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Teatral
Esquema geral das linguagens de atuação ao decorrer da história
Tragédias Gregas
(Do grego tragoedia, canto do bode - sacrifício aos deuses pelos gregos .) Fr.: tragédie; Ingl.: tragedy; AI.: Tragõdic; Esp.: tragcdia.
Peça que representa uma ação humana funesta muitas vezes terminada em morte, ARISTÓTELES dá uma definição de tragédia
que influenciará profundamente os dramaturgos até nossos dias: "A tragédia é a imitação de um a ação de caráter elevado e
completo, de uma certa extensão, numa linguagem temperada com condimentos de uma espécie particular conforme as diversas
partes. A imitação que é feita por personagens em ação e não por meio de um a narrativa, e que, provocando piedade e temor,
opera a purgação própria de se melhantes emoções" (l449b).
Vários elementos fundamentais caracterizam a obra trágica: a catharsis ou purgação das paixões pela produção do
terror e da piedade; a hamartia, ou ato do herói que põe em moviment o o processo que o conduz irá à perda; a
hybris", orgulho e teimosia do herói que persevera apesar das advertências e recusa esquivar-se; o pathos,
sofrimento do herói que a tragédia comunica ao publico. A seqüência tipicamente trágica teria por " fórmula
mínima" : o mythos é a mimeses da práxis, através do pathos até a anagoris. O que significa, dito de maneira clara: a
história trágica imita as ações humanas colocadas sob o signo dos sofrimentos das personagens e da piedade até o
momento do reconhecimento das personagens entre si ou da conscientização da fonte do mal. Sem fazer aqui a
história da tragédia, cumpre três períodos em que ela floresce particularmente: a Grécia clássica do século V, a
Inglaterra elizabetana e a França do século XVII ( 1640-1660).
Teatro Dramático
O dramático é um princío de construção do texto dramático e da representação
teatral que dá conta da tensão das cenas e dos episódios da fábula rumo a um
desenlace (catástrofe ou solução cômica) , e que sugere que o espectador é
cativado pela ação. O teatro dramático (que BRECHT oporá à forma épica ) é o
da dramaturgia clássica, do realismo e do naturalismo, da peça bem feita: ele se
tornou a forma canônica do teatro ocidental desde a célebre definição de
tragédia pela Poética de ARISTÓTELES: "Imitação de uma ação de caráter ele vado
e completo, de uma cena extensão [...1, imitação que é feita pelas personagens em
ação e não através de um relato, e que, provocando piedade e terror, opera a
purgação própria de tais emoções" (l 44 9b)
Crise do Drama
Começa a ter rupturas na linguagem tradicional do drama e a desenvolver dramaturgias
que são menos moralistas e mais filosóficas; saem do ambito da moral e da virtude do
protagonista e começam a discutir sobre como o meio influência o ser. Isso cria fissuras no
drama realista, com o surgimento de personagens que representam as massas operárias nos
dramas sociais de Hauptmann, bem como das peças filosóficas tchekovianas. Soma-se a
isso o surgimento da encenação e da objetivação dos palcos naturalistas, os quais se
relacionam com o movimento impressionista das artes visuais, que visava pesquisar a
produção pictórica, não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da
realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento utilizando
pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo que geralmente as telas
eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores
da natureza. Bem como no teatro em que buscavam observar o movimento do mundo ao
redor do sujeito. (Perspectiva Dramaturgica Peterszondista)
Teatro Épico
Mesmo no interior do teatro dramático, o épico pode desempenhar um papel, principalmente pela inserção de relatos,
de descrição, de personagem/narrador'. Uma montagem paralela permitirá situar melhor a dialética do dramático e do
épico.
Para BRECHT, ao contrário, a passagem da forma dramática para a forma épica não é motivada por uma questão de
estilo e, sim, por uma nova análise da sociedade. O teatro dramático, com efeito, não é mais capaz de dar conta dos
conflitos do homem no mundo; o indivíduo não está mais oposto a outro indivíduo, porém a um sistema econômico: "Para
conseguir apreender os novos temas, é preciso uma nova forma dramática e teatral. [...] O petróleo rejeita os cinco atos,
as catástrofes de hoje não se desenrolam em linha reta , mas sob a forma de ciclos, de erises, de heróis mudando a cada
fase. [...] Para conseguir dramatizar uma simples notícia de jornal, a técnica dramática de HERBEL e de IBSEN é com
pleta mente insuficiente" (1967, vol, 15: 197 ).
Bibliografia
PAVIS, P. 1947 - Dicionário de teatro / Patrice Pavis ; tradução para a língua
portuguesa sob a direção de J. Guinsburg C. Maria Lúcia Perei ra. 3. ed - São
Paulo : Perspectiva. 2008.
QUADRO DE CARACTERÍSTICAS DRAMÁTICAS
EM OPOSIÇÃO AS ÉPICAS
DRAMÁTICO
VS.
ÉPICO
Quadro de Patrice Pavis
1.Acontecimento
Presente/Passado
O acontecimento se desenrola à nossa frente, O acontecimento passado é "reconstituído" pelo ato da narração
num presente imediato. - Quer -se expô-lo a nós "com vagar".
- Quer-se fazê-lo reviver para nós. - Ele constitui uma "totalidade";
- Ele se limita a momentos excepcionais pode ser formado por um conjunto importante de fatos .
da atividade humana (crises, paixões).