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Aula 10

Gestão de Pessoas
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Departamento de Prevenção e
Promoção da Saúde

Projeto Cuida APS

Curso de Extensão EaD


Gestão dos Serviços da APS e o
Monitoramento do Cuidado das Pessoas
com Condições Crônicas

Aula 10
Gestão de Pessoas

Analaura Ribeiro Pereira

São Paulo – SP
2021-2023
Créditos

MINISTÉRIO DA SAÚDE HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ


Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Diretor Presidente:
Único de Saúde - PROADI/SUS José Marcelo de Oliveira
Projeto Cuida APS: Cuidado das Pessoas com Doenças Crônicas Diretora Executiva de Sustentabilidade e Responsabilidade Social:
Não Transmissíveis Ana Paula Neves Marques de Pinho
Diretora Executiva de Educação, Pesquisa, Inovação e
EQUIPES DIRETIVAS Saúde Digital:
MINISTÉRIO DA SAÚDE Maria Carolina Sanchez da Costa
Ministra da Saúde: Gerente de Projetos:
Nísia Verônica Trindade Lima Samara Kielmann
Secretaria de Atenção Primária à Saúde:
Nésio Fernandes de Medeiros Junior GRUPO EXECUTIVO DO PROJETO
Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde: Fernando Freitas Alves
Andrey Roosewelt Chagas Lemos Flávia Landgraf
Coordenadora-Geral de Prevenção às Condições Crônicas na Gilmara Lúcia dos Santos
Atenção Primária à Saúde: Lara Paixão
Gilmara Lúcia dos Santos Marcela Alvarenga de Moraes
Samara Kielmann
CONASEMS
Presidente:
Wilames Freire Bezerra
FECS - FACULDADE DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Secretário Executivo:
Diretoria Acadêmica
Mauro Guimarães Junqueira
Elaine Emi Ito
Coordenação Geral de Pós-graduação:
Paula Zanelatto Neves
Secretaria Acadêmica e Apoio:
Bruna Aparecida de Souza Manoel

EQUIPE TÉCNICA DO HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ (HAOC)


Coordenadora: Gestão dos Processos de EaD:
Flávia Landgraf Débora Schuskel
Analistas: Gestão dos Processos do Curso:
Lígia Mendes Borges Aline de Almeida Simões
Tauana Sequalini Gestão do Ambiente Virtual de Aprendizagem:
Tiago Klein Potratz Rafael Fernando Alfieri
Equipe Técnico-pedagógica do Projeto: Produção Audiovisual:
Américo Yuiti Mori Vitor Hiroshi Pereira
Cristian Fabiano Guimarães Analista de Suporte a Sistemas Educacionais:
Debora Alcântara Mozar Jefferson Araújo de Oliveira
Flávio Adriano Melo Borges Design Instrucional:
Fernanda Ferreira Marcolino Camila Ferrarini Soares
Fernanda Rocco Oliveira
Lara Paixão Coordenação do Curso:
Luciana Soares de Barros Fernanda Rocco Oliveira (1ª Edição e 2ª Edição)
Mariana Fonseca Paes Iara de Oliveira Lopes (1ª Edição)
Maria Lúcia Teixeira Machado Supervisão de Processos Digitais Educacionais:
Maria Delzuita de Sá Leitão Fontoura Silva Fernanda Ferreira Marcolino
Sueli Fátima Sampaio Autora:
Rosemarie Andreazza Analaura Ribeiro Pereira
Colaboradores: Revisão Técnica:
Adelson Guaraci Jantsch Fernanda Rocco Oliveira
Alexandre Sizilio Iara de Oliveira Lopes
Clarissa Willets Bezerra Revisão de Conteúdo Digital:
Daniela de Almeida Pereira Fernanda Rocco Oliveira
Iara de Oliveira Lopes Revisão Textual:
Leonardo Graever Emilene Lubianco de Sá
Patrícia Sampaio Chueiri

Aula 10 - Gestão de Pessoas 03


Sumário

Aula 10 - Gestão de Pessoas

Apresentação da Aula ................................................................................................................................................................................................. 05

Objetivos de Aprendizagem ................................................................................................................................................................................. 05

Trabalho em equipe ..................................................................................................................................................................................................... 06

Competências do(a) gestor(a) ............................................................................................................................................................................. 20

Ferramentas de gestão ............................................................................................................................................................................................. 24

Considerações Finais .................................................................................................................................................................................................... 29

Referências ........................................................................................................................................................................................................................... 30

A Autora ................................................................................................................................................................................................................................... 32

Aula 10 - Gestão de Pessoas 04


Projeto Cuida APS

Apresentação da Aula

Caros(as) gestores(as),

Esta aula oferta conceitos e instrumentos da área da Gestão de Pessoas, que


qualificam e ampliam a atividade do(a) gestor(a) em relação aos demais profissionais e às
equipes. Propõe reflexão sobre o sentido e a estrutura do processo de avaliação de
desempenho utilizados pelos(as) gestores(as) e oferece instrumentos para melhorar o
clima organizacional, para gerir os conflitos e aprimorar o exercício da liderança.

Esperamos que vocês aproveitem para refletirem sobre sua prática, sobre o papel
do(a) gestor(a), seus principais desafios e atribuições, e se sintam preparados para
desempenhar a coordenação de pessoas.

Bons estudos!

