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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
DISCIPLINA: NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL
PROFESSORA: Dra ANA RAQUEL SOARES DE OLIVEIRA

Estudo Dirigido

1. Descreva o comportamento metabólico do zinco na obesidade e discuta as repercussões dessas


alterações para os distúrbios metabólicos presentes em indivíduos obesos.

A obesidade está associada a alterações no metabolismo do zinco, incluindo redução dos níveis
séricos desse mineral, alterações no transporte e na absorção do zinco no intestino e aumento da
excreção urinária de zinco. Essas alterações metabólicas podem ter várias repercussões nos
distúrbios metabólicos presentes em indivíduos obesos. Primeiramente, a redução dos níveis
séricos de zinco pode afetar negativamente o metabolismo de carboidratos, levando a
desregulações da glicemia e aumento do risco de desenvolvimento de resistência à insulina e
diabetes tipo 2. Além disso, a deficiência de zinco pode prejudicar o metabolismo de lipídios,
favorecendo o acúmulo de gordura e o desenvolvimento de dislipidemia. O zinco também
desempenha um papel importante na regulação da função imunológica. A obesidade está
associada a um estado de inflamação crônica de baixo grau, e a deficiência de zinco pode agravar
esse processo inflamatório, contribuindo para complicações metabólicas mais severas. Além
disso, o zinco é importante para a atividade antioxidante do organismo, ajudando a neutralizar os
radicais livres e proteger as células dos danos oxidativos. A deficiência de zinco pode levar a um
desequilíbrio entre a produção de radicais livres e os sistemas de defesa antioxidante, o que
contribui para o estresse oxidativo presente na obesidade e em seus distúrbios metabólicos
associados.

2. Descreva as principais funções metabólicas do selênio.


Antioxidante: O selênio é um constituinte do sistema enzimático antioxidante do organismo,
especialmente da enzima glutationa peroxidase. Essa enzima é responsável por proteger as
células dos danos causados pelos radicais livres, que são produtos metabólicos tóxicos que
podem causar danos ao DNA, proteínas e lipídios; Proteção cardiovascular: O selênio também
desempenha um papel importante na saúde cardiovascular. Ele pode prevenir a oxidação do
colesterol LDL ("colesterol ruim") e reduzir a formação de placas nas artérias, ajudando a
prevenir doenças cardíacas; Sistema imunológico: O selênio é necessário para o funcionamento
adequado do sistema imunológico. Ele desempenha um papel na produção de citocinas, que são
proteínas reguladoras do sistema imunológico. O selênio também está envolvido na resposta
imunológica, ajudando a fortalecer a resposta do corpo a invasões de patógenos; Saúde da
tireoide: O selênio é um componente essencial para a produção e conversão adequada dos
hormônios da tireoide, que são importantes para o metabolismo e o crescimento. A deficiência
de selênio pode levar a distúrbios da tireoide, como hipotireoidismo; Reparação do DNA: O
selênio está envolvido na reparação do DNA danificado. Isso é particularmente importante para
a prevenção de mutações e câncer. A deficiência de selênio pode levar a problemas de saúde,
como doenças cardiovasculares, distúrbios da tireoide, comprometimento do sistema
imunológico e deficiências no reparo do DNA. No entanto, o excesso de selênio também pode
ser prejudicial, pois pode causar toxicidade e consequências negativas à saúde. Portanto, manter
um equilíbrio adequado de selênio é fundamental para a saúde metabólica.
3. Comente sobre o estado nutricional relativo ao selênio na obesidade.
Indivíduos obesos apresentam concentrações séricas de selênio reduzidas, o que parece
comprometer a defesa antioxidante nesses indivíduos e, consequentemente, acentuar a produção
de espécies reativas de oxigênio. No início da obesidade há aumento da concentração de selênio
plasmático e atividade de gpx1. No decorrer dessa obesidade, essas concentrações diminuirão e
a atividade da gpx1 e gpx3 também reduz. No tecido adiposo subcutâneo em obesos, tem
expressão proteica de gpx elevada. Tecido adiposo visceral mais suscetível a danos decorrentes
do estresse oxidativo em relação ao subcutâneo.
4. Esclareça como o selênio participa de mecanismos envolvidos na fisiopatologia da obesidade,
em particular, sobre o estresse oxidativo, inflamação crônica, disfunção tireoidiana, adiposidade
e resistência à insulina e dislipidemias.
O selênio desempenha um papel importante na fisiopatologia da obesidade, atuando na redução
do estresse oxidativo, inflamação crônica, disfunção tireoidiana, adiposidade e resistência à
insulina, bem como melhorando os níveis lipídicos, desempenha um papel crucial na defesa
antioxidante, regulando a atividade de enzimas antioxidantes, como a glutationa peroxidase, que
ajudam a reduzir o estresse oxidativo. O estresse oxidativo é um desequilíbrio entre a produção
de espécies reativas de oxigênio e a capacidade do organismo de neutralizá-las com
antioxidantes. Na obesidade, ocorre um aumento da produção de espécies reativas de oxigênio e
uma diminuição dos antioxidantes, levando a um maior estresse oxidativo. O selênio é capaz de
neutralizar radicais livres e reduzir o dano oxidativo nas células, ajudando a combater o estresse
oxidativo associado à obesidade. O selênio está envolvido na regulação da inflamação crônica.
A obesidade está associada a um estado de inflamação crônica de baixo grau, caracterizado pelo
aumento dos níveis de citocinas inflamatórias no tecido adiposo. O selênio pode modular a
expressão de genes envolvidos na resposta inflamatória, ajudando a reduzir a inflamação crônica
associada à obesidade. A disfunção tireoidiana é uma complicação comum da obesidade. O
selênio é necessário para a produção adequada de hormônios tireoidianos e para a conversão do
hormônio tireoidiano inativo (T4) em sua forma ativa (T3). A deficiência de selênio pode levar
a uma disfunção tireoidiana, resultando em um metabolismo mais lento e contribuindo para o
ganho de peso e a dificuldade em perder peso. A adiposidade refere-se ao acúmulo excessivo de
tecido adiposo, principalmente no tecido adiposo visceral. O selênio pode reduzir a adiposidade
ao modular a síntese de lipídios e aumentar a resistência à lipogênese, processo de formação de
gordura. Além disso, o selênio pode melhorar a sinalização da insulina e aumentar a sensibilidade
dos tecidos à insulina, ajudando a prevenir a resistência à insulina associada à obesidade. As
dislipidemias são uma alteração nos níveis de lipídios no sangue, incluindo aumento dos
triglicerídeos e colesterol LDL (colesterol ruim) e redução do colesterol HDL (colesterol bom).
Estudos mostram que o selênio pode melhorar os níveis lipídicos, reduzindo os triglicerídeos e
aumentando o colesterol HDL. Ele também pode atenuar a oxidação do colesterol LDL,
prevenindo a formação de placas de aterosclerose.
5. Comente alguns mecanismos propostos para esclarecer a ação do magnésio no controle de
desordens metabólicas associadas a obesidade. Regulação da glicose: O magnésio desempenha
um papel importante na regulação da glicose no organismo. Ele está envolvido na secreção da
insulina e na função das enzimas que ajudam na absorção e utilização da glicose pelas células. A
deficiência de magnésio pode levar a um desequilíbrio na regulação da glicose, o que pode
contribuir para a obesidade e o desenvolvimento de diabetes tipo 2; Metabolismo lipídico: O
magnésio também está envolvido no metabolismo de lipídios (gorduras) no organismo. Ele
desempenha um papel chave na ativação de enzimas que quebram as gorduras e as transformam
em fonte de energia. Quando há deficiência de magnésio, pode haver um acúmulo de gordura no
organismo, aumentando o risco de obesidade; Inflamação e estresse oxidativo: A obesidade
está associada a um estado crônico de inflamação e estresse oxidativo. O magnésio possui
propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, o que pode ajudar a reduzir esses processos no
organismo. Isso pode levar a uma melhora no metabolismo, reduzindo o risco de desordens
metabólicas associadas à obesidade; Controle do apetite e saciedade: O magnésio desempenha
um papel na regulação do apetite e na sensação de saciedade.
6. Fundamente o papel metabólico do zinco na prevenção e progressão do câncer.

