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CENA 1
(fundo musical. A sabedoria no meio das duas matéria começa)
Nos primeiros suspiros do cosmos, fui a inspiração divina que guiou cada
movimento. Ao flutuar sobre as águas primordiais, vi a ordem emergir do caos,
cada estrela e galáxia dançando em harmonia cósmica.
CENA 2
Barro: Sua visa fora moldada pelo calor do sol sobre as colinas da Galileia.
Entre o traçado de casas modestas e o som dos martelos na carpintaria, Jesus
cresceu, aprendendo com o toque rude da madeira
e com o sabor dos pães frescos que sua mãe assava. Sua humanidade se
revelava na infância comum, onde o divino estava entrelaçado nas nuances do
cotidiano.
Cena 3
Cinzas: Ali ele escolheu seus amigos, diferente do que muitos possam
imaginar.
Pessoas comuns, tirados no meio do povo. Ali não existia divindade.
Cena 4
CENA 5
Sabedoria: Todos aqueles que passaram pelo caminho deste homem, tinham
suas vidas transformadas
Barro: Como no início, aquilo que era um barro seco recebe um sopro de
transformação de vida
(entra boa samaritana, com um jarro na mão ela observa o poço e começa a
cantar - "Tu és")
Jesus - Todo o que beber desta água terá cede de novo, mas quem beber da
água que eu darei, nunca mais terá cede, porque a água que eu dará se
tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna
Samaritana - Vinde ver o Messias, vinde ver o Homem! Que me disse tudo o
que eu fiz, não será ele o Cristo?
CENA 6
(TODOS COMEM)
(PEGA O CÁLICE)
Jesus: Bebei dele todos; Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo
testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.
(TODOS BEBEM)
Jesus: E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vida, até
aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai.
Jesus:Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque está escrito:
Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão. Mas, depois de eu
ressuscitar, irei adiante de vós para a Galiléia.
Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante,
três vezes me negarás.
(JESUS SAI)
CENA 7
DIABO: Ah, Jesus, a humanidade te vê como seu Salvador, mas será que
entendem o preço que tu pagas? A dor, a solidão...
DIABO: Veja, aqui está a visão da solidão. Teus seguidores, teus amigos,
todos te abandonarão quando mais precisares. A cruz que te aguarda é uma
carga insuportável, e as lágrimas da humanidade serão tuas lágrimas.
JESUS: Não é pela minha glória, mas pela salvação deles. O sofrimento é o
preço da redenção, e o caminho da cruz é o caminho do amor.
(Diabos sai)
JESUS: Pai, fortalece-me para enfrentar o que está por vir. Que tua vontade
seja feita.
CENA 8
Cinzas: Foi entendido que a traição de Judas não era apenas uma mera
transação monetária. Era um mergulho nas águas turbulentas do ego,
alimentado por um descontentamento não compreendido. A cegueira da
ambição obscurecia sua visão para a verdade que emanava daquele que
chamavam Mestre.
Jesus: Já lhes disse que sou eu. Se vocês estão procurando por mim, então
deixem estes homens irem embora.
Jesus: Guarde a sua espada! Eu tenho que beber do cálice de sofrimento que
meu Pai me deu.
CENA 9
Pilatos: Que barulheira é esta? Que quereis vós, e o que vos trazes aqui? De
que acusais este homem?
Pilatos: Pois bem: tomai-o vós mesmos e julgai-o segundo a vossa lei.
Caifás: Mas, excelência, ele sublevava o povo com falsa doutrina, que veio
ensinando por toda a Judéia, por onde começou até aqui.
Pilatos: Então, este homem é Galileu?
Multidão: Sim.
Pilatos: Então é justo que o leve para o Rei Herodes, pois ele é quem deve
julgá-lo. Tomem este homem e o levem a casa de Herodes. Levem-no!
CENA 10
Em seus momentos finais antes de entregar Jesus, Judas busca algo que a
prata não pode comprar: perdão. Seus olhos refletem a tormenta interior, uma
tempestade de culpa e desespero. Ele enfrenta a realidade de que sua escolha
se tornou um capítulo sombrio na história, uma cicatriz na narrativa da
redenção.
Cada palavra que pronunciei, cada gesto que executei, conspiraram para selar
o destino daquele que chamava de Mestre. A moeda de prata que queima em
minhas mãos não é apenas a recompensa da traição, mas a venda da minha
própria alma. Na busca por poder, esqueci o valor da verdadeira amizade e da
graça divina que caminhava ao meu lado.
(ENFORCAMENTO DE JUDAS)
CENA 11
Mulher 1: Este homem também estava com Jesus de Nazaré. Vi-o muitas
vezes em sua companhia.
Pedro: Eu? Te enganas mulher! Não conheço tal homem e não sei do que
falas.
Pedro: Oh, meu Deus, a predição tornou-se realidade. Neguei Jesus três
vezes... Como fui capaz de sucumbir ao medo, à fraqueza da carne? Mestre,
meu coração está mergulhado na escuridão da minha própria traição. Antes eu
morra contigo, antes de negar vossa parte... Eu, que ousei acreditar que minha
fé era inabalável, vejo agora que sou feito de barro, moldado pelas mãos da
minha própria fragilidade. Senhor, eu... imploro Tua misericórdia.
