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De modo geral, os minerais são essenciais para a reprodução em todas as fases reprodutivas,
devido aos seus papéis em manutenção, crescimento e metabolismo. Os tecidos reprodutivos
necessitam dos minerais para a realização de suas funções. Consequentemente a função ou a
necessidade dos minerais podem mudar dependendo da fase ou do ciclo reprodutivo. A
deficiência de minerais pode ocasionar baixa fertilidade por exemplo. Bezerros podem nas com
“defeitos”, até mesmo não havendo manifestações clinicas pela matriz. Os tecidos
reprodutivos, necessitam dos minerais, inclusive do zinco, para a realização de períodos como:
puberdade, parto e período de lactação.
Em machos reprodutores, a deficiência de zinco leva à disfunção gonadal (MILLAR et al., 1958;
PRASAD & OBERLEAS, 1973), à falha na espermatogênese, à redução na secreção de
testosterona, à diminuição do peso testicular e à atrofia dos túbulos seminíferos, além de estar
ligada a crescimentos malignos nos testículos . (MILLAR et al., 1958) É comum observar-se
hipogonadismo em machos deficientes em zinco. As células de Leydig são 9 a principal fonte de
andrógenos, entre eles a testosterona, no macho. A deficiência de zinco prejudica a resposta
das células de Leydig às gonadotrofinas. Muitas das proteínas essenciais à maturação dos
espermatozóides são andrógeno-dependentes, de modo que estes podem ser prejudicados na
deficiência de zinco. As gônadas são os tecidos que mais rapidamente crescem no organismo.
Enzimas vitais para a síntese de ácidos nucléicos e de proteínas são metaloenzimas
dependentes de zinco, tais como a DNA-polimerase, a RNA-polimerase e a timidina-quinase.
Assim, o micromineral está relacionado à integridade funcional do DNA, por evitar sua
destruição mediante inibição de enzimas degradantes.
Os efeitos da deficiência alimentar do zinco são mais acentuados em animais jovens, durante a
fase puberal, e o comprometimento da estrutura testicular, comum nesta fase, é irreversível.
No sêmen, o zinco está presente em alta concentração, tanto no plasma seminal como na
cabeça, na peça intermediária e na cauda dos espermatozóides; a cabeça espermática tem
quatro vezes mais zinco do que o plasma seminal. O zinco disponibilizado pela próstata
assegura que haja zinco necessário no núcleo do espermatozóide, importante para a
estabilidade da estrutura quaternária da cromatina e para a preservação da integridade
genômica. O zinco liga-se aos grupamentos sulfídricos das cisteínas e dessa forma auxilia a
compactação do DNA e a proteção de protaminas da oxidação. As protaminas são proteínas
responsáveis pelo empacotamento do DNA espermático. Este zinco presente no
espermatozóide contribui para prolongar a vida funcional do ejaculado. Concentração
insuficiente de zinco no núcleo pode desestabilizar a estrutura quaternária da cromatina e
reduzir o conteúdo de DNA do espermatozóide e assim diminuir sua capacidade de fertilização.
GRAHAM, T.W. Trace element deficiencies in cattle. The Veterinary Clinics of North America,
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