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COLEÇÃO DE ENUNCIADOS E DELIBERAÇÕES DA 2ª

CÂMARA DE COORDENÇÃO E REVISÃO/MPF


COR/SR/PF/MG
1ª Versão – 17/03/2021
DPF Fernando Rodrigues

SUMÁRIO:

Observações:
1. As deliberações reunidas neste trabalho foram selecionadas em material disponibilizado no
MS/Teams, na equipe “Corregedores Regionais”, pelo Delegado Dr. César de Freitas Xavier,
Coordenador-Geral de Polícia Judiciária (CGPJ/COGER/PF). Os enunciados, por sua vez, foram
selecionados no site do MPF.
2. A seleção levou em conta o que interessa à Polícia Federal no estado de Minas Gerais.
3. As ementas contidas nas caixas destacas e nos itens do sumário não compõem o texto das
deliberações e enunciados da 2ª CCR/MPF. Foram elaboradas apenas para facilitar o manuseio e
consulta neste trabalho.

ENUNCIADOS DA 2ª CCR/MPF – pg. 09.

En. 97 – CRIME CONTRA INSTITUIÇÃO PRIVADA DE ENSINO SUPERIOR OU DIPLOMA FALSO – ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 96 – CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA DE CONTRIBUIÇÃO SINDICAL – NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 95 – CONTRABANDO OU DESCAMINHO VIA POSTAL – COMÉRCIO ELETRÔNICO - ATRIBUIÇÃO DO LOCAL DO


DOMICÍLIO DO INVESTIGADO

En. 94 – IMPORTAÇÃO IRREGULAR DE COMBUSTÍVEL – MERCADORIA PROIBIDA – CONTRABANDO – ATÉ 250L É


INSIGNIFICÂNCIA.

En. 93 – IMPORTAÇÃO DE SEMENTES DE MACONHA – MERCADORIA PROIBIDA – CONTRABANDO – ATÉ 25


UNIDADES, PARA PLANTIO DESTINADO A CONSUMO PRÓPRIO – INSIGNIFICÂNCIA.

En. 91 – FALSA DECLARAÇÃO DE ATIVIDADE RURAL PARA OBTER BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – ATIPICIDADE –
LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ, SE OCORRER NO PROCESSO JUDICIAL.

En. 90 – CONTRABANDO DE CIGARROS – QUANTIDADE MENOR QUE 1000 MAÇOS – ARQUIVAMENTO.

En. 89 – CRIME DE RACISMO – PRATICADO PELA INTERNET – ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 88 – CRIMES RELACIONADOS A DROGAS – TRANSNACIONALIDADE – ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 87 – BANCO POSTAL – SE NÃO HOUVER PREJUÍZO AO SERVIÇO POSTAL, NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 86 – ARMA DE FOGO – POSSE, PORTE OU COMÉRCIO ILEGAL – NÃO É ATRIBUÇÃO FEDERAL.

En. 85 – INJÚRIA RACIAL – PELA INTERNET – NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 84 – CRIME PRATICADO CONTRA PATRIMÔNIO DE PARTICULAR – PELA INTERNET – NÃO É ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.

En. 83 – CRIME DE FRUSTRAÇÃO DE DIREITOS TRABALHISTAS – LESÃO A NÚMERO RESTRITO DE TRABALHADORES –


NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 82 – NEGOCIAÇÃO IRREGULAR DE IMÓVEL FINANCIADO PELO MINHA CASA MINHA VIDA – ESTELIONATO
CONTRA PARTICULAR – NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

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En. 81 – DOAÇÃO PARA CAMPANHA ELEITORAL POR DESEMEPREGADO OU BENEFICIÁRIO DO BOLSA FAMÍLIA –
MATERIALIDADE INSUFICIENTE – VALOR MENOR QUE 10% DO LIMITE DE ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA OU SE
FOR EM DOAÇÃO DE BEM OU SERVIÇO PRESTADO.

