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Aula 09

Educação Permanente em Saúde


MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Departamento de Prevenção e
Promoção da Saúde

Projeto Cuida APS

Curso de Extensão EaD


Gestão dos Serviços da APS e o
Monitoramento do Cuidado das Pessoas
com Condições Crônicas

Aula 09
Educação Permanente em Saúde

Alva Helena de Almeida

São Paulo – SP
2021-2023
Créditos

MINISTÉRIO DA SAÚDE HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ


Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Diretor Presidente:
Único de Saúde - PROADI/SUS José Marcelo de Oliveira
Projeto Cuida APS: Cuidado das Pessoas com Doenças Crônicas Diretora Executiva de Sustentabilidade e Responsabilidade Social:
Não Transmissíveis Ana Paula Neves Marques de Pinho
Diretora Executiva de Educação, Pesquisa, Inovação e
EQUIPES DIRETIVAS Saúde Digital:
MINISTÉRIO DA SAÚDE Maria Carolina Sanchez da Costa
Ministra da Saúde: Gerente de Projetos:
Nísia Verônica Trindade Lima Samara Kielmann
Secretaria de Atenção Primária à Saúde:
Nésio Fernandes de Medeiros Junior GRUPO EXECUTIVO DO PROJETO
Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde: Fernando Freitas Alves
Andrey Roosewelt Chagas Lemos Flávia Landgraf
Coordenadora-Geral de Prevenção às Condições Crônicas na Gilmara Lúcia dos Santos
Atenção Primária à Saúde: Lara Paixão
Gilmara Lúcia dos Santos Marcela Alvarenga de Moraes
Samara Kielmann
CONASEMS
Presidente:
Wilames Freire Bezerra
FECS - FACULDADE DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Secretário Executivo:
Diretoria Acadêmica
Mauro Guimarães Junqueira
Elaine Emi Ito
Coordenação Geral de Pós-graduação:
Paula Zanelatto Neves
Secretaria Acadêmica e Apoio:
Bruna Aparecida de Souza Manoel

EQUIPE TÉCNICA DO HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ (HAOC)


Coordenadora: Gestão dos Processos de EaD:
Flávia Landgraf Débora Schuskel
Analistas: Gestão dos Processos do Curso:
Lígia Mendes Borges Aline de Almeida Simões
Tauana Sequalini Gestão do Ambiente Virtual de Aprendizagem:
Tiago Klein Potratz Rafael Fernando Alfieri
Equipe Técnico-pedagógica do Projeto: Produção Audiovisual:
Américo Yuiti Mori Vitor Hiroshi Pereira
Cristian Fabiano Guimarães Analista de Suporte a Sistemas Educacionais:
Debora Alcântara Mozar Jefferson Araújo de Oliveira
Flávio Adriano Melo Borges Design Instrucional:
Fernanda Ferreira Marcolino Camila Ferrarini Soares
Fernanda Rocco Oliveira
Lara Paixão Coordenação do Curso:
Luciana Soares de Barros Fernanda Rocco Oliveira (1ª Edição e 2ª Edição)
Mariana Fonseca Paes Iara de Oliveira Lopes (1ª Edição)
Maria Lúcia Teixeira Machado Supervisão de Processos Digitais Educacionais:
Maria Delzuita de Sá Leitão Fontoura Silva Fernanda Ferreira Marcolino
Sueli Fátima Sampaio Autora:
Rosemarie Andreazza Alva Helena de Almeida
Colaboradores: Revisão Técnica:
Adelson Guaraci Jantsch Fernanda Rocco Oliveira
Alexandre Sizilio Iara de Oliveira Lopes
Clarissa Willets Bezerra Revisão de Conteúdo Digital:
Daniela de Almeida Pereira Iara de Oliveira Lopes
Iara de Oliveira Lopes Revisão Textual:
Leonardo Graever Emilene Lubianco de Sá
Patrícia Sampaio Chueiri

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 03


Sumário

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde

Apresentação da Aula ................................................................................................................................................................................................. 05

Objetivos de Aprendizagem ................................................................................................................................................................................. 05

Introdução ............................................................................................................................................................................................................................ 06

Quando o conceito de educação permanente foi formulado? ......................................................................... 06

Quando o conceito foi incorporado ao setor saúde? .................................................................................................. 07

A Educação Permanente em Saúde (EPS) .............................................................................................................................................. 08

Relação da PNESP com a gestão do SUS ............................................................................................................................. 09

Existe diferença entre educação continuada e educação permanente? ...................................................................... 10

Na prática dos serviços, essas modalidades de educação são excludentes? .............................................................. 12

