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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL

CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE


PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS
INSTITUTO DE HUMANIDADE E SAÚDE
CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA FORMAÇÃO


E INCLUSÃO DE JOVENS INVESTIDORES: Um estudo com
uma turma de PCD na cidade de Volta Redonda

Diogo das Graças de Carvalho


Keveny Silva Pereira

Volta Redonda, 2023


Diogo das Graças de Carvalho
Keveny Silva Pereira

IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA FORMAÇÃO E


INCLUSÃO DE JOVENS INVESTIDORES: Um estudo com uma turma
de PCD na cidade de Volta Redonda

Artigo científico apresentado como requisito


parcial para obtenção do grau de Bacharelado em
Administração pelo Curso Bacharelado em
Administração de Empresas, do Instituto de
Humanidade e Saúde, do Centro Universitário
Geraldo Di Biase.

Professora-orientadora: M.Sc. Nilce Helena da


Silva Melo

Volta Redonda, 2023


FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS
INSTITUTO DE HUMANIDADE E SAÚDE
CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

Diogo das Graças de Carvalho


Keveny Silva Pereira

IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA FORMAÇÃO E


INCLUSÃO DE JOVENS INVESTIDORES: Um estudo com uma turma
de PCD na cidade de Volta Redonda

Artigo científico apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de


Bacharelado em Administração pelo Curso Bacharelado em Administração de
Empresas, do Instituto de Humanidade e Saúde, do Centro Universitário Geraldo Di
Biase. Aprovado pela Banca Examinadora abaixo assinada, com grau ____.

___________________________________________
Professor Orientador

___________________________________________
Membro 1

___________________________________________
Membro 2

Volta Redonda, 2023


IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA FORMAÇÃO E
INCLUSÃO DE JOVENS INVESTIDORES: Um estudo com uma turma
de PCD na cidade de Volta Redonda

Resumo

O presente estudo tem como objetivo analisar a contribuição de um programa de educação


financeira na formação e inclusão de uma turma de pessoas com deficiências. Para tanto foi
desenvolvida uma pesquisa descritiva com uma turma de PCD composta de 23 alunos
matriculados no primeiro período de um curso de graduação em Administração, por meio da
aplicação de um programa de educação financeira. Os resultados indicaram para uma melhora
significativa na assimilação dos conteúdos apresentados, fator relevante para a inclusão
financeira no país.

Palavras-chaves: Educação Financeira; Inclusão Financeira; Investimentos; Pessoas com


Deficiência.

Abstract

The present study aims to analyze the contribution of a financial education program to the
training and financial inclusion of a class of people with disabilities. To this end, a descriptive
research was developed common to the PWD class composed of 23 students enrolled in the first
period of an undergraduate course in Business Administration, through the application of a
financial education program. The results indicated a significant improvement in the assimilation
of the contents relevant factor for financial inclusion in the country.
4

