g lossários, bibliografias e índices, se houver; muitas vezes
dos instrumentos de auxílio aos catalogadores, a catalogação na
a bibliografia aparece no final dos capítulos ou em n;tas
fonte ou catalogação na publicação, que consiste no registro bi-
de rodapé.
bliográfico impresso no verso da página de rosto do livro. Ore-
gistro é elaborado antes da impressão, a partir da boneca do livro,
11Yt A IT:NÇÃO! A página de rosto é a.fonte principal de infor-
e nem sempre se apresenta completo . No entanto, trata-se de um
bom indicador das características e assuntos do 1ivro, podendo 11wçc70 para livros e base para a descrição bibliográfica.
mesmo ser integralmente utilizado. Em Novos rumos da catalo-
Para o levantamento de informações sobre autor e assunto,
gação, Alice Príncipe Barbosa apresenta de forma abrangente o
que servem aos pontos de acesso e ao núinero de chamada:
histórico, objetivos e desenvolvimento da catalogação na fonte até
1977. Não houve mudanças substanciais a partir dessa data . ore lh a(s) ;
prefácio;
3.1 Leitura técnica sum ário, isto é, li sta dos capítulos e partes na ordem em que
que aparecem no livro (às vezes, erroneamente, o sumário
A leitura técnica consiste em a!l_a li sar o livro em processo de
é denominado índice);
catalogação (isto é, que temos em mãos para ser catalogado) do
introdução;
ponto de vista do bibliotecário, visando a levantar as informações
dados biográficos em partes específicas; alguns editores os
necessárias à sua representação. No entanto, há normas que in di-
posicionam na última página do livro.

36 37
O livro é folheado e examinado atentamente. As seguintes ll11111ças, estabelecendo relações entre si, e, finalrryente, permitir a
informações devem ser procuradas: 11H:a1ização de um item específico em acervo determinado.
/\ descrição bibliográfica, também chamada representação
• título, subtítulo e outros títulos; dcs ·ritiva, ou catalogação descritiva, é a parte da cata logação
• responsabilidade pelo conteúdo intelectua l do livro: autor, co- I" ·s ponsável pela caracteri:Zação do iteni~- -
autor( es ), colaborador( es ), tradutor( es ), editor( es) ou organiza- A descrição cabe extrai r diretamente do item todas as infor-
dor( es) ou coordenador( es ), outros responsáveis; 1naçõe , de interesse para o usuário, que individualizem o item,
• edição e outras informações sobre a edição; , lornando-o único entre os demais. Cada item possui apenas uma
• local de publicação:. sempre o no'.ne da cidade; . Í'\~ ~ d ·scrição e cada descrição se aplica a um único item.
• editora: nome da editora responsavel pela publicaçao; \jo.,~ Vári os exe mplares de um item significam uma única descrição;
• data de publicação: sempre o ano; ;}..();).() il ·11 · diferentes, mesmo apresentando conteúdo semelhante, têl11
• número de páginas ou volumes; ~q,t:t d ·scr ições diferentes. Por exemplo, três exemplares da mesma
• ilustrações : se são muitas, coloridas ou em preto-e-branco, de •d ição de Tieta do Agreste, de Jorge Amado, correspondem a uma
que tipo; única descrição. Dois exemplares de Tieta do Agreste, sendo um
• título da série e número do livro na série; díi terce ira edição e outro da quarta edição, correspondem a duas
• título da edição original, no caso de tradução; d ·sc ri ções diferentes. A descrição bibliográfica reproduz quase
• apêndices, glossários, índices, informações biográficas; Ioda · as suas informações na forma como se encontram no item.
• ISBN: número internacional padronizado do livro; Os pontos de acesso são a parte peL~ qual os usuários podem
• assunto( s); a ·cssar a represe1~tação de um iteín- no catálogo. Em catálogos
• informações que caracterizem o autor; manu ais, são pontos de acesso: responsabilidade pelo conteúdo
• discrepâncias entre diferentes partes do livro. Por exemplo, int e lectual, título e assunto do item. Em catálogos automatizados
título diferente na capa e na página de rosto; •111 linh a permanecem os pontos de acesso, mas é possível procu-
• relações entre est~ item e outros que existem na biblioteca. Por rar toda e qualquer informação contida na representação, embora
exemplo, o item pode ser um comentário, crítica ou conti- islo a lg umas vezes gere problemas na recuperação.
nuação de outro . Os pontos de acesso são rigidamente controlados, de forma a
O livro de Anamaria Cruz expõe, didática e minuciosamente, rn o haver am bigüidade ou dúvida na informação. Diferentemente
a etapa acima. Após cuidadosa leitura técnica, o catalogador está da descrição, que se atém ao item, os pontos de acesso são esco-
pronto para iniciar a elaboração da representação. lhi dos e determinados pelo catalogador, de acordo com regras e
normas, contidas em diversos instrumentos de auxílio.
3.2 As partes da catalogação Os dados de localização são as informações g_u ~ permitem ao
usuári o localizar um item em determ i1{ado acervo. Em câtál'ôgos
A catalogação compreende três partes: ~rição bibliográÍ1!.5__ , \ de uma única biblioteca, os dados de localização se limitam ao
pontos de acesso e dados de localização. Estas partes se ligam ao~t 111í111ero de CJrgm@ Em catálogos coletivos, compreendem tam-
~fato de que a cãtalogação deve: ind ivi a ualizar os itens, de forma h "111 a indicação da biblioteca onde o item pode ser encontrado.
que não sejam confundidos entre si; reunir itens por suas seme- '

38 39
().) \ r \Jl.Vtl l ~
._,
1

O conjunto completo da representação, com to''d as ~uas partes, pum decidir sobre normas passamos às regras impostas, mas com
e denomina~ Um item, embora tenha uma única repre- inum eráveis benefícios . A automação nos permite idealizar o dia
entação, ou registro bibliográfico (expressão usada, em geral, l' ll1 que um livro seja catalogado apenas urna única vez e esta
1os ambientes automatizados), e seja apenas por ela representado, t'11 lulogação seja usada por todas as bibliotecas, em todo o mundo.
iode ter várias entradas, correspondendo aos diferentes pontos de 'ódigos do passado indicavam todos os tipos de pontos de
1cesso pelos quais pode ser procurado em um catálogo manual. 11· ·sso . Cutter, nas Rufes, determinava também a forma de
Nos catálogos automatizados em linha, faz-se um único regis- ·lnb ração dos catálogos . Porém , o código em uso no Brasil, o
ro bibliográfico, ou seja, há uma única entrada e vários acessos. i\ CR2, ou Código anglo-americano de catalogação, 2.ª edição,
Quando não se dispunha de tecnologia adequada para duplicar 11 hrnn ge regras para a descrição bibliográfica (parte I) e pontos de
1 representação, ou entrada, de um item tantas vezes quantos tL' ·sso de autor e título (parte II), urna vez que os pontos de
ossem os pontos de acesso, criavam-se entradas diferentes para 11 · ·sso de assunto se tornaram por demais amplos e específicos,
naior facilidade de consulta. A primeira, completa, com todas as 111 ·rncendo instrumentos próprios.
nformações relativas ao item , chamava-se entrada_p_rinci ai eco- 'oncluída a leitura técnica e com urna noção geral do trabalho
neçava pelo nome do autor. As demais, re~nidas, Cõfít"endo ape- 1 L'll1preender, passa-se à primeira etapa da representação do item:
ias informações indispensáveis, denom inavam-se~n~das S!!_9!!J.::., 1 d ·scrição bibliográfica (capítulo 4). Antes, porém, mostra-se a
Jária~e se iniciavam pelos demais pontos de acesso e continham lnrni a tradicional de apresentação da entrada.
1ma nota remetendo à entrada principal para outras informações.
Há muito se dispõe de meios para duplicação da entrada; no en- 3.3 Margens e espaços na catalogação
anto, restou o conceito de entrada principal, talvez devido a que
l LC manteve esta forma quando iniciou a venda de fichas impres-
l'ü rma de apresentação da descrição bibliográfica de acordo
:as no começo do século. Irrelevante, amplamente discutido, l tllll a ISBD é:
onte de inúmeros atrasos na catalogação dos itens, o princípio da '1' 11 ul o / responsabilidade. - Edição. - Local Edi-
mtrada principal permanece, mesmo sendo sua supressão permiti- l u i ~ . Data. - Extensão. - (Série). - Nota 1. Nota
No ta n . - I SBN
la pelas normas internacionais. O desenvo lvimento da automação
1or certo acabará com esta idiossincrasia biblioteconômica. /\. catalogação tradicional continua utilizando margens e pará-
A escolha do ponto de acesso que indica e encabeça (inicia) a pl'nfos, apesar de sua pouca utilidade, e esta será a forma dos
mtrada principal é objeto de regras específicas de catalogação. 1· ·111plos neste manual. A catalogação completa utiliza três mar-
Código de catalogação é o conjunto de regras de catalogação 1' •11 s horizontais, contadas a partir dos espaços da máquina de
1ue determinam como elaborar a descrição bibliográfica e os 1· •· rever, e três blocos verticais, determinados a partir da mudança

~ontos de acesso. d • parágrafo em máquina de escrever. A BN, na Bibliografia bra-


Se durante muito tempo os códigos foram restritos a bibliotecas 1J/1'il"ll, sabiamente aboliu as linhas em branco entre parágrafos.
1,specíficas, posteriormente chegou-se aos códigos nacionais e,
loje, há normas internacionais a eles incorporadas. Autoniação e u · ATENÇÃO! Não se faz o alinhamento da margem direita
ntercâmbio requerem padrões. Da ampla liberdade individual 11os registros catalográficos !

40 41
Exemplos de margens e parágrafos na catalogação completa,
como expostos no livro de Nilcéa Amabília Rossi Gonçalves: 4
J23456789012345678901234567890 i 234567890 1 23 4 5678
1 (ESPAÇO USADO NO DESDOBRAMENTO)
2 Descrição bibliográfica
o
3 N. de
4 c h a m. Cabeça lho do p onto d e acesso princ ipal
5 T itu l o /Responsa bil idade . - Ed içã o .
1>1·: SC RIÇÃO bibliográfica é a representação sintética e codificada
6 Loca l : Ed i t ora , Data .
7 N. º d e pág. : il ustrações ; cm . - (Titul o (l<\s características de um item , de forma a torná-lo único entre os
8 d a sér i e ; n. º n a sér i e) d ·ma is.
9 /\ partir da RI EC, em 1969, criou-se um padrão internacional de
o Nota 1. d ·scri ção bibliográfica denominado ISBD (lnternational Standard
1 Nota 2.
lli l li graphic Description, ou Descrição Bibliográfica Interna-
2 Nota n .
3 I SBN 1011a l Norma lizada). As decisões da RI EC foram incorporadas ao
4 \ rn.2.
5 1. As s u nt o. I . Ou t r os p o n to s de aces s o. /\ 1s:so dividiu as informações descritivas em oito áreas, cor-
1 ' SI ondentes aos tipos ·de informação, e que compreendem ele-
Quando um livro tem seu ponto de acesso principal pelo título 1111111/os , isto é, cada uma das informações dentro de uma área. As
(porque não tem autor, ou porque tem quatro ou mais autores), as oilo áreas são:
margens são como segue :
• 1 - do título e da responsabilidade: onde se registram o(s)
12 3 4 567890 12 3 456 78 9 0 1 234 5 67890 1 234567 89012345
1 (ES PAÇO USADO NO DESDOBRAMENTO) 1ítulo(s) do livro e todos os responsáveis por seu conteúdo
2 N. º de / inte lectual ;
3 c h am. Titulo / Res p onsabili d ade . - Ed iç ã o. - • ... da edição : onde se registram o número e outras infor-
4 Local : Editora , Data . mações sobre a edição e os responsáveis por ela;
5 N. º d e pág. : i l ustrações ; cm .
• 3 dos detalhes e!;pecíficos de material: não é utilizada para
6 (Ti t u l o d a s ér i e ; n. º na sé ri e)
7
livros (usada somente para arquivos legíveis por computador,
8 No t a 1 . n1ateriais cartográficos, música impressa e periódicos);
9 No t a 2. • 4 - dos dados de publicação: onde se registram o local de
O Nota n . publicação, a editora e' a data de publicação;
1 I SBN
• 5 da descrição física: onde se registram a extensão do item
2
3 l . Assunto . I . Ou t ros pont os d e a cesso . (número de páginas ou vo lumes) e outras informações de
ca ráter físico (ilustrações, por exemplo);
• 6 da série: onde se registram o título da série e o número do
1ivro na série;

42
43
• 7 - das notas: onde se registra121 todas as informaçõe~_sie O capítulo O é introdutório; os capítulos 14 a 19 foram deixa-
interesse que_ n~ ugar específico nas- d~naJ..s á~s, dos em branco para inclusão ôe futuros suportes. Este livro utiliza
inclusive as relações do livro com outros itens; apenas os capítulos 1 e 2. Em cada um dos capítulos, as regras
e 8 - do número internacional normalizado do livro: onde se compreendem do is dígitos básicos : o primeiro corresponde ao
registram o ISBN e sua qualificação. capítulo, isto é, ao tipo de suporte, e o segundo, à área da ISBD.
Assim, de forma simples:
As áreas da ISBD são as mesmas para todos os tipos de mate-
riais. A ISBD utilizada para livros é a ISBD(M), isto é, para mono- • Regra (R) 1.0: Fontes de informação em geral; corresponde à
grafias. Existem mais sete ISBDs, sendo uma geral, a ISBD(G), que R 2.0 para monografias.
abrange todos os suportes e é arcabouço para todas as demais; • R 1.1 : Área do título e da responsabilidade para todos os tipos
outras ISBDS, relativas a diferentes tipos de suportes: ISBD(A), para de materiais; corresponde à R 2.1 para monografias .
obras raras; ISBD(CF), para arquivos legíveis por computador; • R 1.2: Área da edição para todos os tipos de materiais;
ISBD(CM), para materiais cartográficos; ISBD(NBM), para materiais corresponde à R 2.2 para monografias.
não-livro; ISBD(PM), para música impressa e ISBD(S), para publica- • R 1.3: Área dos detalhes específicos do material; não existe
ções seriadas. para monografias;
Na ISBD, as áreas e os elementos são indicados pela pontuação • R 1.4: Área de publicação para todos os tipos de materiais;
e pela posição. Esta determinação se deve à crença de que os co rresponde à R 2.4 para monografias;
sistemas automatizados reconheceriam as áreas e os elementos • R 1.5: Área da descrição física para todos os tipos de materiais;
graças à pontuação que os precede e à posição que ocupam no co rresponde à R 2.5 para monografias;
registro bibliográfico. A crença revelou-se demasiado otimista, • R 1.6: Área de série para todos os tipos de materiais;
mas a pontuação clarifica o entendimento do registro e a posição · rresponde à R 2.6 para monografias;
é a mesma das práticas usuais. • R 1.7: Área de notas para todos os tipos de materiais;
A parte 1 do AACR2, voltada à descrição bibliográfica, incorpo- 'O rresponde à R 2. 7 para monografias; ·
rou as decisões da RIEC, e portanto as ISBDs, dividindo-se em 13 • ll 1.8: Área de número normalizado para todos os tipos de
materiais; corresponde à R 2.8 para monografias.
capítulos.
O capítulo 1 abrange todos os tipos de materiais e corresponde ':. Alguns capítulos, como o 1 e o 2, compreendem outras regras,
à ISBD(G) (geral). O capítulo 2 é relativo às monografias; o • 1t lnt iv as a casos especiais, após a oitava área.
capítulo 3, aos materiais cartográficos; o capítulo 4, às obras As áreas, exceto a primeira, são precedidas de ponto, espaço,
manuscritas; o capítulo 5, à música impressa; o capítulo 6, às '- lt av ·ssão e espaço[. - ]. Cada elemento é precedido de pon-
gravações sonoras; o capítulo 7, aos filmes e vídeos; o capítulo 8, 11 11 ~· , o própria, como se verá a seguir. Os colchetes [] são utili-
aos materiais gráficos; o capítulo 9, aos arquivos legíveis por ) ' idos ·empre que a informação for suprida pelo catalogador, isto
computador; o capítulo 1O, aos artefatos tridimensionais; o capí- 1 ndo se encontrar na fonte de informação adequada.
tulo 11, às microformas; o capítulo 12, aos periódicos e o capítulo seguir listaremos os elementos da descrição bibliográfica,
13 ' às analíticas ' isto é, à análise de partes de um item. 1 vf"', f p11 1(· 111 não todos em todas as circunstâncias em que podem
. •. f ~
v':J ~' - ' 1 1 <

~ ·1· JJ 45
44
aparecer: apenas os casos mais comuns. Situações específicas e
co n~~ aparecem na página de rosto. A indicação de respon-
menos freqüentes, ou raras, são abordadas no próprio AACR2 e em
sabd1dade é precedida de espaço, barra oblíqua e espaço [;].
obras sobre exercícios de catalogação, como a publicada em 1995 Por exe mplo:
por Antônia Motta de Castro Memória Ribeiro.
Coz inheiros demais / Rex Stout
4.1 Os elementos da descrição bibliográfica :o-autore~·: os responsáveis intelectuais pelo texto de um
São elementos da descrição bibliográfica: livro, escnto em conjunto por mais de um autor. Os co-auto-
1~es são registrados se forem até três ('regra dos três'), na
!E Área do título e da respo.nsabilidade - a fonte de informação lorma como aparecem na página de rosto e, não havendo
é a página de rosto: nenhuma palavra de ligação entre eles, separados por vírgula
lffi título, ou título principal (o nome do livro). Como o título e ~sp~ço. ~avendo quatro ou mais co-autores, registra-se 0
é o primeiro elemento da descrição, não vem precedido de prime1r~ c1t~do, segu_ido de espaço, reticências, espaço e a
pontuação alguma. Registra-se o título ria forma em que ex pressao latma abreviada et ai. entre colchetes. Por exemplo:
aparece na fonte principal de informação, ou seja, na página CCAA2 em 58 li,ções / por Eliane Serrão Alves
de rosto. Por exemp lo: Me y e Maria Tereza Reis Mendes ·

