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SUMÁRIO:
Observações:
1. As deliberações reunidas neste trabalho foram selecionadas em material disponibilizado no
MS/Teams, na equipe “Corregedores Regionais”, pelo Delegado Dr. César de Freitas Xavier,
Coordenador-Geral de Polícia Judiciária (CGPJ/COGER/PF). Os enunciados, por sua vez, foram
selecionados no site do MPF.
2. A seleção levou em conta o que interessa à Polícia Federal no estado de Minas Gerais.
3. As ementas contidas nas caixas destacas e nos itens do sumário não compõem o texto das
deliberações e enunciados da 2ª CCR/MPF. Foram elaboradas apenas para facilitar o manuseio e
consulta neste trabalho.
En. 97 – CRIME CONTRA INSTITUIÇÃO PRIVADA DE ENSINO SUPERIOR OU DIPLOMA FALSO – ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
En. 91 – FALSA DECLARAÇÃO DE ATIVIDADE RURAL PARA OBTER BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – ATIPICIDADE –
LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ, SE OCORRER NO PROCESSO JUDICIAL.
En. 87 – BANCO POSTAL – SE NÃO HOUVER PREJUÍZO AO SERVIÇO POSTAL, NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
En. 86 – ARMA DE FOGO – POSSE, PORTE OU COMÉRCIO ILEGAL – NÃO É ATRIBUÇÃO FEDERAL.
En. 84 – CRIME PRATICADO CONTRA PATRIMÔNIO DE PARTICULAR – PELA INTERNET – NÃO É ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.
En. 82 – NEGOCIAÇÃO IRREGULAR DE IMÓVEL FINANCIADO PELO MINHA CASA MINHA VIDA – ESTELIONATO
CONTRA PARTICULAR – NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
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En. 81 – DOAÇÃO PARA CAMPANHA ELEITORAL POR DESEMEPREGADO OU BENEFICIÁRIO DO BOLSA FAMÍLIA –
MATERIALIDADE INSUFICIENTE – VALOR MENOR QUE 10% DO LIMITE DE ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA OU SE
FOR EM DOAÇÃO DE BEM OU SERVIÇO PRESTADO.
En. 73 – RÁDIO CLANDESTINA – BAIXA POTÊNCIA E COBERTURA RESTRITA (POTÊNCIA ATÉ 25WATTS E SISTEMA
IRRADIANTE ATÉ 30 METROS) – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO A TELECOMUNICAÇÕES REGULARES – INSIGNIFICÂNCIA.
En. 68 – PÓS ÓBITO – A) SAQUES POR CAARTÃO MAGNÉTICO; B) NÃO TIVER OCORRIDO RENOVAÇÃO DE SENHA; C)
INEXISTÊNCIA DE PROCURADOR OU REPRESENTANTE LEGAL CADASTRADO NA DATA DO ÓBITO; D) AUSÊNCIA DE
REGISTRO VISUAL - ESGOTAMENTO DAS DILIGÊNMCAS INVESTIGATÓRIAS – ARQUIVAMENTO.
En. 59 – TRANSPORTE DE COMBUSTÍVEL SEM LICENÇA VÁLIDA – NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL, SALVO SE HOUVER
TRANSNACIONALIDADE.
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En. 56 - TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS POR VIA POSTAL – ATRIBUIÇÃO: 1) NO CASO DE IMPORTAÇÃO:
LOCAL DO DESTINO DA DROGA (DOMICÍLIO DO INVESTIGADO); 2) NO CASO DE EXPORTAÇÃO: LOCAL DA
POSTAGEM.
En. 51 – CRIME CONTRA A HONRA – ENTRE PARTICULARES – PELA INTERNET – NÃO É ATRIBUÇÃO FEDERAL.
En. 50 – FATO DA CONDUTA TER SIDO PRATICADA PELA INTERNET NÃO ATRAI ATRIBUÇÃO FEDERAL.
En. 49 – DESCAMINHO E CRIMES TRIBUTÁRIOS FEDERAIS – INSIGNIFICÂNCIA – VALOR DO DÉBITO MENOR OU IGUAL
A R$ 20.000,00 – RESSALVADA A REITERAÇÃO NA MESMA MODALIDADE CRIMINOSA NO PERÍODO DE 5 ANOS.
En. 47 - CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL – A BORDO DE NAVIO OU AERONAVE – ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
En. 45 – POLUIÇÃO (ART. 60, LEI 9605/98) – ATRIBUIÇÃO FEDERAL, SE EM ÁREA PERTENCENTE OU PROTEGIDA PELA
UNIÃO.
En. 44 – CAÇA (ART. 29, LEI 9605/98) – ATRIBUIÇÃO FEDERAL, SE EM ÁREA PERTENCENTE OU PROTEGIDA PELA
UNIÃO.
En. 43 – CRIME CONTRA A FLORA (LEI 9605/98) – ATRIBUIÇÃO FEDERAL, SE EM ÁREA PERTENCENTE OU PROTEGIDA
PELA UNIÃO.
En. 42 – ATO INFRACIONAL – MESMO QUE EM DETRIMENTO DA UNIÃO – NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
En. 39 – TRANSPORTE DE MADEIRA SEM A DEVIDA GUIA (ART. 46, LEI 9605/98) – ATRIBUIÇÃO FEDERAL, SE EM
ÁREA PERTENCENTE OU PROTEGIDA PELA UNIÃO.
En. 30 – PESCA PROIBIDA – RIO FEDERAL, MAR TERRITORIAL, ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA OU PLATAFORMA
CONTINENTAL – ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
En. 27 – CRIMES DO ART. 297, §§ 3º E 4º, CPB – OFENSA À PREVIDÊNCIA SOCIAL – ATRIBUÇÃO FEDERAL.
En. 26 - OMISSÃO DE ANOTAÇÃO NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL (CTPS) – NÃO CONFIGURA
CRIME DE FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO DO ART. 297, § 4º, CPB.
En. 14 – REQUISIÇÃO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO E DEVOLUÇÃO COM PRAZO – PROCURADOR DEVE INDICAR
DILIGÊNCIAS.
En. 06 – DELEGADO DE POLÍCIA NÃO PODE INSTAURAR INQUÉRITO PARA INVESTIGAR CONDUTA CRIMINOSA DE
MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
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En. 04 – JUIZ DO TRABALHO – NÃO PODE EXPEDIR ORDEM DE PRISÃO – NÃO PODE REQUISITAR AUXÍLIO POLICIAL
PARA CUMPRIMENTO DE ORDEM DE PRISÃO POR ELE EXPEDIDA.
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25. AGIOTAGEM – CRIME CONTRA A ECONOMIA POPULAR – COMPETÊNCIA ESTADUAL SÚMULA 498 STF.
26. ESTELIONATO CONTRA O PARTICULAR – USO DE SÍMBOLO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL EM
DOCUMENTO FALSO – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.
27. ESTELIONATO CONTRA O PARTICULAR – EMPRÉSTIMO CONSIGNADO – DESCONTO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.
28. NEGOCIAÇÃO DE IMÓVEIS ENTRE PARTICULARES – ASSENTAMENTO DO INCRA – ATIPICIDADE DA
CONDUTA.
29. ROUBO A AGÊNCIA DOS CORREIOS – BANCO POSTAL – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.
30. SIMPLES OMISSÃO DE ANOTAÇÃO NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL (CTPS) NÃO
CONFIGURA, POR SI SÓ, O CRIME DE FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO (ART. 297, § 4º, DO CP)
31. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO DE 60 DIAS PARA TRANSFERÊNCIA DE ARMA OU ENTREGA À POLÍCIA FEDERAL
– TRANSFERÊNCIA OCORRIDA DEPOIS DO PRAZO – NÃO HÁ CRIME DE DESOBEDIÊNCIA.
32. PEQUENO PROVEDOR DE INTERNET – ATÉ 5 MIL CLIENTES E USO DE EQUIPAMENTOS DE RADIAÇÃO
RESTRITA – DISPENSA DE AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO – AUSÊNCIA DE INTERFERÊNCIA RADIOELÉTRICA –
ATIPICIDADE DA CONDUTA.
33. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - RECUSA EM CUMPRIR AS DILIGÊNCIAS REQUISITADAS PELO MPF NO
BOJO DE INQUÉRITO POLICIAL - ATIPICIDADE DA CONDUTA CRIMINAL - AUSÊNCIA DE ATO DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
34. SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – INSIGNIFICÂNCIA – VALOR NÃO INCLUI JUROS E
MULTA.
35. ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO – USO DE DECLARAÇÃO PARTICULAR DE ATIVIDADE RURAL
IDEOLOGICAMENTE FALSA EM PROCESSO JUDICIAL – FRAUDE PASSÍVEL DE DESCOBERTA NO CURSO DO
PROCESSO – DESLEALDADE PROCESSUAL A SER RESOLVIDA PELAS REGRAS DO CPC (LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
E MULTA) E PUNIÇÃO DISCIPLINAR PELO ESTATUTO DA OAB – FALTA DE JUSTA CAUSA PARA PERSECUÇÃO
PENAL.
36. PÓS ÓBITO – VALOR SUPERIOR AO PISO PARA AJUIZAMENTO DE AÇÕES DE RESSARCIMENTO AO INSS –
NÃO SE APLICA O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
37. PÓS ÓBITO – INVESTIGADOS ASSUMEM A REALIZAÇÃO DO SAQUE – ALEGAÇÃO DE CUSTEIO DE DESPESAS
COM CIRURGIA DA SEGURADA, POUCO ANTES DO ÓBITO - QUANTIA SACADA É INFERIOR AO PISO
MÍNIMO PARA O AJUIZAMENTO DE AÇÕES DE RESSARCIMENTO AO INSS – ARQUIVAMENTO.
38. PÓS ÓBITO – VALOR MENOR QUE PISO MÍNIMO PARA O AJUIZAMENTO DE AÇÕES DE RESSARCIMENTO
AO INSS (R$ 10.000,00) – INSIGNIFICÂNCIA.
39. RECEBIMENTO DE SEGURO-DESEMPREGO EM CONCOMITÂNCIA COM EXERCÍCIO DE ATIVIDADE LABORAL
– PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO (DIARISTA) E COM CARÁTER ESPORÁDICO –
AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA A PERSECUÇÃO PENAL.
40. INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO (ART. 154-A CP) – MESMO QUE O ENVIO DE VÍRUS DE
COMPUTADOR OCORRA COM UTILIZAÇÃO DE E-MAIL SUPOSTAMENTE PERTENCENTE A ÓRGÃO FEDERAL
– ILÍCITO PERPETRADO CONTRA O PARTICULAR – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.
41. REPASSE DE RECURSO PÚBLICO FEDERAL NÃO DEFINE A FORMA EM QUE O SERVIÇO SERÁ PRESTADO,
CUJA COMPETÊNCIA É DOS GESTORES LOCAIS E ESTADUAIS.
42. INDÍGENA – COMPETÊNCIA FEDERAL SE JUSTIFICA QUANDO VERSA DISPUTA SOBRE DIREITOS INDÍGENAS,
INCLUINDO AS MATÉRIAS REFERENTES À ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS ÍNDIOS, SEUS COSTUMES, LÍNGUAS,
CRENÇAS E TRADIÇÕES, BEM COMO OS DIREITOS SOBRE AS TERRAS QUE TRADICIONALMENTE OCUPAM.
43. DESCONTO NÃO AUTORIZADO DE VALORES DESTINADOS A SINDICATO – CONDUTA PRATICADA POR
ENTIDADE PRIVADA EM PREJUÍZO DE PARTICULAR – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
44. CRIME CONTRA A FLORA – DOF – PROMETHEUS.
45. CRIME CONTRA A FLORA – DESPAMATAMENTO – FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO
PENAL – ARQUIVAMENTO.
46. CRIME CONTRA A FAUNA – PASSERIFORMES – FRAUDES NO SISPASS – FRAGMENTARIEDADE E
SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL.
47. SAQUE FRAUDULENTO DE PARCELA DO SEGURO-DESEMPREGO – AUSÊNCIA DE ELEMENTOS MÍNIMOS DA
AUTORIA E DA MATERIALIDADE DELITIVA E INEXISTÊNCIA DE DILIGÊNCIAS CAPAZES DE MODIFICAR O
PANORAMA PROBATÓRIO ATUAL – ARQUIVAMENTO.
48. PRONAF – DESVIO DE FINALIDADE DE FINANCIAMENTO – INEXISTÊNCIA DE FRAUDE – DESCUMPRIMENTO
DE CLÁUSULA CONTRATUAL – ARQUIVAMENTO.
49. NARRATIVA MANIFESTAMENTE DESCONEXA - FATOS RELATADOS DE FORMA VAGA E GENÉRICA,
DESACOMPANHADOS DE ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO CAPAZES DE POSSIBILITAR UMA INVESTIGAÇÃO
IDÔNEA - INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS MÍNIMOS QUE JUSTIFIQUEM O PROSSEGUIMENTO DA
PERSECUÇÃO PENAL.
50. PROPOSTA DE VENDA DE NOTAS FALSAS ATRAVÉS DO FACEBOOK - INDICADO UM NÚMERO DE CELULAR
PARA CONTATO - PROJETO PROMETHEUS.
51. TERCEIRO DESCONHECIDO E NÃO AUTORIZADO QUE APRESENT DECLARAÇÕES DE IMPOSTO DE RENDA
PESSOA FÍSICA - RECEITA FEDERAL INFORMA QUE FOI DEFERIDO O PEDIDO DO CONTRIBUINTE PARA O
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CANCELAMENTO DAS REFERIDAS DIRF - MEIO PARA A PRÁTICA DE UM POSTERIOR ESTELIONATO CONTRA
O PARTICULAR – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
52. DESOBEDECER ORDEM JUDICIAL, DEIXANDO DE ENTREGAR VEÍCULO, QUE HAVIA SIDO OBJETO DE
PENHORA – NÃO HÁ CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA – NÃO HÁ CRIME DE DESOBEDIÊNCIA – FRAUDE À
EXECUÇÃO É DE AÇÃO PRIVADA - ENUNCIADO Nº 61 DA 2ª CCR - FALTA DE JUSTA CAUSA PARA
PROSSEGUIR NA PERSECUÇÃO PENAL.
