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EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

Matemática Financeira

3º PERÍODO

Elidio Luiz Martinelli


Paulo Vitoriano Dantas Pereira

PALMAS-TO/ 2006

1
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

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Un

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Fundaçã

cantins
Tecnologia em educação continuada

Fundação Universidade do Tocantins

Reitor: Humberto Luiz Falcão Coelho


Pró-Reitor Acadêmico: Galileu Marcos Guarenghi
Pró-Reitora de Pós Graduação e Extensão: Maria Luiza C. P. Nascimento
Pró-Reitora de Pesquisa: Antônia Custódia Pedreira
Pró-Reitora de Administração e Finanças: Maria Valdênia Rodrigues Noleto
Diretor de Educação a Distância e Tecnologias Educacionais: Claudemir
Andreacci

Educon – Empresa de Educação Continuada Ltda

Diretor Presidente: Luiz Carlos Borges da Silveira


Diretor Executivo: Márcio Yamawaki
Diretor de Desenvolvimento de Produto: Luiz Carlos da Silveira Filho
Diretor Administrativo e Financeiro: Júlio César Algeri
Coordenação de Educação a Distância: Eliane Garcia Duarte
Coordenação Geral - Tocantins: Eugênio Leone Neto

Equipe Pedagógica – UNITINS

Coordenação do Curso: Claudemir Andreacci


Conteúdos da Disciplina: Elidio Luiz Martinelli e Paulo Vitoriano

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Apresentação

O presente trabalho visa ao enfoque básico e necessário à matemática


comercial e financeira, nas áreas da Administração e Contábeis. No decorrer
do nosso curso,usaremos uma linguagem simples e concisa para facilitar o
trabalho e a compreensão do cálculo da matemática financeira.
Nos temas iniciais, ou seja, no tema 01 e no tema 02, estamos
abordando e tratando, essencialmente, os problemas relativos aos juros, dando
um enfoque às atividades comerciais e financeiras desenvolvidas nas
organizações públicas ou privadas, e trabalhando a maioria dos conceitos
teóricos da disciplina.
Nos dois temas que sucedem o início do nosso trabalho, o enfoque
seqüencial é a idéia do desenvolvimento das atividades de descontos,
envolvidas no cotidiano das pessoas e, principalmente, nas organizações, nas
quais ocorrem muitas confusões e problemas referentes às pessoas físicas e
pessoas jurídicas.
A abordagem dos temas centrais do nosso trabalho é a classificação
das taxas de juros quanto ao regime de capitalização, ao valor do capital inicial
tomado como base de cálculo taxas equivalentes e proporcionais. Também as
questões relativas a taxas médias para operações de desconto simples, taxa
média e prazo médio para operações de juros simples e para operações com
juros compostos.
No último tema, o objetivo essencial é direcionado ao desenvolvimento
do fluxo de caixa, com noções básicas, das mais diferentes possibilidades das
séries de pagamento.
Esperamos que este trabalho corresponda aos anseios dos nossos
acadêmicos e que vocês possam utilizá-lo como ferramenta importante de
referência, no desenvolvimento da disciplina de Matemática Financeira e no
transcorrer do curso em disciplinas afins e paralelas.

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Plano de Ensino
CURSO: Administração e Ciências Contábeis
PERÍODO: 3º
DISCIPLINA: Matemática Financeira

EMENTA
Estudo da Matemática Financeira básica, estudo das taxas efetiva e
equivalente; estudo dos empréstimos e amortizações; estudo da gestão
financeira e uso facilitador de calculadoras financeiras e fórmulas.

OBJETIVOS
• Conhecer o significado real dos juros
• Operacionalizar a matemática aplicada no comércio e na industria
• Calcular descontos simples e compostos
• Sistematizar fluxo de caixa através de séries de pagamento
• Compreender as várias formas do cálculo financeiro.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
• Juros e capitalização simples
• Desconto simples
• Juros e capitalização composta
• Desconto composto
• Classificação das taxas de juros
• Noções sobre fluxo de caixa
• Séries de pagamentos

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

CRESPO, Antônio Arnot. Matemática Comercial e Financeira: Fácil. 13.ed. São


Paulo: Saraiva, 2001.

LEITHOLD, Louis. Matemática aplicada à Economia e Administração. 1.ed, São


Paulo: Harbra, 1988.

NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e suas Aplicações. 8.ed. São


Paulo: Atlas, 2003.

SOBRINHO, José Dutra Vieira. Matemática Financeira. 7.ed. São Paulo: Atlas,
2000.

SPINELLI, Walter. SOUZA, M. Helena. Matemática Comercial e Financeira. 3.


ed. São Paulo: Ática, 1998.

VERAS, Lília Ladeira. Matemática Financeira. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2005.

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

CRESPO, Antônio Arnot. Matemática Comercial e Financeira: Fácil. 13.ed. São


Paulo: Saraiva, 2001.

MATHIAS,Washington Franco, GOMES, José Maria. Matemática Financeira.


4.ed. São Paulo: Atlas, 2004.

SOBRINHO, José Dutra Vieira. Matemática Financeira. 7. Ed. São Paulo: Atlas,
2000.

SPINELLI, Walter. SOUZA, M. Helena. Matemática Comercial e Financeira.


3.ed. São Paulo: Ática, 1998.

VERAS, Lília Ladeira. Matemática Financeira. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2005.

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Sumário

Tema 01 – Juro simples....................................................................................07

Tema 02 – Desconto simples............................................................................19

Tema 03 – Juro composto...........................................................................................29

Tema 04 – Desconto composto.................................................................................39

Tema 05 – Séries de pagamentos.............................................................................48

Tema 06 – Sistemas de Amortização.......................................................................57

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Tema 01

Juro Simples

Objetivo

Compreender operações financeiras, efetuando análises e comparando juro


simples e desconto simples.

Introdução

No cotidiano, defrontamo-nos, a toda hora, com situações financeiras


nas mais diferentes e variadas formas.
Os problemas financeiros são eminentes em função das necessidades
sociais de operacionalização e otimização dos bens e serviços das pessoas
físicas, empresas e organizações. As necessidades de consumo imediato são
imensas e então os agentes financeiros estão sempre dispostos a financiar
esses bens ou serviços; o custo dessas operações financeiras é denominado
de juro.
Visivelmente as necessidades são crescentes. Para consolidarmos e
desenvolvermos esse processo, fundamentaremos conceitos de juros simples
da matemática financeira.
A matemática financeira trata do estudo do dinheiro ao longo do tempo. Para
esse estudo, devemos definir alguns entes financeiros como juro; taxa de juro
entre outros.

Juros

É o custo do crédito ou a remuneração do capital aplicado (preço a ser


pago pelo uso do dinheiro).

Taxa de juros
É o coeficiente que determina o valor do juro. As taxas de juros se referem
sempre a uma unidade de tempo (mês, semestre, ano etc.).

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Podem ser representados de duas maneiras:


1. taxa percentual – refere-se aos “centos” do capital. O valor dos juros para
Taxas cada centésima parte do capital.

% a.a ao ano
% a.m. ao mês Exemplo:
% a.d. ao dia
% a.b. ao bimestre
% a.t. ao trimestre capital: R$ 2.000,00
% a.s. ao semestre taxa de juros: 30% a.a.

2.000
Juro = x 30 = R$ 600,00
100
juros = R$ 20,00 × 30 = R$ 600,00

2. taxa unitária – refere-se a unidade de capital.

Exemplo:
capital: R$ 2.000,00
30
taxa de juros: 30% = = 0,30
100
Juros = R$ 2.000 x 0,30 = R$ 600,00

FORMA PORCENTUAL TRANSFORMAÇÃO FORMA UNITÁRIA


15
15% a.a 100 0,15 a.a
2
2% a.a 100 0, 02 a.a

Estabelecimento de uma taxa de juros

fatores:
¾ remuneração do capital;
¾ risco;
¾ despesas administrativas;
¾ inflação, etc.

1 + i = (1 + θ1) . (1 + θ2) . (1 + θ3) ... (1 + θn)


Fluxo de caixa

É o conjunto de entrada (+) e saída (-) de dinheiro do caixa, ao longo


do tempo.

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Representação gráfica do fluxo de caixa.

ENTRADA(+)

+ + + + +

0 1 2 3 4 5 6 7 8 (TEMPO)

SAÍDAS (-)

A linha horizontal registra a escala de tempo: horizonte financeiro da operação.

Capitalização dos juros

juros simples (linear) – os juros só incidem sobre o capital inicial da operação.

O valor dos juros é calculado a partir da expressão:

J = C .i . n
J = Valor dos juros expresso em unidades monetárias;
c= Capital
i = Taxa de juros, expressa em sua forma unitária.
n= Prazo.

Cálculo do juro

No regime de juros simples, a remuneração paga pelo capital inicial


aplicado (principal) é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de
aplicação. O fator proporcional é a taxa de juros.

Exemplo:

1 – No empréstimo de uma quantia de R$ 3.000,00 pelo prazo de 2 anos a uma


taxa de 11% a.a, qual deverá ser o valor pago como juro?
C = R$ 3.000,00
i = 11% a.a.= 0,11 a.a. (Forma unitária)
n = 2 anos

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J = 3.000. 0,11 . 2 = R$ 660,00

2 – Um capital de R$ 70.000,00, é aplicado à taxa de 4,0% ao mês durante um


trimestre. Pede-se: calcular o valor dos juros acumulados neste período.
Solução:
C = R$ 70.000,00
i = 4,0 % ao mês (0,04)
n = 3 meses
j=?
j=C.i.n
j = 70.000 . 0,04 . 3
j = R$ 8.400,00

3 – Um empresário tomou um empréstimo, pagando uma taxa de juros simples


de 5% ao mês, durante dez meses. Ao final desse período, calculou em
R$ 350.000,00 o total dos juros que incidem na operação. Determinar o valor
do empréstimo.
Solução:
i = 5% ao mês (0,05)
n = 10 meses
J = R$ 350.000,00
c=?