Quadrilátero da formação na saúde ............................................................................................................................................................... 14

O que é preciso (re)conhecer no âmbito do ensino, da atenção e da gestão? ..................................... 16

O Ensino .......................................................................................................................................................................................... 16

Gestão ............................................................................................................................................................................................... 17

O Controle social ..................................................................................................................................................................... 18

Considerações Finais ................................................................................................................................................................................................... 20

Referências ........................................................................................................................................................................................................................... 22
A Autora .................................................................................................................................................................................................................................. 24

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 04


Projeto Cuida APS

Apresentação da Aula

Sejam bem-vindos(as) à nona aula do curso. O tema desta aula é Educação


Permanente em Saúde e tem por finalidade aproximar ou reforçar a atuação dos
gestores frente aos processos educativos desenvolvidos nos serviços de saúde, cuja
proposição e desenvolvimento constituam, em si, processos de mudanças das práticas
assistenciais, de ensino e da gestão.

Uma das possibilidades para nos aproximarmos da temática proposta é levantar


algumas questões:

Qual o significado de educação permanente?

Qual a importância da Educação Permanente em Saúde?

Objetivos de Aprendizagem

Ao final desta aula, vocês serão capazes de:


✓ apresentar o conceito de Educação Permanente em Saúde
(EPS) como ferramenta para impulsionar mudanças nas
práticas de saúde;
✓ reconhecer a Educação Permanente em Saúde (EPS) como
uma ferramenta de gestão do SUS, investigando os pilares que
a estruturam e o papel do gestor em contribuir para a
implementação da política;
✓ discutir educação permanente como diretriz de qualificação
local e municipal das equipes, por meio de processos
educativos pautados na reflexão crítica das práticas e da
organização do processo de trabalho, promovendo o
protagonismo de todos os envolvidos: profissionais, usuários,
gestores, docentes e alunos.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 05


Projeto Cuida APS

Introdução

Buscaremos retratar fatos históricos que apontam a educação permanente como


estratégia de viabilização das mudanças nos processos sociais. No Brasil e no Sistema
Único de Saúde (SUS), especialmente, identificaremos particularidades que a constitui
como uma ferramenta de gestão.

Quando o conceito de educação permanente foi


formulado?
O cenário das rápidas mudanças ocorridas no mundo do trabalho, decorrente de
novos processos produtivos e de massiva incorporação tecnológica, ambos
desencadeados a partir da Segunda Guerra Mundial e intensificados nas décadas de 1960
e 1970, nos leva a supor que a educação permanente seja uma estratégia imprescindível
para nos manter sujeitos no decorrer desses processos. Essa afirmação constitui uma
parcela da conjuntura histórica, social, econômica e de ensino em que Lengrand1
formulou e discutiu o conceito de educação permanente, compreendido como distintas
ações educativas ofertadas aos trabalhadores, em caráter contínuo, em respostas às
mudanças sociais em curso. Inicialmente referido ao contínuo desenvolvimento
individual, técnico, instrumental, e posteriormente, compreendido como um processo
amplo de desenvolvimento humano que constrói a própria existência, a educação
permanente possibilita a compreensão da realidade e das relações com outros, em busca
de transformação da sua própria ação. Nessa concepção de educação, o indivíduo
adulto é reconhecido como sujeito do processo educativo, e a aprendizagem se
estende do espaço escolar para toda a vida, incluindo o ambiente de trabalho.

Fonte: Imagem – Ser Gestor. Governança na Saúde. Conasems©.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 06


Projeto Cuida APS

Quando o conceito foi incorporado ao setor saúde?

No campo da saúde, a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS),


ocorrida em 1977, reconheceu o papel dos Recursos Humanos na reorientação dos
Serviços de Saúde como um dos fatores fundamentais para o alcance da meta Saúde
para Todos no ano 2000 (SPT/2000). O Programa de Desenvolvimento de Recursos
Humanos, elaborado pela Organização Panamericana da Saúde (OPAS)2, fundamentou
propostas para melhorar a prestação de serviços assistenciais para a América Latina e
Central, visando ao fortalecimento dos Sistemas Locais de Saúde, à melhoria da
qualidade dos Serviços e ao desenvolvimento integral do pessoal. O documento
estabelece uma trajetória histórica com foco nas limitações dos processos de
capacitação, acenando para outras concepções, estratégias e métodos que direcionam à
Educação Permanente em Saúde.