53. FURTO - DEMORA DE CINCO DIAS PARA O ACIONAMENTO DA POLÍCIA FEDERAL, IMPOSSIBILITANDO A
REALIZAÇÃO DE EFICAZ PERÍCIA – AUSÊNCIA DE CÂMERAS E DE TESTEMUNHAS - INEXISTÊNCIA DE
ELEMENTOS A FORMAR LINHA INVESTIGATIVA – ARQUIVAMENTO.
54. MINHA CASA MINHA VIDA – VENDA DO IMÓVEL FINANCIADO PELO PROGRAMA - PASSÍVEL DE MEDIDAS
ADMINISTRATIVAS PELA CAIXA - CRIME DE ESTELIONATO E NÃO DA LEI 7492/86 - INEXISTÊNCIA DE LESÃO
DIRETA A BENS, SERVIÇOS E INTERESSES DA UNIÃO OU DE SUAS ENTIDADES.
55. RIF/UIF - DILIGÊNCIAS, NÃO FORAM ENCONTRADOS ELEMENTOS QUE APONTEM PARA ATOS QUE
OFENDAM BENS, SERVIÇOS OU INTERESSE DA UNIÃO OU DE SUAS ENTIDADES – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.
56. FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA – STF: O SIMPLES FATO DE HAVER O
DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TRABALHISTAS, AINDA QUE EXPRESSIVO O NÚMERO DE
TRABALHADORES, NÃO DESLOCA COMPETÊNCIA PARA JUSTIÇA FEDERAL.
57. PÁSSARO SILVESTRE – CATIVEIRO – ESPÉCIMES QUE NÃO FIGURAM NA LISTA DE AMEÇADOS DE EXTINÇÃO
– ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.
58. DESMATAMENTO – FLORESTA NACIONAL – FRAGMENTARIDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL –
ARQUIVAMENTO.
59. ADVOGADO – REVOGAÇÃO DE PROCURAÇÃO DE ADVOGADO ANTERIOR, SEM INFORMAÇÃO DO CLIENTE
– INFRAÇÃO DISCIPLINAR – NÃO HÁ CRIME.
60. QUEIMADA – MATA ATLÂNTICA – SE NÃO ATINGIR BEM OU INTERESSE DA UNIÃO, NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.
61. ESTELIONATO – AUTOR QUE SE PASSA POR SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL PARA ENGANAR A VÍTIMA E
OBTER A VANTAGEM INDEVIDA – PREJUÍZO AO PARTICULAR – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
62. ESTELIONATO - OFERTA DE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FACULDADE PARTICULAR INEXISTENTE –
CRIME PRATICADO CONTRA PARTICULARES – NÃO Á ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
63. ESTELIONATO – FALSIFICAÇÃO E VENDA DE DIPLOMAS DE CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO
PELA INTERNET DE INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE ENSINO – NÃO UTILIZAÇÃO PERANTE ÓRGÃO FEDERAL –
NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.
64. REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO - ENVOLVIDOS ESTAVAM NAQUELAS CIRCUNSTÂNCIAS
DE FORMA CONSCIENTE, VOLUNTÁRIA E INDEPENDENTE – DELITO NÃO CONFIGURADO.
65. MOEDA FALSA – VIA POSTAL – ESGOTAMENTO DAS DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS RAZOAVELMENTE
EXIGÍVEIS E INEXISTÊNCIA DE LINHA INVESTIGATÓRIA POTENCIALMENTE IDÔNEA – ARQUIVAMENTO.
66. NOTÍCIA DE CRIME ANÔNIMA – MANIFESTAÇÃO DESACOMPANHADA DE ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO
QUE JUSTIFIQUEM O INÍCIO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL – ARQUIVAMENTO.
67. USO INDEVIDO DO LOGOTIPO DO IBAMA EM SITE DE EMPRESA PRIVADA - OBJETIVO DE INFORMAR QUE
PRESTAVA SERVIÇOS TÉCNICOS NA ÁREA AMBIENTAL JUNTO AO IBAMA - AUSÊNCIA DE DOLO.
68. INVASÃO DE TERRAS DA UNIÃO – CORRETORA DE IMÓVEIS QUE NEGOCIAVA TERRENOS DE PROPRIEDADE
DA UNIÃO PARA PARTICULARES - CONDUTA MELHOR SE ADÉQUA AO TIPO PENAL DE DISPOSIÇÃO ALHEIA
COMO PRÓPRIA (CP, ART. 171, §2º, I) - NÃO ATENTA CONTRA O PATRIMÔNIO DA UNIÃO – NÃO HÁ
ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
69. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – EXIGE LASTRO PROBATÓRIO MÍNIMO, NO SENTIDO DE DEMONSTRAR QUE A
INSTAURAÇÃO DE INVESTIGAÇÃO POLICIAL, PROCESSO JUDICIAL, INVESTIGAÇÃO ADMINISTRATIVA,
INQUÉRITO CIVIL OU AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA TEVE POR ÚNICA MOTIVAÇÃO O
INTERESSE DE ATRIBUIR CRIME A UMA PESSOA QUE SE SABE SER INOCENTE.
70. AMEAÇA – BENEFICIÁRIO DO INSS – EXIGE QUE A VÍTIMA SEJA SUJEITO DETERMINADO.
71. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - DEVOLUÇÃO INDEVIDA DE APARELHOS CELULARES APREENDIDOS –
RECOMENDAÇÃO PARA QUE SEJA SEMPRE OPORTUNIZADA A MANIFESTAÇÃO DO MPF ANTES DE
QUALQUER RESTITUIÇÃO DE MATERIAIS APREENDIDOS.
72. CONFLITO DE ATRIBUIÇÃO RESOLVIDO PELO CRITÉRIO DA UTILIDADE, EFICIÊNCIA E EFETIVIDADE DA
PERSECUÇÃO PENAL – LOCAL EM QUE A COLHEITA DE PROVA É MAIS FACILITADA (COMO JÁ ENTENDEU A
COGER/PF, NO PARECER 15/2020-DELP/COGER/PF) – HÁ ENUNCIADO 95 DA 2ª CCR
73. RÁDIO COMUNITÁRIA SEM AUTORIZAÇÃO – EQUIPAMENTO DE REDUZIDA POTÊNCIA - NÃO HOUVE
REGISTRO DE INTERFERÊNCIA PREJUDICIAL – NÃO HÁ LESÃO AO BEM JURÍDICO TUTELADO –
INSIGNIFICÂNCIA.
74. PESCA - MULTA ADMINISTRATIVA – FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL.
75. PEDOFILIA - CRIME PRATICADO EM LOCAL DE ACESSO RESTRITO AOS PARTICIPANTES DA CONVERSA - O
FATO DE O CRIME SER COMETIDO POR MEIO DA INTERNET NÃO É SUFICIENTE PARA FIRMAR A
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL, SENDO NECESSÁRIAS A PROVA DA TRANSNACIONALIDADE DA
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CONDUTA E A EXISTÊNCIA DE TRATADO OU CONVENÇÃO INTERNACIONAL (CF, ART. 109, V) - EXISTÊNCIA
DA CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS DA CRIANÇA DA QUAL O BRASIL É SIGNATÁRIO
(DECRETO 99.710/1990, ART. 1º) - AUSÊNCIA DA TRANSNACIONALIDADE DA CONDUTA NO CASO
CONCRETO – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
76. ESTELIONATO – CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – FRAUDE EM CONTAS BANCÁRIAS QUE ESTARIAM SENDO
UTILIZADAS PARA RECEBIMENTO DE DEPÓSITOS ORIUNDOS DE GOLPES TELEFÔNICOS - NÃO HOUVE
PREJUÍZO À EMPRESA PÚBLICA FEDERAL - A SIMPLES UTILIZAÇÃO DE CONTA-CORRENTE NA INSTITUIÇÃO
BANCÁRIA FEDERAL NÃO É SUFICIENTE PARA ATRAIR A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.
77. ESTELIONATO – GOLPE POR WHATSAPP – SOLICITAÇÃO DE TRANSFERÊNCIAS BANCÁRIAS COM
SIMULAÇÃO DE QUE O REQUERENTE É FAMILIAR OU AMIGO ÍNTIMO DA VÍTIMA – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.
78. RÁDIO CLANDESTINA – INSIGNIFICÂNCIA.
79. CRIPTOMOEDA – EMPRESA QUE SE APRESENTA COMO GESTORA DE CRITOATIVOS – CAPTAÇÃO
ESPECULATIVA DE INVESTIDORES – CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.
80. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA - SOMENTE SUBSISTE NO QUE DIZ RESPEITO AOS ATOS PRATICADOS NO
EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES COMO MEMBRO DA MISSÃO.
81. ESBULHO POSSESSÓRIO – STJ: AINDA QUE O CRIME DE ESBULHO POSSESSÓRIO TENHA OCORRIDO EM
ASSENTAMENTOS RURAIS ADMINISTRADOS PELO INCRA, TAIS FATOS DEVEM SER JULGADOS PELA JUSTIÇA
ESTADUAL.
82. FALSIFICAÇÃO E USO DE DOCUMENTO FALSO PELO PRÓPRIO AUTOR DA FALSIFICAÇÃO – AGENTE
RESPONDE APENAS PELA FALSIFICAÇÃO (ART. 297 DO CÓDIGO PENAL) - O USO CONFIGURA
POST FACTUM IMPUNÍVEL – CRIME DE USO DE DOCUMENTO FALSO RESTAR ABSORVIDO PELA
CONTRAFAÇÃO DE DOCUMENTO - NÃO SE APLICA SÚMULA 546 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA –
COMPETÊNCIA DEFINIDA EM FUNÇÃO DO ÓRGÃO EXPEDIDOR (NÃO DO ÓRGÃO A QUEM FOI
APRESENTADO).
83. ADVOGADO – CRÍTICAS AO JUIZ DA CAUSA - ANIMUS CRITICANDI E NARRANDI – PRERROGATIVAS E
LIBERDADE PROFISSIONAL DO ADVOGADO – NÃO HÁ CRIME CONTRA A HONRA.
84. NOTÍCIA DE POSSÍVEL CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA – RFB INFORMA QUE NÃO PODE FORNECER
INFORMAÇÕES ACERCA DOS FATOS NARRADOS, POIS ESTÃO SOB SIGILO - AUSÊNCIA DE CONDIÇÃO DE
PROCEDIBILIDADE – ARQUIVAMENTO.
85. DESCAMINHO – INSIGNIFICÂNCIA - REITERAÇÃO DA CONDUTA ILÍCITA OBSTA A INCIDÊNCIA DA TESE DA
BAGATELA - ENUNCIADO Nº 49 DESTA 2ª CCR.
86. ROUBO – DECURSO DE TEMPO QUE INVIABILIZA INVESTIGAÇÃO – ARQUIVAMENTO.
87. APROPRIAÇÃO INDÉBITA – ADMINISTRADOR DE CASA LOTÉRICA – UTILIZAÇÃO DE RECURSOS QUE
DEVERIAM TER SIDO REPASSADOS À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – LOTÉRICA EM DIFICULDADES
FINANCEIRAS – ADMINISTRADOR QUE PROCURA A CAIXA PARA PROPOR O PAGAMENTO PARCELADO DA
DÍVIDA – AUSÊNCIA DE DOLO – FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL.
88. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO - AUSÊNCIA DE RENOVAÇÃO DE REGISTRO -
ILÍCITO ADMINISTRATIVO – FATO ATÍPICO.
89. IRREGULARIDADES NA PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAMPANHA DE CANDIDATO (NÃO ELEITO) PARA O
CARGO DEPUTADO ESTADUAL – CONTAS DESAPROVADAS PELA JUSTIÇA ELEITORAL – REJEIÇÃO DAS
CONTAS, POR SI SÓ, NÃO BASTA PARA EVIDENCIAR CRIME ELEITORAL.
90. MINHA CASA MINHA VIDA – USO DE DOCUMENTO FALSO (COMPROVANTE DE RENDA) PARA OBTENÇÃO
DO FINANCIAMENTO – DOCUMENTO ENTREGUE A CORRESPONDENTE IMOBILIÁRIO QUE, CRENDO NA
SUA VERACIDADE, ABRIU CADASTRO AO QUAL A CAIXA TERIA ACESSO – INEXISTÊNCIA DE CONTRATO OU
CADASTRO PERANTE A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – ESTELIONATO CONTRA PARTICULAR.
91. FRAUDE NA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE APOSENTADORIA POR IDADE – SUSPEITA DE
NÃO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL - DESAPARECIMENTO DOS AUTOS DE SEU PROCESSO CONCESSÓRIO
– INEXISTÊNCIA DE DILIGÊNCIAS ÚTEIS PARA A COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE DOS DELITOS –
ARQUIVAMENTO.
92. ABUSO DE AUTORIDADE – DANO – INVASÃO DE TERRAS DA UNIÃO - REGULAR EXERCÍCIO DO PODER
POLÍCIA - DERRUBADA DE UMA CASA DE TAIPA E DESPEJO.
93. REQUISIÇÃO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL – LAVAGEM DE DINHEIRO – REQUISIÇÃO
BASEADA EM PRESUNÇÃO DE CRIME ANTECEDENTE – AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA.
94. RÁDIO CLANDESTINA – PROVA DE QUE INVESTIGADO JÁ HAVIA PROTOCOLADO PEDIDO DE
REGULARIZAÇÃO JUNTO AO MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES – AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA
PERSECUÇÃO PENAL – ARQUIVAMENTO.
95. ESTELIONATO CONTRA A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – PREJUÍZO MENOR QUE R$ 10.000,00 –
INSIGNIFICÂNCIA.
96. ESTELIONATO – ABERTURA DE CONTA NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL COM UTILIZAÇÃO DE
DOCUMENTOS FALSOS – CONTA USADA PARA RECEBIMENTO DE TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS
PROVENIENTES DE EMPRÉSTIMO CONTRATO EM BANCO PRIVADO – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.
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97. ESTELIONATO – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – AUTOR QUE, FAZENDO-SE PASSAR PELA VÍTIMA, CANCELA
CONTA BANCÁRIA E ABRE OUTRA NO BANCO DO BRASIL – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.
98. ESTELIONATO – GOLPE PRATICADO VIA SITE DE EMPRESA DE INVESTIMENTO SITUADA NO EXTERIOR –
PREJUÍZO DE PARTICULARES – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
99. ESTELIONATO – BOLETOS BANCÁRIOS FALSOS EMITIDOS POR MEIO DE SITE FALSO DA CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.