Objetivos de Aprendizagem

Ao final desta aula, vocês serão capazes de:


✓ reconhecer a importância do seu papel como mediador dos
processos de trabalho na Unidade de Saúde;
✓ desenvolver competências do(a) gestor(a) para o trabalho em
equipe;
✓ identificar quais ferramentas de gestão podem ser úteis no seu
dia a dia de trabalho;
✓ refletir sobre como vocês podem mediar a melhoria do
processo de trabalho com os trabalhadores.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 05


Projeto Cuida APS

Trabalho em equipe

Para iniciarmos esta aula, faço um convite para fazermos uma reflexão com
algumas perguntas referentes à forma como se dá a organização dos profissionais no seu
ambiente de trabalho.

Minha Prática
No seu local de trabalho, geralmente, o trabalho é pensado, discutido,
avaliado de forma coletiva ou individual?
A atuação dos profissionais tem um propósito em comum?
Reflitam por alguns minutos…

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)1 traz um fio condutor das ações e
processos de trabalho nas unidades de Atenção Primária à Saúde (APS), apresenta o
termo “trabalho em equipe” em quatro itens, conforme reproduzido no Quadro 1, e
reforça a necessidade de se construir e instituir o trabalho em equipe como uma
característica intrínseca importante do processo de trabalho nas equipes da APS.

Fonte: Imagem - Ser Gestor. Gestão do trabalho e da educação em saúde. Conasems©.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 06


Projeto Cuida APS

Quadro 1. O termo “trabalho em equipe” a partir da PNAB.

4. ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA (p.14)

4.2.5 - Gerente de Atenção Básica

VI - Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o trabalho em equipe. (p. 19)

5. DO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA (p.25)

A saber, o acolhimento à demanda espontânea na Atenção Básica pode se


constituir como:

c. Dispositivo de (re)organização do processo de trabalho em equipe - a implantação


do acolhimento pode provocar mudanças no modo de organização das equipes,
relação entre trabalhadores e modo de cuidar. Para acolher a demanda espontânea
com equidade e qualidade, não basta distribuir senhas em número limitado, nem é
possível encaminhar todas as pessoas ao médico, aliás o acolhimento não deve se
restringir à triagem clínica. Organizar a partir do acolhimento exige que a equipe reflita
sobre o conjunto de ofertas que ela tem apresentado para lidar com as necessidades
de saúde da população e território. Para isso é importante que a equipe defina quais
profissionais vão receber o usuário que chega; como vai avaliar o risco e vulnerabilidade;
fluxos e protocolos para encaminhamento; como organizar a agenda dos profissionais
para o cuidado; etc. (p.26)

Dessa forma, é fundamental que o processo de trabalho na Atenção Básica se


caracterize por:

VII - Trabalho em Equipe Multiprofissional - Considerando a diversidade e


complexidade das situações com as quais a Atenção Básica lida, um atendimento
integral requer a presença de diferentes formações profissionais trabalhando com
ações compartilhadas, assim como, com processo interdisciplinar centrado no usuário,
incorporando práticas de vigilância, promoção e assistência à saúde, bem como
matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. É possível integrar também
profissionais de outros níveis de atenção. (p.27)

VIII - Promover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita, com base
nas necessidades sociais e de saúde, através do estabelecimento de ações de
continuidade informacional, interpessoal e longitudinal com a população. A Atenção
Básica deve buscar a atenção integral e de qualidade, resolutiva e que contribua para o
fortalecimento da autonomia das pessoas no cuidado à saúde, estabelecendo
articulação orgânica com o conjunto da rede de atenção à saúde. Para o alcance da
integralidade do cuidado, a equipe deve ter noção sobre a ampliação da clínica, o
conhecimento sobre a realidade local, o trabalho em equipe multiprofissional e
transdisciplinar e a ação intersetorial. (p.27)

Fonte: elaborado a partir da PNAB1.

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Projeto Cuida APS

O modelo de atenção à saúde escolhido como prioritário é a estratégia de saúde


da família que, em sua composição, possui vários profissionais de categorias e formação
distintas, como médico, enfermeiro, cirurgião-dentista, auxiliar de saúde bucal, agente
comunitário de saúde, técnico de enfermagem, gerente, auxiliares/assistentes
administrativos, entres outros profissionais que podem compor as Unidades Básicas de
Saúde (UBS). Esses profissionais, juntos, devem atuar como uma orquestra, ou seja, cada
um com sua especificidade, seus saberes e suas atribuições e competências que se
somam para poder ofertar o cuidado em saúde de forma resolutiva e de acordo com a
necessidade real do indivíduo.

Diante do que traz a PNAB no Quadro 1 sobre o termo trabalho em equipe, faço
um outro convite para pensarmos no tema a partir de outras perguntas:

Minha Prática
O que é necessário para trabalhar em equipe?
Como é possível construir o trabalho em equipe no meu ambiente de
trabalho?
No seu dia a dia, vocês têm realizado práticas junto com os outros
profissionais, que propiciem/fomentem o trabalho em equipe?