En. 80 – FALSA DECLARAÇÃO DE ENDEREÇO OU DE HIPOSSUFICIÊNCIA ENCONÔMICA EM PROCESSO JUDICIAL –


ATIPICIDADE – LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ.

En. 79 – CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA OU SONEGAÇÃO DE


CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE: CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO – SÚMULA VINCULANTE 24/STF - VER EN. 63: SENTENÇA TRABALHISTA TRANSITADA EM JULGADO,
APÓS SUA LIQUIDAÇÃO.

En. 78 – FALSO TESTEMUNHO – AUSÊNCIA DE POTENCIALIDADE LESIVA DO DEPOIMENTO – NÃO HÁ CRIME.

En. 77 – ESTELIONATO – RECEBIMENTO INDEVIDO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL – AUSÊNCIA DE ELEMENTOS QUE


AFASTEM A PRESUNÇÃO DE MISERABILIDADE E AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES FALSAS –
ARQUIVAMENTO.

En. 76 – ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO – EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA – BENEFICIÁRIO DE


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO DOENÇA – NECESSIDADE DE DEMONSTRAR FRAUDE NA CONCESSÃO
DO BENEFÍCIO.

En. 75 – CRIME DE DESOBEDIÊNCIA – DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL DE PENHORA DE PARTE DO


FATURAMENTO DA EMPRESA EXECUTADA – NÃO CONFIGURA CRIME – PREVISÃO DE MULTA PROCESSUAL.

En. 74 – IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA PERMITIDA – DENTRO DO LIMITE DE COTA DE ISENÇÃO – PORÉM, EM


DESACORDO COM CRITÉRIOS QUANTITATIVOS E TEMPORAIS – INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA – ATIPICIDADE.

En. 73 – RÁDIO CLANDESTINA – BAIXA POTÊNCIA E COBERTURA RESTRITA (POTÊNCIA ATÉ 25WATTS E SISTEMA
IRRADIANTE ATÉ 30 METROS) – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO A TELECOMUNICAÇÕES REGULARES – INSIGNIFICÂNCIA.

En. 72 – PRODUTO EM DESCONFORMIDADE COM A ANVISA – NÃO É ATRIBUÇÃO FEDERAL.

En. 71 – AUSÊNCIA DE ELEMENTOS SUFICIENTES DA AUTORIA DELITIVA E DE DILIGÊNCIAS CAPAZES DE APONTÁ-LA –


ARQUIVAMENTO.

En. 68 – PÓS ÓBITO – A) SAQUES POR CAARTÃO MAGNÉTICO; B) NÃO TIVER OCORRIDO RENOVAÇÃO DE SENHA; C)
INEXISTÊNCIA DE PROCURADOR OU REPRESENTANTE LEGAL CADASTRADO NA DATA DO ÓBITO; D) AUSÊNCIA DE
REGISTRO VISUAL - ESGOTAMENTO DAS DILIGÊNMCAS INVESTIGATÓRIAS – ARQUIVAMENTO.

En. 66 – REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA DE SERVIDORES ESTADUAIS E MUNICIPAIS – ENTIDADES GESTORAS DO


RPPS E DE SEUS FUNDOS EQUIPARAM-SE A INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS – GESTORES RESPONDEM POR CRIME
CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 63 – SENTENÇA TRABALHISTA TRANSITADA EM JULGADO - APÓS LIQUIDADA – CONSTITUI DEFINITIVAMENTE O


CRÉDITO TRIBUTÁRIO.

En. 62 – FALSIDADE DOCUMENTO PERANTE JUNTA COMERCIAL – NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 61 – CRIME DE DESOBEDIÊNCIA – DESCUMPRIMENTO DE ORDEM LEGAL DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO – EXIGE


AUSÊNCIA DE PREVISÃO DE SANÇÃO CIVIL, PROCESSUAL E ADMINISTRATIVA – NECESSIDADE DE QUE DESTINATÁRIO
SEJA ADVERTIDO DE QUE O DESCUMPRIMENTO CONFIGURA CRIME – CUMPRIMENTO, AINDA QUE TARDIO, AFASTA
O CRIME – EXIGE PROVA DE QUE DESTINATÁRIO TOMOU CIÊNCIA PESSOAL E INEQUÍVOCA – DESTINATÁRIO TEM
QUE TER O DEVER DE ATENDER A ORDEM.