100. IMPOSTO DE RENDA – DEDUÇÃO DE FALSAS DESPESAS MÉDICAS E EDUCACIONAIS – VALOR MENOR QUE
R$ 20.000,00 (EXCLUÍDOS JUROS E MULTA) – INSIGNIFICÂNCIA – ARQUIVAMENTO.
101. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - NÃO INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL POR FALTA DE ATRIBUIÇÃO
FEDERAL – EQUÍVOCO NA DEFINIÇÃO DA ATRIBUIÇÃO - AUSÊNCIA DE IRREGULARIDADE.
102. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - RESTITUIÇÃO DE MIL DÓLARES APREENDIDOS COM FLAGRANTEADA
POR CRIME DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS – DISCRICIONARIEDADE DO DELEGADO – NÃO
CONFIGURA IMPROBIDADE.
103. PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS – SUPLEMENTOS ALIMENTARES SEM
REGISTRO NA ANVISA – COMERCIALIZAÇÃO INTERNA (SEM TRANSNACIONALIDADE) – NÃO HÁ
ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
104. LAVAGEM DE DINHEIRO – CRIME ANTECEDENTE DE COMPETÊNCIA ESTADUAL – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO
FEDERAL.
105. DESCONTOS NÃO AUTORIZADOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO PROMOVIDOS POR ASSOCIAÇÃO – NÃO
HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
106. ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO VEICULAR – ATUAÇÃO COMO SEGURADORA – SEM AUTORIZAÇÃO DA SUSEP
– CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (ART. 16 DA LEI 7.492/86).
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ENUNCIADOS DA 2ª CCR/MPF
Enunciado nº 97
É de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal de crimes praticados
contra o funcionamento de instituição privada de ensino superior ou na emissão de
certificado de conclusão de curso de graduação/pós-graduação.
Aprovado na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.
Enunciado nº 96
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de
apropriação de contribuição sindical (CP, art. 168), por não ofender diretamente bens,
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas.
Aprovado na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.
Enunciado nº 95
É da atribuição do membro do Ministério Público Federal oficiante no local do
domicílio do investigado a persecução penal dos crimes de contrabando e descaminho,
quando a importação irregular ocorrer via postal, ou seja, resultante de comércio
eletrônico, hipóteses diversas daquelas verificadas nos precedentes de 1994 e 1995
que motivaram a edição da Súmula nº 151 do STJ. (Para drogas e medicamentos pelo
correio, ver orientação nº 41).
Alterado na 184ª Sessão Virtual de Coordenação, de 09/06/2020.
Enunciado nº 94
Na importação irregular de combustível, mercadoria proibida que atrai a incidência do
crime de contrabando, previsto no art. 334-A do Código Penal, a pequena quantidade,
assim considerada até o limite de 250 litros, induz à mínima ofensividade da conduta,
à ausência de periculosidade da ação e o ínfimo grau de reprovabilidade do
comportamento, razões que comportam a aplicação do princípio da insignificância à
hipótese.
Aprovado na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.
Enunciado nº 93
Na importação de sementes de maconha, mercadoria proibida que atrai a incidência
do crime de contrabando, previsto no art. 334-A do Código Penal, a pequena
quantidade, assim considerada até o limite de 25 unidades, para o plantio destinado
ao consumo próprio, induz à mínima ofensividade da conduta, à ausência de
periculosidade da ação e o ínfimo grau de reprovabilidade do comportamento, razões
que comportam a aplicação do princípio da insignificância à hipótese.
Aprovado na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.
Enunciado nº 91
A falsa declaração particular de atividade rural para obtenção de benefício
previdenciário, embora autorize a condenação por litigância de má-fé (sanção prevista
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no art. 81 do CPC), não configura ilícito penal, diante da carência de potencialidade
lesiva, sendo, portanto, atípica, porque o documento, por si só, é absolutamente
ineficaz para induzir ou manter em erro a autarquia previdenciária ou o Judiciário.
Aprovado na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.
Enunciado nº 90
É cabível o arquivamento de investigações criminais referentes a condutas que se
adéquem ao contrabando de cigarros quando a quantidade apreendida não superar
1.000 (mil) maços, seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja pela
necessidade de se dar efetividade à repressão ao contrabando de vulto. As eventuais
reiterações serão analisadas caso a caso.
Aprovado na 177ª Sessão Virtual de Coordenação, de 16/03/2020.
Enunciado nº 89
É de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de racismo,
previsto no art. 20, § 2º, da Lei nº 7.716/89, e na Convenção Internacional sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, da qual o Brasil é signatário, se
a infração penal, caracterizada pelo evidente excesso no exercício da liberdade de
expressão por parte do investigado, for praticada pela rede mundial de computadores.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 88
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal dos crimes
relativos a entorpecentes, salvo se comprovada a transnacionalidade da conduta.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 87
Exceto quando comprovado dano ao serviço postal, não é de atribuição do Ministério
Público Federal a persecução penal de crime praticado nas dependências de agência
dos Correios contra pessoa jurídica de direito privado na condição de Banco Postal,
tendo em vista que a instituição financeira, sociedade de economia mista,
responsabiliza-se por eventuais perdas, danos, roubos, furtos ou destruição de bens
cedidos pela empresa pública federal.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 86
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal dos crimes de
posse, porte ou comércio, irregular ou ilegal, de arma de fogo, acessório ou munição,
previstos na Lei nº 10.826/03, salvo se, no caso, incidir hipótese especifica de
competência federal ou tiver conexão com crime federal.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 85
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de
injúria racial (CP, art. 140, § 3º), ainda que praticado pela rede mundial de
computadores, salvo se, no caso, incidir hipótese especifica de competência federal ou
tiver conexão com crime federal.
10
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 84
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal dos crimes
praticados exclusivamente contra o patrimônio de particular, ainda que praticado por
meio da rede mundial de computadores.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 83
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de
frustração de direito assegurado por lei trabalhista, previsto no art. 203 do Código
Penal, se, após diligências, restar demonstrado apenas lesão a um restrito número de
trabalhadores.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 82
A negociação irregular de imóvel adquirido de forma lícita por meio do Programa
Minha Casa Minha Vida é passível de medidas no âmbito cível a serem adotadas pelo
agente financiador, inclusive a retomada do imóvel, mas, na esfera penal, se restringe
aos interesses de particulares, eventuais vítimas do crime de estelionato (CP, art. 171),
não havendo lesão direta e específica a bens, serviços ou interesses da União ou de
suas entidades que justifique a atribuição do Ministério Público Federal.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 81
A simples constatação de que o investigado realizou doação a campanha eleitoral
quando estava desempregado ou era beneficiário de programa social não
demonstra materialidade suficiente da prática de conduta criminosa, sobretudo se o
valor doado estiver abaixo de 10% (dez por cento) do limite de isenção do imposto de
renda daquele ano ou se for doação estimável em dinheiro (cessão de bem ou serviço
prestado).
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 80
A falsa declaração de endereço residencial em processo judicial ou de hipossuficiência
econômica para fins de gratuidade de justiça, embora seja eticamente inapropriada e
justifique a condenação por litigância de má-fé (sanção prevista no art. 81 do CPC), não
configura ilícito penal, sendo, portanto, atípica, porque goza de presunção juris
tantum, sujeita à comprovação posterior, realizada de ofício pelo magistrado ou
mediante impugnação.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 79
Considerando os efeitos da Súmula Vinculante nº 24 do STF, em regra, o oferecimento
de denúncia por crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/1990, art. 1º, incisos I a
IV), de apropriação indébita previdenciária (CP, art. 168-A) ou de sonegação de
11
contribuição previdenciária (CP, art. 337-A) depende do término do procedimento
administrativo e da consequente constituição definitiva do crédito tributário,
indispensável condição de procedibilidade.
Reeditado na 177ª Sessão Virtual de Coordenação, de 16/03/2020.
Enunciado nº 78
Não configura o crime de falso testemunho (CP, art. 342) o depoimento contrário às
demais provas constantes no processo quando não for verificada a potencialidade
lesiva nas declarações prestadas pela testemunha, em razão (a) da evidente ausência
de dolo do investigado, (b) da desconsideração do depoimento pelo Juízo, (c) da
sentença ter como fundamentos outros elementos de prova existentes nos autos ou
(d) da aplicação de multa pelo Juízo à testemunha, sendo nessa última hipótese,
medida suficiente à retribuição e à prevenção da conduta praticada.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 77
É cabível o arquivamento de procedimento investigatório em relação ao crime de
estelionato em detrimento da União, cometido mediante o recebimento indevido de
benefício assistencial, quando (a) não haja elementos que possam afastar a presunção
de miserabilidade, ainda que a renda familiar per capita supere o limite legal ou (b)
não houver comprovação de prestação de informações falsas no momento do
requerimento do benefício.
Redação alterada na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.
Enunciado nº 76
O exercício de atividade remunerada por beneficiário de aposentadoria por invalidez
ou auxílio-doença, não configura, por si só, a prática do crime de estelionato
previdenciário (art. 171, §3ª, CP), sendo necessário para tanto a demonstração de
fraude na concessão do benefício.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 75
Não configura a prática do crime de desobediência (CP, art. 330) o descumprimento de
ordem judicial de penhora de parte do faturamento de sociedade empresária
executada. A conduta constitui ato atentatório à dignidade da Justiça, ao qual é
cominada multa de até 20% do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo
de outras sanções de natureza processual ou material (CPC, art. 774).
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 74
A importação de mercadorias permitidas dentro dos limites das cotas de isenção
fixadas pela Receita Federal, mas, em desacordo com os critérios quantitativos e
12
temporais preestabelecidos, consiste em infração administrativa, atípica na esfera
criminal, sendo irrelevante a existência de reiterações no crime de descaminho.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 73
O Serviço de Radiodifusão Comunitária operado em baixa potência e cobertura
restrita, ou seja, com potência limitada a um máximo de 25 watts ERP e altura do
sistema irradiante não superior a trinta metros, destinado ao atendimento de
determinada comunidade de um bairro e/ou vila, sem a efetiva demonstração de
prejuízo aos meios de telecomunicações regulares, denota a insignificância de seu
potencial lesivo, o que torna a conduta penalmente atípica.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 72
Não é atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal dos crimes de
propaganda, fabricação ou comercialização de produto sem registro, com fórmula em
desacordo à constante do registro ou sem as características de identidade, qualidade e
segurança estabelecidos pela ANVISA.
Aprovado na 150ª Sessão de Coordenação, de 07/05/2018.
Enunciado nº 71
É cabível o arquivamento de investigação criminal quando, após a colheita de provas,
não restarem evidenciados elementos suficientes da autoria delitiva, situação
demonstrada com a reunião das seguintes condições: inexistência de suspeitos, de
testemunha, de elementos técnicos formadores de convicção (fragmentos
papiloscópicos, imagens, vestígios biológicos, etc) e de outras diligências capazes de
modificar o panorama probatório atual.
Redação alterada na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 68
É cabível o arquivamento de procedimento investigatório em relação a crime de
estelionato em detrimento do INSS cometido mediante saques indevidos de benefícios
previdenciários após o óbito do segurado quando constatadas(a) a realização de
saques por meio de cartão magnético, (b) a inexistência de renovação da senha, (c) a
inexistência de procurador ou representante legal cadastrado na data do óbito e (d) a
falta de registro visual, cumulativamente, a demonstrar o esgotamento das diligências
investigatórias razoavelmente exigíveis ou a inexistência de linha investigatória
potencialmente idônea.
Aprovado na 118ª Sessão de Coordenação, de 19/09/2016.
Enunciado nº 66
É de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal de conduta
perpetrada em desfavor de interesse de sistema próprio de previdência de servidores
estaduais e municipais, isso porque as unidades gestoras dos Regimes Próprios de
Previdência Social – RPPS (e de seus respectivos fundos), constituídas com
personalidade jurídica, podem ser equiparadas à instituição financeira, porquanto
arrecadam, administram e investem recursos no mercado financeiro, os quais são
13
destinados à concretização do direito constitucionalmente assegurado à previdência
social para os servidores públicos, e, havendo irregularidades, os gestores poderão
responder por eventual prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
Redação alterada na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 63
A sentença trabalhista transitada em julgado, condenatória ou homologatória de
acordo, após sua liquidação, constitui definitivamente o crédito tributário.
Aprovado na 116ª Sessão de Coordenação, de 22/08/2016.
Enunciado nº 62
Não é da atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal relativa aos
crimes de falsidade documental praticados perante Junta Comercial, por não
ofenderem diretamente bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas.
Aprovado na 116ª Sessão de Coordenação, de 22/08/2016.
Enunciado nº 61
Para a configuração do crime de desobediência, além do descumprimento de ordem
legal de funcionário público, é necessário que não haja previsão de sanção de natureza
civil, processual civil e administrativa, e que o destinatário da ordem seja advertido de
que o seu não cumprimento caracteriza crime. O cumprimento da ordem, ainda que
tardio, também afasta a tipificação e a inexistência de prova quanto à ciência pessoal e
inequívoca por quem tinha o dever de atendê-la caracteriza falta de justa causa.
Redação alterada na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.
Enunciado nº 60
É cabível o arquivamento de procedimento investigatório referente ao crime de moeda
falsa quando a quantidade e o valor das cédulas, o modo que estavam guardadas pelo
agente, o modo de introdução ou a tentativa de introdução em circulação, o
comportamento do agente ou as demais circunstâncias indicarem ausência de
conhecimento da falsidade ou de dolo do agente e sendo inviável ou improvável a
produção de prova em sentido contrário, inclusive pelo decurso do tempo.
Aprovado na 108ª Sessão de Coordenação, de 07/03/2016.
Enunciado nº 59
Não é atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de
transporte de gasolina, etanol, óleo diesel, álcool etílico e gás butano, sem licença
válida outorgada pelo órgão competente (artigo 56 da Lei nº 9.605/98), salvo quando
se tratar de transporte transnacional.
Aprovado na 106ª Sessão de Coordenação, de 18/12/2015.
Enunciado nº 58
O simples ato, por si só, de não depositar os valores referentes ao FGTS na conta
vinculada do empregado é conduta atípica na esfera penal.
Aprovado na 103ª Sessão de Coordenação, de 05/10/2015 .
14
Enunciado nº 56 - Nova Redação
A persecução penal nos casos de tráfico internacional de entorpecentes por via postal
é da atribuição de membro do Ministério Público Federal oficiante no local do destino
da mercadoria (domicílio do investigado), no caso de ingresso do entorpecente no
País, ou onde a droga é postada, no caso de entorpecente remetido com destino ao
exterior
Redação alterada na 188ª Sessão de Coordenação, de 28/09/2020.