Para se ter um trabalho em equipe é necessário que os profissionais saibam,


compreendam e reconheçam as atribuições que cabe a cada um dentro do objetivo em
comum a ser atingido, ou seja, dentro da Atenção Primária à Saúde prima-se para atingir
a máxima:

Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde


individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção,
proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos,
cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de
práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe
multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as
quais as equipes assumem responsabilidade sanitária (p.2)1.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 08


Projeto Cuida APS

Saber, compreender e executar os atributos da Atenção Primária à Saúde é um


desafio diário já que é um processo que requer que os profissionais tenham um foco na
construção e no fazer do cuidado em saúde. É importante que o gestor reconheça quais
conhecimentos e habilidades compõem a sua equipe de trabalho, fazendo o
levantamento da formação e dos cursos que os profissionais de sua equipe possuem.
Dessa forma também será possível auxiliar em novas possibilidades de qualificação da
equipe para cumprir o objetivo de ofertar um cuidado em saúde com qualidade e de
acordo com as necessidades da sua população.

Para apoiá-los no conhecimento das potencialidades da sua equipe, propomos a


elaboração de um formulário, manual ou online, para que os profissionais possam
preencher e ter essas informações atualizadas anualmente. O Quadro 2 apresenta um
exemplo de formulário que pode ser adaptado e utilizado por vocês.

Quadro 2. Banco de Talentos da unidade de saúde

Nome do profissional: ________________________________________________________________

Formação (categoria profissional): _________________ Ano da formação: ________________

Tempo de atuação na APS: ___________________________________________________________

Pós-graduação: ( ) S ( ) N Se sim, em que?______________________

Curso Introdutório na APS: ( ) S ( ) N Acolhimento: ( ) S ( ) N

Tabagismo: ( ) S ( ) N Tuberculose: ( ) S ( ) N Hanseníase: ( ) S ( ) N

Testes rápidos: ( ) S ( ) N Teste do pezinho: ( ) S ( ) N Sala de imunização: ( ) S ( ) N

Cantoplastia: ( ) S ( ) N Inserção de DIU: ( ) S ( ) N Hormonioterapia: ( ) S ( ) N

Suporte Básico de Vida (BLS/SBV): ( ) S ( ) N

Terapia Comunitária Integrativa: ( ) S ( ) N Auriculoterapia: ( ) S ( ) N

Acupuntura: ( ) S ( ) N Meditação: ( ) S ( ) N Yoga: ( ) S ( ) N

Dança Circular: ( ) S ( ) N Musicoterapia: ( ) S ( ) N

Outras qualificações: ________________________________________________________________

Fonte: elaboração própria.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 09


Projeto Cuida APS

Além das estratégias de reconhecimento e valorização profissional de sua equipe,


vocês já pensaram em como um grupo de profissionais se torna uma equipe?

Uma equipe:

• visualiza a importância e as vantagens do


trabalho em equipe;

• compartilha objetivos, decisões,


responsabilidades e resultados;

• possibilita a construção de um plano de


trabalho em conjunto e define a
responsabilidade de cada membro da equipe;

• faz a avaliação constante dos processos e


resultados;

• valoriza a educação permanente;

• considera importante o aprimoramento das


relações interpessoais e da comunicação da
equipe2. Fonte: Imagem – Shutterstock©.

Pensando Fora da Caixa


Dicas que podem incentivar/propiciar o trabalho em equipe.
Para a transformação de um grupo de trabalhadores em equipe de
trabalho é preciso:

• organizar semestral/anualmente as datas das reuniões


periódicas com os profissionais, distribuídas por categorias e
gerais;

• reunir os profissionais em um ambiente, preferencialmente, que


possam sentar-se em roda;

• alinhar processos de forma objetiva utilizando


ferramentas/instrumentos que auxiliem nas discussões e
decisões dos processos, tais como colegiado gestor e processo
circular;

• propor dinâmicas de integração para que os profissionais


sintam-se sempre incluídos e pertencentes.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 10


Projeto Cuida APS

A reunião/encontro com os profissionais deve ter:

• informes – informações breves;

• pauta – assuntos que serão discutidos;

• ata;

• um registrador/relator da ata;

• duração de uma hora, ou no máximo duas horas;

• um coordenador/mediador da reunião.

O coordenador/mediador, por sua vez, deve:

• preparar uma apresentação com os tópicos a serem abordados;

• separar previamente o material que será utilizado no encontro com os


profissionais.

Além dos itens listados acima, pode ser interessante para o


coordenador/mediador utilizar ferramentas de gestão que auxiliem na resolução das
dificuldades que possam vir a ser expostas nas reuniões, tais como: brainstorming (chuva
ou tempestade de ideias), matriz SWOT, fluxograma do processo e 5W2H3.

Ligando Pontos
Na Aula 5 – Melhoria da Qualidade, vocês conheceram algumas
ferramentas de gestão com o foco na melhoria da qualidade na
Atenção Primária à Saúde. Estão lembrados?

Fonte: Imagem - Ser Gestor. Integração dos serviços da AB na Rede de Atenção à Saúde. Conasems.©

Aula 10 - Gestão de Pessoas 11


Projeto Cuida APS

A reunião de equipe é um momento de encontro dos profissionais para pensar,


dialogar e fazer proposições para a melhoria do processo de trabalho a fim de
proporcionar um cuidado qualificado. Uma reunião é composta por informes e pautas:
os informes são temas breves a serem comunicados e as pautas são os temas que serão
discutidos e pactuados, se necessário, de planejamento, monitoramento, ações e
resultados.