Cozinheiros demais Metodologia científica / Eva Maria Lak 3 tos

@ título alternativo: um outro nome do livro, parte do título


principal, acompanhado da conjunção 'ou' ou equivalen-
Marina de Andrade Marconi

Planejamento de ensino e avaliação


'

/ Clódia
Maria Godoy Turra .. . [et al.]
tes em outras línguas . O título alternativo é precedido de
vírgula, espaço, da conjunção 'ou' grafada na língua do lffi tradutor: o responsável intelectual pela versão do texto em
título, vírgula e espaço[, ou,]. Por exemplo: outra língua_. A indicação de tradutor, após o(s) autor(es), ·
vem prece~1da de espaço, ponto e vírgula e espaço [ ; ]. Se
Guy Mannering, ou, O astrólogo
houver m~1s de um tradutor, segue-se pontuação igual à de
lffi subtítulo, ou outras informações sobre o título (um outro ql~a1,1do ha co-autores e se aplicando sempre a 'regra dos
título que acompanha o título principal, geralmente expli- tres . Caso o nome do tradutor não apareça na página de
cando-o). Reconhece-se o subtítulo porque este é grafado rosto, deve-se retirar a informação de outra fonte e registrá-la
quase sempre em letras menores ou diferentes das do título entre colchetes. Por exemplo:
na página de rosto. O subtítu lo é precedido de espaço, dois Cozinheiros demais / R~x Stout ; tradução@ Celso
pontos e espaço [:].Por exemplo: Nogueira (os dois pontos aparecem na página de rosto)
A biblioteca desaparecida : histórias da Informática para bibliotecas / Jennifer Row-
biblioteca de Alexandria ley ; tradução de Antonio Agenor Briquet de Lemos
lffi autor: o responsável intelectual pelo texto de um livro. As Filosofia da matemática / Stephen F. Barker .
informações de responsabi 1idade são registradas na forma tradução de Leonidas Hegenberg e Octanny Silvei~a
da Mota

46
47
Teori a d o s objetos / Abraham Moles ; [tradução
l~•I responsabilidade pela edição: o responsável pelas modifi-
de Luiza Lobo) (nome do tradutor no verso da página de rosto)
·ações ocorridas na edi·ção específica de uma obra que tem
lffi ilustrador, revisor, prefaciador entre outros: outros respon- seu próprio autor. A indicação de responsabilidade pela edi-
sáveis pelo conteúdo do 1ivro. futas indi@_ções só devem s.er ç é precedida de espaço, barra oblíqua e espaço [ / ]. Por
r:s;_gi trada e aparece.rem.Jlli_pigina de rosto; e o contrário exemplo:
devem ser ignoradas. A forma de transcrição e a pontuação
Economic hi s tory of England : a study in social
são idênticas às de tradutor. As informações sobre a respon- d ve lopment ~h.- Sth ed. / by e .
sabilidade são registradas na ordem em que aparecem na IÜ l i S l_p TUhf1'P~15/ürY>-U:
página de rosto. Por exemplo:
1•1 Area dos dados de publicação - as fontes de informação são
Intro dução à bibli o tec o nomia / Edson Nery da ll pág ina de rosto, outras preliminares e o colofão:
Fonseca ; prefácio d e Antônio Houaiss
l~'l lo ·ai de publicação: nome da cidade onde se localiza a edi-
tora responsável pela publicação do livro. Reg istra-se, sem-
~ ATENÇÃO! De modo geral, o nome do(s) tradutor(es) vem pre, a primeira localidade, embora haja exceções. O local de
após o do(s) autor(es) e precede informações sobre outros rubi icação é precedido de ponto, espaço, travessão e espaço
responsáveis; no entanto, deve-se seguir a ordem apresentada 1. - ]; .
na página de rosto. Não se briga com a página de rosto!

1
!B Área da edição - as fontes de informação são a página de 1 •ATENÇÃO! Se já houver um ponto junto à abreviatura da
rosto, outras preliminares e o colofão: pal av ra ' edição ', não se deve acrescentar um segundo ponto;
1ss im :
lffi edição: todos os exemplares de um livro produzidos com a 2. e d . - Rio de Janeiro (e não 2 . ed .. - Rio de
mesma matriz. A indicação de edição compreende um número .J11 11 j ro )

seguido da palavra edição, ou seu correspondente em outras


línguas. A área de edição é precedida de ponto, espaço, tra-
•H editora: nome da editora responsável pela publicação. Regis-
vessão e espaço[. - ]. Para a língua portuguesa, substitui-
lra-se, sempre, a primeira editora, embora haja exceções. O
se o número ordinal ou o número por extenso pelo algarismo,
nome da editora deve ser transcrito na forma mais breve pela
seguido de ponto e espaço, abreviando-se a palavra edição
qu al possa ser reconhecida. Como ajuda aos catalogadores, a
[2. ed.] . Não se registra a primeira edição, exceto quando
llN publicou a obra Catálogo dos editores brasileiros, onde
aparece na página de rosto. Por exemplo:
indica a forma de transcrição adotada. O nome da editora é
É um c ampo de batalha / Graham Greene ; tradução precedido de espaço, dois pontos e espaço [ : ];
de Ruth Leã o . - 2. ed.
'''' dota de publicação: data em que a obra foi publicada, cor-
Gramá tic a o bj e tiva I /. Adri a no da Gama Kury, , ·spondendo à edição do livro em processo de catalogação.
Uba ldo Luiz d e Olive ira. - 7. e d., rev . C) uando não há data de publicação, registra-se a data de

48 49
copyright, precedida da letra c minúscul a. A data é precedida de lffi dimensão do livro: altura do li vro, medida pe la pág ina de rosto
nas brochuras e pe la capa em obras e ncadern adas . A a ltura é
vírgula e espaço[, ]. Exe mplos:
expressa em centímetros ; qu ando há decimais, a rredonda-se
Cozi nheiros demais / Rex Stout ; tradução : Ce l so para o núm ero inte iro imediatam e nte superior: 21 , 1 cm = 22
Nogue i ra . - São Paulo : Companhi a d as Letras , .1 99 1 .
cm. Há uma discussão inút il sobre a inclusão de ponto após a
Filoso fi a da matemática / S t ephen F. · Bark e r ; a breviatura cm (com ou sem ponto, eis a questão!); aqui,
t radu ção de Leon idas Hegenberg e Octan ny S i lveira
usare mos a forma ad otada pela Bibl ioteca Nacional , com
d a Mota. ~ 2 . . ed . - Rio de Ja n e iro : Za h a r, 19 7 6 .
ponto. Inúmeras bibliotecas não mais registram a dimensão do
O e spiã o que s a iu do frio / John Le Car r é ; 1ivro, por ser de nenhuma utilidade prática, exceto para
t radução de Adelino dos San tos Rod r i gues . - Rio d e
Ja n eiro : Record~ ,{'~ 196 :i7L'
acervos organizados por tamanho. A dimensão é precedida de
es paço , ponto e vírgul a e espaço [ ; ]. Por exemplo:
!E Área da descrição física - a fonte de informação é todo o
Cozinheiros demais / Rex Stout ; t r adu ção: Ce l so
item :
Nogueira. - São Paulo : Compan hia d as Letras , 1 9 91.
lffi extensão do livro: número de páginas ou volumes. Registra- 223 p . ; 1 8 . cm .
se o número de páginas, seguido de espaço, abreviatura p e
.. Área da série - a fonte de informação é todo o item :
ponto [n p.]; no caso de livro em mais de um volume, o
número de volumes , segu ido de espaço, abrev iatura v e ponto >~ título da série: a série é, na verdade, um título comum a mui -
[n v.]. Na catalogação tradic ional , não há pontuação prece- tos livros. Por exemplo, um editor pod e reunir seus títulos de
dente, porque se ab re um novo parágrafo. Por exemplo: ro ma nces po lic ia is sob o títul o ge nér ico 'Co leção horas em
Cozi nheiros d emais / Re x Stout ; tr a d ução: Celso
·uspe nse', como fez a editora Francisco A lves . Assim, trata-se
Noguei ra. - Sã o Paulo : Comp a nh ia das Le t r as, 1 99 1. o título da série do mesmo modo como se tratam os títulos
2 2 3 p. prin c ipais de um item , utilizando-se a mesma pontuação. A
O novo processo civil brasile.i ro : (e xpos i ção sé ri e não tem previsão de término, nem de periodicidade. É
s i stemática do p r ocedimento) / José Car l os Barb osa reg istrada entre parênteses, precedida. de ponto, espaço,
Moreira . - Rio d e Janeiro : Forense , 1 975-1976. travessão e es paço, a pós a descrição físic a [. - (Título)];
2 V. !~ 1 número do livro na sérié: com freqüência, o livro recebe um
lffi ilustrações: il ustrações relativas ao texto encontradas no núme ro dentro da série . Quando este número vem precedido
item . Não são consideradas: ilustrações da pág ina de rosto, la pa lavra número ou vo lume, o termo permanece, mas de
vinhetas, decorações ou tabe las. A indicação de il u stra~ões lo rm a a breviada : n . ou v. Q uando não há palavra, registra-se
é precedida de espaço, do is pontos e espaço, acresce1~tando-se 11 pe nas o número, sempre em algarismos arábicos. O núme-
a abrev iatura il. [ : il.] . Por exemp lo: ro vem precedido de espaço, ponto e vírgula e espaço [; ]. Po r
1.:xcm p lo :
Teoria dos o b jetos / Abra h am A . Moles ; [ tra d u-
ção de Luiza Lobo ) . - Rio de Ja n eiro : Te mp o Br asi -
l e i ro , 198 1.
189 p. : i l. ,,----

51
50
Teor i a do s obj etos / Ab ra h a m Mo l e s ; [tra du- li 1 Ar •a das notas - toda e qualquer fonte de informação, inclu-
ção d e Lui z a Lobo ] . - Ri o de J ane i ro : Tempo Brasi - s iv ·externa.
l ei r o , 1 98 1.
1 89 p . : il. ; 21 c m. - (B i b l ioteca tempo un i- s notas são informações adicionadas pelo catalogador, de
v ersitá r io ; 62) 1111 ·r ·sse para o usuário, e que não têm lugar no corpo da des-
l l l\'HO . O catalogador deve ter sempre o cuidado de redigir notas
~ subsérie: título relativo · à parte, ·ou seção, de uma série e
1l1 1·isas e importantes, não sobrecarregando o usuário com ex-
que aparece sempre junto a uma série. O número do livro
1 '"so de in fo rmações. O AACR2 prevê inúmeras notas, algumas ·
pode ser relativo a uma série ou a uma subsérie, ou haver um
l 111d i · io na is e com forma de apresentação consagrada; outras,
número referente à série e outro à subsérie. A subsérie é rela-
11 1 nos importantes; outras, ainda, importantes, porém não muito
tivamente freqüente. A subsérie vem precedida de ponto e
111i li;;nd as. As notas seguem a mesma ordem dos elementos na
espaço, após a série [. - (Série. Subsérie; n.)]. Por exemplo:
d · ' ·ric,:ão. N a catalogação tradicional , cada nota é transcrita em
Pl a n e j a me nt o . d e e n s ino e a v aliação / Cl ó di a 11111 parágrafo, deixando-se um espaço entre o parágrafo da des-
Maria God oy Turra [et al . ] ; Ni a mara Pessoa
' i\·uo fís ica e da série e a primeira nota. Notas tradicionais:
Ri b e iro , r evis o ra . - 9 . e d. - Po rt o Alegre
PUC/ RS , 1 97 5. j;;I 11 0 / a de título original: indica o título da obra que serviu de
30 7 p. : il. ; 2 3 c m. - (Co leção livro-text o .
base à tradução, seja o título na língua original ou uma versão
Sé rie universitária )
•m outra língua. Convencionou-se, no Brasil, usar a forma
~ re!.ponsabilidade pela série: nome de pessoa ou entidade res- ' tradução de ', seguida de dois pontos, espaço e o título-base
ponsável pela série. A responsabilidade pela série deve ser da tradução, transcrito da mesma forma que o título principal:
transcrita apenas quando indispensável à identificação da
Teoria do s o b je t os / Abra ha m Mo les ; [tra du -
série. A responsabilidade pela série segue a mesma pontuação ,,., o d e Luiza Lob o ] . - Rio de J a n ei r o : Tempo Bra s i-
da responsabilidade intelectual pela obra, ou seja, é precedida l -> iro , 1 98 1.
de espaço, barra oblíqua e espaço [ / ]. Por exemplo: 189 p . : i l. ; 21 cm . - (Biblio t ec a t e mpo un i -
v rsit ário ; 6 2 )
(Ob r as compl et~s / Machado d e Assis ; v. 2)
Tradu ç ã o d e : Théo ri e des o bj e t s .
~ ISSN da série: o ISSN é o número internacional padronizado
das publicações seriadas (séries e periódicos). O ISSN é atri- l"I 110/a de bibliografia: utilizada para indicar que o livro tem
buído, no Brasil, pelo IB ICT e validado internacionalmente. bibliografia. A BN convencionou as seguintes formas:
É raro as séries receberem ISSN (apenas os periódicos costu- j;.111 1 ara bibliografia comp leta locali zadà em páginas específicas
· scqüenc1a1s:
mam ter esse número) . Quando existir, o registro é feito
após o título da série, precedido de vírgula e espaço [, ]. Por Bib li ogra fi a : p . x-y .
exemplo : l•~I pa ra bibliografia encontrada no final de cada capítulo, isto
(Russian titles for t he s pec i alis t, I SSN 030 5 - \ cli pe rsa na obra :
3 7 4 1 ; no . 7 8)
I nclui bibl iograf i as .

52 53
~ para referências bibliográficas encontradas em notas de lEl qualificação:se um livro tiver dois ISBNs, correspondendo a
rodapé: uma edição encadernada e outra em brochura, ou à edição
I nclui referências bibliográficas. para um país, simultaneamente destinada a outro, as denomi-
nadas edições transnacionais, colocam-se os dois números,
tffi nota de índice, glossário e dados biográficos: caso a obra pos-
indicando a qualificação correspondente a cada um deles,
sua um ou todos estes tipos de informação, faz-se uma nota
entre parênteses. Os dois números são separados por ponto,
informal, iniciada pela palavra 'Inclui' :
espaço, travessão e espaço[. - ]. Por exemplo:
Inclui índice e glossário.
Inclui referê n cias bibliográficas e índice. IS BN 0-684-14258-9 (enc.). - ISBN 0-684-14257-0
(b ro c h. )
Essas são as notas mais comuns e essenciais, mas há inúmeras
Co ncluída a descrição bibliográfica, a segunda etapa da cata-
outras, inclusive sobre situações não abordadas neste manual.
logação, ou do registro bibliográfico, é a determinação dos pontos
IB Área do ISBN - toda e qualquer fonte de informação, inclu- de acesso. ·
sive externa:
lffi ISBN: o ISBN é o número internacional padronizado do livro,
criado pelos ingleses em 1969, ratificado pela ISO e transfor-
mado em norma internacional em 1972. No Brasi 1, é atribuído
,,-às edições brasileiras pela Biblioteca Nacional. O ISBN se
' compõe de quatr~ grupos de dígitos: o primeiro, de dois
dígitos, corresponde à língua ou país de publicação; o
seguinte identifica o editor dentro da língua ou país; o terceiro - '55 N -+
)
grupo identifica o título em determinada edição; o quarto
1
gru po tem apenas um dígito de controle. Vem sendo cada vez (]5 0 _,.
mais utilizado, principalmente por editores e livreiros, porque
facilita o comércio editorial, tornando-se um elemento muito 't .:;- ' b ·,' )-, -.
~
importante na identificação dos livros. Na catalogação, é a
última informação da descrição bibliográfica, vindo no último }1

arágrafo. Por exemplo:


Cozinheiros demais / Rex Stout ; tradução: Ce lso
Nogueira. - São Paulo : Companhia das Letras, 1991.
2 2 3 p . ; 18 cm.
Tradução de: Too many cooks.
ISBN 85-7164 - 175-7

54 55
5
F I CÇÃO POLICIAL ,/ (ponto de acesso secundário)

~ lb u qu erqu e,
Paulo de Medeiros e .
Pontos de acesso O mundo emocionante do r o mance policial / Paulo
e Medeiros e Albuquerque. - Rio d e Janeiro : F.
/\l ves, 1979.
xxii , 508 p . ; 21 cm .
PONTO de acesso é um nome, termo, título ou expressão pelo qual
l . Ficção policial . I . Título.
o usuário pode procurar e encontrar, ou acessar, a representação
de um item em um catálogo. Em catálogos manuais, os pontos de O· pontos de acesso se apresentam sob forma padronizada .
acesso são: de responsabilidade, de título (aqui incluída a série) 1~ssa forma padronizada se denomina cabeçalho, porque encabeça
e de assunto. 11 ·ntrada. Assim , tem-se a expressão de uso corrente cabeçalho
Os pontos de acesso se dividem em principal e secundários. O rio 1w nlo de acesso principai, ou cabeçalho da entrada principal,
ponto de acesso principal é aquele que encabeça a entrada prin- du mesmo modo que se tem cabeçalho do ponto de acesso secun-
cipal, isto é, a primeira informação registrada, acima da descrição rlcírio, ou cabeçalho da entrada secundária. No exemplo, o nome
bibliográfica. Os pontos de acesso secundários são todos os de- do autor é Paulo de Medeiros e Albuquerque, ponto de acesso
mais pontos de acesso além do principal , indicados no último prin c ipa l daquela entrada· e assim registrado na descrição biblio-
bloco de informação, na denominada pista. Por exemplo: dili ca. No entanto, o cabeçalho do ponto de acesso principal é a
jqnna padronizada do nome do autor: Albuquerque, Paulo de Me-
(ponto de acesso principal)
d ·1ros e. A padronização dos pontos de acesso é fundamental para
,/
Albuquerque , Paulo de Medeiros e. 1 1 ·uni ão de itens semelhantes no catálogo, como, por exemplo,
O mundo emocionante d o r omance policial / Paulo 111dns as obras de um mesmo autor ou sobre um mesmo assunto.
d e Medeiros e Albuquerque. - Rio de Janeiro : F. C>s pontos de acesso principal e secundários têm sua origem no
Alves , 1979.
11•1111 n dos catálogos em livro, quando havia apenas uma entrada
xxii, 508 p. ; 21 cm .
1 111 li ccs que remetiam das demai s formas de busca para esta en-
1 . Fi cção polic i al. I , Título. 11 1d11 . No sécu lo XIX, com os catálogos em fichas elaboradas ma-

"'
(pista com pontos de acesso secundários)
1111 d11H.:nte, uma a uma, manuscritas ou datilografadas, a entrada
p1111 ·ipal ig nificava a representação completa do item, com todas
Em arn bientes não automatizados, cada um dos pontos de 1 111formações; as entradas secundárias eram abreviadas, resu-
acesso secundários indicados na pista deve ser desdobrado, isto 1111d11 ..;, co m uma indicação remetendo à entrada principal para
é, gerar uma ficha de entrada secundária, encabeçada por um q111·111 desejasse outros elementos. Assim , por essa necessidade de
destes pontos de acesso. Assim, o livro terá tantas fichas, além da 111 11111111ia de esforços e tempo, faziam-se dois registros, ou entra-
entrada principal, quantas forem suas entradas secundárias indica- d11 , dil'·rentes: uma entrada completa, encabeçada pelo nome do
das na pista, para inserção nos catálogos do público (ver capítulo 111111 >' d ·nominada ' principal ' e tantas outras entradas abreviadas
7). Exemplo de um ponto de acesso secundário desdobrado: ijll llllllS f sem necessárias, denominadas entradas 'secundárias'.