J 350 . 000
C = ⇔ C = = R $ 700 . 000 ,00
i. n 0,05 . 10

4 – Certo capital de R$ 70.000,00 foi aplicado num fundo de poupança por 8


meses, produzindo um rendimento financeiro de R$ 11.350,00. Calcule qual é a
taxa de juros oferecida por esta operação.
Solução:
C = R$ 70.000,00
i=?
n = 8 meses
j = R$ 11.350,00
J 11 . 350
I = = = 0,0202 = 2,02 % a.m
C . n 70 . 000 . 8

Montante

Um certo capital, aplicado a uma taxa i e pelo prazo de n períodos terá


como montante a soma do juro mais o capital inicial. Montante (também

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conhecido como valor acumulado) é a soma do Capital Inicial com o juro


produzido em determinado tempo.
N=C+J
N=C+C. i.n
N = C (1 + i. n )

Exemplo:

01 – Qual é o montante de um capital de R$ 2.000,00 aplicado à taxa de 20%


a.a pelo prazo de 3 anos?
C = R$ 2. 000,00
i = 0,20 a.a.
t = 3 anos
N = C (1 + i.n)
N = 2.000 (1 + 0,20.3)
N = R$ 3.200,00

Outro Caminho

J=C.i.n
J = 2.000 .20 . 3 = R$ 1.200,00
N = 2.000 + 1.200 = R$ 3.200,00

Taxa proporcional

Sejam duas taxas de juros arbitrárias i1 e i2, relacionadas aos períodos


n1 e n2 em um único intervalo de tempo das taxas. Essas taxas serão
proporcionais se valer a relação a seguir:

i1 n1
=
i2 n2

Comparar as taxas de 5% ao trimestre e de 20% a.a são proporcionais.


I1 = 0,05 aa
I2 = 0,2 a.a
n1 = 3 meses
n2 = 12 meses

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0,05 0,2
= ⇔ 3 . 0,2 = 12 . 0,05 ⇔ 0,6 = 0,6
3 12
Como os resultados são equivalentes, podemos afirmar que as taxas são
proporcionais.

Taxa equivalente

Duas taxas são equivalentes quando se aplica um capital igual às duas


taxas num mesmo intervalo de tempo e as duas produzirem o mesmo juro.

Exemplo:

01 – Certo capital de R$ 20.000,00, pode ser aplicado à taxa de 2% a. m. ou


24% a. a num período de 2 anos; determinar se as taxas são equivalentes.
J1 = 20.000 . 0,02 . 24 = R$ 9.600,00
J2 = 20.000 . 0,24 . 2 = R$ 9.600,00

Como os juros calculados são iguais, concluímos que as taxas são


equivalentes.

Períodos não inteiros

Quando o prazo de aplicação não é um número inteiro de períodos,


devemos considerar as frações do período.
Para a solução devemos proceder em duas etapas:
a) Calcula-se o juro do período inteiro.
b) Calcula-se a taxa proporcional à fração de período que excede a parte
inteira, e o juro total será a soma do juro da parte inteira com a da parte
fracionária.

Exemplo :

01 – Qual será o juro e o montante de um capital de R$ 3.000,00 que é


aplicado à taxa de juro simples de 15% ao semestre, pelo prazo de 69 meses?

69 meses = 11 semestres e 3 meses


Juro = ?
J1 = 3.000 . 0,15 . 11 = R$ 4. 950,00
i 0,15
Im = = = 0,075 a t
m 2
J2 = 3.000 . 0,075 . 1 = R$ 225,00

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J = 4.950 + 225,00 = R$ 5.175,00


Montante
N = C + J = 3.000 + 5.175,00 = R$ 8. 175,00

Juro exato

Juro exato é aquele em que se considera o ano civil (365 dias).


C. i . n
Je =
365

Exemplo :

01 – Determinar o juro exato de um capital de R$ 5.000,00, aplicado por 50


dias à taxa de 35%a.a.

5.000,00 . 0,35 . 50
Je = = R$ 239,72
365

Juro comercial

É o juro calculado tendo como base o ano comercial (360 dias).

Exemplo:

01 – Determinar o juro exato no exemplo anterior.

5.000,00 . 0,35 . 50
Jc = = R$ 243,05
360

Valor Nominal

Diagramas de capital no tempo

Os problemas de movimentação financeira dependem da entrada e


saída de dinheiro num intervalo de tempo. Essa movimentação é conhecida
como fluxo de caixa, cuja representação está no diagrama abaixo

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Entradas ( + )
500 400 400

0 1 2 3 4 5 6
300

Saídas ( - )

OBS.: 1. Reta horizontal é uma escala de tempo ( leitura da esquerda para a


direita);
OBS.: 2. As flechas significam entradas ou saídas de dinheiro.

Podemos definir valor Nominal como valor de um compromisso na data


do vencimento. Após a data do vencimento, o valor final será obtido somando
ao valor nominal, juros e/ou multas.

Exemplo :

01 – Pedro aplicou um valor hoje e vai resgatá-lo daqui a 12 meses, R$


30.000,00

R$ 30.000,00 (valor nominal)

0 12 meses
Valor atual

É o valor que tem um compromisso, em uma data anterior a data do


seu vencimento.

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Exemplo :

01 – João aplicou hoje, uma quantia e recebeu um título pela aplicação que irá
valer R$ 32.000,00 no mês 12.

R$ 32.000,00
Valor nominal

0 12 meses

Situação 1

01 – Como João irá resgatar R$ 32.000,00 em uma aplicação no prazo de 12


meses e o valor aplicado hoje é R$ 20.000,00. Qual é a taxa de juro dessa
aplicação neste período?
N = C (1 + i.n)
N = R$ 32.000,00
C = R$ 20.000,00
i=?
n = 12 meses
32.000 = 20.000 . (1 + i . 12 )
32000
= 1 + 12 i
20000
1, 6 − 1 = 12 i
i = 0,05 ou 5 % ao mês

Situação 2:

02 – Calcular o valor atual, sabendo que a taxa de aplicação é de 6% ao mês


N = C (1+ i . n )
N =R$ 32.000,00
C=?
i = 0,06
n = 12 meses
32.000 = C(1+ 0,06 . 12)
32.000
C=
1,72

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C = R$ 18.604,65

Valor futuro

O valor futuro é o valor do título em uma data qualquer, posterior à data do


vencimento.

Exemplo :

01 – Pedro tem, hoje, R$ 20.000,00. Qual será o valor futuro se Pedro aplicar a
grana à taxa de 4% a.m, durante 3 meses ?

20.000,00

0 n ( meses )
N = C (1 + i.n)
N=?
C = R$ 20.000,00
i = 0,04
n = 3 meses
N = 20.000 . (1 + 0,04 . 3)
N = R$ 22.400,00
Daqui a 6 meses qual é o valor futuro do título?

N = 20.000 . ( 1 + 0,04 .6)


N = R$ 24.800,00

Síntese do tema
Vimos, neste tema, o entendimento do conceito de valor do dinheiro no
tempo; apreendemos as principais técnicas do cálculo financeiro no regime de
juros simples e todas as operações a ele referentes.

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Exercícios

1) Certa aplicação de r$ 350.000,00, com uma taxa de juros de 2,8% ao mês


produz, ao final de determinado período, juros no valor de r$ 40.000,00.
Determinar o prazo da aplicação.

2) Uma pessoa aplica r$ 18.000,00 à taxa de 1,5% ao mês durante 8 meses.


Determine o valor acumulado ao final desse período.

3) Uma dívida de R$ 900.000,00 irá vencer em 4 meses. O credor está


oferecendo um desconto de 7% ao mês caso o devedor deseje antecipar o
pagamento para hoje. Calcular o valor que o devedor pagaria caso antecipasse
a liquidação da dívida.

4) Determinar a taxa de juros trimestral proporcional às seguintes taxas:


a) 32% aa
b) 40% ao biênio
c) 8% ao semestre

5) Encontre a taxa de juros anual proporcional com as taxas a seguir:


a) 5% ao trimestre
b) 43% ao quadrimestre
c) 9% a .m.

6) Em cada caso determinar o juro simples referente a R$ 4.000,00:

Taxas de juros prazo


13% a.a 1 ano
23% a.a 4 ano
35% a.a 7 meses
39% a.a 40 meses
32,5%a.a 53 meses

7) Determine a taxa de juros anual cobrada nos casos abaixo, com uma
aplicação inicial de R$ 2.000,00, nos casos a seguir:

Montante Prazos
R$ 4.000,00 3 anos
R$ 1.500,00 8 meses
R$ 2.470,00 21 meses

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8) Uma empresa vende um gravador de DVD por R$ 900,00 à vista. A prazo,


vende por R$ 1. 150,00, sendo R$ 200,00 de entrada e o restante após 1 ano.
Qual é a taxa anual de juros cobrada?

9) Com uma taxa de 30% a. a., qual é o tempo que deve permanecer aplicado
um capital para que seja de 5 vezes o capital.

10) Determinar o juro simples e o exato nas seguintes situações:


a)R$ 1100,00 a 30% a.a por 120 dias.
b)R$ 2400,00 a 24% a.a por 160 dias.
c)R$ 900,00 a 19% a.a por 60 dias.

11)Determine a taxa bimestral equivalente a 30,3% a.a. .

12) Calcule a taxa de juros a seguir, de um capital de R$ 1500,00 que gera os


montantes a seguir:
a) R$ 1800,00 em 42 meses.
b) R$ 4 400,00 em 60 meses.
c) R$ 2.070,00 em 17 meses.

13) Nas situações abaixo, determine o valor nominal e a data do vencimento


(juro comercial).
a) R$ 2000,00 em 20 / 02 para 120 dias a 30% a. a .
b) R$ 3600,00 em 08 / 04 para 180 dias a 26% a. a .
c) R$ 3500,00 em 30 / 03 para 90 dias a 22% a.a

14) Uma loja oferece uma câmera por R$ 4.000,00 à vista ou por 20% do valor
à vista como entrada e mais uma parcela de R$ 3.500,00 após 6 meses. Qual é
a taxa de juros cobrada pela loja ?

Exercícios com a finalidade de consolidar o conhecimento e a


operacionalização de juros simples.

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Tema 02

Desconto simples

Objetivo

Efetuar análise de comparação de desconto simples.

Introdução

A matemática financeira nos propicia margens de negociações. Nas


aplicações de capital com vencimento definido, obtemos um comprovante
como, por exemplo, uma letra de câmbio, entre outros. Porém, se o aplicador
tiver de sacar antes do prazo determinado, deve incorrer a instituição de posse
do documento, sacar o documento e verificar os ganhos com os descontos
obtidos; outras operações podem ocorrer com descontos como trocas de
cheques por empresas com os bancos. A essas transações denominamos de
desconto.

Desconto racional ou “desconto por dentro”

É o desconto conquistado pela diferença entre o valor nominal e o valor


atual de um compromisso financeiro liquidado antes do vencimento.

Desconto: é a quantia a ser retirada do valor nominal.


Valor descontado: é a diferença entre o valor nominal e o desconto.
N = Valor nominal ou montante
Vr = Valor atual (valor descontado racional )
n = Número de períodos antes do vencimento.
i = Taxa de desconto
Dr = Valor do desconto.

