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CAP.

IV – CONSUMO DE
ÁGUA

SAA
Profª. Ma. Giovana Carla Elias Fleury
1 - INTRODUÇÃO
Para determinação das vazões de
projeto é necessário conhecer a
demanda de água na cidade, que é
função:
a) do número de habitantes a ser
abastecido;
b) da quantidade de água consumida por
pessoa.
2 - USOS DA ÁGUA

Ligações de Água na RMSP por categorias de consumo.


Fonte: SABESP (2002).
2 - USOS DA ÁGUA
A água no cenário urbano pode ter os
seguintes usos.

a) Doméstico:
- Usada nas habitações para higiene,
alimentação e lavagens;
- Expresso em litros por habitante por dia
(litros/hab.dia).
- Depende: renda familiar, características
da habitação, culturais e climáticas,
medição, etc.
2 - USOS DA ÁGUA
Tipos de consumo L/hab/dia
Bebida e cozinha 10 - 20
Lavagem de roupa 10 - 20
Banhos e lavagem de 25 – 55
mãos
Instalações Sanitárias 15 – 25
Outros usos 15 – 30
Perdas e desperdícios 25 – 50
Total 100 - 200

Fonte: Yassuda e Nogami (1976), Orsini (1996), Orsini (1996), Dacach


(1979), NBR (1982).
2 - USOS DA ÁGUA
Yoshimoto e Silva (2001) apresentam o
consumo de água nas residências na
Região Metropolitana de São Paulo –
RMSP:
Descarga de Bacias sanitárias-------30,9%
Banho --------------------------------------26,7%
Pia de cozinha ---------------------------30,0%
Outros usos -------------------------------12,4%
2 - USOS DA ÁGUA
b) Comercial e industrial: varia de acordo
com o tipo de estabelecimento. Usos
comercial (padarias, bares, restaurantes,
hotéis, posto de gasolina, shoppings, etc).
c) Público: parcela de água utilizada na
irrigação de jardins, lavagem de ruas e
passeios, nos edifícios públicos
alimentação de fontes, esguichos e
chafarizes e demais equipamentos
públicos.
2 - USOS DA ÁGUA

Fonte: Yassuda e Nogami (1976), Orsini (1996), Orsini (1996), Dacach


(1979), NBR (1982).
2 - USOS DA ÁGUA

Yassuda e Nogami (1976) , Orsini ( 1996), (Dacach) (1979).


2 - USOS DA ÁGUA

Fonte: Yassuda e Nogami (1976), Orsini (1996), Dacach


(1979), NBR 7229 (1982).
2 - USOS DA ÁGUA
O sistema deverá atender não apenas os
consumos anteriores, mas também deve
atender:
Demanda na estação de tratamento: em
torno de 5% de todo o volume produzido.
Perdas de água que ocorrem no sistema:
2.1 Perdas de água
d) Perdas e Desperdícios:
Perdas: toda água tratada que foi
produzida e se perdeu no caminho, não
chegando ao uso final pelos clientes da
companhia de saneamento.
Desperdício: águas que são
desperdiçadas pelos maus hábitos da
população.
2.1Perdas de água
Em 2021, a média brasileira de perdas de
faturamento era igual a 40,3% (Instituto
Trata Brasil).
Destaques positivos no índice de perdas
de água para Goiânia e Goiás (Trata
Brasil, 2021):
- Goiás : 28,5 % (único estado com índice
abaixo de 30 %)
- Goiânia : 19,5% (menor índice entre as
capitais)
2.1Perdas de água
Perdas: Físicas (Real) e Não Físicas (Perda
Aparente).
- Perda Física: Devido a ocorrência de
vazamentos nas adutoras, redes de distribuição e
reservatórios setoriais.
- Perda Não-Física: corresponde ao volume
consumido, mas não contabilizado pela
Companhia de Saneamento. Devido a erros nos
medidores, fraudes, ligações clandestinas e
falhas no cadastro comercial.
2.1 Perdas de água
Perdas: Diferença entre o volume
produzido (Vp) e o volume entregue nas
ligações domiciliares (Vm).

Vp − Vm 
Ip =    100
 Vp 
3 – CONSUMO MÉDIO PER CAPITA

Numa cidade com sistema de


abastecimento de água regular tem-se
que o consumo médio per capita (qm) é:
Vano
qm = onde:
365  Pop
qm = L/hab.dia
Vano = volume total de água distribuída em
um ano (L).
Pop. = População beneficiada (hab).
3 – CONSUMO MÉDIO PER CAPITA

