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O Encilhamento foi um período de euforia especulativa e crise financeira durante a

transição da Monarquia para a República no Brasil (governo do presidente Marechal Deodoro


da Fonseca). Originado em meio a transformações como o fim da escravidão e o aumento da
imigração, a politica do Encilhamento refletiu a necessidade de renovação do país em direção
a um ambiente mais favorável ao empreendedorismo e ao investimento. O governo liderado
pelo visconde de Ouro Preto iniciou políticas para impulsionar a economia, mas a chegada da
República trouxe mudanças bruscas. Sob o comando de Rui Barbosa, em janeiro de 1890,
foram implementadas medidas consideradas o primeiro "pacote econômico" republicano,
marcando um salto para a modernidade.
Após a implementação, houve um crescimento desenfreado do crédito e dos meios de
pagamento (aumento do meio circulante), alimentando uma atmosfera de exagero e
especulação (inflação). A depreciação do câmbio e os debates sobre as causas da crise, como
o excesso de emissões monetárias ou a deterioração do balanço de pagamentos (garantia para
empréstimos), destacaram-se.
A crise cambial de 1891, proporcionou o colapso do Encilhamento, causando sérios
danos aos bancos e às finanças públicas. A euforia inicial transformou-se em pânico, com os
problemas nos grandes bancos dominando os debates na nova Assembléia Constituinte. A
renúncia do Marechal Deodoro da Fonseca, em 1891, ficou conhecida como o "Golpe da
Bolsa", refletindo os impasses em torno dos bancos de emissão, que estavam fortemente
ligados ao Encilhamento. Sob o governo de Floriano Peixoto, houve tentativas de saneamento
e liquidação dos excessos, mas a situação piorou. O Encilhamento, que representou uma
esperança de mudança e progresso, não cumpriu as promessas feitas pela República. Apesar
das críticas, a historiografia mais recente identificou avanços significativos em termos de
crescimento, industrialização e instituições durante esse período.
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A Revolta da Armada, ocorrida entre setembro de 1893 e março de 1894, foi uma
rebelião que começou na Marinha brasileira, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e se
espalhou até o sul do Brasil, coincidindo com a Revolução Federalista. O movimento foi
liderado por oficiais da Marinha, incluindo o almirante Custódio de Melo e o almirante
Eduardo Wandenkolk. Eles se opuseram ao presidente Floriano Peixoto (vice de Deodoro da
Fonseca), a quem pretendiam depor, alegando que ele havia assumido a presidência
ilegalmente após a renúncia de Deodoro da Fonseca. As causas da revolta incluíam
insatisfação com a política de Floriano, que não conseguia pacificar as rivalidades regionais,
e sentimentos de desprestígio da Marinha em relação ao Exército, que dominava a liderança
política do país. A revolta foi sufocada por Floriano Peixoto, que conseguiu reprimir o
movimento e manter-se no poder.
A Revolta da Armada começou em setembro de 1893, quando a Marinha rebelde
bombardeou os fortes controlados pelo Exército no litoral fluminense. Apesar de ter maioria
na Marinha, os revoltosos não tinham apoio popular e enfrentavam resistência do Exército e
de jovens nacionalistas e republicanos, especialmente em São Paulo. Diante da oposição na
capital, os revoltosos se dirigiram ao Sul, onde se envolveram na Revolução Federalista.
No Sul, a luta era uma disputa entre elites locais. A revolta foi sufocada em março de
1894, consolidando Floriano Peixoto como líder do país. O confronto evidenciou as divisões
políticas e institucionais da jovem República.
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A Revolução Federalista, ocorrida entre fevereiro de 1893 e agosto de 1895, foi um


conflito armado que abalou o sul do Brasil, envolvendo facções políticas rivais e refletindo
profundas divisões ideológicas e sociais da época. De um lado, os federalistas, liderados por
Gaspar Silveira Martins, buscavam reformas políticas, incluindo um sistema parlamentarista
e maior centralização política. Por outro lado, os republicanos, liderados por Júlio de
Castilhos, defendiam um sistema presidencialista e a autonomia estadual. A revolta
desencadeou intensos combates e divisões entre as populações locais, culminando em uma
vitória dos republicanos, que consolidaram seu controle sobre a região após um período
marcado por violência e instabilidade.
A Guerra Civil que eclodiu durante a Revolução Federalista foi marcada por
confrontos entre os federalistas, liderados por Joca Tavares e Gumercindo Saraiva, e os
republicanos, sob a liderança de Júlio de Castilhos. Os federalistas contavam com um
exército composto por civis, incluindo muitos uruguaios, e recebiam apoio de Corrientes, na
Argentina, e do Uruguai. Os republicanos, por sua vez, recorreram ao recrutamento forçado e
ao apoio do Exército, além de receberem auxílio federal. Após intensos combates, a
revolução foi derrotada em 1895, dividindo a sociedade entre os que apoiavam os
federalistas, identificados pela cor vermelha, e os republicanos, identificados pela cor branca.
As análises sobre a Revolução Federalista variam, abordando desde rivalidades
pessoais entre líderes políticos até questões ideológicas e disputas entre diferentes frações da
classe dominante. Além disso, há críticas ao uso do termo "revolução", sugerindo que foi
mais uma guerra civil do que uma revolução propriamente dita.

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