Introdução

A educação financeira é um tema cada vez mais relevante no contexto atual, em


que a gestão adequada do dinheiro é fundamental para garantir uma vida financeira
saudável e um futuro mais tranquilo. Especialmente para os jovens, que muitas vezes
têm pouco conhecimento sobre finanças e investimentos, pode ser difícil compreender
como investir o dinheiro de maneira eficaz e responsável.
Desde 2017 a inclusão do tema educação financeira no ensino fundamental faz
parte da legislação brasileira, no entanto, essas aulas ainda não fazem parte da
realidade de muitas escolas no Brasil (SIQUEIRA; DUARTE, 2023). Além disso, a
pesquisa do Instituto Locomotiva apontou que 50% dos jovens brasileiros com idade
entre 16 e 34 anos não possuem conta bancária (AGÊNCIA BRASIL, 2019). Esses
dados demonstram a necessidade de uma maior atenção à formação e inclusão
financeira dos jovens, em especial aqueles que estão em situação de vulnerabilidade
socioeconômica, como as pessoas com deficiência – PCD.
É importante ressaltar que a educação financeira vai além de ensinar conceitos
básicos sobre economia e finanças pessoais. Ela também envolve a capacidade de
desenvolver habilidades e atitudes necessárias para gerir de forma eficiente o dinheiro
e tomar decisões financeiras responsáveis, levando em consideração fatores como o
planejamento financeiro, o conhecimento de diferentes tipos de investimentos e a
compreensão dos riscos e benefícios de cada um deles. Assim, a pergunta propulsora
do presente estudo foi: Qual a contribuição da aplicação de um programa de educação
financeira para formação e inclusão de pessoas com deficiência? Para responder esse
questionamento foi definido como objetivo geral analisar a assimilação de
conhecimentos financeiros e sua contribuição na formação e inclusão de jovens
investidores, a partir da aplicação de um programa educacional numa turma de PCD na
cidade de Volta Redonda.
O estudo justifica-se pela necessidade de avaliar o nível de educação financeira
dos jovens investidores e entender as dificuldades e desafios enfrentados por este
5

público, identificando as principais fontes de informação e ferramentas disponíveis para


ajudá-los a se tornarem investidores mais bem-sucedidos e mais bem informados.
Além disso, este estudo pode fornecer insights valiosos para os profissionais do
setor financeiro, educadores e formuladores de políticas públicas, ajudando-os a
entender as necessidades dos jovens investidores em relação à educação financeira e
a desenvolver estratégias mais eficazes para promover a inclusão financeira em todo o
país, contribuindo para a construção de uma sociedade mais educada financeiramente
e financeiramente mais saudável.

Importância da Educação Financeira na formação do indivíduo

No levantamento do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA,


2015), o Brasil enfrenta um desafio substancial no que diz respeito à alfabetização
financeira, sendo classificado com o pior desempenho entre todas as nações e
economias participantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE). Dessa forma, é possivel verificar que:

A principal dificuldade do indivíduo é planejar adequadamente suas ações de


longo prazo; é preciso poupar por conta própria para a aposentadoria,
não mais provida integralmente pelo Estado. Também é necessário reavaliar
as decisões sobre a compra de sua casa própria, e dos bens duráveis, bem
como entender as novas modalidades de crédito e dominar a tecnologia
disponível para a realização das transações financeiras básicas (SAVOIA,
SAITO e SANTANA, 2007, p.1124)

Nesse contexto desafiador, ganha destaque a proposta de inclusão da


educação financeira na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que se constitui “um
documento normativo que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os
alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.”
(BRASIL, 2018).
A relevância dessa proposta torna-se ainda mais evidente quando considerados
estudos conduzidos internacionalmente, que apontam para a prevalência do
analfabetismo financeiro em várias partes do mundo (WORLD BANK, 2014).
Descobertas retratam uma imagem alarmante da situação atual do conhecimento
6

financeiro nos Estados Unidos. Muitos entrevistados não possuem conhecimento


fundamental sobre conceitos financeiros e deixam de planejar sua aposentadoria,
mesmo quando ela está a poucos anos de distância. (LUSARDI; MITCHELL, 2011,
tradução nossa).
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários - CVM (2017) a educação financeira
pode ser vista como uma forma de capacitação do indivíduo, para que ele possa
entender e gerenciar seus recursos financeiros. Isso envolve conhecimentos básicos
sobre conceitos financeiros, planejamento financeiro, orçamento e investimentos.
Conto, Fuhr, Faleiro e Kronbauer (2015) expandem essa visão, ressaltando que a
temática das finanças pessoais está frequentemente associada ao sucesso ou
insucesso econômico que um indivíduo obtém de suas atividades. A maneira
como as pessoas se comportam do ponto de vista financeiro, implica diretamente no
resultado financeiro obtido.
Para o BACEN (2013) essa abordagem ilustra como a educação financeira não
apenas capacita, mas também influencia as escolhas que podem impactar a situação
econômica individual, desde a redução da dívida e da inadimplência até o
fortalecimento dos investimentos nacionais. Segundo o órgão, promover a educação
financeira se torna essencial para combater o analfabetismo financeiro e suas
implicações negativas na sociedade.