Enunciado nº 54
A atribuição de membro do MPF para persecução penal do crime de descaminho é
definida pelo local onde as mercadorias foram apreendidas, pois ali consuma-se o
crime. (Excepciona-se os casos de comércio eletrônico - Incluído pela 175ª Sessão de
Coordenação, de 25/11/2019).
Aprovado na 79ª Sessão de Coordenação, de 07/04/2014.
Enunciado nº 53
A prescrição do crime de estelionato previdenciário, em detrimento do INSS, cometido
mediante saques indevidos de benefícios previdenciários após o óbito do segurado,
ocorre em doze anos a contar da data do último saque, extingue a punibilidade e
autoriza o arquivamento da investigação pelo MPF.
Aprovado na 78ª Sessão de Coordenação, de 31/03/2014.
Enunciado nº 52
O pagamento integral do débito tributário extingue a punibilidade e autoriza o
arquivamento da investigação e da ação penal pelo MPF.
Aprovado na 78ª Sessão de Coordenação, de 31/03/2014.
Enunciado nº 51
A persecução penal de crime contra a honra, cometido entre particulares, ainda que
praticado por meio da internet, não é de atribuição do Ministério Público Federal. (72ª
Sessão de Coordenação, de 04.11.2013)
Revogado na 97ª Sessão de Coordenação, 11/05/2015.
Restaurado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
15
Enunciado nº 48
CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
É de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de obtenção
fraudulenta de financiamento em instituição financeira para aquisição de automóvel,
tipificado no artigo 19 da Lei nº 7.492/86.
Aprovado na 61ª Sessão de Coordenação, de 04/03/2013.
Enunciado nº 47
A persecução penal dos crimes sexuais contra vulnerável (capítulo II do título VI da
parte especial do Código Penal), por si só, não é de atribuição do Ministério Público
Federal, salvo se cometidos a bordo de navio ou aeronave, ou incidir em outra
hipótese especifica de competência federal ou tiver conexão com crime federal.
Aprovado na 61ª Sessão de Coordenação, 04/03/2013.
Enunciado nº 45
A persecução penal do crime previsto no artigo 60 da Lei nº 9.605/98 é da atribuição
do Ministério Público Federal apenas quando o ilícito ocorrer em área pertencente ou
protegida pela União.
Aprovado na 21ª Sessão de Coordenação, de 11/04/2011.
Enunciado nº 44
A persecução penal do crime previsto no artigo 29 da Lei nº 9.605/98 é da atribuição
do Ministério Público Federal apenas quando o espécime da fauna silvestre estiver
ameaçado de extinção ou quando oriundo de área pertencente ou protegida pela
União.
Aprovado na 21ª Sessão de Coordenação, de 11/04/2011.
Enunciado nº 43
A persecução penal dos crimes contra a flora, previstos na Lei nº 9.605/98, é da
atribuição do Ministério Público Federal apenas quando o ilícito ocorrer em área
pertencente ou protegida pela União.
Aprovado na 21ª Sessão de Coordenação, de 11/04/2011.
Enunciado nº 42
Não é atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal de ato infracional
cometido por menor inimputável, ainda que a infração tenha ocorrido em detrimento
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas.
Aprovado na 14ª Sessão de Coordenação, de 08/11/2010.
Enunciado nº 41
Os crimes de redução a condição análoga à de escravo são de atribuição do Ministério
Público Federal.
Aprovado na 3ª Sessão de Coordenação, de 31/05/2010.
Enunciado nº 39
16
A persecução penal da conduta ilícita de transportar madeira sem a devida guia
(“ATPF”), tipificada no parágrafo único, do art. 46, da Lei nº 9.605/98, não é da
atribuição do Ministério Público Federal, exceto quando o produto transportado for
oriundo de área pertencente ou protegida pela União.
Aprovado na 3ª Sessão de Coordenação, de 31/05/2010.
Enunciado nº 38
A persecução penal da conduta ilícita de adquirir, distribuir e revender combustíveis
em desacordo com as normas estabelecidas no art. 1º, da Lei nº 8.176/91, não é da
atribuição do Ministério Público Federal, exceto quando houver interesse direto e
específico da União, nos termos do art. 109, IV da Constituição Federal. Precedentes
do STF.
Aprovado na 1ª Sessão de Coordenação, de 17/05/2010.
Enunciado nº 37
Não é atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal de contravenções
penais, ainda que ocorra, com a infração, prejuízo a bem, serviços ou interesse direto e
específico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas.
Aprovado na 1ª Sessão de Coordenação, de 17/05/2010. Cf. art. 109, IV, da CF e
Súmula nº 38 do STJ.
Enunciado nº 30
O processo e julgamento do crime de pesca proibida (art. 34, caput e parágrafo único
da Lei n.º 9.605/98) competem à Justiça Federal quando o espécime for proveniente
de rio federal, mar territorial, zona econômica exclusiva ou plataforma continental.
Aprovado na 1ª Sessão de Coordenação, de 17/05/2010.
Enunciado nº 28
Inadmissível o reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição,
considerando a pena em perspectiva, por ferir os primados constitucionais do devido
processo legal, da ampla defesa e da presunção de inocência.
Aprovado na Sessão 464ª, de 15/04/2009. Cf. Súmula nº 438 do STJ (15/05/2010),
remissão acrescentada na 1ª Sessão de Coordenação, de 17/05/2010.
Enunciado nº 27
A persecução penal relativa aos crimes previstos nos §§ 3º e 4º do art. 297 do Código
Penal é de atribuição do Ministério Público Federal, por ofenderem a Previdência
Social.
Aprovado na 4ª Sessão de Coordenação, de 07/06/2010.
Enunciado nº 26
A omissão de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) não
configura, por si só, o crime de falsificação de documento público (art. 297, § 4º, do
CP).
Redação alterada na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.
Enunciado nº 24
17
A notitia criminis anônima é apta a desencadear investigação penal sempre que
contiver elementos concretos que apontem para a ocorrência de crime. Aprovado na
Sessão 464ª, de 15/04/2009.
Enunciado nº 21
É admissível o arquivamento dos autos de investigação ao fundamento de excludente
da tipicidade, da ilicitude e da culpabilidade. Porém, em todas as hipóteses, a
excludente deve resultar cabalmente provada, ao término de regular investigação.
(Referências normativas: Código Penal: arts. 20, caput, 1ª parte, e § 1º, 1ª parte; 21,
caput, 2ª parte; 22, 1ª parte; 23. Código de Processo Penal: arts. 28 e 648, I. Resolução
CSMPF nº 77/2004, art. 14).
Enunciado nº 14
O membro do Ministério Público Federal deve, na requisição de abertura de
investigação criminal, discriminar as diligências a serem executadas, fixando prazo
compatível com o número e a complexidade das diligências. Da mesma forma, a
manifestação pelo retorno de inquérito à Polícia deve ser fundamentada com a
indicação das diligências faltantes a serem realizadas.
Aprovado na 271ª Sessão, de 21/06/2004.
Enunciado nº 06
Não cabe à autoridade policial instaurar inquérito para investigar conduta delituosa de
membro do Ministério Público da União. Este trabalho investigatório é instaurado, tem
curso, e é concluído no âmbito do Ministério Público Federal.
Aprovado na 3ª Sessão de Coordenação, de 31/05/2010.
Enunciado nº 04
Não pode o Juiz do Trabalho, que não tem jurisdição penal, expedir ordem de prisão,
salvo no caso de flagrante delito ocorrido em sua presença, ficando, por isso,
descartada a possibilidade de o mesmo requisitar auxílio policial para dar
cumprimento a decreto de prisão expedido fora da exceção acima referida.
Aprovado na 268ª Sessão, de 31/05/2004.
18
DELIBERAÇÕES DA 2ª CCR/MPF
19
CRLV falsos. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inciso IV). Conforme
destacado pelo Procurador da República oficiante, 'não restou demonstrada a
presença de dolo na conduta do investigado, relativamente ao uso do documento
falso', tendo em vista que o investigado alegou desconhecer a falsidade dos
documentos. Ainda, afirmou que o veículo pertencia à empresa na qual trabalhava e
era utilizado por diversos funcionários. De fato, na linha do entendimento do
Procurador oficiante, verifica-se plausibilidade na declaração do investigado, não se
observando indícios de que ele tinha ciência da falsidade do documento. Ausência de
justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.
Contudo, há indícios da prática do crime de falsificação de documento público (art.
297, CP), pois ficou constatada a falsidade dos documentos CRLV em laudo pericial.
Nesse contexto, considerando que a emissão do referido documento é de
responsabilidade de órgão estadual, não se verifica a existência de elementos de
informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para a
persecução penal quanto ao crime de falsificação de documento público (art. 297, CP).
Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual. Deliberação:
Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela
homologação do arquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público
Estadual, nos termos do voto do(a) relator(a).
Processo: DPF/JFA-00444/2017-INQ Voto: 6832/2019 Origem: GABPRM3-MBMM -
MARCELO BORGES DE MATTOS MEDINA Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-
VERDE DE CARVALHO Ementa: Inquérito Policial. Ao ser realizada abordagem por
policiais rodoviários federais, foi constatado que o Certificado de Registro e
Licenciamento de Veículo (CRLV) De veículo semirreboque, apresentado pelo
motorista, era falso. 1) Suposto crime de uso de documento falso (CP, art. 304).
Recebimento de declínio de atribuições como arquivamento. Revisão de arquivamento
(LC 75/93, art. 62, IV). Diligências. Impossibilidade de se imputar, por ora, ao
investigado que apresentou o CRLV o efetivo conhecimento acerca da natureza
fraudulenta da documentação, uma vez que, conforme apurado, não é o proprietário
do veículo, tendo alugado o semirreboque de terceiro. Homologação do
arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP. 2) Possível crime descrito
no art. 297 do CP. Declínio atribuições. Revisão (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Ausência
de prejuízos diretos e específicos a bens, serviços ou interesse da União, suas
entidades autárquicas ou empresas públicas, capazes de justificar a atribuição do
Ministério Público Federal para a persecução penal. O CRLV é expedido por órgão
estadual de trânsito. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público
Estadual, nos termos do voto do(a) relator(a).
20
Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informações de que embora o
benefício previdenciário tenha sido mantido ativo após o óbito do segurado,
continuando a ser creditado pelo INSS em sua conta, a própria instituição financeira
informou que não houve qualquer movimentação na referida conta após o óbito do
titular, bem como foi realizado o estorno dos valores relativos às parcelas do
benefício efetivamente depositadas. Eventual saldo devedor remanescente que diz
respeito apenas à correção monetária, sendo que não houve saque indevido após o
óbito do beneficiário. Não verificação de indícios da prática de crime. Homologação do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a).
21
ADMINISTRATIVA. IRRELEVÂNCIA QUANTO AO VALOR ECONÔMICO DA PROMESSA.
NECESSIDADE DE SE RESGUARDAR O INTERESSE PÚBLICO QUALIFICADO PELO
CONCEITO DE CONFIANÇA NA PROBIDADE E BOA-FÉ DOS AGENTES DO ESTADO.
REMESSA DOS AUTOS AO ÓRGÃO REVISIONAL DO MPF. ASSISTE RAZÃO AO
MAGISTRADO. APLICAÇÃO DA SÚMULA 599/STJ, QUE DISPÕES SER INAPLICÁVEL O
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. A
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL PARA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
PRESSUPÕE A CONCOMITÂNCIA DE QUATRO VETORES: MÍNIMA OFENSIVIDADE DA
CONDUTA DO AGENTE, AUSÊNCIA DE PERICULOSIDADE SOCIAL DA AÇÃO,
REDUZIDÍSSIMO GRAU DE REPROVABILIDADE DO COMPORTAMENTO E
INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO JURÍDICA PROVOCADA. REQUISITOS NÃO OBSERVADOS
NO CASO EM APREÇO. NÃO HOMOLOGAÇÃO DO ARQUIVAMENTO. REMESSA DOS
AUTOS AO JUÍZO COMPETENTE A FIM DE QUE TENHA CONTINUIDADE A PERSECUÇÃO
PENAL DO INVESTIGADO, COM FULCRO NO ART. 28, CPP, OBSERVANDO-SE O
INSTITUTO DA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL NO ÂMBITO DOS ÓRGÃOS MINISTERIAIS. -
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela não homologação de arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a)
22
fato e linhas investigativas. PELA HOMOLOGAÇÃO. Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
23
Garcia, 763ª Sessão Ordinária, de 9/3/2020, unânime). Ausência de indícios de
transnacionalidade da conduta. Inexistência de elementos de informação capazes de
legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal.
Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).
24
134009/MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Data do julgamento
11/03/2015, DJe 16/03/2015). Homologação do declínio de atribuições. Deliberação:
Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela
homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).
25
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
12. PASSAGEIRO QUE FUMA DURANTE O VOO – CRIME DO ART. 261 CP EXIGE
INDÍCIOS MÍNIMOS DE QUE O INVESTIGADO TIVESSE A INTENÇÃO OU ASSUMIU O
RISCO DE EXPOR A AERONAVE A PERIGO.
26
previsto no art. 261, caput, do CP. De outro lado, apesar de a conduta em análise ser
passível de enquadramento na figura da imprudência, o art. 261, § 3º, do CP é claro ao
conferir tipicidade à modalidade culposa de expor a perigo aeronave apenas na
hipótese de o sinistro efetivamente ocorrer, o que não se verificou no caso dos autos.