No Brasil, o movimento da Reforma Sanitária Brasileira (RSB), ao discutir


concepções da reforma, propôs três dimensões na sua concepção ampliada, dentre as
quais a dimensão institucional, compreendendo a produção e a formação de recursos
humanos, constitui um dos aspectos a compor a totalidade de mudanças. Em 1986, a
Conferência Nacional de Recursos Humanos para a Saúde (CNRH)3, em continuidade à
VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS), discutiu amplamente a temática Recursos
Humanos para a Reforma Sanitária, com destaque para a articulação entre as instituições
formadoras e as prestadoras de serviços. Estabeleceu-se que a educação tem um caráter
político, portanto, os profissionais devem ter sua formação orientada para a cidadania,
de forma a ampliar sua consciência e responsabilidade para defender o sistema
público de saúde como um direito. A educação, nessa perspectiva, deve ser um projeto
do setor, atribuindo ao próprio Sistema a responsabilidade pela formação e
desenvolvimento dos trabalhadores, e não simplesmente almejar um perfil voltado a
conhecimentos técnicos. Por isso, as propostas de formação dos trabalhadores da saúde
foram submetidas à Assembleia Nacional Constituinte.

Tal feito resultou na inclusão do artigo 200 da Constituição Brasileira, inciso III, que
atribui ao Sistema Único de Saúde (SUS) a função de ordenar a formação de Recursos
Humanos para a área da saúde Brasil4.

Assim, a Educação Permanente compreende

[…] conceito pedagógico no setor da saúde, para efetuar relações


orgânicas entre ensino, as ações e serviços, entre docência e atenção à
saúde, sendo ampliado, na Reforma Sanitária Brasileira, para as relações
entre formação e gestão setorial, desenvolvimento institucional e controle
social em saúde (p. 1)4.

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Projeto Cuida APS

A Educação Permanente em Saúde (EPS)

A Educação Permanente em Saúde (EPS) foi instituída pelo Ministério da Saúde


como Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) em 2004. Trata-se
de uma política de gestão do SUS, estratégica para a formação e o desenvolvimento do
conjunto dos profissionais de saúde. Caracteriza-se por ser uma

[…] aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam


ao quotidiano das organizações e ao trabalho. Propõe-se que os processos
de capacitação dos trabalhadores da saúde tomem como referência as
necessidades de saúde das pessoas e das populações, da gestão setorial e
do controle social em saúde, tenham como objetivos a transformação das
práticas profissionais e da própria organização do trabalho e sejam
estruturados a partir da problematização do processo de trabalho (p. 5)5.

Conceito-chave
“Aproximar a educação da vida cotidiana é fruto do reconhecimento
educativo da situação de trabalho. Em outros termos: no trabalho
também se aprende” (p. 45)6.

Fonte: Imagem – Ser Gestor. Integração dos serviços da AB na Rede de Atenção à Saúde. Conasems©.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 08


Projeto Cuida APS

Relação da PNESP com a gestão do SUS

A operacionalização da PNEPS prevê a constituição de Colegiados de Gestão


Regional (CGR), e as Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES),
instâncias interinstitucionais e locorregionais responsáveis pela proposição e pactuação
de projetos de:

[…] mudanças na educação técnica, na graduação, nas especializações em


serviço, nas residências médicas ou outras estratégias de pós-graduação;
desenvolvimento dos trabalhadores e dos gestores de saúde;
envolvimento com o movimento estudantil da saúde; produção de
conhecimento para a mudança das práticas de saúde e de formação, bem
como a educação popular para a gestão social das políticas públicas de
saúde (p. 48)5.

Minha Prática
Vocês já tinham ouvido falar nos Colegiados de Gestão regional e nas
Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço? Já participaram de
alguma delas? Qual é o propósito desses espaços? O que tem sido
discutido e construído nesses coletivos?

Educação Permanente em Saúde (EPS) parte de um pressuposto da


aprendizagem significativa (que promove e sentidos), propõe mudanças nas práticas
profissionais no setor saúde, a partir da reflexão crítica dessas práticas reais, realizadas por
profissionais reais em ação na rede de serviços7.

Trata-se de uma formulação de educação para os profissionais, sustentada nos


princípios e diretrizes do SUS.

Seu objetivo deve ser a transformação das práticas profissionais e da


própria organização do trabalho, tomando como referência as
necessidades de saúde das pessoas e das populações, da gestão setorial e
do controle social em saúde (p. 49)7.

Antes de avançarmos para o próximo tópico, propomos que observemos a


frequência com que nos referimos aos processos educativos na nossa prática.
Questionamos ainda se as expressões utilizadas, como capacitação, capacitação em
serviço, educação continuada, treinamento etc. vêm sendo usadas indistintamente.
Algumas publicações não se ocupam em diferenciá-las. Vocês têm conhecimentos que
lhe possibilitem diferenciar esses processos? Vamos avançar mais um pouco nesta
conversa!