56 57
Convencionou-se o uso do nome do autor como cabeça lho da () <.:apítulo 20 é introd utó rio. O capítu lo 21 trata da escolha dos
entrada principal por ser esta a forma mai s comum de busca à pll11lo · de acesso, isto é, inc lui reg ras que determinam quais de-
époq. No entanto, a indi ssoc iabilidade e ntre o nome do autor e i ' lll ser os pontos de acesso de responsabilidade e título para cada
s ua obra é uma tradição oc)dental, oriu nda dos gregos,.diversa da lqHi de ite m, distinguindo o principal dos sec und ár ios . O capítulo
tradição oriental , e m que as obras são co nhec id as por seu título. 1 1 trata dos cabeça lhos dos pontos de acesso para nom es pesso-
As fichas impressas e ve ndid as pe la Library of Congress, no 11i ·~ o 23, para nomes geográficos; o 24, para nom es de e ntid ades
início do sécu lo XX, mantiveram o princípio da entrada principal l 11 1·ti vas;o25, para títulos uniform es; e o 26 trata das remissivas,
pelo cabeça lh o do autor, mesmo com todos os registros abso- 1 te manual abordará apenas os nomes pessoais, os títulos unifor-
lutamente idênticos, isto é, sem diferença entre entradas principais 111 ·s c a · remissivas , abrangendo so m e nte os casos mais simples.
e se'c undárias, ou compl etas e resumidas. 1k aco rdo com as regras do capít ul o 21, em termos si mpl es e
A a utomação tornou essa diversidade absol utam ente inútil , t l' 11lllidos, o ponto de acesso principal de uma obra será:
uma vez que se faz um único registro com vários acessos, e que
não precisam ser a penas aq ue les previstos para a catalogação 11 no me de se u a utor, se mpre, quand o há a penas um a utor
manua l. A lé m disso, os padrões internac io nai s e a uni versa lidade 1·1•sp nsáve l por e la ;
dos registros levam a uma v isão mais ampla do que o respeito a 1i 11ome do primeiro autor c itad o quando há até três autores (a

tradições ocidentais . · , • 1 ra dos três');

O conjunto desses fatos torna a entrada principal e a escolha de • ll 11 01111.:: do a utor indicado como principa l, quando há quatro ou

seu ponto de acesso, a cada dia, uma " relíquia da tecnologia tl\a is auto res;
ultrapassada", como bem diz Gorman. O próprio /\ACR2, em sua 11 títu lo da obra, qua"ndo há quatro ou mais autores e nenhum
introdução, levanta a polêmica e adm ite haver bibliotecas que não d ·s tcs é indicado co mo principal ;
consideram o ' princípio ' da ~ ntrad a principal. 11 títul o da obra, quando esta for a nô nim a (caso extremamente
Mas não se acaba com uma tradição de alguns séc ulos em rnro, para não.di zer inex iste nte, hoje em dia) ;
alguns anos . Inútil para o bibliotecário, despercebida e irre levante 11 títul o da obra, quando esta co ntiver várias obras indepe n-
para o usuário, ainda permanece e assim ficará por certo tempo a d ·ntcs, de vários autores , reunidas sob um títul o gera l, ou
entrada principal, gerando esforços sem sentido e muita polêmica 1111\.:tivo (isto é, quando se tratar de um a coletânea co111 título
internacional. Enq uanto não se leva o ' princípio' da entrada prin- ( ll/ l/l/111 ).

cipal para seu lu gar adequado - um mu se u da biblioteconomia 1> ·ve m- se criar pontos de acesso sec und ár ios :
- , este a inda deve ser ensi nad o e apre ndid o .
A seg unda parte do /\ACR2 abrange regras sobre pontos de para o título, se mpre , exceto quando o título for ponto de
acesso de a utor e título. A determinação dos pontos de acesso 1 • ·sso pri nc ipa I;

princip~I e sec undários compreende duas etapas: a primeira, de pnrn os o utro s auto re s, se ho uve r até três;
esco lh a dos pontos de acesso e a segund a, de forma dos cabe- pira o primeiro autor citado, have ndo quatro ou mais a utores
çalhos. 1 11 ·nhum indicad o como principal;
pi11 a os coordenadores, o rga ni zadores o u editores respo nsáve is
p11r uma coletânea de ob ras co m títul o coletivo, se forem até

58 59
três; havendo ma is de três, a pe nas para o pr im e iro c itado ; de [E q uatro ou ma is a utores:
nome- t ítul o e t ítul o pa ra as obras inc luíd as na co letâ nea, se Planejame n to d e ensino e avaliação / Cl ód i a Ma ri a
fo rem até três, ou para seus a uto res, se fo rem até três e houver Godoy Turra [et al .] . - 9 . e d. Po r to
Al egre : PUC-RS , 1 975 .
mais de três obras ;
307 p. ; 2 1 c m. - (Coleção l i vro-text o . Sé ri e
• para a sé ri e, se o li vro pe rtence r a um a séri e. universi t ária)
Os pontos de acesso sec un dár ios são indi cados na pista na se- I. Tu r ra , Clódia Ma ri a Godoy. II. Séri e.
guinte orde m : d ~ ass unto; de nomes pessoa is de a utores; de no-
.,.. obra anônim a:
mes pessoais de outros responsáve is; de nome- t ítulo para nomes
pessoa is; de nomes de e nti dades co let ivas; de nome- t ítul o para Before the cu rt ain fa l ls . I n di a napo li s Bobbs-
entidades co letivas; de títulos e de séri es. O s pontos de acesso de Mer ril l , c l 932 .
3 33 p . ; 2 O c m.
assunto são numerados com a lgari smos aráb icos ; todos os demais,
com algarismos roma nos . Não se re pete m na pi sta os títu los e os l"' co letânea co m t ítul o co leti vo o u comum :
no mes das sé ri es ; ape nas se indi ca a necess idade de se r fe ita Th ree Au s t r a li a n pl a y s / comp i l e d by H.G. Ki p-
e ntrada secund á ri a. Exe mpl os de pontos de acesso princ ipal e pax. - Ha rmo ndswo rth : Pe ng uin Books, 1963 .
secundári os, de autor e títul o: 311 p . ; 1 8 cm. - (Pengu i n play s ) ~
Con teúdo : The o ne day o f the y e ar / Alan Sey-
[E um autor:
mou r - Ned Ke l ly / Douglas Stewar t - The towe r /
Souza, Má rcio . lfa l Port e r .
A ca li grafia de Deus / Márc i o Souza . - São
I. Ki p pax , H . G . I I . Seymou r, Al an . The o ne day
Paulo : Mar co Ze r o, 1 994 . of t h e yea r. I I I. S tewart , Douglas . Ned Ke lly.
15 9 p . ; 2 1 c m. IV. Po rte r, Hal . The t o we r . V . Títu l o: The one day
I SBN 85-279 - 0168-4 f the y ear . VI. Tít u lo : Ned Kell y . VII. Título :
'l'h towe r. VIII . Sé r ie .
I . Título.

[8 até três a utores : li · /\T l·:N ÇÃO! Exceto qua nto ao po nto de acesso de assunto,
Campel l o , Be r nadete Sa n tos . rn ns ide rado implíc ito, todos os e le mentos que geram pontos
Fon tes d e informa ção esp eci a l i zada : car a cte- d · acesso deve m estar, obri gato ri ame nte, prese ntes na des-
t eríst i cas e utilização / Bernad ete Sa n tos Cam- 1 1 i ~ ao , sej a no corpo, seja e m notas . No e nta nto, a fo rm a do
p ello , Car l ita Maria Ca mp os. - Belo Hor i zon te pu11t o de acesso pode ser dife re nte da fo rma reg istrada na
Ed . UFMG, 1988 . 1k · ·rição, e o é na ma iori a das vezes .
143 p. ; 21 cm . - (Fo n tes de i n f ormação esp e-
cializada) 5.1 Po ntos de a cesso de nomes pessoa is
ISBN 85-7041-039-5
11 opí tulo 22 do J\A CR2 trata d os cabeça lh os de ponto de acesso
I. Campos , Carl i ta Maria. I I . Título . III .
p 11 111s nomes pessoa is, sej am estas pessoas responsáve is por uma
Série .

60 61
obra ou assunto de uma obra (co mo no caso de biografias). Esse John Creasey (no me ve r dadeiro ) o u um d os ps e udô ni -
capítulo também se divide em duas partes: na primeira, as regras mos :
Gord o n Ashe
sinalizam para a escolha do nome da pessoa que será a base para Michael Halli d ay
o cabeçalho; na segunda, indicam a forma do cabeçalho a parti r J .J . Marric
do nome escolhi do . As duas etapas são importantes porque as Anthony Morton
pessoas, às vezes, usam mais de uma forma de nome, mudam de J e r e my York
(não há fo r ma pre d omi n a n te )
nome ao longo da carreira, usam nome e pseudônimos simulta-
neamente, ou usam um único pseudônimo em conjunto com El l e ry Queen (pse udônimo c on junt o d e Frede ric Dannay
outra( s) pessoa( s). Ma nfred B . Lee ) .
Quanto à escolha do nome que será a base para o cabeçalho, Q uanto à forma do cabeçalho, após a escolha do nome, a regra
resumidamente, as regras determinam que se escolha: \ muito s imples: basta seguir a forma usada na língua da pessoa,
• a forma do nome pela qual a pessoa é conhecida, isto é, a forma ini c ia ndo-se o cabeçalho pelo sobrenome na grande maioria dos
encontrada na página de rosto de suas obras em sua própria ·asos . Mas existem situações especiais, dependendo da língua, ou
1íngua, seja seu nome ou um pseudônimo; 111 cs mo do nome adotado pela pessoa. Em síntese :
• quando as formas do nome variam em diferentes obras, dar • 11 a língua portuguesa: o sobrenome é o último elemento do
preferência à forma predominante; nome da pessoa, exceto no caso de .Júnior, Filho, Neto, Sobri-
• quando as formas do nome variam e não há forma predo- nho e assemelhados; os sobrenomes só são considerados com-
minante, dar preferência à forma mais recente; postos quando têm hífen ou formam uma expressão; os sobre-
• quando a pessoa usa seu nome e/ou vários pseudônimos, não 11 0 111 es de origem estrangeira seguem, em geral, a regra da
havendo forma predominante, fazer o cabeçalho de acordo com lí11 g ua estrangeira de origem. Exe1i1plos:
o nome encontrado na página de rosto;
Almei da, J o sé de
• quando duas ou mais pessoas usam um único pseudônimo para Vi anna Filho , Oduvaldo
obras escritas em conjunto, escolher o pseudônimo. Gu e rra-Pei x e , Cés a r
Exemplos: Cas tello Br anco , Ca r lo s
D Sordi , Ne ide Alves Di as (nome de origem italiana)
Agatha Chris tie
não Aga t h a Mary Cl a rissa Mill er Ma l lowa n 11t1 lín g ua espanhola, o sobrenome é o penúltimo elemento do
não. Mary West macott (pseudônimo e m algumas de s u as
ll P 11H.: ; se o sobrenome contiver um artigo, sem preposição, o
obras)
·nb ·çalho começará pelo a1iigo. Por exemplo:
Mark Twain
(p s eudônimo usado e m toda s as s u as o br as) Co a relo y Mo r i , Emi lio
não Samue l Cl e me ns (no me v erd a d eiro) l.a s He ras , Ma n uel Ant o ni o
C sa s , Bartolomé d e las
Ma ri a J osé Du p ré ( fo rma ma i s r ecente)
não Sra . Leandr o Dup ré ( f o rma ma i s ant i ga) 11 1 linoua inglesa, o sobrenome é o último elemento do nome;
1 11o ra111 -se as formas Junior (Jr.) e Senior (Sr.), que devem ser

62 63
omitidas do cabeçalho; se o sobrenome contiver prepos ições ou asse me lh ados , fazer o cabeçal ho na ordem direta, sem inver-
arti gos, estes ini c iarão o cabeça lho. Por exe mpl o: são. Po r exe mpl o:
Greene, Graham Adonias Filho
Dos Passos , John Fábio Júnior.
Le Carré , John
l. ÍNCilJA IN ICIA R PELOS PREFI XOS NÃO IN ICIAR
• na lín gua francesa, o sobrenome é o últ im o e lemento do nome; PELOS PREFI XOS
se o sobrenome contiver um arti go ou um art igo co ntraído com
um a pre posição, iniciar-se-á o ca beça lh o pe lo arti go o u pelo l)tl rt uguCs (No mes ck o ri ge m estra ngeira. Todos
de acordo eo m o uso da 1íng ua. )
arti go co ntra ído; sobrenom es compostos se iniciam pe lo pri-
Akmào A 111 . im. vo m. zu m. z ur Vo n. vo n de r. z u
me iro e lemento do sobrenome . Por exempl o :
1:span lrnl l .a. los De. de las. de ks . de los. dd
Beauvoir, Simone de
La . k . 1". des. du De. u·
La Fontaine, Jean de
Ou Mé ril, Edélestand Pontas 1lo lande s e ll a me ngn Ver T odo s os de mais
Saint-Exupéry, Antoine de l11 glCs To dos

• na língua ita li ana, o sobrenome é o úl t im o e lemento do nome; Italia no A. d". da, de. de ll. de ila, e.li . li. lo

se o so brenome contiver artigo ou pre pos ição, ini c iar- se-á o


cabeça lho pe lo arti go ou preposição (exceto no caso de nomes Tabe la 1. Uso de pre li xos de no mes pessoai s de diferente s lín g uas
até o séc ulo X VI , para os qua is devem ser consultadas fo ntes de
refe rênc ia). Po r exe mpl o :
lfij> A ITNÇÃO ! O catal ogador, embora deva conhece r as regras
Eco , Umberto
Da Ponte , Lorenz o que determinam a form a dos cabeça lh os, nunca está soz inh o
nesta tarefa . Existem inúm eros in strum entos de aux íli o: enc i-
• nas lín guas chinesa e hún gara, o so brenome é o prime iro do péd ias, bi ografias e, o ma is importante, as li stas o rga-
e lemento do nome . Po r exemp lo: ni zadas de cabeça lh os auto ri zados, como as da LC e as do
Mao, Ts e- Tung ll l ll U O DAT A/ CA LCO . Essas li stas são conh ecidas co mo ' li stas
Mo l n ár , Fere nc tk autor id ade' (embora a me lh or denomin ação em português
• no caso de no me form ado a penas por prenomes, inv erter a l'nsse ' 1ista de cabeça lh os a uto ri zados' ). O bom ca ta logador,
pos ição do seg und o prenome, como se fosse um sobre nome. a lém de sa ber faze r, sa be também onde procurar aux íl io .
Po r exe mpl o:
Ricardo, Cassiano 5.2 Pon tos de acesso de título

• no caso de nome fo rm ado por apenas um e lemento ou um 'ob a expressão ' ponto de acesso de títul o' se a bri ga m, não
úni co sobreno me, acrescido de Júni or, Filh o, Neto, So brinho e .1prnas os títul os próprios, ou princ ipais, da obra, mas também ou-
l 1ll s tí tul os pe los qua is a ob ra possa ser proc urada e as sé ries. A