A pauta ou as pautas da reunião devem ser previamente definidas pelos


profissionais participantes, para que o processo seja democrático e participativo, podem
ser tiradas a partir dos temas/problemas que os profissionais tenham mais necessidade
de alinhamento em comum. Para isso, pode ser solicitado para cada profissional elencar
de um a três temas/problemas que gostaria que fosse abordado como pauta na próxima
reunião. Dessa forma, será possível avaliar os temas/problemas mais abordados como
prioritários para a equipe presente na reunião e pactuados coletivamente.

Para registro da reunião de equipe deve-se nomear uma pessoa (caso não haja
um profissional administrativo para tal função) para que esta registre tudo o que for
discutido na reunião, pode ser anotado à mão e depois digitalizado, ou o registro pode
ser feito diretamente no computador. Deve-se lembrar de fazer uma lista de presença
para anexar ao arquivo da ata eletrônica. Em cada registro de reunião, deve conter a data,
horário de início, a pauta, com os informes e os temas a serem tratados. Na ata deve ser
registrada a ideia/fala de cada participante, preferencialmente, e as pactuações realizadas
nas finalizações das discussões de cada pauta, como: metas/prazos, ações/estratégias e
responsáveis pelo monitoramento e execução.

Minissérie
Para ilustrar este momento na prática, convido-os
a assistirem a Minissérie do curso, especialmente
os Episódios 3 e 4 que exemplificam reuniões de
equipe.
Vocês podem acessar a Minissérie por esse QR
Code (aponte a câmera do celular para visualizar)
ou clicando aqui.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 12


Projeto Cuida APS

O Quadro 3 apresenta um exemplo de ata de reunião.

Quadro 3. Exemplo de Ata de Reunião Eletrônica

Data: 14/01/2020 - Início: 14:00

Reunião Geral de Equipe

Informes:

1. Folgas - devem ser tiradas até final de fev./2020; elaborar papel de


solicitação (responsáveis técnicos e gerência); conferência pela adm.;

2. Batimento do ponto biométrico - almoço (responsabilidade do profissional);

3. Ausências - entrega de atestados/comparecimento em até 48h; deve ser


comunicado a chefia imediata e na administração;

4. Pedido almoxarifado - deve ser realizado na terça-feira e quinta-feira - cada


consultório deve fazer o pedido pelo formulário disponível no Google
Forms;

5. Chave das salas e consultórios - as salas serão abertas pelo porteiro e o


quadro será fechado;

6. DIU - ficará no armário da administração com cadeado;

7. Verificar a pasta (SISREG, SINAN-Retificação, Exames Impressos, Ministério


Público, Investigação de Óbito Materno-Fetal-Infantil-TB e outros) da
equipe diariamente na administração;

8. Arrumar diariamente as salas e consultórios; fechar as janelas e desligar


aparelhos de ar-condicionado, computadores, monitores, balanças e luzes.

Fonte: elaboração própria.

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Projeto Cuida APS

Pautas:

1. Quem SOMOS?

2. Planilhas de Acompanhamento - LINHAS DE CUIDADO

a. Gestantes

b. Puérperas

c. Crianças < 1 ano

d. Crianças 1 a 2 anos

e. Crianças 2 a 5 anos

f. Mulheres de 25 a 64 anos - colpocitológico & mamografia

g. Tuberculose

h. HIV

i. Sífilis em gestantes, sífilis adquirida

j. Diabéticos & insulinodependente

k. Hipertensos - leve, moderado e severo

l. Bolsa Família

m. Planilha de Acolhimento - MELHORIA

n. Definição do novo território

Fonte: elaboração própria.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 14


Projeto Cuida APS

A gerente iniciou a apresentação da reunião em powerpoint pelos informes, não tendo


nenhuma objeção. Apresentou os quatro pontos de pauta. Na primeira pauta, 1. Quem
SOMOS?, apresentou em um slide o perfil demográfico das equipes da unidade. Nos
próximos slides trouxe o panorama de acompanhamento das gestantes no ano de
2019 e óbitos materno-fetal-infantis de 2016 a 2019, para se pensar em propostas de
monitoramento das linhas de cuidado, conforme exemplos abaixo:

Fonte: elaboração própria.

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Projeto Cuida APS

51 (18,7%)

Fonte: elaboração própria.

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Projeto Cuida APS

A gerente falou da importância de mantermos o acompanhamento dos grupos


prioritários listados anteriormente, pois, como demonstrado, de 2016 a 2019 houve um
aumento de 250% nos óbitos materno-infantis. Foi lançada a pergunta de como seria
possível melhorar o monitoramento das linhas de cuidado existentes:

a. Gestantes e Puérperas

b. Puérperas

c. Crianças < 1 ano

d. Crianças 1 a 2 anos

e. Crianças 2 a 5 anos

f. Mulheres de 25 a 64 anos - colpocitológico & mamografia

g. Tuberculose

h. HIV

i. Sífilis em gestantes, sífilis adquirida

j. Diabéticos & insulinodependente

k. Hipertensos - leve, moderado e severo

l. Bolsa Família

Fonte: elaboração própria.

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Projeto Cuida APS

Foi observado pelo profissional Anderson, ao que outros profissionais presentes


concordaram, o aumento de usuários com amputamento, e como a UBS tem uma
parceria com a Universidade para cuidar dos usuários diabéticos insulinodependentes,
foram colocadas as seguintes propostas para o monitoramento das linhas de cuidado:

1. Acompanhar DM insulinodependente:

a. Hemoglobina glicada;

b. Listagem de dispensação da farmácia;

c. Plano terapêutico - ver última consulta, medicamentos e exames;

d. Avaliação dos pés;

e. Planilha única com todas as equipes compartilhada no Google Drive com a


farmácia, equipes e gerência (contendo as iniciais do usuário, nº do cartão
nacional do SUS, data de nascimento, idade, equipe e ACS/microárea);

f. Amputados - serão monitorados igualmente.