CENA 12
Barro: Ao encarar Caifás, foi discernidos nas palavras acusatórias uma trama
de interesses políticos e religiosos. As acusações ecoaram como um sinistro
eco de uma justiça distorcida. Contudo, esse julgamento terreno não
determinaria o destino cósmico de Jesus, mas era parte de uma narrativa mais
ampla, onde a redenção se desenhava nas entrelinhas do sofrimento.
Herodes: Este homem é Jesus de Nazaré? Até que enfim eis aí o homem que
faz milagres. Há muito que o desejava conhece-lo.
Quero ver se realmente faz milagres. Gostaria que me fizesse um milagre!
Herodes: Mas não vejo nisto crime algum. Desejo apenas que ele me faça um
milagre. Um milagre feito e eu o libertarei.
(PARA JESUS). Deve ser para ti muito simples. Já ouvi falar dos teus milagres.
Não foste tu, que deu vista aos cegos? Curou os leprosos? Transformou água
em vinho nas Bodas de Canaã e até ressuscitou mortos? Quero apenas que
me faça um milagre. (PEGA UM VASO). Estais vendo este vaso? Transforme-o
em ouro! Transforme-o! Eu ordeno que faças! (SILÊNCIO). Não fazes? (JOGA
O VASO NO CHÃO). Não queres ser libertado? Tragam-me um vaso com
água. (UMA SERVA LHE ENTREGA UM VASO COM ÁGUA). Quero que
transforme esta água em vinho como naquela festa em Canaã. Eu sou o Rei,
por isso te ordeno que faças! (DAR UMA ORDEM). Faças! (SILÊNCIO.
HERODES PROVA DA ÁGUA DO VASO, JOGA NO ROSTO DE JESUS). É
água! Estou indignado, pois não ousas fazer o milagre que te peço. Fala
homem, tu és o Cristo, filho de Deus? (SILÊNCIO). Então, tu és um impostor.
Não ousas falar. Te enviarei novamente a Pilatos. Ele te condenará, pois eu
não tenho poder para tal e nem para matar ninguém.
Levai-o a Pilatos.
CENA 13
Pilatos: Vós apresentastes este homem como perturbador do povo. Eis que o
interrogando diante de vós, não encontre nele culpa alguma daquilo que o
acusam; nem tão pouco Herodes achou motivos para condenar, pois foi este
enviado a ele, e eis que ele está aqui de volta. Por tanto, soltá-lo-ei depois de
castigá-lo
Cláudia: Meu amado marido... Sejais justos, pois este homem é um homem
justo. Não há nada que ele não tenha feito que mereça castigo. Esta noite, fui
atormentada em sonhos, vi grandes sofrimentos para mim e para ti. Eu o
procurei outro dia para curar o pé aleijado de nosso filho Pillo...e ele estar
sendo curado, meu marido, por Jesus... Ele realiza grandes feitos por toda
Galileia… Ele é de fato o filho de Deus!! Rogo-te, sejais justo... porque este
homem é justo.
Pilatos: Mulher, não vês a fúria do povo? Toda esta multidão pede-me a
condenação deste homem. Se não os atender, até nós corremos perigo.
Pilatos: Teu povo é quem te desmente como rei. Por isso decreto que,
conforme o antigo costume dos reis piedosos, sejas primeiro flagelado e depois
crucificado na cruz no horto onde foste preso. E Dimas e Gestas...ambos
malfeitores, serão também crucificados juntamente contigo. (SILENCIO POR
UM INSTANTE).
Não serei responsável pelo derramamento do sangue deste justo. (LAVANDO
AS MÃOS). Lavo minhas mãos em sinal de que nada tenho com o sangue
deste homem. Isto é lá com vocês. Tomai-o por vocês mesmos e crucifiquem-
no, pois, eu, nada vejo nele que mereça condenação.
CENA 14
Barro: Na sala sombria e impregnada de tensão, onde ecoavam os suspiros de
sofrimento, a flagelação de Jesus desdobrou-se como um ato cru e visceral. As
testemunhas de tal ato, imersa na atmosfera carregada de dor, contemplou o
horror que se desenrolava diante dela.
(FLAGELAÇÃO)
Maria: Vejo-me agora diante de vocês, com o coração dilacerado pela perda
irreparável. Meu filho, meu doce filho, foi levado de mim de uma maneira que
vai além da compreensão humana. O Calvário, aquele lugar sinistro, agora se
tornou o palco da minha mais profunda tristeza, onde a cruz se ergue como um
testemunho silencioso do sacrifício que meu filho suportou por todos nós.
Cada gota de sangue derramada, cada gemido ecoando no ar, ressoa em mim
como uma sinfonia trágica. Testemunhei a agonia de meu filho, e as palavras
parecem tão impotentes diante da magnitude deste sofrimento. É como se a
própria terra estivesse chorando em solidariedade com a perda que carrego em
meu peito. Mas haverá um tempo, em que todo esse sacrifício será lembrado,
como um ato de amor e para a salvação de todos os povos.