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Temos:

N
Vr = ⇔ D r = N − Vr
1 + i.n

N N( 1+ i.n ) − N
Dr = N − ⇔ Dr =
1 + i.n 1 + i. n

N. i . n
Dr =
1 + i.n
Valor do desconto racional
Vr = N - Dr
N. i . n
Vr = N - 1 + i . n

N ( 1+ i . n ) − N. i n N
Vr = ⇔ Vr =
1 + i.n 1 + i.n

N
V r =
1 + i.n
Exemplo :

01 – João pretende saldar um título de R$ 6.000,00, 3 meses antes do


vencimento. ele sabe que a taxa de juros corrente é de 30% a.a., qual será o
valor do desconto?

Dr
N
Vr

3 meses

N = R$ 6.000,00
n = 3 meses
Cálculo da taxa de 1 mês
0,30
i12 = = 0,025
12

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a) desconto:
N . i.n
Dr =
1 + i. n

6000 x 0,025 x 3
Dr =
1 + 0,025 x 3

Dr = R$ 418,60

b) valor descontado:
Vr = 6.000 – 418,60 = R$ 5.581,40

J=C.i.n
J = 5.581,40 x 0,025 x 3 = R$ 418,60

OBS.: Em juros simples, o desconto racional aplicado ao valor nominal é igual


ao juro devido sobre o capital (desconto), desde que a taxa seja exatamente a
mesma (a taxa de juros da operação é também a taxa de desconto).

Desconto comercial ou desconto por fora

É o valor que se obtém pelo cálculo do juro simples sobre o valor


nominal da conta que seja saldado antes do seu vencimento em n períodos.

N = Valor nominal ou montante


Vc = Valor atual (valor descontado comercial)
n = Número de períodos antes do vencimento.
i = Taxa de desconto
Dc = Valor atual (valor descontado comercial) .

Obtenção:
Dc = N . i . n
É o valor descontado comercial:

Vc = N - Dc
Vc = N – N . i . n
Vc = N ( 1 - i . n )

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Esse é o valor atual comercial.


Exemplo:

DC

N
VC

3 meses
Consideremos um título de R$ 7.000,00 descontado à taxa de 40% a.a. , 3
meses antes do vencimento. Vamos determinar o desconto comercial e o valor
descontado.

Resolução:
a) Desconto comercial.
Dc = N . i . n
Dc = 7.000 x 0,033 x 3 = R$ 693,00

b) Valor descontado comercial.


Vc = N ( 1 - i . n )
Vc = 7 . 000 (1 − 0,033 x 3 )

Vc = 7 . 000 x 0,901

Vc = R $ 6 . 307 ,00

Desconto bancário

É o desconto comercial ampliado de uma taxa prefixada, adicionada


sobre o valor nominal.
N = Valor nominal ou montante
Vb = Valor atual (valor bancário descontado)
n = Número de períodos antes do vencimento.
i = Taxa de desconto
Db = Desconto bancário (valor descontado comercial) .
Dc = Desconto comercial
h = taxa de despesas administrativas.

22
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O valor do desconto bancário será:

Db = Dc + Nh
Db = Nin + Nh
Db = N ( i n + h )

Valor do descontado bancário:


Vb = N - Db
Vb = N – N ( i n + h )
Vb = N [ 1 - ( i n + h ) ]

Exemplo:

01 – Um título de R$ 8.000,00 foi descontado no banco “K”, que cobra 3% de


taxas administrativas. Sabemos que o título foi descontado 3 meses antes do
vencimento e, a taxa corrente em desconto comercial é de 30% a.a.. Qual foi o
desconto bancário? Quanto recebeu o proprietário do título?
a) Desconto bancário:

Db = N ( i n + h )

⎛ 0,30 ⎞
Db = 8.000 ⎜⎜ x 3 + 0,03⎟⎟
⎝ 12 ⎠
DB = R$ 840,00

b) Valor descontado bancário

Vb = N [ 1 - ( i n + h ) ]

⎡ ⎛ 0,30 ⎞⎤
Vb = 8.000 ⎢ 1 − ⎜⎜ x 3 + 0,02 ⎟⎟ ⎥
⎣ ⎝ 12 ⎠⎦

VB = R $ 7.240,00

Taxa de juros efetiva

É a taxa de juros que aplicada sobre o valor descontado, comercial ou


bancário; gera um montante idêntico ao valor nominal em um determinado
período.
If = Taxa efetiva
Vc = Valor atual comercial
Vb = Valor atual bancário (valor descontado bancário)

23
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n = Número de períodos antes do vencimento.


Taxa efetiva para desconto comercial:

N = Vc ( 1 + If . n )
N N
= 1+ If. n ⇔ if . n = −1
VC VC

N
− 1
Vc
if =
n

Taxa efetiva para desconto bancário:

N = Vb ( 1 + If . n )

N N
=1+ if. n ⇔ if . n = −1
Vb Vb

N
− 1
Vb
if =
n

Exemplo :

01 – Um título de R$ 5.500,00 foi descontado no banco “ S & S ”, que cobra 2%


como despesa administrativa. Sabendo-se que o título foi descontado 3 meses
antes de seu vencimento e que a taxa de juro corrente em desconto comercial
é de 40% a.a.. Qual o valor da taxa efetiva, sabendo que o descontado
bancário é de R$ 4.840,00.
Vb = 4. 840,00
N = R$ 5.500,00
n=3

5.500
− 1
4 .840 1,1364 − 1
if = ⇔ if =
3 3
1,1364 − 1
if = ⇔ i f = 0,045 a.m
3
if = 0,54 a.a.

24
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Relação entre desconto racional e comercial

Já soubemos que o desconto comercial é maior que o desconto


racional, sob condições idênticas.

DC > Dr

N. i . n
Dr = e Dc = N . i . n
1 + i.n

Então

N. i . n
DC N. i . n DC
= ⇔ = 1 + i.n
Dr 1+ i . n Dr

D c = D r ( 1 + i .n )

OBS.: O desconto comercial pode ser entendido como o montante do desconto


racional calculado para o mesmo período a uma mesma taxa.

Exemplo :

01 – O desconto comercial de um título descontado 3 meses antes do seu


vencimento com uma taxa de 40% a.a. é R$ 550,00. Determine o desconto
racional.

0,40
550 = D r ( 1 + x 3)
12
550 = D r . 1,1

550
Dr =
1,1
D r = R $ 500,00

Síntese do tema
Vimos, neste tema, o conceito do valor de um desconto num
determinado período de tempo; definições e aplicações de taxas efetivas, e
apreendemos as principais técnicas do cálculo financeiro no regime de
desconto simples e todas as operações referentes a ele.

25
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Atividades

1) Uma dívida de R$ 23.000,00 deverá ser saldada em 4 meses antes de


vencer. Que desconto racional será obtido, se a taxa de juros contratada for de
28% a.a ?
N = 23.000,00
i = 28%
n = 4 meses

0,28
23.000 x x4
Dr = 12
0,28
1+ x4
12
2146,66
Dr =
1,09

Dr = R $ 1.969,41

2) Por quanto posso comprar um título com vencimento daqui a 5 meses, se


seu valor nominal for de R$ 30.000,00 e eu desejar ganhar 32% ao ano?
N= R$ 30.000,00
I = 32%a.a.
n = 5 meses

N
V r = 1+ i . n

Vr = 30.000
1+ 0,026 x 5
V r = 30.000 = R$ 26.548,67
1,13

3) Determine o desconto racional em cada situação abaixo, com base no ano


comercial:

Valor Nominal( em R$ ) Taxa de juros ( % a.a. ) Prazo de antecipação


20.000,00 25 6 meses
5.000,00 15 130 dias
6.000,00 30 25 dias
8.000,00 26 285 dias

26
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4) Um título cujo valor nominal é R$ 8.000,00 foi descontado à taxa de 22%


a.a. . Sabendo-se que o desconto racional foi de R$ 450,00, quanto tempo
antes do vencimento efetuou-se o resgate?

5) Uma dívida com valor nominal de R$ 10.000,00, a vencer em 5 meses, foi


resgatada por R$ 9.450,00. Determine a taxa de desconto racional conseguida
pelo comprador?

6) O desconto racional de um título, vencendo em 220 dias, é igual a R$


1.650,00. Qual seria seu valor nominal, se a taxa de juros adotada fosse 40%
a.a. ?

7) Encontre o desconto comercial em cada situação a seguir:

Valor Nominal ( R $ ) Taxa de juros Prazo de antecipação


20.000,00 25 6 meses
Z5.000,00 15 130 dias
6.000,00 30 25 dias
8.000,00 26 285 dias

8) Um título no valor de R$ 100.000,00 em seu vencimento, foi descontado 2


meses antes de seu prazo de resgate. Sabendo-se que a taxa de desconto
comercial era de 28% a.a., qual foi o desconto? Qual foi o valor atual
comercial?

9) Um desconto comercial de um título foi de R$ 800,00, adotando-se uma taxa


de juros de 32% a.a. . Quanto tempo faltaria para o vencimento do título, se
seu valor nominal fosse de R$ 22.000,00?

10) Uma nota promissória venceria no dia 30 / 12 / 05 foi resgatada em 30 / 10


/ 05. Se o desconto comercial fosse de R$ 1600,00 e a taxa de juros fosse de
28% a.a., qual seria o valor nominal desse título?

11) Se o valor descontado comercial for de R$ 15.000,00, e o prazo de


antecipação for de 300 dias, qual será o valor do título no vencimento, sabendo
que a taxa de juros é de 20% a.a.?

12) João precisa vender mercadorias e propõe a José um título no valor


nominal de R$ 22.000, com vencimento para 3 meses. João deseja ganhar
39% a.a.. Que taxa de desconto comercial oferecerá a José e quanto ele
pagará pelo título?

27
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13) A empresa KL retira do banco S & S um empréstimo por 3 meses no valor


de R$ 600.000,00. Se a taxa de juros for de 22% a.a. e, além disso, o banco
cobrar 1% a título de despesas administrativas, qual será o desconto bancário?

14) Certo banco cobra de taxas administrativas em seus financiamentos 2% e a


taxa de juros é de 28% a.a.. Que financiamento por 3 meses deverá um cliente
pedir a este banco, se essa pessoa necessitar de R$ 10.000,00?

15) Em um financiamento de R$ 16.000,00, pelo prazo de 8 meses, o cliente


recebeu o valor líquido de R$ 13.100,00. Se a taxa de juros for fixada em 26%
a.a., existirá taxa de serviço cobrada no desconto bancário?