64 65
séri e nada 111ais é do que u111 título co111u111 a várias obras indepen- 5.2.1 Títulos uniformes
dentes, publicadas e111 suportes físicos independentes. Registra-se
Os títulos unifor111 es, co111 0 o própr io nome diz, são títulos
o ponto de acesso de título na for111a co1110 aparece na descrição .
padronizados, que visa111 à reunião de todas as manifestações de
Não se faz ponto de acesso sec und ár io para subtítulo. Exe111plo:
uma obra no catá logo . Muito utili zados para mús ica erud ita, atos
Fontes de i nf ormação especializada lega is, escrituras sagradas, obras anôni111 as e obras tradu zidas em
Camp ello , Bernade t e Santos . vár ias 1ín guas, são reg istrados entre co lchetes, antes da descrição
Fontes de informação espec iali zada : caracte- bibliográfica e após o ponto de acesso principal de autoria.
rísticas e utilizaçã o / Bernadete Santos Campello , Opcionalmente, seg und o o /\/\C R2 , podem-se retirar os colchetes
Carlita Maria Campos . Be lo Horizonte : Ed. UFMG,
do título uni fo rm e que é ponto de acesso principal - forma usada
1988 .
1 43 p . ; 21 cm . - (Fontes de informação espe - no Brasil, e111bora não pareça 111uito lógica. Por exemplo:
cializada) Amado, Jorge .
ISBN 85 - 7041-039 - 5 [Gabriela, cravo e canela]
Gabriela, c l ove and cinnamon
I . Campos, Carlita Maria . II . Título. III . Série .
[M il e uma noites]
Ta111bém se registra o ponto de acesso sec undário de série na Histórias das mil e uma noites .. .
for111a co1110 aparece na descrição, el i111 inando-se os parênteses.
Oll
Não é necessária a transcrição do nú111ero do ite111 na série, 111as
Mil e uma noit es
pode ser incluído. As sé ries aprese nta111 às vezes pequenas varia-
Histórias das mil e uma noites ...
ções no no111e; neste caso, o catalogador deve un ifor111 izar o título
para reunir todo s os iten s pertencentes à séri e. Por exe111plo: O capítulo 25 do /\/\CR2 trata dos títulos uniform es, embora
Coleção horas em susp ense ; 14
não de forma completa, e segue as diretrizes estabelecidas pela
' onferência de Paris, em 1961. Em termos si111ples, o título
Rendell , Ruth.
uniforme para obras literári as, exceto as c láss icas ou aquelas
Noturno para Margaret / Ruth Rendell ; tradução
de Hélio Pólvora. - Rio de Janeiro : F . Alves, 1978 . escritas em alfabeto não-latino, é o títul o o ri ginal da obra ou um
156 p. ; 21 cm . - (Coleção horas em suspense ; títul o pelo qua l a obra sej a mai s conhecida. Por exe mpl o:
14) Dickens, Char les .
Tradução de: From d oom wit h death. [Pickwick papers]
As aventuras do Sr . Pickwick ...
I . Títu lo . II . Série.
Tradução de: Th e Pickwi ck papers .
w ATl :Ne,:Ao! Os pontos de acesso são normalizados pe lo
catalogador; no entanto, na descrição bibliográfica, tran s- Os títulos uniform es podem rece ber acrésc im o de língua, entre
crevem-se os ele111 entos de res ponsa bilidade e título tal como out ros, sempre qu e necessá ri o para distinguir ou reunir as dife-
aparecem na página de rosto. 1 ·ntcs 111anifestações da obra . Por exe mpl o:

66 67
o esquema ele classiticação. fornecem ao usuário uma dupla abordage m ele
Amado, Jorge.
[Gabri e la, cravo e canela . Inglês] assunto para os materi ais ela bib lioteca: a lógica e a tópica.
Gabriela, cl o ve a nd cinnamon Shera e Ega n, citados por Wynar, resumiram os objetivos da
O título uniforme é di spensável quando idêntico ao título catalogação de assuntos como segue:
principal da obra. Finalmente, no caso de obras baseadas em 1. Prover acesso por assunto a todo material ºre levante.
outras, ou que comentam outras, pode-se criar um ponto de acesso 2. Prover acesso por assunto aos materiai s através de todos os princípios ele
secundário de nome- título uniforme para a obra original. Por organização dos assu ntos, por exemplo. matéria. processo. aplicabilidade, etc.
3. Reunir referências a materia is que tratem substanc ialmente do mesmo
exemplo : assu nto. independentemente das di sparidades na terminol ogia. ou dispari-
Sutton, Felix. dades resultantes ele diferenças nacionai s, diferenças entre grupos de
Adventures of Tom Sawyer / by Mark Twain ; especialistas e/ou da natureza mutável dos conceitos do próprio tema.
rewritten for young readers by Felix Sutton 4. Mostrar as rclaçôes entre os campos do assunto. relaçôcs que podem
depender das simi litudcs da matéria estudada. do método. ou do ponto de
I. Twain, Mark . [To m Sawyer].
vista, ou do uso ou apl icação cio conhec imen to.
A decisão quanto ao uso de títulos uniformes depende de cada 5. Prover uma entrada para qLialquer campo de ass unto. cm qualquer nível
de anál ise. da ma is geral à mais especílica.
biblioteca. Bem empregado, torna-se um poderoso instrumento de
6. Prover uma entrada através de qualquer tcrm inologia comum a qualquer
auxílio para o usuário. grupo consideráve l de usuários. especialista ou leigo.
7. Prover uma descrição forma l do conteúdo do assunto para qualquer
5.3 Pontos de acesso de assuntos unidade bibliográlica nos tcr111os 111ai s precisos. ou específicos, possíveis.
csteja a descrição cm forma de uma palavra ou frase breve, ou cm forma de
Os pontos de acesso de assuntos não são abordados no /\/\CR2, um número de classilicação ou sí111bolo.
nem na maioria das obras sobre cata logação, porque a análise e a 8. Prover meios para o usuário selecionar entre todos os itens de u111a
representação do conteúdo de um item , ou representação temática, catego ria particu lar. de acordo com qua lquer conjunto de critérios escolhi do.
tai s co1110: mai s abrangente. ma is recente. mais elementar, etc.
ou indexação, se desenvolveram muito , tornando-se um campo de
estudo específico da biblioteconomia . O tema, neste livro, será Mary Piggott assina la:
tratado de modo genérico, apenas sinalizando para alguns dos O catalogador deve estabelecer o assunto especílico de um li vro dentro de seu
caminhos. contexto. levando c111 consideração a linalid ade para a qua l foi escrito. o
Wynar ressalta: ponto de vista cio autor, as li111itaçõcs de tempo e espaço cm que o assunto foi
Livros são as cxpressôcs escritas das idéias humanas e estas idéias podem ser estudado e o públi co leitor a que se diri ge. Muita dessa in formação pode ser
expressas sob diferentes pontos de vista e cm diferentes nívei s. Um assunto li.:vantada da página de rosto. sumário. esti lo e conteúdo das ilustraçôes, nome
pode ser tratado cm algun s li vros ao nível popu lar. cm outros, encontramos da série na qual o li vro füi publicado. poss ivelmente c111 conj unto com os
um tratamento cicntítico. Muitos ass untos podem ser d1sculldos cm um livro. 11 0111cs de outro s vo lu111cs na série: tal vez um prefácio manifeste explicita-
ou um assunto pode ser di scutido sob mú ltiplos aspectos. Os usuários podem 111cnte a tinal iclade do autor e o público leitor que ele tin ha em mente.
também solic itar li vros pai~a diferentes finalidades e o tratamento de um Obviamente, o título de uma obra é de primeira importância na designação
assunto que sati sfaça a um a categoria de leitor pode não sati sfa zer a outra. de scu conteúdo. [... J (: traba lh o do catalogador interpretar ou a111p lilicar a
[... 1Com o ri sco ele urna simplificação excessiva, pode-se di zer que[ ... ] os proposição do auto r, encontrar o símbolo de class iticação ou cabeça lho de
cabeçalhos de assunto dão uma abordagem tópica, re un indo todos os aspectos 1 s~ unto que colocará a obra.junto a outras cio mesmo assunto e, ass im, usada

ele um assunto sob seu cabeçalho ou nome. Quando tomados juntamente com

68 69
em eonjunto com a descrição bibliográfica, la representação temática] jável que se criem tantos pontos de acesso de assuntos quanto
pennitiní ao leitor decidir se o livro preenche, ou n<lo, as suas ne~cs sidades . necessários, desde que ajudem o usuário e não sobrecarreguem os
Deve-se te r muito cuidado no uso do título como fonte para catálogos.
determinação do assunto. Faz parte do anedotário da biblioteco- A obra mais recente, em português, sobre indexação, é a de
nomia a história do catalogador que classificou a obra Raízes do Lancaster, que divide a indexação em duas etapas: análise con-
Brasil, de Sérgio Buarque de Hollanda, em botânica ... Outro ceituai e tradução, isto é, representação do assunto na forma
exemplo significativo são os itens Viva o povo brasileiro, de João padronizada. Lancaster ressalta:
Ubaldo Ribeiro, e O povo brasileiro, de Darcy Ribeiro, comple- 1... l não existe um conjunto ·correto ' de termos de indexação para documento
tamente distintos, apesar das semelhanças de título e do nome dos algum. /\ mesma publicação pode ser indexada de forma bastante diferente
autores. em dikrentes centros ele informação, e deve ser indexada ele modo diferente,
Cutter, em suas Rufes determinou regras , ou princípios, para a se: os grupos de usuários estiverem interessados nesse documento por
clif'erentcs razôcs.
escolha dos assuntos e seus cabeçalhos. Resumidamente , pode-se
O indexador. então. deve formular várias perguntas acerca de um
pinçar das regras de Cutter: documento :
1. De que trata'!
a) uso do cabeçalho de assunto relativo à obra, e não relativo 2. Por que foi incorporado a nosso acervo'!
à classe em que se inclui este assunto; isto é, a maior especi- 3 Quais de seus aspectos serão de interesse para nossos usuários'l
ficidade possível;
O assunto de um livro pode ser representado por palavras ou
b) uso do cabeçalho relativo ao assunto preponderante, quando
po r códigos. Wynar assinala, com muita razão, que o usuário,
os assuntos de uma obra se superpõem;
bu scando informação
c) uso do cabeçalho na língua do usuário_;
d) eliminação de sinonímia; sobre determinado assunto. abordará o catálogo com questôcs formuladas cm
e) uso do cabeçalho mais familiar ao grupo de usuários da s uas próprias palavras, as quais, por seu turno. devem ser traduzidas cm
ea.tegorias formais (predeterminadas) de assunto do catálogo. Essa eomu-
biblioteca. nicação entre o consulente e o catálogo 1... l tcrá lugar independentemente do
Quanto ao número de assuntos a serem atribuídos, Cutter tipo de catálogo a ser con sultado ou do arranjo de suas entradas.
sugere as seguintes questões, para a inclusão de vários assuntos: Mais uma vez, devemos lembrar que lidamos com representa-
a) seria a obra de utilidade para quem estivesse buscando este ~ôcs e procurar saídas que facilitem ao máximo a busca por parte

assunto específico?; do usuário.


b) é esta entrada necessária, ou basta uma remissiva? Os itens , em geral, apresentam especificidades, aspectos parti-
•· ulares de um assunto, ou mais de um assunto; visando a expri-
Apenas conhecendo seus usuários pode o catalogador deter- 111 ir estas diferentes abordagens, a representa ão ode relac1oná-
minar o nível ótimo de indexação. De modo geral, em bibliotecas l11 s previamente, no mo~~·Ta·T.,,;dexação,
multidisciplinares, tem-se considerado que três assuntos são sufi- - _, _ -- -
...
denominando-se
111dcxação Rré-coordenada; ou relacioná-las eosteriormente, no
cientes para representar o conteúdo de um item de natureza téc-
nica e menor número, ainda', para obras literárias. Porém, é dese- -- _
1110111ento da busca, denomina1~se indexação eós-coordenada.
l'or exemplo:
_....,,._.,..~-

70 71
Catalogação - Automação (pré-coordenação) ' · torna desnecessário o controle da sinonímia, uma vez que todos
( A serem reunidos no
tlS termos remetem ao mes mo número.
Catalogação (primeiro assunto) momen to da bu sca : /\ inda se utilizam os sistemas de classificação, mas quase que
Automação (segundo assunto) pós-coordenação .) ·xe lu ivamente para organização e reunião dos itens nas estantes.
1loje, predom ina o uso de palavras, o mais próximas possível da
Em catálogos automatizados em linha, os assuntos de um item
1i11 •uagem natural. ·
podem ser recuperados pelos pontos de acesso do resumo ou do
/\ 1ista de cabeçalhos de assuntos da Library of Congress dos
título, preferencialmente em indexação pós-coordenada. Em catá-
1~ : l a d os Unidos é a 1inguagem de indexação pré-coordenada de
logos manuais, predomina a indexação pré-coordenada.
Houve experiências de pós-coordenação, do tipo ' unitermo', de ...... ----..:.__ -
11 s o mais amp lo no Brasil. Os cabeçalhos de assuntos sã~avras
- ~· ~ -
1H1 cx pressoes que representam os assu ntos, de forma indepen-
____.
uso manual ou semimecanizado, porém as dificuldades na busca
d ·nl e, não estruturados entre si. ~u pontos de vista se
e o avanço da automação tornaram estes métodos obsoletos . (Para
l' , prcssam por subcabeÇ°ãlhos, transcritos após o cabeçalho, den-
explicações pormenorizadas, ver A.C. Foskett, A abordagem te-
t 10 de uma hierarquia predeterminada.
mática da informação.)
Os ca beça lhos de assuntos apresentam vantagens importantes
Também estão caindo em desuso os catálogos de assuntos clas-
p:irn bibliotecas multidisciplinares: a) englobam um número
sificados, ou catálogos sistemáticos, isto é, que empregam códi-
• 1 •antesco de assuntos; b) possuem atualizações freqüentes; e)
gos numéricos ou alfanuméricos - sistemas de classificação -
110 encontrados em português, em microfichas ou disquetes em
para representar os assuntos. O uso de tais códigos torna a inde-
lunnato M icro-ISIS do 13113LIODATA/C /\LCO. Como desvantagens,
xação e a recuperação muito trabalhosas, com poucas vantaaens
pt1 lem-se citar: a) rigidez na pré-coordenação; b) dispersão dos
no dia-a-dia das bibliotecas. i:>
11 : untos nos catálogos; e) tendência à generalização dos assuntos,
Nesses catálogos, encontrar um item dentro do assunto dese-
d ili · i!mente abrangendo especificidades, necessárias em bi bl io-
jado significa, pelo menos, duas etapas para o usuário: 1) identi-
1 ··os especializadas; d) indicação de apenas um assunto em cada
ficação do assunto em um índice alfabético e seleção do número
1b ·c,:a lho, mesmo que o item relacione dois ou mais. As relações
de classificação desejado; 2) busca no catálogo sistemático.
1 111r • )S ass untos, quando possíveis, são feitas através de remis-
Quanto ao bibliotecário, existem as desvantagens: a) moro-
111 •1 1.1· (ve r parte 5.4).
sidade de atualização dos sistemas de classificação, em face da
/\ li sta do Bll3LIODAT/\- C/\LCO apresenta a seguinte estrutura,
velocidade com que cresce o conhecimento; b) representação
1· 111 ·lhante à da LC em edições anteriores:
precária de especificidades em certos assuntos, mesmo nos
sistemas mais avançados como a CDU; e) esforço adicional de não ÂSSlJN TO
só determinar os assuntos, mas também representá-los de acordo (escopo do assunto e notas sobre o mesmo)
com as tabelas de classificação. 1.c Forma encontrada na li sta da LC
Como vantagens para o usuário, pode-se assinalar: a) a reunião
r Termo sinônimo não utilizado
no catálogo não só de itens de mesmo assunto, mas também de
\' Termos relacionados e/ou assuntos mais específicos
assuntos correlatos; b) uso de qualquer palavra para busca, porque
l'nr cxemplo:

72 73
Catalogação Finalmente, os ~ são 1istas _de termos de .J.I lll campo
subdividido talllbélll pelos diversos tipos de material, p. ex: ·specífico do conhecilllento, previalllente estruturados, rel aciona-
Catalogação - Incunábulos, ... etc. dos entre si, visando à pós-coordenação em alllbientes automa-
LC Cataloging t i/.ados. (Para explicações pormenorizadas, ver Cordél ia R. Caval-
LC Cataloguing ·anti , Indexação & tesauro.) De modo geral, os tesauros se apre-
xx Bibliografia se ntam da seguinte for111a: ·
xx Bibliotecas - Processamentos técnicos
xx Biblioteconomia !\SSl lNTO ~~ C-..cL-
NL = nota explicativa
\H ,O... UI' = usado para (termo sinônimo não utilizado) ~f~
Edições lllais recentes da 1ista da LC apresentalll uma nova TG = terlllo genérico (assunto mais abrangente)
estrutura, procurando uti 1izar a terlll inologia empregada nos ff = termo específico (assunto(s) mais específico(s))
tesauros, porém a base é a mesma das edições anteriores; aliás, TR = termo(s) relacionado(s)
até o lllOlllento ainda não foi possível estruturar relações entre
todos os campos do conhecimento humano. Por exemplo:
13113UOTEC/\S OFICl/\IS
lJ I' Bibliotecas públicas
IEi' ATENC,:ÃO! As li stas de cabeçalhos de assuntos do
T(j Bibliotecas
BIBLIOD/\T/\-C/\LCO e da LC não permitem a inclusão de
Serviços de informação
gênero literário como assunto, exceto quando a obra é sobre
11 : Bibliotecas governalllentais
aquele gênero. Assim , a biblioteca deve recorrer a soluções
Bibliotecas internacionais
próprias quando quiser indicar a seus usuários o tipo de
Bibliotecas nacionais
1iteratura (romance, romance policial , ficção científica, entre
Bibliotecas parlamentares
outros).
TR 1 Bibliotecas espec ializadas

O banco de dados l ~ IPI :