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 09


Projeto Cuida APS

Existe diferença entre educação


continuada e educação permanente?

A educação continuada pode ser compreendida como um processo organizado,


sistemático, de transmissão de conhecimentos que visam atualizar, renovar conceitos e
práticas em resposta aos processos de mudança ocorridos nas instituições. De maneira
geral, ela se utiliza de curso(s) de capacitação organizado(s) por meio de ações planejadas
e intencionais, desenvolvidas à semelhança da lógica escolar, que visam alcançar
objetivos pontuais. Muitas vezes, o conteúdo apresentado não se relaciona com os
problemas práticos ou comportamentos que precisam ser mobilizados. É possível
reconhecer a aplicação de métodos e técnicas pedagógicas sem a compreensão de seus
enfoques, tampouco o contexto político institucional. Ainda que sejam alcançados
resultados individuais, nem sempre se traduzem em aprendizagem organizacional, isto é,
não são transferidos para a ação coletiva3,6.

A educação permanente, por outro lado, incorpora o ensino e a aprendizagem à


lógica cotidiana, aos problemas das organizações e ao contexto social em que estão
inseridos. As estratégias educativas partem da prática, problematizando o fazer,
colocando as pessoas como sujeitos reflexivos, produtores de conhecimentos a propor
soluções para além do espaço da sala de aula. Há o reconhecimento do potencial
educativo do local de trabalho. Esse processo não se limita a determinadas categorias
profissionais, mas a toda a equipe, incluindo gestores, administradores e docentes6.

No setor saúde, a educação permanente constitui uma política pública,


estratégica para provocar mudanças, articulando os profissionais, a gestão, o ensino e o
controle social, comprometida política e eticamente a responder às necessidades de
saúde dos indivíduos e da coletividade. O gestor dos serviços pode ser comparado ao
maestro que (re)conhece e incentiva a melhor performance de cada um dos sujeitos que,
coletivamente, produzirão cuidados de saúde, objetos de aprendizagem e instrumentos
de avaliação desses processos.

Minha Prática
Relembrem, agora, até cinco atividades de educação às quais vocês
tenham sido submetidos(as) nos últimos anos. Vocês identificam alguma
atividade que possa ser caracterizada como uma proposta de educação
permanente? Por quê?

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 10


Projeto Cuida APS

Vejam no Quadro 1 algumas diferenças entre as duas modalidades de Educação


em Saúde.

Quadro 1. Educação Permanente em Saúde: pressupostos pedagógicos das diferentes


modalidades de educação em saúde

Educação Continuada Educação Permanente

Muitos problemas são


resolvidos/equacionados em
situação. Quando necessárias, as
atividades educativas são
construídas de maneira
ascendente, levando em conta as
Cursos padronizados - carga
necessidades específicas de
horária, conteúdo e dinâmicas
profissionais e equipes.
definidos centralmente.
As atividades educativas são
As atividades educativas são
construídas de maneira articulada
construídas de maneira
Atividades com as medidas para
desarticulada em relação à
educativas reorganização do sistema (atenção
gestão, à organização do
- gestão - educação - controle
sistema e ao controle social.
social articulados), que implicam
A atividade educativa é acompanhamento e apoio técnico.
pontual, fragmentada e se
Exemplos: constituição de equipes
esgota em si mesma.
de especialistas para apoio técnico
às equipes da atenção básica em
temáticas específicas prioritárias;
instituição de processos de
assessoramento técnico para
formulação de políticas específicas.

Fonte: adaptado de Ministério da Saúde (p. 15)5.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 11


Projeto Cuida APS

Na prática dos serviços, essas modalidades


de educação são excludentes?

Não, na verdade não são. A educação continuada (EC) poderá constituir uma
etapa de um projeto de educação permanente (EP), uma vez que, na maioria das vezes,
tem origem na instituição e se desenvolve sob sua responsabilidade, nem sempre
possibilitando uma articulação aos problemas reais do contexto social e institucional. Em
contraponto, a educação permanente tem origem nos territórios, concretizando-se de
forma ascendente, e requer articulações interinstitucionais, intersetoriais e pactuação nas
instâncias de deliberação do SUS. As ações de EP resultam em significativas mudanças
nos serviços, sendo possível conter ações de EC, mas nunca o contrário.

Nos territórios, as Unidades de Saúde, os níveis locais e distritais de gestão


constituem instâncias formuladoras de propostas educativas, sendo também
responsáveis por propor instrumentos e etapas de avaliação para essas ações. Essas
características correspondem às etapas de proposição, organização e pactuação de
projetos referidos a uma base territorial, cuja finalidade é responder a problemas
complexos e necessidades de saúde da população, envolvendo trabalhadores, gestores,
docentes, alunos e o controle social.