Inclusão Financeira: Um Caminho para a Igualdade e Desenvolvimento


Econômico

O Banco Central do Brasil define a inclusão financeira como

um estado em que todos os adultos têm acesso efetivo aos seguintes serviços
financeiros providos por instituições formais: crédito, poupança (entendida em
termos amplos, incluindo contas transacionais), pagamentos, seguros,
previdência e investimentos. (BACEN, 2018, P. 50).

Esta temática é de grande importância, abrangendo não apenas o Brasil, mas


também o cenário global, como afirma o Word Bank (2014, p.12, tradução nossa) ”A
7

inclusão financeira avançou na agenda global de reformas tornando-se um tópico de


grande interesse para formuladores de políticas, pesquisadores, profissionais de
mercado e outros interessados”.
No entanto, a inclusão financeira nem sempre abrange a totalidade das
pessoas devido à limitação no acesso ao sistema financeiro, à indisponibilidade de
serviços financeiros ou à falta de conhecimento em educação financeira (SARMA et al.,
2008; WORLD BANK, 2014). O acesso a produtos e serviços financeiros apropriados
desempenha um papel crucial na conexão entre oportunidades de desenvolvimento
econômico e os resultados efetivos desse desenvolvimento, abrangendo desde o
crescimento do PIB até a redução da desigualdade e da pobreza (VAN; LINH, 2019).
Nesse cenário, destaca-se a inclusão financeira, que oferece conhecimento e
acesso a esses serviços. Ela desempenha um papel fundamental, sendo um processo
de transmissão de informações que capacita as pessoas a tomar decisões financeiras
embasadas e seguras, aprimorando a gestão de suas finanças pessoais (SAVOIA et
al., 2007). Conforme aponta Yawe e Prabhu (2015), a inovação na área financeira,
incluindo meios de pagamento, educação financeira e sistemas de internet banking,
pode tornar os serviços financeiros mais acessíveis e inclusivos.

Fundamentos das Teorias de Investimentos.

O conhecimento financeiro é essencial para orientar as pessoas a economizarem


e investirem de maneira sustentável e lucrativa.
Para Hoffmann (2020, p. 8)

O investimento é a melhor maneira de fazer com que seu dinheiro se multiplique


e trabalhe para você ao longo dos anos. Quando escolhe boas aplicações
financeiras, você tem uma vantagem enorme, já que o seu rendimento será
maior e precisará de menos tempo e/ou dinheiro para conseguir acumular mais
recursos e realizar todos os seus sonhos, como uma aposentadoria tranquila, a
compra de uma casa nova, um carro e assim por diante.

Ademais, Kiyosaki e Lechter (2000), argumentam que este deve ser o destino
primordial dos rendimentos mensais, antes mesmo das despesas correntes ou débitos
de manutenção. Isso implica que o montante planejado para investir deve ser
8

comprometido antes de qualquer outra destinação dos recursos.