Precedente da 2ª CCR: Procedimento JF/CE nº 0802749- 27,2020.4.05.8100-INQ, 768ª
Sessão Ordinária, de 27/04/20. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
27
Federal, constatou-se que a beneficiária faz parte dos quadros societários de duas
empresas. Ouvida, afirmou que o seu nome foi utilizado indevidamente para a
constituição das sociedades, negando, além disso, ter participado da abertura das
referidas empresas. Em outra frente, com o objetivo de verificar se a investigada
possuía alguma fonte de renda, solicitou-se uma pesquisa à ASSPA, por meio da qual
se verificou que durante os anos de 2016 e 2017, junto com o seu companheiro, não
auferiu renda fixa e não teve registro de atividade remunerada. Ausência nos autos de
elementos capazes de comprovar que G.P. teria ultrapassado a renda per capita de R$
178,00 e tenha agido com dolo para fraudar o programa federal. Carência, por outro
lado, de elementos no sentido de que o gestor do programa tenha requisitado
informações quanto a sua situação econômica e, em vista desse pedido, tenha a
investigada apresentado informações falsas, seja no cadastramento ou em entrevistas
posteriores. Como bem ressaltado pelo Procurador oficiante, o simples fato de a
família cadastrada no programa assistencial deixar, com o decurso do tempo, de
preencher os pressupostos fáticos para percepção do benefício e continuar a receber
suas parcelas até eventual recadastramento, não implica na prática do crime de
estelionato, pois ausentes as elementares do tipo penal. Dolo não evidenciado. Falta
de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). (grifei)
28
programa de parcelamento do débito tributário. Todavia, sobreveio notícia de
irregularidade no pagamento das parcelas, o que ensejou o cancelamento do
parcelamento em 06/07/2018 e inscrição em Dívida Ativa da União em 09/01/2019. 4.
Vislumbrada a necessidade de realização de perícia contábil, o Setor Técnico-Científico
da Polícia Federal indicou os documentos necessários aos trabalhos periciais. 5. Em
seguida, a Autoridade Policial apresentou relatório final indiciando 03 investigados.
Alegou que, em que pese existir diligência em andamento, a autoria e materialidade
dos crimes estavam demonstrados nos autos e eventual inexigibilidade de conduta
diversa diz respeito à culpabilidade e deveria ser perquerida em amplo contraditório
judicial. 6. A Procuradora oficiante, contudo, requereu o arquivamento do caderno
investigatório, alegando, em síntese, a inexibilidade de conduta diversa, decorrente da
debilidade financeira da instituição, bem como diante da ausência de dolo dos
administradores do hospital, que operava em extrema dificuldade, notadamente em
razão do não repasse de recursos do SUS pelo governo. 7. O Juiz Federal discordou das
razões invocadas pelo Ministério Público Federal, considerando prematuro o
arquivamento, tendo em vista que 'para a caracterização da excludente de
culpabilidade, a situação de penúria econômica deve estar cabalmente comprovada
nos autos. Para tanto, é necessária a existência de farta prova documental e contábil
que indique, de modo extreme de dúvidas, as dificuldades financeiras que
inviabilizaram o repasse das contribuições que deveriam ser recolhidas aos cofres
públicos.' 8. Não obstante a verosimilhança das alegações dos indiciados, no sentido
de que as contribuições e tributos descontados dos pagamentos dos funcionários não
foram recolhidos em razão da situação financeira precária da fundação hospitalar, no
atual estágio da persecução criminal, apenas seria admitido o arquivamento se
ausentes elementos mínimos da autoria e/ou da materialidade delitivas, após
esgotadas as diligências investigatórias ou se existente demonstração inequívoca,
segura e convincente de causa excludente da ilicitude ou extintiva da punibilidade.
Não é, contudo, o caso dos autos. 9. Os elementos de informação colhidos na fase de
investigação não constituem prova inequívoca capaz de caracterizar a inexigibilidade
de conduta diversa e afastar, ao menos neste momento, a culpabilidade dos
investigados, fazendo-se necessário o aprofundamento das investigações. 10. No caso
em exame, não foram coligidas provas irrefutáveis da alegada crise financeira. 11.
Necessidade de realização de diligências complementares, como perícia contábil para
verificar a higidez financeira e patrimonial da fundação contribuinte, obtenção de
informações atualizadas acerca do débito tributário, bem como sobre a regularidade
dos repasses devidos pelo SUS à fundação hospitalar. 12. Não homologação do
arquivamento. Designação de outro membro do Ministério Público Federal para
prosseguir nas investigações. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado,
à unanimidade, deliberou pela não homologação de arquivamento, nos termos do
voto do(a) relator(a).
29
Processo: JF/MOC-1004245- 96.2020.4.01.3807-INQ - Eletrônico Voto: 3448/2020
Origem: GABPRM2-AVD - ANDRE DE VASCONCELOS DIAS Relator(a): Dr(a) CARLOS
FREDERICO SANTOS Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de exploração
clandestina de atividade de telecomunicação ou espectro de radiofrequência (Lei nº
9.472/97, art. 183). Constatação do funcionamento de serviço especial de
retransmissão de TV no Município de Lagoa dos Patos/MG, sem a devida autorização
do órgão competente. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Conforme
apontado no relatório da Polícia Federal, diversas fiscalizações em serviços de
retransmissão de TV foram realizadas pela ANATEL, sem a efetiva apreensão dos
aparelhos de transmissão e interrupção do serviço, ao argumento do cumprimento do
Acordo de Cooperação nº 02/2012 e, no presente caso, do Acordo de Cooperação
01/2014, firmado entre o Ministério das Comunicações e a ANATEL. O bem jurídico
tutelado pela norma (a segurança dos meios de telecomunicações) não sofreu
qualquer espécie de lesão, ou ameaça de lesão, que mereça a intervenção do Direito
Penal. Evidente interesse público em tolerar a conduta com o intuito de garantir à
população, sobretudo a de baixa renda, o acesso à programação de serviço de
radiodifusão de sons e imagens. Crime não configurado. Falta de justa causa para
prosseguimento da persecução. Precedente da 2ª CCR: 1.22.026.000084/2018-16,
758ª Sessão de Revisão, de 16/12/2019, unânime. Homologação do arquivamento.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
30
PROCURADORIA DA REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Nº.
1.11.000.000188/2016-22 - Relatado por: Dr(a) MARIO JOSE GISI - Nº do Voto
Vencedor: 386 - Ementa: NOTÍCIA DE FATO. CRIMINAL. MEIO AMBIENTE. RECURSOS
HÍDRICOS. FAUNA. PESCA. PETRECHO NÃO PERMITIDO. RIO INTERESTADUAL. 1. Tem
atribuição o MPF para atuar em notícia de fato autuada para apurar eventual prática
de crime tipificado no art. 34 da Lei n.º 9.605/98, consistente na prática de pesca de
camarões, com uso de petrechos não permitidos e em período de defeso, em rio
interestadual, por aplicação do Enunciado nº 46 - 4ª CCR, e tendo em vista que não
deve ser adotado o entendimento da recente decisão do STJ, que definiu que, para
caracterizar interesse federal nos crimes de pesca em rio interestadual, é necessário
que o impacto ambiental atinja mais de um Estado da Federação, uma vez que,
caracterizado o dano ambiental em corpo hídrico de domínio federal, a competência
para a apuração da infração penal pertence ao ente que tem o domínio sobre o bem,
independentemente da extensão do dano. 2. Voto pela não homologação do declínio
de atribuições. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela não homologação do declínio de atribuição, nos termos
do voto do(a) relator(a).
31
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS-MG Nº. JF/MOC-
0000909-38.2019.4.01.3807-INQ - Relatado por: Dr(a) FATIMA APARECIDA DE SOUZA
BORGHI – Nº do Voto Vencedor: 2663 – Ementa: PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO
CRIMINAL. ARQUIVAMENTO. MEIO AMBIENTE. MINERAÇÃO. EXTRAÇÃO ILEGAL.
QUARTZO. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. ORIENTAÇÃO
Nº 1 - 4ª CCR. 1. É cabível o arquivamento de procedimento investigatório criminal
destinado a apurar possível prática de extração ilegal de 9,5kg (nove quilos e
quinhentas gramas) de cristais de quartzo, no Município de Lassance/MG, uma vez
que, considerando as informações prestadas, restou demonstrada a suficiência da
medida adotada pelo órgão ambiental, com a aplicação de multa administrativa no
valor de R$ 17.943,52, de modo que alcançados o caráter retributivo e a finalidade de
prevenção geral, nos termos da Orientação n. 01- 4ªCCR. 2. É dispensada a
comunicação do representante acerca da promoção de arquivamento, nas hipóteses
de instauração do procedimento de ofício ou remessa de órgão público. 3. Voto pela
homologação do arquivamento. - Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a).
32
transcorrido desde o registro da ocorrência. Homologação do arquivamento.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
33
de forma administrativa, quando será apresentada a documentação necessária para
análise com vistas à identificação e apuração do responsável pelo saque efetuado.
Caso em que inexistem elementos mínimos que possam apontar para sua autoria.
Falta de linha investigatória potencialmente idônea. Orientação nº 26/2016 da 2ª CCR.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr.
Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.
34
herdeiras. Revisão de Declínio (Enunciado n° 33). Ao ser ouvido, o advogado disse ter
sacado a quantia de R$ 18.621,25. Acrescentou que reteve o valor por
aproximadamente seis meses e que somente devolveu após notificação judicial. As
herdeiras, por sua vez, afirmaram ter procurado o advogado por diversas vezes para
saber sobre o andamento da causa e não terem conseguido contato. Mencionaram,
também, que cada uma delas recebeu a quantia de R$ 6.536,65. Nesses termos,
verifica-se que o prejuízo foi suportado exclusivamente pelas herdeiras. Inexiste lesão
direta em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas. Ausência de elementos de informação capazes de
justificar a atribuição do MPF para a continuidade da persecução penal. Homologação
do declínio ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta
data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de
atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).
35
investidos, indicando se tratar de esquema de captação de clientes em pirâmide
financeira. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O Procurador da
República oficiante, ressaltando o entendimento desta 2ª CCR no sentido de que os
fatos narrados podem configurar a prática dos crimes previstos nos arts. 5º e 16,
ambos da Lei nº 7.492/86, determinou, preliminarmente, a realização de diligências
tendentes a apurar a veracidade das informações obtidas anonimamente. Dessa
forma, realizada pesquisa pela Assessoria de Pesquisa e Análise (ASSPA), não foi
possível verificar quaisquer indícios de que o investigado tenha se apropriado ou
desviado em proveito próprio ou alheio dinheiro, título, valor ou qualquer outro bem
móvel de que tivesse a posse (art. 5º), ou que tenha operado instituição financeira sem
a devida autorização ou com autorização obtida mediante declaração falsa (art. 16).
Das pesquisas realizadas e das provas juntadas aos autos, verificou-se que o
investigado supostamente fazia meros convites de participação em negócios atrativos,
sendo que até mesmo tais possíveis convites sequer foram corroborados por meio de
cópias das publicações ou de mensagens em redes sociais. Além disso, o rastreamento
societário do suspeito não apontou para qualquer participação na empresa
de exchange de criptomoedas mencionada nos autos ou em outra empresa atuante no
mercado de moedas virtuais, sendo que a empresa que o investigado possui é atuante
no ramo de marketing. Ausência de justa causa para o prosseguimento das
investigações, quanto a possível crime contra o SFN pelo investigado. Homologação do
arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP. Necessidade de remessa de
cópias dos autos ao MPE, para análise de eventual crime de estelionato contra
particulares (CP, art. 171) ou crime contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º,
inc. IX). Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade,
deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e a Dra. Luiza
Cristina Fonseca Frischeisen.
36
26. ESTELIONATO CONTRA O PARTICULAR – USO DE SÍMBOLO DA CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL EM DOCUMENTO FALSO – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.
37
§2º, I) e corrupção passiva (CP, art. 317). Representação dando conta de celeuma
criada a partir de negociação de lotes entre particulares, em assentamento do INCRA,
na qual, ainda, narra o suposto envolvimento de servidor da referida autarquia federal
na venda irregular de tais imóveis. MPF: promoção parcial de arquivamento quanto
aos fatos relativos a negociação de lotes entre assentados, sob o entendimento
da atipicidade da conduta investigada, não configurando crime de estelionato em
virtude da ausência de indícios de fraude ou documentos falsos na negociação,
tratando-se de ilícito civil que autoriza a rescisão do contrato de concessão de uso
celebrado entre o INCRA e o beneficiário da reforma agrária. Discordância do
magistrado entendo haver crime de estelionato majorado, em virtude da fraude
perpetrada contra os interesses do INCRA, qual seja a reforma agrária. Aplicação do
art. 28 do CPP c/c art. 62, IVda LC 75/93. De fato, não havendo indícios da prática de
estelionato entre particulares, não há que falar em conduta típica, haja vista não haver
interesse direto da autarquia federal no caso, que continua proprietária do imóvel, não
havendo lesão ao seu patrimônio. Em caso semelhante, esta 2ª CCR assim entendeu
"Não obstante a ocupação de lote pertencente à União e destinados ao Programa de
Reforma Agrária, forçoso é reconhecer que a conduta perpetrada pelo representado e
o antigo ocupante não constitui infração penal. Trata-se de negócio jurídico nulo ou
anulável, sem repercussão jurídico-penal, a ser resolvido segundo a legislação civil. No
caso dos autos, em se tratando de mera cessão de posse, negócio puramente
obrigacional " sem nenhuma aptidão para levar à transmissão do domínio, não cabe a
afirmativa de que houve a venda indevida de terras da União, nem, por via de
consequência, uma eventual classificação da conduta prevista no § 1º, I do art. 171 do
Código Penal. Ademais, apenas a cessão dos direitos de posse, também não há que se
falar em estelionato majorado, pois ao permitir a posse dos lotes, o investigado não
obteve nenhuma vantagem ilícita, pois, mesmo em se tratando de terras públicas, a
posse constitui um fato/direito autônomo, com valor econômico e que pode ser objeto
de negócios jurídicos obrigacionais. O cedente não fez uso de nenhum meio
fraudulento, nem manteve o cessionário em erro, visto que todos tinham plena ciência
de que o objeto dos negócios jurídicos realizados restringia-se à posse do imóvel, não
havendo, ainda, que se falar em qualquer prejuízo à União, que não teve nenhuma
alienação indevida de suas terras. Ocorreu apenas a fruição do direito de posse por
interposta pessoa, negócio que não corresponde a nenhum dos núcleos do crime de
estelionato" (NF 1.20.000.001560/2015-28, Brasilino Pereira dos Santos, unânime,
Sessão nº 640 de 04/04/2016). Precedente STJ em caso análogo: (CC 121.147/PR, Rel.
Min. Marilza Maynard (Desembargadora convocada do TJ/SE), TERCEIRA SEÇÃO,
13/03/2014).Atipicidade da conduta. Insistência no arquivamento.