16) Um título no valor nominal de R$ 16.000,00 foi descontada em um banco


que cobra 2% de taxas de serviços. O valor descontado bancário recebido foi
de R$ 14.300,00, uma vez que a taxa de juros considerada fora de 32% a.a..
Qual foi o prazo de antecipação do resgate?

17)O valor atual bancário de um título descontado 3 meses antes do seu


vencimento é de R$ 12.350,00. Qual será a taxa de juros efetiva, se a taxa de
desconto for de 28% a.a. e a taxa administrativa for de 1,25%?

18) Qual é a taxa de desconto anual que uma instituição financeira exigirá em
uma antecipação de 6 meses, se ela deseja ganhar a taxa de juros efetiva de
28% a.a..

19) Quanto devo pagar por uma nota promissória de R$ 15.000,00 com
vencimento em 180 dias?

20) Um título tem valor nominal com vencimento em 15 /11 / 05, de R$


3.000,00. Se o dinheiro valer 35% a.a. e o título for saldado em 19 / 0 8 / 05 ,
de quanto será o desconto por dentro obtido? E qual é o valor atual?

21) Uma nota promissória de valor nominal de R$ 1500,00 foi resgatada entes
do vencimento, e obteve uma bonificação com desconto racional de R$ 300,00.
Considerando a taxa de 28% a.a., qual foi a antecedência?

Exercícios com a finalidade de consolidar o conhecimento e a


operacionalização de desconto simples e taxa efetiva no mercado financeiro.

28
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Tema 03

Juros Compostos

Objetivo

Compreender os conceitos das taxas usadas pelo mercado, aprendendo a


fazer conversões dessas taxas por meio dos juros compostos.

Introdução

Já vimos que os juros simples são calculados à taxa fixa, sempre a


partir da mesma quantia inicial. Veremos agora uma operação utilizada com
mais freqüência no mercado financeiro.
Essa aplicação é mais utilizada tanto no mercado de ações, como
também nas lojas de móveis e imóveis. Devemos entender, como Juros
compostos, a remuneração de um capital aplicado a certa taxa, durante um
determinado período, ou seja, é o dinheiro pago pelo uso de dinheiro
emprestado.
A existência de Juros decorre de vários fatores, entre os quais se
destacam:
1 – inflação: a diminuição do poder aquisitivo da moeda num determinado
período de tempo.
2 – risco: os juros produzidos, de certa forma, compensam os possíveis riscos
do investimento.
3 – aspectos intrínsecos da natureza humana: os seres humanos adoram
ganhar dinheiro!
4 – compras a prazos: aquisição de objetos em que o pagamento se dá de
forma fragmentada no decorre de um determinado prazo.

Juros Compostos
O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos
juros, segundo duas modalidades a saber:
Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende juros,
como já foi visto.

29
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Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados ao


principal e passam, por sua vez, a render juros. Também conhecido como
"juros sobre juros".
Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capita, por
meio de juros simples e juros compostos, com um exemplo:
Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.m. Teremos:

Principal Juros simples Juros compostos

Números de meses Montante simples Montante composto

1 100 + 0,1. (100) = 110 100 + 0,1 . (100) = 110

2 110 + 0,1. (100) = 120 110 + 0,1 . (110) = 121

3 120 + 0,1. (100) = 130 121 + 0,1 . (121) = 133,10

4 130 + 0,1. (100) = 140 133,1 + 0,1 . (133,1) = 146,41

5 140 + 0,1. (100) = 150 146,41 + 0,1 . (146,41) = 161,05

Observe que o crescimento do principal, segundo juros simples, é


LINEAR, enquanto, o crescimento segundo, juros compostos, é
EXPONENCIAL. Portanto, tem um crescimento muito mais "rápido".
Isso pode ser ilustrado graficamente da seguinte forma:

C
JUROS COMPOSTOS

JUROS SIMPLES

Na verdade, as empresas, órgãos governamentais e investidores


particulares costumam reinvestir as quantias geradas pelas aplicações
financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros compostos na
Economia. Na verdade, o uso de juros simples não se justifica em estudos
econômicos.

Fórmula para o cálculo de Juros compostos

30
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Considere o capital inicial (principal P) $100,00 aplicado a uma taxa


mensal de juros compostos ( i ) de 10% (i = 10% a.m.). Vamos calcular os
montantes (principal + juros), mês a mês:
Após o 1º mês, teremos: N1 = 100 x 1,1 = 110 = 100(1 + 0,1)
Após o 2º mês, teremos: N2 = 110 x 1,1 = 121 = 100(1 + 0,1)2
Após o 3º mês, teremos: N3 = 121 x 1,1 = 133,1 = 1000(1 + 0,1)3
. . .
. . .
. . .
Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos evidentemente:
S = 100(1 + 0,1) n
De uma forma genérica, teremos para o principal P, aplicado a uma
taxa de juros compostos i durante o período n:

N = P (1 + i)n
Onde:
N = montante
P = principal
i = taxa de juros
n = número de períodos em que o principal P (capital inicial) foi aplicado.
OBS.: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e
do período (n), tem de ser necessariamente iguais.

Exemplo:
01 – Calcule o montante de um capital de R$6.000,00, aplicado a juros
compostos, durante 1 ano, à taxa de 3,5% ao mês.
P = R$ 6.000,00
n = 1 ano = 12 meses
i = 3,5 % a.m. = 0,035
N=?

Usando a fórmula N = P.(1+i) n, obtemos:

N = 6000 . (1+0,035)12 = 6000. (1,035)12 N = 6000.1,509 = 9054.


Portanto o montante é R$ 9.054,00

02 – Determinar os juros que um capital inicial de R$ 10.000,00, a juros


compostos com uma taxa de 4% a.m., rendeu durante 8 meses.
P = R$ 10.000,00
n = 8 meses
i = 4% = 0,04
N=?

31
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8
N = 10.000 . ( 1 + 0,04) = 10.000 . ( 1,36856905) = 13.685,69 portanto
podemos calcular os juros dessa aplicação da seguinte forma:
J=N–P logo J = 13.685,69 – 10.000 = 3.685,69
Portanto, o juro calculado é R$ 3.685,69.

03 – Colocada em um banco, uma quantia rendeu R$ 40.000,00 a juros


compostos de 2% a.m. durante 5 meses. Calcular essa quantia.
P=?
n=5m
i = 2% = 0,02
N = 40.000,00
5 40.000
40.000 = P (1+ 0,02) 40.000 = P . 1, 1040808 P =
1,140808

Logo P = 36. 229,23


Portanto o Capital inicial foi de R$ 36.229,23

04 – Um capital R$ 7.500,00, aplicado durante 5 meses, produziu um montante


de R$ 9.500,00. Sabendo que a aplicação é a juros compostos, determine a
taxa de juros mensal aplicada.
P = 7.500
n=5m
i = ? a.m.
N = 9.500

5 5 9.500 5
9.500 = 7.500 ( 1+ i) ( 1 + i) = ( 1 + i) = 1,266666...
7.500

(1 + i) = 5 1,2666666 (1 + i) ≅ 1,05 i ≅ 1,05 – 1 i ≅ 0,05.


Ou seja a taxa da aplicação foi de aproximadamente 5%.

05 – Um capital é aplicado em regime de juros compostos a uma taxa mensal


de 2% a.m.. Depois de quanto tempo este capital estará duplicado?
Sabemos que S = P (1 + i)n . Quando o capital inicial estiver duplicado, teremos
S = 2P. Substituindo, vem:
2P = P(1+0,02) n [Obs.: 0,02 = 2/100 = 2%]
Simplificando, fica: Vocês irão encontrar
no anexo 1 algumas
2 = 1,02n , que é uma equação exponencial simples. orientações sobre
Teremos então: logaritmos e suas
propriedades.
log 2 0,30103
n = log1,02 2 = = = 35
log1,02 0,00860

Portanto levaria 35 meses ou 2 anos e 11 meses.

32
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Atividades

01 – Aplicando R$ 6.000,00 em uma instituição financeira a juros compostos


com uma taxa de 3% a.m. durante 3 meses, quanto deveremos obter como
valor final?

02 – Calcular o valor dos juros de uma aplicação de R$ 125.000,00 a juros


compostos durante 6 meses a uma taxa de 3% a.m.

03 – Um capital de R$ 200.000,00 é aplicado a juros compostos de 10% ao


ano. Calcule o montante após 4 anos.

04 – A que taxa se deve colocar R$ 2.600,00 a juros compostos para que se


tenha, em 28meses, o montante de R$ 26.000,00?

05 – Para duplicar certo capital em 10 meses e 20 dias, aplicando a juros


compostos, que taxa diária devo usar?

06 – Aplicando certo capital a juros compostos, durante 20 meses, recebi o


triplo do valor aplicado. A que taxa de juros mensais ocorreu a operação?

07 – Qual o tempo necessário para que um capital aplicado a juros compostos


de 3% a.a. duplique?

08 – Determine o capital inicial depositado a juros compostos de 8% a.m.,


sabendo que no final de um ano seu montante era de R$ 48.000,00.

09 – Certo empresário aplicou um capital de R$ 150.000,00 a juros compostos


de 3,5 % a.m. durante 3 meses. Em seguida, reaplicou o montante ainda em
juros compostos de 4% a. m.. No final da operação, recebeu R$ 480.000,00.
Qual o período total em que o capital ficou aplicado?

10 – Duas pessoas, A e B, fazem aplicações em instituições diferentes. A


pessoa A, aplica R$ 100,00 mensalmente a juros compostos a uma taxa de
3,5% durante 8 meses, e a pessoa B aplica R$ 110,00 durante 6 meses a uma
taxa de 4 %. Qual das duas pessoas possui o maior montante em valores
reais?

11 – Uma pessoa aplicou R$ 12.000,00 e, após um ano, recebeu R$ 15.240,00


de juros. Qual foi a taxa de juros mensal paga pela financeira na qual o dinheiro
foi aplicado?

33
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12 – Um investidor aplicou R$ 25.000,00 em uma instituição que paga 3% a.m..


Após certo período de tempo, ele recebeu R$ 35.644,02, estando neste valor
incluídos os juros creditados e o capital investido. Quanto tempo ficou o
dinheiro aplicado?

13 – Comprei um automóvel, cujo preço à vista era de R$ 14.000,00 pagando


R$ 8.000,00 de entrada e mais 36 parcelas de R$ 285,00, qual foi a taxa de
juros cobrada nesse financiamento?