- Usualmente são considerados os


seguintes consumos médios per capita de
acordo com a população a ser abastecida:
- Até 50.000 hab ------------------------ 150 l/hab./dia
- De 50.000 a 500.000 hab ---------- 200 l/hab./dia
- De 500.000 a 3.000.0000 hab ----- 250 l/hab./dia
- De 3.000.0000 a 10.000.000 ------ 300 l/hab./dia
- Acima de 10.000.000 hab ---------- 350 l/hab./dia
3.1 – CONSUMO MÉDIO
O consumo de água de um determinado
setor de abastecimento ou de uma cidade,
pode ser determinado através dos
seguintes métodos:
- Leitura dos hidrômetros (Per Capita
Efetivo - qe);
- Leitura do macromedidor instalado na
saída do reservatório (Per Capita- q);
- Quando não existirem medição: estimar.
3.1 – CONSUMO MÉDIO
Consumo Médio Per capita Efetivo (qe).
- É determinado a partir da leitura dos
hidrômetros nas ligações prediais.
- qe = Vc/ (NExNDxNH), onde:
- Vc = Volume consumido medido pelos
hidrômetros;
- NE = Número médio de economias;
- ND = Número de dias da medição pelos
hidrômetros;
- NH = Numero de hab. por economia;
3.1 – CONSUMO MÉDIO
- Consumo Médio Per capita (q).
- Para o consumo per capita de água deve-
se incorporar as perdas de água do
sistema de abastecimento ao consumo
efetivo per capita, conforme a equação:
- q = qe / (1 – Ip), onde:
- q = consumo médio per capita de água;
- qe = consumo médio per capita efetivo de
água;
- Ip = índice de perdas.
4 – FATORES QUE AFETAM O
CONSUMO
Vários são os fatores que afetam o
consumo de água:
4.1 – Clima
- Quanto mais quente a região maior o
consumo de água.
4.2 – Hábitos e nível de vida da popula-
ção
- Os hábitos da população refletem na
utilização direta ou indireta da água.
Quanto maior o nível de vida e o poder
aquisitivo maior o consumo.
4 – FATORES QUE AFETAM O
CONSUMO

4.3 – Natureza da cidade


- As cidades industriais e mistas
apresentam maior consumo que as
cidades tipicamente residenciais.
4.4 – Tamanho da Cidade
- Quanto maior a cidade maior o número de
estabelecimento comerciais, industriais,
repartições públicas, jardins, etc.
4 – FATORES QUE AFETAM O
CONSUMO
4.4 – Tamanho da Cidade (cont.)
- Maior extensão de redes → maior perdas
por vazamento.
- Maior população → Maior consumo
doméstico.
4.5 – Existência ou ausência de medição
- Quando o consumo é estimado em lugar
de ser hidrometrado, a população não se
sente estimulada a economizar água e
evitar desperdícios.
4 – FATORES QUE AFETAM O
CONSUMO

4.6 – Pressão na Rede


- Quando na rede reina pressões elevadas,
uma abertura mínima de torneiras e
válvulas ocasiona grandes saída de água,
elevando o consumo.
4.7 – Rede de Esgoto – o aumento é
devido a despreocupação com
capacidade de disposição do sistema.
4.8 – Preço de Água: o preço da água
também influi no consumo.
5 – Variações de Consumo
A água distribuída na cidade não tem
vazão constante, mesmo considerada
invariável a população;
As condições climáticas e hábitos da
população afetam o consumo de água da
população.
5 – Variações de Consumo
5.1 – Variações Diárias
- O consumo não é uniforme em todos os
dias do ano, ocorre sempre um dia de
maior consumo.
- K1 → coeficiente do dia de maior
consumo .
- K1 → A relação entre o maior consumo
diário do ano e o consumo médio diário no
ano fornece K1.
5 – Variações de Consumo
5– Variações de Consumo
5.1 – Variações Diárias
- Os valores de K1 recomendados por
Yassuda e Nogami: 1,2 a 2,0.
- K1 = maior consumo diário
consumo médio diário
- Para a determinação do K1, recomenda-
se que sejam considerados, no mínimo,
cinco anos consecutivos de observações,
adotando-se a média dos coeficientes
determinados.
5– Variações de Consumo
5.1 – Variações Diárias
- O coeficiente K1 é utilizado na
composição da vazão de
dimensionamento das unidades do
sistema que antecedem o reservatório de
distribuição (captação, adutoras,
elevatórias e ETA).
5 – Variações de Consumo
5.2 – Variações Horárias
- Durante o dia ocorrem sensíveis
variações no consumo de água.
- Horas de maior demanda refeições.
- O consumo mínimo período noturno,
geralmente nas fases iniciais da
madrugada.
5 – Variações de Consumo
5 – Variações de Consumo
5.2 – Variações Horárias
- O coeficiente K2 é utilizado quando se
pretende dimensionar a rede de
distribuição.
- Os valores recomendados do coeficiente
K2 varia por Yassuda e Nogami: 1,5 e 3,0.
K2 = maior vazão horária no dia
vazão média horária no dia
5 – Variações de Consumo
5 – Variações de Consumo
5 – Variações de Consumo

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