2. Acompanhamentos do HIV - proposta de avaliar periodicamente (mensal) no


Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM) a retirada de
medicamentos antirretrovirais (ARV), frequência no local de retirada do
medicamento e acompanhamento pela unidade de saúde.

3. Sífilis em gestantes - acompanhar mensalmente, com busca ativa. Listagem de


dispensação na farmácia.

4. TB - acompanhar mensalmente, com busca ativa. Listagem de dispensação na


farmácia.

5. O acompanhamento mensal deve ser realizado por um grupo de trabalho dentro


das reuniões de categorias. A proposta é a implicação de cada categoria
profissional a partir das suas competências para a melhoria do cuidado dentro de
cada linha de cuidado. Nas próximas reuniões de categoria profissional, deve ser
realizado o acompanhamento mensal das linhas de cuidado acima. Os dados de
cada linha de cuidado devem ser acompanhados e trazidos pelas equipes.

Reunião finalizada às 17h, lista de presença anexa. (Se a ata for eletrônica, anexar a lista
de presença escaneada).

Fonte: elaboração própria.

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Projeto Cuida APS

O Quadro 4 apresenta um exemplo de calendário de reuniões.

Quadro 4. Exemplo de Calendário de Reuniões

Fonte: elaboração própria.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 19


Projeto Cuida APS

Competências do(a) gestor(a)

Vocês, gestores(as), devem se apresentar como sujeitos ativos na relação com os


profissionais internos (da unidade ou setor que vocês fazem parte) e externos (demais
gestores da Rede de Atenção à Saúde).

Apresento, nos Quadros 5, 6 e 7, o estilo de comunicação e os tipos de líderes e


liderança, conforme descritos no Manual do Gerente4. Aproveito e faço um novo convite
para pensar: de que forma vocês, gestores(as), se identificam no seu dia a dia em sua
atuação quanto aos estilos e tipos apresentados nos quadros a seguir?

Quadro 5. Estilo da Comunicação

PASSIVA ASSERTIVA

• Escuta o outro com respeito


• Escuta o outro com medo
• Expressa-se de modo verdadeiro
• Incapaz de se expressar e coerente com seus sentimentos
• Incapaz de negociar, aceita o • É empático
que determinam sem
• Lida e respeita as diferenças
questionar e a contragosto
• Aberto à negociação

AGRESSIVA MANIPULADORA

• Finge que escuta o outro


• Não escuta o outro
para conseguir algo em
• Expressa-se com uma carga proveito próprio
emocional muito grande,
• Expressa-se dissimulando o
impossibilitando o diálogo
que sente e pensa
• Tem dificuldades em lidar e
• Provoca desconfiança nas
respeitar as diferenças
pessoas, dificultando muito
• Muito difícil de negociar qualquer tipo de negociação

Fonte: Manual do Gerente (p.136)4.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 20


Projeto Cuida APS

Quadro 6. Tipos de Líderes

APOIADOR
Trata todos os profissionais igualmente e se preocupa com o
seu bem-estar

PARTICIPATIVO
Valoriza e encoraja os profissionais sob sua liderança, para que
participem na tomada de decisão e deem sugestões

DIRETIVO
Extremamente objetivo, comunica-se para dizer
exatamente o que pretende

ORIENTADO PARA OBJETIVOS E RESULTADOS


Formula objetivos desafiadores, preocupando-se com o desempenho
da alta qualidade e com melhorias contínuas do desempenho atual

Fonte: Manual do Gerente (p.144)4.

Quadro 7. Estilo de Liderança

DIREÇÃO ORIENTAÇÃO

Muita supervisão e pouco apoio Muita supervisão e muito apoio

APOIO DELEGAÇÃO

Muito apoio e pouca supervisão Pouco apoio e pouca supervisão

Fonte: Manual do Gerente (p.145)4.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 21


Projeto Cuida APS

As características descritas nos quadros anteriores sobre comunicação, líderes e


liderança retratam as formas diversas de atuação de um gestor. A maneira como se
comunica e lidera imprime seu conhecimento, suas habilidades e atitudes diante das
situações a serem solucionadas que ocorrem no cotidiano da gestão da Atenção Primária
à Saúde (APS).

A forma de se comunicar também demonstra como o gestor escuta, se expressa e


age diante dos profissionais no dia a dia, e estará diretamente ligada ao seu jeito de
conduzir o processo de trabalho com os demais profissionais.

Minissérie
Vocês se lembram da gerente Marilda da
Minissérie? Repararam como ela conduz a
discussão e análise dos problemas com a sua
equipe? Vocês acham que ela escuta e considera
os diferentes pontos de vista dos profissionais de
sua equipe? Ela esteve aberta a negociação?

Vocês podem acessar a Minissérie por esse QR


Code (aponte a câmera do celular para visualizar)
ou clicando aqui.

Saber escutar, ser verdadeiro, respeitar as diferenças e estar aberto a negociação


são características esperadas na atuação do gestor e dos profissionais de saúde, pois tais
atitudes propiciam o diálogo, o encontro, o coletivo, enfim, a construção de processos de
trabalhos participativos, impactando diretamente no tipo de liderança exercida.