(monografias e periódicos) do Senado 1~ qu a l a vantagelll dos tesauros? llllagine-se um usuário diante
Federal utiliza o banco de dados YCl3S (vocabulário controlado da t · h do computador, buscando Ulll assunto e encontrando um
básico), constituído de termos para pós-coordenação. Da mesllla 11 t'1111 cro expressivo de doculllentos, que torna necessário restringir
forma que em um tesauro, todos os termos possuem igual valor: t IH1 st:a . O usuário recorre ao tesauro, na própria tela, e escolhe
não há subtermos, ou subcabeçalhos;·da mesma forllla que na lista 11111 dos termos específicos, em questão de segundos. O inverso
de cabeçalhos de assuntos, não há hierarquia ou estrutura entre os l11 111h '·m é verdadeiro, do lllais específico para o mais geral, assim
1 11 1110 as relações entre os termos. As bases de dados comerciais
ter111os. No sistema do Senado Federal, todo e qualquer termo é
recuperáv el em todo e qualquer campo . É o uso de termos contro- p1•1rn it em, também, outras relações não-estruturais, de vizinhança
lados, de caráter multidisciplinar, para pós-coordenação em am- 111 1 1 ·unt:ameiito (cf. Jaime Robredo & Murilo Bastos da Cunha,

biente automatizado em linha. I )rir' 1111u1ntação de hoje e de amanhã):

74 75
BIBLIOGR*
BIBLIOGR Af-'IA IEi' ATEN ÇÃO! As remissivas só podem indicar cabeçalhos
BIBLIOGR Ar:IA ESPEC IALIZA DA existentes na biblioteca. Não se faz remissiva para o que não
BIBLIOGR Ar:IA GERAL existe!
BIBLIOGR AFIA NACIONAL
BIBLIOGR AFO As remissivas ' ver também ' devem ser cruzadas, isto é,
n:meter do ponto de acesso A para o ponto de acesso B e do ponto
As técnicas de recuperação e os recursos computacionais de acesso /3 para o ponto de acesso A . Por exemplo, vamos ima-
avançam , redirecionando a indexação e nos colocando mais pró- •inar que a biblioteca possua romances policiais de John Creasey,
ximes de nossos usuários. Provavelmente tudo ou grande parte do •scritos sob seu verdadeiro nome e sob os pseudônimos: J.J.
que foi dito acima estará obsoleto nos próximos cinco anos; cabe Marric e Gordon Ashe; neste caso, fazem-se as seguintes remis-
aos bibliotecários acompanharem essa evolução . s ivas cruzadas:
Cr easy , John Ashe, Go rdon Mar r i c , J.J .
5.4 Remissivas
ver também ver também ver t a mbém
As remissivas são pontos de acesso que remetem , isto é, indicam, Ashe , Gord o n Cre asy, J o h n Ashe , Go rdon
Ma rr ic , J . J. Marr i c, J. J . Creas y , J o hn
sinalizam, para outros pontos de acesso. Ferramenta de grande
auxílio para usuários e catalogadores, tanto em catálogos manuais !\s remissivas podem conter uma explicação: são as denomi-
como automatizados, podem ser empregadas em todos os tipos de nadasf,-emissivas explicativa:i:'i Por exemplo:
I ~-
pontos de acesso. Existem doi s tipos de remissivas: ver e ver SOUZ a , Jú lio Cés a r d e Me ll o e
também . As remissivas 'ver' remetem de um cabeçalho não auto- p ara obra s d es te a utor escri tas sob p seu-
rizado para um cabeçalho utilizado.-Por exemplo: - d ôn i mo, ver
Mac~e As si s ~ J.Jl}1,QA: @- fp J IS J.trv:k:1 Tahan, Ma l ba

ver Tah a n, Malba


Assi s, Machado de para obras deste autor escritas sob seu nome
As remissivas ' ver também ' remetem de um cabeçalho auto- v erdadeiro, ver
Sou za , Júlio César de Me ll o e
rizado para outro(s) cabeçalho(s) autorizado(s). Por exemplo:
Crea sy, J ohn
ver também
0J1te l ~ m catálogos manuais, as relações apresentadas pelas remis-
.i vns ão transparentes, tanto em remissivas de nomes, como de
Ashe , Gord on ,1.,s untos ou de títulos. Em catálogos automatizados, essas rela-
Halli d ay , Michael \ n ~s podem , ou não, aparecer na tela, mas também existem. No
Marr i c , J . J . l1111H.:o de dados BIPE, do Senado Federal , o nome de uma pessoa
Morton, An thony
York , Jeremy l'l 1d • se r escrito em outra língua e um dicionário interno dará
\ .1 11 .rs opções na tela, para escolha do nome adequado . Em

76 77
inúmeras ba~s de dado~ basta uma parte do nome para que se- 6
jam apresentados todos 70s nomes com aquela 'ra iz '. Por exemplo:
MEY* \
"'---fl oL.,. -í, , , Q'"
' "
MEY, CHUNG Dados de localização
MEYER, AMAURY l_z.,,,., J...',\. '
MEYNIEL, ROBERTA
MEYOHAS , MARIA
A TLR C l-:IRJ\ e últim a parte da cata logação se constitui dos dados
e assim por diante.
de localizaçclo, isto é, um código que permite a local ização de um
- • As remi ssivas não são a pare ntes, mas ex istem de fato, o q ~
item específico em deter!11Jliado ace rvo. Os dados de localização
sign ifica haver n ecess id ad ~de padronização dos cabeça lh os _e
podem co mp reender. código da bibl ioteca e número de chamada.
~ Ci·ia'Çã~ecams mosdiversos para o usuário chegar a~ cabe-
Ça tl10ãütorizad õ . Apenas um cuidado: em catá logos manuais, o --
----..:__...- ... -- --
. O código da biblioteca se dest ina, exclusivamente, a catálogos
-
co letivos. Q uandoum catá ogo abrange acervos de várias biblio-
-
excesso de -;e mi ss ivas pode acarretar dificuldades no manu se io.
tcc~ ecess id ade de um código indi cativo da biblioteca onde
No capítulo 7, relativo aos catálogos, se verá como as remi ss ivas
se e ncontra o ite m, para que o usuár io possa loca li zá-l o. Essa
são usadas também pelos catalogadores. O próximo cap ítul o tra-
co dificação é va ri áve l, dependendo do sistema. No BIBLIODJ\-
tará da última parte da catalogação: os dados de loca li zação.
1'/\/CJ\LCO , por exempl o:

HN = Biblioteca Nac iona l


= Fundação Getú li o Yargas
1111
tm = Uni vers id ade do Rio de Janeiro (UN I-RI O).

/\esse cód i<ro


b acrescenta-se o núm ero de chamada utili zado pela
biblioteca para o ite m es pec ífic o . Por exe mpl o:

UR 025 . 04 R 885i .

Difere ntemente do código da biblioteca, o número de chamada


\ usado por todo e qualquer acervo. Constitui um código, aposto
·111 lu gar visível do item (como a lo mbada do liv ro) e em seu re-
•istro bibli ográfico, de forma a loca li zá- lo fisicamente e m acervo
·s pccífico. Hou ve um tempo em que as bibliotecas ut ili zavam
111na loca/izaçãofixa: os livros eram orga ni zados de acordo com
·u tamanho e o rde m de c hegada, obte nd o um lugar permanente
1111 e. ta nte. Algumas bibliotecas ainda empregam esse método, por
l' ·onom ia de espaço. Ta l prática s ig nifi ca, porém, a impossibili-

d11dc de acesso direto às estantes, exceto a funcionários treinados.

78 79
Assim, este manual se limitará ao método mais difundido hoje: sim pie~ ~ev~ e flexível " . Os sistemas de c lassificação consistem
a localização relativa. A l ocalizaç~o relativ~~nsiste no ar@ni-º.. cm 1istas estruturadas de ass untos, nas quais estes são repre-
d_os itens de acordo com as relações de assuntos existentes ent~ sentados por códigos numéricos ou alfanuméricos ou, ainda, por
e , de forma que itens possam ser descartados ou novos itens símbolos. De modo corrente, esses códigos se denominam núme-
incorporados sem afetar a seqüência dos ass untos. De modo geral, ros de classificação.
D =e--'ai.esõ c h ama~com os segui ntes indicadores: Os números de classificação, como dito no capítulo anterior, já
roram utilizados para recuperação dos assuntos. Hoje, sua utili-
• 1ot~de ass~nto, ou número de classifiç-ª.Ção: código
I J ade _se lin~ ita, quase ~xc lu sivam ente, à ordenação do acervü.I\"\·
relativo ao assu nto do item, de forma a reu nir na estante todos
class 1ficaçao, como a 111dexação, tornou-se um campo de estudo
os itens de mesmo assunto;
es pecífico da bib lioteconomia, com inúmeras obras teóricas e
• notação de autor: código relativo ao nome do autor (ou ao títu-
práticas, inc lusive em língua portuguesa. Assim , o tema é aqui
lo, em itens com ponto de acesso principal pelo título), visa a
apresentado de forma bastante superficial, visando unicamente â
distinguir entre vários itens com a mesma notação de assunto;
organi zação dos catálogos.
• out elementos distinti vos: usados para indicação de acervo,
Wynar assi nala qu e "qualquer 1ivro pode ser procurado por
ou distinção entre códigos idênticos de assunto e autor, simul-
autor, título, assu nto ou forma , mas pode ser organizado [nas
taneamente.
cstantes] apenas por um desses [aspectos] ". O número de c lass i-

~
O Í1ú1~ro de ch~r11adà) ao mesmo tempo que reúne itens de as- fi ca ão ~e pro õe a reuni-los e org~1izá-los pelQ_assunto.
unto ou gêl1ero ierne~1te no acervo, também ermite que cada Os números de c lassificaçã o são determinados a p~rtir de sis-
~ do ~~QS não seja confundido ~om nenhum outro, mesmo em lt.:mas de classificação . Há inúmeros sistemas de classificação; no
se tratando apenas de outro exemp lar. entanto, para preservar a lógica da organização, cada biblioteca
Inicia-se o registro do número de chamada, na ficha catalográ- deve escolher u111 único sistema a ser adotado, embora acervos
fica, à esq uerda da ficha, no espaço aba ixo daquele reservado ao es pecíficos ou partes de acervos possam ter uma lógica própria,
desdobramento do ponto de acesso secundário. Por exemplo: sempre que isto sign ificar maior faci lidade para o usuário.
Resu111 idamente, são estes os critérios levantados por Wynar
Notação
! de assuntO .f- Ponto de nccsso pura um bom sistema de c lass ificação:
Mende s, Ma r ia Te rez a Reis secu ndári o
0 2 5.32 a) deve ser inclusivo e abrangente, isto é, abranger todos os
--·-~
M6 12 Me y, Eliane Se rrã o Al v e s . 11 spectos de uma área do ~ on h e_s;i m ento e todas as áreas do
r Notação
CCAA2 em 58 liçõe s / p o r Eliane
Se r r ã o Al v e s Me y e Mari a Te r e za Rei s
rn nh ec im ~nto;
de aut or b) d_eve ser sistemático, isto é, estar organi zado logicamente,
Me ndes
do mais geral para o mais específico, agrupando assuntos rela-
rionados; ·
6.1 Notação de assunto
c) deve ser flexível e expansível , isto é, permitir (l inclusão de
A notação de assunto, corno definida por Wynar, "é........___
um símbolo nov os aSS!,Jntos;
9ue_ codifica um sistem ª- de c lassificação e, portanto, deve ser 1) deve empregar uma termino logia c lara e descritiva.

80 81
Os dois grandes sistemas de c lassificação, internac ionalm ente Cada dígito supl eme ntar correspo nd e a uma subdivisão do
empregados, são a Class ifi cação Dec im a l de Dewey (CDD) e a ass unto ma ior, seme lhante ao sistema métrico decimal, donde ser
Classificação Decima l Uni versa l (CDU), inicialmente embasada chamada de c lass ificação decimal. Assi m, a organi zação nas es-
na CDD . - tantes se faz na orde m do exemp lo acima, a partir do díg ito mais
~ Browi_vcriararn seus próprios s iste mas, porém o gera l. e, caso haja mai s de uma obra com o mesmo número de
de importância fundamental fo i o de Ranganathan: a Class ifica ão class ificação, pelos cód igos dos autores dentro desse núm ero. Por
dos Dois Pontos. O siste ma em si é bastante compli cado para uso exemp lo:
---------------
prát ico, mas Ranganathan elaboro u um a teoria da classificação,
basil.ar a todo desenvolvimento posterior dessa área do conheci-
015
025.3
Bibliografia geral
Cata logação
mento e de muita influência em outros ca mpos da biblioteco- 025.32 Cata logação descritiva
nomia. A345 (a utor A)
Segu ndo Wy nar, Dewey cri ou seu sistema de class ificação M6 12 (a utor M)
baseado no sistema de 'ij illiam T.orr~~ de 1870, seguidor 025 .34 Cata logação de materiais especiais
de Hegel e qu e inverte u a c lass ificação fil osófica do conheci-
. !\ pri.ncipal característi ca da CDD é a sí1~abra nge um
-me~borada ~ ~
po~ Francis Bac;;0Ü~ in~~ano fo i
num ero imenso de assuntos, porém, tal co mo a lstà de cabeçalhos
organizado em dez gra ndes classes, por sua vez subdi vididas em
dez subc lasses cada uma e assim por diante. Cada urna das subdi- da Library of Co ngress, é ma is ge nera li sta, não atendendo às
visões corresponde a um aspecto/assunto mai s es pecífico dentro espec ificidades necessárias a bibliotecas espec iali zadas. Já a<c·1 )LJ)
do assunto. O sistema possui urn a hierarquia rígida entre os possui edições amp liadas para in úm eros assuntos, porén( sua
assuntos, mas permite que o usuário, ao buscar na estante urna notação cheg3 a uma quan tidade incríve l de dígitos e sft"i1 ~
obra so bre deterrn inado assu nto, encontre-a junto a outras sobre proksSõra Cordéli a R. Cava lcanti corí"tou a se us alunos qu e, certa
o mesmo assunto e relati vamente próxima a obras sobre assuntos vez, encontro u um a publicação de 38 pág inas com um a notação
correlatos. Na página a seguir, embora se tenham cortado inú- de 38 dígitos! A lóg ica é simpl es: quanto menor a publicação,
meras outras subdi visões, antes e depois daquelas incluídas, apre- 111ais es pecífico o ass unto e, em co nseqüência, maior o número de
se nta-se um exemplo, extra ído da CDD: class ificação. Lógica tran spare nte, mas praticidade nul a (co mo
dizia a professora Myriam Gusmão de Martins, dentro em breve
025 Fu nções da biblioteca se rão necessá ri os palitos de sorve te para transc rever a notação na
025 . l Administração lombada). Brincadeiras à parte, o ca tal ogador deve ter sempre em
025 . 17 Tratamento de materiai s es peciai s mente qu e o objet ivo da notação é orga ni za r os itens no ace rvo,
025. 171 Manuscritos, materiai s arqui vísticos, obras n<io e l~borar_códigos perfeit~~' ~1a ~xtre m ame~co mpli ~os
raras para o dia-a-dia dos i:1suár ios .
025. 177 Materiais audiovisuais Wynar indi ca a lgu ns princípios a sere m seguidos pelo cata lo-
025.177.3 Film es e d iapos itivos µador , aq ui transcritos li vremente e acresc idos de outros critéri os :

82 83
.fi . . . ~~' d
• c 1ass1 1que um item, pnmeiramente, por seu assunto e, epo1s,
. a classificação é linea r e. portanto. unidimen sional: porém. as relações entre
livros são multidimen sionai s e não podem ser representadas como projeção
por sua forma, exceto no caso de obras da classe general ia e de
de uma linha reta. Por ser a class ilicação linear. deve-se designar um lünicol
1iteratura;
número de classificação a um livro. trate este livro de um ou vário s assuntos.
Por essa razão. foi necessário desenvolver abordagens de assunto suple-
• classifique o item no assunto mais específico que o contém . [A
mentares para os materiai s classí licados. atravé s de cabeçalhos de assunto e
meu ver, a diretriz mais correta seria classificar o item no as- remi ss ivas que os conectam .
sunto mais abrangente, até o limite de não confundi-lo com ou-
tros assuntos, tendo em vista o uso do menor número possível Vale também ressaltar que nem todas as bibliotecas utilizam
de dígitos]; s istemas tradicionais de classificação para todos os tipos de
acervos. Bibliotecas infanta-juvenis, por exemplo, substituem
• se o item incluir dois ou três assuntos, classifique-o pelo assun-
'números por uma codificação de cores, indicando gênero e/ou
to predominante ou pelo primeiro assunto tratado; se incluir
faixa etária. Segundo relato de Briquet de Lemos, algumas biblio- '\
mais de três assuntos, classifique-o na classe geral que con-
tecas inglesas, ao invés da classificação, utilizam símbolos para
tenha todos os assuntos. [Aplicável à CDD; a CDU permite a
gêneros 1iterários, o que parece de muita praticidade, tanto para ~
relação entre assuntos];
o usuário como para o catalogador. )
• classifique o item no número que provavelmente será mais A entidade correspondente ao ministério da educação dos Esta-
usado, e tenha uma razão para fazê-lo. [Isto porque muitas dos Unidos (Department of Health, 'Education and Welfare) criou
vezes os assuntos podem ser classific<'.dos em diferentes cate- um esquema de classificação para as bibliotecas escolares ameri-
gorias no mesmo sistema de classificação] ; canas, em que os grandes assuntos são representados por letras,
quase sempre mnemônicas, correspondendo às diversas discipli-
• leve em consideração a intenção do autor e a finalidade óbvia
nas do currículo. Enfim , diferentes soluções para diferentes públi-
do item;
- --------
~
cos, todas igualmente válidas.
• deixe espaço para novos assuntos com seus assuntos rela- - -
cionados; 6.2 Notação de autor
• registre cuidadosamente todas as decisões tomadas referentes /\ notaçào de autor se constitui em um código representativo do
à escolha dos números de classificação (ver capítulo 7, sobre sobrenome do autor utilizado como cabeçalho do ponto de acesso
catá logos); principal. Por exemplo:
• classifique o item de acordo com o tamanho do acervo: acervos CAM Campe ll o , Bernade t e Sant os
maiores, classificações mais acuradas; acervos menores, clas- Fonte s d e in forma çã o esp ec ializada / Be r-
j No1aç;io1 nadete San tos Campe ll o , Ca rli t a Mari a . . .
sificações mais genéricas , sempre levando em conta que se 1
tk aut or

trata de um código para organização das estantes, não para


C utter criou uma tabela de códigos de nomes pessoais, ampla-
recuperação.
111cn te empregada no Brasil. Embora a ' tabela de Cutter', çomo
Em conclusão, Wynar lembra que