14 – Um apartamento é vendido, à vista, por R$ 120.000,00. Se o comprador


optar pelo pagamento em uma única parcela, após certo período de tempo;
qual será o prazo do financiamento, levando em consideração que o vendedor
pretende ganhar R$ 32.000,00, pois ele trabalha com uma taxa de juros de 2,2
% a.m.?

15 – O que é mais vantajoso: aplicar R$ 100.000,00 por 2 anos, a juros


composto de 3% ao mês, ou aplicar esse mesmo valor, pelo mesmo prazo, a
juros simples de 5 % ao mês?

Esses exercícios têm a finalidade de fazê-lo compreender a operacionalização


de juros compostos, bem como consolidar o conhecimento de sua aplicação no
mercado financeiro.

Cálculo de juros para períodos não-inteiros

Quando o número de períodos em que o capital fica empregado não é


inteiro e a taxa é dada para esse período, calcularemos pela convenção
exponencial, usando regime de juros compostos.

Exemplo:
1 – Calcular o montante do capital de R$ 5.000,00, aplicado a 5% a.m., durante
6 meses e 20 dias.

20
n=6+ = 6 + 0,6666... ≅ 6,66666667
30
N = 5.000 . (1 + 0,05)6,666667 = 5.000 . 1,3844013 = 6.922,00

Atividades

01 – Determine o montante de um capital de R$ 2.500,00 aplicados à uma taxa


de juros 2,5% durante 5 meses e 10 dias?

34
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

02 – Durante 190 dias, um comerciante aplicou em um banco o valor de


R$ 22.000,00. Sabendo que a taxa de juros desse banco é de 1,8 % ao mês,
determine o valor que o comerciante receberá ao final dessa aplicação.

03 – Uma pessoa aplicou R$ 15.000,00 à taxa de 30 % a.a. e após certo tempo


recebeu o montante de R$ 30.195,36. Quanto tempo o capital ficou aplicado?

04 – Qual o montante produzido pela aplicação de R$ 58.000,00, à taxa de


22,5 % ao ano, pelo prazo de 215 dias?

Esses exercícios têm a finalidade de fazer compreender a operacionalização


de juros compostos, especificamente quando se trata de períodos não-

Taxas equivalentes

Duas taxas i1 e i2 são equivalentes, se aplicadas ao mesmo Capital P,


durante o mesmo período de tempo, por meio de diferentes sistemas de
capitalização, e produzem o mesmo montante final.
Seja o capital P aplicado por um ano a uma taxa anual ia . O montante N ao

final do período de 1 ano será igual a N = P(1 + i a)


Consideremos, agora, o mesmo capital P aplicado por 12 meses a uma taxa
mensal im . O montante M’ ao final do período de 12 meses será igual a

N’ = P(1 + im)12 .
Pela definição de taxas equivalentes vista acima, deveremos ter M = M’.
12
Portanto, P(1 + ia) = P(1 + im) .
12
Daí concluímos que 1 + ia = (1 + im) com essa fórmula podemos calcular a
taxa anual equivalente a uma taxa mensal conhecida.
Assim, de modo geral, podemos escrever:

ia = a
1+ i − 1 p . ex . ( meses p / dias )
ia = (1 + i ) a
− 1 p . ex . ( dias p / meses )

Podemos apresentar uma fórmula genérica, que possa ser utilizada para
qualquer caso, ou seja:

q
( )
iq = 1 + i t t − 1

35
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

Para efeito de memorização temos:

iq → taxa para o prazo que eu quero


it → taxa para o prazo que eu tenho
q → prazo que eu quero
t → prazo que eu tenho

Exemplos:

1 - Qual a taxa anual equivalente a 8% ao semestre?


2
Em um ano temos dois semestres, então teremos: 1 + ia = (1 + is)

1 + ia = 1,082
ia = 0,1664 = 16,64% a.a.

2 - Qual a taxa anual equivalente a 0,5% ao mês?


1 + ia = (1 + im)12
1 + ia = (1,005)12
ia = 0,0617 = 6,17% a.a.

3 – Qual a taxa mensal equivalente a 20% ao ano?


12
Teremos: 1 + ia = (1 + im)
Como 20% = 20/100 = 0,20, vem:
12
1 + 0,20 = (1 + im)
12
1,20 = (1 + im)

Dividindo ambos os expoentes por 12, fica:


1/12
1,20 = 1 + im

im = 12 1,20 − 1 = 0,0153 = 1,53 % a.m.

4 – Determine a taxa para 183 dias, equivalentes a 65% ao ano:


iq = ? q = 183
i t = 65% t = 360
183
i183 = (1 + 0,65 ) 360 − 1 ⇒ i183 = 28,99%

Atividades

01 – Qual a taxa trimestral equivalente a 33 % ao ano?

02 – Qual a taxa anual equivalente a 2,5% ao mês?

36
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

03 – Um corretor de títulos propõe a seu cliente uma aplicação cuja


rentabilidade é de 25% a.a. Se o investidor souber de outra alternativa na qual
possa ganhar 4% a.t. qual será sua escolha?

Esses exercícios têm a finalidade de fazer compreender a operacionalização


de equivalência de taxas em juros compostos, bem como consolidar o
conhecimento de sua aplicação no mercado financeiro.

Taxas Nominais

A taxa nominal se dá quando o período de formação e incorporação


dos juros ao Capital não coincide com aquele a que a taxa está referida. Alguns
exemplos:

- 340% ao semestre com capitalização mensal.


- 1150% ao ano com capitalização mensal.
- 300% ao ano com capitalização trimestral.

Taxas Efetivas
A taxa Efetiva se dá quando o período de formação e incorporação dos
juros ao capital coincide com aquele a que a taxa está referida. Alguns
exemplos:

- 140% ao mês com capitalização mensal.


- 250% ao semestre com capitalização semestral.
- 1250% ao ano com capitalização anual.

Taxa Real: é a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionária do período da


operação.

Exemplo:

01 – Uma aplicação financeira, além da atualização monetária, paga juros de


6%a.a. capitalizados mensalmente.
a) qual a taxa nominal de juros pagos pela aplicação?
b) qual a taxa efetiva mensal?
c) qual a taxa anual?

Solução:
a) 6 % a.a.
6%
b) = 0,5% a.m.
12
c) i = (1 + 0,005 )12 − 1= (1,005 )12 − 1 =1,061677 − 1 =
= 0,061677 x100 ≅ 6,17 % a.a.
37
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02 – Uma taxa nominal de 18% ao ano é capitalizada semestralmente.


Determine:
a) taxa nominal de juros.
b) taxa efetiva

Solução:
a)18 % a.a.
b) 1 ano = 2 semestre
0,18
i= = 0,09
2
i = (1 + 0,09 ) 2 − 1 ⇒ i = (1,09 ) 2 − 1 ⇒
⇒ i = 1,18810 − 1 ⇒ i = 0,1881 ou 18,81 % a.s.

Síntese do tema

Neste tema, vimos os conceitos das taxas usadas pelo mercado fazendo
conversões dessas taxas por meio dos juros compostos.

Atividades

01 – Supondo que um fundo de investimento paga juro de 6% ao ano


capitalizado semestralmente, qual é a taxa efetiva de juro desse investimento?

02 – Uma nova instituição financeira está entrando no mercado de


investimentos, e oferece pagar juros de 21% ao ano capitalizado mensalmente.
Qual é o valor da taxa efetiva paga por essa instituição?

03 – Qual é o montante de um capital de R$ 6.000,00 que foi aplicado por 2


anos capitalizados trimestralmente?

04 – Durante 21 meses um capital de R$ 12.000,00 foi aplicado à uma taxa de


juro de 22% ao ano capitalizado semestralmente. Qual é o montante dessa
aplicação?

05 – Por quanto tempo deve-se aplicar um capital de R$ 25.000,00, para que o


mesmo produza de juros R$ 14.846,00, a 24% ao ano, capitalizado
trimestralmente?

O intuito dessas atividades foi o de consolidar o uso das taxas nominais e


efetivas.

38
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Tema 04

Desconto Compostos

Objetivo

Fazer uso de aplicações financeiras com antecipação e postecipação no


mercado de valores, por meio dos descontos compostos.

Introdução

Os descontos podem ser aplicados tanto no mercado de ações como


em títulos de créditos. Existem dezenas de espécies de títulos de crédito no
Brasil, todos eles amparados por legislação específica. Para os propósitos de
estudo deste tema, vamos apresentar as principais modalidades que garantem
à grande maioria das operações de crédito no mercado brasileiro.
São eles:
nota promissória;
duplicata;
letra de câmbio;
cheque.
O estudo breve desses títulos de crédito nos permite situar quanto à
aplicação prática dos descontos compostos que é o objetivo principal desse
tema.
Esses títulos têm sempre um valor declarado, chamado valor nominal,
valor da face ou valor de resgate, que corresponde ao valor que pode ser
recebido pelo título na data de vencimento, que também vem nele declarado.

Nota promissória

Documento emitido pelo devedor, que se obriga a pagar o seu credor,


ou a sua ordem, uma determinada importância, numa data de vencimento
definida.

39
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NOTA PROMISSÓRIA

Duplicata

A duplicata é emitida por uma firma (pessoa jurídica) contra seu cliente
(pessoa física ou jurídica) para quem vendeu mercadorias ou prestou serviços
a prazo. A emissão da duplicata decorre da emissão de uma nota fiscal.

Letra de câmbio

40
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Tipo de título negociável no mercado. Consiste numa ordem de


pagamento em que uma pessoa ordena que uma segunda pessoa pague
determinado valor para um terceira. Deve trazer, de forma explícita, o valor do
pagamento, a data e o local para efetuá-lo.

Quando o portador de um título de crédito precisa de dinheiro, pode


resgatá-lo antes do seu vencimento, mediante endosso, numa corretora de
valores ou banco, que proceda à operação de desconto.
O valor recebido ou o valor descontado se diz valor do título e
representa a diferença entre o valor nominal e o desconto feito.

Cheque
O cheque é, também, como a letra de câmbio, uma ordem de
pagamento; mas à vista. Sendo o cheque um título formal, está revestido de
requisitos que a lei lhe impõe.

Banco S& A

41
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As leis que regulamentam os títulos de crédito foram estudadas na


disciplina de Direito comercial no período anterior. Agora já temos subsídios
necessários para começar o estudo dos Descontos Compostos.

Descontos Compostos

Da mesma forma que os juros compostos podem ser considerados


como sucessão de juros simples, calculando período por período, os descontos
compostos também podem ser considerados como uma sucessão de
descontos simples, calculados período por período.
Na prática, os descontos compostos têm pouca aplicação. O racional é
utilizado para equivalência de capitais com juros compostos e o comercial é
utilizado em uma técnica de depreciação. Desconto composto é aquele em que
a taxa de desconto incide sobre o montante ou valor futuro, deduzido dos
descontos acumulados até o período imediatamente anterior.

