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Copyright © 2016-2018 Leandro Ávila

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A958l Ávila, Leandro


Investidor Consciente / Leandro Ávila. –- Fortaleza, 2016-2018.

Biblioteca Nacional - ISBN: 978-85-915672-5-6

1. Educação Financeira 2. Dinheiro 3. Finanças pessoais I. Título.

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Sugestões

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Sumário

SUMÁRIO .............................................................................................. 4
O MELHOR INVESTIMENTO ................................................................... 8
RENTÁVEIS, LÍQUIDOS E COM BAIXA SEGURANÇA .................................................. 9
RENTÁVEIS, SEGUROS E COM BAIXA LIQUIDEZ .................................................... 10
SEGUROS, LÍQUIDOS E COM BAIXA RENTABILIDADE .............................................. 11
RELAÇÕES ENTRE RISCO, RENTABILIDADE E LIQUIDEZ............................................ 11
APRENDER SOBRE CADA INVESTIMENTO ............................................................ 12
SEU PERFIL COMO INVESTIDOR ........................................................... 15
CLASSIFICANDO AS PESSOAS ........................................................................... 15
CONSERVADORES, MODERADOS E ARROJADOS .................................................. 16
COMO ELES AVALIAM SEU PERFIL? ................................................................... 18
CARTEIRA DE INVESTIMENTOS ......................................................................... 25
CARTEIRA CONSERVADORA ............................................................................. 26
ULTRACONSERVADORES ................................................................................ 27
AJUDAR A PANEJAR ................................................................................. 28
CARTEIRA AGRESSIVA .................................................................................... 29
CADA UM INVENTA A SUA CARTEIRA: ................................................................ 31
INFINITOS TONS DE CINZA .............................................................................. 32
CONSERVADORES CONSCIENTES OU IGNORANTES? .............................................. 33
CICLOS DA SUA VIDA FINANCEIRA ....................................................... 35
TOMANDO DECISÕES .......................................................................... 46
COMO TOMAR UMA DECISÃO ......................................................................... 48
ETAPAS DE UMA BOA DECISÃO ........................................................................ 50
PROBLEMA OU OPORTUNIDADE ...................................................................... 51
DIAGNÓSTICO:............................................................................................. 52
ALTERNATIVAS............................................................................................. 54
DECISÃO: ................................................................................................... 56

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FERRAMENTAS: ....................................................................................... 58
NINGUÉM PODE DECIDIR POR VOCÊ ............................................................. 63
OBJETIVOS PRECISAM DE ESTRATÉGIAS .............................................. 65
QUAL SUA JUSTIFICATIVA?......................................................................... 67
DEFININDO OBJETIVOS FINANCEIROS ................................................. 72
ORÇAMENTO FAMILIAR PARA INVESTIR MAIS .................................... 77
EMPRESTAR DINHEIRO EM TROCA DE JUROS ...................................... 82
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO .................................................................... 87
NOTA DE RISCO DO BRASIL........................................................................ 90
TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ........................................................... 91
O SIGNIFICADO DE CADA NOTA................................................................... 95
MELHOR RELAÇÃO ENTRE NOTA E RENTABILIDADE .......................................... 98
GRAU DE INVESTIMENTO E GRAU DE ESPECULAÇÃO ..................................... 103
AS AGÊNCIAS DE CLASSIFICAÇÃO SÃO CONFIÁVEIS? ....................................... 104
COMO CONSULTAR O RATING (NOTAS DE RISCO) .......................................... 105
CONSULTANDO OUTRA AGÊNCIA............................................................... 109
CURIOSIDADE: RISCO DOS PAÍSES.............................................................. 110
COMO LER AS NOTÍCIAS SOBRE NOTAS DE RISCO........................................... 114
FAZENDO BUSCAS DE PUBLICAÇÕES: .......................................................... 118
FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITOS .................................................. 121
INVESTIMENTOS GARANTIDOS PELO FGC.................................................... 122
QUANDO O FGC NÃO OFERECE GARANTIAS ................................................ 125
RISCO DE INVESTIMENTOS GARANTIDOS PELO FGC....................................... 127
INVESTIR POR CORRETORAS ..................................................................... 129
EXTRATOS E COMPROVANTES................................................................... 133
EMPRESTAR DINHEIRO PARA O GOVERNO........................................ 137
VANTAGENS DOS TÍTULOS PÚBLICOS .......................................................... 144
RISCO DE INVESTIR EM TÍTULOS PÚBLICOS .................................................. 146
O que acontece se o país quebrar? .............................................. 152
É MELHOR EMPRESTAR PARA BANCOS OU GOVERNOS?.................................. 154
QUANDO A ECONOMIA VAI MAL, A RENDA FIXA VAI BEM ............................... 155

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O COPOM CONTROLA OS JUROS ....................................................... 157
O TRIPÉ .................................................................................................... 160
CONFIANÇA NA EQUIPE ECONÔMICA .............................................................. 163
O QUE ACONTECE NAS REUNIÕES................................................................... 164
VIÉS DOS JUROS ......................................................................................... 167
RELATÓRIO TRIMESTRAL DA INFLAÇÃO ............................................................ 168
POLÍTICA MONETÁRIA ....................................................................... 171
O QUE ACONTECE QUANDO OS JUROS SOBEM .................................................. 173
JUROS SOBEM (↑) PARA A INFLAÇÃO DIMINUIR (↓) ........................................ 175
JUROS SUBINDO(↑) REDUZ (↓) DA BALANÇA COMERCIAL ................................ 176
JUROS SUBINDO (↑) AUMENTA (↑) A DÍVIDA PÚBLICA .................................... 177
JUROS SUBINDO (↑) FORÇA A QUEDA (↓) DO PIB .......................................... 177
POLÍTICA FISCAL ................................................................................ 179
INFLAÇÃO ................................................................................................. 180
DÓLAR ..................................................................................................... 180
DÍVIDA PÚBLICA......................................................................................... 181
PIB ......................................................................................................... 182
POLÍTICA CAMBIAL ............................................................................ 183
REAL DESVALORIZADO (DÓLAR CARO) = INFLAÇÃO SOBE (↑) ............................. 185
REAL DESVALORIZADO = ALTA DA BALANÇA COMERCIAL (↑) ............................. 186
REAL DESVALORIZADO (DÓLAR CARO) = PIB SOBE (↑) ..................................... 187
TIPOS DE DÓLAR......................................................................................... 188
A INFLAÇÃO É UM CONFISCO ........................................................................ 191
CONFISCO PELA INFLAÇÃO ............................................................................ 192
CONFISCO PELO FGTS................................................................................. 194
CONFISCO PELA RENTABILIDADE DA POUPANÇA ................................................ 194
CONFISCO PELA DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA .......................................... 194
A GRANDE ARMADILHA:............................................................................... 196
PREJUÍZO BILIONÁRIO .................................................................................. 197
COMO SE PROTEGER DA INFLAÇÃO ................................................... 199
DINHEIRO PERDE VALOR .............................................................................. 199
COMO PREVER A INFLAÇÃO FUTURA ............................................................... 201

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INFLAÇÃO: CADA UM TEM A SUA .............................................................. 203
COMO REDUZIR OS EFEITOS DA INFLAÇÃO NA SUA VIDA ................................. 207
HIPERINFLAÇÃO .................................................................................... 213
JUROS REAIS...................................................................................... 214
COMO CALCULAR OS JUROS REAIS ............................................................. 215
JUROS REAIS ESTÃO CAINDO NO BRASIL ...................................................... 216
GRÁFICO DOS JUROS REAIS: ..................................................................... 218
COMO ISSO INTERFERE NOS SEUS INVESTIMENTOS ........................................ 222
TAXA REAL NO MUNDO: .......................................................................... 223
BRASIL É CAMPEÃO MUNDIAL: ................................................................. 226
VOCÊ VAI DEIXAR PARA DEPOIS? ...................................................... 228
COMO VOCÊ FUNCIONA POR DENTRO ........................................................ 232
O PARQUE DAS TREVAS .......................................................................... 239
ANJO DA GUARDA DO PROCRASTINADOR .................................................... 240
QUANDO O MONSTRO FALHA .................................................................. 242

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O melhor investimento

Um bom investimento precisa ser rentável, líquido e


seguro. O problema é que ainda não inventaram um
investimento que atenda estas três características ao mesmo
tempo.

Para tornar as coisas mais difíceis, destas três


características, você só poderá escolher duas. Para escolher
duas, você terá que deixar uma de fora.

O critério que você utilizará para decidir qual ficará de fora


não depende do investimento, depende de você, depende do
seu plano para o dinheiro que pretende investir.

Por isso, não é nada bom perguntar para os outros qual é o


melhor investimento, pois o melhor investimento para mim
pode não ser o melhor para você.

Com base na regra que exige a exclusão de uma das três


características, podemos dizer que os investimentos se
dividem em três grandes grupos:

1) Investimentos que são rentáveis, líquidos e com baixa


segurança (maior risco);

2) Investimentos que são rentáveis, seguros e com baixa


liquidez;

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3) Investimentos que são seguros, líquidos e com baixa
rentabilidade.

Ainda não inventaram um investimento que garanta o máximo


de rentabilidade, o máximo de liquidez e o máximo de segurança
contra perdas. Por este motivo, não existe o melhor investimento
do mundo. Se existisse, já seria de conhecimento de todas as
pessoas, todos os outros investimentos deixariam de existir e
todos concentrariam suas economias no investimento perfeito.

Vou comentar cada uma das três possibilidades que listei


acima.

Rentáveis, líquidos e com baixa segurança


As ações de empresas que você pode comprar na Bolsa de
Valores são um bom exemplo de investimento que pode
oferecer rentabilidade elevada, se você souber comprar e vender
no momento certo, ou se for capaz de selecionar as melhores
empresas para investir.

A liquidez das ações de grandes empresas costuma ser alta, ou


seja, você pode vender suas ações imediatamente sempre que
desejar.

O problema é a segurança. É preciso contar com possíveis


perdas. Nada garante que você terá ganhos investindo em ações.
O risco de perdas é elevado, já que os preços das ações mudam a
cada segundo, dependendo das leis de oferta e procura. Quando
você compra ações, os ganhos não são garantidos.

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Rentáveis, seguros e com baixa liquidez
Os produtos de renda fixa, principalmente os pré-fixados,
são rentáveis, seguros, mas com baixa liquidez. Quando você
compra um título público pré-fixado como Tesouro Prefixado
(LTN) ou Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal), fica sabendo
antecipadamente qual será a sua rentabilidade.

Normalmente, as taxas oferecidas são elevadas, já que o


Brasil paga um dos maiores juros reais do planeta.

Ao investir nestes títulos públicos, você tem a segurança de


que irá receber os juros prometidos se for capaz de esperar até
o vencimento do título. Não existem surpresas.

Por ser um título garantido pelo Tesouro Nacional


(Governo Federal), o risco de inadimplência é praticamente
zero. O problema é que você será obrigado a esperar o
vencimento do título para receber exatamente o que foi
prometido e isto pode demorar alguns anos ou décadas.
Existem títulos com vencimento nos próximos 2 anos e títulos
com vencimento em 2050.

O mesmo acontece com o CDB prefixado. Você tem uma


boa rentabilidade, com segurança de retorno, desde que esteja
disposto a perder a liquidez que é a capacidade de transformar
seu investimento em dinheiro no momento que desejar. Os
CDBs com as melhores taxas costumam ser os que possuem
vencimento mais longo ou que exigem um investimento
mínimo maior.

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Seguros, líquidos e com baixa rentabilidade
Aqui temos a Poupança, títulos como o Tesouro Selic (LFT),
CDB pós-fixado e LCI e LCA pós-fixadas. Não é possível ter
rentabilidade negativa nestes investimentos pós-fixados. Por este
motivo, são investimentos que atraem os investidores mais
conservadores.

A rentabilidade não é das maiores. No caso da LCI e LCA,


quanto maior a liquidez, menor tende a ser a remuneração. Já o
título público Tesouro Selic (LFT), por ter maior liquidez e
segurança, é o título vendido pelo Tesouro Direto que rende
menos. A poupança e CDB pós-fixado são mais líquidos e
oferecem baixa rentabilidade.

Relações entre risco, rentabilidade e liquidez


Infelizmente, não existe alta rentabilidade sem riscos já que a
rentabilidade é a remuneração pelo risco que corremos. Taxa de
juros é uma remuneração pelo risco.

Quando você compra um imóvel na planta, os riscos são muito


maiores e, por isso, o retorno do investimento é maior se
comparado ao imóvel pronto para morar.

Quem prefere comprar o imóvel pronto para morar sabe que


está pagando mais caro por correr menos risco com relação ao
atraso na entrega e outros problemas dos imóveis adquiridos na
planta.

O mesmo acontece com quem deseja comprar um imóvel para


alugar. A melhor forma de fazer isso é comprar um bom terreno
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para correr os riscos de construir o imóvel que será locado. O
retorno do aluguel será muito maior, já que os custos da
construção são menores do que o preço do imóvel pronto.

A mesma coisa acontece com todos os investimentos. É


importante que você perceba que nem sempre o risco é bem
remunerado.

Nem sempre o investimento em ações será bem remunerado


em relação ao risco. Nem sempre abrir um negócio garantirá
boa remuneração em relação aos riscos.

Nem sempre um imóvel alugado garantirá boa remuneração


se comparado ao risco de ter um estranho dentro do seu
imóvel.

O mesmo vale para os investimentos de menor porte.


Normalmente, os bancos pequenos e médios oferecem taxas
de juros melhores para investimentos em títulos com CDB,
LCI e LCA, mas nem sempre isso acontece. Iremos aprender
como fazer este tipo de avaliação mais à frente.

Aprender sobre cada investimento


O principal objetivo desse livro é permitir que você se torne
um investidor consciente. Somente desta forma você poderá
tomar as melhores decisões sobre o seu dinheiro sem depender
das opiniões dos outros.

Você irá descobrir quais são os seus objetivos financeiros;


Quais são as características de cada investimento que está a
sua disposição no mercado; O que fazer para ter acesso a estes

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investimentos e como escolher os melhores investimentos com
base nos seus objetivos, nas características de cada
investimento e no cenário econômico que estamos vivendo.

O objetivo é que você tenha autonomia para tomar decisões


sem depender dos outros.

Você precisa aprender a administrar seu dinheiro da mesma


forma que os grandes fundos e gestores de riqueza fazem com o
dinheiro dos outros. Não é difícil. Quem entende do assunto faz
questão de complicar para afastar as pessoas.

O primeiro e mais importante passo é adquirir a consciência


de que não existe investimento perfeito, sem riscos, com alta
rentabilidade e liquidez. Aceite que isso não existe. Dessa forma,
você nunca mais irá perguntar para ninguém onde investir o seu
dinheiro.

Ninguém pode responder onde você deveria investir a não ser


que essa pessoa conheça você profundamente e conheça seus
objetivos.

O segundo passo é conhecer cada opção de investimento


oferecida no mercado. Você será mais livre quando conhecer as
características de cada investimento com seus pontos fortes e
fracos.

Também é importante conhecer o comportamento do


investimento diante das variáveis econômicas (juros, inflação,
PIB etc).

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Quase todos os dias recebo mensagens e comentários, no
site Clube dos Poupadores, de pessoas que fizeram maus
negócios depois que seguiram recomendações de gerentes de
bancos, corretores de seguros, vendedores de consórcios,
planos de previdência, corretoras de imóveis etc.

A recomendação que dou é esta:

Não pergunte para o açougueiro se você deveria comer mais


carne. Não pergunte para o dono da vinícola se vinho faz bem
para sua saúde. Não pergunte para o gerente do banco qual
banco oferece os melhores investimentos. Você já sabe a
resposta. Você fez a pergunta certa para a pessoa errada.

O importante é não ter pressa para aprender. O processo de


aprendizagem pode ser lento, mas deve ser constante e
acompanhado de um pouco de prática para que se torne sólido.

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Seu perfil como investidor

Não existe um investimento melhor que o outro. Existem


pessoas diferentes que precisam de investimentos diferentes de
acordo com seu perfil de investidor e seus objetivos. Você sabe
qual é o seu perfil e quais investimentos se adaptam melhor ao
seu perfil?

Respondendo um simples questionário é possível saber se


você tem um perfil conservador, moderado ou agressivo de
investimento.

Antes disso, é importante entender como tudo isso funciona de


verdade. Tenho algumas críticas sobre a maneira como essa
classificação é utilizada pelas instituições financeiras.

Classificando as pessoas
Quando um investidor conservador faz investimentos de risco
elevado e experimenta prejuízo, a insatisfação com a instituição
financeira que vendeu o produto é quase certa. No passado, as
instituições não se importavam com o perfil do investidor. Na
ânsia por atingir metas, pouco importava se o cliente entendia o
investimento que estava fazendo e se era capaz de aceitar os
riscos de perda.

Para evitar insatisfações, e até processos na justiça destes


clientes, foi necessário criar uma forma de classificar as pessoas
e os investimentos por perfis de exposição ao risco. Hoje, sempre

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antes de fazer seu primeiro investimento através de bancos e
corretoras, você será obrigado a preencher um formulário que
avalia seu perfil.

Esse formulário é chamado de “Avaliação de Perfil do


Investidor” (API) e deve ser aplicado por determinação da
ANBIMA, que é a Associação Brasileira das Entidades dos
Mercados Financeiro e de Capitais.

Essa entidade representa as instituições do mercado de


capitais brasileiro, possui mais de 340 associados, entre
bancos comerciais, bancos múltiplos e bancos de
investimento, empresas de gestão de ativos, corretoras,
distribuidoras de valores mobiliários e gestores de patrimônio.
Eles fazem uma autorregulamentação do mercado.

Conservadores, Moderados e Arrojados


Sempre que você tentar fazer um investimento fora do seu
perfil de investidor, o banco ou a corretora poderão tentar
entrar em contato para questionar se você sabe o que está
fazendo. Eles verificam se o investimento que você pretende
fazer é compatível com o resultado da sua Avaliação de Perfil
do Investidor (API).

É claro que as instituições financeiras não podem te impedir


de fazer investimentos fora do seu perfil, mas elas são
orientadas a verificar se você sabe os riscos que está
assumindo. Ela pode solicitar que você aceite um termo
atestando que está ciente dos riscos. Normalmente, eles
mostram esse termo no próprio site do banco ou da corretora
antes de concluir o investimento.

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Os funcionários das instituições onde você tem conta também
fazem uso do seu perfil para tomar a decisão de oferecer ou não
um determinado investimento para você, pelo menos é isso que
deveriam fazer.

Se você tem um perfil hoje, pode ser que ele mude no futuro.
Para isso, basta investir na sua educação financeira que a
transformação é inevitável. Se você acredita que mudou de perfil,
pode pedir para preencher o formulário novamente, refazendo sua
classificação como investidor. Atualmente, a classificação prevê
três tipos básicos de investidores:

Investidor Conservador: Busca o máximo de segurança,


mesmo que isso signifique menor retorno. Prefere investimentos
de renda fixa e de grande liquidez.

Investidor Moderado: É o meio termo. Investe em renda fixa


e em renda variável, buscando o melhor equilíbrio entre
segurança, liquidez e rentabilidade.

Investidor Agressivo: Busca a maior rentabilidade possível.


Faz gerenciamento de risco e aceita rentabilidades negativas no
curto e no médio prazo para ter um potencial de retorno superior
ao da renda fixa no longo prazo. Prefere investimentos de renda
variável.

Para saber mais sobre essas determinações da ANBIMA, visite


aqui.

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Como eles avaliam seu perfil?
Os questionários de Análise de Perfil de Investidor
atribuem uma quantidade de pontos para cada resposta.
Analisei alguns questionários de bancos e corretoras e fiz as
seguintes considerações:

Idade: Quanto mais velho, mais conservador você deveria


ser segundo os questionários dos bancos. Eles entendem que
quando você é jovem, pode fazer investimentos de maior risco,
sem se preocupar com perdas no curto prazo, esperando uma
maior possibilidade de rentabilidades elevadas no longo prazo.
O problema é que os jovens não possuem muito dinheiro, não

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possuem experiência e nem muito conhecimento para fazer
investimentos de maior risco. Como vivemos no país que paga
as maiores taxas de juros reais do mundo, os jovens também
devem fazer investimentos conservadores com foco no longo
prazo.

Na teoria, um senhor de 70 anos não deveria investir em ações


com foco no longo prazo (10, 20 ou 30 anos). Isso não significa
que um investidor idoso e experiente não possa ter ações ou
fundos imobiliários que paguem bons dividendos. Os
investidores mais ricos do mundo possuem mais de 70. Nada
impede que um idoso aposentado utilize o tempo livre que possui
e uma pequena parte do seu patrimônio (sem comprometer o
principal) para investir em ações com foco no curto prazo, desde
que esteja preparado tecnicamente para isso. Essa questão da
idade é bem relativa, como tudo que apresentarei aqui.

Grau de Escolaridade: Nos questionários, quem possui


menos escolaridade tende a ser classificado como investidor
conservador, já alguém com ensino superior ou pós-graduado,
tende a ser classificado como investidor agressivo. Eu conheço
diversas pessoas que possuem nível superior e que não deveriam
fazer investimentos destinados ao perfil mais agressivo. Ter nível
superior não significa estar preparado tecnicamente para tomar
decisões de investimento de risco mais elevado. Também já vi
casos de jovens que só terminaram o ensino médio e que possuem
conhecimentos avançados para investir na bolsa de valores.

Um adulto que só possui o ensino fundamental não deveria


priorizar investimentos financeiros, deveria investir na própria
educação para concluir o ensino médio. O adulto que só possui o
ensino médio, deveria investir em um curso técnico ou em um

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curso superior para conseguir elevar a própria renda. É desse
investimento na sua capacidade de produzir riquezas através do
trabalho, que você irá gerar a renda necessária para poupar e
investir durante a vida.

Quanto você tem para investir: Quem possui pouco


dinheiro, tende a ser mais conservador segundo os
questionários. É fundamental ter reservas para emergências
em aplicações seguras e com boa liquidez. Os investimentos
de renda variável (ações, fundos imobiliários, imóveis para
locação) devem ser feitos por aqueles que já possuem uma boa
reserva financeira em renda fixa.

Quanto mais dinheiro você tem para investir, mais pode


assumir uma posição de investidor agressivo. Quanto menos
dinheiro você tem, mais conservador deveria ser. Isso também
não impede que você faça pequenos investimentos mensais,
regulares, por longos anos, adquirindo ações de boas
empresas.

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Seu conhecimento e sua experiência: Se você não tem
conhecimento e não tem experiência, deve se manter no perfil
conservador. Isso é o que os formulários dizem. Para se tornar
mais arrojado ou agressivo, é necessário investir em livros, cursos
e novos conhecimentos. O seu risco é proporcional ao seu nível
de ignorância. Para um piloto com conhecimento técnico e
experiência, pilotar um avião não oferece qualquer risco. Para
alguém que só sabe pilotar bicicletas, aviões são extremamente
arriscados.

Prazo: Quanto mais longo for o prazo que você pode deixar o
dinheiro investido, mais agressivo poderá ser o investimento.
Quanto menor o prazo, mais conservador ele deveria ser. Como
já falei, não existe nada de errado em fazer investimentos de

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longo prazo utilizando investimentos conservadores de renda
fixa, afinal de contas, moramos no Brasil, onde a rentabilidade da
renda fixa é elevadíssima. Mesmo na renda fixa, existem
riscos maiores em investimentos prefixados e indexados à
inflação de longo prazo. Veja no gráfico abaixo o exemplo de
um título prefixado do Tesouro Direto.

Ao comprar esse título Tesouro Prefixado, você tem a


certeza que receberá R$ 1.000,00 na data de vencimento do
título. O problema é que, se você resolver vender o título antes
do vencimento, o preço de mercado do mesmo pode sofrer
muitas variações (acima ou abaixo do esperado).

Veja como isso funciona.

Investir em renda fixa também pode ser arriscado se você


não entender o que está fazendo.

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Na bolsa de valores, a questão é semelhante. O gráfico abaixo
mostra o índice que mede o desempenho da bolsa brasileira desde
1963 (fonte).

É fácil observar que existe uma tendência de alta no


longuíssimo prazo (várias décadas) e ciclos de altas e de baixas
que podem durar vários anos. Por isso, dizem que o risco de
perdas na bolsa no longo prazo é menor do que o risco de perdas
no curto prazo.

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O que pretende fazer com o dinheiro: Se você pretende
comprar um imóvel nos próximos 5 anos, não deveria fazer
investimentos agressivos de renda variável. Já se o seu
objetivo é uma aposentadoria tranquila nos próximos 10, 20
ou 30 anos, não existe nada de errado em destinar uma parte
do valor investido em renda variável como ações e fundos
imobiliários, mesmo sendo um investidor conservador. Você
só não pode investir sem entender o que está fazendo.

Aceitar perdas: Existem pessoas que perdem o sono


quando os preços das ações estão em queda. Isso,
provavelmente, é um sinal de que você investiu um valor
superior ao aceitável para o seu perfil. O investidor
conservador tende a comprar ações quando os preços estão
altos e vender quando os preços estão baixos. O investidor
mais agressivo tende a avaliar se a empresa em que investiu
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continua tendo bons fundamentos. Se ele avaliar e considerar que
no médio ou longo prazo os preços irão se recuperar, ele tende a
comprar ainda mais ações, aproveitando a queda dos preços. Sua
reação diante da perda depende do seu nível de conhecimento e
experiência.

Nível de informação: Se você não acompanha a economia e


o mercado, deveria preferir os investimentos mais conservadores,
principalmente os de renda fixa pós-fixada. Eles acompanham a
taxa básica de juros da economia. Para investir em renda variável,
é importante que você faça um acompanhamento mínimo da
situação econômica e da empresa que investiu ou pretende
investir. Nunca compre ações seguindo recomendações de
analista sem ser capaz de avaliar essas recomendações. Quanto
mais bem informado, melhores serão suas decisões, menores
serão seus riscos.

Carteira de Investimentos
Cada instituição financeira (bancos, corretoras etc) tende a
recomendar uma carteira de investimentos diferente para seus
clientes. Alguns adotam mais classificações de perfil do que as
três tradicionais: conservador, moderado e agressivo. A corretora
XP também adota o perfil "moderado-agressivo", que seria o
meio termo entre um investidor moderado e agressivo.

Vou comentar as sugestões de carteira da corretora XP. Depois


vou mostrar a sugestão de bancos para que você verifique as
diferenças. Vale lembrar que eu não estou recomendando esse
tipo de carteira, apenas preciso de um exemplo para comentar e
ensinar como elas funcionam. Depois, você verá que não existe
uma regra rígida para compor sua própria carteira.

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Carteira conservadora

O gráfico acima mostra como a corretora que estamos


usando no exemplo recomenda que seus investidores com
perfil conservador distribuam seu dinheiro entre diversos tipos
de investimento.

A leitura do gráfico acima fica assim: vamos imaginar que


você tem R$ 100 mil na caderneta de poupança e que pretende
criar sua carteira de investimentos com base na distribuição do
gráfico acima. Eles recomendam que você invista 45% (ou R$
45 mil) em renda fixa. Podemos chamar de renda fixa o CDB
e LC pós-fixado e LCI e LCA, Títulos Públicos e Debêntures.

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Eles recomendam 30% (R$ 30 mil) em Fundos de Renda Fixa.
Isso seria a reserva de emergência, já que fundos de renda fixa e
fundos DI oferecem liquidez diária e imediata (você pode sacar
seu dinheiro todos os dias). Quando as taxas de juros estão
elevadas, os fundos de renda fixa superam a Caderneta de
Poupança, mesmo com a cobrança de taxa administrativa e
imposto de renda sobre os rendimentos.

Eles recomendam 10% (R$ 10 mil) para investimento em


fundos multimercado, que são justamente aqueles que investem
parte do dinheiro dos investidores em renda variável. É um
investimento com risco de perdas no curto prazo (rentabilidade
negativa) e possibilidade de ganhos no longo prazo (não é
garantido, é apenas uma possibilidade). O mesmo vale para a
recomendação de investir outros 10% (R$ 10 mil) em ações.

Por último, eles sugerem 5% (R$ 5 mil) investido em


Previdência Privada. Escolher um bom plano de previdência
privada não é tarefa fácil, praticamente todos os planos de
previdência oferecidos pelos grandes bancos são muito ruins, pois
as taxas são muito elevadas e a rentabilidade muito baixa.
Recomendo muito cuidado ao seguir qualquer recomendação que
envolva previdência privada.