Saiba Mais
Acesse a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde
(PNEPS), publicada pelo Ministério da Saúde, em 2009, e leia o
texto de Maria Cristina Davini, Capítulo 3 “Enfoques, Problemas e
Perspectivas na Educação Permanente dos Recursos Humanos de
Saúde”, clicando aqui.

No texto sugerido, a autora afirma que: “A educação continuada foi objeto de


análise crítica por estar centrada na transmissão de conhecimentos atualizados, mas
distanciada dos problemas concretos dos serviços […]” (p. 52)5 e por dedicar-se,
frequentemente, a uma única categoria profissional.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 12


Projeto Cuida APS

A educação permanente resulta, do ponto de vista metodológico, da construção


coletiva, contribuindo para a preparação de adultos no contexto da prática.

Este novo paradigma é fruto da visão de que o conhecimento não se


“transmite”, mas se constrói a partir das dúvidas e de questionamento das
práticas, à luz dos problemas contextuais. Ela inclui a busca de formação
no trabalho de equipe [...], a integração das dimensões cognitivas, de
atitudes e competências práticas, priorizando os processos de longo prazo
em detrimento das ações isoladas através de cursos (p. 52-3)6.

Minissérie
Nos episódios 5 e 9 da minissérie podemos ver
propostas de Educação Continuada e de
Educação Permanente respectivamente.
Nesses episódios, é possível perceber as
diferenças na natureza e na abrangência de
cada proposta. Na sua opinião, quais temas de
Educação Continuada poderiam contribuir para
fortalecer o projeto de Educação Permanente
na Unidade de Saúde Dona Ivone Lara?
Vocês podem acessar a minissérie por este QR
Code (aponte a câmera do celular para
visualizar) ou clicando aqui.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 13


Projeto Cuida APS

Quadrilátero da formação na saúde

Ceccim e Feuerwerker, reconhecidos pesquisadores e ativistas no contexto da


política de educação permanente, formularam o conceito de quadrilátero da formação
ensino – gestão – atenção – controle social, reconhecendo-os como os elementos
estruturais, cujas particularidades, dinâmicas e fluxos interferem, significativamente, nos
processos de formação e desenvolvimento no SUS7.

Figura 1. Quadrilátero da Formação para Área da Saúde

Ensino Gestão

Quadrilátero da
Formação para
Área da Saúde

Controle
Atenção
social

Fonte: elaborada a partir de Ceccim e Feuerwerker7.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 14


Projeto Cuida APS

Vamos estudar cada um deles neste tópico da aula; portanto, convidamos vocês a
rememorar cada um dos eixos do quadrilátero, considerando a sua realidade na gestão
da APS.

Qual (ou quais) desses eixos requer maior atenção para a realização de processos
de educação permanente?

Em linhas gerais, reconhecemos o papel fundamental de cada um desses


elementos constituintes do SUS: os processos educativos que atendam às demandas de
atenção à saúde e que manifestem o compromisso ético-social frente aos conhecimentos
existentes e à produção de novos conhecimentos; os processos de gestão que construam
relações de acolhimento e respeito aos trabalhadores e usuários, com foco na melhoria
da qualidade da atenção, mediante o incentivo e a valorização da participação de todos
como sujeitos na tomada de decisões.

Ligando Pontos
Na Aula 10 – Gestão de Pessoas e na Aula 5 – Melhoria da Qualidade,
deste curso, nos aprofundaremos nos temas com relação à
participação dos trabalhadores de saúde nos processos de gestão e no
impacto desse modo de gestão na melhoria da qualidade da atenção.

A nossa aproximação à temática construída até o momento nos permite perceber


a complexidade dessa ferramenta de gestão e a sua múltipla constituição: existem
diversos agentes envolvidos, e cujas atuações, experiências, valores e poder institucional
serão demandados para uma dada articulação, no intuito de provocar mudanças nas
práticas assistenciais e, por consequência, também nos agentes das práticas.

Fonte: Imagem - Webdoc Brasil, aqui tem SUS/Levante Filmes/Conasems©.

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Projeto Cuida APS

O que é preciso (re)conhecer no âmbito do ensino,


da atenção e da gestão?

Nossa intenção neste momento é esmiuçar os elementos que constituem o


quadrilátero da educação.