38
ocupantes, uma pessoa de nome L.P., aproveitando-se da falta de conhecimento do
casal, vendeu o lote à família. Ocupação indevida de imóvel da União, decorrente de
um negócio jurídico (venda) realizado entre particulares, cabendo, exclusivamente, ao
ente público federal (INCRA), no âmbito cível, a adoção de providências para a
regularização da posse. No âmbito criminal, o prejuízo causado com a possível
aquisição indevida de lote objeto de programa de assentamento recaiu unicamente
sobre as vítimas possuidoras diretas do imóvel. Narrativa que não evidencia lesão
direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Carência de
elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público
Federal para a persecução. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).
39
Processo: JF/SP-0014799- 80.2018.4.03.6181-INQ Voto: 2659/2019 Origem: JUSTIÇA
FEDERAL - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP Relator(a): Dr(a) ROGERIO
JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO Ementa: Inquérito Policial instaurado a partir
de expediente oriundo do Juízo da 27ª Vara do Trabalho de São Paulo, encaminhando
cópia dos autos de reclamatória. Possível prática de omissão de registro de vínculo
empregatício em CTPS. CP, art. 297, § 4º. Manifestação do MPF pelo arquivamento do
feito, tendo em vista não estar comprovada a ocorrência de conduta típica e
antijurídica. Discordância do Juízo da 9ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de
São Paulo, por entender que a omissão da anotação do registro na carteira de trabalho
do empregado, por si só, configura o tipo previsto no art. 297, § 4º, do CP. Remessa
dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93). Extrai-se do
Informativo nº 539 do STJ (de 15/05/2014): "a simples omissão de anotação na
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) não configura, por si só, o crime de
falsificação de documento público (art. 297, § 4º, do CP). Isso porque é imprescindível
que a conduta do agente preencha não apenas a tipicidade formal, mas antes e
principalmente, a tipicidade material, ou seja, deve ser demonstrado o dolo de falso e
a efetiva possibilidade de vulneração da fé publica. Com efeito, o crime de falsificação
de documento público trata-se de crime contra a fé pública, cujo tipo penal depende
da verificação do dolo, consistente na vontade de falsificar ou alterar o documento
público, sabendo o agente que o faz ilicitamente. Além disso, a omissão ou alteração
deve ter concreta potencialidade lesiva, isto é, deve ser capaz de iludir a percepção
daquele que se depare com o documento supostamente falsificado. Ademais, pelo
princípio da intervenção mínima, o Direito Penal só deve ser invocado quando os
demais ramos do Direito forem insuficientes para proteger os bens considerados
importantes para a vida em sociedade. Como corolário, o princípio
da fragmentariedade elucida que não são todos os bens que têm a proteção do Direito
Penal, mas apenas alguns, que são os de maior importância para a vida em sociedade.
Assim, uma vez verificado que a conduta do agente é suficientemente reprimida na
esfera administrativa, de acordo com o art. 47 da CLT, a simples omissão de anotação
não gera consequências que exijam repressão pelo Direito Penal" (REsp nº
1.252.635/SP, 5ª Turma, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, DJe de 2/5/2014). Portanto,
não constitui crime (falsidade de documento público por equiparação) a falta de
anotação do vínculo empregatício em CTPS pelo empregador. Irregularidade de
natureza administrativa e trabalhista, que, mesmo relevante, não tem repercussão na
esfera penal. Lesividade mínima ao empregado. Desnecessidade de intervenção do
Direito Penal. Atipicidade da conduta. Nesse mesmo sentido: REsp nº 1.459.294/MG,
STJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, DJe de 21/08/2017. Falta de justa causa para
prosseguir na persecução penal. Manutenção do arquivamento. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os
membros Dr. Cláudio Dutra Fontella e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.
40
Processo: DPF/AM-00109/2017-INQ Voto: 2694/2019 Origem: GABPR4-HSVL -
HENRIQUE DE SA VALADAO LOPES Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO
NASCIMENTO Ementa: Inquérito Policial. Suposta desobediência em transferir 2 (duas)
armas de fogo ou entrega-las na Superintendência da Polícia Federal dentro do prazo
de 60 (sessenta) dias. Notícia de que foi realizada a transferência para terceiro
habilitado no dia 23/08/2016, sendo que o prazo estipulado expirou em 21/02/2016.
Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). 1) Crime de desobediência (CP, art.
330). Pena máxima cominada ao crime é de 6 (seis) meses de detenção. Prescrição da
pretensão punitiva (CP, art. 109, VI), uma vez que já transcorreram mais de 3 (três)
anos desde a data dos fatos. 2) Crime previsto no art. 12 da Lei n° 10.826/03. Armas
que possuem registro no SINARM e que estavam com validade expirada.
Entendimento jurisprudencial no sentido de que "se o agente já procedeu ao registro
da arma, a expiração do prazo é mera irregularidade administrativa que autoriza a
apreensão do artefato e aplicação de multa. A conduta, no entanto, não caracteriza
ilícito penal" (STJ, RHC 73.548/MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta
Turma, DJe 18/11/2016). Nesse sentido, precedente desta 2ª CCR:
1.25.000.003114/2016- 52, 670ª Sessão de Revisão, de 30/01/2017, unânime. 3)
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr. Cláudio
Dutra Fontella e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.
41
Inquérito Policial. Suposta prática do crime descrito no art. 183 da Lei nº 9.472/97.
Exploração clandestina de serviço de comunicação multimídia (SCM) por
representante de pessoa jurídica, a qual constava com cerca de 281 usuários. Revisão
de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Entrada em vigor da Resolução ANATEL nº
680, de 27/06/2017, estabelecendo que pequenos provedores de internet podem ser
dispensados da obtenção de autorização do serviço, caso atendam até cinco mil
clientes e o sinal trafegado na sua rede se dê por meios confinados ou wi-
fi (equipamentos de radiação restrita). Ausência de interferência radioelétrica efetiva,
tratando-se de pequena estação com poucos clientes. Atipicidade da conduta. Falta de
justa causa para prosseguir na persecução penal. Precedentes desta 2ª CCR:
1.23.000.003050/2017-45, 714ª Sessão de Revisão, 07/05/2018, unânime; e DPF/AM-
00598/2014-INQ, 731ª Sessão de Revisão, 10/12/2018, unânime. Homologação do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o
Dr. Cláudio Dutra Fontella.
42
além de extrapolar o âmbito do tipo penal implicaria em punição em cascata, ou seja,
na aplicação da reprimenda penal sobre a punição administrativa anteriormente
aplicada, o que não se confunde com a admitida dupla punição pelo mesmo fato em
esferas diversas, dada a autonomia entre elas. O valor a ser considerado para fins de
aplicação do princípio da insignificância é aquele fixado no momento da consumação
do crime, vale dizer, da constituição definitiva do crédito tributário, e não aquele
posteriormente alcançado com a inclusão de juros e multa. Precedente STJ (RESP
201200489706, MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, STJ - SEXTA TURMA, DJE
DATA:01/07/2014). Débito tributário que não ultrapassa o limite de R$ 20.000,00
(vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei nº 10.522/2002, com as
atualizações efetivadas pelas Portarias nº 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda.
Manutenção do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participou da votação o Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá.
43
julgada improcedente. Assiste razão ao membro do MPF ao alegar que "Os fatos
alegados pelo autor de uma ação podem ser contestados pelo réu e devem ser
provados no curso do processo. O juiz, por seu turno, aprecia a prova produzida e
decide segundo o seu livre convencimento. Não há espaço para a fraude que
caracteriza o referido delito". Eventual deslealdade processual enfrentada por meio de
regras do CPC, que prevê a condenação do litigante de má-fé ao pagamento de multa.
Falta de justa causa para o prosseguimento na persecução penal. Homologação do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o
Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.
44
tutelado. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data,
o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos
termos do voto do(a) relator(a).
45
termos do art. 3º-A, da Portaria nº 377/2011/AGU, o que denota a irrelevância da
conduta nos âmbitos cível e administrativo e corrobora o não prosseguimento da
investigação na seara penal. Precedente da 2ª CCR: Voto n° 3431/2017, Processo n°
1.23.000.000786/2017-61, Sessão n° 678, de 29/05/2017, unânime. Homologação do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr.
Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.
38. PÓS ÓBITO – VALOR MENOR QUE PISO MÍNIMO PARA O AJUIZAMENTO DE
AÇÕES DE RESSARCIMENTO AO INSS (R$ 10.000,00) – INSIGNIFICÂNCIA.
46
Processo: DPF/RO-0336/2017-INQ Voto: 306/2020 Origem: GABPRM2-BRC - BRUNO
RODRIGUES CHAVES Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA Ementa: Inquérito
Policial. Suposto crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º). Possíveis
empregados de determinada empresa trabalhavam, sem registro na CTPS, ao mesmo
tempo em que recebiam seguro-desemprego. Revisão de arquivamento (LC nº
75/1993, art. 62, IV). Após diligências policiais, soube-se que os envolvidos prestaram
serviços à empresa, provavelmente de forma esporádica (diaristas), ao mesmo tempo
em que receberam seguro-desemprego. Inexistia, portanto, vínculo formal de
emprego. Diante desses elementos, impossível afirmar que existia intenção inequívoca
de fraudar e, com isso, obter vantagem indevida em prejuízo ao erário. A ausência de
materialidade delitiva e/ou dolo na conduta dos envolvidos impede a continuidade da
persecução penal. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
47
comportamento omissivo da União. A forma de utilização dos recursos é de
competência dos gestores locais e estaduais. A questão não atrai a competência da
Justiça Federal determinada no art. 109 da CF e tampouco a atribuição do Ministério
Público Federal para atuar no feito. Enunciado nº 10 da PFDC. Remessa dos autos à
Procuradora-Geral da República para solução do conflito. 1.Trata-se de conflito
negativo de atribuição suscitado pelo Ministério Público Federal em face do Ministério
Público do Estado do Paraná, nos autos da presente notícia de fato, instaurada perante
o Parquet estadual (Inquérito Civil nº 0003.13.000065-0) com a finalidade
de investigar eventuais irregularidades na contratação de profissionais de saúde no
Município de Brasilândia do Sul/PR, especialmente, os casos de tredestinação dos
médicos do Programa Estratégia de Saúde da Família - ESF. 2.Prestadas informações
pelo Município de Brasilândia do Sul/PR e, posteriormente, pelo Município de Assis
Chateaubriand/PR, o Ministério Público do Estado do Paraná entendeu que o objeto
dos autos está vinculado ao Programa ESF, cujas verbas são repassadas pelo SUS, de
maneira que haveria interesse da União na aplicação dos recursos (fls. 280-296). 3. O
Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Paraná acolheu o declínio de
atribuição, nos termos da seguinte ementa: PATRIMÔNIO PÚBLICO - APURAR
EVENTUAIS IRREGULARIDADES NAS CONTRATAÇÕES DE PROFISSIONAIS MÉDICOS
PELO MUNICÍPIO DE BRASILÂNDIA DO SUL - PROGRAMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA
FAMÍLIA - DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÃO AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - INTERESSE DA
UNIÃO - DECLINAÇÃO ACATADA - REMESSA AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. 4.
Remetidos os autos ao Ministério Público Federal, a Procuradoria da República no
Município de Umuarama/PR suscitou conflito de atribuição, tendo consignado que o
caso não trata de desvio de recursos públicos no SUS1, mas tão somente de supostas
irregularidades na prestação de serviço, razão pela qual não haveria interesse federal
apto a atrair a atribuição do MPF. 5. Suscitado o conflito, o NAOP da 4ª Região houve
por bem conhecer o declínio de atribuição como conflito negativo de atribuição,
encaminhando os autos à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão para posterior
remessa à Procuradora-Geral da República, nos termos da ementa abaixo transcrita:
SAÚDE. INVESTIGAÇÃO DE EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA CONTRATAÇÃO DE
PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM ÂMBITO MUNICIPAL. CONFLITO NEGATIVO DE
ATRIBUIÇÃO ENTRE O MPF E O MPE/PR. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO DO STF.
ATRIBUIÇÃO DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA PARA RESOLUÇÃO DO CONFLITO
DE ATRIBUIÇÕES. VOTO PELO CONHECIMENTO DO DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÃO COMO
CONFLITO, COM A REMESSA DOS AUTOS AO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA. 6.É
o relatório. 7.Razão assiste ao Procurador suscitante. 8.Ao que parece, os fatos
investigados na presente notícia de fato estão relacionados a supostos: a) “descaso
[dos profissionais de saúde] com pacientes encaminhados”; e b) “descaso com os
hospitais de plantão, sem a devida assistência ou comunicação intra-hospitalar” (fl.
06). 9. Tendo sido requeridas informações acerca da contratação dos profissionais de
saúde então investigados pelo Ministério Público estadual, não foram identificados
desvios de verbas federais, mas uma possível deficiência na prestação do serviço,
como a falta de atendimento residencial pelas equipes de Saúde da Família, ou mesmo
eventual tredestinação de atribuições (fl. 295). 10.Assim, não há nos autos indícios de
desvio ou irregularidade relativa ao dinheiro público federal ou mesmo informações de
comportamento omissivo da União, visto que o que se discute é uma suposta
deficiência na execução não financeira do serviço, o que teria gerado insatisfação na
48
população local. Isso, todavia, não é suficiente para atrair a competência da justiça
federal, definida no art. 109 da Constituição Federal, porquanto o repasse de recurso
público federal não define a forma em que o serviço será prestado, cuja competência é
dos gestores locais e estaduais. 11. Ressalte-se o conteúdo do Enunciado nº 10 da
PFDC: Enunciado nº 10: Em matéria de saúde, é facultado ao membro do
Ministério Público Federal o declínio de atribuição ao Ministério Público Estadual
quando não houver nenhuma responsabilidade direta de órgão público federal ou não
envolver questão sistêmica. 12. Com esse entendimento, remetam-se os autos à
Procuradora-Geral da República. DEBORAH DUPRAT Procuradora Federal dos Direitos
do Cidadão
49
de valores destinados a organização sindical (central nacional de aposentados e
pensionistas). Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Conduta
praticada por instituição de natureza privada em prejuízo de particular. Inexistência de
lesão direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas
ou empresas públicas. Precedentes da 2ª CCR: NF 1.26.005.000228/2017-44, Sessão n°
715, de 21/05/2018, unânime; NF 1.16.000.003846/2017- 32, Sessão n° 709ª, de
26/03/2018, unânime. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a
atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do
declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a). Participou da votação o Dr.
José Adonis Callou de Araújo Sá.
50
viabilizar, de forma mais eficaz, a investigação dos responsáveis pelas fraudes e demais
crimes. 2. Prescindível a comunicação do representante, nas hipóteses de instauração
do procedimento de ofício ou remessa de órgão público. 3. Voto pela homologação do
arquivamento. - Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a).