Ultraconservadores
Grande parte dos investidores brasileiros deveriam ser
classificados como ultraconservadores. São aqueles que deixam
grandes quantias paradas na conta corrente ou na poupança. A
falta de conhecimento e o medo de investir costumam ser tão
grandes que estas pessoas preferem perder da inflação do que
aprender a investir em outras modalidades da renda fixa.

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Acredito que o mínimo que todos deveriam fazer é aprender
a investir nas diversas modalidades de renda fixa que superam
a poupança e que são garantidas pelo Fundo Garantidor de
Crédito. Vamos falar sobre o FGC mais na frente.

Também é muito importante aprender a investir em títulos


públicos. Nem todo mundo tem recursos suficientes para
investir em fundos de investimento com taxas baixas e
rentabilidade maior. Nem todo mundo tem dinheiro para
investir em LCI, LCA e CDBs, que oferecem taxas maiores e
por este motivo exigem um valor mínimo elevado..

ajudar a panejar

Acima, temos a carteira sugerida pela corretora para o


investidor classificado como moderado. Observe que o mesmo
percentual destinado para a renda fixa é destinado para o
investimento em ações. Aqui você pode ver a sugestão de
investimento em fundos imobiliários.
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Você vai perceber que as corretoras tendem a recomendar mais
ações e os bancos tendem a recomendar mais fundos de ações e
fundos multimercado. As instituições tendem a recomendar os
investimentos que geram maiores lucros para elas. Corretoras
lucram sempre que você compra ou vende ações. Os bancos
lucram sempre que você investe em seus fundos.

Na carteira para o investidor Moderado-Agressivo, eles


recomendam alocar 65% do seu patrimônio em renda variável
(ações, fundos imobiliários e fundos multimercado).

Carteira agressiva

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Por fim, o investidor agressivo, segundo a sugestão da
corretora que adotamos como exemplo, deveria investir
somente 10% do patrimônio que possui em renda fixa.

É fundamental perceber que ser um investidor agressivo é


para quem pode e não para quem quer. A pessoa precisa estar
preparada, precisa ter experiência, precisa ter passado pela
fase do conservadorismo, precisa ter adquirido conhecimento
técnico, precisa gostar de investimentos e precisa ter tempo
livre para continuar estudando e acompanhando o mercado.

Se o questionário indicar que você tem perfil agressivo, isso


não significa que você já está preparado para ser um investidor
agressivo. Apenas significa que você respondeu o questionário
de uma forma que te fez ser classificado como agressivo.

Para fazer meus investimentos de renda variável eu assino


uma ferramenta profissional que me fornece os dados que
necessito para avaliar boas empresas (veja aqui) e fiz um curso
para aprender como analisar os fundamentos das empresas
(veja aqui). Mesmo assim, meus investimentos em renda
variável não são agressivos e representam uma parte pequena
do meu patrimônio

Para ser um investidor agressivo, será necessária uma rotina


de estudos regular e um monitoramento permanente dos seus
investimentos de maior risco. Isso exigirá boas ferramentas,
tempo e investimento em conhecimento.

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Cada um inventa a sua carteira:
Encontrei no site do Banco Santander a seguinte carteira:

É fácil observar que existem diferenças entre o que eles


recomendam e o que uma corretora recomenda. Se você visitar a
página sobre investimentos de diversos bancos, verá que existem
muitas diferenças.

Cada instituição inventa sua própria carteira. Na próxima


página você verá como é a carteira sugerida pelo Banco Citibank.

Observe que eles utilizam uma forma diferente de apresentar


os perfis.

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Infinitos tons de cinza
Outra coisa interessante de observar nessa representação do
Citibank é que existe um degradê entre conservadores e
agressivos. Eles colocaram apenas 5 tons de cinza. Na vida
real, existem infinitos tons de cinza entre o conservador mais
extremo e o agressivo mais extremo. O seu perfil se encontra
em algum ponto entre os dois extremos.

Classificar todos os investidores em apenas 3 categorias é


muito limitado, muito simplista e só funciona na teoria. Na
prática, cada pessoa tem um perfil único e difícil de avaliar.

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Para complicar, o seu perfil não é constante. Você pode
acordar mais conservador ou mais agressivo. Eventos na sua vida
(como o casamento e a chegada de um filho) podem mudar o seu
perfil. Mudanças nas expectativas sobre o futuro da economia
também podem fazer você mudar de perfil temporariamente.

Conservadores conscientes ou ignorantes?


Existe aquele investidor conservador por consciência e existe
o conservador por ignorância. O conservador consciente sabe o
que está fazendo, conhece os produtos financeiros, sabe que está
abrindo mão de uma rentabilidade possivelmente maior, mas que
não é uma certeza, por uma rentabilidade menor e mais
previsível.

O problema está no conservador por ignorância. Se não fosse


esse perfil, os gerentes dos grandes bancos teriam dificuldades
para bater as metas impostas pelas instituições onde trabalham.
Não seria fácil vender tantos títulos de capitalização, fundos de
investimento com taxas administrativas elevadas e planos de
previdência privada de baixa rentabilidade.

Se não fosse esse conservador por ignorância, não existiriam


centenas de bilhões investidos na poupança, perdendo para a
inflação.

Não existe nada de errado em ser um investidor conservador,


principalmente com as taxas de juros praticadas no Brasil. O
importante é que você combata sua ignorância financeira para que
se torne um investidor conservador consciente ou um investidor
moderado ou agressivo consciente.

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A ignorância financeira é o maior risco de todos. Tudo, em
qualquer área da sua vida é possível, desde que você adquira o
conhecimento, desenvolva sua experiência e aprenda a
controlar riscos e medos.

Assista este vídeo para sentir o que podemos fazer na vida


quando dominamos esses fundamentos.

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Ciclos da sua vida financeira
Você sabe em qual parte do seu ciclo de vida financeira você
se encontra? Sabe quanto precisa poupar durante a fase produtiva
da sua vida para conseguir uma boa aposentadoria quando não for
mais possível trabalhar?

Você não deve desrespeitar as três regras abaixo em nenhuma


das fases que iremos estudar a seguir.

1. Você não pode gastar tudo que ganha;


2. Você não pode gastar mais do que ganha;
3. Você não pode gastar antes de ganhar.

Se você não seguir esses princípios durante sua vida, será


obrigado(a) a sabotar o seu próprio futuro. Não conseguirá as
reservas necessárias para melhorar sua qualidade de vida futura.
Não conseguirá evitar transtornos financeiros diante dos
imprevistos. Não conseguirá se manter, sem depender dos outros,
após sua aposentadoria. Terá que comprometer seu futuro
financeiro fazendo dívidas.

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O economista italiano Franco Modigliani (prêmio Nobel de
economia de 1985) realizou vários trabalhos sobre o ciclo de
vida e criou um gráfico simplificado como este:

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O gráfico do autor supõe que as pessoas possuem 40 anos de
vida produtiva. No gráfico, a pessoa teria uma renda constante
durante os 40 anos. Seu consumo deveria ser 20% menor que a
renda durante toda a vida. Isso permitiria acumular um
patrimônio suficiente para manter o mesmo padrão de consumo
por mais 15 anos depois da aposentadoria.

Fiz um gráfico que retrata o que seria uma situação ideal de


quem poupa uma parte do que ganha com o objetivo de atingir a
independência financeira antes dos 65 anos.

A linha azul representa o aumento da renda gerada pelo


trabalho com o passar do tempo. Teoricamente, todos deveriam
buscar aumento de renda no decorrer da carreira profissional.
Alguns profissionais possuem a carreira engessada. Passam
décadas fazendo o mesmo trabalho, recebendo o mesmo salário,
sem crescimento profissional e financeiro.

Vamos supor que este profissional fez investimentos mensais


de uma parte da sua renda. Investiu em renda fixa, renda variável,
imóveis e outras fontes. Quanto maior o patrimônio acumulado,
maior tende a ser a renda passiva gerada por juros, dividendos,
lucros e aluguéis dos investimentos. Em algum momento, essa
renda dos investimentos ultrapassará a renda do trabalho. Neste
ponto, a pessoa atingiria a independência financeira.

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No gráfico, é possível observar que o ideal seria atingir sua
independência financeira antes da sua aposentadoria, ou seja,
antes do fim do ciclo onde sua principal renda é gerada através
do trabalho.

Pesquisas mostram que 57% dos brasileiros não fazem


nenhuma economia pensando na aposentadoria (leia aqui). A
renda do trabalho destas pessoas irá zerar depois da
aposentadoria (caso a pessoa pare de trabalhar) e será
substituída pela renda do benefício do INSS (caso a pessoa
tenha contribuído) que ficará entre o salário mínimo e o
benefício máximo que hoje é pouco mais de R$ 5 mil.

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Podemos dividir a vida das pessoas em duas grandes fases ,
veja o gráfico acima. Na primeira, acumulamos patrimônio, ou
seja, enriquecemos. Na segunda, consumimos a renda gerada pelo
patrimônio que acumulamos ou consumimos o próprio
patrimônio acumulado.

Na primeira fase, somos jovens, temos tempo, força de


trabalho e nossa renda cresce na mesma medida que ganhamos
novos conhecimentos, mais experiência e juízo. Após a
aposentadoria, provavelmente ainda teremos que trabalhar, mas
iremos desacelerar. A renda do trabalho poderá diminuir ou até
zerar se a renda dos nossos investimentos for suficiente para
garantir essa liberdade financeira.

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No gráfico abaixo, podemos ver a fase do trabalho intenso
e acumulação de capital para a construção de patrimônio. Esse
crescimento pode ser acelerado pelo efeito dos juros
compostos nos investimentos. Depois, temos a aposentadoria
e o desfrute do nosso patrimônio.

Entre o primeiro e o décimo ano na fase de acumulação de


patrimônio você deve buscar conhecimentos sobre como
ganhar mais, valorizando sua hora trabalhada, e como poupar
mais. Nenhum investimento nessa fase inicial será mais
importante do que aquele capaz de ampliar sua capacidade de
gerar mais renda através do trabalho. Se você ganha pouco,
procure meios de ganhar mais. Invista na sua profissão. É
importante que você adquira consciência financeira nessa fase
para não desperdiçar dinheiro e poupar o máximo possível.

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No início, quando você tem pouco dinheiro para investir, as
oportunidades de investimento oferecidas pelo mercado
financeiro são limitadas. Aprender mais sobre como investir
em títulos públicos seria um bom começo. Acompanhe no
gráfico:

Na segunda década, ainda na fase de acumulação, você terá


mais recursos e deverá buscar mais conhecimento sobre como
obter taxas de juros melhores. É nessa fase que você poderá expor
uma parte do seu patrimônio em investimentos de maior risco, de
longo prazo e que ofereçam rentabilidades maiores (ações de boas
empresas, fundos imobiliários, imóveis etc).

Quanto mais cedo você conseguir se tornar financeiramente


independente, maior será o tempo que você terá para desfrutar da
liberdade de escolha que isso proporciona.

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Com mais independência, você pode optar por um trabalho
menos estressante, pode desacelerar, pode dedicar mais tempo
para coisas que considera mais importante que o trabalho, pode
iniciar um negócio, pode até mudar de profissão na busca de
uma experiência mais gratificante com o trabalho.

Assista um exemplo de alguém que teve a oportunidade de


desacelerar e pensar na qualidade de vida depois de 30 anos
trabalhando dentro de um escritório.

A grande riqueza da independência financeira não é ter


mais dinheiro para gastar, é ter mais liberdade de escolha.

No gráfico abaixo, podemos observar que antes da


aposentadoria, no final da fase de acumulação de patrimônio,
você deve começar a se preocupar com a manutenção das
riquezas que conseguiu construir durante a juventude.

Isso significa reduzir seus investimentos de maior risco e


concentrar em investimentos mais conservadores. É nessa fase
que o seu custo de vida está mais elevado devido a formação
de família (casamento, filhos etc). Você terá mais
responsabilidades, custos mais elevados e não poderá poupar
como poupava antes.

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Seu custo de vida tende a cair quando seus filhos terminarem
os estudos e começarem a trabalhar. Tome cuidado para não cair
na armadilha de sustentar filhos adultos por muito tempo.

Além de prejudicar seu ciclo de vida financeira, você também


estará prejudicando o ciclo dele.

Depois da aposentadoria, a sua renda tenderá a cair. Quando a


pessoa para de trabalhar, a renda originada do trabalho acaba.
Quando ela continua trabalhando na terceira idade, ela tende a
buscar trabalhos mais gratificantes, mesmo que represente uma
remuneração menor.

Algumas pessoas gostam da ideia de deixar heranças para os


filhos. Outras, programam a vida de tal forma que possam
aproveitar o máximo do que acumularam. Como não sabemos o

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dia da nossa morte, é desejável terminar a vida com algum
patrimônio. Pessoalmente, sou contra a ideia do idoso passar por
privações com o objetivo de deixar o máximo de herança para
os filhos.

É responsabilidade de cada filho construir seu próprio ciclo


de vida financeira, a não ser que estes filhos tenham alguma
deficiência.

É importante aproveitar o máximo do patrimônio que você


acumulou enquanto existir lucidez. Quando a lucidez começa
a falhar, é comum os filhos tentarem obter controle sobre o
patrimônio dos pais por meio de ações de interdição judicial.
Com isso, a pessoa deixa de ter poder de decisão sobre o
próprio patrimônio e outras questões da vida.

Não tenho meios de saber qual é o seu ciclo de vida, mas


sei que tenho leitores que estão passando pelas mais diversas
etapas. Cada pessoa tem o seu próprio ciclo, sua própria vida,
valores etc.

Os gráficos que mostrei são apenas exemplos. Cada um


segue uma vida diferente do outro. Por isso, o objetivo é
motivar você a refletir sobre o seu ciclo. Isso também mostra
que somente você pode tomar decisões sobre seus
investimentos, já que cada pessoa tem uma história e um
projeto de vida único.

Nunca pergunte o que você deve fazer com o seu dinheiro


para outra pessoa. Ela não sabe em qual fase da vida você está,
não conhece seu passado, seu presente, seus planos para o
futuro e seus valores.

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É interessante que você tente desenhar o seu ciclo, tente se
localizar dentro de uma jornada que tem início, meio e fim.

Ninguém gosta de pensar no fim, mas, se você parar para


pensar, o fim é a nossa única certeza. Tudo começa traçando
objetivos para sua vida. Todos nós temos alguma ideia de missão
a ser cumprida. Se você não tem, deveria ter. Sua felicidade
depende disso, o resto é distração e fuga.

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Tomando decisões

Muitas pessoas me escrevem diariamente querendo ajuda


para tomar decisões sobre o que deveriam fazer com o dinheiro
que possuem.

Estas pessoas estão fazendo a pergunta errada. Eu não


posso tomar decisões por elas, apenas posso orientar sobre o
que deveriam aprender ou o que deveriam estudar para que
possam tomar decisões sem depender dos outros. Este é o
papel de um educador.

Existem métodos para tomar decisões da forma correta.


Você deveria ter aprendido alguma coisa sobre processo
decisório na escola ou na universidade. Afinal de contas, na
nossa vida pessoal e profissional, estamos sempre tomando
decisões. Infelizmente, a escola nos obriga a decorar muitas
coisas e esquece de nos preparar para a vida lá fora. Com isso,
a maioria das pessoas tomam decisões movidas pelas emoções
ou sem nenhum critério lógico.

Isso induz a levar uma vida inteira tomando decisões


erradas. Neste contexto, fica fácil colocar a culpa no destino,
na falta de sorte ou em fatores externos. Muitas vezes existe
alguém tirando vantagem das decisões erradas que você toma.
Costuma ser a mesma pessoa que te influenciou, de forma
direta ou indireta, a tomar uma decisão errada.

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Situações assim acontecem por todas as partes. Quando você
vai comprar um imóvel, quando você vai escolher um presidente
da república ou quando vai decidir o que vai almoçar ou jantar.

No mundo do dinheiro, perguntar para os outros o que você


deveria fazer com o seu dinheiro é um erro gravíssimo. Quando
você transfere para outra pessoa a responsabilidade por uma
decisão, está correndo sérios riscos.

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Como tomar uma decisão

Tomar uma decisão significa fazer uma escolha entre duas


ou mais alternativas e depois se responsabilizar pelas
consequências.

Quando você precisa tomar uma decisão, significa que está


diante de um problema ou de uma oportunidade. Problemas
precisam ser resolvidos e oportunidades precisam ser
aproveitadas.

Temos uma enorme tendência a tomar decisões sem pensar,


como se nossa mente preferisse funcionar no piloto
automático. Não é culpa nossa. Nossa cabeça vem de fábrica
programada para trabalhar desta forma. Com base nas nossas
experiências passadas, com base nas histórias que ouvimos,
nas opiniões de amigos, parentes e até de estranhos, tendemos
a tomar decisões sem pensar. Estamos sempre procurando um
atalho.

Também queremos evitar a dor do arrependimento. Por este


motivo, tentamos compartilhar a responsabilidade pela
decisão com outras pessoas; assim, podemos culpar estas
pessoas quando as coisas derem errado.

Outro problema de toda decisão é que para cada "sim"


precisamos de vários "nãos". Se existem 10 alternativas para
solucionar um problema, ao escolher uma destas alternativas,
você obrigatoriamente estará negando as outras 9
possibilidades.

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Quando você escolhe uma mulher ou um homem para casar,
significa que está dizendo "sim" para uma pessoa e "não" para o
resto do mundo. Provavelmente, você nunca saberá o que teria
acontecido se a sua escolha tivesse sido outra. Isso representa um
enorme peso na consciência de quem decide. Também vale para
as decisões relacionadas aos investimentos e ao seu dinheiro.

O importante é aceitar que a vida nada mais é do que uma


sequência de escolhas. A vida que você leva hoje é a
consequência de escolhas passadas e a vida que você levará
amanhã será a consequência das decisões que você irá tomar hoje.

As piores decisões da vida são aquelas que não são tomadas


quando deveriam. Também é muito ruim quando você toma uma
decisão que não concorda, por ser obrigado a fazer isto.

Dizem que o pior sofrimento vem do arrependimento,


principalmente quando percebemos que deixamos de tomar
decisões que poderiam ter mudado a nossa vida para melhor.

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Etapas de uma boa decisão

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Problema ou Oportunidade
As pessoas só costumam sair da zona de conforto quando
estão diante de um sofrimento, frustração, irritação ou incômodo.
Mesmo assim, não são todas. Muitas conseguem se adaptar. O ser
humano é especialista em se adaptar diante de situações ruins.

Também existem aquelas pessoas que saem da zona de


conforto quando estão diante de uma oportunidade. Infelizmente,
é a minoria. São pessoas com perfil proativo, que fazem as coisas
acontecerem arquitetando o próprio futuro. Os problemas são
fáceis de perceber, sentimos eles na pele. Já as oportunidades são
difíceis de perceber, exigem olhos treinados e experientes. Olhos
que não estão preparados não conseguem enxergar
oportunidades, mesmo que estejam a um palmo de distância.

Se já faz muito tempo que você não precisa tomar decisões


importantes na sua vida, pode significar acomodamento. Também
pode significar que você está cego diante de novas oportunidades.
Você pode estar parado no tempo sem perceber.

A busca continuada faz parte da nossa natureza, a felicidade


humana depende de conquistas contínuas, precisamos evoluir
moralmente, intelectualmente, financeiramente, cientificamente,
espiritualmente etc. A vida é a busca. Quando a busca para, a vida
para.

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Não tome decisões permanentes sobre
emoções passageiras.

Exemplo de problemas:

• Minhas despesas são maiores do que a minha renda.


Vivo endividado;
• No meu atual emprego, ganho muito pouco;
• Não consigo economizar. Não sobra nada no final do
mês;
• Não consigo rentabilizar meus investimentos. Estou
perdendo dinheiro;
• Só sei investir na poupança. Estou perdendo da
inflação;
• Não sei investir. Tenho medo de arriscar em outras
modalidades de investimento;
• Só sei investir em renda fixa. Perco dinheiro por não
saber nada sobre renda variável;
• Não tenho tempo para cuidar do meu dinheiro. Perco
dinheiro seguindo a opinião dos outros;
• Gostaria de empreender, mas não sei por onde
começar.

Diagnóstico:
Depois de perceber a existência de problemas
ou oportunidades, é necessário entender o que está

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acontecendo. Na fase de diagnóstico, você vai buscar
informações para ter uma visão clara da realidade. Precisamos
saber onde estamos para que possamos traçar onde queremos
chegar. Precisamos identificar as causas da situação que vivemos
e quais são suas consequências no presente e no futuro. Também
é necessário determinar prioridades, somente assim podemos
encontrar as alternativas.

Exemplos de diagnósticos:

Problema: Por que minhas despesas são maiores que minhas


receitas?

Diagnósticos possíveis:

1. Não tenho um planejamento ou um orçamento familiar


para seguir;
2. Não anoto minhas despesas e, por isso, não sei para
onde vai meu dinheiro;
3. Não controlo os pagamentos, por isso sempre atraso e
pago juros e multas;
4. Não controlo meus impulsos, compro sem pensar
quando estou feliz ou quando estou triste;
5. Tento levar uma vida mais cara do que o meu salário é
capaz de pagar;
6. Tenho muitas dívidas e a maior parte do que ganho é
para pagar juros e prestações;
7. Não faço absolutamente nada para ser promovido ou
para conquistar um emprego com salário maior;
8. Não invisto na minha carreira profissional;
9. Não sei nada sobre matemática financeira, não sei fazer
contas de juros e, assim, tomo decisões erradas;

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10. Não sei nada sobre educação financeira e
investimentos;
11. Dou mais importância para o presente e pouco me
importo com o futuro.

Alternativas
Nesta fase, você precisa buscar alternativas para solucionar
o problema ou para conseguir aproveitar a oportunidade. Você
deve relacionar todos os pontos fortes e fracos, vantagens e
desvantagens de cada alternativa. Todos os problemas
relacionados com a falta de educação financeira se resolvem
investindo tempo na sua própria educação
financeira. Normalmente, as pessoas que enfrentam problemas
na área financeira se dividem em quatro grandes grupos:

1. Endividadas: Gastam mais do que ganham.


Colecionam dívidas;
2. Paradas: Gastam tudo que ganham. Não poupam
nada;
3. Poupando: Gastam menos do que ganham. Deixam
dinheiro na conta corrente, no bolso ou rendendo
pouco na poupança;
4. Investindo errado: Perdem dinheiro por não saberem
investir ou por tomarem decisões erradas de
investimento.

Identifique em qual nível você se encontra e busque meios


de aprender mais. A solução dos problemas e a abertura de um
universo de oportunidades dependem da sua educação.

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Depois que você estiver bem informado, é necessário agir e ter
suas próprias experiências. Muitos param na teoria e não
percebem que precisam experimentar, colocar em prática, aos
poucos, para que possam ganhar experiência. Intuição é a
experiência em ação. Sem experiências, suas grandes decisões
serão tomadas com insegurança e medo. Tudo depende do que
você precisa saber ou o que você precisa fazer para ter sucesso.

Podemos escolher o que plantar mas


somos obrigados a colher o que semeamos

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Decisão:
Nesta etapa, você vai comparar todos os pontos fortes e
fracos de cada alternativa. Lembre-se que toda decisão possui
consequências positivas e negativas. As pessoas fazem
escolhas diferentes, pois cada pessoa atribui pesos diferentes
para cada característica daquilo que avalia. Cuidado com
aqueles que trabalham para influenciar suas decisões. Nem
sempre eles estão pensando nos seus resultados.

Existem três ambientes onde precisamos tomar decisões:

Ambiente de Certeza: Situação onde temos acesso a todas


as informações e conhecimentos necessários para tomar a
melhor decisão entre as alternativas que estamos avaliando.
Exemplo: Existe uma certeza de que o investimento em
educação, seja na área financeira ou em qualquer área, melhora
a qualidade de vida das pessoas. Todo tempo ou dinheiro que
você investir no seu desenvolvimento pessoal sempre trará
bons frutos e projetará um futuro melhor.

Ambiente de Risco: Situação onde não é possível prever


as consequências associadas a cada alternativa, mas existem
informações para que possamos considerar as probabilidades,
ou seja, a maior ou menor chance de as coisas acontecerem
conforme previsto. Exemplo: Quando a economia passa por
um ciclo de alta nas taxas de juros, existe uma probabilidade
maior de ganhos na renda fixa e de perdas na renda variável.

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Ambiente de Incertezas: Situação na qual a informação sobre
as alternativas e suas consequências é incompleta ou imprecisa.
As decisões neste ambiente são praticamente chutes, apostas ou
especulações. Exemplo: Comprar um imóvel financiado para
pagar em 35 anos movido pela fé de que nas próximas três
décadas a situação econômica e política do país sejam favoráveis
e que você terá uma situação financeira estável até a quitação total
da dívida.

Tomar decisões é difícil, pois existem muitas limitações:

1. Não podemos prever o futuro. O futuro é composto por


infinitas possibilidades;
2. Na maioria das vezes, não temos experiência ou
conhecimento para avaliar riscos e prever as
consequências das nossas decisões;
3. Em muitos casos, é difícil ou até impossível reverter
uma decisão errada;
4. Emoções e decisões não combinam. Corremos riscos
de tomar decisões erradas quando estamos sob a
influência da tristeza, raiva, euforia, felicidade,
ganância, inveja, medo, soberba etc.
5. Não temos todo o tempo do mundo para tomar
decisões;
6. Não temos todas as informações do mundo para tomar
uma boa decisão;
7. Não gostamos de assumir responsabilidades, pois
temos medo da decepção e do arrependimento;
8. Não sabemos avaliar os custos ou os lucros de uma
decisão.

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Ferramentas:
Existem muitas ferramentas que podemos importar do
mundo corporativo para a nossa vida pessoal. Elas não
garantem que você tomará a decisão correta, mas permite que
você saiba o porquê da decisão que tomou. Se fosse aprofundar
sobre cada ferramenta, seria necessário escrever um novo livro
sobre o tema e não um simples capítulo. Por isso, vou apenas
listar algumas ferramentas para que você possa pesquisar.

Matemática Financeira: Existem decisões que são


puramente matemáticas e, se existe uma área da matemática
que você deveria rever nos seus livros do ensino médio, é a
matemática financeira. Faça uma revisão sobre os seguintes
temas: Ponto de Equilíbrio, Valor Presente, Valor Futuro,
Fluxo de Caixa, Cálculos com Porcentagens, Juros
Compostos, Juros Simples, Conversão de Taxas, Taxa
Nominal e Efetiva. Tudo isso pode parecer chato, só que mais
chato ainda é passar a vida toda sendo enganado por aqueles
que sabem fazer estas contas melhor do que você.

Análise de prós e contras: No papel, você vai listar todas


as vantagens e desvantagens de cada alternativa com base no
seu conhecimento, na opinião de terceiros e pesquisas que
possam ser feitas na internet. Quanto maior a variedade de
fontes, melhor. Também é possível fazer isto utilizando a
Análise de Swot. Basta criar um quadro com quatro
caixas: Forças são os pontos fortes da alternativa. Fraquezas
são os pontos fracos ou pontos negativos da alternativa. As
oportunidades se referem a influência do ambiente que pode

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estar gerando uma boa oportunidade. As ameaças se referem aos
riscos externos com relação a uma alternativa.

Ponderação de critérios e pesos: Essa ferramenta aqui é


importante quando a decisão não depende dos números, mas de
valores pessoais. Podemos atribuir pesos para questões
subjetivas. Cada pessoa valoriza determinadas características ou
critérios de uma forma diferente da outra. É por isso que não
existe um investimento perfeito.

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Vamos imaginar que você precise comprar um imóvel.
Vamos imaginar que você considere três critérios importantes:
Preço, Área útil e Localização.

Os dois primeiros podem ser medidos numericamente:

Você terá dificuldade para avaliar a localização, pois uma


boa localização depende de segurança, vizinhança, comércio,
paisagem e transporte. Para escolher o melhor imóvel, será
necessário usar o método de ponderação por pesos.

Cada pessoa dá peso diferente para cada critério. Uns


acham a segurança mais importante do que a existência de
comércios próximos e outras podem dar um peso maior para a
facilidade de transporte em relação a paisagem do local.

No quadro abaixo, temos um exemplo de tabela que você


pode criar com uma escala de pontos para cada critério.

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Exemplo: Se você considerar que a segurança do primeiro
imóvel é ótima, a nota para o critério segurança deste imóvel
será 5. É claro que aqui temos somente alguns critérios. Cada
pessoa pode considerar critérios diferentes. Exemplo:
proximidade do imóvel em relação ao seu emprego, existência de
vaga na garagem, andar onde o imóvel se localiza e assim por
diante. Veja uma tabela de pontos onde você vai transformar
julgamentos subjetivos como ótimo, muito bom, bom, regular e
aceitável em números ou notas.