O Ensino

A referência que temos ao refletir sobre o ensino nos direciona ao seu papel
institucional. Nessa dimensão, há de se reconhecer uma dinâmica mais lenta, uma
histórica formalidade e um forte conservadorismo quando em comparação à prática dos
serviços. Daí toda a mobilização da sociedade civil, de acadêmicos e de técnicos do setor
saúde, no sentido de aproximar o processo de ensino da realidade dos serviços, a fim de
estabelecer as conexões e ajustes necessários frente ao projeto sanitário do setor, o SUS.
Essa aproximação pressupõe que as instituições, personalizadas nos seus agentes,
docentes, coordenadores de cursos, coordenadores das práticas profissionais, instrutores
e supervisores reconheçam a existência de outras fontes de conhecimentos, cujos
proponentes são protagonistas, condutores de processos produtivos diferentes daqueles
propostos no espaço escolar.

Além desse aspecto central, há de se referir com igual importância às estratégias


metodológicas que devam ser evocadas para permeabilizar as novas relações entre o
ensino e o serviço, com um referencial não mais de conhecimento acumulado,
predominantemente técnico-científico, mas sim da realidade e das experiências
multidimensionais dos agentes das práticas. Destaca-se, nesse processo, a aprendizagem
significativa, uma vez que os conhecimentos anteriores serão ressignificados e
valorizados diante dos problemas reais. Nesse novo processo relacional a ser
construído, todos os agentes têm capacidade para produzir conhecimentos, inclusive
os sujeitos que receberão os cuidados. As diferentes experiências constituem cenários
de ensino e de aprendizagem para todos, inclusive para os docentes e gestores.
Diante da implementação de projetos de educação permanente, cada um dos pilares
envolvidos é convocado a contribuir, alguns com maior capacidade de mudanças e
ativação dos processos e outros com maior necessidade de controle.

A desejada articulação entre os processos de ensino e de aprendizagem


configuram a educação enquanto uma atividade humana: “[…] processo que participa da
própria construção do homem, e é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos
homens” (p. 23)8. Para processos de mudança, o papel social da educação é a formação
do homem, adequada às necessidades e tarefas da sociedade dentro da qual se constitui
e se desenvolve.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 16


Projeto Cuida APS

Minha Prática
A partir das discussões feitas até aqui, é possível abrirmos algumas
reflexões:
A Unidade de Saúde sob sua gestão é campo de práticas para os
estudantes de nível médio, graduação ou pós-graduação?
Como tem sido o seu contato com o gestor(a) e com as Instituições de
Ensino Superior (IES)? Quais desafios vocês vêm encontrando na
construção dessa relação ensino-serviço, e quais são as tensões que
emergem do conhecimento técnico-científico e da prática cotidiana das
equipes no cuidado em saúde?

Gestão

A função de gestor(a) dos serviços de saúde é uma função especial. Ela foi
pensada desde a VIII CNS, na CNRH (1986)2 e depois na Norma Operacional Básica (NOB-
SUS 1/96)9, justamente devido à importância desse papel para o SUS. O gestor(a),
profissional com uma dada formação técnica na área de saúde, toma posse de um cargo
público, que lhe atribui o status de representação do poder executivo e de autoridade
sanitária num dado território ou numa esfera da gestão pública. Trata-se de uma função
delegada, comprometida com a organização e o funcionamento de uma Unidade de
Saúde, em conformidade com os princípios e diretrizes do SUS e com a qualidade da
atenção a ser ofertada à população.

Para além da adequação do profissional para a função, particularmente no que se


refere à formação gerencial, há de se ressaltar a compreensão de que se trata também de
uma função política, comprometida com um projeto de mudanças sociais. O(a) gestor(a)
é (ou deveria ser) um servidor do público, responsável pela operacionalização de
programas, práticas assistenciais e de políticas públicas. Dentre tantas políticas
pertencentes ao SUS, destacamos a PNEPS, seus pilares e ferramentas. Cabe ao(à)
gestor(a) assumir o papel de facilitador dessa política, observando os agentes e suas
respectivas instituições ou organizações, as relações institucionais e organizativas do seu
território de forma a conhecer os prazos e fluxos das proposições dos projetos de
educação permanente de acordo com a dinâmica da Comissão de Integração Ensino-
Serviço (CIES) e do Colegiado de Gestão Regional (CGR). Esse cenário de gestão colegiada
concebe todos os envolvidos como participantes de uma ação conjunta, em que todos
usufruem o protagonismo e a ação coletiva.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 17


Projeto Cuida APS

Saiba Mais
Para saber mais sobre um Plano Municipal de Educação
Permanente, veja o exemplo do Documento de orientações para
elaboração do Plano Municipal de Educação Permanente em
Saúde, do município de São Paulo, clicando aqui.