Para montar uma carteira de investimentos e avaliar as oportunidades, bem
como as possíveis consequências, é importante fazer uma análise para conhecer o
perfil de investidor, considerando sua aversão ao risco. (CERBASI, 2009). A Anbima
(2017) define essa análise como suitability, e enfatiza a importância de fornecer
informações essenciais, como idade, horizonte de aplicação, finalidade do investimento
e tolerância ao risco. Patrus (2023) afirma que compreender a relação entre risco e
retorno é crucial no início dos investimentos, a fim de tomar decisões acertadas e
minimizar possíveis perdas financeiras.
Outro fator importante na composição de uma carteira de investimentos é adotar
a estratégia de diversificação, que para MENEZES (2021, p. 1) “é uma técnica de
gerenciamento de risco que visa distribuir o capital investido em uma certa variedade de
investimentos dentro de um portfólio”. Essa estratégia é fortalecida pela teoria moderna
do portfólio, que instrui investidores a combinar ativos em suas carteiras, visando
minimizar o risco compatível com o retorno desejado. Além disso, oferece
embasamento matemático à máxima tradicional de que a diversificação é sensata para
indivíduos interessados em reduzir riscos (MARKOWITZ, 1952).
Os fatores macroeconômicos também devem ser considerados nas decisões
financeiras. A taxa SELIC, por exemplo, serve como base para a formação de outras
taxas de juros. Conhecida como taxa básica de juros, as decisões do Banco Central
em relação a ela reverberam nas demais taxas, afetando indiretamente as condições
de investimento (LISBOA et al, 2005). Outro fator importante a considerar é a inflação,
uma vez que ela diminui o poder de compra e afetam os investimentos (ANBIMA,
2021).
Em relação a segmentação dos investimentos a Bolsa de Valores Brasileira- B3
(2023) diz que investimentos na renda fixa garantem uma previsibilidade do retorno e,
em alguns casos , prazos definidos. Já na renda variável, o retorno pode ser maior, mas
os riscos também. Bodie et al. (2000) corrobora essa informação ao afirmar que a renda
variável pode também gerar ganhos superiores à renda fixa, embora carregue consigo
o risco de perdas totais dos investimentos.
9

Por fim, Malkiel (2021) afirma que é de grande importância manter a


racionalidade na hora de investir em ativos, pois geralmente, mesmo com uma
diversificação efetiva, muitos investidores individuais ficam erroneamente convencidos
de que conseguem superar o mercado. Como resultado, especulam mais do que
deveriam e negociam demais, resultando em possíveis perdas de capital.

Metodologia

Este estudo visa analisar a assimilação do conhecimento financeiro de uma


turma de 23 alunos com deficiência matriculados no curso de Administração em Volta
Redonda - RJ. Para tanto foi desenvolvida uma pesquisa descritiva com abordagem
quantitativa. Os procedimentos técnicos empregados incluíram pesquisa bibliográfica,
levantamento e estudo de caso (GIL, 2008).
O público alvo da pesquisa foi uma turma de PCD composta de 23 alunos
matriculados no primeiro período de um curso de graduação em Administração, num
centro universitário na cidade de Volta Redonda – RJ. Cabe ressaltar que esse público
apresentam deficiências como surdez, baixa visão e mobilidade física.
A coleta de dados ocorreu no mês de julho de 2023 em três etapas,
apresentadas a seguir: (i) aplicação de uma avaliação diagnóstica contendo 11
questões fechadas para analisar o perfil e mensurar o nível de educação financeira dos
participantes; (ii) aplicação do Programa de educação financeira desenvolvido pelos
autores, aplicado em quatro aulas com duração de 1 hora e 30 minutos cada; (iii)
reaplicação da avaliação diagnóstica para avaliar a assimilação de conhecimento da
turma.
A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva, considerando
a frequência e o percentual de cada questão. A distribuição por frequência simplifica e
organiza dados coletados, tornando-os mais acessíveis. Ela apresenta as informações
de forma clara, evidenciando tendências significativas e facilitando a compreensão dos
dados (FEIJOO, 2010).
10

Resultados da pesquisa

Na análise dos dados foi elaborada uma tabela com os resultados da avaliação
diagnóstica aplicada aos participantes. Esta avaliação foi composta por dez questões
retiradas do indicador de educação financeira desenvolvido por Vieira, Moreira Júnior e
Potrich (2019), com o propósito de identificar o perfil dos participantes (TABELA 1),
entender o nível de educação financeira dos mesmos antes da aplicação do programa
educacional e avaliar a assimilação deles após a aplicação (TABELA 2).
Cabe ressaltar que a didática empregada durante o trabalho com a turma PCD
foi projetada para tornar o processo de aprendizado o mais envolvente e interativo
possível. Foram utilizadas abordagens pedagógicas que valorizavam a participação
ativa dos alunos, promovendo a troca de conhecimento e o esclarecimento de dúvidas.
Isso incluiu a realização de aulas interativas, uso de slides como guias visuais para
apresentação de conceitos financeiros e a incorporação de dinâmicas práticas
relacionadas ao mercado financeiro.