Agora, você precisa atribuir um peso para cada critério, pois


para cada pessoa um critério pode ser mais importante que outro.
Veja o exemplo: Para esta pessoa, a segurança tem peso 5 e a
paisagem tem peso 3. Se a paisagem for ótima, a nota será 5 e esta
nota será multiplicada pelo peso que no quadro abaixo podemos
ver que é 3. Assim, a nota total para a paisagem seria 15 (5 x 3).
Já se a segurança for ótima, a nota será 5, que multiplicada pelo
peso 5 resultará em uma nota 25 (5x5).

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Agora, você vai multiplicar a nota que deu para cada
critério de cada imóvel pelo peso de cada critério.

Vai encontrar a pontuação final para cada imóvel

Depois disso, você já sabe qual é o imóvel com melhor e


pior localização com base em critérios e no peso
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(importância) que você determinou. Observe que cada pessoa
poda chegar a conclusões diferentes.

Ninguém pode decidir por você

Espero que você tenha percebido que tomar decisões não é


simples. Não existe fórmula mágica. Existem muitas formas e
ferramentas que podem ajudar no processo de decisão, mas
nenhuma é perfeita e os resultados não servem para todos.

Todas elas, de alguma forma, levam em consideração fatores


pessoais. Por isso, uma decisão boa para uma determinada pessoa
pode ser uma péssima decisão se for tomada por outra pessoa.
Também vale quando estamos diante de decisões sobre
investimentos ou decisões pessoais, profissionais etc.

Eu não conheço sua história de vida, não sei qual bagagem de


experiências e conhecimentos você carrega, desconheço suas
habilidades, qualidades e defeitos. Não sei em qual realidade de
vida, em qual cenário de oportunidades e ameaças você está
inserido(a).

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Somente você conhece você mesmo, somente você conhece
a sua realidade. Se você acredita que ainda não se conhece,
então este autoconhecimento deve ser o princípio de tudo.

Infelizmente, não existem atalhos, não existem gurus.


Quanto mais estudo, mais percebo que ainda sei pouco.
Quanto mais aprendo, mais tenho a certeza que a única coisa
que posso fazer é te estimular a aprender também, para que
você possa desenvolver sua autocrítica, para que você tenha
mais autonomia, mais liberdade sobre as decisões da sua vida,
mais certezas e menos dúvidas.

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Objetivos precisam de estratégias

Se você já traçou objetivos a serem atingidos na sua vida, falta


agora definir as estratégias. De nada adianta ter um objetivo para
este ano ou para as próximas décadas se você não dedica tempo e
energia para traçar a estratégia que utilizará para atingir seus
objetivos.

É por isso que os anos passam e você não consegue atingir


todos os objetivos que traçou.

A palavra "estratégia" vem do grego e está relacionada com a


guerra. Viver não deixa de ser uma longa batalha, onde seu
principal inimigo é você mesmo (embora você tente encontrar
inimigos nos outros). Veremos, mais à frente, que grande parte
dos inimigos que te impedem de atingir seus objetivos estão
dentro de você. A luta é entre você e você mesmo.

Uma definição de estratégia que gosto muito:

Estratégia é a arte de aplicar com eficácia


os recursos de que se dispõe ou de explorar as
condições favoráveis de que porventura se
desfrute, visando o alcance de determinados
objetivos.

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Você possui uma estratégia (um plano) para aproveitar as
oportunidades e os recursos que você possui (seu dinheiro, seu
conhecimento, sua força de trabalho, seu tempo etc) para
atingir os objetivos que você escolheu para sua vida?

Se você ainda não definiu objetivos para sua vida, comece


agora. Defina seus objetivos. Se você já tem objetivos, comece
a pensar nas estratégias. Se você já tem estratégias, avalie os
resultados e, se for o caso, mude suas táticas.

Normalmente, as pessoas se preocupam mais em aprender


táticas sem terem uma estratégia definida. A pessoa que
pretende aprender como obter uma rentabilidade maior nos
investimentos está preocupada com táticas e nem sempre
possui uma estratégia para sua vida. Muitos leitores do Clube
dos Poupadores se preocupam muito com táticas e esquecem-
se do plano, ou seja, esquecem-se de elaborar uma estratégia.

Tática é a habilidade de fazer enquanto a estratégia é


planejar o que deve ser feito para atingir seus objetivos.

A felicidade é um objetivo na vida de todos nós. O que você


acredita que fará você feliz é o que te difere de mim e de todos
os outros.

O que fazemos para buscar o que nos trará felicidade


também nos difere e, por isso, temos uma enorme diversidade
de caminhos para escolher e seguir.

Assista este vídeo rápido do Prof. Heni Ozi Cukier (ESPM


e FGV).

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Qual sua justificativa?
Se você não conseguiu atingir seus objetivos no ano passado,
é provável que você tenha algumas histórias para justificar o
seu insucesso.

Como disse anteriormente, o nosso maior inimigo é interno e


não externo. Nossas estratégias (nosso plano de guerra) precisam
combater nossos pontos fracos, vícios e maus hábitos para que
possamos atingir nossos objetivos de agora em diante.

“Se você conhece o inimigo e conhece a si


mesmo, não precisa temer o resultado de cem
batalhas. Se você se conhece, mas não
conhece o inimigo, para cada vitória ganha,
sofrerá também uma derrota. Se você não
conhece nem o inimigo nem a si mesmo,
perderá todas as batalhas.” Sun Tzu

Essa afirmação vale para todas as áreas da nossa vida e não


apenas para sua vida financeira. Tudo está conectado. Na
verdade, os nossos vícios e hábitos que interferem na nossa
estagnação profissional e financeira são os mesmos que nos
impedem de manter uma vida mais saudável e de manter boas
relações com as pessoas que nos cercam.

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Usamos histórias que justificam, de forma inconsciente,
para perpetuar resultados que não gostaríamos de manter na
nossa vida. Esta forma de agir é que nos afasta das nossas
estratégias para atingir nossos objetivos.

Isso significa que, se não combater seus pontos fracos, não


conseguirá colocar a estratégia em prática.

Felizmente, ter consciência das suas fraquezas e refletir


sobre elas já será grande parte da solução do seu problema. A
sua reação é automática quando está consciente. Sem a
conscientização, toda tentativa de mudança é inútil e
insustentável.

Preparei uma lista de sugestões para que você comece a


traçar seus planos para o ano.

1) Defina objetivos de curto, médio e longo prazo. Curto (1


ano), Médio (5 anos), Longo (10 anos). Estes prazos são
apenas uma sugestão. Nosso cérebro só funciona com
objetivos claros.

2) Se você não tem um objetivo, você não sabe para onde ir,
não sabe que caminhos seguir, não conseguirá enxergar as
oportunidades que aparecerão a todo o momento.

3) Reflita sobre o que você precisa fazer agora para atingir


estes objetivos no futuro. Você precisa elaborar um plano
de ação e isso vai exigir tempo. Não se prepara um plano
em alguns minutos e nem do dia para a noite. Um plano é
uma coisa que você precisa elaborar com paciência e muita
reflexão. Materialize este plano tirando ele da sua cabeça

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e colocando no papel ou no seu computador. Seu cérebro
precisa de números, datas, prazos e dados concretos.
Descreva claramente onde você se encontra, para onde
pretende ir e o que falta (novos conhecimentos, decisões,
atitudes, recursos etc) para atingir seus objetivos.

4) Aprenda mais. Esteja aberto para aprender mais. Invista


mais tempo estudando (estudar não é chato, mude primeiro
este conceito limitador). Se duas pessoas estiverem diante
de uma oportunidade, só aquela que teve mais acesso à
educação terá capacidade de enxergar e aproveitar esta
oportunidade, mesmo que esteja diante dos olhos. Aprenda
mais sobre aquilo que você sabe pouco. Não preciso dizer
o que você precisa aprender. Você já sabe quais são suas
dificuldades e limitações. Você sabe o que deveria
aprender para melhorar diversos aspectos da sua vida
profissional, financeira e até emocional. As livrarias estão
repletas de livros que custam valores insignificantes.
Muitos autores gastam uma vida inteira estudando um
assunto para disponibilizar tudo que aprenderam de forma
didática a troco de algumas dezenas de reais.
Normalmente, as pessoas gastam mais dinheiro com
bebidas alcoólicas durante a vida do que com livros e
cursos. Geralmente, as pessoas reclamam mais dos preços
dos livros do que do preço da pizza. Não existe nada que
justifique viver na ignorância nos dias de hoje, a não ser a
sua escolha por viver na ignorância.

5) Duvide das suas certezas. Você tem uma opinião formada


sobre tudo? Você pode ter um problema. Duvide um pouco
de você mesmo e esteja mais aberto para aprender mais e
mudar de opiniões. Muitas vezes, acumulamos crenças

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limitadoras sobre diversos assuntos, principalmente na
área financeira e profissional.

6) Acompanhe mais o noticiário econômico e político.


Acompanhar notícias sobre esporte, novela, filmes,
celebridades, é um entretenimento como qualquer um, só
que muitas vezes consome todo tempo que você poderia
utilizar para saber mais sobre a realidade econômica e
política que estão interferindo na sua vida neste momento.

7) Para ter resultados diferentes no futuro você precisa


fazer alguma coisa diferente agora. Fazer o mesmo, como
sempre foi feito, te levará para os mesmos resultados. Se
você deve, quite suas dívidas. Se você não poupa, comece
a poupar. Se você poupa, comece a investir. Se você
investe, comece a diversificar e quem sabe empreender no
seu próprio negócio. Não importa em que degrau você se
encontra, sempre existem mais degraus para subir até
atingir sua autorrealização.

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Definindo objetivos financeiros

Muitos definem seus objetivos mentalmente, outros


colocam em uma folha de papel. O ideal seria colocar esses
objetivos em uma planilha.

Se você não tem um software de planilha como o Excel no


seu computador, utilize o software de planilha gratuita do
Google (neste endereço aqui). Também existe o Excel Online
que é gratuito e pode ser acessado aqui. Você só precisa ter um
cadastro no Google (que é gratuito) ou um cadastro na
Microsoft (que também é gratuito) para usar esses serviços
online.

Criei uma planilha Excel com um exemplo de tabela que


você pode utilizar para definir seus objetivos financeiros. Você
vai informar:

1) Seu objetivo que será um valor em R$ (O que?);


2) Em quanto tempo pretende atingir esse objetivo
(Quando?);
3) Qual a taxa de juros do investimento compatível com seu
objetivo (Como?).

A planilha informará quanto você precisa poupar todos os


meses para atingir esse objetivo. Ao preencher a planilha com
todos os objetivos, você provavelmente irá perceber que seus
objetivos financeiros são maiores do que sua capacidade de
poupar.

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Vamos utilizar um exemplo:

Iremos imaginar que você tem apenas quatro objetivos neste


momento.

1. Comprar um apartamento de R$ 400 mil nos próximos 120


meses.
2. Atingir sua aposentadoria com R$ 1 milhão de reais em
investimentos nos próximos 360 meses.
3. Comprar um carro no valor de R$ 70 mil nos próximos 60
meses.
4. Fazer uma viagem no valor de R$ 5 mil nos próximos 12
meses.

Agora, vamos adicionar esses dados na planilha chamada


“Planilha_Livro_CP_Quanto_Investir.xlsx” que acompanha esse
livro.

A planilha preenchida ficará assim:

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Vamos imaginar que você conseguiu taxas de juros de 14%
ao ano para investimentos entre 120 e 360 meses (longo
prazo). Para o investimento de 60 meses, você conseguiu 12%
(médio prazo) e, para 12 meses, você conseguiu 9% (curto
prazo).

Mais à frente, iremos falar sobre cada investimento e você


verá que existem taxas diferentes dependendo do prazo e do
montante que você pretende investir.

No nosso exemplo, seria necessário poupar e investir R$


3.113,64 por mês para atingir seus objetivos dentro dos prazos
e taxas informadas.
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Agora, vamos imaginar que você não tem condições de poupar
toda essa quantia mensalmente. O que fazer?

1. Iniciar ações para aumentar sua renda. Ganhando mais,


você poderá poupar mais.
2. Iniciar ações para poupar mais. É possível que você esteja
desperdiçando dinheiro por falta de controle. Veremos
mais à frente como é possível elaborar um orçamento
familiar. O objetivo do orçamento será aumentar a
quantidade de dinheiro disponível para investir
mensalmente.
3. Avaliar se o valor que você precisa para atingir seus
objetivos deve ser revisado. Talvez você não tenha renda
suficiente para possuir um carro de R$ 70 mil. Você pode
avaliar a possibilidade de comprar um carro de menor
valor.
4. Avaliar a possibilidade de cortar objetivos não prioritários.
Talvez a viagem não seja tão importante em relação aos
outros objetivos. Determine suas prioridades.
5. Avaliar se os prazos não poderiam ser maiores. Quando
você aumenta o prazo para atingir seus objetivos, o valor
investido mensalmente cai drasticamente.
6. Avaliar se existem investimentos que oferecem taxas de
juros maiores para o prazo e a quantia investida. Você não
vai conseguir bons resultados se investir seu dinheiro na
Caderneta de Poupança ou em qualquer aplicação incapaz
de manter o valor do dinheiro no tempo, ou seja, que
ofereça uma rentabilidade acima da inflação.
O mais importante na definição dos objetivos é fazer você
perceber na prática que precisa aumentar sua renda, precisa
economizar mais e precisa escolher quais são suas prioridades.

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De nada adianta ganhar, de nada adianta saber investir se
você não for capaz de economizar e poupar uma parte da sua
renda para investir. Isso pode ser feito elaborando um
orçamento familiar.

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Orçamento Familiar para Investir mais

Você enfrenta dificuldades para gastar só aquilo que você


ganha? Você já consegue poupar um pouco todos os meses, mas
acredita que poderia economizar mais se tivesse um controle
maior sobre suas despesas?

A planilha de orçamento que acompanha esse livro vai te


ajudar a planejar quanto você pretende gastar todos os meses com
lazer, educação, transporte, habitação etc. Você vai determinar
um orçamento para cada área da sua vida e depois vai verificar se
atingiu sua meta.

A planilha vai comparar o que você orçou (planejou) e o que


você realmente gastou. Vai exibir a diferença entre suas projeções
e a realidade através de números e gráficos.

Com isso, você poderá prever todas as receitas que você terá
durante o ano e planejar a maneira como você gasta seu dinheiro.
Além de te ajudar a atingir o maior objetivo que é só gastar
aquilo que você ganha, a planilha também ajuda a fazer escolhas
inteligentes. Ela ajuda a aumentar seu nível de consciência sobre
seus gastos e, por consequência, aumentar aquela parcela que
você irá poupar para construir o seu patrimônio.

Se necessário, os exageros do mês anterior podem ser


compensados economizando no mês seguinte. Tudo fica mais
fácil quando você pode visualizar o que está acontecendo através
da planilha.

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Passo 1: Edite as categorias e subcategorias livremente.
Todas as categorias de renda, poupança e despesas, podem ter
seus nomes modificados. As que existem na planilha são
apenas sugestões.

Passo 2: Opcionalmente, você pode preencher o campo


"Fundo de Emergência" que seria aquele dinheiro que você
possui na sua conta ou na poupança que serve para te socorrer
caso suas despesas sejam maiores do que suas receitas em um
determinado mês. Se você não possui um fundo de emergência
e já está no vermelho (saldo negativo usando cheque especial),
pode colocar um valor negativo neste campo.

Passo 3: Crie seu orçamento. Preencha todos os campos de


orçamento (das colunas: Orçado) com a previsão de quanto
você pretende gastar naquele mês e nos meses seguintes com
relação a cada categoria. É muito importante que você
estabeleça valores compatíveis com a sua realidade. Se você
sabe que todos os meses gasta R$ 300,00 de energia, não
adianta estabelecer com orçamento R$ 100,00. Fracassar será
desestimulante. Se você gasta R$ 300,00 de energia, pode
começar o mês orçando R$ 280,00. Se conseguir economizar
mais do que isso, parabéns! Metas possíveis de serem
cumpridas são mais estimulantes. Reduza o orçamento do mês
seguinte para R$ 270,00. Caso tenha conseguido atingir o que
foi orçado no mês anterior com facilidade, modifique o
orçamento do próximo mês. Isso vale para todas as despesas
que você pode reduzir cortando desperdícios ou fazendo uso
mais inteligente.

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Uma boa forma de estabelecer um valor no campo "orçado"
seria descobrir qual foi sua média de gastos naquele item nos
últimos 3 meses. Exemplo: Descubra quanto você gastou com
alimentação comprada no supermercado nos últimos 3 meses,
some e divida o valor por 3. Você encontrará um valor médio que
pode ser usado como base para estabelecer um objetivo igual ao
da média ou até menor caso você acredite que é possível
economizar alguma coisa nas compras do supermercado.

É importante que você termine o mês gastando só aquilo que


você planejou (orçou). Se você gastar mais do que o orçado,
terminará um mês com um déficit e não terá cumprido com o que
foi planejado. Se sobrou algum dinheiro, use essa sobra na
categoria "Poupança" de tal forma que o seu resultado final entre
as entradas e saídas de dinheiro fiquem iguais a zero.

Desta forma, o campo "Entradas - Saídas=" deve ter uma


variação zero. Se sobrou dinheiro use nos campos de poupança
ou reduza suas dívidas. Para cobrir resultados negativos, você terá
que cortar despesas ou aumentar sua renda.
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Você é livre para editar todos os campos e fórmulas desta
planilha. Não existe nenhum tipo de bloqueio. Ela é apenas um
exemplo, um modelo que você pode utilizar como base para
criar a sua própria planilha. Se você não tem conhecimentos
sobre como usar planilhas, como editar e utilizar o Excel, eu
recomendo que você pense na possibilidade de fazer um curso
sobre Excel. Existem vários sites que oferecem cursos e
costumam ser muito baratos (como esse exemplo
aqui). Planilhas de Excel serão importantes por toda sua vida,
principalmente se você aprender a criar as suas próprias.

Cada pessoa possui necessidades diferentes e seria


impossível modificar a planilha para atender a necessidades
específicas de cada leitor

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A planilha acompanha esse livro e se chama
“CP_Planilha_Orcamento_Familiar_Anual.xls”

“A melhor maneira de prever o futuro é


construí-lo” (Peter Druker)

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Emprestar dinheiro em troca de juros
Governo, empresas e bancos, nunca possuem dinheiro
sobrando. Por isso, eles precisam do dinheiro da sociedade
para poderem investir, crescer e manter suas atividades. Você
pode se tornar credor destes agentes emprestando seu dinheiro
em troca de juros.

Você pode emprestar dinheiro para o governo comprando


títulos públicos. Pode emprestar dinheiro para as empresas
comprando debêntures ou, se preferir, pode se tornar sócio
delas comprando suas ações na bolsa de valores.

Você também pode emprestar dinheiro para os bancos


através dos diversos títulos privados como CDB, LCA, LCI ou
mesmo depositando dinheiro na conta corrente (sem nenhuma
remuneração) ou na caderneta de poupança.

O Governo usa o dinheiro que você empresta para fazer


aquilo que deveria ser feito com o dinheiro que eles nos tomam
todos os meses através dos impostos.

As empresas utilizam seu dinheiro para aumentar a


produção, abrir novas fábricas e lojas, investir e com tudo isso
aumentar os lucros. Sempre que uma empresa emite ações ou
títulos como debêntures, está captando recursos para investir e
gerar lucros.

No caso dos bancos, a razão da sua existência é captar e


emprestar dinheiro. As pessoas que possuem dinheiro

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sobrando são chamadas de agentes superavitários. Para eles, os
bancos oferecem diversas modalidades de investimento. Os
bancos emprestam este dinheiro para os chamados agentes
deficitários que são as pessoas que precisam de dinheiro
emprestado através do crédito pessoal, cheque especial, crédito
consignado, financiamento de automóveis, imóveis etc. Bancos
também emprestam dinheiro para empresas, agricultores e até
para o governo.

A maior parte da população brasileira é deficitária. A


poupança doméstica do país, que corresponde a todo o dinheiro
que não foi gasto em consumo, vem caindo ehoje não passa de
14% do PIB.

Países asiáticos apresentam taxas de poupança na casa dos


35% do PIB. A China chega aos excessivos 55% do PIB. Países
da América Latina poupam acima dos 22% do PIB.

Mesmo tendo as maiores taxas de juros do mundo, a população


brasileira não tem o costume de poupar pensando no amanhã,
como ocorre com os asiáticos.

Isso gera um problema sério para o sistema, que precisa pagar


taxas de juros muito elevadas para atrair os poucos que possuem
dinheiro disponível para emprestar a quem precisa desse dinheiro
emprestado. A expansão da economia fica limitada pela falta de
poupança interna.

O dinheiro que não foi consumido pela sociedade pode se


tornar fonte de recursos para investimentos em estradas, portos,
fábricas, novas tecnologias, novas empresas e, assim, aumentar a

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capacidade de produzir de forma mais eficiente, sem gerar
inflação.

Por isso, é necessário que o sistema mantenha parte da


sociedade estimulada a poupar e a outra parte estimulada a
consumir. O equilíbrio é que proporciona ciclo de crescimento
da economia de forma sustentável, com menos crises e
problemas como a inflação.

Nos países onde o sistema incentiva a poupança, boa parte


da riqueza gerada pela sociedade é direcionada para
investimentos. O consumo também cresce, mas seu
crescimento é em velocidade menor, mantendo a inflação sob
controle. Isso dá base para uma expansão sustentável.

No Brasil, quando ocorre um surto de crescimento, como


ocorreu recentemente, as pessoas partem para o consumo
desenfreado, incluindo empresas e o próprio governo. Gastam
tudo que possuem e se endividam para gastar o que não têm.

Não se preocupam com a poupança, não aproveitam o


momento para fazer reservas que serão necessárias quando as
coisas não forem tão bem. Logo a inflação decola e medidas
recessivas são tomadas para frear a economia.

No Brasil, o próprio governo não dá o bom exemplo. Não


poupa, gasta mais do que arrecada e por isso se endivida.

A boa notícia é que você pode se comportar de maneira


diferente daquele comportamento seguido por todos.

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Enquanto todos estiverem gastando, se endividando e pagando
mais caro por tudo, você estará poupando e acumulando dinheiro.

Quando o ciclo de crescimento acabar, a crise chegar, as taxas


de juros subirem, gerando desemprego, estourando bolhas,
fazendo os preços dos imóveis caírem, o preço das ações das
empresas caírem, você estará repleto de reservas para aproveitar
o momento e comprar bons ativos pagando muito pouco.

Esta é a vantagem injusta daqueles que entendem como o


sistema funciona. Vendem na euforia e compram na desistência,
como mostra a próxima figura:

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Classificação de Risco

Você emprestaria dinheiro para alguém que você não confia?


Alguns vão responder que não e outros podem responder que
depende. Emprestar ou não depende dos juros.

Quando você tem muitas garantias de que irá receber o


dinheiro de volta e os juros, aceita emprestar cobrando juros
baixos. Quando existe algum risco, os juros cobrados são
proporcionais ao risco de enfrentar alguma dificuldade na hora de
receber o valor devido.

É isso que os bancos fazem quando emprestam dinheiro para


você e isso é o que você deve fazer antes de emprestar dinheiro
aos bancos.

Quando você investe em CDB, LCI, LCA, Poupança e


Debêntures, você está fazendo um empréstimo. Quando compra
ações de uma empresa, você está se tornando sócio.

Antes de emprestar ou antes de investir é fundamental verificar


o risco que você está correndo para avaliar se compensa ou não
correr este risco com base nas características do investimento:
rentabilidade (juros) e liquidez.

Todos os anos, alguns bancos, instituições financeiras e


empresas, enfrentam dificuldades financeiras e vão a falência.
Nestes eventos, sempre existem investidores prejudicados.

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Diante disso, como saber quais são os bancos mais seguros
e quais oferecem mais risco para o investidor? Bastaria fazer
uma avaliação constante dos balanços contábeis da instituição,
das decisões tomadas pela direção e de todos os fatos
relevantes que geram algum impacto presente ou futuro na
instituição.

Fazer esse monitoramento de cada instituição seria uma


missão trabalhosa e custosa para os investidores.

Por este motivo, esse trabalho é realizado pelas agências de


classificação de risco, chamadas de credit rating agency.
Também podem ser chamadas de agência de notação
financeira ou agência de notação de risco.

O trabalho que elas fazem é avaliar fatos e números de


empresas, bancos, governos e outras instituições para atribuir
a elas uma nota. Esta nota é chamada de classificação de risco,
classificação de crédito, nota de risco, rating, avaliação de
risco, notação de risco ou notação financeira de risco.

Para atribuir uma nota de risco, as agências realizam


análises técnicas quantitativas, como análise de balanço, fluxo
de caixa, projeções estatísticas, análises de ambiente externo,
questões jurídicas e percepções sobre o emissor e seus
processos.

Quanto melhor for a nota, mais seguro será investir nos


papéis oferecidos por determinado banco ou empresa. Quanto
menor for a nota, maior será o risco de enfrentar problemas
para receber seu dinheiro, existindo até a possibilidade
extrema de calote.

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Vamos imaginar que você está avaliando a possibilidade de
fazer um determinado investimento que paga 12% de juros por
ano. Vamos supor que existem dois bancos que oferecem o
mesmo investimento com a mesma rentabilidade e prazo. Qual
dos dois escolher? Você pode escolher o banco que corre menos
risco de calote. Para descobrir qual é este banco basta comparar
as notas de risco.

Agora, vamos imaginar que o Banco A oferece um


investimento que rende 10% ao ano. Já o Banco B oferece o
mesmo investimento rendendo 12% ao ano. Obviamente, o
Banco B oferece o investimento com melhor rentabilidade. Só
que antes de investir você verifica que a nota de crédito do Banco
B é pior que a do Banco A. Isto significa que para receber 12%
de juros ao ano, você terá que investir correndo um pouco mais
de risco.

Na prática, os bancos com maior nota de crédito, ou seja, que


apresentam menor risco ao investidor, sempre tentarão oferecer a
menor taxa de juros possível até o ponto em que existam
investidores interessados.

Os bancos menores, e que oferecem maior risco, serão


obrigados a aumentar a remuneração oferecida para os
investidores até o ponto que estes investidores considerem que
vale apena correr o risco para receber aquela taxa maior.

Podemos dizer que os bancos mais arriscados premiam os


investidores que aceitam correr o risco através de juros mais
elevados. Sempre que você vai correr um risco maior, precisa
exigir prêmios maiores, ou seja, juros maiores.

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Por isso, é tão importante que você entenda o
funcionamento das tabelas de classificação de risco.

Nota de Risco do Brasil

Os governos também são avaliados pelas agências de


classificação. Os investidores internacionais, antes de comprar
títulos da dívida pública, os mesmos que você pode comprar
no Tesouro Direto, avaliam os riscos de levar um calote do
Governo brasileiro.

Muitos investidores só investem seus recursos em países,


bancos e empresas, que possuem "grau de investimento", ou
seja, que possuam nota igual ou maior que BBB- (em breve
vou mostrar o significado desses códigos).

Um dos motivos pelos quais tivemos grande crescimento na


economia entre 2008 e 2011 foi esta mudança de BB+ para
BBB- que fez o país sair do grau de especulação para o grau
de investimento. Este simples detalhe atraiu muito dinheiro
(dólares) vindo de fora.

Quanto maior é o risco de investimento no Brasil, maior


tende a ser a taxa de juros (Taxa Selic) que Governo precisa
oferecer para atrair investidores estrangeiros.

Já que existem países mais seguros que o Brasil, eles só


estão dispostos a encarar o risco se o país estiver disposto a
pagar um "prêmio", que são taxas de juros maiores para os

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investimentos feitos aqui. Funciona exatamente como o exemplo
dos bancos que acabei de apresentar anteriormente.

O próximo gráfico mostra os anos e as notas que o Brasil


recebeu desde 1994 atribuídos pela S&P.

Tabela de Classificação de Risco

Aqui temos a tabela de classificação de risco adotada pelas 3


maiores agências de classificação.

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Cada agência adota um sistema de notas diferente. Quanto
maior for a probabilidade de moratória (calote) da entidade
avaliada, pior será a sua nota ou a sua classificação. As notas
que estão no topo da tabela são as melhores, as notas na parte
inferior da tabela são as piores.

Na escala de notas da Standard & Poor's (S&P) e da Fitch,


a melhor classificação é AAA; a pior é D. Na escala da
Moody's, a melhor classificação é Aaa; a pior é C.

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Se você não entendeu a tabela, não tem problema. Na próxima
figura temos a tabela que fiz para tornar a coisa mais didática. A
primeira coluna mostra as notas de classificação utilizando o
padrão adotado pela Fitch e pela S&P. Na segunda coluna temos
o padrão da Moody´s.

