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Módulo 4
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Departamento de Promoção à Saúde
Curso de Aperfeiçoamento
Qualificação do Processo de Trabalho e
do Cuidado de Pessoas com Condições
Crônicas na APS
Eixo 1
Fortalecimento do Processo de
Trabalho da APS
Módulo 4
Gestão do Cuidado: Ferramentas e Tecnologias
para Qualificar a Prática Clínica
São Paulo – SP
2022
Projeto Cuida APS
Créditos
MINISTÉRIO DA SAÚDE FECS - FACULDADE DE EDUCAÇÃO EM
Programa de Apoio Desenvolvimento CIÊNCIAS DA SAÚDE
Institucional do Sistema Único de Saúde - Coordenação geral de pós-graduação:
PROADI/SUS Paula Zanelatto Neves
Projeto Cuida APS: Cuidado das Pessoas com Secretaria Acadêmica e Apoio:
Doenças Crônicas Não Transmissíveis Juliana Leite dos Santos
Bruna Aparecida de Souza Manoel
EQUIPES DIRETIVAS
EQUIPE TÉCNICA DO HOSPITAL ALEMÃO
MINISTÉRIO DA SAÚDE
OSWALDO CRUZ (HAOC)
Ministro da Saúde:
Coordenadora:
Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes
Flávia Landgraf
Secretaria de Atenção Primária à Saúde:
Analistas:
Raphael Câmara Medeiros Parente
Ana Cecília Miranda de Araujo
Diretoria de Promoção da Saúde:
Daniela de Almeida Pereira
Juliana Rezende Melo da Silva
Tauana Sequalini
Coordenadora-Geral de Prevenção de Doenças
Assistente Administrativo:
Crônicas e Controle do Tabagismo:
Julia Victoria Costa Maximino
Patrícia Lisboa Izetti Ribeiro
Assessores, consultores e pesquisadores:
Adelson Guaraci Jantsch
CONASEMS
Presidente: Alexandre Sizilio
Wilames Freire Bezerra Clarissa Willets Bezerra
Secretário Executivo: Iara de Oliveira Lopes
Mauro Guimarães Junqueira Leonardo Graever
Fernanda Ferreira Marcolino
HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ Fernanda Rocco Oliveira
Diretor Presidente: Lara Paixão
José Marcelo de Oliveira Mariana Fonseca Paes
Diretora-executiva de Sustentabilidade e Luciana Soares de Barros
Responsabilidade Social: Patricia Sampaio Chueiri
Ana Paula N. Marques de Pinho Gestão dos Processos de EaD:
Diretora Executiva de Educação, Pesquisa, Débora Schuskel
Inovação e Saúde Digital: Gestão do Ambiente Virtual de
Maria Carolina Sanchez da Costa Aprendizagem:
Diretor do Centro Internacional de Pesquisa: Rafael Santana Santos
Álvaro Avezum Produção Áudio Visual:
Direção Acadêmica da Faculdade de Educação Jefferson Araújo de Oliveira
em Ciência da Saúde (FECS): Designer Instrucional:
Letícia Faria Serpa Alessandra Takada Kamijo
Gerente de Projetos: Camila Ferrarini Soares
Samara Kielmann Jéssica Esther Machado Farias
Help Desk (atendimento ao usuário):
Jorge dos Santos Duarte
GRUPO EXECUTIVO DO PROJETO
Flávia Landgraf Coordenação do Curso:
Fernando Freitas Alves Clarissa Willets Bezerra
Fernanda Rocco Oliveira
Lara Paixão
Marcela Alvarenga de Moraes Supervisão de Processos Digitais:
Marina Rios Amorim Fernanda Ferreira Marcolino
Autoras:
Pâmela Santiago Mariath Vidal
Patrícia Lisboa Izetti Ribeiro Clarissa Willets Bezerra
Samara Kielmann Mariana Duque Figueira
Revisão Técnica:
Thais Coutinho de Oliveira
Clarissa Willets Bezerra
Fernanda Rocco Oliveira
Revisão de Conteúdo Digital:
Fernanda Ferreira Marcolino
03
Projeto Cuida APS
Sumário
(HAS) .......................................................................................................................................................................................................................................... 09
Mito 4. Uma pessoa com medida elevada de pressão não pode realizar um procedimento
Mito 7. Toda crise asmática deve ser tratada em um serviço de emergência ............................................................ 21
Mito 8. Quem tem asma não pode realizar atividade física ........................................................................................................ 21
Mito 9. A medida da glicemia capilar em jejum é o melhor método para se avaliar o controle do
diabetes ................................................................................................................................................................................................................................... 23
Mito 10. Todo paciente diabético necessita fazer controles frequentes de glicemia capilar ........................ 26
Mito 12. Quadros de disfunção sexual só devem ser abordados quando o paciente se queixa
espontaneamente do assunto ............................................................................................................................................................................ 27