D = C(1 − i)n

Desconto comercial

O desconto comercial, ou bancário ou “por fora” é calculado sobre o


valor nominal do título. Se um título de valor nominal N vai ser descontado com
desconto comercial composto n períodos antes do vencimento com taxa de
desconto i. Seu valor atual Ac poderá ser calculado como se seu valor nominal
sofresse n descontos comerciais sucessivos, um para cada período que falta
para o seu vencimento, todos de taxa i.

A C = N(1 − i)n o valor do desconto é


Dc = N − A c

Exemplo :
01 – Uma duplicata no valor de R$ 2.800,00, com 120 dias para seu
vencimento, é descontada a uma taxa de 2,0 % ao mês, de acordo com o
conceito de desconto composto. Calcular o valor líquido creditado na conta
corrente.
Temos:
D=?
C = 2.800
I = 2 % = 0,02 ao mês
N = 120 dias = 4 meses

42
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

D = 2.800 (1−0,02) 4 ⇔ D = 2.800 (0,98) 4


D = 2.800 . 0,9223 ⇔ D = 2582,44

Desconto racional

O valor racional, real ou “por fora” é calculado sobre o valor do título.


Se um título de valor nominal N vai ser descontado com desconto comercial
racional composto n períodos antes do vencimento com taxa i, seu valor atual
Ar poderá ser calculado como tendo sofrido n descontos racionais sucessivos
de taxa i.

Ar =
N
o valor do desconto é Dr = N − Ar
(1 + i)n

Exemplo :
01 – Uma duplicata no valor de R$ 2.800,00, com 120 dias para seu
vencimento, é descontado a uma taxa de 2,0 % ao mês, de acordo com o
conceito de desconto composto. Calcular o valor líquido creditado na conta
corrente.
Temos:
D=?
C = 2.800
I = 2 % = 0,02 ao mês
N = 120 dias = 4 meses

N 2800
Ar = ⇔ Ar =
(1 + i)n (1 + 0,02)4
2800
Ar = = 2586,84
1,0824

Equivalência de capitais

No regime de capitalização composta, dois (ou mais) capitais são


equivalentes, com uma taxa dada, se seus valores, calculados em qualquer
data (data focal), com essa taxa, forem iguais.
Também nesse regime de capitalização podem-se ter capitais
equivalentes com desconto comercial composto ou capitais equivalentes com
juros compostos (desconto racional composto), conforme a sistemática de
cálculo usada na equivalência. Na prática, apenas é utilizada a equivalência
com juros compostos.

43
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

Suponha-se que os capitais N1 e N2 disponíveis em datas que sucedem


a data focal 0 de n1 e n2 períodos, respectivamente, e sejam A1 e A2 seus
valores atuais calculados na data focal 0 com taxa i. Se N1 e N2 são
equivalentes, tem-se:
A1 = A2

Então teremos a seguinte igualdade:

N1 (1 – i) n1 = N2 (1 – i) n2

Exemplo :

01 – Um título no valor de R$ 5.000,00 para 30 dias foi trocado por outro, de R$


6.000,00 para 90 dias. Qual a taxa de desconto comercial composto que foi
utilizada para que esses títulos fossem considerados equivalentes?

N1(1 − i)n1 = N2 (1 − i)n2 ⇒


⇒ 5 .000 (1 − i)1 = 6 .000 (1 − i)3 ⇒
(1 − i)3 5 .000
⇒ = ⇒
1
(1 − i) 6 .000

⇒ (1 − i)2 = 0,833 .. ⇒
⇒ i = 1 − 0,8333 = 0,0871
Logo a taxa utilizada foi de 8,71 %.

02 – Um título no valor de R$ 10.000,00 para 92 dias vai ser trocado por outro
de R$ 15.000,00. Qual será o prazo desse novo título, se a troca será feira com
desconto racional composto à taxa de 12 % a.m.?

N1 N2 10 . 000 15 . 000
= ⇒ = ⇒
(1 + i) n1 (1 + i) n 2 1,004 92 1,004 n

⇒ 1,004 n x 10 .000 = 1,004 92 x 1 5 .000 ⇒

1,004 92 x 15 .000
⇒ 1,004 n = ⇒
10 . 000

44
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

⇒ 1,004n = 2,16567 ⇒ ln1,004n = ln 2,16567 ⇒

⇒ n ln1,004 = ln 2,16567 ⇒

ln 2,16567
⇒n= ⇒ n = 193 dias.
ln1,004

03 – A que taxa de juros anuais R$ 3.000,00 a um ano equivalente a


R$ 3.500,00 a 2 anos?

3500 3500
3000 = ⇒ 1+ i = = 1,16666 ⇒
(1 + i)1 3000
⇒ i = 1,1666 − 1 ⇒ i ≅ 16,6% a.a.

Atividades

01 – Uma duplicata de R$ 7.000,00, com 3 meses a decorrer até o seu


vencimento, foi descontada por um banco à taxa de 2,7 % ao mês. Calcular o
valor líquido entregue ou creditado na conta corrente do cliente.

02 – Um título foi descontado 115 dias antes do vencimento, se o valor do titulo


é de R$ 10.000,00 e a taxa de desconto é 3% ao mês, qual o valor descontado
do título.

03 – Um título de R$ 14.000,00 foi descontada a 23% ao ano, 6 meses antes


do seu vencimento. Determine o valor líquido entregue ao seu portador.

04 – Determinar quantos dias faltam para o vencimento de uma duplicata, no


valor de R$ 19.800,00 que sofreu um desconto de R$ 1.548,50, à taxa de 28 %
ao ano.

Essas atividades foram desenvolvidas com a intenção de reforçar a aplicação


prática dos Descontos Compostos nos títulos de crédito.

Valor Atual

Em regime de juros compostos, de um capital N, disponível no fim de n


períodos, a uma taxa i relativa a esse período, é o capital C que, colocado a

45
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juros compostos à taxa i, produz no fim dos n períodos o montante N. Na


Matemática financeira, o valor de uma quantia (dinheiro) depende da época à
qual ela se refere. No regime de juros compostos (o mais usado pelo mercado)
obtemos o valor futuro multiplicando o valor atual por (1 + i)n. De modo
inverso, obtemos o valor atual dividindo o valor futuro por (1 + i)n, onde i é a
taxa percentual e n é o período de tempo. Assim, devemos transferir todos os
valores para a época do primeiro pagamento.

Exemplo:

01 – Considere um título, cujo valor nominal é de R$ 2.000,00, resgatável


depois de 8 meses, à taxa mensal de juros compostos de 6% a.m.. Qual deve
ser o capital que aplicado a essa taxa, durante o mesmo período, resultaria os
R$ 2.000,00 do valor nominal?
Devemos efetuar o cálculo do montante para juros compostos.
Como: N = C . (1 + i)n:

N = C . (1 + i) n ⇒ 2000 = C (1 + 0,06 )8
2000 = c ( 1,06 ) 8 ⇔ 2000 = C .1,5938
2000
C= ⇔ C = 1254 ,86
1,5938
O capital que deve ser aplicado a uma taxa de 6% a.m., durante 8 meses para
gerar R$ 2.000,00, é de R$ 1.254,86.

02 – Calcular o valor atual de um título de valor de resgate igual a R$ 9.000,00


com 5 meses a vencer, sabendo-se que a taxa de desconto é de 2,75% ao
mês.
5
N = C.(1 + 0,0275)

5 9000
9.000 =C . (1,0275) C = 1,1453 = 7.858,20

O capital que deve ser aplicado a uma taxa de 2,75% a.m., durante 5 meses
para gerar R$ 9.000,00, é de R$ 7.858,20.

Síntese do tema

Pretende se, com este tema, que o aluno conheça as técnicas que permitem
analisar, em termos financeiros, as decisões empresariais mais adequadas às
necessidades da empresa e calcular descontos na antecipação de seus
pagamentos, como também trocar títulos a vencer por outros títulos de valores
diferentes, sem prejuízo financeiro para a empresa.

46
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Atividades

01 – Sabendo-se que o valor líquido do creditado na conta de um cliente foi de


R$ 5.170,24, correspondente ao desconto de um título de R$ 6.000,00, à taxa
de 3 % ao mês, determinar o prazo até o vencimento desse título.

02 – Calcular a que taxa mensal um título de R$ 10.000,00 com 75 dias a


vencer, gera um desconto no valor de R$ 1.110,63.

03 – Uma duplicata no valor de R$ 48.800,00, com 150 dias para o seu


vencimento, é descontada a uma taxa de 2,5 % ao mês. Calcular o valor líquido
creditado na conta e o valor do desconto concedido para essa aplicação.

04 – Uma empresa descontou um título no valor de R$ 6.730,00, com 51 dias


de prazo, recebendo um crédito em conta no valor de R$ 6.168,01. Calcular a
taxa mensal de desconto cobrada pelo banco.

05 – Um título, com 3 meses a vencer, foi descontado à taxa de 2% ao mês,


produzindo um desconto no valor de R$ 954,25. Calcular o valor nominal do
título.

Nessas atividades, o acadêmico irá aprimorar as ferramentas usadas nos


Descontos Compostos.

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Tema 05

Séries de Pagamentos

Objetivo

Compreender os conceitos básicos relacionados aos problemas das séries de


pagamentos com termos vencidos (postecipados) ou antecipados.

Introdução

Como vimos nos temas anteriores, a Matemática Financeira está


presente em nosso cotidiano. Por isso, devemos perceber o quanto é
importante termos o conhecimento e o domínio das ferramentas apresentadas
até aqui.
Vamos destacar, neste tema, o desenvolvimento das séries de
pagamentos iguais e variáveis, com termos vencidos e antecipados. Para o
bom entendimento desta etapa do nosso estudo, iremos aproveitar boa parte
dos conceitos vistos por você sobre fluxo de caixa.
Iremos trabalhar nesse tema com base no conceito de capitalização
composta, visto no tema 03.
Depois de termos feito essas considerações iniciais já estamos em
condições de conhecermos melhor as séries de pagamentos e talvez um bom
começo seja a definição de alguns termos.
As séries de pagamentos podem ser definidas como um conjunto de
pagamentos ou recebimento (V1, V2, V3, . . . Vn) de valores sucessivos com
seus respectivos vencimentos ao longo do tempo, podendo ser esses
pagamentos de valores constantes ou de valores distintos. O conjunto de
pagamentos (ou recebimentos) ao longo dos n períodos, constitui-se um fluxo
de caixa. Vamos resolver a seguir, os problemas nos quais V1 = V2 = V3 = ... Vn
= V, ou seja: pagamentos (ou recebimentos) iguais.
Quando a série de pagamentos (ou recebimentos) se inicia um período
após a data zero, o fluxo recebe o nome de POSTECIPADO. Quando o início
dos pagamentos ou recebimentos ocorre na data zero, o fluxo recebe o nome
de ANTECIPADO.