Tabela 1. Perfil dos respondentes segundo as variáveis: gênero e responsabilidade


pelo provimento de recursos na família
Variável Alternativas Frequência Percentual
Masculino 15 48,39%
1. Gênero
Feminino 16 51,61%
Eu 10 32,26%
2. Quem é o responsável por prover Parceiro 5 16,13%
recursos para o pagamento das Pai/Mãe 10 32,26%
contas na sua família? Governo 6 19,35%
Outros 0 0,00%

O perfil dos participantes desta pesquisa revela uma distribuição equilibrada


entre gêneros, com uma representação ligeiramente superior do gênero feminino,
totalizando 51,61%, em comparação com 48,39% do gênero masculino.
Quanto à responsabilidade de prover recursos para o pagamento das contas
familiares, 32,26% afirmaram serem eles próprios, enquanto outros 32,26%
mencionaram ser os pais ou mães. Uma parcela de 16,13% identificou o parceiro como
o provedor financeiro, enquanto 19,35% apontaram o governo como responsável por
essa provisão. Estes dados revelam uma dependência financeira, levando em conta
11

que quase 70% os provedores são os familiares e o governo. Fato esse que se justifica,
em parte, pela condição de serem portadores de deficiência. No entanto, conforme
aponte Piaia (2008) a organização das finanças pessoais é uma importante aliada no
alcance da tranquilidade ou independência financeira.

Tabela 2. Resultados da Avaliação Dignóstica aplicada antes e depois do P.E.


1ª Aplicação 2ª aplicação
(antes) (após)
Perguntas Opções Frequência Percentual Frequência Percentual
José* 7 30% 12 52%
3. Suponha que José herde Pedro 5 21% 6 26%
R$10.000,00 hoje e Pedro herde Igual 4 17% 3 13%
R$10.000,00 daqui a 3 anos. Devido
à herança, quem ficará mais rico? Nenhum 2 9% 2 9%
Não sei 5 13% 0 0%
Poupança 4 17% 6 26%
4. Considerando-se um longo Ações* 7 30% 16 70%
período (ex.: 10 anos). Qual ativo
Conta Corrente 5 22% 1 4%
normalmente oferece maior retorno?
Títulos Públicos 2 9% 0 0%
Não sei 5 22% 0 0%
Poupança 3 13% 3 13%
5. Normalmente, qual ativo Ações* 12 52% 18 78%
apresenta as maiores oscilações ao
Conta Corrente 2 9% 2 9%
longo do tempo?
Títulos Públicos 2 9% 0 0%
Não sei 4 17% 0 0%
VERDADEIRO* 18 79% 21 91%
6. Um investimento com alta taxa de
retorno terá alta taxa de risco. Essa FALSO 5 21% 2 9%
afirmação é? Não sei 0 0% 0 0%
VERDADEIRO* 16 69% 18 78%
7. Quando a inflação aumenta, o FALSO 4 18% 3 13%
custo de vida sobe. Essa afirmação
Não sei 3 13% 2 9%
é?
100 8 34% 4 17%
8. Imagine que cinco amigos 200* 10 44% 17 74%
recebem uma doação de R$ 1.000 e 1000 2 9% 0 0%
precisam dividir o dinheiro
igualmente. Qual a quantia que cada 5000 3 13% 2 9%
um irá receber? Não sei 0 0% 0 0%
9. Suponha que no ano de 2014 sua Mais que hoje 6 26% 7 30%
renda dobrará e os preços de todos O mesmo* 6 26% 12 53%
os bens também dobraram. Em 2014 Menos 6 26% 3 13%
quanto você será capaz de comprar
Não sei 5 22% 1 4%
com a sua renda?
Aumenta 1 4% 3 13%
12