Referências ........................................................................................................................................................................................................................... 30
As Autoras .............................................................................................................................................................................................................................. 32
04
Projeto Cuida APS
Aula 06
Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta aula vocês serão capazes de:
✓ conhecer a fisiopatologia da hipertensão arterial;
✓ saber reconhecer sintomas de pseudocrise hipertensiva, pressão alta
descontrolada e das verdadeiras urgências e emergências
hipertensivas;
✓ reconhecer em que situações se deve adiar um procedimento de um
paciente hipertenso com medida elevada da pressão arterial;
✓ conhecer a fisiopatologia da asma;
✓ conhecer a farmacologia de bombinhas de asma e sua importância
para o tratamento dos pacientes asmáticos;
✓ reconhecer uma crise asmática;
✓ entender a importância da atividade física para os pacientes asmáticos;
✓ conhecer as principais maneiras de se medir a glicose em um paciente
diabético;
✓ conhecer as indicações da medição de glicemia capilar nos diabéticos
na UBS (Unidade Básica de Saúde);
✓ entender o papel do tratamento com insulina na história natural do
diabetes;
✓ entender a importância de se investigar ativamente disfunção sexual
em pacientes diabéticos.
Apresentação da Aula
Dor de cabeça é sintoma de pressão alta? Bombinha de asma vicia? É preciso
medir a glicemia capilar de todos os pacientes diabéticos?
Nesta aula, vamos refletir sobre alguns dos principais mitos relacionados ao
cuidado de pessoas com três condições crônicas bastante frequentes no dia a dia das
unidades de saúde, a saber: hipertensão arterial, asma e diabetes, de modo que você
possa ter conhecimento para realizar orientações a seus pacientes de forma
fundamentada em evidências científicas e contextualizada.
CASO CLÍNICO 1
Perguntas provocadoras
Fonte: Shutterstock©
Conceito-chave
O diagnóstico de hipertensão arterial não se dá a partir de
uma medida isolada da pressão. Ele deve ser sempre
confirmado através de medições repetidas, em condições
ideais (Quadro 1), em duas ou mais visitas no intervalo de
dias a semanas3.
Minha prática
Há algumas coisas que você e sua equipe de saúde
podem fazer para lidar com os pacientes com suspeita de
hipertensão do avental branco:
• pedir para o paciente fazer um controle de pressão na
própria UBS, mas não em dia de consulta;
• fazer uma visita domiciliar para medir a pressão;
• verificar se há alguém que possa emprestar o aparelho
para a pessoa por alguns dias para que ela faça o
controle em casa (não esqueça de orientar as
condições ideais para a medida conforme descritas no
quadro 1).
Conceito-chave
Embora muitas pessoas digam que sentem quando sua
pressão está aumentada, seja porque sentem dores de
cabeça (cefaleia), seja por outros sintomas, o aumento da
pressão arterial é um fenômeno assintomático e não
causa dor de cabeça1,2.
CASO CLÍNICO 1
Mas, antes, vamos falar sobre o valor da pressão. Tem um valor a partir do qual
devemos nos preocupar mais? Bem, embora a maior parte das urgências e emergências
hipertensivas ocorram com PA > 180 x 120 mmHg, o principal determinante não é o nível
da PA, mas sim os sintomas associados, como veremos no Quadro 1.
Agora, vejamos as situações nas quais uma pessoa com pressão muito alta pode se
encontrar:
Portanto, ao receber uma pessoa com PA elevada na UBS, deve-se ter cautela para
evitar gerar ansiedade e intervenções desnecessárias no indivíduo e na fila de espera. A
maior parte das pessoas não possui sinais de alarme e não necessitará de maiores
cuidados.
A primeira coisa a ser feita após identificar que alguém apresenta uma PA bastante
elevada é perguntar se ela apresenta algum outro sintoma. Lembre-se que os sintomas
associados são mais importantes do que os níveis pressóricos.
Embora não haja um nível de corte a partir do qual a PA torna-se perigosa, uma boa
regra geral é priorizar para avaliação médica todos os pacientes que apresentem:
Minha prática
Uma medicação bastante utilizada nas UBS para
diminuição da pressão arterial é o captopril. A
administração sublingual do captopril não é
recomendada, pois a apresentação de comprimido não
permite a absorção da dose adequada do medicamento
desta forma. Os pacientes devem ser orientados sempre
a deglutir o comprimido6.
