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Trabalho Prático de Cultura Lusófona Virginia Garnica. Leg.

:G-2937/8

O Diario de Álvaro Velho

Nesta viagem, os portugueses se encontraram com culturas muito diferentes a sua própria
cultura. O autor do diário falou especialmente do aspecto físico destas pessoas, como
vestiam, e de sua maneira de se comportar. Eis uma passagem do texto onde se mencionam:

-“Na baía de Santa Helena, há homens baços que não comem senão lobos-marinhos,
baleias, carne de gazelas e raízes de ervas. Andam cobertos com peles e usam umas
cintas de couro em suas vergonhas. Suas armas são uns chifres torneados, metidos
em varas de azambujo, e têm muitos cães, iguais aos de Portugal, e que ladram
como eles.” (Velho, 1998, p.43)

Ele também comparou algumas coisas ou animais com os que se encontravam em Portugal:

-“(...) e têm muitos cães, iguais aos de Portugal, e que ladram como eles.” (Velho,
1998, p.43)

-“As aves desta terra são tambem como as de Portugal: ...” (Velho, 1998. p. 43)

Os indígenas foram considerados como inferiores, como homens pouco corajosos incapazes
de atacar, entre outras coisas:

-“Tudo isto ocorreu porque confiamos neles. Como nos pareceram homens de
pouca coragem, incapazes de cometer o que depois fizeram, nos aproximamos sem
levar armas.” (Velho, 1998, p.45)

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- “Eles então começaram a tocar quatro ou cinco flautas, e uns tocavam alto, outros,
baixo, num concerto muito bom para negros, de quem não se espera música. Além
disso, bailavam como negros.” (Velho, 1998, p.48)

Durante a viagem, os portugueses se encontraram com novos lugares e etnias. Tentaram


relacionar-se com os habitantes e em muitas ocasiões trocaram elementos e receberam
água e alimentos deles:

-“Presentou-os com cascavéis e barretes vermelhos. Eles retribuiram com as


manilhas de marfim que traziam nos braços.” (Velho, 1998, p. 48)

-“Aqui estivemos de 11 a 16 de janeiro armazenando água, que nos traziam aos


batéis aqueles que nos vinham ver.” (Velho, 1998, p. 54)

O motivo da viagem era procurar especiarias. Mas logo, o autor contou como o capitão-mor
mostrava aos habitantes diversos elementos com a intenção de saber se havia algum deles
ali. Depois, a necessidade levou-os a procurar também água e alimentos, como já foi
mencionado anteriormente:

-“O capitão-mor foi à terra e lhes mostrou muitas mercadorias, para saber se havia
alguma daquelas coisas por ali. Canela, cravo, aljôfar e ouro estavam entre as
mercadorias que exibiu.” (Velho, 1998, p. 44)

No diário também foi descrito o encontro com os árabes. Estes os receberam bem em um
princípio, mas quando descobreram que eram cristãos a relação mudou radicalmente:

-“No dia em que Nicolau Coelho entrou naquela ilha, o senhor lhe ofertou, como
garantia, umas contas pretas que trazia, com as que se reza. Ele pediu a Nicolau
Coelho o batel para voltar à terra e este concordou.

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Já em terra, levou até sua casa os que iam com ele e os convidou a entrar. Mais tarde
disse que voltassem e mandou a Nicolau Coelho um pote de tâmaras pisadas, que
tinham conserva de cravos e cominhos.
Depois mandou ao capitão-mor muitas outras coisas.” (Velho, 1998, p. 59)

-“Depois de que souberam que éramos cristãos, ordenaram que nos capturassem e
matassem à traiçao” (Velho, 1998, p. 59)

Enquanto à valorização dos habitantes feita pelos portugueses, pode se entender em


algumas partes que eram equiparados aos animais que encontravam durante sua viagem.
Este, na minha opiniao, é um exemplo bastante claro:

-“Ao avistá-los, seguimos para a terra em batéis, que levávamos bem armados. Quando nos
aproximamos, o capitão-mor começou a lançar guizos pela praia afora. Eles logo se
puseram a recolhê-los e não levou muito tempo para que viessem tamá-los das mãos do
capitão. Ficamos maravilhados. Todos sabiam que, quando Bartolomeu Dias aqui esteve,
eles fugiam dele e não pegaram nada do que lhes oferecera.” (Velho, 1998, p. 47)

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