10. Quando um investidor distribui Diminui* 17 74% 17 74%


seu investimento entre diferentes Inalterado 5 22% 3 13%
ativos, o risco de perder dinheiro?
Não sei 0 0% 0 0%
11. Suponha que você viu o mesmo Loja A* 13 57% 14 61%
televisor em duas lojas diferentes Igual 4 17% 3 13%
pelo preço inicial de R$ 1.000.00. A
loja A oferece um desconto de R$ Loja B 3 13% 3 13%
150,00, enquanto a loja B oferece Não sei 3 13% 3 13%
um desconto de 10%. Qual é a
melhor alternativa?
* opção correta.
A avaliação diagnóstica foi composta por dois conjuntos de questões,
distribuídas de forma aleatória. As questões 3, 8, 9 e 11, tem o intuito de medir as
habilidades financeira básicas e as questões 4, 5, 6, 7 e 10, são de conhecimento mais
avançado e buscou avaliar conhecimentos financeiros mais complexos como ações,
inflação e risco (VIEIRA, MOREIRA JÚNIOR; POTRICH, 2019).
Os resultados da pesquisa revelam insights sobre as percepções dos
participantes em relação a temas financeiros. Na questão 3, que trata da herança, a
maioria acredita que José ficará mais rico imediatamente (30%), enquanto 26%
acreditam que Pedro, que herda após 3 anos, terá uma vantagem financeira.
No cenário de investimentos a longo prazo, as ações são predominantemente
escolhidas como a opção com maior retorno (70%), mas também são vistas como as
mais voláteis ao longo do tempo (78%). A maioria compreende corretamente a relação
entre alta taxa de retorno e alto risco (79%).
Em termos econômicos, a maioria reconhece que o aumento da inflação está
ligado a um aumento no custo de vida (69%). Na divisão de uma doação, há uma
preferência notável por receber R$200 (44%). Quanto à diversificação de investimentos,
a maioria entende que distribuir o investimento entre diferentes ativos reduz o risco
(74%). Na escolha de descontos, a loja A é preferida por 57% dos participantes. Essas
percepções coletadas fornecem uma visão abrangente sobre as atitudes dos
participantes em relação a questões financeiras e econômicas. Dessa forma, tambem
verifica-se que:
Em relação ao comparativo entre a primeira avaliação e a segunda, os
resultados apontaram para um aumento na assimilação do conhecimento em todas as
questões. Esses resultados indicam que os alunos obtiveram uma compreensão dos
conteúdos apresentados. Comparando os dados antes e depois da aplicação
13

diagnóstica, foi possível fazer as seguintes relações:

 Herança Imediata vs. Herança Futura - Antes do programa, a maioria dos


participantes escolheu José como o mais beneficiado. Após o programa,
houve uma mudança significativa, com mais pessoas reconhecendo que
Pedro, que herda o montante no futuro, pode se beneficiar mais. Isso sugere
um entendimento mais claro do valor temporal do dinheiro após o programa.
 Ativos de Maior Retorno a Longo Prazo - Houve uma maior consistência
nas respostas antes e depois do programa, com a maioria reconhecendo as
ações como o ativo com maior potencial de retorno em longo prazo. Isso
pode indicar um conhecimento prévio sólido ou uma compreensão
persistente desse conceito mesmo antes do programa.
 Ativos com Maiores Oscilações ao Longo do Tempo - Antes e depois do
programa, a maioria identificou corretamente as ações como os ativos mais
suscetíveis a variações. Isso mostra uma compreensão consistente da
volatilidade do mercado de ações, que permaneceu estável mesmo após o
programa.
 Relação entre Alta Taxa de Retorno e Alto Risco - Houve um aumento
significativo nas respostas corretas após o programa, com mais participantes
reconhecendo essa relação. Isso sugere uma assimilação mais clara do
conceito de risco e retorno nos investimentos após o programa educacional.
 Impacto da Inflação no Custo de Vida - Houve um aumento significativo no
número de respostas corretas após o programa, indicando uma
compreensão mais ampla do impacto da inflação nos gastos diários e no
custo de vida.