Fonte: Imagem - Ser Gestor. Governança na saúde. Conasems.©

Aula 10 - Gestão de Pessoas 22


Projeto Cuida APS

Ligando Pontos
Na Aula 11 – Gestão Participativa no SUS, exploraremos mais o
tema das decisões coletivas e centralizadas, e como podemos de
fato praticar uma gestão participativa.

Pode-se então caracterizar as competências esperadas do(a) gestor(a) na APS:

• Mediação

• Liderança

• Supervisão

• Reconhecimento das habilidades dos membros da sua equipe

• Desenvolvimento de novas lideranças

A Atenção Primária à Saúde é constituída por profissionais de diferentes


categorias, escolaridades e vivências, o que possibilita a ampliação de olhares sobre um
mesmo objeto, proporcionando inúmeras leituras e sentidos no pensar, no falar e no agir.
Por isso é de suma importância a construção de um objetivo comum, que, neste caso, é a
busca contínua pela melhor comunicação para a construção coletiva do cuidado em
saúde.

Lembrem-se de:

• dar feedback sobre o desempenho de cada profissional e da equipe;

• informar os profissionais constantemente sobre avanços e pontos a serem


melhorados do processo de trabalho;

• confiar e dar autonomia para sua equipe de trabalho;

• esclarecer a atribuição de cada profissional que compõe a equipe;

• criar ambientes/encontros/momentos saudáveis entre os profissionais.

Pensando Fora da Caixa


Propor grupos/momentos (semanais) de cuidado entre os
trabalhadores, cuidando de quem cuida: meditação, reiki, deeksha,
estimulação neural, body talk, thetahealing, dança, auriculoterapia,
acupuntura e atividade física, são exemplos de práticas que auxiliam o
fortalecimento das relações entre os trabalhadores.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 23


Projeto Cuida APS

Ferramentas de gestão

O Colegiado Gestor e o Processo Circular são ferramentas de gestão que visam


facilitar as discussões, pactuações e resoluções necessárias que surgem no cotidiano do
processo de trabalho em saúde.

Aposta-se em uma gestão colegiada que possibilite a construção de um ambiente


organizacional, que incentive os profissionais a terem um agir com comprometimento,
responsabilização e protagonismo na busca de resoluções e de melhorias do seu
processo de trabalho, cujo princípio é a melhoria da qualidade do cuidado em saúde.

O colegiado gestor deve ser:

[…] um espaço de discussão e pactuação, composto por um grupo


de profissionais que representam todas as categorias/equipes que
compõe a Unidade de Saúde, escolhidos por seus pares que, juntamente
com o Gerente da unidade, se reúnem com periodicidade pré-
determinada, com pauta preparada antecipadamente ou extraordinária
quando se fizer necessário, com o objetivo de discutir e deliberar sobre os
problemas relativos à unidade, sob sua governabilidade, para exercer o
gerenciamento participativo e democrático, a pactuação e
responsabilização pelas decisões tomadas (p.2)5.

Mas, como iniciar um colegiado gestor? O que é necessário para sua


organização?

• Seleção dos membros do colegiado: deve ter a representação de cada


categoria profissional existente na unidade de saúde.

• Frequência das reuniões: deve ser acordada entre os membros do colegiado,


podendo ser semanal, quinzenal ou mensal, de acordo com a necessidade e
temas a serem trabalhados.

• Duração das reuniões: deve ser no máximo de 1 hora.

• Pauta da reunião: pode ser definida previamente.

• Registro das reuniões: deve ser feito em livro ata ou digitado diretamente no
computador, de forma que tenha um registro permanente.

• Metodologia: a partir do tema/problema a ser trabalhado/discutido deve ser


feito um planejamento em forma de plano de ação para sistematizar as ações
de enfrentamento dos problemas; e para cada ação deve ser nomeado um
responsável, os participantes (quem participa), a descrição da ação (como será
feita), prazo, recursos necessários, observações e monitoramento a cada
encontro.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 24


Projeto Cuida APS

O Quadro 8 apresenta um exemplo de planilha que pode ser adotado e adaptado


para elaboração de um plano de ação.

Quadro 8. Plano de Ação

Quem
Ação Responsável Como Prazo Recursos Observações
participa

Fonte: PlanificaSUS (p.34)6.

Os Processos Circulares ou Círculos de Construção de Paz são reconhecidos


como uma prática restaurativa inscrita dentro de estratégias adotadas pela Justiça
Restaurativa, com base em saberes de comunidades indígenas, principalmente do
Sudeste Asiático e do Canadá. Como uma potente ferramenta de abordagem e resolução
de conflitos, auxilia a trabalhar valores humanos essenciais como: participação, respeito,
responsabilidade, honestidade, comprometimento, empoderamento e solidariedade,
assim como restaurar relações afetadas pelo conflito; construir relacionamentos e
fortalecer a singularidade de cada um7.