En. 60 – MOEDA FALSA - AUSÊNCIA DE CONHECIMENTO DA FALSIDADE OU DE DOLO - INVIÁVEL OU IMPROVÁVEL A


PRODUÇÃO DE PROVA EM SENTIDO CONTRÁRIO – ARQUIVAMENTO.

En. 59 – TRANSPORTE DE COMBUSTÍVEL SEM LICENÇA VÁLIDA – NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL, SALVO SE HOUVER
TRANSNACIONALIDADE.

En. 58 – NÃO DEPOSITAR FGTS DO EMPREGADO – ATIPICIDADADE.

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En. 56 - TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS POR VIA POSTAL – ATRIBUIÇÃO: 1) NO CASO DE IMPORTAÇÃO:
LOCAL DO DESTINO DA DROGA (DOMICÍLIO DO INVESTIGADO); 2) NO CASO DE EXPORTAÇÃO: LOCAL DA
POSTAGEM.

En. 54 – DESCAMINHO – ATRIBUIÇÃO DO LOCAL DA APREENSÃO.

En. 53 – PÓS ÓBITO – PRESCRIÇÃO – 12 ANOS A CONTAR DA DATA DO ÚLTIMO SAQUE.

En 52 – SONEGAÇÃO FISCAL – PAGAMENTO INTEGRAL DO DÉBITO TRIBUTÁRIO – EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE –


ARQUIVAMENTO.

En. 51 – CRIME CONTRA A HONRA – ENTRE PARTICULARES – PELA INTERNET – NÃO É ATRIBUÇÃO FEDERAL.

En. 50 – FATO DA CONDUTA TER SIDO PRATICADA PELA INTERNET NÃO ATRAI ATRIBUÇÃO FEDERAL.

En. 49 – DESCAMINHO E CRIMES TRIBUTÁRIOS FEDERAIS – INSIGNIFICÂNCIA – VALOR DO DÉBITO MENOR OU IGUAL
A R$ 20.000,00 – RESSALVADA A REITERAÇÃO NA MESMA MODALIDADE CRIMINOSA NO PERÍODO DE 5 ANOS.

En. 48 - CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - OBTENÇÃO FRAUDULENTA DE FINANCIAMENTO EM


INSTITUIÇÃO FINANCEIRA PARA AQUISIÇÃO DE AUTOMÓVEL – ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 47 - CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL – A BORDO DE NAVIO OU AERONAVE – ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 45 – POLUIÇÃO (ART. 60, LEI 9605/98) – ATRIBUIÇÃO FEDERAL, SE EM ÁREA PERTENCENTE OU PROTEGIDA PELA
UNIÃO.

En. 44 – CAÇA (ART. 29, LEI 9605/98) – ATRIBUIÇÃO FEDERAL, SE EM ÁREA PERTENCENTE OU PROTEGIDA PELA
UNIÃO.

En. 43 – CRIME CONTRA A FLORA (LEI 9605/98) – ATRIBUIÇÃO FEDERAL, SE EM ÁREA PERTENCENTE OU PROTEGIDA
PELA UNIÃO.

En. 42 – ATO INFRACIONAL – MESMO QUE EM DETRIMENTO DA UNIÃO – NÃO É ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 41 – CRIME DE REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO – ATRIBUÇÃO FEDERAL.

En. 39 – TRANSPORTE DE MADEIRA SEM A DEVIDA GUIA (ART. 46, LEI 9605/98) – ATRIBUIÇÃO FEDERAL, SE EM
ÁREA PERTENCENTE OU PROTEGIDA PELA UNIÃO.

En. 38 - ADQUIRIR, DISTRIBUIR E REVENDER COMBUSTÍVEIS EM DESACORDO COM AS NORMAS – NÃO É


ATRIBUIÇÃO FEDERAL, SALVO SE HOUVER INTERESSE DIRETO E ESPECÍFICO DA UNIÃO.