84 85
ficou conhecida, seja de grande utilidade para nomes da língua ou crie códigos adicionais para prenomes, por exemplo. Enfim,
inglesa, é bastante precária para nossa língua. .,. métodos diferentes daquele de Cutter são permitidos e aceitos
O usuário visualiza a tabela de Cutter como um código caba- por sistemas manuais e automatizados e se acham abertos à criati- r
lístico, sem nenhum sentido lógico. A tabela de Cutter representa \)' idade do catalogador.
cada sobrenome pela letra inicial, seguida de três dígitos. Quar~o ..A·
J
um sobrenome não se enquadrar exatamente no sobrenome 6.3 Outros elementos distintivos
previsto, deve--:Sé LiSãr o código imediatamente anterior. No caso
Existem coincidências de número de classificação e notação de
de obras éo1Í1 ponto dê .. ãcessÓ.princípal pelo título, o código de
autor para duas obras distintas ou para edições diferentes de um
Cutter corresponderá à primeira palavra do título que não seja
mesmo item. Por outro lado, a biblioteca pode conter diferentes
artigo. Por ex em pio:
acervos no mesmo espaço físico: acervo de referência, acervo de
Para uma obra com ponto de acesso principal pelo autor: obras raras, acervo de audiovisuais, entre outros, o que significa
CAMPELLO -> C193 armazenamento diferenciado dos itens, devido a seu suporte e/ou
Tabela: Campe 193 uso. Cabe ao número de chamada, mediante outros elementos dis-
Campen 194 tintivos, fazer com que cada item tenha seu número de chamada
próprio, de modo a torná-lo único. Geralmente se utilizam:
Para uma obra com ponto de acesso principal pelo título:
• indicação de acervo: letra(s) maiúscula(s) mnemônica(s), regis-
PLANEJAMENTO > P712 tr~da(s) acima do número de classificação, identificando o
Tabela: Plane 712 acervo; não se usam letras para o acervo geral. Por exemplo:
Plant 713
R
-----·-
( ~
--
Obra do acervo de referência.)
A grande vantagem da tabela de Cutter é permitir que sejam 015
consideradas mais de três letras no sobrenome do autor. No
AV (~Obra do acervo de audiovisuais.)
entanto, inúmeras bibliotecas, algumas gigantescas, usam um 025.32
código formado pelas três primeiras letras do autor, o que facilita
imensamente o trabalho do catalogador e a compreensão do • indicação do título: letra (geralmente uma) correspondente à
código pelo usuário. Esse sistema é largamente empregado na inicial da primeira palavra do título que não seja um artigo,
Europa, com ótimos resultados. Tomando-se os exemplos acima: registrada em letra minúscula após a notação de autor; quando
há mais de um título do mesmo autor ou de diferentes autores
ALBUQUERQUE ALB
CAMPELLO -> CAM
com a mesma notação, e letra inicial dos títulos coincidente,
PLANEJAMENTO PLA pode-se usar tantas letras quanto necessário. Por exemplo:

Como tais códigos servem apenas para ordenação nas estantes, Para Clientes demais, de R. Stout:
a partir de números de classificação idênticos, nada impede que 813.5 ou 813. 5
o catalogador, em sua biblioteca, adote maior número de letras, S889cl STOcl

86 87
Para Cozinheiros demais, de R. Stout: mente, os demais, não há necessidade de refazer a notação do
813. 5 ou 813.5 primeiro. Por exemplo :
S889co STOco 002 002
R66 6 d R6 66d
• indicação da edição: ~ado de edição registrado, abaixo da
2 . e d. 2. ed.
notação de autor e título, quando há mais de uma edição da
ex. 2
mesma obra. Por motivos óbvios, não se registra a primeira
edição. Por exemplo: Por questões práticas, o número de chamada, além de figurar
na etiqueta de lombada do livro, deve ser também registrado, a
Para a primeira edição: 002 ou 002
lápi s, no verso de sua página de rosto (preferencialmente) ou na
R666d ROBd
própria página de rosto, visando à fácil substituição em caso de
Para a segunda edição: 002 ou 002 perda da etiqueta.
H.666d ROBd oncluído o número de chamada, o item acha-se pronto para
2 . ed. 2. ed . reg istro, preparação para empréstimo e armazenagem nas estan-
• indicação de data: no caso de congressos, conferências e Lcs. Mas o que ~azemos com nossa catalogação, ou nosso registro
~evel}tOS assemelhadÓs, que se repetem em períodÓs estabe- bibliográfico? E o que veremos no capítulo a seguir.
lecidos, registra-se a data abaixo da notação de autor e título.
Por exemplo:
020 . 6381 020 . 6381
C749a C749a
1987 1989

• indicação de volume: dado de volume registrado, no caso de


obra que compreende vários volumes, abaixo da notação de au-
tor e título e do dado de edição, quando houver. Por exemplo:
036.9 036.9 036.9
E56 E56 E56
3. ed. 3. ed. 3. ed.
V. 1 V. 2 V. 3

• indicação de exemplar: dado de exemplar registrado, como


última informação do número de chamada, quando o item
possuir vários exemplares; este dado é importante para controle
de empréstimo, ou de danos em um exemplar determinado.
Caso a biblioteca receba um primeiro exemplar e, posterior-

88 89
7 lffi com entradas de responsabilidade, título e assunto organi za-
~adas separadamente, cada uma formando um cahlogo: catá=-
logo de autores, catálogo de títulos e catálogo de assui1tos;
Os catálogos neste caso, denomina-se_çatá/og o dividido; -
lffi CS:?.!!!._entradas de autores ~ títulos conjuntas e e.ntradas de as-
suntos separad~s , formando dois catálogos;
CADA um dos registros bibliográficos deverá ser incorporado aos
catálogos, automatizados ou manuais. Quando se trabalha em am- - ----
!E s istematicamente:
-
[EJ com entradas de assunte>s organizadas pelo número de clas-
bientes automatizados, dá-se entrada: uma única vez, ao registro
ificação, o que ex)ge um índice alfabético dos assuntos que
bibliográfico, que poderá gerar diferentes saídas, em variados su-
remeta ao número de classificação, e entradas de responsabi-
portes . Quando se trabalha em ambientes não-cog1pJ.1tadori~ados ,
1idade e/ou títulos organizadas alfabeticamente, em catálo-
em
~ form~ de saída_mais c9.!_num é_ fichas (tamanho-pàdrão de 7,5
go(s) separado(s).
cn) x 12,5 cm), fazendo-se tantas entradas, isto é, tantas fichas, d_9
;·egistro bibliográfico quantos forem ospÕntos d eace ssõ ; priÍ;ci- Tomando-se como exemplos os registros bibliográficos abaixo,
pal e secundários, ·indicados na pista, e os catálogos 'de controle obtêm-se os catálogos apresentados nas páginas subseqüentes:
.interno (ver seção 7.2 a seguir) .
~ál,Q~ além das características físicas vistas no capítulo 02 0
~ 76 i Fon seca, Edson Neiy da .
1, odem ser_divididos em dois grandes tipos: os do público,_2u Introdução à bib l ioteconomia / Edson Nery da
externos, e os auxiliares, ou i1~~rnos, para uso dos bibliotecários. Fonseca ; p refácio de Antônio Houa is s . - São
- ----- Pa ulo : Pi one i ra , 1992 .
153 p . il" ; 24 cm . - (Manua is de est udo}
7.1 Catálogos externos (()O._,~J
I n c l ui bi b li og raf ias e í nd i ce .
Os_çqtálogo§ externos ou do público incluem o registro biblio- Em apênd ice: Textos d ~ escritores brasileiros .

gráfico completo de cada um dos itens do acervo, organizados de 1. Bib li otecon omia . I . Título . I I. Sér i e .
modo a permitir a busca, no mínimo, pelos pontos de acesso de-
terminados para aquele item. Diz-se no mínimo porque os catálo-
gos automatizados em linha permitem , como dito antes, outras O?. ' . 32
Mfi l 2c Mey , Elia n e Serrão Alves.
formas de busca, além das previstas nos códigos de catalogação. CCAA2 em 58 lições / po r Eli a ne Ser r ão Al ves
Porém , !1.QS_ÇatálQ.gos.J]1anuais_,_M. txês tir.os de a.cesso: respon- Mey e Maria Tereza Reis Mendes . - Br asília :
ABDF , 1989 .
_s.abil.idad €, títHlo e assunto. vii , 16 9 p.· i 1 . ; 2 7 cm .
Os catálogQ2 ~ternos manuais podem ser organizados: _
Bibliografia: p . 1 5 9 .
In cl u i índ ic e .
!E _alfabeticamente: I SBN 85-7120-005 - X
[ffi _çomo um todo, com as entradas de responsabilidade, título
1 . Catal o gação d e scr i tiva . I. Mendes , Ma ria
e assunto intercaladas, chamado de catálogo dicionário ; Ter e za Reis . II. Tí tul o .

90
91
025.04 Manuais de estudo
R885i Rowley, Jennifer. 020
Informática para bibliotecas / Jennifer F676i Fonseca , Edson Nery da.
Rowley tradução de Antonio Agenor Briquet de
Lemos. - Brasília : Briquet de Lemos/Livros, Introdução à b i blioteconomia
1994. 020
xvi, 307 p. : i l . ; 23 cm. F676i Fonseca , Edson Nery da.

In c lui bibliografia e índice. Informática para bibliotecas


ISBN 85-85637-02-1 025 .04
1. Bibliotecas - Automação. I . Título . R885i Rowley, Jennifer.

CCAA2 em 58 lições
025.32
lE Catálogo dividido M612 c Mey, Eliane Serrão Alves.
lffi autores : CCAA2 em 58 lições / por Eliane Serrão Alves
Mey e Maria Te reza Reis Mendes. - Brasí lia :
ABDF, 1989.
025.04
R885i Rowley, Jennifer. ..
Informática para bibliotecas / Jennifer

025.32
M612c Mey, Eliane Serrão Alves. lffi ass untos :
CCAA2 em 58 lições / por Eliane Serrão
CATALOGAÇÃO DESCRITIVA
Mendes, Maria Tereza Reis 025.32
025.32 M612c Mey, Eliane Serrão Al ves.
M612c Mey, Eliane Serrão Alves .
CCAA2 em 58 lições / por Eliane Serrão BIBLIOTECONOMIA
020
020 F676i Fonseca , Edson Nery da.
F676i Fonse ca, Edson Nery da.
BIBLIOTECAS - AUTOMAÇÃO
In trodução à biblioteconomia / Edson Nery da
025 .04
Fonse ca ; prefácio de Antônio Houaiss. - São
1~885 i Rowley , Jennifer.
Paulo : Pioneira, 19 92.
Informática para bibliotecas / Jenni fer
15 3 p . : il . ; 24 cm. - (Manuais de estudo)
Rowley ; tradução de Antonio Agenor Briquet de
Inclui bibliografias e índice. Lemos . - Brasília : Br iquet de Lemos/L i vros ,
Em apêndice: Textos de escritores brasileiros. 1994.
xvi , 307 p . : il. ; 23 cm.
1. Biblioteconomia. I. Título. II. Série.
Inclui bibliografias e índice.
ISBN 85-85637-02-1
1 . Bib l iotecas - Automação. I. Título.
lffi títulos (com o primeiro registro ab reviado por economia de
espaço):

92 93
IB Catálogo dic ionário IB Catálogo s istemático
025.32 025 . 32
1025 . 04
R8851 Rowley, Jennifer. Mey, Eliane Serrão Alves. M612c
CCAA2 em 58 lições / por Eliane Serrão Alves
1025.32
M612c Mey Eliane Serrão Alves. 0 25.04 025.04
Ro wl ey, Jennifer. R885i
Mendes, Maria Tereza Reis
Informática para bibliotecas / Jennif er
025.32
M612c Mey, Eliane Serrão Alves. 0 20 020
Fonseca, Edson Nery da . F676i
Manuais de estudo
020 Introdução à biblioteconomia / Edson Nery da
F676i Fonseca, Edson Nery da . Fonseca ; prefácio de Antônio Houaiss. - São
Paulo Pioneira, 1992.
Introdução à biblioteconomia 153 p . il. ; 24 cm. - (Manuais de estudo)
020
F676i Fonseca, Edson Nery da . Inclui bibliografias e índice.
Em apêndice: Textos de escritores brasi l eiros .
Informática para bib l iotecas
025 . 04 1. Biblioteconomia. I. Título. II. Série .
885i Rowley, Jennifer.
102 0
F676i Fonseca, Edson Nery da.
CCAA2 em 58 lições w A T ENÇÃO' O núm ero de c ha mada passa para a direita da
025 . 32
M612c Mey, Eliane Serrão Alves. f ic ha; à esq ue rd a, permanece o n úmero de classificação, que
CATALOGAÇÃO DESCRI T IVA pode ser o u não igua l ao nú mero de c ha mada, porq ue um item
025 . 32 pode te r ma is de um ass unto re prese ntado.
M61 2 c Mey , Eli ane Serrão Alves .
BIBLIOTECONOMIA
020 IEl e se u índice alfabético de assuntos:
F676i Fonseca, Edson Nery da.
BIBLIOTECAS - AUTOMAÇÃO INFORMÁTICA - BIBLIO~ECAS 025 . 04
025 . 04 DESCRJ'ÇÃO BIBLIOGRÁFICA 025. 32
R885i Rowley, Jennifer.
' CATALOGAÇÃO DESCRITIVA 025 . 32
.Informática para bibliotecas / Jennifer
Rowley ; tradução de Antonio Agenor Briguet ' BIBLIOTECONOMIA 020
de Lemos . - Brasília Briguet de Lemos/Li- BIBLIOTECAS - INFORMÁTICA 025 . 04
vros, 1994 .
xvi , 307 p. : il. ; 23 cm. BI BLIOTECAS - AUTOMAÇÃO 025.04

Inclu i bibliografias e índice. AUT OMAÇÃO DE BIBLIOTECAS 025.04


ISBN 85 - 85637-01-1
1 . Bibliotecas - Automação. I. Título.

94 95
a- ATENÇÃO! O índice alfabético de assuntos dispensa o con- Os assuntos são organizados a lfabeticamente no índice.
trole da sinonímia, porque todo e qualquer termo sinônimo Livros que tratam dos s istemas de classificação demonstram e
indicará o mesmo número de classificação. exemp li ficam a elaboração desse tipo de índice (como o de M.A .
Requião Piedade).