Fonte: Imagem – Ser Gestor. Governança na saúde. Conasems©.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 25


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Elementos fundamentais dos Processos Circulares ou Círculos de Paz:

• Cerimônias de abertura e encerramento

O organizador do Círculo (facilitador) deve fazer a abertura e o


encerramento. A cerimônia de abertura é um momento de acolher os participantes
e deve ser feita alguma dinâmica breve de integração. Deve-se explicar sobre o
“bastão da fala”, que será apresentado a seguir. Na cerimônia de encerramento,
deve-se pontuar, reforçar com o grupo o processo de discussão, o aprendizado
conjunto e as conclusões do círculo ou da roda referente ao tema discutido ou
trabalhado. As cerimônias de abertura e encerramento podem ser uma simples e
breve conversa, por exemplo: a leitura de um poema, de um texto, a escuta de uma
música, a visualização de um pequeno vídeo ou uma prática corporal como a dança
circular8.

• Bastão da fala

O bastão ou a peça da fala é fundamental, já que organiza e disciplina a fala


do grupo, permitindo e dando poder de fala a todos, com o objetivo de estimular
aqueles que pouco falam a se expressar, além de propiciar o exercício de escuta
àqueles que muito falam. Preferencialmente, deve ser uma peça escolhida pelo
grupo, que tenha um significado importante para todos, mas pode ser qualquer
objeto8.

• Guardião ou facilitador

É a pessoa que coordena os debates,


quem fará as perguntas para estimular o
diálogo e manter o foco sobre o tema
motivador do círculo. É importante ressaltar
que, no Círculo, o facilitador/coordenador não
é neutro, ao contrário dos outros processos de
resolução de conflitos, pois ele participa das
discussões e contribui com suas percepções8.

• Processo decisório consensual Fonte: Imagem – Shutterstock©.

A construção do consenso é o ponto-chave do processo, embora mais


trabalhoso, já que exige maior tempo para o aprofundamento do diálogo e da
reflexão a partir das expressões individuais. As decisões consensuais conferem
pertencimento na resolução da questão a todos os participantes8.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 26


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Como fazer um processo circular:

1. Adequação

Verificar se o processo circular é o tipo de processo adequado para a


abordagem do tema em questão. É preciso levar em conta que as pessoas devem
estar abertas a aceitar diferentes perspectivas sobre o que será discutido e
trabalhado coletivamente8.

2. Preparação

Convidar os profissionais para o círculo, explicando brevemente como será o


funcionamento do processo circular. Caso o proponente seja o único a conhecer o
processo, este deverá assumir o papel de guardião ou facilitador. Preparar as
perguntas disparadoras sobre o tema/problema a ser discutido e definir dia, horário
e tempo suficiente para o encontro. Recomenda-se um limite máximo de 40
participantes, preferencialmente até 30 pessoas, para não dispersar e perder o foco
da discussão. Definir o que será o bastão da fala, se for o caso, a peça central para o
meio do círculo. Também deverão ser preparadas as cerimônias de abertura e
encerramento8.

3. Encontro

No dia do encontro, arrumar o espaço físico (cadeiras ou almofadas em roda e


a peça central com o bastão da fala). O círculo deverá ser iniciado pela cerimônia de
abertura, quando todos deverão se apresentar, em seguida, pode ser utilizado um
poema, uma música, vídeo etc., que possa sensibilizar os profissionais com o tema a
ser discutido ou para convidá-los à reflexão, proporcionando leveza e integração.
Promover então os esclarecimentos iniciais, expondo os objetivos do círculo e a
função do bastão da fala. A partir das perguntas pré-selecionadas sobre o tema a ser
discutido, solicitar aos participantes a manifestarem pensamentos e sentimentos
sobre o tema.

O bastão, então, deve passar de mão em mão, em sentido horário ou não


(decidir no início qual será o sentido adotado), mas sempre em círculo, não podendo
cruzá-lo nem pular pessoas. O participante que não quiser falar deve passar o bastão
em silêncio. Quem está com o bastão tem o direito da fala e de se expressar, e todos
os demais o escutarão atentamente, sem interrupções. Apenas o facilitador, poderá,
se necessário, fazer intervenções sem o bastão de fala, para organizar o diálogo. A
duração do círculo deve ser pactuada no início do encontro e dependerá do tema e
da quantidade de pessoas, lembrando que não deve ser muito demorado, para não
causar dispersão. Antes de terminar, propor uma rodada de avaliação que será
seguida pelo encerramento8.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 27


Projeto Cuida APS

4. Acompanhamento

Soluções, propostas, sugestões, encaminhamentos ou pactuações que surgirem


no círculo deverão ser monitoradas e, quando não realizadas/executadas, deverão
ser repactuadas, se for o caso, em novo círculo8.

Pensando Fora da Caixa


Pode e devem ser utilizadas ferramentas de comunicação como
grupos de Whatsapp, e-mail institucional das equipes de trabalho,
lista de contatos disponível de forma online da rede de atenção à
saúde, de instituições e serviços do território da UBS, para que todos
os profissionais tenham acesso fácil, por exemplo, caderno de
recursos do território, planilhas compartilhadas no Google Drive com
os protocolos/formulários para acesso rápido e fácil pela equipe.

Fonte: Imagem – Ser Gestor. Governança na saúde. Conasems©.

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Considerações Finais

Gerenciar pessoas e processos de trabalho na Atenção Primária à Saúde requer


conhecer primeiramente quais são as atribuições e competências esperadas de cada
profissional envolvido no cuidado em saúde.

Ter um agir empático e proativo diante dos desafios que aparecem no cotidiano
das Unidades Básicas de Saúde é necessário, assim como, é igualmente importante
repensar nossa prática diária de como se comunicar e estimular que o outro profissional
desenvolva o seu potencial humano e técnico nas relações interpessoais e
multiprofissionais em prol de um objetivo comum.