Às vezes, tenho a nítida impressão de que o "Sistema" gosta


de complicar as coisas para que se tornem inacessíveis ao cidadão
comum. É a arte de complicar o que poderia ser mais simples.

Veja que na próxima figura existem classificações coloridas


que vai do "excelente" até "péssimo".

É uma invenção minha para facilitar o seu entendimento. Não


tem nenhuma relação com a classificação oficial deles. Sinta-se
livre para usar os adjetivos que preferir.

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Veja como é fácil entender. Observe que existem três
grandes grupos de nota. São os grupos da nota A, B e C.
Existem outras notas entre estas notas principais.

Quanto mais letras, melhor a nota dentro daquela categoria.

Dessa forma, BBB é melhor que BB. Já BB é melhor do


que B. Entre essas notas, também existem notas
intermediárias.

Se você encontrar uma nota BB+, saberá automaticamente


que ela está um nível a mais (+) da nota BB. Se você encontrar
a BB-, isso significa que ela é um nível abaixo da nota BB.

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Se você encontrar a nota A+, você saberá que ela está um nível
acima da nota A, enquanto a A- está um nível abaixo da nota A.

O significado de cada nota


Com base neste documento aqui, a Fitch explica o que
significa cada nota.

AAA: Mais alta qualidade de crédito


O rating ‘AAA’ reflete a menor expectativa de risco de
inadimplência. É atribuído apenas em casos de capacidade
excepcionalmente elevada de pagamento dos compromissos
financeiros. Essa capacidade é altamente improvável de ser
adversamente afetada por eventos previsíveis.

AA: Qualidade de crédito muito alta


O rating ‘AA’ denota uma expectativa muito baixa de risco de
inadimplência. Indica uma capacidade muito elevada de
pagamento de compromissos financeiros. Essa capacidade não é
significativamente vulnerável a eventos previsíveis.

A: Qualidade de crédito alta


O rating ‘A’ denota uma baixa expectativa de risco de
inadimplência. A capacidade de pagamento de compromissos
financeiros é considerada forte. Essa capacidade, todavia, pode
ser mais vulnerável a alterações nos negócios ou nas condições
econômicas, do que no caso de categorias de ratings melhores.

BBB: Boa qualidade de crédito


O rating ‘BBB’ indica que, no momento, existe uma baixa
expectativa de risco de inadimplência. A capacidade de
pagamento de compromissos financeiros é considerada adequada.

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Todavia, mudanças adversas nos negócios e nas condições
econômicas têm mais possibilidade de limitar essa capacidade.

BB: Especulativo
O rating ‘BB’ indica um risco de inadimplência mais
elevado, particularmente como resultado de mudanças
adversas nos negócios e nas condições econômicas ao longo
do tempo. Entretanto, existem alternativas financeiras ou de
negócios que fazem com que os compromissos financeiros
sejam honrados.

B: Altamente especulativo
O rating ‘B’ indica que um significativo risco de
inadimplência está presente, porém uma limitada margem de
segurança ainda existe. Os compromissos financeiros estão
sendo honrados. Entretanto, a capacidade de continuar
efetuando pagamentos está vulnerável à deterioração nos
ambientes de negócios e econômico.

CCC: Risco de crédito substancial


A inadimplência é uma possibilidade real.

CC: Risco de crédito muito alto


Algum tipo de inadimplência é provável.

C: Risco de crédito excepcionalmente alto


A inadimplência é iminente ou inevitável, ou o emissor está
sem alternativas.

RD: Inadimplência Restrita


Ratings ‘RD’ indicam, na opinião da Fitch, que um emissor
está inadimplente no pagamento não resolvido de um bônus,

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empréstimo ou outra importante obrigação financeira, mas que
não entrou legalmente em processo de recuperação judicial,
intervenção administrativa, liquidação ou de encerramento
formal ou que não encerrou suas atividades.

D: Inadimplência
Ratings ‘D’ indicam, na opinião da Fitch, que um emissor
entrou com pedido de recuperação judicial,
intervenção administrativa, liquidação ou processo de
encerramento formal ou que encerrou suas atividades.

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Melhor relação entre nota e rentabilidade
É importante que você verifique a relação que existe entre
a classificação de risco da instituição onde você pretende
investir e a rentabilidade do investimento.

Ao evitar os investimentos em instituições com grau muito


baixo, você estará reduzindo drasticamente os seus riscos de
perdas ou de uso do FGC – Fundo Garantidor de Créditos. O
FGC funciona como um seguro e irei falar mais sobre ele em
breve.

Como já falamos, juros remuneram o risco. Quando você


encontra uma instituição oferecendo investimentos com taxas
muito acima da média, fique atento.

Devemos avaliar a classificação de risco dos bancos que


oferecem altas taxas de rentabilidade em títulos como LCI,
LCA e CDB. Também devemos avaliar as empresas que
emitem debêntures e ações na bolsa de valores.

Você pode consultar as classificações de risco de cada


banco e empresa através o site das agências. Em todas elas,
você precisa fazer um cadastro gratuito para ter acesso.

• Moody´s, (https://www.moodys.com/);
• Standard&Poors (http://www.standardandpoors.com);
• Fitch (https://www.fitchratings.com.br)

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Muitas corretoras exibem a nota de risco ao lado de cada
investimento oferecido aos seus clientes. No exemplo abaixo,
temos uma tabela que exibe a lista de CDBs disponíveis para
investimento pela corretora XP quando este texto foi escrito. Esta
tabela só pode ser vista pelos clientes da corretora em uma área
restrita do site.

Vou ensinar como fazer a leitura destas notas e entender o que


elas estão dizendo.

Observe que o Banco Morgan Stanley (na figura anterior)


possui a nota máxima que é AAA. Isso significa que o risco de
investir no CDB deste banco é o menor possível segundo a
agência S&P.

O Morgan Stanley se tornou o maior banco de investimentos


do mundo depois que fez uma joint-venture com o Citigroup. Ele

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está presente em 42 países onde existem mais de 1.7 trilhões
de dólares.

Observe que o Morgan oferece 97% do CDI ao ano como


remuneração para quem investir neste CDB. Observe na tabela
que o banco que oferece a melhor taxa é o Banco BMG. Ele
oferece 116% do CDI.

Para saber a diferença entre 97% do CDI e 116% do CDI,


basta visitar o site www.cetip.com.br e verificar qual é a taxa
DI no dia de hoje.

Vamos imaginar que a taxa DI (que remunera o CDI) seja


14,13%. Para descobrir quando representa 97% de 14,13%,
basta fazer 14,13 x 0,97. O resultado será 13,70%. Dessa
forma, o Banco Morgan está oferecendo 13,70% de juros.

Já o Banco BMG ao indicar que oferece 116% do CDI está


na verdade oferecendo 16,39% ao ano. Você encontra esse
número dividindo 116% por 100 para encontrar 1,16. Agora,
basta fazer 14,13% x 1,16 = 16,39%

Podemos concluir que o Banco BMG está oferecendo


2,69% de juros ao ano a mais que o Banco Morgan.

Você deve entender que o Banco BMG está pagando um


prêmio de 2,69% a mais que o Banco Morgan para que você
aceite fazer seu investimento em um banco com classificação
A no lugar de fazer em um banco com classificação AAA.

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Observe que existe uma distância de 5 notas entre AAA e A e
essa remuneração de 2,69% existe para compensar esse maior
risco.

Cabe a você fazer comparações e tomar a decisão se a taxa


adicional compensa o risco adicional.

Na mesma tabela, você encontrará o Banco Intermedium com


taxa igual equivalente ao CDI, ou seja, 100% do CDI ou igual a
14,13%. Observe que a classificação do Intermedium é BBB-.

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Isso representa 9 níveis abaixo da classificação máxima que é
AAA ou 4 níveis abaixo da nota A.

Se você comparar o CDB do Banco BMG que oferece


116% e tem nota A e o CDB do Banco Intermedium que tem
nota BBB- e oferece 100% do CDI, rapidamente vai concluir
que o Intermedium oferece uma remuneração menor para um
risco maior.

Esta seria a vantagem de entender e observar as


classificações de risco das agências.

Você deve saber que LCI, LCA e CDB, são investimentos


segurados pelo Fundo Garantidor de Créditos. Se o banco falir
e você possuir menos de R$ 250 mil investidos, o dinheiro será
devolvido será devolvido graças a esta proteção.

Por esse motivo, você nunca deve investir mais de R$ 250


mil no mesmo banco. É claro que a possibilidade de calote de
grandes bancos como Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco,
é tão pequena que o risco de investir mais de R$ 250 mil nestes
bancos é pequeno.

Mesmo assim, para diluir os riscos, é interessante investir


em vários bancos diferentes. Em breve, vou falar sobre o FGC.

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Grau de Investimento e Grau de Especulação
Todas as notas do grupo A (AAA, AA+, AA, AA-, A+, A, A-
) são boas notas e significam grau elevado de segurança para
investir.

Os bancos que possuem estas notas são bons bancos para


investir já que oferecem menores riscos de você ter algum
problema ou dor de cabeça.

Você também pode investir nos bancos com nota BBB+, BBB,
BBB-. Estas são as três menores notas na categoria “grau de
investimento”.

O seu risco começa a aumentar quando você resolve investir


em bancos que possuem notas que estão dentro da categoria "grau
de especulação". A maioria das corretoras que conheço não
trabalham com títulos CDB, LCA e LCI de bancos com notas
nesta categoria de especulação.

É importante ter cuidado quando a nota de risco é BB+, BB,


BB-, B+, B e B-. Existem investidores que gostam de risco, que
gostam de especular e que por isso investem em papéis de bancos
e empresas nesta situação.

Eles fazem isso sabendo do risco que estão correndo. Eles


aceitam este risco maior se forem bem remunerados, ou seja, se
os juros oferecidos forem realmente compensadores.

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As agências de classificação são confiáveis?
O mercado acredita que elas são confiáveis, o problema é a
forma como as avaliações são feitas e como as agências são
remuneradas.

Vamos imaginar que você é dono de um banco. Os


investidores naturalmente querem saber qual é sua
classificação de risco antes de investir. Você vai até a agência
de classificação de risco X e paga para que ela avalie sua
instituição. Confidencialmente, ela entrega para você o
resultado da avaliação que é o seu grau de risco.

Você como cliente da agência de classificação tem o direito


de pedir sigilo, ou seja, a agência não poderá divulgar a
classificação. É claro que se a classificação for baixa você vai
preferir não divulgar; se for alta, você irá divulgar.

Como existem outras agências, você vai tentar contratar os


serviços das outras para verificar se elas avaliam seu banco de
forma mais positiva. É claro que a empresa vai escolher
divulgar a nota dada pela agência que fez a avaliação mais
positiva.

Para que uma classificação se torne pública, a empresa


contratante deve autorizar formalmente a publicação. Já
quando a avaliação está publicada, ela pode passar por
revisões de tempos em tempos. Nestas revisões, a nota pode
ser modificada para cima (upgrade) ou para baixo
(downgrade). Os bancos e empresas que contratam as 3

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principais agências e autorizam a divulgação das 3 notas se
tornam empresas com maior credibilidade.

Quando você tenta encontrar as avaliações de um banco e


percebe que ele não foi avaliado pelas três ou pelo menos por uma
das grandes agências, isso pode não ser um bom sinal.

Como consultar o rating (notas de risco)


Agora, vou ensinar como você pode consultar a classificação
de risco dos bancos e empresas onde você pretenda investir antes
de tomar uma decisão.

Vamos fazer consultas no site da Standard&Poor´s. O primeiro


acesso deve ser feito no endereço
http://www.standardandpoors.com/, onde você encontrará a
versão em inglês.

Procure na parte superior um menu horizontal onde está escrito


"Americas (English)". Clique nesta opção e selecione "Latin
America (Portuguese)". Se preferir, você pode acessar o link
abaixo diretamente:

http://www.standardandpoors.com/pt_LA/web/guest

Depois disso, você precisa se cadastrar para que possa ver as


classificações de risco. O cadastro é gratuito. Lá no menu
superior, próximo do canto direito, existe a opção "Contato".
Clique e você verá aparecer a opção “Cadastre-se” que deve ser
clicada para que você possa ver e preencher o formulário. Não
esqueça de digitar o número que aparece na imagem e confirmar

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que leu e concordou com os termos de uso antes de apertar no
botão "Enviar".

Eles vão enviar um e-mail para que você confirme seu


cadastro clicando em um link que acompanha a mensagem.
Ela também terá a sua senha provisória.

Agora, volte para a primeira página do site. No campo de


busca, você deve digitar o nome do banco que pretende
pesquisar. Como exemplo, busquei pelo nome Itaú e
selecionei a opção Banco Itaú Unibanco S.A.

A partir desse momento, você deve digitar seu e-mail e sua


senha no quadro chamado “Conecte-se”.

Apareceu o resultado da busca e, ao clicar nele, pude ver os


dados abaixo:

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Para nós brasileiros que investimos no Brasil e em moeda
nacional, o que nos interessa é a nota que aparece no campo
"Escala Nacional Brasil de Longo Prazo".

Veja que a nota é brAA+, onde você pode desconsiderar este


"br" (que significa Brasil) e considerar a nota AA+. Outro campo
importante é o de perspectiva (CreditWatch). Quando está
negativa. Este campo pode conter as seguintes informações:

• Positivo: significa que o rating pode ser elevado;


• Negativo: significa que o rating pode ser rebaixado;
• Em desenvolvimento: significa que o rating pode ser
elevado, rebaixado ou reafirmado;
• Estável: significa que nada deve mudar.

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É importante deixar claro que o CreditWatch nem sempre é
modificado antes de ocorrer uma elevação ou um
rebaixamento de nota. Desta forma, a nota pode ser rebaixada
sem que antes tenha havido tempo para indicar uma
perspectiva “negativa”.

No site da S&P, existe uma página em português que


mostra as definições de rating. (visite aqui). Você também
pode acessar o PDF que explica o significado de cada nota.

Para concluir, é importante que você perceba que não


adianta avaliar só as melhores taxas de juros sem verificar os
riscos. Lembre-se que os bancos não oferecem mais juros que
os outros por serem mais bonzinhos. O desejo de todo banco é
pagar os menores juros possíveis. Um banco pequeno ou com
problemas financeiros só paga juros maiores porque somente
assim conseguem atrair investidores.

O investidor só deve aceitar correr riscos se for premiado


por isto. É assim que você deve pensar quando estiver diante
de várias opções de investimento de diversos bancos menores.

Isso vale especialmente para aqueles que estão comprando


LCI, LCA, CDB, Debêntures, dentro das corretoras que
oferecem investimentos de vários bancos. Também se aplica a
todos que pretendem abrir conta em bancos pequenos, investir
em poupança ou em fundos de investimento.

Para quem investe em ações, a classificação de risco é


muito importante. Antes de investir, crie o hábito de investigar
os riscos que você corre.

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Consultando outra agência
É importante ter uma segunda opinião. Por isso, vou ensinar
você como consultar as notas de risco através da agência Fitch
Ratings de forma gratuita.

Você vai aprender como criar um cadastro gratuito, como


consultar as notas que eles atribuem para cada banco, como
entender estas notas, como consultar as publicações gratuitas,
além de outras informações importantes com exemplos reais.

A Fitch é uma das três grandes agências de classificação de


risco do mundo. Eles avaliam periodicamente a situação
financeira de milhares de empresas, bancos e até países. Estas
análises resultam em notas de A até C que classificam as
instituições pelo grau de risco de crédito (veremos mais na
frente). Investidores do mundo todo utilizam as notas atribuídas
por estas agências para tomar decisões de investimento. Você,
pequeno investidor, pode fazer a mesma coisa.

Vamos imaginar que você pretende fazer um investimento e


observou uma oportunidade de investir em algum papel emitido
pelo banco BTG Pactual. Poderia ser um CDB, LCI ou LCA.
Vamos imaginar que você não sabe nada sobre o BTG Pactual e
precisa de uma opinião dessas agências.

O primeiro passo será abrir uma conta gratuita no Fitch


Ratings. Quase todo conteúdo que eles oferecem só é acessível se
você fizer o cadastro. A Fitch não é brasileira, mas possui
escritórios no Brasil e um site todo em português
em https://www.fitchratings.com.br

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Visite a página deles e observe o canto superior direito da
tela. Existe um campo onde você deve digitar o seu login e a
sua senha. Passe o mouse sobre "Como fazer login".

Ao clicar em "Cadastre-se", você deve preencher um


formulário informando um login (um apelido), seu nome,
nome da empresa (se for o caso), email e outros dados.

Depois, você precisa esperar algum tempo para receber a


senha de acesso. Pode demorar um pouco e pode ser que a
mensagem seja confundida com spam (propaganda) pelo
serviço de e-mail que você utiliza.

Sempre que alguma publicação for feita na Fitch, eles vão


enviar um e-mail para você. Isso pode ser um pouco chato, já
que não existem meios de desligar esses avisos. Eles fazem
muitas publicações por dia. A dica seria não utilizar seu e-mail
principal ou desligar a opção de receber esses e-mails na
página que possui os dados do seu cadastro.

Curiosidade: Risco dos países


Assim que você conseguir entrar no site utilizando seu
login e sua senha, visite a página que exibe a nota de risco dos

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países. No menu superior, clique na opção "Finanças Públicas" e
depois em "Soberanos". Por curiosidade, você poderá ver a nota
atribuída pela Fitch para os títulos da dívida externa de diversos
países. Investidores internacionais consideram estas notas antes
de tomarem decisões de investimento.

Se você fosse um grande investidor internacional, com


milhões ou até bilhões de dólares para investir, observaria na
tabela de exemplo acima, que é mais arriscado investir no Brasil,
que tem a nota BB, do que investir na Austrália, que tem nota A+,
segundo a opinião da Fitch. Você observaria essa bolinha
vermelha com o sinal de negativo do lado da nota de risco do
Brasil. Ela indica que existe uma perspectiva de rebaixamento, ou
seja, existe uma probabilidade maior da Fitch rebaixar a nota do
Brasil quando fizer uma nova avaliação. O mesmo não acontece
com a nota da Bolívia.

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Antes de continuar, é importante destacar que essa
classificação só vale para o investidor estrangeiro (que investe
utilizando moeda estrangeira).

Utilizando moeda nacional, dentro do país avaliado, os


títulos públicos destes países sempre possuem nota máxima
(AAA). Na teoria, nenhuma instituição financeira do país é
capaz de oferecer garantias maiores do que Tesouro do próprio
país, já que este possui o poder de emitir moeda (imprimir
dinheiro) para pagar suas dívidas, caso não consiga retirar o
dinheiro que necessitam do bolso da população (através dos
impostos).

Dessa forma, as notas da tabela acima refletem o risco de


calote da dívida externa (em dólares) e não de calote da dívida
interna (em reais).

A tabela abaixo mostra como as notas são ordenadas das


maiores para as menores conforme tabela divulgada pela Fitch
neste documento aqui.

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O significado de cada nota segundo a Fitch pode ser
consultado neste documento aqui.
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Como ler as notícias sobre notas de risco

Vamos imaginar que você acordou pela manhã e


encontrou uma notícia sobre a classificação de risco daquele
banco que você pretendia investir (leia aqui)

Poucas pessoas entendem o que significa o rebaixamento


de BBB- para o BB-. Olhando na tabela abaixo, fica mais claro
o movimento de queda. Vale destacar que não é comum uma
agência de classificação de risco rebaixar a nota em vários
níveis de uma só fez. Isso só acontece quando ocorre algum
evento inesperado que degradou ou pode degradar os
resultados da empresa de forma brusca. Normalmente, a
situação financeira das empresas se degradam lentamente e as
notas são rebaixadas no decorrer de vários meses ou até anos.

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Olhando a figura abaixo, fica fácil entender a forte mudança de
classificação.

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Agora que você entendeu como funciona essas notas, você
resolveu olhar as publicações da Fitch sobre o banco BTG
Pactual antes de tomar qualquer decisão.

No site da Fitch, depois de digitar seu login e senha, procure


no menu horizontal superior a opção "Instituições
Financeiras". Passe o mouse sobre ela e clique em "Bancos".
Você verá uma tabela parecida com a figura do exemplo
abaixo onde é possível consultar as atuais notas de todos os
bancos avaliados pela Fitch no Brasil.

Vale lembrar que nem todos os bancos são avaliados pela


Fitch.

A primeira coluna com o título "Rating Nacional de Longo


Prazo" é a classificação que normalmente os bancos e as
corretoras divulgam.

Ela só permite fazer comparações entre instituições


brasileiras e, por isso, a nota é seguida de um (bra). A coluna
que possui a classificação que permite comparações com a
nota de risco dos títulos brasileiros ou com a nota de qualquer
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banco, de qualquer país do mundo, seria a que aparece na
penúltima coluna que se chama "IDR de Longo Prazo em
Moeda Local". Esse IDR significa "Issuer Default Rating", ou
seja, Classificação de Probabilidade de Inadimplência do
Emissor.

O IDR dos bancos sempre será igual ou menor ao IDR do


Brasil. Em outubro/2015, a Fitch rebaixou o Brasil de BBB para
BBB-. Com isso, todos os bancos brasileiros estão com o IDR em
processo de rebaixamento. Na figura acima, você pode observar
que o IDR do Bradesco é BBB com perspectiva de rebaixamento.

Isso também ocorre com todos os grandes bancos que


apareciam na lista quando este artigo foi escrito. Isso não
significa que o Bradesco deixará de ser um banco AAA(bra) no
Rating Nacional de Longo Prazo, que é a classificação adotada
para comparar as instituições nacionais. Para esse critério, os
títulos públicos sempre serão AAA(bra).

Por isso, é interessante utilizar como parâmetro de comparação


o risco de investir em títulos públicos. O investimento de menor
risco, dentro de qualquer país, é sempre o título da dívida pública
emitido por este país.

No Brasil, estes títulos são emitidos pelo Tesouro Nacional,


que podem ser comprados através do Tesouro Direto.

Antes de investir em títulos privados (CDB, LCI, LCA etc)


emitidos pelos bancos e outras instituições, é
fundamental observar se estão oferecendo juros maiores que os
oferecidos pelo governo através dos títulos públicos. Quanto mais
arriscado for o banco (através das notas de classificação de risco),

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maiores os juros que o investidor deve exigir para investir.
Essa maior consciência do pequeno investidor gera uma maior
concorrência e uma preocupação maior dos bancos em
manterem bons resultados para que possam ser bem avaliados.

Fazendo buscas de publicações:


Observe que existe um campo de busca no canto direito
superior da tela no site da Fitch. Faça uma busca por BTG
Pactual. O resultado será parecido com o exemplo abaixo.

Somente os relatórios do tipo "press release" são gratuitos.


Os outros, que são pagos, só são do interesse de analistas,
consultores, gestores de fundo, bancos e grandes instituições.

Para o pequeno investidor, o material gratuito já será


suficiente. O press release é o mesmo material que a Fitch
libera para os jornalistas.

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Observe que, um dia depois da prisão temporária do presidente
do BTG Pactual, a Fitch emitiu nota comunicando ter colocado o
banco em "observação negativa". No dia da prisão, o mercado
teve uma forte reação negativa (fonte).

As ações do BTG despencaram. As pessoas começaram a


sacar o dinheiro que investiram através da instituição (fonte). O
banco se viu obrigado a pedir assistência ao Fundo Garantidor de
Crédito (fonte).

Depois de oito dias de notícias e fatos negativos sobre o BTG


Pactual, a Fitch e outras agências resolveram rebaixar a nota do
banco (fonte).

O que podemos aprender com este caso da BTG Pactual?

• As agências não podem prever o futuro. Toda nota é


resultado de uma opinião emitida pela avaliação de
dados passados.

• Uma boa nota hoje, não significa nenhuma garantia de


uma boa nota até o vencimento do investimento que
você pretende fazer.

• Vencimentos maiores representam riscos maiores.

• Uma crise de credibilidade pode afetar qualquer


instituição e o impacto disso na situação financeira da
mesma é imediato.

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• A credibilidade de um banco é o seu maior bem.
Ninguém coloca dinheiro nas mãos de quem não
confia.

• Não é a primeira vez, e parece que não será a última,


que bancos se envolvem com escândalos de corrupção.
• No escândalo do Mensalão, dois bancos se
envolveram. O Banco Rural foi fechado (fonte) e o
Banco Opportunity deixou de ser banco múltiplo.

• Nada impede que outros bancos apareçam nos


próximos capítulos das investigações da Lava Jato.

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Fundo Garantidor de Créditos

Diversas opções de investimento no Brasil possuem uma


espécie de seguro que é oferecido pelo FGC ou Fundo Garantidor
de Créditos (http://www.fgc.org.br/).

O FGC é uma entidade privada sem fins lucrativos mantido


pelas instituições financeiras associadas (veja a lista). O Banco
Central obriga bancos e determinados tipos de instituições a se
associarem ao fundo.

A principal função do FGC é proteger o dinheiro dos


correntistas e investidores que investem seus recursos nos
produtos oferecidos por bancos múltiplos, bancos comerciais,
bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades
de crédito, financiamento e investimento, as sociedades de
crédito imobiliário, companhias hipotecárias e as associações de
poupança e empréstimo em funcionamento no Brasil.

Caso estas instituições tenham decretada uma intervenção,


liquidação extrajudicial ou estado de insolvência (falência), você
terá uma parte ou a totalidade do seu dinheiro de volta através do
Fundo Garantidor de Créditos. Nesse capítulo veremos as regras
e as limitações para que isso ocorra.

Para que essa garantia seja possível, os bancos contribuem


com 0,0125% ao mês referente a todo dinheiro que você possui
investido nas aplicações e contas cobertas pelo fundo.

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Não é você que contribui, mas sim os bancos; por isso, este
valor não é descontado da sua conta. Quando você pede
dinheiro emprestado para comprar um carro ou um imóvel,
precisa pagar um seguro. Da mesma forma, quando você
empresta dinheiro para o banco, ele paga o Fundo Garantidor
de Créditos que funciona como se fosse um seguro.

Investimentos garantidos pelo FGC


1. Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio
(Dinheiro que você deixa parado na conta corrente);
2. Depósitos de poupança (Caderneta de Poupança);
3. Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado -
RDB (Recibo de Depósito Bancário) e CDB
(Certificado de Depósito Bancário);
4. Depósitos mantidos em contas não movimentáveis por
cheques destinadas ao registro e controle do fluxo de
recursos referentes à prestação de serviços de
pagamento de salários, vencimentos, aposentadorias,
pensões e similares;
5. Letras de câmbio (LC);
6. Letras imobiliárias (LI);
7. Letras hipotecárias (LH);
8. Letras de crédito imobiliário (LCI);
9. Letras de crédito do agronegócio (LCA);
10. Operações compromissadas que têm como objetivo
títulos emitidos após 8 de março de 2012 por empresa
ligada (Compromissadas).

Os títulos públicos que você pode adquirir através do


Tesouro Direto não possuem garantia do FGC. Neste caso, a
garantia é oferecida pelo Governo Federal através do Tesouro

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Nacional. Como você sabe, quem paga as contas e as dívidas do
governo é toda a população brasileira através dos impostos. O
Governo também é capaz de produzir dinheiro para pagar suas
dívidas através da emissão de moeda, lembre-se que ele é dono
da máquina de imprimir dinheiro. O Banco Central, Tesouro
Nacional e o Governo Federal são instituições muito maiores que
o FGC ou qualquer outra instituição privada.

Garantia de 250 mil por instituição

O FGC garante a devolução de no máximo R$ 250.000,00


investido por CPF/CNPJ por instituição financeira ou
conglomerado financeiro. Isso significa dizer que cada pessoa ou
empresa terá no máximo R$ 250 mil protegidos em cada
instituição financeira diferente que investir.

Veja um exemplo: Se você possui R$ 500.000,00 investido em


CDB, Poupança, LCI de um mesmo banco e ele falir, você só
receberá R$ 250.000,00 do FGC. O restante você terá que brigar
na justiça para reaver junto com todos os outros credores do
banco.

Se você possui mais de R$ 250.000,00 investido no mesmo


banco, seria mais seguro dividir seu patrimônio em vários bancos.
Vamos supor que você tenha R$ 600.000,00. O ideal seria dividir
esta quantia por três e investir R$ 200.000,00 em três bancos
diferentes. Bancos pequenos e de médio porte tendem a ser mais
arriscados que os bancos de maior porte. No momento de
diversificar seus investimentos, você deve levar em consideração
este limite de garantia oferecido pelo FGC em cada instituição
diferente que você possuir investimentos.