48
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Pagamentos no final dos períodos: Fluxo POSTECIPADO .

Pagamentos no início dos períodos: Fluxo ANTECIPADO.

Vamos estudar, agora, séries de pagamento iguais com termos vencidos


(Postecipados), que dividiremos em quatro partes.

I – Fator de Acumulação de Capital (FAC)

O fator de acumulação de capital representa o montante proveniente


da aplicação de n parcelas de uma unidade de capital, em determinado
intervalo de tempo e uma determinada taxa de juros. Utilizaremos a formula
(1 + i)n − 1 para o calculo (FAC).
S=V
i
Exemplo :

01 – Quanto terá, no final de 4 anos, uma pessoa que aplicar R$ 200,00 por
mês, durante esses quatro anos, em um “Fundo de Renda Fixa”, à taxa de 3 %
ao mês?

48

200 200 200 200 200

Temos:
V = 200,00
n = 48
i = 3 % = 0,03
V = 200

49
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

S=?
i = 0,03
n = 48 meses

(1 + i)n − 1 (1 + 0,03 ) 48 − 1
S=V ⇔ S = 200
i 0,03
3,1322
⇒ S = 200 ⇔ s = 200 . 104,40
0,03
S = 20.880,00

Portanto, essa pessoa terá, ao final da aplicação, um montante de R$


20.880,00

02 – Quanto terei no final de 24 meses, depositando mensalmente, em um


“Fundo de Renda Fixa”, uma quantia de R$ 280,00, à uma taxa mensal de
1,8 %?

24

280 280 280 280 280

Temos:
V = 280,00
i = 0,018
n = 24 meses
S=?

(1 + i)n − 1 (1 + 0,018) 24 − 1
S=V ⇔ S = 280
i 0,018
0,5344
⇒ S = 280 ⇔ s = 280 .29,68
0,018
S = 8.310,00
Logo ao final de 2 anos, terei com essa aplicação um montante de R$ 8.310,00

II – Fator de Formação de Capital (FFC)

O FFC é obtido quando são conhecidos o valor das prestações, a taxa


e o número de prestações; aí determinaremos o montante.

50
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

i
FFC é calculado por: V = S.
(1 + i)n − 1
Exemplo:

01 – Quanto uma pessoa terá de aplicar mensalmente num “Fundo de Renda


Fixa”, durante três anos, para que possa resgatar R$ 20.000,00 no final de
desse período, sabendo que o fundo proporciona um rendimento de 2% ao
mês?

20000

36

V V V V V

Temos:
S = 20.000,00
n = 36 meses
i = 0,02
V= ?
0,02 0,02
V = 20.000 ⇔ V = 20.000 .
(1 + 0,02) − 1
36
1,0398
V = 20.000 . 0,0192 = 384,00

Logo essa pessoa terá que depositar mensalmente nesse “Fundo de Renda
Fixa” uma quantia de R$ 384,00.

02 – Um empresário que saldar uma divida que vencerá daqui a 60 meses, no


valor de R$ 150.000,00. Qual o valor da parcela que ele deverá depositar em
um “Fundo de Renda Fixa” para quitar este débito, sabendo que a taxa mensal
desta aplicação é de 1,5 % ao mês.

150.000

60

V V V V V

Temos:
V=?
S = 150.000,00
n = 60

51
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

i = 0,015
0,015
V = 150000 .
(1 + 0,015) 60 − 1
0,015
V = 150000 .
2,4432 − 1
0,015
V = 150000 .
1,4432
V = 150000 . 0,0103 = 1.575,00

Portanto, para este empresário saldar sua dívida, terá que depositar uma
quantia mensal de R$ 1.575,00

III – Fator de Valor Atual (FVA)

Com relação ao valor presente ou atual, somente sabemos resolver os


casos com pagamento simples, ou seja, aqueles que apresentam uma única
parcela correspondente de um financiamento. Assim, vamos resolver o
problema que envolve uma série de pagamento com termos vencidos com o
auxilio da seguinte formula:

V V V V V

(1 + i)n − 1
S = V.
(1 + i)n. i

52
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

Exemplo :

01 - Qual o valor que, financiado à taxa de 2,5 % ao mês, pode ser pago ou
amortizado em 5 prestações mensais, iguais e sucessivas de R$ 200,00 cada
uma?

200
V 200
V 200
V 200
V 5
200

(1 + 0,025 )5 − 1
S = 200 .
(1 + 0,025 )5 . 0,025
1,1314 − 1
S = 200 .
1,1314 . 0,025
0,1314
S = 200 .
0,0282
S = 200 . 4,6595 = 931,90
O valor do financiamento é de R$ 931,00.

02 – Calcular o valor atual de uma série de 24 parcelas iguais, mensais e


consecutivas de R$ 350,00 cada uma, considerando que a taxa de aplicação é
de 4 % ao mês.

24

350 350 350 350 350


Temos :
S=?
V = 350,00
i = 0,04
n = 24

53
EAD UNITINS / EDUCON – MATEMÁTICA FINANCEIRA - ADMINISTRAÇÃO

(1 + 0,04) 24 − 1
S = 350 .
(1 + 0,04) 24 . 0,04
2,5633 − 1 1,5633
S = 350 . ⇒ S = 350 .
0,1025 0,1025
S = 350 . 15,25 = 5337,50
O valor atual deste financiamento é R$ 5.337,50

IV – Fator de Recuperação de Capital (FRC)

No FRC, devemos calcular o valor das parcelas. O FRC é o fator mais


utilizado na prática. E você deve ter observado que existem relações entre FFC
e FAC, assim como FRC e FVA, tais relações são:

1 1
FFC = e FRC =
FAC FVA
Exemplo :

01 – Um empréstimo de R$ 30.000,00 é concedido por uma instituição


financeira para ser quitado em 12 parcelas iguais, mensais e consecutivas.
Sabendo-se que a taxa de juros é 2,5 % ao mês, o valor das parcelas é:
30.000

12

V V V V V

Temos :
S = 30.000,00
n = 12
i = 0,025
V=?

54
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(1 + 0,025 )12 . 0,025


V = 30.000
(1 + 0,025 )12 − 1
1,3448 . 0,025
V = 30.000 .
1,3448 − 1
0,0336
V = 30.000 . ⇒ V = 30000 . 0,0974 = 2.922,00
0,3448
O valor das parcelas para este financiamento é R$ 2.922,00

02 – Um microcomputador foi adquirido por R$ 2.800,00, em 12 parcelas


iguais. Sabendo que a loja trabalha com uma taxa de financiamento de 3,5%
ao mês, o valor da parcela mensal do financiamento é?

Temos:
V V V V V

V=?
S = 2.800,00
i = 0,035
n = 12
(1 + 0,035 )12 . 0,035
V = 2800 .
(1 + 0,035)12 − 1
1,5110 . 0,035
V = 2800 .
1,5110 − 1
0,0528
V = 2800 . ⇒ V = 2800 . 0,1033
0,5110
V = 289,24
Portanto, o valor das parcelas do financiamento do micro é de R$ 289,24.

Síntese do tema

Neste tema, estudamos uma série de pagamentos que mostra o retorno do


capital a partir de liquidações iguais e periódicas. Este retorno pode ser de
um empréstimo ou um pagamento. Todo investidor busca a melhor
rentabilidade de seus recursos e, para que se possa medir o seu retorno, faz-
se necessária a aplicação de cálculos financeiros que possibilitem a tomada
de decisões.

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Atividades

01 – Qual o montante, no final de 6 meses, referente a uma aplicação de R$


10.000,00 por mês, à taxa de 2 % ao mês?

02 – Quanto deveremos aplicar em um “ Fundo de Renda Fixa” , mensalmente


à uma taxa de 3 % ao mês, durante 2 anos e meio, para que se obtenha, no
final desse prazo, um montante de R$ 45.000,00?

03 – Um veículo foi adquirido por R$ 22.000,00 , sendo 60 % financiado em 24


parcelas iguais. Determine o valor da prestação mensal, sendo que a financeira
cobra uma taxa de 2,5% ao mês.
04 – Uma TV, no valor de R$ 2.500,00, é financiada por uma loja, para
pagamento em 12 parcelas iguais de R$ 286,50. Sabendo-se que a financeira
cobra a primeira no ato da compra, determine o valor da taxa de juros cobrada
pela loja?

05 – A que taxa devo aplicar mensalmente a quantia de R$ 250,00 para que eu


tenha R$ 4.841,76 no final de 15 meses, sempre aplicando no final de cada
mês.

06 – Que dívida pode ser amortizada por 5 prestações mensais de R$ 200,00,


sendo que a taxa de juros é de 2 % ao mês?

07 – Qual o valor atual de uma renda anual, se uma pessoa aplica num “Fundo
de Renda Fixa”, durante 12 meses à uma taxa de 6 % ao ano?

08 – Quantas parcelas deve ter para que uma renda anual de R$ 9.000,00, à
taxa de 6 % ao ano, forme um montante de R$ 66.241,00?

09 – Uma motocicleta custa, à vista, R$ 3.500,00. Compro-a a prazo dando


20% de entrada e o restante em 12 parcelas mensais de R$ 275,00. Determine
a taxa desse financiamento.

10 – Determine o valor da prestação mensal para amortizar, com 10


prestações, um empréstimo de R$ 25.000,00 a juros de 1,5 % ao mês.

Esses exercícios têm a finalidade de fazer compreender a


operacionalização de Séries de Pagamentos, bem como consolidar o
conhecimento de sua aplicação no mercado financeiro.

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Tema 06

Sistemas de Amortização

Objetivo

Compreender os sistemas de amortização mais utilizados nos setores


financeiros e de capitais e também no sistema habitacional.

Introdução

Neste tema, a abordagem principal será focada nos sistemas de


amortização mais utilizados nos mercados de capitais e habitacional. O
interesse maior em trabalhar esse último tema da nossa apostila é justamente
a aplicação do que vimos nos temas anteriores.
Os sistemas de amortização mais utilizados no Brasil são: Sistema
Francês (Tabela Price), Sistema de Amortização Crescente (SACRE), Sistema
de Amortização constante (SAC). Todos esses sistemas que iremos estudar
neste tema são baseados na capitalização composta.