Prover uma assistência em saúde de forma resolutiva, prática, dialogada,


construtiva, afetuosa, gentil, enfim, humana, deve ser nossa meta. Cuidar de quem cuida
é um caminho necessário para cuidarmos com excelência da população que assistimos.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 29


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Referências

1. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova


a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes
para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2017 [acesso em 4 jan 2022]. Disponível
em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html

2. Piancastelli CH, Faria HP, Silveira MR. O trabalho em equipe. Organização do


cuidado a partir de problemas: Uma alternativa metodológica para a atuação
da equipe de saúde da família. Texto de Apoio da Unidade Didática I.
Sequência da Atividade I. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde /
Representação do Brasil, 2000. [acesso em 4 fev 2022]. Disponível em:
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1950.pdf

3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. A melhoria contínua da qualidade na atenção primária à
saúde: conceitos, métodos e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde; 2010
[acesso em 4 jan 2022]. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/MCQ_2010.pdf

4. Pessôa LR, Santos EHA, Torres KRBO, organizadores. Franco CM, Santos SA,
Salgado MF, autores. Manual do gerente: desafios da média gerência na saúde.
Rio de Janeiro: ENSP; 2011.

5. Guimarães SB. Planifica SUS: Colegiado Gestor como estratégia de promover


mudanças. [Internet]. Texto elaborado como contribuição para discussão do
tema com o Colegiado de Gerentes da GERASA-Norte. Belo Horizonte, 2003.
[acesso em 4 fev 2022]. Disponível em: https://planificasus.com.br/arquivo-
download.php?hash=4112a2699d2cb97e7856680e2b36b44a4f70a49b

6. Brasil. Ministério da Saúde. Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert


Einstein. Planifica SUS: Guia para Oficinas Tutoriais. v. 1. Versão Preliminar. São
Paulo: Hospital Albert Einstein; Ministério da Saúde; 2020 [acesso em 4 mar
2022]. Disponível em: https://planificasus.com.br/arquivo-
download.php?hash=88fa06ab2b0f1e569180df65e630ab6bfafee777

Aula 10 - Gestão de Pessoas 30


Projeto Cuida APS

7. Gouvêa MV, Casotti E. Processo Circular: avaliação no cotidiano da gerência de


Unidades Básicas de Saúde. Saúde debate. Dez 2019 [acesso em 4 fev
2022];43(spe6):59-69. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/sdeb/a/jqwGd94qC3WLkrH6kchvpJR/?lang=pt

8. Abrahão AL, Franco CM, organizadores. Curso de Aperfeiçoamento em


Gerência de Unidades Básicas de Saúde, Gestão da Clínica e do Cuidado.
Niterói: CEAD-UFF, 2016.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 31


Projeto Cuida APS

A Autora

Analaura Ribeiro Pereira

Graduada em Nutrição pela Universidade do Estado do Rio de


Janeiro em 2006, com Especialização Multiprofissional em Saúde
da Família na ENSP/FIOCRUZ (2007/2009), Mestrado Profissional
em Atenção Primária à Saúde da UFRJ (2020). Atuou como
gerente de Unidade de Atenção Primária à Saúde na Ilha do
Governador em 2010 e, posteriormente, foi assessora de
Educação Permanente em Saúde, atuando na qualificação dos
profissionais com o Curso Introdutório e na assessoria técnica de
unidades de Atenção Primária à Saúde do Município do Rio de
Janeiro. Em anos posteriores, atuou na gerência da unidade de
Atenção Primária à Saúde no Jardim América e na Clínica da
Família no Complexo do Alemão e na Ilha do Governador, ainda
no município do Rio de Janeiro. Foi professora preceptora da
Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio
(EPSJV/FIOCRUZ) na orientação dos trabalhos de conclusão do
Curso Técnico de Agente Comunitário de Saúde. Atua como
referência regional para o Projeto Mais Médicos para o Brasil,
CGPROP/Ministério da Saúde.

Aula 10 - Gestão de Pessoas 32


Projeto Cuida APS

Este material integra a coleção de e-books do Curso de Extensão “Gestão dos Serviços da
APS e o Monitoramento do Cuidado das Pessoas com Condições Crônicas”. O curso faz
parte do conjunto de ofertas do Projeto Cuida APS: cuidado das pessoas com doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT), iniciativa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) em
parceria com o Ministério da Saúde (MS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde (CONASEMS), estabelecida por meio do Programa PROADI-SUS, para o triênio de
2021-2023.

O curso teve elaboração e produção de seus materiais educacionais iniciada em 2021 e se


estendeu até a abertura da primeira oferta do curso, ocorrida entre julho de 2022 e janeiro
de 2023. Portanto, os referenciais técnico-políticos estiveram em consonância com o seu
momento de produção. Uma segunda oferta do curso foi realizada no período de junho a
novembro de 2023.

Os recursos gráficos e educacionais e a linguagem abordada foram escolhidos para atender


às necessidades formativas do público do curso. Todos os textos, imagens, vídeos e outros
materiais são protegidos por direitos autorais e outros direitos. O direito de propriedade dos
materiais é do Ministério da Saúde e poderão ser utilizados apenas para fins de forma
gratuita, condicionada à citação do autor, conforme licença Creative Commons.

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