51
– Nº do Voto Vencedor: 2916 – Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. ARQUIVAMENTO. MEIO
AMBIENTE. FAUNA. SISTEMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DA ATIVIDADE DE
CRIAÇÃO AMADORA DE PÁSSAROS (SISPASS). 1. É cabível o arquivamento de Inquérito
Policial instaurado para apurar a possível prática do crime previsto no artigo 299 do
Código Penal, referente à inserção de dado falso quanto à data de nascimento de ave
no SISPASS, tendo em vista que restou demonstrada a suficiência das medidas
adotadas pelo órgão ambiental, dentre elas o embargo da atividade e a aplicação de
multa administrativa no valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), de modo que
alcançados o caráter retributivo e a finalidade de prevenção geral, nos termos da
Orientação nº 01-4ªCCR. 2. Prescindível a comunicação do representante, nas
hipóteses de instauração do procedimento de ofício ou remessa de órgão público. 3.
Voto pela homologação do arquivamento. - Deliberação: Em sessão realizada nesta
data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos
termos do voto do(a) relator(a).
52
ARQUIVAMENTO. 1. Crime de estelionato qualificado (CP, art. 171, § 3º). Suposto
saque fraudulento de uma parcela do seguro-desemprego, no valor de R$ 954,00
(novecentos e cinquenta e quatro reais), ocorrido em 20.02.2018. 2. Promoção de
arquivamento fundada na aplicação do princípio da insignificância. Remessa dos autos
nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93. 3. É certo o princípio da
insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições
objetivas: (a) a mínima ofensividade da conduta do agente; (b) a nenhuma
periculosidade social da ação; (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do
comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada, consoante
delineado no julgado do Supremo Tribunal Federal, HC 101074, Relator Min. Celso de
Mello, Segunda Turma, julgado em 06/04/2010, Dje 30/04/2010. 4. No crime de
estelionato qualificado esta 2ª CCR/MPF tem admitido sua aplicação, por exemplo, nos
casos abrangidos pela Orientação nº 04/2013, que orienta aos membros do MPF que
oficiam na área criminal a dispensar liminarmente a instauração de investigação
criminal própria ou de inquérito policial e determinar, se assim o entender, o
arquivamento das peças de informação (a) relativas a fatos já abrangidos pela
prescrição da pretensão punitiva, cujo termo inicial é a data do último saque efetuado
após o óbito do beneficiário; e (b) quando não houver prova de dolo no saque de até
três benefícios previdenciários. 5. No caso dos autos, entretanto, outros motivos
corroboram a ausência de justa causa para o prosseguimento das investigações: (a) o
saque ocorreu em caixa de autoatendimento, com cartão e senha do beneficiário, o
que torna frágil a alegação de fraude na movimentação questionada; (b) até 06 meses
após o fato a vítima não havia registrado contestação de saque junto à instituição
financeira, inviabilizando a juntada das imagens do momento das retiradas do
numerário, visto que o período de armazenamento das mesmas por parte da Caixa é
de 60 (sessenta) dias (STJ, Resp 1.591.362 " SE); (c) a consequente ausência de
elementos mínimos da autoria e da materialidade delitiva e (d) a inexistência de
diligências capazes de modificar o panorama probatório atual. 6. Manutenção do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o
Dr. Cláudio Dutra Fontella.
53
registrou-se que uma forte estiagem assolou o interior nordestino e dificultou
sobremaneira a prática da agricultura, forçando a venda dos animais. A seca provocou
também a perda de criações e plantações. Constatou-se, ainda, que alguns dos
financiados chegaram a amortizar parte de suas dívidas. Ausência de elementos que
permitam concluir que foi utilizado meio fraudulento para obter financiamento.
Carência de elementos indicativos da presença de dolo. Baixo valor financiado.
Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento dos agentes. Precedentes da 2ª
CCR: NF n° 1.24.000.001036/2018-51, 721ª Sessão de Revisão, de 13/08/2018; NF nº
1.23.000.001600/2016-19, 668ª Sessão de Revisão, de 12/12/2016. Falta de justa
causa para prosseguir na persecução penal. Possibilidade de responsabilização
administrativa, em razão do descumprimento de cláusulas contratuais e compromissos
assumidos junto à instituição financeira. Homologação do arquivamento, sem prejuízo
do disposto no art. 18 do CPP. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr.
José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr. Cláudio Dutra Fontella.
54
50. PROPOSTA DE VENDA DE NOTAS FALSAS ATRAVÉS DO FACEBOOK - INDICADO
UM NÚMERO DE CELULAR PARA CONTATO - PROJETO PROMETHEUS.
55
do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação
os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr. Cláudio Dutra Fontella.
56
CCR e o encaminhamento para a 2ªCCR para pronunciamento quanto à matéria de
fundo, nos termos do voto do(a) relator(a).
54. MINHA CASA MINHA VIDA – VENDA DO IMÓVEL FINANCIADO PELO PROGRAMA -
PASSÍVEL DE MEDIDAS ADMINISTRATIVAS PELA CAIXA - CRIME DE ESTELIONATO E
NÃO DA LEI 7492/86 - INEXISTÊNCIA DE LESÃO DIRETA A BENS, SERVIÇOS E
INTERESSES DA UNIÃO OU DE SUAS ENTIDADES.
57
55. RIF/UIF - DILIGÊNCIAS, NÃO FORAM ENCONTRADOS ELEMENTOS QUE APONTEM
PARA ATOS QUE OFENDAM BENS, SERVIÇOS OU INTERESSE DA UNIÃO OU DE SUAS
ENTIDADES – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
58
dos trabalhadores, não configura o crime a ponto de deslocar a competência para a
Justiça Federal' (NF nº 1.24.000.000526/2016-78, unânime, 4ª Sessão Ordinária,
10/5/2017). Ausência de qualquer lesão a bens, serviços e interesse da União ou de
suas entidades. Não há elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do
Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio ao
Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado,
à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do
voto do(a) relator(a). Participaram da votação Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e a
Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.
59
alcançados o caráter retributivo e a finalidade de prevenção geral, nos termos da
Orientação n. 01-4ªCCR. 2. É dispensada a comunicação do representante acerca da
promoção de arquivamento, nas hipóteses de instauração do procedimento de ofício
ou remessa de órgão público.
60
59. ADVOGADO – REVOGAÇÃO DE PROCURAÇÃO DE ADVOGADO ANTERIOR, SEM
INFORMAÇÃO DO CLIENTE – INFRAÇÃO DISCIPLINAR – NÃO HÁ CRIME.
61. ESTELIONATO – AUTOR QUE SE PASSA POR SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL PARA
ENGANAR A VÍTIMA E OBTER A VANTAGEM INDEVIDA – PREJUÍZO AO PARTICULAR –
NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
61
1.29.000.001263/2018-08 - Eletrônico Voto: 5449/2019 Origem: PROCURADORIA DA
REPÚBLICA - RIO GRANDE DO SUL Relator(a): Dr(a) JOSE ADONIS CALLOU DE ARAUJO
SA Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de estelionato (CP, art. 171).
Manifestações realizadas por meio da Sala de Atendimento ao Cidadão. Os noticiantes
informaram que receberam ligações de pessoa fazendo-se passar por representante
do Ministério Público Federal, alegando que as vítimas teriam quantia em dinheiro
para receber em decorrência do resultado de uma Ação Civil Pública referente ao
Plano Collor I. Posteriormente, após informar diversos dados pessoais das vítimas,
houve solicitação de depósitos de valores referentes às custas processuais. A conduta
causou prejuízo a uma das vítimas, no valor de R$ 1.498,50. Revisão de declínio de
atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). O caso em análise diz respeito ao conhecido
"golpe do Plano Collor", em que estelionatários escolhem suas vítimas geralmente a
partir de aposentados e, na tentativa de extorquir-lhes dinheiro, convence-os de que
são beneficiários de causas na Justiça julgadas procedentes em seu favor, relativas aos
valores dos rendimentos que deixaram de ser auferidos quando do confisco de suas
aplicações financeiras em cadernetas de poupança pelo Plano Collor, na década de
1990. Prejuízo causado ao patrimônio de particular. Ausência de elementos de
informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a
persecução penal. Precedente 2ª CCR: Procedimento nº 1.15.000.000115/2018-53,
709ª Sessão Ordinária, em 26/03/2018, unânime). Homologação do declínio de
atribuições ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta
data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de
atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros
Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.
62
ENSINO – NÃO UTILIZAÇÃO PERANTE ÓRGÃO FEDERAL – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO
FEDERAL.
63
64. REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO - ENVOLVIDOS ESTAVAM
NAQUELAS CIRCUNSTÂNCIAS DE FORMA CONSCIENTE, VOLUNTÁRIA E
INDEPENDENTE – DELITO NÃO CONFIGURADO.
64
linha investigatória potencialmente idônea. Aplicação da Orientação n° 26/2016 da 2ª
CCR. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram
da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e a Dra. Luiza Cristina
Fonseca Frischeisen.
65
68. INVASÃO DE TERRAS DA UNIÃO – CORRETORA DE IMÓVEIS QUE NEGOCIAVA
TERRENOS DE PROPRIEDADE DA UNIÃO PARA PARTICULARES - CONDUTA MELHOR
SE ADÉQUA AO TIPO PENAL DE DISPOSIÇÃO ALHEIA COMO PRÓPRIA (CP, ART. 171,
§2º, I) - NÃO ATENTA CONTRA O PATRIMÔNIO DA UNIÃO – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.
66
inquérito civil ou ação de improbidade administrativa teve por única motivação o
interesse de atribuir crime a uma pessoa que se sabe ser inocente, o que não se
verifica nos autos. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr.
Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.
67
MPF MANIFESTOU-SE PELO ARQUIVAMENTO DO IPL 255/2018 SOB FUNDAMENTO DE
ATIPICIDADE E INSIGNIFICÂNCIA DAS CONDUTAS APURADAS. INEXISTÊNCIA DE
PREJUÍZO À PERSECUÇÃO PENAL FEDERAL. HOMOLOGAÇÃO DO ARQUIVAMENTO.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
68
do real importador, sendo certo que a manutenção do presente IPL em Alagoas
resultaria em uma investigação baseada quase que integralmente por precatórias, o
que não seria eficiente e célere. 7. No caso concreto, a continuidade das investigações
pela Polícia Federal de São Paulo e pela PR/SP facilitarão a colheita de provas,
atendendo aos critérios de utilidade, eficiência e efetividade da persecução penal. 8.
Atribuição do suscitado. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela atribuição do suscitado, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o
Dr. Cláudio Dutra Fontella.
69
estado. Há indícios de que se trata de fachada para realizar importações e exportações
do real importador, sendo certo que a manutenção do presente IPL em Alagoas
resultaria em uma investigação baseada quase que integralmente por precatórias, o
que não seria eficiente e célere. 7. No caso concreto, a continuidade das investigações
pela Polícia Federal de São Paulo e pela PRM/Santos facilitarão a colheita de provas,
atendendo aos critérios de utilidade, eficiência e efetividade da persecução penal. 8.
Precedente da 2ª CCR: JF-AL-0805218-89.2019.4.05.8000-INQ ' Eletrônico, 751ª Sessão
Ordinária ' 7.10.2019, unânime. 9. Atribuição do suscitado. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição do
suscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).
70
que, (i) considerando as informações prestadas, restou demonstrada a suficiência da
medida adotada pelo órgão ambiental, com a aplicação de multa administrativa no
valor de R$ 11.700,00 (onze mil e setecentos reais), de modo que alcançados o
caráter retributivo e a finalidade de prevenção geral, nos termos da Orientação n. 01-
4ªCCR; e (ii) em nova fiscalização no local, o IBAMA verificou a remoção do curral de
pesca. 2. Dispensada a comunicação do representante nas hipóteses de instauração de
ofício ou remessa de órgão público. 3. Voto pela homologação do arquivamento. -
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
71
103.011/PR, Terceira Seção, DJe 22/03/2013) e da 2ª CCR (Processo n°
1.22.000.000626/2018-31, Sessão de Revisão n° 721, de 13/08/2018, unânime).
Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).
72
abrangência próprio de sítios virtuais de amplo acesso, bem como da reconhecida
dispersão mundial preconizada no art. 2º, I, da Lei 12.965/14, que instituiu o Marco
Civil da Internet no Brasil. Não se constata o caráter de internacionalidade, ainda que
potencial, quando o panorama fático envolve apenas a comunicação eletrônica havida
entre particulares em canal de comunicação fechado, tal como ocorre na troca de e-
mails ou conversas privadas entre pessoas situadas no Brasil. Evidenciado que o
conteúdo permaneceu enclausurado entre os participantes da conversa virtual, bem
como que os envolvidos se conectaram por meio de computadores instalados em
território nacional, não há que se cogitar na internacionalidade do resultado (STF RE
628624, Tribunal Pleno, DJe 06/04/2016). Precedentes do STJ (AgRg no HC 236.783/SP,
Quinta Turma, DJe 08/03/2016; CC 128.140/SP, Terceira Seção, DJe 02/02/2015; CC
103.011/PR, Terceira Seção, DJe 22/03/2013) e da 2ª CCR (Procedimento MPF n°
1.22.000.000626/2018-31, 721ª Sessão Ordinária, 13/08/2018, unânime).
Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual. Deliberação:
Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela
homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).
73
1.32.000.000621/2019-42 - Eletrônico Voto: 6568/2019 Origem: PROCURADORIA DA
REPÚBLICA - RORAIMA Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA Ementa: Notícia de
Fato. Representação formulada na Polícia Federal noticiando que pessoas não
identificadas aplicam golpes por meio do aplicativo WhatsApp, através da solicitação
de transferências bancárias com simulação de que o requerente é familiar ou amigo
íntimo da vítima. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 2a CCR). Prejuízo
restrito ao patrimônio de particulares. Inexistência de elementos que apontem para
ofensa a bens, serviços ou interesses da União. Carência de elementos de informação
capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução
penal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).