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Se você tem conta conjunta, é mais seguro manter contas
separadas. Evite o uso de conta conjunta. Se o banco quebrar e
sua conta conjunta possuir R$ 500 mil, vocês só receberão R$ 250
mil, mesmo sendo uma conta conjunta. A proteção do FGC é
de R$ 250 mil por conta, mesmo que seja conta conjunta.

É importante destacar que o valor devolvido pelo FGC no


caso de falência inclui o valor investido e os juros que você
recebeu até o momento em que o banco sofreu intervenção do
Banco Central. O tempo que levará entre a intervenção e a
devolução do dinheiro não será remunerada, ou seja, você
corre o risco de perder os juros que iria receber entre a
intervenção e a devolução.

Limite de R$ 1 milhão

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em 21 de


dezembro de 2017, a alteração promovida no Regulamento do
Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que estabelece teto de
R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas
para cada CPF ou CNPJ. Após 4 anos, o teto é restabelecido.

A contagem do período de 4 anos se inicia na data da


liquidação ou intervenção em instituição financeira onde o
investidor detenha valor garantido pelo FGC. Permanece
inalterado o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e
conglomerado financeiro.

Aos investimentos contratados ou repactuados antes do dia


21 de dezembro de 2017 não se aplica o teto de R$ 1 milhão a
cada período de 4 anos.

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Vamos imaginar que você tenha R$ 250 mil investidos no
CDB de um banco que acabou de quebrar. Neste momento você
acabou de usar a garantia de R$ 250 mil. Por quatro anos o FGC
só irá garantir no máximo R$ 750 mil investidos nos demais
bancos. Caso não haja mais nenhum pagamento de garantia (ou
seja, nenhum outro banco quebre com seu dinheiro dentro dele)
após o período de quatro anos, o teto para pagamento de garantias
a esse investidor voltará para R$ 1 milhão.

Podemos dizer que se você tem R$ 2 milhões de reais


investidos em 8 bancos diferentes (R$ 250 mil em cada um) e
ocorrer uma catástrofe, fazendo os oito bancos quebraram, você
só terá garantia de devolução de R$ 1 milhão pelo FGC, ou seja,
o outro R$ 1 milhão estará fora da garantia.

Quando o FGC não oferece garantias


Preparei uma lista de alguns investimentos que, no momento,
não possuem qualquer proteção do FGC. É possível que existam
outras modalidades que eu não tenha listado. O fato de não
oferecerem proteção do FGC não significa que são investimentos
que devem ser evitados, mas sim que o cuidado no momento da
escolha da instituição deverá ser maior.

Fundos de Investimento Imobiliário (FII) - É importante


não confundir Letras de Crédito Imobiliário com Fundos de
Investimento Imobiliário. As Letras são protegidas, mas os
Fundos de Investimento Imobiliário (FII) não contam com
garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Fundos de Investimento - Fundos oferecidos pelos bancos


para seus clientes não são garantidos pelo FGC. É importante que

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você perceba que o patrimônio dos bancos não se mistura com
o patrimônio dos fundos de investimento que eles
administram. Quando um banco enfrenta problemas, os
cotistas do fundo podem fazer assembleias e mudar a
administração do fundo para outro banco. É como um
condomínio que muda de síndico. Se o fundo fizer
investimentos comprando títulos privados de outros bancos ou
empresas e estas quebrarem, o FGC só irá garantir R$ 250 mil
de garantia, não importando se o fundo possui inúmeros
cotistas. Se o fundo quebrar e isto prejudicar os cotistas, não
existirá proteção.

Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) - São


títulos lastreado em ativos imobiliários de diversos tipos, como
CCI (Cédulas de Crédito Imobiliário), carteira de recebíveis
etc. Só pode ser emitido por companhias securitizadoras,
responsáveis por estruturar os créditos imobiliários e
transformá-los em CRIs. Estes títulos não são protegidos pelo
FGC.

Certificado de Recebíveis de Agronegócio (CRA) - São


títulos de crédito emitidos por companhias securitizadoras de
direitos creditórios do agronegócio, com base em recebíveis
adquiridos. O dinheiro investido em CRA não é garantido pelo
FGC.

Debêntures - São títulos de crédito emitidos por empresas


de vários ramos, com o objetivo de financiar investimentos,
rolar dívidas, fornecer capital de giro, entre outros. As
debêntures também não possuem a garantia do FGC. É uma
forma de emprestar dinheiro para as empresas. Você deve
avaliar a solidez da empresa antes de emprestar o dinheiro.

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Letras Financeiras (LF) - Título emitido por bancos
múltiplos, comerciais e de investimento; sociedades de crédito,
financiamento e investimento; caixas econômicas; companhias
hipotecárias; e sociedades de crédito imobiliário. Se parece com
o CDB, mas não possui garantia do FGC.

Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios - É um


tipo de aplicação em que a maior parte dos recursos é destinada à
aquisição de direitos creditórios que uma empresa tem a receber,
como duplicatas, cheques, contratos de aluguel e outros. O direito
de recebimento desses créditos é negociável, quer dizer, a
empresa o cede a terceiros e isso é feito por meio de um FIDC.
Não existe proteção do FGC.

Risco de investimentos garantidos pelo FGC


Mesmo quando o investimento escolhido é garantido pelo
FGC você deve considerar que existe o "risco de precisar da
garantia". Apesar de R$ 250.000,00 estarem garantidos, isto não
significa que você verá o seu dinheiro de volta imediatamente.

Após uma intervenção do Banco Central ou a falência da


instituição financeira, o processo de restituição dos clientes se
inicia e costuma demorar vários meses. Você pode consultar
quanto tempo demorou entre a decretação e o pagamento neste
relatório aqui.

Por este motivo, você deve avaliar com cuidado os bancos


pequenos que oferecem CDB, LCI, LCA, oferecendo taxas de
juros muito atraentes. Quanto maior é a rentabilidade de seus
produtos, maior tende a ser o risco que o investidor estará

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correndo. Os bancos só oferecem a rentabilidade mínima
necessária para que as pessoas tenham interesse em investir.
Quanto maior, mais estável e seguro é o banco e menos juros
ele precisa pagar para atrair o interesse dos investidores.

Um exemplo foi a intervenção do Banco BVA em outubro


de 2012. O pagamento dos investidores clientes do banco só
começou em março de 2013.

Uma maior demora pode ocorrer quando você investe em


pequenos bancos através de corretoras que não registram as
operações na CETIP (Central de Custódia e Liquidação de
Títulos), que você pode visitar em http://www.cetip.com.br. O
não registro parece tornar o processo de devolução mais lento.

Ao investir através de corretoras, escolha uma que registre


suas operações na CETIP. Ela funciona como se fossem um
cartório. O título privado que você adquirir ficará vinculado ao
seu CPF ou ao seu CNPJ de forma que o FGC possa lhe
identificar com facilidade. Procure o selo da CETIP Certifica
no site da corretora ou pergunte se ela faz o registro.

Veja a lista de corretoras que trabalham com o Cetip


Certifica visitando aqui.

Existe uma página na CETIP onde é possível verificar quais


foram os seus investimentos registrados pela corretora.
O endereço é https://www.cetipmeusinvestimentos.com.br/

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Investir por corretoras
Para que você possa ter acesso a inúmeras possibilidades de
investimento, é necessário que você aprenda a investir por uma
corretora.

Quando você tem conta no Banco Itaú, o gerente do seu banco


só irá oferecer produtos do Itaú. Quando você tem conta no Banco
do Brasil, você só tem acesso a CDB, LCI, LCA e outros produtos
do Banco do Brasil. Quando você tem conta em uma corretora
independente, você pode comprar e vender produtos de inúmeros
bancos e instituições financeiras sem a necessidade de ter contas
abertas em cada uma delas.

Existem sites como o http://www.jurus.com.br/ onde você


encontrará listas atualizadas diariamente com todos os
investimentos que existem dentro das principais corretoras. Você
encontrará CDB, LCI, LCA, LC, CRA, CRI e Debêntures de
diversas instituições. Outro site que permite fazer este tipo de
pesquisa é o http://app.rendafixa.rocks/

Se você é iniciante, é bem provável que você nunca tenha


ouvido falar na existência e tantos tipos diferentes de
investimento. Isto ocorre por você estar limitado aos
investimentos oferecidos pelo seu banco.

Existe um grande universo de possibilidades de investimento


dentro das corretoras. Infelizmente, uma pequena parcela da
população conhece estas possibilidades. Grandes investidores
movimentam bilhões todos os dias através de investimentos feitos

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em corretoras. Só a população é que fica de fora por falta de
educação financeira e conhecimento sobre investimentos.

A primeira reação de quem nunca ouviu falar em


investimentos feitos por corretora é ter medo. Existe a ideia de
que investir fora dos grandes bancos é arriscado.

Além das corretoras dos grandes bancos, existem as


corretoras independentes, que não fazem parte do grupo de um
banco, e que por isso, têm a vantagem de oferecerem opções
de investimento de diversos bancos ao mesmo tempo.

Corretoras são apenas intermediadoras, vendedoras,


prestadoras de suporte, validadoras de documentos,
distribuidoras dos produtos e serviços dos outros.

Ninguém investe dinheiro na corretora, você investe


dinheiro através de uma corretora em produtos emitidos por
bancos, empresas, bolsa de valores, fundos etc.

O seu dinheiro passa pela corretora, não fica nela, a não ser
que você deixe dinheiro parado na sua conta na corretora.

Na verdade, sempre que você contrata qualquer tipo de


corretora, não importa se é corretoras de seguros, corretoras de
imóveis e corretoras de viagens, está contratando uma empresa
que irá intermediar a operação de compra e venda entre você
e uma outra empresa (seguradora, banco, incorporadora,
operadora de viagens etc).

Quando você compra títulos públicos, eles não ficam


guardados na corretora. Se forem títulos emitidos pelo Tesouro

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Direto, eles ficam custodiados na Companhia Brasileira de
Liquidação e Custódia (CBLC), que é um braço da
BM&FBOVESPA. Desta forma, seus títulos ficam em uma conta
vinculada ao seu nome e CPF.

Se a corretora falir ou por algum motivo for liquidada, os seus


títulos públicos ou privados não desaparecem, não são perdidos.
Você só teria o trabalho de abrir uma conta em outra corretora e
solicitar a mudança de agente de custódia.

Desta forma, é importante que você procure uma boa


corretora, que ofereça um bom atendimento, um site completo,
com ferramentas e informações que permitam você gerir seus
investimentos online.

Sempre que você transferir dinheiro para sua conta na


corretora, é importante fazer logo o investimento para não deixar
o dinheiro parado. Sempre que ocorrer o vencimento de um título
e o dinheiro cair na conta, reinvista ou transfira o dinheiro para o
seu banco preferido.

Na conta da corretora, você só deve deixar dinheiro suficiente


para pagar as taxas exigidas em alguns investimentos, como é o
caso dos títulos públicos ou taxas de custódia.

É importante lembrar que todas as instituições financeiras e as


corretoras de valores são supervisionadas pelo Banco Central do
Brasil. Já as corretoras também são supervisionadas pela
Comissão de Valores Imobiliários (CVM).

O medo de investir fora dos grandes bancos, através de


corretoras, é muito comum. Eu mesmo senti esse medo quando

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resolvi experimentar investir através de uma corretora e não
mais através de um grande banco.

O principal obstáculo no processo de aprendizagem do


iniciante está na coragem necessária para enfrentar o que é
novo. A situação nova, neste caso, se resume em transferir
dinheiro que estava em um grande banco para uma corretora
que não tem qualquer relação com grandes bancos.

É natural que as pessoas fiquem com medo de tudo que é


novo ou de qualquer situação onde não temos qualquer
experiência. Por isso, é interessante investir valores pequenos
no começo. Somente com a experiência é que você vai
ganhando confiança.

No site do Tesouro Direto, existe uma página que lista as


corretoras que oferecem as menores taxas, veja a lista aqui.

Você verá que várias corretoras não cobram taxa. Fazem


isso por uma questão de marketing. Entre as maiores que não
cobram taxa temos a XP investimentos, Easynvest e Clear que
faz parte do mesmo grupo da XP.

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Extratos e comprovantes
Sempre que você faz qualquer operação de compra ou venda
de títulos públicos, títulos privados, fundos, através de uma
corretora, ela emite um documento chamado “Nota de
Negociação”. É um comprovante do serviço prestado pela
corretora.

Caso tenha comprado ações, fundos imobiliários, títulos


públicos e outros papéis negociados na BM&FBOVESPA, é
possível confirmar se estão todos no seu nome através do site
https://cei.bmfbovespa.com.br/ (Canal Eletrônico do Investidor).

No caso dos títulos públicos comprados do Tesouro Direto


pela corretora com custódia na CBLC, você também pode
consultar pelo site:
https://tesourodireto.bmfbovespa.com.br/PortalInvestidor/

Caso tenha comprado títulos privados como LCI, LCA, CDB,


debêntures e outros, o registro da operação deve ser feito através
da CETIP.

Como já mostramos, os investimentos registrados podem ser


vistos em https://www.cetipmeusinvestimentos.com.br/

Você encontrará uma tela como essa:

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Se for seu primeiro acesso clique na opção que marquei na
figura acima para gerar sua senha ou para recuperar sua senha.
Depois, sempre que precisar acessar basta digitar seu CPF no
campo acima para ser direcionado para o formulário abaixo.

Você não precisa saber o código da sua corretora. Basta


digitar o nome da corretora que o campo vai ser preenchido

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com o código da corretora. Para cada corretora ou banco onde
você possui conta será necessário ter um cadastro diferente e
senha diferente. Se a CETIP possuir seu email, ela vai enviar a
senha por e-mail. Se ela só possuir seu endereço ela vai enviar a
senha pelos correios.

Veja logo abaixo o exemplo de um extrato através do site da


CETIP.

Logo na primeira tela do extrato você verá suas debêntures,


CRA, CRI e valores mobiliários. Para acessar o extrato de CDB,
LCI e LCA você deve clicar no botão "Outros investimentos"

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como mostrei na figura acima. Ao fazer isso você verá uma
tela como a mostrada logo abaixo.

Os dados são atualizados diariamente. Se você comprar um


CDB hoje, ele deve aparecer na CETIP no dia seguinte.

“Se você quer ser uma pessoa boa, mas


considera os ricos naturalmente maus,
nunca será um deles. É impossível. Como
você pode ser algo que despreza?”

(T. Harv Eker)

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Emprestar dinheiro para o governo

O Governo Federal vende títulos porque precisa de dinheiro


para investir em infraestrutura, saúde, educação além de cobrir o
rombo da sua ineficiência. Os impostos que pagamos não são
suficientes e, por isso, o governo precisa se endividar cada vez
mais.

Pelo Tesouro Direto, qualquer um pode emprestar seu dinheiro


para o Governo Federal comprando títulos. Na data de
vencimento, o título será recomprado pelo governo e você
receberá mais do que pagou, ou seja, receberá o que investiu mais
os juros prometidos quando comprou o título. Você pode
antecipar a venda do seu título, algumas vezes esta antecipação é
vantajosa, outras não.

Pela internet, qualquer pessoa pode ganhar dinheiro


comprando e vendendo títulos públicos federais. Com menos de
R$ 100,00 já é possível comprar frações de títulos públicos.

Estes papéis são os mesmos que os bancos compram, com o


seu dinheiro, quando você aplica em fundos de renda fixa, fundos
DI. São os mesmos papéis que os planos de previdência privada
e fundos e pensão compram para fazer o dinheiro render até a sua
aposentadoria.

No próximo gráfico você verá que existem quase R$ 4,4


trilhões investidos em renda fixa no Brasil, sendo que quase a
metade estão em títulos públicos. A outra metade está em títulos

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privados como CDB, debêntures, títulos de crédito (LCI e
LCA), entre outros.

Você pode ter achado isso estranho, afinal de contas, os


títulos públicos não parecem ser tão conhecidos ou populares.
Você certamente não conhece muitas pessoas que investem em
títulos públicos. Se não são as pessoas que investem tanto,
quem seriam os detentores destes títulos?

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Dos trilhões que existem em títulos públicos, apenas 1%
pertencem a pessoas físicas. Todos os outros 99% foram
comprados por bancos, fundos de investimento, fundos de
pensão, previdência privada, seguradoras e investidores não
residentes no Brasil.

Agora, você entende por qual motivo os grandes bancos não


fazem nenhum esforço para divulgar a existência dos títulos
públicos?

Os bancos criam fundos de investimento e planos de


previdência privada. Estes fundos investem o dinheiro dos
clientes em títulos públicos e privados. Para isso, cobram taxas

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administrativas elevadíssimas. Os gerentes e demais
funcionários dos bancos são treinados para vender as
vantagens dos fundos de investimento (fundos de renda fixa,
fundos DI, fundos multimercado) por serem produtos muito
lucrativos para o banco.

Os títulos públicos são esquecidos. Com certeza, você


nunca recebeu um telefonema do gerente do seu banco para
falar sobre as vantagens de investir em títulos públicos.

Ele provavelmente já ligou para oferecer planos de


previdência privada PGBL e VGBL e cotas em fundos de
investimento. Para os que possuem poucos recursos, eles
costumam oferecer os terríveis títulos de capitalização onde
você pode ganhar prêmios, mas que na verdade só perde
dinheiro.

Isso explica porque 99% dos títulos públicos estão nas


mãos dos bancos e outras instituições financeiras brasileiras e
estrangeiras. Os bancos lucram bilhões oferecendo estes
títulos de forma indireta através dos fundos. Por este motivo,
quanto menos as pessoas souberem sobre os títulos, melhor
para eles.

Se você pode aprender como investir diretamente em títulos


públicos e outros títulos privados, não faz o menor sentido
pagar taxas abusivas para que os bancos façam isto por você.

Quando este livro estava sendo escrito, o Tesouro Direto


possuía mais de 1 milhão de investidores cadastrados e 382
mil ativos. Veja no gráfico que este número está aumentando.

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É interessante observar o interesse dos investidores mais
jovens pelos títulos públicos.

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Se você aplicar R$ 100.000,00 em um fundo de investimentos
oferecido pelo seu banco e ele cobrar 2% de taxa administrativa
anual, isto significa um custo anual de R$ 2.000,00. Se for um
fundo DI, o banco utilizará seu dinheiro para comprar títulos
Tesouro Selic (LFT). Se for um fundo de renda fixa, eles irão
investir seu dinheiro comprando Tesouro Prefixado (LTN).
Fundos de inflação investem em Tesouro IPCA+.

Você mesmo poderia fazer estes investimentos com um custo


5 a 6 vezes menor. Seu custo com as taxas para investir
diretamente nos títulos seria de R$ 500,00 a R$ 600,00 por ano,
que equivale a 0,30% ou 0,40% de taxa anual para um
investimento de R$ 100 mil.

Fica fácil observar o quanto é vantajoso para os bancos.


Quando comparamos títulos públicos e planos de previdência
privada, os lucros dos bancos são ainda maiores, já que, além de
cobrarem taxa de administração elevada, os bancos também
cobram outras taxas como a de carregamento e a de saída.

Comprar títulos públicos é fácil e pode ser feito por você


mesmo pela internet através de uma das diversas corretoras que
existem.

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Vantagens dos títulos públicos

Baixo risco: Por ser uma aplicação que é garantida pelo


Governo Federal, é considerada de baixo risco quando
comparada com outras opções no mercado. Lembre-se que o
Governo Federal é dono da impressora de dinheiro. As contas
do Estado são garantidas pelo bolso de todos os brasileiros
através dos impostos. Para um calote na dívida interna, é
necessário que todo país quebre primeiro.

Baixo custo: O investimento em títulos públicos tem baixo


custo quando comparamos com fundos de investimento e
planos de previdência.

Previsibilidade: Por ser uma aplicação versátil


(compatível com pequenas e grandes somas, diversos
vencimentos e modalidades de pagamento variadas), permite
que o investidor programe os resgates em função das suas
necessidades futuras.

Liquidez: Se for preciso, você pode resgatar o dinheiro


investido antes do vencimento. O Tesouro garante a recompra
dos títulos todos os dias úteis. Você verá mais na frente que
nem sempre antecipar o resgate é vantajoso.

Diversificação: Como existem vários tipos de títulos, o


Tesouro Direto permite que o investidor diversifique suas
aplicações com base em cenários de alta ou baixa de juros e
variação da inflação. Sempre existe um título vantajoso para
cada situação econômica que o país atravessa.

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Acessível: Com menos de R$ 100,00 já é possível iniciar uma
aplicação. Já os fundos com melhor rentabilidade, oferecidos
pelos bancos, são exclusivos para pessoas que possuem grandes
quantias para investir.

Comodidade: O investidor aplica, acompanha e resgata os


recursos pela Internet e ainda pode programar as compras e o
reinvestimento.

Vantagem tributária: O Imposto de Renda (IR) só é cobrado


no momento de saída do investimento, ou no recebimento das
parcelas semestrais, depende do tipo do título. Nos fundos de
investimentos, o imposto é recolhido semestralmente, pelo
mecanismo conhecido como “come-cotas”. Como a parcela do IR
permanece na carteira do investidor do Tesouro Direto até o
resgate, continua a render juros que serão seus.

Investir no Tesouro Direto parece ser um pouco complicado


no começo, já que você precisa aprender como investir para que
possa fazer escolhas.

As pessoas não gostam muito de aprender coisas novas, muito


menos de serem obrigadas a fazer escolhas. A escolha certa só
depende do seu conhecimento. O risco de errar é proporcional a
sua desinformação sobre o investimento.

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Risco de Investir em Títulos Públicos
Não existe ativo mais seguro para investir em um país do
que os títulos da dívida pública que o mesmo emite
internamente.

Isto acontece porque o pagamento destes títulos é garantido


pelo caixa do Estado que é o Tesouro Nacional. De forma bem
simples, podemos dizer que o Tesouro é uma conta bancária
para onde vai todo dinheiro que o governo tira da população e
das empresas através dos impostos. Os recursos de caixa do
Tesouro Nacional são mantidos no Banco Central e
movimentados através do Banco do Brasil como você pode ver
no art. 4 do decreto 93.872.

Todo e qualquer dinheiro arrecadado pelo Governo Federal


é obrigatoriamente recolhido para a conta do Tesouro
Nacional. Da mesma forma, todas as despesas do Governo
Federal são feitas através de saques na mesma conta.

Quem "cuida" deste dinheiro público (de todos nós) é


a Secretaria do Tesouro Nacional que pertence ao Ministério
da Fazenda.

Mesmo arrecadando trilhões em impostos todos os anos,


todos estes recursos são poucos para a gastança de dinheiro
público. Para conseguir o dinheiro que falta para fechar as
contas, o Tesouro Nacional precisa pedir dinheiro emprestado
para a população, bancos, empresas e investidores
internacionais.

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Vamos imaginar que você está disposto a emprestar R$ 700,00
para o governo. Ele recebe seu dinheiro e te entrega um cheque
pré-datado no valor de R$ 1.000,00 que poderá ser descontado
depois de 2 anos.

É assim que funcionam (de forma muito simplificada) os


títulos públicos chamado Tesouro Prefixado. Quando você
compra um título público, se torna um credor do governo e eles
se tornam seu devedor. Eles devem dinheiro para você e
prometem pagar a dívida somada a juros em uma data futura.

Estas captações de dinheiro se dão pela emissão primária de


títulos públicos, que são adquiridos por instituições financeiras
(bancos) por meio de leilões. Já as pessoas físicas podem comprar
títulos públicos através do programa chamado Tesouro Direto
que é fruto de uma parceria entre o Tesouro Nacional e a
BM&FBOVESPA. São estes leilões e as negociações de juros
futuros que determinam os juros dos títulos públicos que as
pessoas compram no Tesouro Direto.

A dívida interna (em reais) fechou 2016 acima de R$ 3


trilhões.

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Grande parte dos credores do governo são bancos, fundos de
investimento, fundos de previdência, investidores estrangeiros e
seguradoras, como você pode ver no gráfico abaixo (fonte).

Para que você possa imaginar o tamanho da dívida, veja as


comparações da próxima foto. Veja o espaço ocupado por 1
milhão, 100 milhões, 1 bilhão e 1 trilhão.

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Você pode estar pensando o que pode acontecer se faltar
dinheiro para pagar toda essa dívida.

Quando o governo gasta menos do que arrecada, dizemos


que ocorreu um superávit primário, ou seja, sobrou dinheiro
para pagar os juros da dívida.

Para o mercado, este indicador é importante. Quanto maior


o superávit primário, mais o país demonstra capacidade de
pagar o que deve, isto significa menos risco de crédito e,
portanto, menos juros o país precisa pagar para atrair
investidores. Lembre-se que juros é proporcional ao risco.

Quando o governo gasta mais do que arrecada, temos o


chamado déficit primário. Para que as contas possam fechar, o
governo precisa adotar algumas medidas como:

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Governo vende títulos públicos: Para pagar os juros dos
títulos públicos que estão vencendo e que foram comprados por
investidores em anos anteriores, o governo pode emitir e vender
novos títulos públicos. É como se estivesse empurrando a dívida
com a barriga. O Governo literalmente assume uma nova dívida
para pagar uma dívida velha.

Governo aumenta impostos: O governo pode aumentar a


arrecadação de impostos para pagar os juros da dívida. Isto pode
ser feito de diversas maneiras, muitas delas o cidadão comum é
incapaz de perceber. Como corrigir a tabela do Imposto de Renda
Pessoa física abaixo da inflação. Com isto, mais pessoas entram
na faixa de cobrança de imposto. O governo também costuma
aumentar os impostos pagos pelas empresas, que são repassados
para os preços, e com isto a população não percebe o aumento
diretamente, mas acabará pagando por ele já que tudo acaba
sendo repassado para os preços.

Governo corta gastos e investimentos: Para economizar o


dinheiro que será usado para pagar juros da dívida, o Governo
pode cortar investimentos e verbas que seriam utilizadas para a
educação, saúde, segurança, investimentos etc. Isto prejudica a
população, sem contar que muito do que é arrecadado acaba
sendo desviado em esquemas de corrupção.

Governo privatiza empresas e vende concessões: O


Governo pode aumentar suas reservas vendendo empresas
públicas ou vendendo concessões para que empresas privadas
explorem atividades que eram exercidas por
estatais. Normalmente, isto é feito através de leilões e o dinheiro
arrecadado engorda os cofres públicos.

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Governo imprime dinheiro: O governo é dono das
impressoras da Casa da Moeda. Se necessário, ele pode
produzir dinheiro novo para pagar suas dívidas. Isto tem
efeitos negativos como a desvalorização da moeda e a
inflação. Nosso governo só pode produzir reais, por isto as
dívidas em moeda nacional são fáceis de pagar. A dívida
externa, que é feita em dólares, só pode ser paga em dólares e
por isto é mais fácil encontrar países dando calote em
investidores internacionais.

Você percebeu que a garantia de pagamento dos títulos


públicos é o bolso de todos os 200 milhões de
brasileiros? Ricos e pobres pagam impostos sempre que
compram alguma coisa, pedem empréstimos, fazem
investimentos, recebem alguma renda etc. No Brasil, até para
morrer é necessário pagar impostos; do contrário, a família do
morto não tem direito a receber a herança.

O que acontece se o país quebrar?

O não pagamento da dívida pública interna produziria o


chamado risco sistêmico. Não existe risco pior do que o risco
sistêmico que é o colapso de todo sistema financeiro, com forte
impacto sobre as taxas de juros, câmbio e todos os preços da
economia.

O calote da dívida interna quebraria todos os credores do


governo: bancos públicos e privados, fundos, previdência
pública, seguradoras, planos de saúde, empresas de todos os
tipos, além de provocar uma grave desordem social que se
espalharia por toda parte. O dinheiro nacional perderia o seu
valor. As pessoas tentariam comprar moedas estrangeiras e

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voltariam a fazer escambo. Por isto, o calote da dívida interna não
é uma opção ou uma solução. É por essa razão que ela não é
praticada por nenhum governo.

Observe que não estou falando de dívidas que o país faz no


exterior. Uma dívida externa feita em dólares só pode ser paga
com dólares. O Brasil não pode imprimir dólares, a população
brasileira não paga impostos em dólares. A falta de reservas em
moeda estrangeira pode levar a um calote da dívida externa. Para
evitar esta situação, existem entidades financeiras internacionais
que socorrem países em crise, como é o caso do Fundo Monetário
Internacional.

O Brasil já deu calote, ou default, como os técnicos gostam de


falar. Isto aconteceu em 1987 durante o governo do José Sarney.
O governo da época resolveu decretar moratória da dívida externa
brasileira e interrompeu o pagamento em dólares.

Isto permitiu uma renegociação da dívida. O problema é que


os reflexos negativos de um calote podem demorar anos, talvez
até décadas para serem superados. É por isto que todos os
governos fazem o máximo esforço para evitar atrasos ou não
pagamento de dívidas.