Além da atividade antioxidante, o zinco é indispensável para atividades de enzimas envolvidas


diretamente com a síntese de DNA e RNA, como por exemplo, da DNA e RNA polimerase e,
parece ter efeito modulador e protetor para o crescimento de células cancerosas. Também
influencia a divisão celular, pela atividade da dioxitimidina quinase e adenosina tetrafosfato.
Além disso, defeitos na síntese ou prejuízo da função do RNA mensageiro parecem ser
induzidos pela perda de zinco, pois o mesmo desempenha papel em diversos fatores de
transcrição, proteínas que reconhecem sequências específicas de DNA e regulam a transcrição
dos genes.

7. Explique o impacto do ferro em alterações metabólicas na obesidade.


O ferro desempenha um papel crucial nas alterações metabólicas observadas na obesidade. O
acúmulo de ferro nos tecidos adiposos pode levar à resistência à insulina, inflamação crônica de
baixo grau e disfunção mitocondrial e a obesidade está associada a essas alterações metabólicas.
O ferro desempenha um papel importante nessas alterações metabólicas na obesidade. A
resistência à insulina é uma das principais características da obesidade, pois as células não
respondem adequadamente à insulina, resultando em elevados níveis de glicose no sangue. O
ferro está envolvido neste processo, pois a sua acumulação nos tecidos adiposos pode levar à
produção excessiva de radicais livres, que por sua vez podem causar danos às células e aumentar
a resistência à insulina. Além disso, a obesidade está associada à inflamação crônica de baixo
grau, que desempenha um papel importante no desenvolvimento de doenças metabólicas, como
diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. O ferro também está envolvido neste processo, uma
vez que a sua acumulação nos tecidos adiposos pode levar à produção excessiva de citocinas pró-
inflamatórias, como o TNF-α e a IL-6. O ferro desempenha um papel importante na regulação
da função mitocondrial, sendo necessário para a produção de enzimas envolvidas na respiração
celular. Se houver um desequilíbrio na concentração de ferro, pode ocorrer uma disfunção
mitocondrial.
8. Diferencie anemia absoluta de anemia funcional na obesidade.
Anemia funcional - Situações em que o ferro é dificilmente mobilizado dos estoques para a
circulação e tecido eritropoiético devido à inflamação crônica e níveis elevados de hepcidina.
Anemia absoluta - diminuição da absorção de ferro sinalizada por altos níveis de hepcidina.

CELINA NUNES CRUZ.

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