Conceito-chave
O diagnóstico de uma emergência ou urgência
hipertensiva está relacionado principalmente aos sinais e
sintomas apresentados pelo paciente (seu quadro clínico)
e não necessariamente aos valores da pressão arterial3. Ou
seja, uma pessoa pode apresentar pressão arterial acima
de 180x110 mmHg e não se tratar nem de uma emergência
nem de uma urgência hipertensiva, como foi o quadro
apresentado por Marineide.
CASO CLÍNICO 2
Hoje em dia sente-se bem, mas quando corre para pegar o ônibus ou
joga futebol com seus sobrinhos, às vezes tem crise de tosse e sente chiar
o peito. Quando muda o tempo, também sente chiar o peito.
Da última vez que passou com sua médica de família, foram prescritas
duas bombinhas de asma: uma para usar todos os dias e outra para usar
se se sentir mal. Jandacira não gosta da ideia da bombinha todos os dias,
tem medo, pois sua tia lhe falou que ela vicia. Então usa somente quando
fica muito mal, o que acontece à noite, umas duas vezes por semana.
Hoje, veio à UBS porque perdeu a hora do trabalho, por ter acordado
muitas vezes à noite com tosse. Quando a enfermeira Mara a examina,
percebe que a frequência respiratória está aumentada: 45 respirações por
minuto e Jandacira está claramente cansada. A saturação periférica de
oxigênio (oximetria) está em 94% e a frequência cardíaca, em 98
batimentos por minuto.
Perguntas provocadoras
Conceito-chave
A asma - popularmente chamada de bronquite, bronquite
alérgica ou bronquite asmática - é uma doença das vias
aéreas que cursa com inflamação crônica e com
episódios de obstrução (diminuição ou fechamento)
dessas vias, dificultando e por vezes até impedindo a
passagem do ar8.
Os sintomas ocorrem mais à noite ou ao acordar e podem variar desde uma tosse
com chiado no peito, uma sensação de falta de ar ou até uma dificuldade para respirar
grave que necessite de internação hospitalar e intubação. Esses sintomas aparecem devido
ao que chamamos de hiper-responsividade brônquica, mecanismo de reação exagerada
que algumas pessoas com predisposição genética apresentam quando entram em
contato com alguns estímulos do ambiente: os músculos da parede dos brônquios do
pulmão contraem, a produção de secreção aumenta e há inflamação. Tudo isso diminui o
calibre dos brônquios e vai, ao longo do tempo, engrossando a parede dos mesmos
(hipertrofia), consequentemente limitando o espaço para a passagem do ar (Figura 5).
Os estímulos para essa reação, chamados gatilhos, estão muito presentes no nosso
dia a dia e podem ser a poeira doméstica, o pólen, uma mudança de tempo, um resfriado,
a atividade física, o mofo, a fumaça de cigarro, a poluição, emoções fortes, pêlos de animais
e até alguns alimentos8.
Músculos lisos
relaxados Músculos
lisos
contraídos
Parede inflamada
e hipertrofiada
Via aérea normal Via aérea asmática Via aérea asmática
durante ataque
Fonte: Shutterstock©.
Minha prática
Para o tratamento da asma, estão disponíveis pelo
SUS através da RENAME (Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais)9 bombinhas na forma
de sprays pressurizados ou de dispositivos de pó
seco.
Os sprays podem ser utilizados com espaçadores,
de forma a facilitar a absorção adequada do
medicamento e a diminuir a chance de efeitos
colaterais.
• Medicações para tratamento preventivo7:
(Propionato de) Beclometasona, Budesonida e
(Fumarato de) Formoterol associado a
Budesonida.
• Medicações para tratamento da crise7: (Sulfato
de) Salbutamol e (Bromidrato de) Fenoterol.
Fonte: Shutterstock©.
Essas medicações inalatórias não “viciam”, ou seja, não estão entre as classes de
substâncias que sabidamente causam o fenômeno que chamamos de dependência, que é
quando a pessoa apresenta sintomas de abstinência quando para ou quando diminui o
uso do medicamento. As bombinhas também não causam o fenômeno da tolerância, que
é quando a pessoa fica menos sensível à substância ao longo do tempo, necessitando de
doses cada vez maiores e mais frequentes do medicamento para obter o mesmo efeito no
alívio dos sintomas.
O que acontece com a asma, é que como ela é uma doença de controle e não de
cura, as pessoas sempre precisarão das bombinhas preventivas para controlar a inflamação
e a hiper-responsividade brônquica, então toda vez que interromperem seu uso,
necessitarão com muito mais frequência das bombinhas de alívio, porque seus sintomas
ficarão descontrolados e mais intensos.