En 37 – CONTRAVENÇÃO PENAL – NÃO É ATRIBUÇÃO FEDERAL.

En. 30 – PESCA PROIBIDA – RIO FEDERAL, MAR TERRITORIAL, ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA OU PLATAFORMA
CONTINENTAL – ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

En. 28 – PRESCRIÇÃO PELA PENA EM PERSPECTIVA – INADIMISSIBILIDADE.

En. 27 – CRIMES DO ART. 297, §§ 3º E 4º, CPB – OFENSA À PREVIDÊNCIA SOCIAL – ATRIBUÇÃO FEDERAL.

En. 26 - OMISSÃO DE ANOTAÇÃO NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL (CTPS) – NÃO CONFIGURA
CRIME DE FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO DO ART. 297, § 4º, CPB.

En. 24 – NOTÍCIA DE CRIME ANÔNIMA – POSSÍVEL INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO – SE CONTIVER ELEMENTOS


CONCRETOS DA OCORRÊNCIA DO CRIME.

En. 21 – EXCLUDENTE DE TIPICIDADE, ILICITUDE OU CULPABILIDADE – POSSIBILIDADE DE ARQUIVAMENTO DO


INQUÉRITO.

En. 19 – PARCELAMENTO TRIBUTÁRIO – SUSPENSÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA.

En. 14 – REQUISIÇÃO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO E DEVOLUÇÃO COM PRAZO – PROCURADOR DEVE INDICAR
DILIGÊNCIAS.

En. 06 – DELEGADO DE POLÍCIA NÃO PODE INSTAURAR INQUÉRITO PARA INVESTIGAR CONDUTA CRIMINOSA DE
MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.

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En. 04 – JUIZ DO TRABALHO – NÃO PODE EXPEDIR ORDEM DE PRISÃO – NÃO PODE REQUISITAR AUXÍLIO POLICIAL
PARA CUMPRIMENTO DE ORDEM DE PRISÃO POR ELE EXPEDIDA.

DELIBERAÇÕES DA 2ª CCR/MPF – pg. 19.