Em 2001, a Argentina também decretou moratória da dívida


externa. A dívida era praticamente impagável. O não pagamento
também permitiu uma negociação com os credores. Até hoje, a
Argentina sofre as consequências negativas do primeiro calote.

Quanto maior é o risco do investimento no Brasil, maior tende


a ser a taxa de juros (Taxa Selic) que o governo precisa oferecer
para atrair investidores.

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O Brasil concorre com outros países pelo dinheiro dos
investidores. Estes só estão dispostos a encarar o risco se o país
estiver disposto a pagar um "prêmio" que são taxas de juros
maiores.

O Brasil é atualmente o país que oferece uma das maiores


taxas de juros reais do planeta, ou seja, descontando a nossa
inflação, estamos pagando juros elevados para quem investe
em títulos públicos.

É melhor emprestar para bancos ou governos?


Os bancos precisam pagar taxas de juros maiores que as
taxas oferecidas pelo governo em títulos públicos, já que o
investimento em bancos é menos seguro que o investimento
em títulos públicos.

O problema é que isto nem sempre acontece e o pequeno


investidor não costuma avaliar a relação risco x retorno. Quem
garante o pagamento de uma dívida do banco é o próprio banco
e não o Tesouro Nacional.

Como já vimos, a proteção do Fundo Garantidor de


Créditos é limitada. Por isto, é importante investir em títulos
privados emitidos por bancos, prestando atenção nestas
limitações.

É claro que os reflexos negativos de um grande banco


quebrando são tão terríveis que o Governo inevitavelmente
ajudaria a salvar este banco. O Estado já ajudou a salvar
bancos no passado. Na prática, significa que o dinheiro público

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que está no Tesouro pode ser usado para evitar a quebra de um
importante banco e, com isto, evitar que o problema contagie
toda a economia.

No Brasil, os grandes bancos podem oferecer juros menores


que os oferecidos em títulos públicos e mesmo assim atraírem
investidores. Isto acontece porque a população não sabe investir
em títulos públicos, a maioria nem sabe que os títulos existem.

A população sem informação, e por acomodação, aceita


receber menos juros investindo em títulos do banco quando
poderia ganhar mais investindo em títulos do governo.

Quando a economia vai mal, a renda fixa vai bem


Quando a economia vai bem, as empresas investem, os
investidores entram no país para investir no setor
produtivo (fábricas, lojas, empresas que geram emprego), o PIB
começa a crescer e ocorre grande oferta de produtos, serviços e
concorrência faz a inflação cair.

Isto permite que o governo reduza os juros. Com juros


menores, as empresas fazem empréstimos para investir mais e
com isto aumentar as vendas, contratar e produzir mais. Os
consumidores compram mais quando os juros estão menores.
Todo este cenário positivo torna o investimento em renda fixa
menos atrativo.

Fazer investimentos produtivos se torna mais lucrativo (como


abrir um pequeno negócio). A bolsa de valores se beneficia
quando a economia e as empresas estão bem. Quando a economia

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está bem, a nossa moeda se valoriza. Quando a economia está
mal, a nossa moeda perde o valor.

Desta forma, podemos dizer que a rentabilidade dos títulos


públicos e de todos os investimentos de renda fixa sofrem
redução quando a economia do país vai bem. Já quando as
coisas vão mal, é justamente o contrário. As taxas de juros se
elevam, investir dinheiro em títulos e outros papéis se torna
mais rentável.

As empresas deixam de investir no setor produtivo e


passam a fazer investimentos financeiros. As pessoas fazem a
mesma coisa. Param de consumir e fazer dívidas e passam a
poupar.

“O emprego é realmente uma solução


de curto prazo para um problema de longo
prazo”. (Robert Kiyosaki)

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O COPOM controla os juros
Você sabia que a cada 45 dias o COPOM (Comitê de Política
Monetária) toma decisões que influenciam no valor do seu
dinheiro, nos juros que você paga ao se endividar e nos juros que
recebe ao investir?

Os membros desta reunião decidem se o Brasil vai entrar em


recessão, se a inflação vai subir ou cair, se as pessoas vão comprar
mais ou comprar menos, se os investimentos vão render mais ou
menos.

A maioria da população ignora a importância das reuniões


do COPOM. O povão se preocupa mais com o resultado do
campeonato de futebol. O sistema foi construído para que as
pessoas não tenham interesse por decisões que mexem
profundamente em suas vidas.

O COPOM é um órgão que faz parte do Banco Central do


Brasil. Ele é responsável por modificar ou manter os juros básicos
da economia (Taxa Selic) a cada 45 dias.

Esta taxa interfere em todos os juros do mercado, no valor do


dinheiro e das coisas. Ela interfere nos juros que você recebe
quando faz qualquer investimento ou nos juros que você paga
quando pede dinheiro emprestado.

Investidores e empresários observam as tendências da Selic


antes de fazerem qualquer investimento financeiro ou produtivo.
De forma direta ou indireta, grande parte dos números da

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economia sofrem interferência das decisões do COPOM. A
sua vida é impactada diretamente pela taxa Selic, sem que você
tenha total consciência disso.

O principal objetivo do COPOM, ao modificar a taxa de


juros, é controlar a inflação. Fazer o controle da inflação
também pode ser entendido como fazer o controle do valor do
dinheiro que cada brasileiro possui.

Você já deve ter percebido que o seu dinheiro perde valor


com o passar do tempo, já que os produtos tendem a ficar cada
vez mais caros. As decisões do COPOM podem acelerar ou
retardar este processo de empobrecimento do país.

Juros elevados fazem as pessoas comprarem menos, já que


as parcelas da dívida ficam maiores. Pegar dinheiro
emprestado fica mais caro. Juros elevados fazem as pessoas

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pouparem mais e com isto deixam de comprar hoje para comprar
no futuro.

A economia para de crescer. Com pouca gente podendo ou


querendo comprar, as empresas começam a vender menos e com
isto não conseguem aumentar os preços como antes. Muitas vezes
são obrigadas a baixar os preços para vender. As empresas menos
eficientes vão à falência.

É por isto que o governo sobe os juros para controlar a


inflação. Quando a inflação está controlada, o governo baixa os
juros para estimular o crescimento da economia. Você verá no
próximo gráfico que sempre existem ciclos de queda e alta da
inflação (barras vermelhas) que são acompanhadas por ciclo de
queda e alta dos juros (linha azul).

Observação: Olhando o gráfico, você perceberá que somente


entre 2012 e 2013 os juros não acompanharam a inflação por
questões políticas. O resultado da interferência ideológica de

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políticos nas decisões técnicas do Banco Central e COPOM
ajudaram a agravar a crise vivida pelos brasileiros de 2015 em
diante.

O COPOM modifica os juros tentando atingir uma meta de


inflação. Atualmente, esta meta é de 4,5% de inflação ao ano.
A meta mínima é de 3% e a meta máxima é de 6%.

O objetivo do COPOM é manter a inflação próxima


de 4,5% e por isto toma medidas para aumentar ou baixar os
juros sempre que a inflação se afasta do centro da meta. Pelo
menos é assim que deveria ser.

Para consultar a meta atual, basta visitar este endereço aqui


e baixar o PDF da última resolução.

No passado, a meta inflacionária já foi de 3,25%


(2001). Estas metas podem ser modificadas no futuro pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN) que é a entidade
máxima do sistema financeiro. O CMN é comandado pelo
Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento e Presidente
do Banco Central. Todos eles são escolhidos pelo
presidente da república.

O tripé
Veja o histórico das metas que o país já teve no
passado. Veja que tudo começou em 1999 quando o governo
adotou o chamado tripé macroeconômico que é composto pelo
regime de metas de inflação, metais fiscais e pelo câmbio
flutuante.

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Traduzindo: A inflação precisa ser controlada, o governo não
pode gastar mais do que arrecada e o câmbio deve seguir a lei da
oferta e da procura sem grandes interferências do governo. É este
tripé que fez a inflação se estabilizar e permitir todo crescimento
que tivemos desde o início do Plano Real.

Como você pode ver, foi em 2003 que a meta de inflação foi
modificada pela penultima vez. Foi logo depois da eleição do ex-
presidente Lula. Naquele tempo, o Armínio Fraga deixou a
presidência do Banco Central e o novo presidente escolhido pelo
governo Lula foi Henrique Meirelles. O Ministro da Fazenda era
Pedro Malan e foi substituído por Antônio Palocci. Até então o
tripé macroeconômico foi respeitado. Com o governo Dilma e
Guido Mantega no Ministério da Fazenda, as coisas começaram
a mudar.

Podemos ver o comportamento da inflação depois de 2006


quando Guido Mantega assumiu o Ministério da Fazenda, ainda
no Governo Lula.

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As decisões tomadas pelo Ministro da Fazenda e pelo
Presidente do Banco Central interferem profundamente na
economia e por isto o mercado se preocupa mais com quem
serão os escolhidos para estes cargos do que quem será o
presidente do Brasil.

Quem lembra da campanha eleitoral em que o Lula venceu,


se recorda que a economia mergulhou em uma crise quando o
mercado percebeu que Lula poderia vencer as eleições. O
problema não era a eleição do Lula, mas quem ele iria indicar
para substituir o atual Ministro da Fazenda Pedro Malan e o
presidente do Banco Central que era Armínio Fraga.

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O mercado só se acalmou quando ficou claro que o presidente
do Banco Central seria Henrique Meirelles (filiado a um partido
de oposição), ex-presidente do antigo Bank Boston, e que
provavelmente daria continuidade ao Plano Real e o tripé
macroeconômico. O mercado acreditou que a política econômica
seria uma continuidade do que estava sendo feito e com isto a
inflação se manteria controlada durante boa parte do novo
governo.

Confiança na equipe econômica

Como você pode ver, a equipe econômica é muito importante.


A relação de confiança entre empresários e investidores com a
equipe econômica é fundamental para o crescimento do país, pois
querendo ou não, quem produz e faz o país crescer são as
empresas que investem, empregam e pagam impostos.

Para entender como esta confiança é importante, vamos


imaginar que você é um grande empresário. Imagine que você
tem uma fortuna bilionária para investir no país.

Se você confia no governo, confia na equipe econômica,


acabará se sentindo estimulado a pegar este dinheiro e investir na
abertura de uma nova fábrica onde seu lucro será maior que na
aplicação financeira.

A consequência boa disto é que a nova fábrica vai gerar novos


empregos e o dinheiro que antes estava nos bancos, agora irá
circular na economia. O empresário contratará pessoal, outras
empresas, recolherá impostos e produzirá riquezas.

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Quando o empresário não confia no governo e nem na
equipe econômica, ele simplesmente reduz os investimentos,
fecha fábricas, lojas, demite funcionários e deixa sua fortuna
rendando juros nos bancos ou em títulos públicos. Em casos
extremos, os empresários deixam o país e fazem investimentos
no exterior.

É fundamental que o COPOM cumpra seu papel que é


controlar a inflação, mantendo o mercado otimista. Se o
COPOM e o Banco Central, em determinado ano, não
conseguirem manter a inflação dentro da meta estabelecida
pelo CMN (não pode passar de 6,5%), o Presidente do BC
precisa escrever uma carta aberta para o Ministro da Fazenda
explicando as razões do não cumprimento da meta, bem como
as medidas necessárias para trazer a inflação de volta à
trajetória predefinida e o tempo esperado para que essas
medidas surtam efeito. Isso aconteceu em 2002, 2003, 2004 e
em 2016. Você pode acessar e baixar as cartas aqui.

O que acontece nas reuniões


O COPOM é composto pelos membros da Diretoria
Colegiada do Banco Central: o Presidente e os Diretores de
Política Monetária, Política Econômica, Assuntos
Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos, Organização
do Sistema Financeiro e Controle de Operações de Crédito
Rural, Fiscalização, Regulação do Sistema Financeiro e
Administração. O Presidente tem direito ao voto decisório em
caso de empate na decisão da política monetária. As pessoas
que ocupam estes cargos e que possuem o poder de votar estão
listadas aqui. Clicando nos nomes, você pode ver o currículo
deles e a foto.

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Até 2005, as reuniões eram mensais. Em 2006, elas passaram
a acontecer a cada 45 dias ou 8 vezes por ano. Sempre acontece
às terças e quartas-feiras. Existe um calendário com a data das
reuniões nesta página aqui.

O calendário do ano sempre é definido no mês de outubro do


ano anterior. Se acontecer algum evento inesperado que possa
gerar impactos fortes na economia, o presidente do Banco Central
pode convocar uma reunião extraordinária do COPOM. Isto já
aconteceu três vezes. A última foi em outubro de 2002 quando a
situação estava complicada diante as incertezas geradas pela
possibilidade de eleições do Lula.

Veja o que acontece dentro da reunião do COPOM:

No primeiro dia, participam da reunião seus membros e os


chefes de sete departamentos do Banco Central:

1. Departamento de Assuntos Internacionais (Derin),


2. Departamento Econômico (Depec),
3. Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep),
4. Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de
Pagamentos (Deban),
5. Departamento das Reservas Internacionais (Depin),
6. Departamento de Operações do Mercado Aberto
(Demab), e
7. Departamento de Relacionamento com Investidores e
Estudos Especiais (Gerin).

Participam também do primeiro dia de reunião o Secretário


Executivo e o Assessor de Imprensa do Banco Central. A

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participação no segundo dia de reunião é limitada aos
membros do COPOM e ao Chefe do Depep.

Cada chefe de departamento faz uma apresentação sobre a


conjuntura econômica e financeira.

O Deban faz apresentação sobre a evolução da liquidez,


reservas bancárias e depósitos compulsórios; O Depin
apresenta análise sobre a economia global, o comportamento
do mercado financeiro internacional e o mercado de câmbio
doméstico; O Derin apresenta informações sobre a conjuntura
econômica internacional; O Depec comenta dados recentes
sobre atividade econômica, inflação, agregados monetários e
crédito, política fiscal e balanço de pagamentos; O Demab
resume os assuntos referentes aos mercados
financeiros domésticos, condições de liquidez do mercado
monetário, resultados dos leilões de dívida pública e
composição e estrutura de vencimentos da dívida. Em seguida,
o Gerin sumaria a evolução recente das expectativas do
mercado para a inflação e para outras variáveis econômicas
relevantes.

Como você pode ver, os votos precisam ser justificados


tecnicamente. Por isso, é importante que o Banco Central seja
um órgão técnico e não político. É muito perigoso tomar
decisões econômicas sem olhar questões técnicas e prever o
impacto disso no futuro. As pessoas podem ter boas intenções,
mas precisam ter conhecimento técnico.

No segundo dia de reunião, só participam os membros do


Comitê e o Chefe do Depep. A reunião se inicia com
uma análise das projeções atualizadas para a inflação,

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baseadas em diferentes hipóteses para as principais variáveis
macroeconômicas. Após essa avaliação, os Diretores de
Política Econômica e de Política Monetária apresentam
alternativas para a taxa de juros de curto prazo e fazem
recomendações acerca da política monetária.

Os outros membros do Copom, em seguida, tecem seus


comentários e propostas. Para concluir, os 4 membros votam
numa proposta final. A decisão final – a meta para a Taxa Selic e
o viés (de elevação ou de redução), se houver – é imediatamente
anunciada à imprensa e divulgada na página do BC na internet
nesta página aqui. Também é divulgada a relação dos votantes e,
em caso de não ter sido uma decisão consensual, a opção de cada
um.

Viés dos juros


O COPOM pode estabelecer um viés (tendência) para a taxa
de juros no futuro. Pode ser um viés de elevação ou de redução
dos juros. Quando isto é feito, o Banco Central pode alterar a
Taxa Selic na direção do viés a qualquer momento até a próxima
reunião do COPOM. Na maioria das vezes, não se determina um
viés. O viés normalmente só é usado quando alguma mudança
significativa na conjuntura econômica for esperada. Faz muito
tempo que eles não o usam. A última vez em que foi
usado ocorreu na 82ª reunião do Comitê, em 19 e 20/03/2003.
Para acompanhar o histórico da taxa de juros no país, visite este
endereço aqui.

Uma ata da reunião é divulgada às 08:30h da quinta-feira da


semana posterior a cada reunião. Qualquer pessoa pode ir lá no
site baixar a ata.

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Nesta ata, você vai encontrar um resumo da reunião e a
decisão. Normalmente, a ata possui dicas sobre o que pensa o
COPOM e sobre o que pode acontecer nas próximas reuniões.
Investidores estudam cada vírgula da ata para identificar estas
dicas.

Relatório trimestral da inflação


Nos meses de março, junho, setembro e dezembro, ou seja,
no final de cada trimestre, o COPOM publica um relatório
chamado "Relatório de Inflação" que analisa a
situação econômica e financeira no Brasil. Eles também
apresentam projeções para a taxa de inflação.

As projeções inflacionárias são exibidas por meio de um


"gráfico com o leque de inflação", que mostra as projeções
como uma distribuição probabilística, enfatizando o grau de
incerteza presente no momento em que as decisões de política
monetária são tomadas. Você também pode baixar e ler este
relatório visitando aqui.

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Este é o chamado "Leque de Inflação" que retirei do último
relatório. Este gráfico mostra como a inflação poderá se
comportar. A linha central, mais escura, seria a trajetória mais
provável da inflação até 2017 com base neste estudo. As linhas
mais claras possuem probabilidade menor de acontecer à medida
que se afastam da linha mais escura. Olhando o gráfico, é possível
ver que o Banco Central acredita que a chegará perto do centro
da meta (4,5%) no final de 2017.

O problema é que muitas variáveis como o câmbio não


dependem só do Banco Central. Crises econômicas ocorridas em
grandes países do mundo, guerras, catástrofes naturais, atentados,
epidemias, resultado de eleições, decisões de bancos centrais de
outros países, movimentos especulativos e todo tipo de
acontecimento político, econômico ou natural de grandes

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proporções podem impactar o câmbio e tornar toda essa
projeção inútil.

Tudo que falei aqui, você deveria ter aprendido na escola.


Não aprendeu porque é interessante, para alguns, que você
ache tudo isso muito chato. Quanto menos você entender de
economia, melhor para quem entende. Quanto menos você
souber cuidar do seu dinheiro, maiores serão os lucros de quem
sabe cuidar do dinheiro dos outros.

Se você pretende aprender mais sobre como investir e


cuidar do seu dinheiro, é fundamental que comece a se
interessar pelos acontecimentos da economia. Um destes
acontecimentos importantes é a reunião do COPOM.

Acredito que é o evento mais aguardado por investidores,


empresários, economistas, bancos e até pelo próprio governo.
Os governos dos outros países também acompanham estas
reuniões com atenção já que os juros também interferem nas
relações comerciais entre os países.

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Política Monetária

Uma das principais atividades do governo é controlar e


interferir na nossa vida financeira. Esta interferência é chamada
de Política Econômica, que é subdividida em: Política Fiscal,
Política Monetária, Política de Renda e Política Externa, que se
divide em Política Cambial e Política Comercial.

O objetivo básico destas políticas é manter a economia do país


em crescimento de forma equilibrada, estável e sustentável. O
problema é que sempre existem situações que fogem do controle
do governo e que tendem a desestabilizar a economia. O governo
está sempre avaliando os números da economia e fazendo ajustes
em um trabalho interminável.

Podemos imaginar a economia brasileira como um enorme e


pesado navio navegando em um mar repleto de outros navios
(outros países). As decisões que os comandantes dos outros
navios tomam e as mudanças imprevisíveis no ambiente estão
sempre obrigando o governo a fazer ajustes na rota e na
velocidade do navio através das políticas econômicas. Quanto
mais competente é o governo, mais a economia avança de forma
estável e sustentável, sem desequilíbrios, sem sustos e sem riscos.

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O Banco Central é responsável pela execução da Política
Monetária, que tem suas normas e diretrizes definidas pelo
CMN Conselho Monetário Nacional, que é o órgão máximo
do sistema financeiro.

Para saber onde você está dentro do sistema financeiro, veja


este organograma:

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O que acontece quando os juros sobem
Quando o Banco Central inicia um ciclo de alta de juros,
podemos dizer que ele está adotando uma Política Monetária
Contracionista. O objetivo desta política é controlar o aumento da
inflação e controlar o crescimento da economia.

Existe uma meta de inflação e uma meta de crescimento. A


inflação e o crescimento econômico (PIB) não podem caminhar
nem abaixo e nem acima de suas metas, pois isto produz diversas
consequências negativas para a economia. O objetivo é manter
inflação e crescimento equilibrados.

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Quando o Banco Central inicia um ciclo de alta de juros
(Taxa Selic), acaba produzindo um efeito dominó que, de
forma simplificada, segue a sequência de acontecimentos que
mostrei logo abaixo. Estes eventos são relativamente
previsíveis. Por este motivo, é muito importante, para
empresários e investidores, saber se a economia está em um
ciclo de alta (Política Monetária Contracionista) ou de baixa
dos juros (Política Monetária Expansionista).

É fácil perceber que não existe interesse do governo e nem


de alguns agentes do mercado financeiro que o cidadão
comum entenda o funcionamento destes ciclos e suas
consequências no dia a dia. Se isto acontecesse, é provável que
as pessoas tentassem votar de forma mais racional e consciente
e isso seria um perigo para quem precisa se manter no poder
mentindo sobre a nossa situação econômica.

A ordem dos acontecimentos:

Alta dos Juros ► Menos Liquidez ► Menos Consumo


►Menos PIB ► Menos Inflação ► Queda dos Juros

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Juros sobem (↑) para a inflação diminuir (↓)
O juro elevado retira muito dinheiro que estava circulando na
economia. Quem tem dinheiro poupa mais e quem não tem pede
menos dinheiro emprestado. O dinheiro que estava circulando na
economia fica parado dentro do sistema financeiro. Juros
elevados produzem prestações elevadas e desestimulam
financiamentos, empréstimos e com isso menos pessoas querem
ou podem comprar.

Com menos dinheiro disponível na economia, a demanda por


produtos e serviços começam a cair. Quando a demanda está
elevada, as empresas aumentam seus lucros produzindo mais ou
aumentando preços. A forma mais fácil e rápida de aproveitar o
aumento da demanda é aumentando os preços.

Só quando os empresários confiam na economia e no governo


é que optam por aumentar a produção, já que isto exige
investimentos de longo prazo através de empréstimos ou de
investimento de recursos próprios. Estas duas coisas são
desestimuladas quando os juros estão elevados.

Juros elevados também oferecem um prêmio maior para quem


opta por poupar e investir o dinheiro em ativos financeiros. O
consumidor começa a achar mais vantajoso guardar dinheiro
(ganhando juros) e deixar para comprar no futuro. O empresário
começa a achar mais vantajoso lucrar no mercado financeiro do
que no setor produtivo.

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Com menos gente querendo e podendo comprar, produtos
e serviços começam a encalhar e as empresas não conseguem
mais manter o ritmo de alta dos preços.

Juros subindo(↑) reduz (↓) da Balança Comercial


Juros elevados atraem investidores internacionais que estão
sempre buscando rentabilidades maiores. Ao entrar com seus
dólares no Brasil, estes investidores precisam comprar reais
para poderem investir. A oferta de dólares no mercado começa
a crescer, fazendo o dólar perder valor frente ao real. O dólar
barato beneficia os importadores, já que os produtos
importados ficam mais baratos e são mais demandados.

Para os exportadores, o efeito é o contrário. Com o dólar


desvalorizado, eles precisam cobrar mais dólares pelos
produtos que exportam e isso acaba afastando quem compra
produtos brasileiros lá fora.

Tudo isso faz o saldo da nossa balança comercial diminuir.


Com a concorrência dos importados (dólar mais barato) e com
exportadores preferindo vender o que produzem dentro do
Brasil (devido ao real mais valorizado), a oferta de produtos
tende a aumentar e isto dificulta o aumento de preços.

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Juros subindo (↑) aumenta (↑) a Dívida Pública
Os impostos, que eles tiram do nosso bolso, são insuficientes
para pagar as despesas e as dívidas do Governo. Para fechar esta
conta, eles precisam vender títulos públicos. Quanto maior os
juros oferecidos a quem compra títulos públicos, maior será o
tamanho da dívida que o governo estará assumindo no futuro. Isto
significa que aumentar juros prejudica as contas públicas. Para
enfrentar estas dificuldades, o Governo pode decidir cortar
despesas, reduzir investimentos e até aumentar os impostos.

Juros subindo (↑) força a queda (↓) do PIB


O PIB mede a riqueza que as empresas produzem todo ano. A
quantidade de riquezas que produzimos tende a cair quando os
juros estão subindo por três motivos: 1) Juros altos reduzem o
consumo; 2) Os investimentos produtivos diminuem, já que o
crédito e o custo de oportunidade ficam mais elevados; 3) Os
efeitos no câmbio e na balança comercial também afetam o PIB.
A economia desaquecida aumenta o desemprego que, por
consequência, afeta os índices de criminalidade, insatisfação da
população etc.

Política Econômica Contracionista é um tratamento que utiliza


altas doses de juros para combater a inflação elevada que
prejudica a nossa economia. Este tratamento gera efeitos
colaterais como queda na balança comercial, aumento da dívida
pública, queda no PIB, entre outros. O período de juros elevados
precisa ser curto e a dose precisa ser certeira e suficiente para
baixar a inflação rapidamente para que os efeitos negativos dos
juros elevados não provoquem danos difíceis de reverter.
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Além do controle dos juros, existem outros instrumentos
utilizados pelo Banco Central em sua Política Monetária,
como é o caso do Redesconto e o depósito Compulsório. Para
fixar este tema, assista esta aula.

‘Nenhum pensamento mora de graça na


cabeça de ninguém - todos eles são
investimentos ou custos. Ou levam a pessoa
na direção da felicidade e do sucesso ou a
afastam dessas duas coisas - ou a fortalecem
ou a enfraquecem” (Robert G. Allen)

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Política Fiscal
Como gastar só aquilo que se arrecada e tornar o Estado mais
eficiente são medidas demoradas e que desagrada muita gente
(principalmente os políticos), a saída mais fácil é aumentar a
arrecadação através do aumento dos impostos.

O objetivo da política fiscal nada mais é do que equilibrar as


contas (receitas x despesas) do governo da mesma forma que você
tenta fazer na sua casa. O governo não deveria gastar mais do que
arrecada para evitar mais endividamento (emissão de títulos
públicos).

Um governo que gasta mais do que arrecada também perde


credibilidade ficando obrigado a oferecer juros maiores para
captar recursos dos investidores.

Quando o governo gasta muito ou arrecada pouco, as contas


ficam desequilibradas. Quando isto acontece, alguém precisa
pagar a conta.

Normalmente, o aumento dos impostos é a solução mais fácil


e impopular. Veja o que acontece quando o governo aumenta os
impostos adotando uma política fiscal contracionista.

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Inflação
No primeiro momento, o aumento dos impostos sobre
produtos, serviços e créditos, fazem os preços aumentarem.
Isto eleva a inflação. Teoricamente, este aumento da inflação
dura pouco tempo. Aumentar impostos significa retirar mais
dinheiro do bolso das pessoas para transferir para os cofres do
governo.

Com menos dinheiro, as pessoas consomem menos,


poupam menos e investem menos. As empresas não
conseguem mais aumentar preços já que as pessoas estão com
menos dinheiro para gastar.

A inflação tende a frear quando o governo inicia um ciclo


de aumento de impostos. Isto também gera um problema. Se
as pessoas compram menos e as empresas vendem menos, o
governo também tende a arrecadar menos.

Para isso, existe uma solução. Se as pessoas não têm


dinheiro, elas podem comprar pedindo dinheiro emprestado.
Vamos ver como isto ocorre mais na frente.

Dólar
As pessoas com menos dinheiro no bolso consomem
menos e a inflação para de subir. Isso deixa espaço para que o
governo possa reduzir os juros (Taxa Selic). Com juros
menores, as pessoas passam a consumir mais através do
endividamento. Juros menores afastam os investidores
estrangeiros, que levam seus dólares para fora do Brasil.
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Com menos dólares, seu preço começa a subir. As pessoas
param de consumir importados e passam a comprar produtos
nacionais. Com o real mais barato, os produtos brasileiros ficam
mais baratos lá fora e isso estimula as exportações. Todo este
movimento pode reaquecer a economia.

Dívida Pública
Aumentando a arrecadação, o governo fica com mais dinheiro
disponível para pagar os juros da dívida, ou seja, pagar os juros
que você e as instituições recebem quando investem em títulos
públicos ou fazem investimentos que investem em títulos
públicos, como planos de previdência privada, fundos de
investimento etc.