CASO CLÍNICO 3
Nos últimos tempos, tem se sentido “para baixo”, pois está com
dificuldades para ter relações sexuais com sua esposa, Dona Helga,
de 44 anos. Todos os dias em que vai à UBS, planeja comentar com
Gerson, seu enfermeiro, sobre isso, mas termina não tendo
coragem.
Perguntas provocadoras
3. Insulina vicia?
O exame mais recente de Estanislau indica que seu diabetes está descontrolado.
Figura 7. Fatores considerados na individualização dos alvos glicêmicos dos pacientes com
diabetes
Duração da doença
Diagnóstico recente Diagnóstico antigo
Expectativa de vida
Longa Curta
Comorbidades importantes
Ausentes Poucas/ Leves Severas
Complicações vasculares
estabelecidas Severas
Ausentes Poucas/ Leves
modificável
Potencialmente
Preferência do paciente
Altamente motivado, excelentes Preferência por terapia
capacidades de autocuidado menos onerosa
Recursos e sistema de
suporte
Prontamente disponível Limitado
Fonte: Shutterstock©.
Fonte: Shutterstock©.
Até o momento, não há evidência clara deste mesmo benefício que justifique
recomendar o monitoramento de rotina para os pacientes diabéticos que fazem uso
apenas de medicamentos orais13.
Minha prática
Na UBS, a aferição da glicemia capilar tem indicação de
ser realizada sempre nas seguintes situações: quando o
paciente apresenta sintomas sugestivos de hipoglicemia
ou hiperglicemia e quando há ajuste de dose ou início de
uso da insulina em pacientes que ainda não têm
glicosímetro em casa. Todas as gestantes com diabetes
também precisam fazer controle glicêmico através da
glicemia capilar.
Na sua UBS, você identifica medições fora desse
contexto?
Mais da metade dos homens com diabetes apresenta algum grau de disfunção
erétil, estando ligada ao tempo de doença, controle glicêmico e à idade do paciente.
Homens com a doença controlada têm maior sucesso no tratamento da disfunção de que
aqueles com controles glicêmicos inadequados15.
Minha prática
Você acha que as idas de Estanislau frequentes à UBS
podiam ter dado pista à equipe de que ele tinha uma
demanda oculta (no caso, a DE)? Será que o foco da
equipe majoritariamente no diabetes e na pressão alta
pode ter prejudicado o cuidado integral de Estanislau?
Saiba mais
Neste artigo intitulado “Como se estuda o que não se diz:
uma revisão sobre demanda oculta” e publicado na Revista
Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, você
encontra uma revisão de artigos que abordaram a questão
da demanda oculta no contexto clínico entre os anos de
2000 e 2014.
Considerações Finais
Referências
1. Brettler J. Hipertensão essencial - BMJ Best Practice. [publicação na web]; 2021 acesso
em 08 de fevereiro de 2022. Disponível em https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-
br/26
2. Gus M, Fuchs FD, Pimentel M, Rosa D, Melo AG, Moreira LB. Behavior of ambulatory
blood pressure surrounding episodes of headache in mildly hypertensive patient. Arch
Intern Med 2001 Jan 22;161(2):252-5.
3. Barroso W et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol
[revista em Internet] 2021; 116(3):516-658. acesso em 08 de fevereiro de 2022. Disponível
em https://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-116-03-
0516/0066-782X-abc-116-03-0516.x44344.pdf
11. Gina global initiative for asthma. Global strategy for the asthma management and
prevention. [publicação na web] 2021. acesso em 08 de fevereiro de 2022. Disponível
em https://ginasthma.org/wp-content/uploads/2021/05/GINA-Main-Report-2021-V2-
WMS.pdf
12. Sheikh J, Smith S, Thomson N. Asma em adultos – BMJ Best Practice. [publicação na
web]; 2021. acesso em 08 de fevereiro de 2022. Disponível em
https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/44
15. Kim ED. Disfunção erétil - BMJ Best Practice. [publicação na web]; 2022 acesso em 08
de fevereiro de 2022. Disponível em https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/213
16. Modesto AAD, Figueira MD. Abordagem do paciente com disfunção erétil e ejaculação
precoce pelo médico de família e comunidade. In: Augusto DK; Umpierre RN. (Org.).
PROMEF - Programa de Atualização em Medicina de Família e Comunidade: Ciclo 8.
1ed.Porto Alegre: Artmed/Panamericana, 2013, v. 3, p. 107-130.
17. Baldwin KC, Ginsberg PC, Harkaway, RC. Erectile Dysfunction: Workup and
Management Tactics. J Urol 2000;163(suppl):243. Abstract 1080.
As Autoras