1. FALSIDADE IDEOLÓGICA – SOMENTE CONFIGURA CRIME SE A DECLARAÇÃO NÃO ESTIVER SUJEITA À


CONFIRMAÇÃO – AUSÊNCIA DE POTENCIALIDADE LESIVA.
2. USO DE CRLV FALSO PERANTE A PRF – APRESENTAÇÃO DE BOA FÉ (DESCONHECIMENTO DA FALSIDADE) –
VEÍCULO EMPRESTADO – NÃO HÁ CRIME DO ART. 304 CP – FALSIDADE DO DOCUMENTO DE ATRIBUIÇÃO
DA POLÍCIA CIVIL ESTADUAL.
3. PÓS ÓBITO – AUSÊNCIA DE SAQUE – NÃO HÁ CRIME.
4. AMEAÇAS DE MORTE À ADVOGADO, EM RAZÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.
5. CORRUPÇÃO - NÃO INCIDE O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
6. PÓS ÓBITO – INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS MÍNIMOS DE AUTORIA DELITIVA - AUSÊNCIA DE LINHA
INVESTIGATIVA ALTERNATIVA VIÁVEL E DE JUSTA CAUSA PARA A DEFLAGRAÇÃO DE PERSECUÇÃO PENAL –
ARQUIVAMENTO.
7. DESVIO DE FINALIDADE DE FINANCIAMENTO PRONAF – PEQUENO VALOR – SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO
PENAL – ARQUIVAMENTO.
8. HOMOFOBIA EM REDE SOCIAL – EQUIPARAÇÃO AO RACISMO – AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DE
TRANSNACIONALIDADE – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
9. NEGOCIAÇÃO IRREGULAR DE IMÓVEL ADQUIRIDO PELO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA –
ENUNCIADO 82 DA 2ª CCR – NÃO HÁ CRIME FEDERAL.
10. FRAUDE A SISTEMA DE COTAS EM UNIVERSIDADE FEDERAL – AUTODECLARAÇÃO BASEADA EM ÍNTIMA
CONVICÇÃO – INEXISTÊNCIA DO DOLO.
11. DINHEIRO ESCONDIDO NA CUECA – NECESSIDADE DE INDÍCIOS MÍNIMOS DE ORIGEM ILÍCITA.
12. PASSAGEIRO QUE FUMA DURANTE O VOO – CRIME DO ART. 261 CP EXIGE INDÍCIOS MÍNIMOS DE QUE O
INVESTIGADO TIVESSE A INTENÇÃO OU ASSUMIU O RISCO DE EXPOR A AERONAVE A PERIGO.
13. PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA – BENEFICIÁRIA QUE TEVE NOME INDEVIDAMENTE UTILIZADO PARA
CONSTITUIÇÃO DE EMPRESAS – AUSÊNCIA DO DOLO DO ESTELIONATO.
14. CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA E CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA –
ALEGAÇÃO DE CRISE FINANCEIRA DA FUNDAÇÃO HOSPITALAR – TESE DA INEXIBILIDADE DE CONDUTA
DIVERSA SOMENTE AUTORIZA ARQUIVAMENTO SE A SITUAÇÃO DE PENÚRIA ECONÔMICA ESTIVER
CABALMENTE COMPROVADA NOS AUTOS.
15. EXPLORAÇÃO CLANDESTINA DE ATIVIDADE DE TELECOMUNICAÇÃO – FISCALIZAÇÕES DA ANATEL QUE
NÃO APREENDERAM O TRANSMISSOR E NÃO INTERROMPERAM O SERVIÇO, COM FUNDAMENTO EM
ACORDOS DE COOPERAÇÃO ENTRE O MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES E A AGÊNCIA REGULADORA –
AUSÊNCIA DE LESÃO AO BEM JURÍDICO TUTELADO – NÃO HÁ CRIME.
16. CRIME CONTRA A FAUNA – FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL –
ARQUIVAMENTO.
17. PESCA ILEGAL EM RIO INTERESTADUAL – ENUNCIADO 46 DA 4ª CCR DIVERGE DE ENTENDIMENTO DO STJ –
NÃO É NECESSÁRIO QUE IMPACTO AMBIENTAL ATINJA MAIS DE UM ESTADO DA FEDERAÇÃO.
18. LAVRA ILEGAL DE RECURSOS MINERIAIS – AUTORES DE BAIXA RENDA E SEM INSTRUÇÃO –
FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL – ARQUIVAMENTO.
19. NOTÍCIA DE NEGOCIAÇÃO DE MOEDA FALSA E CARTÕES DE CRÉDITO PELO WHATSAPP – AUSÊNCIA DE
OUTROS ELEMENTOS, ALÉM DO MERO RELATO DO NOTICIANTE – AUSÊNCIA DE INDÍCIOS MÍNIMOS DE
MATERIALIDADE – ARQUIVAMENTO.
20. FALSO TESTEMUNHO – DEPOIMENTO DIVERGENTES NÃO CONSIDERADOS PELO JUIZ TRABALHISTA –
SENTENÇA PROFERIDA COM BASE EM OUTROS ELEMENTOS DE PROVA - AUSÊNCIA DE POTENCIALIDADE
LESIVA – NÃO HÁ CRIME – PRECEDENTE DA 2ª CCR.
21. SAQUE FRAUDULENTO DE FGTS – AUSÊNCIA DE PROCESSO DE CONTESTAÇÃO DE SAQUE NA CAIXA -
FALTA DE LINHA INVESTIGATÓRIA POTENCIALMENTE IDÔNEA – ARQUIVAMENTO.
22. APROPRIAÇÃO INDÉBITA POR ADVOGADO – NÃO REPASSE AO CLIENTE DE VALORES RESULTANTES DO
PROCESSO JUDICIAL– NÃO Á ATRIBUIÇÃO FEDERAL – PRECEDENTE 2ª CCR.
23. PIRÂMIDE FINANCEIRA – NÃO CARACTERIZA CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL –
APLICAÇÃO DA SÚMULA 498 STF (COMPETÊNCIA ESTADUAL PARA CRIMES CONTRA A ECONOMIA
POPULAR).
24. PIRÂMIDE FINANCEIRA – CRIPTOMOEDA – AUSÊNCIA DE PROVA DE EFETIVA CAPTAÇÃO DE RECURSOS DE
TERCEIROS – NÃO HÁ CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.