Portanto, […] transformar a formação e a gestão do trabalho em saúde não podem


ser consideradas questões simplesmente técnicas, uma vez que envolvem mudanças nas
relações, nos processos, nos atos, e, principalmente, nas pessoas (p. 11)5. Uma vez
considerada a PNEPS como uma das ferramentas de gestão do SUS, é necessário atender
aos requisitos de planejamento, monitoramento e avaliação dos processos instituídos, a
fim de compreender sua resolutividade frente ao Plano Anual de Saúde, ao Plano
Municipal e ao Relatório Anual de Gestão (RAG). Concordamos com Merhy10, que
reconhece na implementação da PNEPS a pedagogia da implicação, referida como uma
perseguição implacável de quem quer efetivamente promover mudanças no modo de
produzir saúde.

O Controle social

A participação da comunidade, de usuários e de estudantes constitui uma diretriz


do SUS desde a sua formulação no movimento da Reforma Sanitária Brasileira (RSB). A
concepção desse projeto sanitário como uma das etapas de construção de uma
sociedade democrática pressupõe ampla participação da população tanto na proposição
dos modelos assistenciais, como nos processos de educação permanente e de avaliação
das mudanças implementadas, com vistas à constituição de cidadãos, sejam os usuários,
sejam os trabalhadores.

Ligando Pontos
Na próxima aula sobre Gestão Participativa - Aula 11 - nós teremos a
oportunidade de compreender o quanto a participação de usuários e
trabalhadores é essencial para a APS e para o SUS.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 18


Projeto Cuida APS

Configura-se, nesse sentido, um desafio constante incluir efetivamente a


participação da sociedade civil e seus modos de vida11 nas decisões do SUS,
concretizando-se assim um processo de participação deliberativa e não apenas
consultiva. Daí a importância da instalação das instâncias de participação social definidas
na legislação do SUS, desde os Conselhos das Unidades aos Conselhos Regionais e à
participação nas Conferências de Saúde. Para os projetos de educação permanente, a
participação popular se constitui como um dos pilares estruturais da política, a ser
incentivada, valorizada e acolhida em todos os níveis da gestão do SUS.

Videoaula
Nesta videoaula é apresentada uma experiência de
projeto de Educação Permanente que abrangeu
todo município de São Paulo e teve como objetivo
implementar a Política Nacional de Saúde Integral
da População Negra.
Vocês podem acessá-la por este QR Code (aponte
a câmera do celular para visualizar) ou clicando
aqui.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 19


Projeto Cuida APS

Considerações Finais

Mudanças nos processos produtivos e a crescente incorporação tecnológica no


cenário mundial demandou das empresas e instituições frequentes momentos de
capacitação dos trabalhadores a fim de adequá-los às rápidas transformações em curso.
Inicialmente, essas atividades educativas estiveram focadas nas respostas individuais, mas
no decorrer do processo histórico ocorreu uma intensa mediação da educação, que
passou a ser ressignificada, compreendida como a via de escolha para o alcance do pleno
desenvolvimento humano, necessário às demandas produtivas, sociais e políticas das
diferentes formas de organização social.

Assim, a educação permanente é identificada como estratégica para os processos


educativos dos indivíduos adultos, que são os operadores dessas mudanças e cujos
conhecimentos, experiências e valores não se restringiam ao ambiente escolar, mas
fluíam do ambiente de trabalho, dos espaços comunitários, das organizações sindicais e
políticas, compondo cenários diversos a contribuir para a constituição dos sujeitos
demandados pelas transformações sociais.

No campo da saúde, a educação foi identificada como estratégica para a


formação e o desenvolvimento dos recursos humanos, a fim de viabilizar a implantação
dos sistemas locais de saúde e o alcance da meta de Saúde para Todos no ano 2000. No
Brasil, o movimento da Reforma Sanitária Brasileira reconheceu como fundamental o
desenvolvimento de mudanças nos processos educativos e de desenvolvimento dos
profissionais de saúde, ajustados ao projeto sanitário construído.

A EPS gestada a partir da Conferência Nacional de Recursos Humanos é


constituída como uma política estratégica para realizar as mudanças necessárias nas
práticas assistenciais, no ensino, na gestão e na participação social, em conformidade
com os princípios e diretrizes do SUS e em respostas às necessidades de saúde da
população. Ela tem como objetivo a transformação das práticas e da organização do
trabalho, partindo da problematização do processo de trabalho.

