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Estas três fases ou ciclos de penetração, são historicamente determinados pelo forte

impacto que a procura de cada uma destas mercadorias teve sobre as comunidades locais.
É também importante referir que a penetração mercantil estrangeira corresponde a
primeira grande etapa da integração da costa oriental africana no comércio internacional.
Foi no contexto da penetração mercantil estrangeira que se fortificaram e desapareceram
os grandes estados e impérios, formaram-se grandes e pequenos estados militares do vale
do Zambeze, reinos Afro-Islâmicos da costa (Sultanatos e Xeicados), os prazos de coroa
e que algumas estruturas de parentesco foram abaladas.

Penetração mercantil afro-asiática

A necessidade de expandir a religião Islâmica, a desertificação da parte da Arábia, a


procura de mercados seguros, dadas suas tradições comerciais, foi entre outras razões que
levaram a que grupo Árabes, deixassem a sua terra natal – região do Golfo Pérsico e se
fixassem na costa oriental africana a partir do século VII, tendo se sustentado que a
primeira fixação em Moçambique tenha ocorrido nos anos 800 (século IX). A partir do
século VII, verifica-se a fixação na costa oriental africana do povo proveniente do Golfo
Pérsico, da península arábica, da pérsia, da índia e da china. Esta penetração fez-se sentir
quase em toda costa oriental africana, desde Mogadíscio na Somália até Sofala em
Moçambique.

Foram estes povos que entraram em contacto comercial com os povos africanos,
formando-se intermediários no comércio entre África oriental e Ásia. Esta actividade
levou a criação de entrepostos comerciais ao longo da costa oriental, dando origem a
grandes cidades como Mogadíscio, Melinde, Mombaça, Kílwa, zanzibar e mais tarde a
sul da costa de Moçambique em Angoche e Sofala. Entre os séculos IX e VIII
encontramos evidências de uma progressiva e lenta fixação de povos provenientes
principalmente do Golfo Pérsico, com objectivos meramente comerciais.

Os mercadores asiáticos traziam consigo missangas, porcelanas, tecidos, vidros, banana,


câmaras, perfumes e em troca recebiam ouro, marfim e escravos e em menor escala
Âmbar, Cerra, etc.

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