74
radiodifusão prestado com potência máxima de 25 Watts ERP. Tal definição
harmoniza-se com o entendimento jurisprudencial de que estações rudimentares,
como a de que tratam estes autos, devem efetivamente ser consideradas como de
baixas potência, denotando a insignificância de seu potencial lesivo. 7. No caso, a rádio
comunitária, operava com transmissor de potência de 8,30 watts, sem demonstração
de prejuízo juridicamente relevante ou de atividade ilícita. 8. Ausência da tipicidade
material do fato, remanescendo apenas um ilícito administrativo. Precedentes: STF HC
122507, Primeira Turma, Dje 07/10/2014; HC 126592, Segunda
Turma, Dje 30/04/2015. 9. Manutenção do arquivamento. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
75
Precedentes da 2ª CCR: Procedimentos MPF nº 1.34.033.000054/2019-72 e
1.29.004.000611/ 2018-81, 742ª Sessão Ordinária, de 27/5/2019. Não homologação do
declínio de atribuições e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguimento
das investigações, facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso,
requerer, com fundamento em sua independência funcional, a designação de outro
membro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 do Conselho Institucional do
Ministério Público Federal. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela não homologação do declínio de atribuição, nos termos
do voto do(a) relator(a).
76
Mantido o arquivamento, os autos foram remetidos a esta 2ª CCR, para fins
revisionais. 6. Encaminhamento dos autos à Secretaria de Cooperação Jurídica
Internacional SCI, para que, atenta às disposições da Convenção de Viena sobre
Relações Diplomáticas e ao Ofício da CGPI, informasse se subsiste a imunidade penal
do agente diplomático referente aos atos praticados anteriormente a sua partida
definitiva do Brasil (em especial considerando que não houve por parte do
Estado acreditante a renúncia da jurisdição e que não há informação quanto ao
eventual retorno do representado ao Brasil). 7. Resposta da SCI/MPF: após deixar o
Estado acreditado, as imunidades somente subsistem para o agente diplomático no
que diz respeito aos atos praticados no exercício de suas funções como membro da
missão. Não sendo esse o caso dos autos, conclui-se que não subsiste a imunidade
penal do agente diplomático em questão, uma vez que esse partiu definitivamente do
território brasileiro e que os fatos relatados pela denunciante versam sobre atos
praticados fora do exercício de suas funções oficiais. Note-se que esse também é o
entendimento do Ministério das Relações Exteriores, consoante o Ofício nº
00003200/2019-15, da Coordenação-Geral de Privilégios e Imunidades. Portanto,
entende esta Secretaria de Cooperação Internacional que não há óbice para que o
Ministério Público Federal dê prosseguimento às investigações relacionadas ao
presente caso. 8. Acolhimento dos fundamentos expendidos pela SCI/MPF.
Arquivamento prematuro. Não homologação. Designação de outro membro do
Ministério Público Federal para atuar no caso, podendo propor as medidas que julgar
cabíveis: arquivamento por motivo diverso, continuidade das diligências, análise da
possibilidade da propositura de acordo de não persecução penal, oferecimento da
denúncia ou declínio de atribuições. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação de arquivamento, nos
termos do voto do(a) relator(a).
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Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade,
deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a)
relator(a).
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VERDE DE CARVALHO Ementa: Inquérito Policial. Possível crime contra a honra
praticado por Advogado contra Juíza do Trabalho. MPF requereu o arquivamento do
feito por entender que, embora exista na mensagem do investigado crítica acerca do
trabalho do magistrado, não se vislumbra animus caluniandi, difamandi ou injuriandi,
tão somente o animus criticandi e narrandi, não havendo dolo específico, consistente
no intuito de desonrar o julgador. Discordância do magistrado por visualizar diligências
aptas a esclarecer melhor os fatos, já que o advogado poderia ter imputado ao Juiz os
crimes de corrupção passiva e injúria qualificada contra pessoa com deficiência.
Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV da LC 75/93. Da análise dos autos, verifica-se
que o crime imputado ao advogado da causa poder ser resumido no seguinte trecho:
Portanto, comprovada a negligência e total descuido do Juízo ao tomar conhecimento
do disparate considerável de cálculos liquidação x impugnação, corroborada pelo não
deferimento de medida preventiva imparcial perícia contábil; concomitante, ao
pretérito afastamento do Magistrado por insanidade Psiquiátrica e, ainda, as aparições
do Juiz e Advogados em locais públicos, tem-se por NECESSÁRIO O PRESENTE PEDIDO
DE PROVIDÊNCIAS, sob pena de enriquecimento ilícito dos envolvidos e, perecimento
de bens dos aqui manifestantes. Para a caracterização dos crimes contra a honra é
necessária a existência do elemento subjetivo especial, qual seja, a vontade livre e
consciente de caluniar, difamar ou injuriar. No caso, em que pese as declarações
ásperas do causídico, resta demonstrada apenas a insatisfação do investigado em
relação ao trabalho desempenhado pelo magistrado. A menção acerca do
enriquecimento ilícito é claramente voltada a outra parte da demanda, que se
beneficiaria com o indeferimento da perícia contábil, e não atribuída ao Juízo. Quanto
ao suposto crime de injúria qualificada, verifica-se, como bem apontado pelo parquet,
tão somente o animus narrandi de fato público e notório daqueles que atuam naquela
comarca. A investigada, em depoimento, afirmou não ter feito juízo de valor acerca do
magistrado e que apenas tinha o desiderato de rever os cálculos, além de ter elencado
na petição os fatos descritos por seus clientes. Inexistência de dolo específico exigido
pelo tipo penal. Ainda, tem-se que há de se tutelar a imunidade profissional do
advogado, que apesar não se revestir de caráter absoluto, deve ser mitigada apenas
quando há excesso flagrante em hipóteses extremas, o que não se verifica no presente
caso. Nessa esteira, as criticas se encontram inseridas nas prerrogativas e nos
postulados que regem a liberdade profissional do advogado no exercício de sua
função. Previsão legal de que não constituem injúria ou difamação punível a ofensa
irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador (CP, art.
142, I). Insistência no arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a).
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autuada para apurar possíveis crimes contra a ordem tributária (Lei nº 8.137/90, art.
1º) e de falsidade ideológica ou uso de documento falso (CP, arts. 299 e 304), tendo
em vista o depoimento prestado pelo representante, no qual afirmou que fora vítima
de assalto e que todos os seus documentos foram tomados. Após o ocorrido,
descobriu que foi registrada na Junta Comercial do Estado do Ceará empresa fictícia
em seu nome. Os agentes criminosos de posse dos documentos ainda abriram planos
pós-pagos em operadoras de telefonia, bem como realizaram declaração retificadora
de imposto de renda fraudulenta perante a Receita Federal. O Procurador oficiante
promoveu o arquivamento em relação ao crime de sonegação fiscal e o declínio em
referente ao crime de falsidade perante a junta comercial. Discordância do magistrado.
Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV) e de declínio de atribuição
(Enunciado n° 32). 1) A Receita Federal foi notificada dos fatos narrados para que
informasse acerca das providências adotadas, em especial esclarecer se houve a
instauração de procedimento tributário e/ou lançamento definitivo do tributo. Em
resposta, a RFB se limitou a informar que não pode fornecer informações acerca dos
fatos narrados, pois os dados dos investigados estão sob sigilo. Logo, em relação a
eventual delito do art. 1º da Lei n. 8.137/90, ausente a constituição definitiva do
crédito tributário. Natureza material do delito tributário. Súmula Vinculante nº 24 do
STF. Ausência de condição de procedibilidade. Homologação do arquivamento. 2)
Possível crime previsto no art. 299 e/ou 304 do CP em detrimento de Junta Comercial.
Eventual constituição fraudulenta de empresa. Revisão de declínio de atribuições
(Enunciado nº 33). Incidência do Enunciado nº 62 da 2ª CCR: Não é da atribuição do
Ministério Público Federal a persecução penal relativa aos crimes de falsidade
documental praticados perante Junta Comercial, por não ofenderem diretamente
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do
Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio ao
Ministério Público Estadual Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento e do declínio de
atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do voto do(a) relator(a).
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não ultrapasse R$ 20.000,00. Hipótese de habitual praticante do delito, bem como de
efetiva e flagrante ocorrência de lesão à ordem tributária. Inaplicabilidade do princípio
da insignificância. Aplicação da nova redação do Enunciado nº 49 desta 2ª CCR 'Aplica-
se o princípio da insignificância penal ao descaminho e aos crimes tributários federais,
quando o valor do débito devido à Fazenda Pública decorrente da conduta
formalmente típica não seja superior a R$ 20.000,00, ressalvada a reiteração na
mesma modalidade criminosa, ocorrida em períodos de até 5 (cinco) anos. (150ª
Sessão de Coordenação, de 07.05.2018)'. Designação de outro membro do MPF para
prosseguir na persecução penal. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação de arquivamento, nos termos
do voto proferido pelo Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho. Restou vencida
a relatora, Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. Participou da votação a Dra.
Mônica Nicida Garcia.
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solicitou uma negociação da dívida adquirida. O valor total do prejuízo sofrido pela CEF
foi de R$ 184.568,20. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento, considerando
a inexistência de indiciários do dolo. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,
IV). Da análise dos autos vislumbra-se que há elementos que demonstram que foram
empreendidos esforços, pelo administrador da lotérica, no sentido de quitar a dívida,
tendo, inclusive, o investigado realizado proposta de pagamento no valor de R$
100.000,00, como entrada, solicitando a administração da CEF o parcelamento do
restante da dívida, sendo que proposta não foi aceita pelo Banco. Ausência de indícios
que evidenciem dolo na conduta do representado em apropriar-se indevidamente dos
valores, uma vez que restou demonstrado nos autos que a lotérica passava por
dificuldades financeiras e que o investigado empreendeu esforços para quitar a dívida,
o que não coaduna com a vontade de se apropriar de coisa alheia. A CEF deve se
utilizar dos meios cíveis e administrativos para cobrar a dívida. O direito penal sendo a
última ratio, não é o adequado para forçar o devedor a quitar seu débito. Ausência de
dolo. Falta de justa causa para a continuidade das investigações. Homologação do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a).
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1.11.000.001057/2019-13 - Eletrônico Voto: 6795/2019 Origem: PROCURADORIA DA
REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA
FONTELLA Ementa: Notícia de Fato. Supostas irregularidades na prestação de contas
de campanha de candidato (não eleito) para o cargo Deputado Estadual, nas eleições
de 2018, consistentes na ausência de declaração de despesas com serviços
advocatícios e contábeis possivelmente utilizados na campanha. Revisão de
arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Em que pese as contas tenham sido
desaprovadas pela Justiça Eleitoral, o fato é que a referida rejeição, por si só, não basta
para evidenciar o cometimento de crime eleitoral. No caso concreto não se verifica,
por ora, elementos de informações suficientes capazes de apontarem para a prática de
crimes eleitorais, em especial os previstos nos arts. 350 e 354-A do Código Eleitoral. A
própria Procuradoria Regional Eleitoral, ao se manifestar nos autos de prestação de
contas, opinou pela aprovação com ressalvas das contas da campanha, por considerar
que no caso, verifica-se que a impropriedade detectada pela assessoria contábil é
irrelevante no conjunto da prestação de contas, não se revelando, pois, apta a afetar a
confiabilidade e transparência da movimentação financeira de campanha do
prestador. Ausência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal.
Arquivamento que não gera coisa julgada, podendo as investigações serem reabertas
se houver notícia de novas provas (CPP, art. 18). Homologação do arquivamento.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
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91. FRAUDE NA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE APOSENTADORIA
POR IDADE – SUSPEITA DE NÃO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL -
DESAPARECIMENTO DOS AUTOS DE SEU PROCESSO CONCESSÓRIO – INEXISTÊNCIA
DE DILIGÊNCIAS ÚTEIS PARA A COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE DOS DELITOS –
ARQUIVAMENTO.
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colheitas de depoimentos, verificou-se que a ação do servidor decorreu do regular
exercício do poder polícia, inexistindo elementos que indiquem o excesso e abuso de
poder ou de dano além do permitido pela ordem de derrubada e despejo. Em relação à
possível invasão de terras da União, verifica-se dos autos que a ocupação ocorreu sem
violência ou ameaça, reduzindo-se à construção de uma casa de taipa para abrigar a
investigada que enfrenta a miséria e o desemprego. Mínima ofensividade da conduta
da agente e inexpressividade da lesão jurídica provocada. As medidas administrativas
adotadas para cessar a irregularidade mostraram-se suficientes para a repressão do
ilícito. Subsidiariedade do direito penal. Aplicação da Orientação nº 30 da 2ª CCR.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a).
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Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
86
suportado pelo particular e/ou pela instituição bancária privada que concedeu o
empréstimo fraudulento. Inexistência de lesão direta a bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades. Ausência de elementos de informação capazes de
justificar a atribuição do MPF para a continuidade da persecução penal. Homologação
do declínio ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta
data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de
atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).
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99. ESTELIONATO – BOLETOS BANCÁRIOS FALSOS EMITIDOS POR MEIO DE SITE
FALSO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.
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RS Relator(a): Dr(a) PAULA BAJER FERNANDES MARTINS DA COSTA Ementa: CONTROLE
EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL. NOTÍCIA DE FATO. ARQUIVAMENTO. DELEGADO DE
POLÍCIA FEDERAL. NÃO INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL POR FALTA DE
ATRIBUIÇÃO FEDERAL. PECULIARIDADES E CIRCUNSTÂNCIAS QUE JUSTIFICARAM O
EQUÍVOCO NA DEFINIÇÃO DA ATRIBUIÇÃO. POSTERIOR INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO
POLICIAL. AUSÊNCIA DE IRREGULARIDADE NA CONDUTA DE DELEGADO. AUSÊNCIA DE
PREJUÍZO À PERSECUÇÃO PENAL. HOMOLOGAÇÃO. Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
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Seção, DJe 01/02/2011). Inexistência de elementos de informação capazes de legitimar
a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Além disso, tendo
em vista que a apreensão dos referidos produtos se deu em Brasília/DF, a atribuição
para atuar no caso é do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, à luz da
jurisprudência do STJ (AgRg no REsp 1659315 / RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, Quinta Turma, Data do Julgamento 15/08/2017, DJe 25/08/2017).
Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade,
deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a)
relator(a).
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patrimônio do particular. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério
Público Estadual em relação à matéria criminal. 2) Sob a ótica cível, verifica-se que o
MPF vem atuando em casos semelhantes ao ora em análise, uma vez que a conduta
pode vir a afetar interesses coletivos da sociedade. Retorno dos autos à Procuradora
oficiante para que comunique o Ofício Cível PR/CE para a adoção das providências que
entender cabíveis. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do
voto do(a) relator(a).
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