Sistema Francês de Amortização (tabela Price)

No Brasil, o Sistema Francês de Amortização é mais conhecido como


“Tabela Price” ou “Sistema da Tabela Price”.
A Tabela Price nada mais é que uma tábua de fatores por meio dos
quais se podem calcular, mediante simples operações matemáticas de
multiplicação, o valor da prestação, assim como o valor de cada parcela de
juros e amortização e o saldo devedor (estado da dívida) a qualquer momento
durante a evolução da série de pagamentos.
A denominação “Tabela Price” se deve ao nome do matemático,
filósofo e teólogo inglês Richard Price, que viveu no Século XVIII e que
incorporou a teoria dos juros compostos às amortizações de empréstimos ou
financiamentos. (Pereira, Mario Geraldo. FCEA, São Paulo, 1965).

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O valor das prestações é determinado com base na mesma fórmula


utilizada para séries de pagamento com termos vencidos ou postecipadas, isto
é:

⎡ (1 + i)n . i ⎤
R = P⎢ ⎥ ou R = P . FRC (i, n)
⎢⎣ (1 + i)n − 1⎥⎦

Gráfico ilustrativo do Sistema de Amortização Price

Prestações

Amortização

Juros

Períodos

Exemplo :

01 – Calcular o valor da parcela de juros e amortização referente à primeira


parcela, de um empréstimo de R$ 18.000,00, à taxa de 2 % ao mês, para ser
liquidado em 10 parcelas iguais.
Valor parcela.

⎡ (1 + i)n . i ⎤
R = P⎢ ⎥
⎢⎣ (1 + i)n − 1⎥⎦
⎡ (1 + 0,02 )10 . 0,02 ⎤
R = 18.000 ⎢ ⎥
⎢⎣ (1 + 0,02 )10 − 1 ⎥⎦
⎡ (1,02 )10 .0,02 ⎤
R = 18.000 ⎢ ⎥
⎢⎣ (1,02 )10 − 1 ⎥⎦
⎡ 1,2189 . 0,02 ⎤ 0,0243
R = 18.000 ⎢ ⎥ = 18.000
⎣ 1,2189 − 1 ⎦ 0,2189
R = 18.000 . 0,1110 = 1.998

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Valor da parcela de juros

J = i . P = 0,02 . 18.000 = 360

Valor da parcela de amortização (A)

A = R – J = 1.998 – 360 = 1638

Para saber as demais parcelas, deveremos operacionalizar da mesma


forma. No decorrer do curso, construiremos uma tabela utilizando um
aplicativo para ilustrar o sistema Price.

Para obter o saldo devedor de um financiamento

Pt = R . FVA (i, n − t )
Determinar o valor do saldo devedor no final do 6º mês após o pagamento
desta parcela.

P6 = R . FVA(2%,10 − 6)
R = P0 .FRC (i, n) =18.000 .FRC (3%,10)
R = 18.000 . 0,1110 = 1998
P6 = 1998 . FVA(2%,4) =1998
P6 = 1996 . 3,8148 = 7.621,97
Para obter o valor de uma parcela

Determine o valor da quarta parcela.

Jt = i . R . FVA (i, n − t + 1)
J4 = 0,02 .1998 . FVA ( 2%,10 − 4 + 1)
J4 = 39,96 . 6,4890 = 259,30

Sistema de Amortização Constante (SAC)

Este sistema é mais simples, e sua denominação deriva da sua


principal característica, ou seja, as amortizações periódicas são todas
constantes. Esse é o Método de pagamento de uma dívida em que a parcela
de amortização (um dos componentes da prestação) é constante e a parcela
de juros, que incide sobre o saldo devedor, é decrescente ao longo do prazo de
financiamento.
Neste sistema, o devedor obriga-se a restituir o principal em n
prestações nas quais as cotas de amortização são sempre constantes. Ou
seja: o principal da dívida é dividido pela quantidade de períodos n e os juros
são calculados em relação aos saldos existentes mês a mês.

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Prestações

Juros

Amortização

Períodos

Exemplo:

Com base no Sistema de Amortização Constante, correspondente a um


empréstimo de R$ 100.000,00, à taxa de 3 % ao mês, a ser liquidado em 10
prestações mensais, determine o valor das três primeiras prestações.

100 .000
Amortização constante
A= = 10.000,00
10
1ª Prestação R1 = A + J1 = 10.000 + 0,03 . 100.000
R1 = 10.000 + 3.000 = 13.000,00

2ª Prestação R2 = A + J2 = 10.000 + 0,03 . 90.000


R2 = 10.000 + 2.700 = 12.700,00

3ª Prestação R3 = A + J3 = 10.000 + 0,03 . 80.000


R3 = 10.000 + 2.400 = 12.400,00

E assim, sucessivamente, até a 10ª Prestação.

Determinação do saldo devedor

Pt = A (n − t )

Saldo devedor após a 6ª parcela

P6 = 10.000(10 − 6) = 40.000,00

Determinação do valor de uma parcela

Determine o valor dos juros correspondente à 6ª parcela.

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Jt = i . A (n − t + 1)
J5 = 0,02 . 10.000 (10 − 5 + 1)
J5 = 800,00

Sistema de amortização crescente (SACRE)

Continuando o nosso estudo dos sistemas de amortização, vamos falar


um pouco de um sistema criado pela Caixa Econômica Federal para os
financiamentos de habitação. Este sistema de amortização tem como diferença
básica entre os outros o de apresentar o valor da parcela de amortização
superior, proporcionando um redução mais rápida do saldo devedor, muito
semelhante ao SAC visto nesse tema e ilustrado graficamente.
Com a intenção de compararmos os dois sistemas vistos até agora,
vamos fazer algumas considerações importantes, usando como exemplo a
prestação de um financiamento imobiliário.
Vamos considerar um caso ideal, em que o valor da prestação
corresponde apenas ao pagamento da dívida (amortização) e dos juros sobre a
dívida (sem inflação). Na tabela PRICE, a prestação inicial é menor e fica
constante durante todo o contrato, já nas tabelas SACRE e SAC, a prestação
inicial é maior, mas vai caindo com o tempo. Isso se explica porque a
amortização da dívida é maior no começo do plano no caso da SACRE e da
SAC o que é facilmente confirmado com os gráficos mostrados nesse tema.
Em outras palavras, o saldo devedor cai mais fortemente no caso das tabelas
SACRE e SAC do que na tabela PRICE.
Iremos utilizar um exemplo elaborado pela Caixa Econômica Federal
para mostrar as diferenças entre os sistemas PRICE e SACRE, pois a tabela
SAC tem um comportamento semelhante ao da SACRE, deixando assim de
forma mais simples o exemplo.

Exemplo:
Para esse exemplo usaremos as seguintes condições de financiamento:

Valor financiado R$ 50.000,00


Taxa de juros 10,5% a. a.
Prazo 180 meses
TR (projetada) 1,006 ao mês
Renda exigida na SACRE R$ 2.384,26
Renda exigida na PRICE R$ 2.210,80

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Podemos observar, na tabela abaixo, a evolução das prestações até o


final do contrato.

Valor Valor
Nº da % da % da
da prestação da prestação
Prestação renda renda
(SACRE) (PRICE)
1 715,28 30,00% 552,7 25,00%
13 739,88 31,03% 597,01 27,00%
25 763,91 32,04% 645,00 29,17%
37 787,15 33,01% 696,99 31,53%
49 809,30 33,94% 753,37 34,08%
61 830,05 34,81% 814,57 36,85%
73 849,04 35,61% 881,10 39,85%
85 865,85 36,32% 953,55 43,13%
97 880,03 36,91% 1032,64 46,71%
109 891,03 37,37% 1119,29 50,63%
121 898,24 37,67% 1214,75 54,95%
133 900,94 37,79% 1320,87 59,75%
145 898,23 37,67% 1440,87 65,17%
157 888,90 37,28% 1581,86 71,75%
169 870,31 36,50% 1770,04 80,06%
180 870,31 36,50% 1770,04 80,06%

Observando a coluna de valor da prestação da SACRE, a primeira


prestação é de R$ 715,28 e termina em $ 870,31.
Quando observamos a coluna de porcentagem (%) de renda (nível de
comprometimento da renda do mutuário), notamos que a primeira prestação
equivale a 30% da renda do mutuário, para finalmente terminar no último ano
em 36,5%.
Podemos notar pela coluna de valor da prestação da PRICE, que a
primeira é de R$ 552,70, portanto, menor que o valor da tabela SACRE; porém
seu valor vai subindo, até chegar em R$ 1.770,04 no final do contrato. Isso
equivale a um aumento de 220,25%.
Na coluna, de % de comprometimento da renda na tabela PRICE,
observamos que o nível inicial era de 25%, mais suave que na SACRE, que era
de 30%, porém, no final do contrato este nível já está em 80,06%.
Com essas comparações práticas e tudo o que vimos nesse temas
podemos escolher melhor qual o sistema de amortização iremos utilizar na
hora de contratar um financiamento.

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Síntese do tema

Pretende se com este tema que o aluno conheça as técnicas de pagamento


através de Amortizações, analisando qual é o melhor processo para quitar ou
adquirir bens utilizando uma dos processos que existem no mercado financeiro.

Atividades

01 – Um terreno foi adquirido com a finalidade de ser futuramente loteado pelo


valor de R$ 24.000,00 cada lote, à vista, ou em 60 parcelas mensais sem
entrada. Como a taxa de juros utilizada para determinação das parcelas é de
2% ao mês, determine o valor da 1ª parcela para o Sistema de Amortização
Constante e Sistema de Amortização Price.

02- Montar um plano de amortização de uma divida de R$ 10.000,00 em 5


parcelas anuais, a uma taxa de 20 % ao ano, de acordo com o Sistema de
Amortização Price.

03 – Um banco concede um empréstimo de R$ 27.000,00, cobrando um taxa


de 1% ao mês. Se o valor da 1ª parcela é de R$ 420,00 e que o sistema de
amortização utilizada é o SAC, determine o número de parcelas mensais e o
montante da divida.

04 – Uma casa é vendida por R$ 150.000,00, sendo R$ 30.000,00 de entrada e


o restante em 60 meses, à taxa de 2,5 % ao mês, pelo sistema SAC.
Determine:
a – O valor da 1ª parcela
b – O valor do decréscimo mensal das parcelas

Essas atividades foram desenvolvidas com a intenção reforçar a aplicação


prática dos Descontos Compostos nos títulos de crédito.

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