O aumento da arrecadação também pode ser usado para


reduzir o tamanho da dívida, já que o governo passa a tirar
dinheiro das pessoas no lugar de pedir dinheiro emprestado para
as pessoas (vendendo títulos públicos). Precisando de menos
dinheiro emprestado, o governo encontra espaço para reduzir
juros.

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PIB
Quando os impostos aumentam, a atividade econômica
tende a diminuir no primeiro momento. As empresas investem
menos, as pessoas compram menos e isso pode até gerar
desemprego. Se os aumentos dos impostos forem seguidos de
uma queda nos juros, no segundo momento o PIB tende a
crescer. Sem dinheiro no bolso e com juros baixos, as pessoas
e as empresas tendem a consumir mais, se endividando.

Mesmo assim, o aumento de impostos não é a melhor forma


de aumentar a produção de riquezas de um país. O
investimento que eleve a produtividade e a competitividade
das empresas é que geram e atraem riquezas. Impostos
menores é que atraem mais investidores e aumentam a
arrecadação, não pelo aumento da alíquota, mas pelo aumento
dos investimentos, da produtividade, das exportações e
aumento do consumo das pessoas. É ajudando a população a
produzir mais riquezas (trabalhando e investindo) que o
governo deveria aumentar a arrecadação e não elevando e
criando novos impostos.

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Política Cambial
A política cambial tem como principal objetivo manter o
equilíbrio no fluxo de entrada e saída de moeda estrangeira de tal
forma que a taxa de câmbio possa se manter em um patamar que
atenda os interesses do governo no cenário econômico que o país
se encontra.

Existem momentos em que o governo adota medidas para


valorizar o real (o dólar fica mais barato). Existem momentos em
que o governo adota medidas que desvalorizam o real (o dólar
fica mais caro). Muitas vezes, as variações cambiais são um efeito
colateral de outras políticas econômicas.

O objetivo é sempre buscar um equilíbrio, evitando alterações


bruscas da taxa de câmbio e dos preços influenciados por ela.
Estas mudanças bruscas sempre prejudicam as empresas,
população e governo. O papel do Banco Central é adotar medidas
para evitar a volatilidade, que é a variação rápida do valor da
moeda.

Existem três regimes de câmbio diferentes que os governos


podem adotar:

a) Regime de câmbio flutuante - Neste regime, o preço da


moeda estrangeira é determinado pelas leis de oferta e demanda
sem interferência do Banco Central. Quando a oferta de dólares
no país é muito grande, o seu preço tende a cair. Quando existem
poucos dólares diante de muito interesse pela moeda, o preço
tende a subir. Neste regime, o Banco Central não fica comprando

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e vendendo dólares para influenciar no preço da moeda. O
próprio mercado tende a encontrar o equilíbrio e uma taxa de
câmbio justa.

b) Regime de câmbio fixo - Existem países onde o nível de


interferência do Estado na economia é muito elevado e neles
encontramos o regime de câmbio fixo. Neste tipo de regime, o
Banco Central está sempre comprando e vendendo dólares
para evitar a variação do seu preço. Para utilizar o câmbio fixo,
é necessário que o país tenha uma grande reserva de dólares.
Quando falta dinheiro, o país se vê obrigado a pedir
empréstimos internacionais, já que não pode imprimir dólares.

c) Forma híbrida - É a mistura do câmbio fixo e câmbio


flutuante. Entre 1994 e 1999, o Brasil utilizou o regime híbrido
através das chamadas bandas cambiais. O governo estabelecia
um valor mínimo e um valor máximo para o dólar e deixava o
preço flutuar dentro desta faixa. O Banco Central intervia no
câmbio (comprando ou vendendo dólares) quando o preço da
moeda ultrapassava o piso ou o teto estabelecido por ele.

Depois de 1999, o governo parou de estabelecer preços


mínimos e máximos para o dólar, só que não deixou de
intervir. Para atender os objetivos da política econômica
adotada pelo governo, as intervenções podem ocorrer a
qualquer momento.

Alguns chamam esse regime híbrido de câmbio flutuante


sujo (flutuante com intervenções). Com isso, ficou mais difícil
prever o futuro do dólar, já que não sabemos a força com que
o governo entrará no mercado comprando ou vendendo
dólares, tentando influenciar no preço da moeda. Mesmo com

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as intervenções do Banco Central, o preço do dólar sofreu grandes
variações nos últimos 20 anos.

Efeitos da alta do dólar na economia:

Real desvalorizado (dólar caro) = Inflação sobe (↑)


Quando o nosso dinheiro perde valor, todos nós
empobrecemos diante do mundo. Precisamos gastar mais reais
que antes para comprar os mesmos produtos importados.

O dólar mais caro pressiona praticamente todos os preços da


economia. Muito do que é produzido e consumido no Brasil
possui preço cotado em dólar, exemplo: trigo, soja, milho,
açúcar, café, cacau, algodão etc. Quando o real está
desvalorizado, nossos produtos se tornam mais atrativos no
exterior, elevando as exportações e isso pode afetar a oferta destes
produtos para o consumidor brasileiro, pressionando os preços.

Muito do que é produzido no Brasil (eletrônicos, veículos,


máquinas etc) utiliza matéria prima importada e fica mais caro
quando o dólar se valoriza frente ao real. Com produtos
importados mais caros, a população tende a procurar os produtos
nacionais similares. A demanda nem sempre acompanha a
capacidade das empresas produzirem mais e por isso a demanda
maior diante de uma oferta pequena faz o preço dos produtos
nacionais aumentarem.

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Real desvalorizado = Alta da Balança Comercial (↑)

O real mais barato torna os produtos brasileiros mais


baratos no exterior. As empresas brasileiras exportam mais e
recebem dólares como forma de pagamento. Já os importados
ficam mais caros.

As pessoas e as empresas importam menos e assim menos


dólares saem do Brasil. Até os turistas brasileiros passam a
gastar menos no exterior. Isso favorece a balança comercial
que é o indicador econômico que representa a relação entre o
total de exportações e importações de bens e serviços de um
país em determinado período.

Todos os países desejam exportar mais, pois desta forma


estão recebendo as riquezas dos outros países em troca do que
produziram. Mais exportações também representam a entrada
de mais dólares e dessa maneira o governo tem a oportunidade
de aumentar suas reservas em dólares, o país acumula mais
riquezas que podem ser utilizadas para investimentos, fazendo
o país crescer.

O problema é que todos estes movimentos são muito lentos.


Quando o dólar fica mais caro, a inflação tende a aumentar
rapidamente enquanto as exportações podem demorar muito
tempo para trazer riquezas para o país.

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Real desvalorizado (dólar caro) = PIB sobe (↑)

As empresas brasileiras tendem a produzir mais e investir mais


para atender a demanda das exportações. Isso faz a economia do
país crescer sem depender da demanda interna. Este efeito
também demora muito para acontecer e depende de outras
condições favoráveis. Uma taxa de câmbio favorável não é o
único ponto necessário para que um país possa crescer. Nossos
produtos não são competitivos lá fora devido a outros problemas
como falta de infraestrutura para transporte dos produtos, baixa
produtividade, impostos e burocracia elevada para quem deseja
exportar.

Veja no gráfico que o dólar não para de subir desde 2000. Para
gerar gráficos como este, visite aqui.

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Tipos de dólar
Dólar comercial - serve como parâmetro para as empresas,
principalmente nas operações de importação ou exportação,
além de transferências financeiras, ou seja, quando você
recebe ou transfere dinheiro para contas no exterior. Também
é utilizado em transações cambiais entre os bancos e grandes
empresas. Sempre existe uma diferença entre o preço de
compra e o de venda. Esta diferença é o lucro do banco que
realiza a operação. Você encontra a cotação do dólar
comercial, dólar turismo, euro comercial e euro turismo
visitando aqui.

Dólar turismo - é usado nas operações relativas à compra


e venda da moeda entre instituições financeiras e pessoas
físicas, que normalmente precisam de papel moeda para
viajar. Quando você compra um pacote de viagem ou uma
passagem, por exemplo, a cotação adotada é a do dólar
turismo, que é a mais alta. Você pode encontrar as empresas
que vendem dólar turismo barato através de uma página de
pesquisa do Banco Central visitando o endereço.

Dólar paralelo - Esse tipo de cotação não existe mais. Era


praticada por doleiros (pessoas que comercializavam a moeda)
sem a autorização do Banco Central (BC). Hoje, é necessária
a autorização do órgão para negociar a moeda. Quem compra
dólares de pessoas ou empresas não autorizadas corre dois
riscos: 1) Comprar dólares falsos sem saber e depois ser pego
quando tentar vender estes dólares para outras pessoas ou
mesmo para uma casa de câmbio; 2) Quando você compra
dólares de uma instituição financeira autorizada, recebe um

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recibo que comprova a legalidade da posse e a origem do dólar.
Quando você compra dólares de uma pessoa qualquer, fica
sem o recibo e, se você for pego com dólares, poderá ter os
mesmos apreendidos pelo Estado. Sem ter como comprovar a
origem do dinheiro, você passará a ser alvo de investigações. Veja
a lista de instituições autorizadas.

Ptax - média de todas as taxas praticadas no mercado,


divulgada diariamente pelo Banco Central, que serve como
referência para contratos. Você pode acompanhar a cotação
através deste endereço oficial do Banco Central.

O que pode interferir na cotação do dólar:

Banco Central - Pode atuar diretamente no mercado,


comprando e vendendo moeda estrangeira de forma ocasional e
limitada, com o objetivo de conter movimentos desordenados da
taxa de câmbio. Não é possível prever quando e como o Banco
Central irá atuar.

Taxa de Juros - Quando o COPOM eleva ou reduz a taxa de


juros, pode atrair ou afastar investidores estrangeiros que enviam
dólares para o Brasil com o objetivo de aproveitar as taxas
praticadas aqui. Muitas vezes, estes investidores pedem dinheiro
emprestado no exterior, pagando juros baixos, e investem este
mesmo dinheiro no Brasil. Com isto, eles pagam os juros do
empréstimo e ficam com a diferença.

Estes movimentos de entrada e saída de dólares dos


investidores podem ser imprevisíveis já que sempre estão
avaliando a relação entres os juros pagos e o risco que correm

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investindo no Brasil. Esta percepção de risco pode mudar
rapidamente dependendo de acontecimentos difíceis de prever.

Taxa de Juros em outros países - Quando outros países


aumentam suas taxas de juros, isto pode atrair investidores que
estão com recursos investidos no Brasil. O efeito contrário
também pode ocorrer. A queda dos juros lá fora pode atrair
investidores e seus dólares para o Brasil.

Exportações e Importações - O aumento das exportações


e importações, que pode ser influenciado por decisões políticas
e eventos externos, pode elevar ou reduzir a oferta de dólares
no país. Exportadores recebem em dólares e por isso precisam
vender os dólares que recebem em troca de reais. Já os
importadores fazem o contrário. Eles compram dólares
utilizando reais para pagar fornecedores.

Aversão ao Risco - Crises econômicas ou qualquer evento


político, climático, cataclísmico, militar ou de qualquer
natureza que possa elevar a percepção de risco dos
investidores é motivo para a transferência do dinheiro que
possuem no Brasil para opções mais seguras de investimento
no exterior.

Reservas Cambiais - Quando o país possui poucos dólares


e ouro em suas reservas, corre mais riscos de sofrer ataques
especulativos e desvalorização da própria moeda. O Brasil
possui reservas cambiais elevadas. Estas reservas permitem
que o Banco Central tenha poder de intervir no mercado.

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A Inflação é um confisco
O confisco da poupança dos brasileiros já está acontecendo há
bastante tempo sem que a maioria perceba. No lugar de congelar
ou bloquear os investimentos das pessoas, como ocorreu durante
o governo Collor, o confisco está sendo feito de uma forma mais
sofisticada.

O dinheiro continua no seu bolso, mas gradativamente seu


valor está sendo transferido para o governo e bancos. É assim que
funciona a inflação, que muita gente chama de "imposto
inflacionário". Ela é o mecanismo mais poderoso de transferência
de renda do bolso da sociedade para o bolso do governo.

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Ao contrário do que ocorre com os impostos tradicionais,
que precisam ser debatidos e aprovados pelo Congresso, a
inflação não requer nenhuma aprovação. Nem sempre as
pessoas conseguem relacionar a gastança do governo, na busca
de popularidade, com a alta da inflação. São poucos os
brasileiros que compreendem que o governo não produz
riquezas. Ele só as retira da sociedade com a desculpa de que
sabe redistribuir esta riqueza de forma justa e honesta.

Basicamente, funciona assim: Primeiro, o governo resolve


aumentar a oferta de moeda. Geralmente, apresenta um motivo
como aumentar a taxa de crescimento, diminuir o número de
desempregados, reduzir taxa de juros etc. Ele força a queda
dos juros, aumenta gastos públicos, estimula a oferta de
crédito, gasta mais do que arrecada, reduz o depósito
compulsório e faz a população acreditar que vivemos em um
país rico, sem sacrifícios, sem que ninguém precise trabalhar
mais ou produzir mais para isto.

O resultado deste aumento da quantidade de dinheiro em


circulação (sem um real aumento das riquezas produzidas) é o
aumento da inflação. Neste processo, o governo aumenta
sua arrecadação, penaliza seus credores e todos que possuem
dinheiro. Para aprofundar este tema, baixe e leia "A Verdade
sobre a Inflação".

Confisco pela inflação


A inflação transfere renda dos credores para os devedores.
Como a inflação faz o dinheiro perder valor, o maior
prejudicado é o credor (aquele que tem dinheiro a receber) e o
maior beneficiado é o devedor (aquele que precisa pagar uma

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dívida). No futuro, o credor vai receber um dinheiro que perdeu
valor e o devedor vai pagar com uma moeda desvalorizada. O
governo é o maior devedor do país. Sua dívida interna ultrapassa
os R$ 2,7 trilhões. Por este motivo, o governo é o que mais se
beneficia quando a inflação está elevada.

Podemos afirmar que o governo confisca as economias dos


brasileiros quando permite a alta da inflação, pois a inflação faz
o valor real da sua dívida declinar. O indivíduo que vive de renda,
como o aposentado, perde com a inflação à medida que sua renda
não é corrigida na mesma proporção do aumento dos preços.

Podemos chamar a inflação de imposto sobre a propriedade do


dinheiro, pois qualquer pessoa que o possua, quando os preços
sobem, perde parte do seu valor.

A inflação reduz o poder de compra da moeda: um indivíduo


que começa o ano com R$ 1.000,00 terá de adicionar R$ 100,00
às suas reservas durante o ano somente para manter seu valor real
constante se a inflação for de 10% ao ano. O que ele podia
comprar no início do ano por R$ 1.000,00 agora só pode comprar
com R$ 1.100,00.

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Confisco pelo FGTS
Os trabalhadores perdem com o FGTS, que é uma poupança
forçada, mal remunerada e obrigatória. O governo se apodera
desta riqueza do trabalhador (torna-se devedor) e remunera o
dinheiro aplicado com apenas 3% de juros + TR (enquanto a
inflação atual supera os 8% ao ano).

O FGTS é patrimônio do trabalhador e que, nessa


perspectiva, não pode ser utilizado para subsidiar políticas
públicas sem a devida reposição das perdas inflacionárias, sob
pena de configurar confisco.

A correção monetária dos saldos vinculados ao FGTS


deveria, no mínimo, refletir a inflação do período, e o índice
que melhor reflete o objetivo da Lei do FGTS é o INPC
(fonte).

Confisco pela rentabilidade da poupança


Os milhões de brasileiros que aplicam suas economias na
Caderneta de Poupança também sofrem o mesmo problema.
A poupança ou qualquer modalidade de investimento que não
ofereça rentabilidade real (acima da inflação) faz o poupador
perder o poder de compra do dinheiro enquanto na outra ponta
(bancos e governo) se beneficiam da fonte de dinheiro barata
e mal remunerada.

Confisco pela da tabela do Imposto de Renda

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Sempre que o governo não corrige a tabela do Imposto de
Renda com base na inflação, está aumentando o confisco sobre
a renda das famílias. Devemos lembrar que o cidadão
brasileiro já trabalha cinco meses por ano apenas para pagar
impostos (fonte).

Estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita


Federal (Sindifisco Nacional) mostra que a defasagem na tabela
do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) pode chegar ao final
de 2015 em 75,43%.

Na prática, metade dos trabalhadores brasileiros não


precisariam pagar Imposto de Renda se a tabela estivesse sendo
corrigida pela inflação. Isto significa que ano após ano aumenta
o confisco da renda das pessoas, sem que ninguém faça
absolutamente nada com relação a isso (fonte).

Pagamos impostos de primeiro mundo e recebemos muito


pouco em troca. O dinheiro se perde no meio de tanta ineficiência
e corrupção do Estado.

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A grande armadilha:
Os brasileiros são educados desde pequenos a poupar
dinheiro através de uma Caderneta de Poupança. O próprio
governo faz campanhas oferecendo brinquedos para as
crianças em troca de depósitos na Poupança da Caixa (fonte).
Isso cria uma cultura difícil de mudar quando a criança chega
na vida adulta.

A poupança é divulgada como se fosse o melhor de todos


os investimentos. É fácil de abrir, a liquidez é diária (você
pode sacar seu dinheiro a qualquer momento) e a isenção de
Imposto de Renda parece muito atrativa. O grande problema é
que faz tempo que a poupança não consegue ganhar da
inflação. Os poupadores estão ficando cada vez mais pobres
(sem perceberem).

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A poupança tornou-se fonte de dinheiro barato para os bancos,
que utilizam o dinheiro para oferecerem crédito imobiliário. 65%
dos depósitos das poupanças de todos os brasileiros são utilizados
pelos bancos em financiamentos de imóveis. 30% é retido pelo
governo através do Banco Central (depósito compulsório) e 5%
os bancos podem emprestar da forma que bem entenderem. O
dinheiro que você deposita na poupança não fica parado,
esperando você precisar dele.

O poupador ganha míseros 0,5% ao mês + TR (taxa


referencial) que faz a taxa ficar em torno de 0,6% ao mês. Os
bancos emprestam o dinheiro para quem está disposto a pagar
juros elevados em financiamentos de imóveis. O governo
arrecada impostos sobre os lucros dos bancos e sobre
todo mercado imobiliário que movimenta bilhões todos os anos.

Prejuízo bilionário
Enquanto a poupança rendia pouco mais de 0,65% ao mês, em
janeiro de 2016 a inflação marcava 1,27%.

Existem R$ 656 bilhões nas cadernetas de poupança de todos


os brasileiros rendendo menos que a inflação. Ao ser remunerado
em 0,65%, todo esse dinheiro renderia R$ 4,2 bilhões. Já a
inflação faria todo esse dinheiro perder 8,3% do seu poder de
compra. A inflação registrada em alguns meses do ano é o dobro
da rentabilidade da poupança.

A poupança perdeu sua característica básica que é proteger o


dinheiro das pessoas da inflação.

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Por este motivo, qualquer preocupação com relação a um
verdadeiro confisco da poupança (como ocorreu no Governo
Collor) perde totalmente o sentido, já que o governo está
confiscando o patrimônio de todas as pessoas por meio da
inflação e dos impostos.

O confisco ou bloqueio promovido pelo Collor foi fácil de


compreender. Já o confisco que ocorre agora, nem todo mundo
consegue ver e entender.

Além disso, existem outras formas de confiscar dinheiro da


sociedade. Isto pode ser feito aumentando ou criando novos
impostos, não corrigindo adequadamente a tabela do imposto
de renda, não corrigido o FGTS pela inflação, permitindo todo
tipo de desvio de dinheiro, superfaturamento, propinas,
corrupção e outras atividades ilegais de políticos e amigos de
políticos que estão no poder.

Hoje, o confisco é bem mais sofisticado. Esqueça os boatos


sobre confisco direto da poupança. O governo não precisa
confiscar diretamente. Existem outras formas de fazer isso sem
que o eleitor perceba. Para aprofundar este assunto, leia esse
documento.

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Como se proteger da inflação

Inflação é o nome dado para o aumento contínuo e


generalizado no índice de preços. No Brasil. o índice de preços
utilizado pelo governo para medir a inflação é o IPCA. Significa
"Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo". Ele é
calculado e divulgado pelo IBGE desde 1979. Acesse aqui.

O objetivo do IPCA é medir a inflação de produtos e serviços


que representem o consumo das famílias brasileiras que tenham
rendimentos entre 1 e 40 salários mínimos.

É com base no resultado do IPCA que o Banco Central adota


medidas para manter a inflação sob controle.

Dinheiro perde valor


A inflação tira o poder de compra do seu dinheiro enquanto ele
está na sua carteira. A inflação faz você perder dinheiro sem sentir
até quando está dormindo. Para que você perceba como a inflação
é perigosa: Uma nota de R$ 100,00 em 2014 tinha o mesmo poder
de compra de R$ 22,35 em 1994 (início do Plano Real). Significa
dizer que os R$ 100,00 que você tem no seu bolso hoje só pode
comprar o equivalente a R$ 22,35 de produtos e serviços que
eram vendidos em 1994. Uma nota de R$ 50,00 pode comprar o
que era possível adquirir com R$ 11,17 em 1994. Uma nota de
R$ 10,00 tem o valor de R$ 2,23. A nota de R$ 5,00 vale só R$
1,12. A nota de R$ 1,00 vale R$ 0,22 (fonte).

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Em 2016 uma nota de R$ 100,00 tinha o poder de compra
de R$ 18,59 em 1994.

Você pode corrigir qualquer valor passado para um valor


presente, corrigido pela inflação, neste simulador aqui.

Fica fácil entender que a cédula de dinheiro continua


exibindo seu valor nominal impresso no papel, só que o valor
real é modificado diariamente sem que a população perceba.
Um dos grandes culpados por este processo, que faz o dinheiro
perder o valor, é o próprio governo.

Ele pode controlar a quantidade de dinheiro em circulação.


Ele tem o poder de criar dinheiro a partir do nada. Para
entender como o governo tira riqueza da sociedade produzindo
dinheiro e gerando inflação, assista este vídeo.

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Como prever a inflação futura

Toda semana, o Banco Central divulga uma pesquisa feita


entre mais de 100 economistas das principais instituições
financeiras do país onde eles fazem previsões. Um dos números
que fazem parte destas previsões é o IPCA que mede a inflação.
A pesquisa se chama Boletim Focus e você pode baixar o último
resultado aqui.

Você encontrará as previsões para o ano atual e para o próximo


ano na segunda página do boletim. Não precisa ser economista
para entender o Boletim Focus. Veja como encontrar as previsões
do IPCA na figura abaixo.

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O relatório exibe a inflação medida por três índices
diferentes: IPCA, IGP-DI, IGP-M e IPC-Fipe. Você pode
observar no gráfico que os três apresentam a mesma tendência.

A previsão para o câmbio também é importante, já que o


dólar caro impacta na alta dos preços dos produtos que o país
importa e exporta.

202

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As precisões costumam mudar todas as semanas, já que a
pesquisa é semanal. Os acontecimentos políticos e econômicos
da semana tendem a interferir nas previsões, visto que o futuro
está sempre sendo reescrito a medida que o presente sofre alguma
alteração.

O futuro é a consequência do que ocorre no presente. Por isso,


todas as precisões do futuro estão baseadas nas condições atuais,
ou seja, se nada mudar até o final do ano, o IPCA e os outros
índices devem ser estes que foram previstos segundo as pessoas
que fizeram a previsão.

Como todas as semanas as coisas mudam, as previsões mudam


semanalmente. É importante não confundir previsões e projeções
com profecias.

Se você acessar os boletins antigos, verá que nem mesmo os


100 maiores economistas do país são capazes de adivinhar o
futuro. Nos últimos anos, eles estão errando feio.

É mais fácil o Boletim Focus acertar a tendência (se é de alta


ou de baixa) do que acertar o valor exato.

Inflação: Cada um tem a sua


Vale lembrar que o IPCA é uma média. Isto significa que a
inflação que indica elevação de preços nas suas contas pessoais
pode ser diferente da minha inflação e da inflação que eleva o
custo de vida do seu vizinho. Cada um tem seu índice de inflação
pessoal.

203

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Isso acontece porque o objetivo do IPCA é informar para o
governo como os preços estão variando, na média, em todo país.
O problema é que a média da variação de preços do país não tem
nenhuma relação com a média da variação de preços dos
produtos e serviços que você consume durante o mês.

Você verá o relatório com os resultados da última pesquisa,


clicando aqui.

Você perceberá que existe uma inflação para cada grande


capital do Brasil. Algumas capitais não são pesquisadas.
Perceba que a inflação entre as capitais é muito diferente. Se
fosse possível pesquisar a realidade dos 5570 municípios do
Brasil, teríamos uma inflação diferente para cada município.
Se fosse possível pesquisar a inflação de cada residência,
teríamos milhões de índices de inflação diferentes para cada
família.

Veja na tabela acima que a inflação de janeiro em Curitiba


foi de 0,73%. Na cidade do Rio de Janeiro, a inflação foi de
1,82%.
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Também existe diferença entre a inflação dos bairros nobres
de cada cidade e a inflação dos bairros da periferia. Tente fazer
compras no supermercado de um bairro da periferia e depois faça
as mesmas compras em um bairro nobre. Você perceberá que a
diferença pode ser muito elevada.

Restaurantes, salões de beleza, serviços e comércios também


cobram preços diferentes em cada bairro da cidade.

No mesmo relatório do IBGE, você pode visualizar a inflação


separada por grupos:

Sua inflação pessoal depende do quanto você gasta da sua


renda com alimentação, habitação, vestuário, transporte etc.

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Um casal jovem com filhos provavelmente gastará mais
dinheiro com educação e menos com saúde. Já um casal de
idosos, provavelmente gastará menos dinheiro com educação e
mais com cuidados pessoais e saúde.

O cálculo para descobrir a sua inflação é bem simples.


Vamos imaginar que todos os dias você frequente um
restaurante próximo do seu trabalho para almoçar. O preço do
kg de comida era R$ 45,00. No mês seguinte, o preço do kg
subiu para R$ 47,00. Ocorreu um aumento de R$ 2,00. Calcule
o aumento da seguinte forma: 2 / 45 = 0,04444. Multiplique o
resultado por 100 e você encontrará um aumento no preço de
4,44% no seu custo diário de alimentação enquanto trabalha.
Você pode fazer o mesmo verificando se ocorreu aumento no
preço da unidade de energia, água, gás, na mensalidade do
colégio e no preço de cada item que você compra
mensalmente. É trabalhoso.

O governo pode manipular a inflação oficial interferindo


nos preços que são administrados ou controlados por ele. É o
que aconteceu com o preço dos combustíveis e com a energia
nos últimos anos. Os aumentos dos preços administrados
foram praticamente congelados para manter a inflação
relativamente baixa.

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Já sabemos que congelamentos e intervencionismos do
governo nos preços não funciona (quem lembra do que o governo
Sarney fez?). Quando você interfere nos preços, está apenas
represando uma alta que será inevitável no futuro e acabará vindo
com violência, como ocorreu com o preço da energia e dos
combustíveis em 2015.

Como reduzir os efeitos da inflação na sua vida


1). Não deixe dinheiro parado:
O dinheiro na sua carteira, embaixo do colchão ou parado na
sua conta corrente, perde valor diariamente. Uma inflação de 8%
ao ano faria o seu dinheiro perder 0,0217% do seu poder de
compra todos os dias. Isto equivale a perder 0,64% do seu
patrimônio todos os meses. Para cada R$ 10.000,00 parados, o
prejuízo seria equivalente a R$ 800,00 por ano. É dinheiro
literalmente jogado fora.

2). Aprenda novas modalidades de investimentos:

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Aprenda mais sobre como investir seu dinheiro fora da
caderneta de poupança. Coloque o que aprendeu em prática.

3). Aprenda a calcular sua inflação pessoal:


Para que você possa acompanhar as variações no seu custo de
vida, é importante que você tenha um orçamento familiar. Você
planeja quanto pretende gastar em determinadas áreas naquele
mês e tenta atingir suas metas. Com isto, você será capaz de
perceber onde seu custo de vida está aumentando.

4). Troque a marca dos produtos:


As famílias podem combater a inflação quando fazem
escolhas no supermercado. É muito comum as empresas
possuírem diversas marcas, uma para cada perfil de
consumidor. As embalagens são diferentes, as marcas
utilizadas são diferentes, mas o produto é exatamente o
mesmo, são produzidos nas mesmas fábricas. Muitas vezes, só
mudam a embalagem e tentam transmitir um valor subjetivo
que o produto não possui. As empresas se preocupam mais no
valor percebido do que no real valor daquilo que vendem. Elas
não se esforçam para melhorar a qualidade dos produtos que
vendem, elas se esforçam para melhorar a sua percepção de
qualidade.