Além das questões apresentadas, também observou-se que os participantes


adquiriram maior confiança para conversar sobre as tomadas de decisões financeiras
em suas vidas pessoais. Essa experiência demonstrou o impacto positivo da educação
financeira e também destacou a sua importância para a inclusão financeira.
14

Considerações Finais

Educar financeiramente uma população tem sido um tema muito debatido nos
últimos anos pela sua importância para garantir uma vida financeira saudável e um
futuro mais tranquilo aos cidadão, especialmente para pessoas com vulnerabilidade
sócioeconômica. Nesse sentido o presente estudo teve como objetivo analisar a
assimilação de conhecimentos financeiros e sua contribuição na formação e inclusão de
jovens investidores, a partir da aplicação de um programa educacional numa turma de
PCD na cidade de Volta Redonda.
As etapas do projeto envolveram uma avaliação diagnóstica inicial, seguida pela
implementação de um programa educacional destinado a melhorar a compreensão
financeira desses alunos e, após, uma outra avaliação diagnóstica final. O foco reside
não apenas na mensuração, mas também na melhoria do conhecimento financeiro da
turma. Para tanto foi empregada uma abordagem adaptada atender às necessidades
dos participantes, por meio de uma combinação de aulas interativas, palestras
informativas e dinâmicas de grupo.
Inicialmente, constatou-se que os alunos possuíam conhecimento básico sobre o
tema, porém, careciam de confiança para discutir e abordar questões financeiras mais
complexas. Ao longo das aulas, foi observado um significativo aumento na
autoconfiança dos alunos, além de uma melhora substancial em seu entendimento
sobre tópicos financeiros mais intricados. Além disso, um comparativo entre a primeira
avaliação e a segunda apontou para um aumento na assimilação do conhecimento em
todas as questões. Esses resultados indicam que os alunos obtiveram uma maior
compreensão dos conteúdos apresentados.
É importante ressaltar que algumas limitações se fizeram presentes ao longo do
estudo. A falta de infraestrutura adequada, incluindo materiais e equipamentos para
dinâmicas mais elaboradas, representou um desafio para proporcionar uma experiência
de aprendizado mais enriquecedora. Além disso, a abordagem didática, embora
abrangente, não foi adaptada individualmente para atender às necessidades
específicas de cada tipo de deficiência presente na turma.
Diante dessas limitações, torna-se evidente a necessidade de aprimoramento e
15

refinamento em pesquisas futuras. É fundamental adotar uma abordagem mais


personalizada, realizando um acompanhamento individualizado de cada caso, a fim de
compreender as necessidades únicas de cada aluno. Além disso, aprofundar o
entendimento do contexto familiar e das origens individuais dos alunos se apresenta
como um ponto-chave para fornecer uma educação financeira mais eficaz e inclusiva.
Assim, este estudo ressalta não apenas a importância, mas a necessidade
premente de programas de educação financeira adaptados para atender às
particularidades das pessoas com deficiências para promover a inclusão financeira
efetiva, capacitando esses indivíduos a assumirem maior controle sobre suas vidas
financeiras e contribuindo para sua autonomia e independência.

Referências

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Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-08/brasil-tem-45-
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https://www.anbima.com.br/pt_br/noticias/entenda-o-seu-perfil-antes-de-investir.htm.
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