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25. AGIOTAGEM – CRIME CONTRA A ECONOMIA POPULAR – COMPETÊNCIA ESTADUAL SÚMULA 498 STF.
26. ESTELIONATO CONTRA O PARTICULAR – USO DE SÍMBOLO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL EM
DOCUMENTO FALSO – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.
27. ESTELIONATO CONTRA O PARTICULAR – EMPRÉSTIMO CONSIGNADO – DESCONTO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.
28. NEGOCIAÇÃO DE IMÓVEIS ENTRE PARTICULARES – ASSENTAMENTO DO INCRA – ATIPICIDADE DA
CONDUTA.
29. ROUBO A AGÊNCIA DOS CORREIOS – BANCO POSTAL – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.
30. SIMPLES OMISSÃO DE ANOTAÇÃO NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL (CTPS) NÃO
CONFIGURA, POR SI SÓ, O CRIME DE FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO (ART. 297, § 4º, DO CP)
31. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO DE 60 DIAS PARA TRANSFERÊNCIA DE ARMA OU ENTREGA À POLÍCIA FEDERAL
– TRANSFERÊNCIA OCORRIDA DEPOIS DO PRAZO – NÃO HÁ CRIME DE DESOBEDIÊNCIA.
32. PEQUENO PROVEDOR DE INTERNET – ATÉ 5 MIL CLIENTES E USO DE EQUIPAMENTOS DE RADIAÇÃO
RESTRITA – DISPENSA DE AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO – AUSÊNCIA DE INTERFERÊNCIA RADIOELÉTRICA –
ATIPICIDADE DA CONDUTA.
33. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - RECUSA EM CUMPRIR AS DILIGÊNCIAS REQUISITADAS PELO MPF NO
BOJO DE INQUÉRITO POLICIAL - ATIPICIDADE DA CONDUTA CRIMINAL - AUSÊNCIA DE ATO DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
34. SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – INSIGNIFICÂNCIA – VALOR NÃO INCLUI JUROS E
MULTA.
35. ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO – USO DE DECLARAÇÃO PARTICULAR DE ATIVIDADE RURAL
IDEOLOGICAMENTE FALSA EM PROCESSO JUDICIAL – FRAUDE PASSÍVEL DE DESCOBERTA NO CURSO DO
PROCESSO – DESLEALDADE PROCESSUAL A SER RESOLVIDA PELAS REGRAS DO CPC (LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
E MULTA) E PUNIÇÃO DISCIPLINAR PELO ESTATUTO DA OAB – FALTA DE JUSTA CAUSA PARA PERSECUÇÃO
PENAL.
36. PÓS ÓBITO – VALOR SUPERIOR AO PISO PARA AJUIZAMENTO DE AÇÕES DE RESSARCIMENTO AO INSS –
NÃO SE APLICA O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
37. PÓS ÓBITO – INVESTIGADOS ASSUMEM A REALIZAÇÃO DO SAQUE – ALEGAÇÃO DE CUSTEIO DE DESPESAS
COM CIRURGIA DA SEGURADA, POUCO ANTES DO ÓBITO - QUANTIA SACADA É INFERIOR AO PISO
MÍNIMO PARA O AJUIZAMENTO DE AÇÕES DE RESSARCIMENTO AO INSS – ARQUIVAMENTO.
38. PÓS ÓBITO – VALOR MENOR QUE PISO MÍNIMO PARA O AJUIZAMENTO DE AÇÕES DE RESSARCIMENTO
AO INSS (R$ 10.000,00) – INSIGNIFICÂNCIA.