Piggott, em seu exemp lo de catálogo sistemático, apresenta 7.2 Catálogos internos


duas soluções muito interessantes: a) e limina o ponto de acesso
principal por autor, para economia e maior clare~a na ficha; b) Os catá/o os internos ou auxi 1iares são os que dão suporte às__
acrescenta ao número de c lassificação representativo do assunto diferentes atividades dos e.ata ogad-;~s e demais bibliotecários.
0 ano de publicação do item, para auxiliar o usuário em sua esco-
Esses ~atálogos são indispensáveis para o controle dos cabeça-
lha. Assim (com o primeiro registro abreviado no exemplo): lhos, da coleção e_dos catá logos externos, permitindo a conti.:-
1~uidade_e_ a padro.oização do trabalho , mesmo que haja mudança
025 .32 025. 3 2 dosr esponsáveis. Os catálogos internos abrangem: catálogo de
19 89 M6 1 2c
CCAA2 e m 5 8 l i ções / po r Eli a ne Serrão Al ve s identidade, catálogo de assuntos, catálogo de número de classi-
ficação, catálogo de séries e de títu los uniformes, catálogo deci-
025.04 025 . 04 ório, catálogo topográfico, catálogo oficial e catálogo de registro.
1994 R8 85i
Informática para biblioteca s / Jennifer
02 0 02 0
7.2.1 Catálogo de identidade
1 992 F6 7 6 i
Int rodu ç ã o à b ibl io t e conomia / Eds on Ne r y d a
O catálogo de_identidade, também erroneamente denominado
Fonsec a ; prefá c i o d e Ant ô nio Houai ss . - São catálogo de autocidade, compree nde os cabeça lhos autorizados
Paulo : Pioneira, 1 99 2. para nom es de pessoas e de entidades coletivas, sejam elas res:
152 p . : il . ; 24 c m. - (Manuais de estudo)
... ponsáveis por itens ou assuntos de itens, Considero errônea a de-
nominação catálogo de autoridade, porque se trata de tradução
Ranganathan propôs que o índice de assuntos do catál~~o siste- li tera l do inglês authorityfile ou authority list; a melhor deno-
111 inação seria o termo catá logo, ou 1is ta, de cabeçalhos autori-
mático fosse um índice em cadeia, que mostra ao usuano a se-
qüência de assuntos, do mais espec ífi co ao mais geral. Por exem- :ados, enquanto Jaime Robredo considera ma is adequado catálo-
go, ou lista, com autoridade.
plo: . .
Descrição bibliográfica: Catalogação : Funções da biblioteca : _ Este catálogo pode eng lobar todos os nomes ou se subdi vidir
Biblioteconomia : Conhecimento cm geral 02).32 cm nomes pessoais, nomes de entidad es coletivas permanentes e
Cata logação : Funções da biblioteca : 13 ibli otcco nomia : de entidades co let ivas de caráter temporário (como congressos e
Conhec imento em geral : . 025.3
asseme lhados). Após o cabeça lh o autor izado, inform a-se:
.Funções da biblioteca: Bib lioteconomia:
Conhecimento cm gera l 025 IB o item que serviu de base para o estabe lecimento do cabeça-
Biblioteconomia : Conhec imento cm gera l 020
lho: título e data de publicação;
Con hec im ento cm geral 000

96 97
[B notação de autor: o acréscimo da notação de autor, seja ela
[B a fonte de informação para o cabeçalho, isto é, a fonte pesqui-
o núm ero de C utter ou as três primeiras letras do sobrenome,
sada: em gera l, há fontes-padrão para consulta. Para o Brasi 1,
facilita o trabalho de cata logação de novos itens do mesmo
são consideradas fontes bás icas: a lista de cabeçalhos autori-
autor.
zados do BIBLIOD/\TA/C ALCO (hoje disponíveis em microfi-
Exemplos:
chas ou disquetes em formato em formato Micro-ISIS) e a lista
de cabeçalhos autorizados da Library of Co ngress (disponí-
veis em microfichas). Caso o nome não seja encontrado em Tahan, Malba.
nenhuma das listas citadas, pode-se recorrer a diferentes obras O homem que calculava . 1984.

de referência, dependendo da especialidade do autor; não ./ BIBLIODATA/CALCO


sendo encontrado em obras de referência conceituadas, consi-
dera-se como base para o estabelecimento do cabeçalho a xx Souza, Júlio César de Mello e
fonte principal de informação do item em processo de cata- d 1895-1974

logação (tratando-se de livros, a página de rosto). Usa-se


anteceder a fonte por um s in a l indicando a existência (em ~~
geral um./) ou a inexistência (em geral um O) do nome na
fonte . Como as fontes são padronizadas, muitas bibliotecas Souza, Júlio César de Mello e.
fazem um carimbo com os títulos das fontes, a que o catalo- Matemática divertida e curiosa. 1994.
gador apenas acrescenta o sinal correspondente. As fontes têm
uma ordem de preferência para busca; caso o nome seja en- ./ BIBLIODATA/CALCO

contrado na primeira fonte , não há necessidade de pesquisa


x Mel lo e Souza, Júlio César de
nas demais; xx Tahan, Malba
[B remissivas : incluem-se todas as formas não utilizadas do d 1895-1974
nom e, ou outras formas do nome também utilizadas, que
deverão constar do catálogo interno e do catálogo externo. S729
Antecedem-se a.s remissivas 'ver' por x e as remissivas ' ver
também ' por xx;
Ficha a ser inserida nos catálogos interno e externo:
[B datas : muitos catálogos incluem as datas de nascimento e
morte (quando for o caso) do autor pessoal , precedidas da
letra d ; Mello e Souza, Júlio César de
[B outros dados: o catalogador pode incluir outros dados e ver
observações que considerar importantes para identificação
Souza, Júlio César de Mello e
do autor ou para uso do cabeçalho. No caso de entidades cole-
tivas qu e tiveram seu nome mudado, é importante indicar o
período de uso do cabeçalho;

98 99
Fichas apenas para o catálogo externo: O acréscimo do número de classificação ao assunto faz com
que todos os itens de mesmo assunto recebam o mesmo número
Tahan, Malba de classificação e, portanto, sejam reunidos no acervo. Exemplo:
ver também
CATALOGAÇÃO DESCRITIVA
Souza, Júlío César de Mello e
BIBLIODATA/CALCO
LC - Catalogíng
x Descríção bíblíográfíca
Souza, Júlío César de Mello e
xx Catalogação
ver também
025.32
Tahan, Malba

Descríção bíblíográfica
ver
IEi' ATENÇÃO! As remissivas 'ver também' precisam constar,
apenas, do catálogo de autores externo, por já estarem incluí- CATALOGAÇÃO DESCRITIVA
das nas fichas de identidade, de forma cruzada. No entanto, os
cabeçalhos não utilizados, isto é, remissivas 'ver', precisam
CATALOGAÇÃO DESCRITIVA
ser incluídos nos catálogos de autores, do público, e de iden-
ver também
tidade, do bibliotecário.
CATALOGAÇÃO

7.2.2 Catálogo de assuntos


CATALOGAÇÃO
O cqtáj_ogo de assuntos abrange os termos autorizados para repre-
ver também
sentação dos asstintos dos ite~Compreen e,taiil6ém, as fontes
CATALOGAÇÃO DESCRITIVA
pesq uisadas, termos não utilizados, termos relacionãêlõSConlÕ
assunto e o número de ci;ssificação cÕrrespondente. Indicam-se
os-te rmos sinônimos não utilizados pela remissiv~ 'ver', sinã-
Como no caso dos cabeçalhos de nomes, devem-se inserir as
lízada por um x; os termos relacionados são indicados pela remis-
remissivas 'ver' nos catálogos interno e externo; as remissivas
~-iva 'ver também', sinalizada por xx.
·ver também', apenas no catálogo externo.
Caso a opção da biblioteca seja pela lista de cabeçalhos de
assuntos da Library of Congress, as fontes de pesquisa são, nesta
7.2.3 Catálogo dos números de classificação
ordem de preferência: BIBLIODATA/CALCO (disponível em micro-
fichas e em disquetes em formato Micro-ISIS) e LC, acrescen- O catálogo dos números de classificação permite o controle sobre
tando-se o termo correspondente em inglês. o númer_o utilizado, de form a~e seja empregado pàra represeiJ-

100 101
tar um determinado assunto, evitando duplicidade de números ou 7.2.5 Catálogo decisório
_de interpretação. - - -
O catálogo apresenta o número de classificação, seu respectivo O catálog o decis~cio, de muita importância para os catalogado- ~
~ssunto, inclusive col11 sinônimos, e explicações sobre sua escolha res, serve para indicar todas as decisões tomadas quanto à catalo- ~ )
e seu uso, quando necessárias . . É organizado pela classificação. gação, de forma a permitir a c.ontinuidade do trabalho, mesmo que
por exemplo, no caso da Classificação Decimal de Dewey: mud_em os responsáveis .
Há inúmeros aspectos que cabem à decisão de cada biblioteca·
a utilidade, ou 1:;-ã o, .de certos- pontos de acesso; o uso de deter~
025 . 32
minadas edições específicas de sistemas de classificação; o uso,
CATALOGAÇÃO DESCRITIVA ou não, de tabelas de Cutter; a inclusão de certos itens em acervos
·DESCRIÇÃO BIBLIOGRÁFICA próprios, dentro da coleção, e assim por diante. Todas as decisões
adotadas devem , obrigatoriamente, ser registradas no catálogo
7.2.4 Catálogos de títulos .d ecisório . Exemplo:

O catálQgQ.ri.e séries s~ torna necessá i:_io porque, muitas vezes, o Editora - Enti d a d e X ~-rS,,i_(). r _')]), f J
título da série apresenta ligeiras modificações nos diferentes itens,
Ge r ar ponto d e acesso para a ent idade X quando
que não chegam a constituir uma nova série, mas dificultam a
es t a f or editora de um item.
reunião das mesmas. Assim , o título da série é transcrito, nades-
~ rição bibliográfica, d ~ forma co7iiõa parece no item, porém .é
padronizad-o no ponto de acesso . 7.2.6 Catálogo topográfico
O catálogo de séries também se mostra úti 1 para identificar sé-
rie~1elnudamCl e tTtu~ catálogo de séries traz apenas seus _O catálogQ toQogrijfj_cqc assim denominado ~ indicar a topo-
títulos padronizados e as remissivas cabíveis: ' ver' para o caso de gr~fia , Jsto é, a localização de todos os itens_!)oã~o~possui (
ligeiras diferenças no título e 'ver também ' para mudanças efeti- várias utilidades. ~ogo é~or anizado p~ ordem dos itens Jt
vas de título, obedecendo à mesma sinalização (x e xx) e à mes- no acervo, isto é, pelo número de chamada . Pode ser utilizaâo
ma inserção nos catálogos das demais remissivas exemplificadas. para inventário dÕ-acervo, ou seja, levantã";11ento da permanência
Quanto ao catálogo de títulos uniformes, este se mostra impor- ou extravio de itens ; visualização do número de itens sobre
tantíssimo pois, como indica o próprio nome, a uniformidade dos determinado assunto,~! iando- oserviço d~_aqti.isição;
controle sobre a organização aas estantes. -..,,
t-ítulos é essencial. Cada ficha traz o título un iform ~, expl icqções
sobre seu uso, quando cabíveis, e remissivas, se h~uver. Exemplo: O catálogo topográfico se constitui de cada um dos registros
bibliográficos completos relativos a cada um dos itens, aos quais
se acrescentam os volumes e exemplares existentes e seu respec-
[Leis etc .]
tivo número de registro (ver item 7.2.8 a seguir). Exemplo, com
Use para coletânea de legis l ação sobre assuntos
o primeiro registro abreviado:
diversos .

102 103
02 5. 3 2 -~s sLmplesé~ 1nanutenção- d_9S catálogos e~ern~?}onge
M612c Me y, El i ane Se rrão Alves. as ficha~ muitas vezes se extraviam ou se deterioram, devido ao
CCAA2 em 5 8 li ções I por Eli a n e Serrão Al ves manuseio constante. O catálogo oficial permite o controle sobre
os catálogos externos e a substituição das fichas. · )
025.04
R885i Rowl ey , Jennif e r. Sua segunda e mais j rµporta ite t!_t l! ização é pelos catalo-~
Inf o rmática p a ra bibli o teca s I J e nnif e r gadores. Assim que um novo item chega à biblioteca, o catalo-
gador de~ procurar no catálogo oficial a existência de possíveis
020
F676i Fonseca, Edson Nery da.
exemplares ou diferentes edições do ite1n recém -chegado .
Introdução à biblioteconomia I Edson Nery da Ca~e trate apenas de um novo exemplar de item já existente,
Fonseca ; prefáci o de Ant ô nio Ho ua i s s . - São não haverá. motivo para nova catalogação : o item seguirá dire-
Paulo : Pi o ne i ra, 19 92 .
15 3 P'· : il. ; 24 c m. - (Manua is de e s tudo) t·im ente para o registro e preparação para arm!lzenagem . ~e se
... tratar de nova edição, o que implica nova catalogação, o catalo-
93/258 - ex. 1 ( +- número de registro)
1ador poderá basear-se na catalogação existente, inclusive copian-
93/259 - ex. 2
do o número de chamada e outros dados de interesse, e evitar,
ass im , catalogações discrepantes, que separariam o item de suas
7.2.7 Catálogo oficial diferentes manifestações no acervo.
Em sistemas automatizados, faz-se busca idêntica, mas dire-
O catálogo oficial se constitui em uma réplica dos catálogos
lamente na tela. No BIBLIODATAICALCO, por enquanto realiza-se
extêi11ós mas inclui apenas um dos registros completüs: gerá l-
a busca em microfichas, mas em breve poderá ser feita em CD-
mente ~q ~ e d.Q.... onto de acesso principal. O uso do ponto de
ROM .
àcessõ principal como base acarreta inúmeros problemas, dentre
Nas fichas desse catálogo torna-se necessário acrescentar, após
os quais: a miscelânea de autores e títulos, uma vez que nem
11pista ou no verso da ficha , o ponto de acesso principal, para
todos os principais pontos de acesso são de autor; a confusão
·011trole desse tipo de entrada no catálogo externo.
entre itens com autores diferentes em diferentes edições; e as
Na página seguinte mostra-se um exemplo de catálogo oficial
inúmeras dificuldades na determinação do ponto de acesso princi-
m ga nizado pelo título.
pal e, em conseqüência, nas buscas nesse catálogo.
A proposta mais lógica, enquanto não se abole de vez o ponto
de acesso principal, é o uso do título como base para organização
7.2.8 Catálogo de registro Sl Q; , ~
do catálogo oficial, pois o título, ou o nome próprio, do item é tão ( > registro é, na verdade, u1n controle patrimonial a.dminj_stra-
indiscutível quanto o nome próprio de uma pessoa. O catálogo 11 vo, do acervo, devido ao fatode ~ivros serem considerados
oficial se mostra útil em ambientes não automatizados, em fichas. 1 l>ll\O material perma11ente. O registro assinala a incorporação d o-

Os ambientes automatizados o tornam dispensável, pois todos os 11l'111 ao acervo e sua saída, ou baixa, quando for o caso . Ainda
registros bibliográficos permanecem íntegros e de fácil consulta luq ·, muitas bibliotecas usam o chamado livro de registro ou de
nos terminais ou em microcomputadores. h111 1bo. Outras já empregam o registro sob a forma de catálogo em
Qual 3Wlf ·dade,,então, do catálogo oficial?

104 105
EXEMP LO DE CATÁLOGO OFI CIA L ORGAN IZADO l'ELO TÍ TU LO: Po r se tratar de um co ntro le patrim oni a l, mu itas bi bli otecas
consid eram o reg istro como o prim e iro passo do item na biblio-
020
F676i I nt r odu ção à bib l i o tecon omia I Ed son Nery teca. Em gera l, isto ocas io na probl emas, porqu e nem sempre a
' descri ção ' e la borad a pe lo a ux ili ar co in c id e com a descrição bi-
0 25.04
I nf o rmática pa r a b i bliot e ca s I J ennif er
bli ográfi ca do item . A me u ver, o reg istro deveri a re prese ntar a
R885i
clapa fin a l do itelll , antes de sua arm azenagem e do arqui vamento
025. 3 2 de suas fic has, aprove itando-se se u reg istro bibliográfico comple-
M612c to e co rreto e apenas acrescentand o-lhe o número seqüenci a l. No
CCAA2 e m 58 li ç õ e s I por Elia ne Se rrão Alves
Me y e Maria Te reza Rei s Me ndes . - Brasília : caso de reg istro em fich as , há tan tas fi chas de reg istro qu antos
ABDF, 1 98 9 . sej am os exempl ares o u vo lulll es, porqu e cada um de les corres-.
vi i, 16 9 p . i l. ; 2 7 cm .
po nde a um núm ero de reg istro di fe rente. Exem plo, co m o pri-
Bib liog r afia: p. 159 . 111 c iro reg istro abrev iado :
In clui ín di ce .
I SBN 85-7 1 20 - 005-X
3/ 259 - e x. 2 - do a ção
1 . Cat a l o ga ção d esc ri ti v a . I. Me ndes, Ma r i a
Te r e za Reis. II. Tít u l o . 020
Po nt o de acess o princ ip a l : Me y , Elian e Serrão F6 76 i Fo nse c a, Eds o n Nery d a .
Al v e s.
q)/25 8 - ex . 1 - compra
020
~fichas. O livro é mai s seguro; as fi chas, mais práticas. Em li vro o~ l"ó '/ i Fo nseca, Edson Nery da .
Introdução à bibli o t eco n o mia / Edson Nery da
1i- • 1 ~s itens são identificados por um núm e ro<seqü e nci a~po r Fo n s eca ; preráci o d e An tôni o Ho uaiss . - São
1
~1a ordern decliegãda, e o catálogo é organi zado por este núm er~ Pa ul o : Pione i r a , 1 992 .
15 3 p . : il . ; 2 4 c m. - (Man uais de estudo)
O reg istro deve ser feito por aux iliares, cabendo ao bibli o-
tecári o a penas mostrar co mo faze r e conh ecer a uti 1id ade do
registro. (In fo rmações porm enori zadas sobre o reg istro se encon-
tram no livro de Analllari a C ru z.) Ao ser o item in corporado ao 'o nc luída.s as etapas ele cata logação, o item passara a pre-
acervo, o reg istro indi ca a fo rm a de aqui s ição e o preço (quand o p11ração para arlll azenagelll e emprést imo, arqui vamento de fi chas
poss ív e l). Se ulll item se extrav iar, se deteriorar o u for indicado ' nrmazenagelll no acervo. Podemos, agora, estabelecer um fluxo
para descarte, isto é, perde u sua v id a úti 1, deve-se dar-lh e bai xa, p11ra a cata logação, o qu e se verá no capítulo a seguir.
retirando-o da estante, qu and o for o caso, e retirando s uas fi chas
dos catálogos, exceto o de reg istro, ond e se anotarão a ba ixa e seu
moti vo. Ass im , para efe itos admini strati vos, have rá a hi stóri a do
em no acervo . Em ambi entes automatizados, o núm ero de reg i ;_ ~
o faz parte do reg istro bibliográfi co compl eto, o que torn a este

G atá logo di spensáve l.