A operacionalização da PNEPS demanda pactuações interinstitucionais – o


quadrilátero da educação: ensino, atenção, gestão e controle social –, com foco na gestão
coletiva, mediadas por relações horizontais, referenciadas nos diversos conhecimentos
das práticas e outros. Os processos de educação construídos buscam incentivar e
fortalecer o protagonismo dos diversos sujeitos para a construção coletiva de respostas
aos problemas identificados nos territórios, de forma a impactar a qualidade de vida dos
grupos sociais.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 20


Projeto Cuida APS

Por fim, a EPS constitui uma ação estratégica que se propõe a agregar um
desenvolvimento individual das equipes e institucional entre ações e serviços, assim
como entre a gestão setorial, a atenção à saúde e o controle social.

Especialistas discutem as influências das relações, dos vínculos, normas, rotinas,


valores, incentivos que facilitam ou limitam os processos de mudanças institucionais. Há
um entendimento de que as instituições (ensino, gestão pública) definem as regras do
jogo, enquanto que as organizações, como os serviços de saúde, representam os
jogadores. É desejável, para além do desenvolvimento de habilidades e da reflexão e
ação, que a educação permanente analise os contextos e os bloqueios institucionais
que dificultam a ação e as novas práticas.

As ações educativas são práticas intencionais, que pressupõem a utilização de


métodos e técnicas que conduzem ao resultado previamente estabelecido. As etapas e os
instrumentos de avaliação servem para a interpretação do quanto foi possível avançar no
período de tempo definido. Caso as propostas educativas não tenham alcançado as
mudanças planejadas numa determinada etapa ou gestão, há necessidade de
(re)analisá-las, considerando a construção de apoios e alianças, identificando-se novos
atores, a fim de que tenham a potencialidade política para os resultados de interesse. Há
de se considerar ainda, na realidade dos serviços de saúde, os fatores que determinam
interrupções, descontinuidades nos processos de gestão que comprometem o alcance
dos resultados.

No presente momento, reconhece-se que as novas tecnologias de educação a


distância tendem a potencializar os processos de educação permanente,
retroalimentando o conhecimento das equipes e favorecendo o desenvolvimento de
processos inclusivos e diversos. Para tanto, sugere-se o privilegiamento de métodos
educativos que problematizem as realidades dos serviços de saúde do país.

Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 21


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Referências

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Horizonte; 1981.

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Institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como
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Brasília, 13 fev 2004. [acesso em 11 maio 2022]. Disponível em:
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Aula 09 - Educação Permanente em Saúde 22


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Campinas (SP): Autores Associados; 2003. (Coleção Educação Contemporânea).

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Brasília: Ministério da Saúde, 2003 [acesso em 11 maio 2022]. Disponível em:
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11. Merhy EE, Feuerwerker LCM, Santos MSM, Bertusi DC, Baduy RS. Rede Básica,
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https://www.scielo.br/j/sdeb/a/RXfnPp73B9Dpcz5pqcVnBdf/?lang=pt.

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Projeto Cuida APS

A Autora

Alva Helena de Almeida

Bacharel em Enfermagem, Licenciatura em Enfermagem.


Mestre em Saúde Pública e Doutora em Ciências pela Escola
de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Experiência
em educação profissional, produção de materiais didáticos,
capacitação docente e educação permanente dos
trabalhadores da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.
Servidora pública aposentada. Ativista em DEFESA DO SUS
Público, Universal, Gratuito e SEM RACISMO. Integrante da
ANEN – Articulação Nacional de Enfermagem Negra e
Presidenta da Soweto Organização Negra.

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Este material integra a coleção de e-books do Curso de Extensão “Gestão dos Serviços da
APS e o Monitoramento do Cuidado das Pessoas com Condições Crônicas”. O curso faz
parte do conjunto de ofertas do Projeto Cuida APS: cuidado das pessoas com doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT), iniciativa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) em
parceria com o Ministério da Saúde (MS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde (CONASEMS), estabelecida por meio do Programa PROADI-SUS, para o triênio de
2021-2023.

O curso teve elaboração e produção de seus materiais educacionais iniciada em 2021 e se


estendeu até a abertura da primeira oferta do curso, ocorrida entre julho de 2022 e janeiro
de 2023. Portanto, os referenciais técnico-políticos estiveram em consonância com o seu
momento de produção. Uma segunda oferta do curso foi realizada no período de junho a
novembro de 2023.

Os recursos gráficos e educacionais e a linguagem abordada foram escolhidos para atender


às necessidades formativas do público do curso. Todos os textos, imagens, vídeos e outros
materiais são protegidos por direitos autorais e outros direitos. O direito de propriedade dos
materiais é do Ministério da Saúde e poderão ser utilizados apenas para fins de forma
gratuita, condicionada à citação do autor, conforme licença Creative Commons.

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