Bananas orgânicas (sem uso de agrotóxicos) podem ser


melhores para a saúde. Já as bananas que cresceram "ouvindo"
música clássica (assista aqui), eu não tenho certeza se possuem
alguma coisa diferente que justifique o preço elevado. Tenha
cuidado com esse tipo de "sofisticação" e com todas as
estratégias de marketing que as empresas utilizam para tentar
agregar valor a produtos comuns.

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5). Aumento de preço através da redução do peso:
No lugar de subir preços, as empresas costumam reduzir a
quantidade de produto nas embalagens. Os preços são
mantidos. Hoje, os supermercados são obrigados a informar o
preço do kg de cada produto que utiliza esta unidade. Ele fica
em letras miúdas na etiqueta do preço. Duas barras de
chocolate podem ter o mesmo tamanho com preços iguais só
que uma é mais cara do que a outra quando os pesos são
diferentes. É uma forma de aumentar preços sem que o
consumidor perceba.

6). Valorize menos comer fora:


As pessoas que conheço costumam acreditar que a comida
vendida em restaurantes e lanchonetes famosas possuem
qualidade superior aos alimentos que preparamos em casa.
Não é verdade. Quem já teve a oportunidade de fazer compras
em supermercados de atacado, que vendem para comerciantes,
restaurantes, hotéis, sabe como as coisas funcionam. Quando
você faz compras no supermercado, costuma avaliar a
qualidade do que compra e não somente o preço. Você tende a
comprar produtos de maior qualidade, mesmo pagando um
pouco a mais. Os donos dos restaurantes tendem a comprar a
matéria prima que utilizam observando os preços em primeiro
lugar. Para eles, o importante é a qualidade que você será
capaz de perceber e não a verdadeira qualidade do produto.
Depois que os alimentos são cozidos, fritos ou assados, fica
mais difícil avaliar a qualidade dos ingredientes que foram
utilizados no preparo. O foco das empresas costuma ser a
redução máxima de custos até a fronteira que possa interferir
na percepção de valor do que vendem. Não tenha dúvida de

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que os alimentos que você mesmo faz na sua casa possuem valor
superior aos alimentos produzidos em qualquer restaurante ou
alimentos prontos e processados na indústria. Existe todo um
esforço de marketing para te convencer sobre o contrário.

7). Planeje a diversão com antecedência:


Uma ótima forma de reduzir seus custos com entretenimento
não é parando de se divertir, mas criando o hábito de fazer sua
programação com antecedência. Isto vale para quando você
pretende comer fora, passear ou viajar. Existem muitos sites de
compras coletivas onde você pode fazer grande economia.
Também existem sites que permitem pesquisar preços entre as
lojas e pesquisar preços de hotéis e passagens aéreas.

8). Faça estoque de produtos em promoção: Existem casos


onde estocar produtos pode compensar muito. Quando você se
depara com promoções de produtos que você usa continuamente,
pode estocar ganhando mais do que qualquer aplicação pagaria.
Em praticamente todas as grandes cidades, existem
supermercados atacadistas que oferecem grandes descontos para
compras em quantidade. Produtos não perecíveis, como os de
higiene, são bons para estocar quando você encontra uma boa
promoção. Carnes e congelados possuem um custo adicional de
energia para o armazenamento que precisa ser considerado.
Produtos em caixas como leite, produtos enlatados, alguns
cereais, podem e devem ser estocados quando você se deparar
com uma promoção. Uma vez encontrei aqueles barbeadores
descartáveis em um supermercado atacadista custando a metade
do preço que eu costumava pagar. Calculei quantos barbeadores
utilizava por ano e comprei um estoque de 1 ano de barbeadores
descartáveis. Consegui reduzir 50% do meu custo anual com
barbeadores. Não conheço nenhum investimento que pudesse me

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garantir este retorno em 12 meses, sendo que tenho certeza que
o preço deste produto não deverá recuar 50%, na verdade o
preço deve subir ainda mais. O mesmo raciocínio você deve
utilizar diante de outras promoções. Você só deve ter o
cuidado de não estocar produtos que você irá consumir mais
pelo fato de ter este produto disponível. Eu não uso mais
barbeadores do que o necessário só por ter estes barbeadores
estocados. Não posso usar a mesma estratégia com chocolates.
Ter um estoque de chocolates na minha casa aumentaria o
consumo de chocolates da minha família. Existem produtos
que quanto mais você possui, mais você tende a consumir.

9). Avalie o custo-benefício antes de qualquer decisão: É


melhor pagar R$ 100,00 de táxi para se deslocar do aeroporto
até uma reunião de trabalho, mesmo sabendo que você chegará
atrasado na reunião, ou seria melhor pagar um táxi aéreo de
helicóptero que custa R$ 5.000,00? Isto depende do custo e do
benefício desta decisão. Para o diretor de uma grande empresa
que precisa chegar na hora marcada de uma reunião com um
importante cliente que irá gerar R$ 1 milhão de lucros, pagar
os R$ 5 mil para não chegar atrasado pode ser uma ótima
decisão, já que o atraso colocaria em risco um ganho muito
maior. Pagar um plano de saúde representa um custo muito
elevado por mês, até o dia que você precisa de uma UTI e
percebe que o custo pode superar R$ 5.000,00 por dia (eu disse
por dia). Cuidado com o barato que sai caro. Reflita sobre os
custos das suas decisões e sobre os custos das consequências
destas decisões. Pense antes de gastar dinheiro. Gaste com
inteligência.

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Hiperinflação
Os jovens de hoje não viveram os anos de hiperinflação e não
conhecem os efeitos danosos que ela produz na sociedade. Foi a
hiperinflação que levou o governo a adotar medidas drásticas no
Brasil como a que ficou conhecida como confisco da poupança
no governo Collor. A hiperinflação também já ocorreu em muitos
países. Entre janeiro de 1922 e dezembro de 1923, a taxa
acumulada de inflação na Alemanha ascendeu a um bilhão por
cento (1.000.000.000%) em um momento histórico que logo a
conduziria para a Segunda Guerra Mundial. Por este motivo,
existe uma extrema preocupação de todos os países do mundo
com o controle da inflação e seus efeitos danosos na vida das
pessoas. A principal função de todos os bancos centrais do mundo
é garantir a estabilidade do sistema e o poder de compra da
moeda dos seus países. Assista esse documentário sobre a
inflação brasileira.

“O rico não trabalha por dinheiro. O


pobre e a classe média trabalham por
dinheiro. O rico tem o dinheiro trabalhando
para ele.” (Robert Kiyosaki)

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Juros Reais

O Brasil é o país onde os investimentos de renda fixa


possuem a maior taxa de juro real do mundo. Você já sabe que
juro é a remuneração cobrada pelo empréstimo de dinheiro.

Quando você deposita dinheiro na poupança, quando


compra títulos públicos ou compra títulos privados, como
CDB, LCI, LCA, debêntures, etc., está fazendo um
empréstimo para o governo (no caso dos títulos públicos) ou
para instituições privadas esperando receber uma taxa de juros
como a remuneração do seu dinheiro no decorrer do tempo.

Essa taxa de juro que o banco e o governo oferecem é uma


taxa de juro nominal, ou seja, ela não considera o efeito da
inflação que desvaloriza o seu dinheiro com o passar do tempo.

Já a taxa de juro real é a taxa nominal menos a inflação.


Vamos imaginar que existe um investimento oferecido por um
banco que paga 12% de juros ao ano (taxa de juro nominal) e
a inflação esperada para aquele ano é de 7%.

Diante destes dois números podemos calcular que a taxa de


juro real é de 4,67%. Agora vamos imaginar que com o passar
do tempo os bancos começam a oferecer investimentos com
taxa de 10% ao ano.

Só que ao mesmo tempo as expectativas para a inflação


caíram para 5% ao ano. Com o juro nominal de 10% e a

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inflação de 5% podemos esperar um juro real de 4,76%. Isso
significa que depois do aumento de preços generalizados na
economia o seu dinheiro ganhará 4,76% a mais de poder de
compra.

Veja que nestes dois exemplos os juros nominais caíram de


12% para 10%, mas como as expectativas para a inflação também
caíram de 7% para 5%. Isso fez os juros reais continuarem sem
muita alteração.

Isso mostra que não importa se o investimento está oferecendo


taxa de 14%, 12% ou 10% para quem investe na renda fixa. O que
importa é o que resta quando você retira o efeito da
desvalorização do dinheiro (inflação) dessa taxa.

Você que é um pequeno investidor deve aprender a observar


qual será sua taxa de juro real reduzindo as expectativas de
inflação do juro nominal. É claro que não podemos prever com
absoluta certeza qual será a inflação futura, mas podemos traçar
um leque de possibilidades e ter consciência sobre o que podemos
esperar do futuro.

Como calcular os juros reais

Temos um simulador onde você pode calcular os juros reais


digitando o juro nominal e a inflação esperada (um chute).
Também mostro no mesmo artigo como funciona a fórmula
necessária para fazer o cálculo.

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Vale lembrar que não é correto subtrair a taxa de inflação
diretamente dos juros nominais. Se você fizer isso o resultado
será ligeiramente maior que os juros reais calculados através da
fórmula correta. Visite o simulador e o artigo clicando
aqui.

Juros reais estão caindo no Brasil

Resolvi fazer um estudo para verificar o comportamento


dos juros reais no Brasil nas últimas décadas.

Para criar a próxima tabela eu baixei a série histórica IPCA


anual (índice que mede a inflação oficial) através deste
endereço aqui.

Através desta página do Banco Central coletei qual foi a


taxa Selic acumulada entre o dia 01/01 e o dia 31/12 de todos
os anos entre 1995 e 2015. No final você poderá baixar a
planilha e o gráfico. Veja o resultado.

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Na coluna "Juros Reais" utilizei a fórmula abaixo onde taxa
nominal é a taxa Selic e a taxa de inflação é o IPCA.

Investimentos com o título público Tesouro Selic oferece


uma rentabilidade equivalente ao acumulado da taxa Selic.
Investimentos como o CDB, LCI e LCA seguem a taxa Selic
quando o banco oferece um percentual do CDI (taxa DI).
Quando os juros estão muito elevados estes investimentos
superam a poupança, mesmo após o desconto de taxas e
imposto de renda.

Se você calcular a rentabilidade real da poupança verá


que ela vem perdendo para a inflação nos últimos anos. Para
saber quanto rendeu a poupança no passado use este
simulador.

Gráfico dos juros reais:

O próximo gráfico foi gerado com os dados da nossa tabela.


O Plano Real, que estabilizou a inflação no Brasil, entrou em
vigor em 1995 e podemos verificar a forte queda dos juros
nominais (taxa Selic na linha azul), inflação (IPCA na linha
vermelha) e juros reais (linha verde) nos últimos 20 anos.

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Olhando o gráfico e a tabela é fácil observar a tendência de
queda dos juros reais no Brasil (linha verde no gráfico).

Isso refletiu na rentabilidade dos títulos públicos, títulos


privados e todos os investimentos de renda fixa. O Banco Central
utiliza a taxa Selic para controlar a inflação. A cada 45 dias ocorre
a reunião do COPOM onde a taxa é definida.

Infelizmente o Banco Central, que deveria ser um órgão


técnico, sofre influência dos políticos que muitas vezes se
preocupam mais com as reeleições do que com o país.

No próximo gráfico, separamos o comportamento da Selic,


IPCA e juros reais quando o ministro da fazenda era o Antônio
Palocci, no primeiro governo Lula e quando o ministro da
Fazenda era o Guido Mantega, a partir do segundo governo Lula
e no primeiro governo Dilma.

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Com Palocci no ministério da Fazenda, no primeiro
governo Lula, podemos observar a inflação em queda
combatida por uma taxa Selic elevada, mas que também seguia
uma tendência de queda sustentável.

Observe que a taxa de juros real se mantinha elevada


mesmo com a queda da taxa Selic. A estratégia que garantiu a
queda da inflação, iniciada no Plano Real, e seguida no
primeiro governo Lula, é chamada de tripé macroeconômico
(já vimos que é a combinação de câmbio flutuante, metas de
inflação e de superávit primário) resultou em uma inflação de
apenas 3,14% em 2006.

Palocci desagradava líderes do seu próprio partido. Em


2005 ele chegou a declarar que era contra o aumento do teto
da inflação como defendia membros do PT.

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Segundo essa fonte aqui, ele disse: "Não gosto da ideia. Não
concordo com os que acreditam que um pouco mais de inflação
gera mais crescimento. No Brasil essa teoria já demonstrou estar
errada e não estou disposto a pô-la em prova novamente -
justificou Palocci".

Pouco tempo depois dessa declaração Guido Mantega se


tornou ministro da Fazenda e resolveu provar "a teoria que já
demonstrou estar errada", seguindo as recomendações dos
líderes do partido e da presidência.

As consequências dessa prova desastrosa foram vistas na


inflação de dois dígitos de 2015, quando os preços administrados
pelo governo foram descongelados (como fazia Sarney na década
de 80) logo após a confirmação da reeleição da presidente Dilma,
além de gerar uma grave crise de hiperendividamento público.

No quadrado vermelho podemos ver o que aconteceu com a


entrada do Guido Mantega como ministro da Fazenda e o início
da chamada "Nova Matriz Econômica" onde a nova crença do
governo era que "um pouco mais de inflação geraria mais
crescimento". Aconteceu justamente o contrário. Apenas em
1930 e 1931, em virtude da Grande Depressão, tivemos dois
anos seguidos de queda no PIB (fonte).

O ano de 2006 e 2007 marcou o início da "operação-desmonte


do tripé”, iniciada a partir do final do primeiro mandato do
governo Lula, e acelerada no governo Dilma. A base era queda
dos juros, sem maiores cuidados com a inflação e gastos públicos
(fonte). O resultado dessa política você pode observar no
quadrado vermelho do último gráfico. Observe a linha vermelha
(inflação) e a linha verde (juros reais). A ideia básica da nova

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matriz econômica era acabar com a taxa de juros reais alta e o
câmbio valorizado, só que o caminho para atingir esse objetivo
era através de uma visão intervencionista e protecionista da
política econômica (fonte). Você conseguiu perceber a
enorme interferência dos políticos, suas políticas e o impacto
disso na sua vida financeira?

Como isso interfere nos seus investimentos

É fundamental que você selecione investimentos capazes


de superar a inflação. Não adianta ganhar 0,5% de juros + TR,
como na poupança, se a inflação no mês foi de 1%. O seu
dinheiro perderá poder de compra.

Também fica claro que ao fazer investimentos de longo


prazo você corre o risco de sofrer as consequências dos
governos que serão eleitos a cada 4 anos.

Um investimento com vencimento em 2035, como o título


público Tesouro IPCA 2035, passará pelas decisões
econômicas dos presidentes que serão eleitos em 2018, 2022,
2026, 2030 e 2034.

São muitos anos de decisões políticas e econômicas sobre


juros e inflação. Somente no vencimento do investimento será
possível olhar para o resultado e avaliar se aquele investimento
foi uma boa decisão.

No caso do Tesouro IPCA, você tem uma garantia de uma


taxa de juros reais (já que ele rende IPCA + uma taxa fixa de

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juros). O problema é que uma taxa de juro real de 5% ou 6% só
são boas taxas se você estiver em uma economia equilibrada,
bem administrada, com inflação controlada e dentro da meta.
Basta olhar no gráfico que o Brasil já teve juros acima de 50%
ao ano e juros reais acima de 40%. São essas incertezas sobre o
futuro político e econômico do país (consequência de uma
população sem educação financeira, política e econômica, que
vota em políticos irresponsáveis com a economia do país) que
grande parte dos investidores ainda buscam os investimentos com
vencimentos mais curtos.

Taxa real no mundo:

Olhando a taxa de juro básica das economias do mundo,


inflação e suas taxas reais, é possível perceber que se um dia o
Brasil se tornar um país desenvolvido (primeiro é necessário um
povo desenvolvido, políticos desenvolvidos e empresários
desenvolvidos) teremos taxas de juros nominais, inflação e taxas
de juros reais muito baixas.

É claro que isso será bom para a sociedade, desde que seja feito
com responsabilidade e seguindo exemplos que já funcionaram
em países que se tornaram ricos e desenvolvidos.

Este gráfico gerado no site do Banco Mundial mostra que entre


2011 e 2015 o Brasil foi um dos países com a maior taxa de juros
reais do planeta. Quanto mais vermelho maior a taxa (fonte).

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A tabela abaixo mostra a comparação entre as taxas reais de
juros de diversos países do mundo (fonte da tabela).

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Brasil é campeão mundial:

No final das tabelas podemos observar que a taxa real


média do mundo é negativa e que o Brasil tem a maior de juros
reais do mundo.

Isso significa que o investimento em renda fixa na maioria


dos países tem rentabilidade negativa, ou seja, você perde para
a inflação local. Neste caso o investimento em renda fixa não
é atrativo e os investidores precisam buscar a renda variável,
investimentos em ações ou a sociedade em negócios reais para
conseguir uma rentabilidade acima da inflação.

O Brasil é o pior país do mundo para quem não tem


educação financeira. É o pior país do mundo para fazer
financiamentos, empréstimos e dever dinheiro para bancos e
empresas. Ao mesmo tempo é o melhor país para poupar e
investir dinheiro com baixo risco e juros reais elevados.

Eu torço para que um dia o Brasil se torne o melhor país do


mundo para empreender. Onde qualquer um poderá abrir uma
pequena empresa que um dia se tornará uma grande empresa.
É assim que os países ricos se tornam ricos.

Um país rico é construído com pessoas ricas. Pessoas ricas


se produz com educação e empreendedorismo. Você cria
riqueza inovando, produzindo mais, produzindo melhor, sendo
competitivo, criativo, melhorando a vida das pessoas criando
produtos e serviços inovadores que vendem no mundo todo.

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Para baixar a planilha utilizada neste capítulo clique
aqui.

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Você vai deixar para depois?

Parabéns por chegar no final deste livro. Tenho certeza que


agora você já pode se considerar um investidor mais
consciente.

Você está pronto para iniciar a leitura do livro


“Investimentos que Rendem Mais” onde você conhecerá, de
forma detalhada, como cada investimento funciona. Você terá
todas as informações necessárias para começar a tomar
decisões sobre onde investir o seu dinheiro baseado no seu
perfil, nos seus projetos e objetivos, sem depender das
opiniões de terceiros.

Será durante a leitura do “Investimentos que Rendem Mais”


que você deverá sair da sua zona de conforto. Chegará o
momento de começar a agir, colocando em prática tudo que
você aprendeu durante a leitura desta série de livros.

Essa será a fase mais crítica e mais importante. Não adianta


saber o que você deve fazer, como fazer e não fazer nada. Foi
pensando na importância da ação que decidi terminar o livro
“Investidor Consciente” falando do comportamento humano
que mais gera problemas financeiros e pobreza.

Como esperar um futuro próspero se você deixou as


decisões importantes para depois e gastou seu tempo com
distrações? Você precisa tomar consciência sobre uma coisa

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que existe dentro da sua cabeça e que pode estar atrapalhando o
seu futuro.
Estava assistindo a história do Tim Urban que é um
procrastinador assumido. Ele é autor de um blog chamado "Wait
But Why" e graças aos seus artigos sobre procrastinação ele
acabou sendo convidado para palestrar no TED sobre o tema
"Por dentro da mente de um mestre da procrastinação".

Provavelmente você vai se identificar com a história dele.


Afinal de contas, a procrastinação faz parte da natureza humana
e precisamos lutar contra ela.

Tim Urban mostra que todos os problemas começam nas


escolas e universidades e depois invadem nossas atividades
profissionais e os planos que temos para nossa própria vida. No
meu ponto de vista, no contexto da educação financeira, isso
inevitavelmente acaba interferindo no sucesso profissional e
financeiro das pessoas. Você logo vai entender o motivo.

Quando Tim era estudante universitário precisava entregar


uma monografia no final do curso. O gráfico mostra a quantidade
de trabalho diário necessário para concluir a monografia de 90
páginas.

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Depois de alguns meses procrastinando, Tim foi obrigado a
refazer seus planos. O próximo gráfico mostra o novo plano
de Tim para concluir a monografia até o final do ano.

Com menos tempo, ele foi obrigado a aumentar o trabalho


diário para fazer pesquisas e escrever a monografia.

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Tim continuou procrastinando até o momento em que faltavam
apenas três dias para a data de entrega da monografia. Movido
pelo pânico, ele se sentiu obrigado a escrever todo o trabalho em
apenas 72 horas (veja o próximo gráfico).

É claro que o resultado final foi uma monografia de péssima


qualidade. Provavelmente você já passou pela mesma situação na
sua vida acadêmica, profissional e pessoal. O pior é que você
sempre acaba estressado(a), com uma sensação de culpa,
percepção de improdutividade e vergonha em relação aos outros,
por não cumprir com as suas responsabilidades e compromissos
dentro do que era esperado.

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Como você funciona por dentro

Tim Urban, como procrastinador assumido, resolve


explicar para os não-procrastinadores como funciona a cabeça
das pessoas que sempre deixam tudo para depois.

Na sua hipótese, bem-humorada e didática, existe uma


enorme diferença entre os dois cérebros. Na figura abaixo
temos o exemplo do cérebro das pessoas que não
procrastinam, que realmente estão no controle das suas vidas,
que tomam decisões racionais pensando nos resultados no
longo prazo, mesmo que isso comprometa sua diversão
no presente.

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Na próxima figura temos o cérebro do procrastinador e
podemos observar que existe uma diferença. Ele também tem o
"Tomador de Decisões Racionais" no comando, mas também
existe aquilo que o autor chama ludicamente de "Macaco das
Gratificações Instantâneas" representando o nosso lado irracional
(emocional) que nos convoca a buscar o prazer e a satisfação
imediata de todas as nossas vontades sem pensar no amanhã.

É exatamente assim que todos os animais irracionais se


comportam (representado pelo macaco). O seu cachorro
não lamenta o passado e não se preocupa com o futuro. Ele vive
o presente e se sente feliz assim. Somente o desconforto imediato
gerado pela fome, sede, dor ou medo faz seu animal de estimação
deixar a ociosidade de lado.

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Os animais só conseguem perceber uma parte do quadro (o
presente). O ser humano consegue perceber o quadro completo
(passado, presente e futuro) e sofre quando não realiza aquilo que
sonhou.

Para fugir desse sofrimento ele tende a sair do conforto e


do prazer presente para construir um futuro melhor, mesmo
que isso signifique sacrifícios. É isso que move a
humanidade e nos difere dos outros animais.

Quando você acorda e toma a decisão de terminar aquelas


tarefas importantes para o seu futuro, o macaco da gratificação
instantânea lembra que você tem um monte de coisas mais
divertidas e gratificantes para fazer antes de iniciar a tarefa.

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São atividades prazerosas, mas que não geram resultados capazes
de melhorar o seu futuro nos próximos dias, meses ou anos. Na
verdade, são distrações.

Suas distrações preferidas consomem muito tempo, mas você


não percebe o tempo passando. É por isso que muitas atividades
prazerosas são chamadas de passatempo. Quando estamos
realizando essas atividades o tempo passa rapidamente e não
sobra tempo para o que é importante. As próximas figuras criadas
pelo Tim ilustram essa realidade de uma forma bem-humorada.

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Quando o lado do seu cérebro representado pelo "Macaco
das Gratificações Instantâneas" está no comando da sua vida,
ele te levará para o que o autor Tim Urban chamou de "The
Dark Playground" ou "O Parque das Trevas".

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O Parque das Trevas

O Parque das Trevas é aquele lugar onde você passa o tempo


em atividades prazerosas, mas que logo depois sente culpa,
decepção, tristeza e ansiedade. Estes sentimentos são o
que restam quando você percebe que deixou o tempo passar sem
realizar as tarefas que são realmente importantes e que vão fazer
diferença na sua vida.

Existe uma enorme diferença entre aproveitar momentos de


diversão depois do dever cumprido e gastar seu tempo com

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diversão sem merecimento, ou seja, sem fazer aquilo que
precisava ser feito, sem atingir seus objetivos ou sem fazer o
dever de casa. Quando você está com a consciência tranquila
diante do dever cumprido, os momentos de diversão são
extremamente gratificantes e felizes.

Anjo da guarda do procrastinador

Só existe um momento em que o "Macaco das Gratificações


Instantâneas" desaparece da vida do procrastinador. É neste
momento que o "Tomador de Decisões Racionais" assume o
controle e finalmente executa todas as tarefas atrasadas.

Este momento ocorre quando surge o que o autor chamou


de "Monstro do Pânico". É ele que faz você realizar as tarefas
na última hora. Esse monstro é o verdadeiro anjo da guarda
dos procrastinadores.

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Esse monstro fica adormecido até a última hora. Ele só
acorda quando existe o risco claro e inevitável do
constrangimento público, prejuízo econômico ou qualquer
transtorno assustador na sua vida profissional, social e
financeira.

Ele sempre aparece antes da entrega da declaração do


imposto de renda, antes da entrega de trabalhos escolares,
antes do último dia para qualquer inscrição, matrícula ou
cadastro, antes da data final para a entrega de relatórios,
memorandos, orçamentos, projetos, serviços, etc.

Movido pelo medo das consequências, o seu lado


"Tomador de Decisões Racionais" tenta recuperar o tempo
perdido por culpa do "Macaco das Gratidões Instantâneas" e
começa a trabalhar intensamente para cumprir os prazos.

Como a pressa é inimiga da perfeição é inevitável que os


seus resultados sejam ruins. Isso reflete negativamente na sua
vida profissional, na sua qualidade de vida e na sua
prosperidade financeira.

Quando o monstro falha

O "Mostro do Pânico" só consegue salvar a vida dos


procrastinadores quando as tarefas possuem uma data limite
para serem executadas e quando existem agentes externos
(pessoas ou instituições) cobrando resultados e punindo você
quando os prazos não são respeitados.

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Exemplos: reprovação quando a tarefa escolar é entregue com
atraso. Demissão quando o trabalho é feito às pressas e sem
qualidade. Prejuízo financeiro quando seu cliente desiste de
esperar a entrega do serviço.

O problema é que nem todos os objetivos importantes na sua


vida possuem agentes externos cobrando e punindo quando eles
não são atingidos. Quando você é responsável por estabelecer
objetivos e cobrar resultados de você mesmo, o monstro do
pânico não aparece.

Ninguém vai cobrar de você para terminar de ler o livro que


comprou.

Ninguém vai cobrar de você que poupe mais e aprenda como


investir melhor para garantir um futuro mais seguro e confortável
para sua família.

Ninguém vai cobrar de você que invista na sua qualificação


profissional para melhorar sua renda.

Ninguém vai cobrar de você que cuide da sua saúde.

Ninguém vai cobrar de você que poupe dinheiro para o dia da


sua aposentadoria.

Ninguém vai cobrar de você que estude mais para tomar


decisões melhores em todas as áreas da sua vida, incluindo a área
financeira.

Se você não estabelecer objetivos e prazos, ninguém vai cobrar


nada de você, nem mesmo o monstro do pânico se fará presente.

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O Macaco das Gratificações Instantâneas fará a festa e
dominará sua vida.
Como você pôde perceber os objetivos importantes na sua
vida não possuem cobranças de terceiros. Atividades
importantes e decisões envolvendo sua vida familiar, seus
filhos, seu cônjuge, sua saúde, sua vida profissional e
financeira só dependem da sua vontade e da sua vigilância.

O truque mais traiçoeiro do "Macaco das Gratificações


Instantâneas" ocorre quando não existem prazos. O problema
é que não somos eternos. Todos os nossos planos possuem um
prazo final para serem executados que é o dia da nossa morte.

Por isto, o Tim Urban termina sua palestra recomendando


que as pessoas criem o que ele chamou por "Calendário da
Vida".

Desenhe em uma folha de papel uma caixinha para cada


semana da sua vida. Se você acredita que irá viver até os 90
anos, você precisa de um calendário com 4680 caixinhas.

Você já não tem todas as caixinhas livres, seria necessário


eliminar todas as semanas que você já viveu e olhar apenas
para as semanas que faltam até os 90 anos.

Ele recomenda que as pessoas olhem o calendário da


própria vida e observem que existe uma data limite em algum
ponto surpresa desse calendário. Ele conclui dizendo que
precisamos estar mais conscientes sobre o "Macaco da
Gratificação Instantânea".

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Eu complemento dizendo que precisamos planejar,
estabelecer objetivos e metas para aquelas coisas que só serão
cobradas por nossa consciência nos minutos finais da nossa
existência. Esse é um trabalho que você deveria começar a fazer
hoje. Bem... a não ser que o seu macaco esteja no controle agora.

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