106 107
l!I Etapa 2. Le itura técnica: levantamento e anotação de todas as
8 informações de interesse para a catalogação, tanto para a
descrição bibliográfica como para a determinação dos pontos
de acesso de responsabilidade, título e assunto-+ descrição
Fluxo da catalogação bibliográfica (etapa 3).
[!] Etapa 3 . Descrição bibliográfica: registro bibliográfico do
livro, inclusive com notas sobre relações entre o livro em
EMBORA não dispostas como em um fluxograma, apresentam-se processo de catalogação e outros existentes na biblioteca-+
abaixo todas as etapas de tratamento de um livro, a partir do escolha dos pontos de acesso (etapa 4).
momento em que o mesmo chega à seção de catalogação. De l!I Etapa 4. Escolha dos pontos de acesso:
modo geral , um bibliotecário é responsável por todas (ou quase 0 verificação dos pontos de acesso : de responsabilidade (autor,
todas) as etapas. Para otimização das atividades; o bibliotecário co-autores, tradutor, ilustrador, quando for o caso) e de título
deve reunir um número suficiente de livros novos a serem catalo- (título uniforme e série, outros títulos);
gados em um dia e executar algumas etapas para o conjunto de 0 determinação dos pontos de acesso principal e secundários;
livros, o que será indicado abaixo, quando for o caso.
l!I Etapa 1 (conjunto de livros). O livro chega à seção de catalo-
IGi" ATEN ÇÃO! Em caso de dúvida, devem-se consultar as
gação :
regras pertinentes do AACR2.
0 consulta ao catálogo oficial para verificar se o livro já existe
na biblioteca; no caso de bibliotecas que atuam em sistemas
cooperativos, consulta-se o catálogo coletivo ; 0 determinação dos pontos de acesso de assunto-+ forma dos
IB sim, existe: pontos de acesso ( e,tapa 5 ).
~ novo exemplar? sim -+ cópia das informações pertinentes, l!I Etapa 5 (conjunto de livros). Forma dos pontos de acesso
inclusive número de chamada, e envio do exemplar para re- (consiste na determinação dos cabeçalhos a serem usados
gistro (etapa 7); como pontos de acesso):
~ nova edição? sim: @ cabeçalho de responsabilidade: consulta ao catálogo auxiliar
~ mesma autoria? sim -+ cópia das informações pertinentes, de identidade, para verificação da existência do cabeçalho
inclusive pontos de acesso e número de chamada -+ leitura neste catálogo;
técnica (etapa 2); "'" sim, existe:
~ autoria diferente? sim -+ cópia das informações pertinentes, ~ cópia do cabeçalho já em seu lugar na catalogação;
inclusive pontos de acesso e número de classificação (para não, não existe:
que as obras sejam reunidas no catálogo e no acervo), anota- ~I busca em listas autorizadas de cabeçalhos:
ção da relação entre as obras -+ leitura técnica (etapa 2); l•l sim, existe :
!E não, não existe -+ leitura técnica (etapa 2) . !•~] cópia do cabeçalho;
[111] e laboração de ficha para o catálogo de identidade;

108 109
~ inserção da ficha no catálogo de identidade; [!) não, não existe: cada biblioteca ou sistema/rede tem seus
[!) não, não existe: próprios procedimentos para a criação de novos cabeçalhos de
~ busca em fontes de referência autorizadas; assuntos, que devem constar de seu manual de rotina e/ou do
~ determinação do novo cabeçalho; catálogo decisório;
~ elaboração de ficha para o catálogo de identidade; 0 concluída a escolha da forma dos cabeçalhos - • número de
~ inserção da ficha no catálogo de identidade; chamada (etapa 6).
0 cabeçalho de título: consulta aos catálogos auxiliares de títu-
los uniformes e séries, quando for o caso, para verificação da
existência dos cabeçalhos nestes catálogos; u:w- ATENÇÃO! A indicação de biblioteca é automaticamente
IB sim, existe: incluída quando se dá entrada ao registro bibliográfico no
lffi cópia do cabeçalho já em seu lugar na catalogação; sistema ou rede.
IB não, não existe :
lffi determinação do cabeçalho; [!) Etapa 6 (conjunto de livros). Número de chamada:
lffi elaboração de ficha para o catálogo de identidade; 0 número de classificação (número inexistente no catálogo de
lffi inserção da ficha no respectivo catálogo auxiliar; cabeçalhos de assuntos):
IB determinação do número de classificação, de acordo com o
ATENÇÃO! Em caso de dúvida, devem-se consultar as
llJi>
esquema uti 1izado;
regras pertinentes do AACR2. IB registro do número de classificação determinado já em seu
lugar na catalogação;
IB elaboração de ficha para o catálogo dos números de classi-
0 cabeçalho de assunto: consulta ao catálogo auxiliar de assun- ficação;
to, para verificação da existência do cabeçalho neste catálogo; IB elaboração (ou acréscimo) de ficha para o catálogo de assun-
IB sim, existe: tos;
lffi cópia do cabeçalho já em seu lugar na catalogação; IB inserção das fichas em ambos os catálogos~ notação de autor
lffi cópia do número de classificação já em seu lugar na catalo- 0 notação de autor:
gação; IB consulta à tabela utilizada, ou
IB não, não existe: IB atribuição da notação de autor;
lffi busca na fonte instituída como autorizada pela biblioteca IB atribuição da letra indicativa do título;
(listas de cabeçalhos de assuntos, tesauros, vocabulários IB verificação, no catálogo topográfico, de coincidência no
controlados): número de chamada:
[!] sim, existe: lffi não, não existe ~ reg istro (etapa 7);
~ cópia do cabeçalho já em seu lugar na catalogação; lffi sim, existe:
~ elaboração de ficha para o catálogo de assuntos; IB atribuição de outros elementos distintivos;
IE nova verificação de coincidência;

110 111
!E remessa do 1ivro para o registro (etapa 7). 9
[!] Etapa 7 (conjunto de livros) . Registro:
!E atribuição e registro de número patrimonial ;
[E carimbos no livro--> preparação para armazenagem e emprés- Conclusão
timo (etapa 8);
[E remessa do registro bibliográfico --> reprodução e inserção de
fichas (etapa 9). A AUTOMAÇÃO, o desenvolvimento das técnicas e linguagens de
[!] Etapa 8 (conjunto de livros). Preparação para armazenagem indexação, as práticas dos centros e serviços de documentação, as
e empréstimo: demandas dos usuários e a necessidade de compartilhar recursos
[E colagem de bolso, etiqueta de lombada e inserção de fichas de trouxeram novos ares à catalogação.
empréstimo--> armazenagem. Os recursos computacionais avançados dispensam pormenores
[!] Etapa 9 (conjunto de fichas). Reprodução das fichas e sua como a pontuação, uma vez que esta pode ser automaticamente
inserção nos respectivos catálogos, tanto externos quanto inserida. Tornam-se possíveis muitas saídas, sob diferentes for-
internos (oficial e topográfico, por exemplo). mas - fichas com catalogação tradicional, ISl3D, referenciação
bibliográfica, ou à vontade do usuário - a pariir de uma única
(FIM DA CATALOGAÇÃO.) entrada.
Aos poucos, a catalogação perde seus aspectos envelhecidos,
contingentes (margens, ponto de acesso principal e outras ques-
tiúnculas) e passa a repousar sobre o essencial: a representação
dos itens. Cabe ao catalogador, neste universo em permanente
mudança, analisar o ite1í1, estabelecer sua representação, tanto
bibliográfica como de conteúdo, e, principalmente, estabelecer
relações entre os itens .
O trabalho intelectual , este sim , ainda não se pode realizar pela
máquina. Porém a máquina tornou-se um poderoso instrumento
de auxílio para nós, eliminando as tarefas repetitivas, permitindo
acesso mais amplo e rápido a nossos catálogos internos e, o mais
importante, amplificando as formas de busca e recuperação, para
nós e para nossos usuários.
Espera-se que este pequeno manual favoreça a germinação de
al gumas idéias aos futuros catalogadores e leve-os à procura de
o utras obras, mais completas. Se os recursos computacionais
tran sformaram-se em ferramenta de grande utilidade e nos abri-
ram portas antes desconhecidas, por outro lado possibilitaram o

112 113
distancia111ento do usuário: o registro bibliográfico e111 linha pode Referências bibliográficas
ser o único elo entre e le e o acervo físico. Assi111, cada vez 111ais
a representação dos itens assu111e papel relevante na disse111inação
do conheci111ento; cada vez 111ais, caberá à catalogação levar "a cata logUi ng rul es . 2nd ed. Ed. by Michael Gorman
/\NGLO- /\Ml.O RIC/\N

cada leitor o se u li vro, a cada li vro o seu leitor". and Paul W. Winkl er. Chicago American Library Assoc iation ,
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116 117
( 'a nadian Library Associat ion 28
Índice l 'a rvalho, Felisbela 24
catá logos (co nt.)
oficiais 104-1 05
·utalogação 5-8
q ualidades 10- 11
características 6-7
sistemáti cos 72- 73 , 9 1, 95-96
MCR 28, 33 Bibliografia brasileira 34 . 4 1 cód igos ver códigos de catalogação topográ fi cos 103 -1 04
MCR2 28-29, 32, 33 . 4 1. 43 -46. 53. Bibliografia brasileira de direito 32 de assuntos 69-75
Cava lcanti, Cordé li a R. 24, 75. 83
58-59. 6 1-62. 67. 68 bibli oteca descritiva 3 9
coo 2 1, 22. 82-83 , 84, 102
es tru tura 43 -46. 58-59 Apo stó lica Vat ica na 23 -24. 26 espaços e marge ns 4 1-42 CDU 22, 72, 82, 83 , 84
emen das 28 da uni vers idade de Oxford 17 etapas 36, 108- 1 12
Centro de Processame nto de Dados do
AI. A 23 . 28 do Bri tish Muse um1 9-20 flu xo 108-1 12
Se nado Federal ver PRODASEN
Amara l, G lad is W . do 8 do Senado Federal 3 1-3 3 hi stórico 12-35
C lass ifi cação Decim al de Dewey ver
;\ merican Library ;\ssocia ti o n ver Nac io nal 24. 26. 33. 34. 49. 5 1. na pub li cação 36 coo
ALA 53. 54 partes da 38-39
C lass ificação Deci mal Uni versa l ver
, /nglo-A111erican cataloging rules ver bibli otecas Catálogo dos editores brasileiros 49 CDU
AACR monásti cas 13- 15 catálogos 8-1 1, 90- 107 co-au tores
área o bjeti vo 1 a uto mati zados 9- 1O pon to de acesso sec und ári o 59
da descri ção bi bli og ráfica 43 -44 po nto de vista 1 a ux ili ares 97
na desc ri ção bibli ográfica 47
da descr ição fí sica 50-5 1 proce sso de com uni cação 2-4 class ifi cados 72
Código anglo-americano de cataloga-
da ed ição 48-49 universi tárias 15 co leti vos 9, 14, 26, 34, 79 ção ver AACR
da séri e 51 -52 bibli oteco no mi a. leis 2. 5 de assuntos 9 1. 93 , 95-96, 100- 1O1 código da bibli oteca nos dados de lo-
das notas 5 3-54 ll l PE (banco ele dados) 32. 74. 77-78 de auto res 90, 92, 99- 100 cali zação 79
do ISBN 44. 54-55 B liss. Henry Ev el y n 82 de autorid ade 97 códi gos de catalogação 40-4 1
do títu lo c responsabi lidade 43. 46- BN ver Bib li oteca Nac io nal de cabeça lh os a utor izados 97- 103 da ALA 23
48 13odl ey. Sir T ho mas 17. 18 de identid ade 97-1 00 da bib lioteca
dos dados de pub licação 49-50 Briti sh M useum 19-20 de núm eros de classificação 1O1- da un ivers idade de Oxford 17
dos detalhes de mater ia l 43 Brow n. James DufT 82 102 .
do Bri tish M useum 19- 20
Assoc iação Pauli sta de 13iblio teeá rios de registro 106- 107 Vaticana 23 -24, 26
24 cabeçalh os 57 de séri es 102
da Revo lução Francesa 18- 19
/\ste isso n. Jo hn 24 autorizado s 97- 103 de títu los 90-9 1, 92 -93 , 102 da Smithson ian lnsti tut io n·20
autor da LC 58, 65. 73 -74. 83 . 98. I 00 de títulos un iformes 102 de M uni q ue 2 1
na desc ri ção bibl iográfica 46-4 7 do l31BLIODAT/\/CALCO 34, 65 , dec isórios 103 e m lí ngua portuguesa 24
po nto de acesso 13. 40-4 1. 57-58. 73 -74. 98. 100 d icionári os 90-9 1, 94 hi stórico 16-2 1, 23 -24
59 do SICON 32 d ivididos 92-93 Instruções prussianas 2 1
po nto de vista 1 das e nt radas 57 do públi co 90 nac ionais 19, 23 , 24, 29
de assuntos 68-70, 73 -74 em fich as 19 co letânea co m títul o comum 59
Barbosa. A li ce Prínc ipe 2 1. 24. 26. 3 1. de ent idades coleti vas 28 extern os 90-97
Co nferênc ia Intern ac io nal sob re Prin -
33.34.36 de no mes pessoa is 27. 6 1-65 formas 9- 1O cíp ios de Catalogação 27-28, 67
Bento. santo 13 em líng ua port uguesa 24. 63 . 65 hi stó ri co 12-35 co ntro le bibli og ráfi co
BIBLI OD/\T/\/CA l. CO 33 -35. 79. I 05 esco lh a do no me 62 im pressos 17, 18 naciona l 25
cabeça lh os a utorizados 34. 65 . 73- fo rm a do nome 62-65 internos 90, 97-1 07 uni versal 22, 25, 33 , 35
74, 98. 100 dos po ntos de acesso 30. 57 manuais 9- 1O coo rde nadores 59-60
bibl iogra fia, no ta 53 -543 Ca límaco 13 o bj etivos 9 Costa, Má ri o 24

118 11 9
notas (cont.) Piggott, Mary 69-70, 96 remissivas 15, 18, 76-78 , 98 , 99, 100, tabela de Cutter 2 1, 85-86
de glossário 54 pi sta 56, 60, 90 10 1 tesauros 75
de índice 54 pontos de acesso 39, 40, 56-78, 90 representação descri tiva 39 título
de títu lo orig in al 53 de assunto 60, 6 1, 68-76 responsabi lidade alternati vo 46
na descrição bibli ográfica 53-55 de autor 13 área do título e da 45-47 área 46
notação de assun to de nomes pessoais 6 1-65 na descrição bibli ográfica 45 -47 catálogo externo 90, 92-93
no número de chamada 79. 80-85 de série 65-66 pela edição 48 catálogo interno 102
notação de autor de títul o 65-68 pela série 5 1 da série 51
no catálogo de identidade 99 de títulos unifo rmes 67-68 Reunião Internacional de Especialistas na descrição bibliográfica 46
no núm ero de chamada 80, 85 -87 no flu xo da catalogação 109 em Catalogação 29. 43 no catálogo oficial 104- 106
número de chamada 39, 79-89, 95 , lü3 ordem na pi sta 60 revi sor 48 no número de chamada 80, 86, 87-
acervo 87 padroni zação 57 Revolução Francesa, cód igo de catalo- 88
data e edição 88 principal e secu ndários 56-61 gação 18-1 9 ori gi nal, nota 53
elementos distintivos 80, 87-89 ponto de vista Ribeiro, Antôni a M. de C. Memória 46 ou tra ~ in formações 46
exemp lar 88-89 da bi bli oteca 1 Ribeiro, Duarte 24 ponto de acesso principal 59
no fl uxo da catalogação 11 1 do autor 1 Robredo, Jai me 3 1, 75. 97 ponto de acesso secundário 59-60
notação de assunto 80-85 do item 1, 3-4 Rostgaard , Frederi c 18 pontos de acesso 65-68
notação de autor 80, 85 -8 7 do usuário 3-4 principal 46
número de classificação 79. 80-85 pontuação da descrição bibliográfica Sambaq uy, Lydia de Queiroz 25. 26 uniforme 27. 32. 67-68, 102
título 8 1, 86, 87-88 29-30, 44, 45-55 Senado Federal 3 1. 32. 74, 77 tradutor 47-48
volume 88 prefaciador 48 série Trefler. Florian 16, 17
número de páginas ou vol umes 50 prefixos de nomes pessoais 65 área 51-52 Tritheim , .l ohann 15-16
número de registro 106-107 processo de comun icação 2-4 catálogo interno 102
número do li vro na série 51 PRODAS EN 3 1. 32 ISSN 52 UNESCO 22, 24-25, 30-31
número internacional normal izado projeto CALCO 26. 31 . 33-34 número do li vro 51 UN IM ARC 25 , 27
área 44 pub licação ponto de acesso secundário 60 UNISIST 30-3 1
do livro ver ISBN área dos dados 49 pontos de acesso 65-66 usuário. ponto de vista 3
número internacional norma li zado data e local 49-50 responsabi !i dade 52
das publicações seriadas ver ISS N títul o 51 vcos (banco de dados) 32, 74
números da classificação qualidades do catálogo 10-11 , 'crviço de Intercâmbio de Catalogação vocabulário controlado 74
catálogo interno 1O1- 102 qual ifi cação do ISB N 55 (S IC} 26, 33 vo lume
critérios para determinação 83-85 Sistema de Inform ações do Congresso na descrição bibliográfi ca 50
no núm ero de chamada 79 . 80-85 Ranganathan , S.R. 2, 5, 9. 2 1, 82, 96 ( SICON} 3 1-32 no número de chamada 88
representação de assuntos 72-73. referências bibli ográficas sistemas de classificação 72 , 73. 80,
9 1, 96-97 norma ISO 690 3 1 8 1, 82-83 Wanley, Humphrey 17
organi zadores de textos 59-60 nota 54 Smith sonian ln stitution 20 Wynar, Bohdan 68, 69, 71, 80. 8 1, 82.
Otlet, Paul 22 , 35 registro bibliográfico 6-7 , 40, 57-58, Strout, Ruth French 12, 13, 14, 19. 20 83 -85
9 1, 95 sub. éric 52
páginas na descri ção bib liográ fica 50 reg istro do item. catálogo 106-1 07 subtítul o 46
Pani zzi, Anthony 20, 23 no flu xo da catalogação 112
partes da catalogação 38-39 li vro de tombo 106-1 07
Piedade, Mari a Antoni eta Requião 97 ·regra dos três· 4 7, 59

122 123

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