39. RECEBIMENTO DE SEGURO-DESEMPREGO EM CONCOMITÂNCIA COM EXERCÍCIO DE ATIVIDADE LABORAL
– PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO (DIARISTA) E COM CARÁTER ESPORÁDICO –
AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA A PERSECUÇÃO PENAL.
40. INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO (ART. 154-A CP) – MESMO QUE O ENVIO DE VÍRUS DE
COMPUTADOR OCORRA COM UTILIZAÇÃO DE E-MAIL SUPOSTAMENTE PERTENCENTE A ÓRGÃO FEDERAL
– ILÍCITO PERPETRADO CONTRA O PARTICULAR – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.
41. REPASSE DE RECURSO PÚBLICO FEDERAL NÃO DEFINE A FORMA EM QUE O SERVIÇO SERÁ PRESTADO,
CUJA COMPETÊNCIA É DOS GESTORES LOCAIS E ESTADUAIS.
42. INDÍGENA – COMPETÊNCIA FEDERAL SE JUSTIFICA QUANDO VERSA DISPUTA SOBRE DIREITOS INDÍGENAS,
INCLUINDO AS MATÉRIAS REFERENTES À ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS ÍNDIOS, SEUS COSTUMES, LÍNGUAS,
CRENÇAS E TRADIÇÕES, BEM COMO OS DIREITOS SOBRE AS TERRAS QUE TRADICIONALMENTE OCUPAM.
43. DESCONTO NÃO AUTORIZADO DE VALORES DESTINADOS A SINDICATO – CONDUTA PRATICADA POR
ENTIDADE PRIVADA EM PREJUÍZO DE PARTICULAR – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
44. CRIME CONTRA A FLORA – DOF – PROMETHEUS.
45. CRIME CONTRA A FLORA – DESPAMATAMENTO – FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO
PENAL – ARQUIVAMENTO.
46. CRIME CONTRA A FAUNA – PASSERIFORMES – FRAUDES NO SISPASS – FRAGMENTARIEDADE E
SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL.
47. SAQUE FRAUDULENTO DE PARCELA DO SEGURO-DESEMPREGO – AUSÊNCIA DE ELEMENTOS MÍNIMOS DA
AUTORIA E DA MATERIALIDADE DELITIVA E INEXISTÊNCIA DE DILIGÊNCIAS CAPAZES DE MODIFICAR O
PANORAMA PROBATÓRIO ATUAL – ARQUIVAMENTO.
48. PRONAF – DESVIO DE FINALIDADE DE FINANCIAMENTO – INEXISTÊNCIA DE FRAUDE – DESCUMPRIMENTO
DE CLÁUSULA CONTRATUAL – ARQUIVAMENTO.
49. NARRATIVA MANIFESTAMENTE DESCONEXA - FATOS RELATADOS DE FORMA VAGA E GENÉRICA,
DESACOMPANHADOS DE ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO CAPAZES DE POSSIBILITAR UMA INVESTIGAÇÃO
IDÔNEA - INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS MÍNIMOS QUE JUSTIFIQUEM O PROSSEGUIMENTO DA
PERSECUÇÃO PENAL.
50. PROPOSTA DE VENDA DE NOTAS FALSAS ATRAVÉS DO FACEBOOK - INDICADO UM NÚMERO DE CELULAR
PARA CONTATO - PROJETO PROMETHEUS.
51. TERCEIRO DESCONHECIDO E NÃO AUTORIZADO QUE APRESENT DECLARAÇÕES DE IMPOSTO DE RENDA
PESSOA FÍSICA - RECEITA FEDERAL INFORMA QUE FOI DEFERIDO O PEDIDO DO CONTRIBUINTE PARA O

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CANCELAMENTO DAS REFERIDAS DIRF - MEIO PARA A PRÁTICA DE UM POSTERIOR ESTELIONATO CONTRA
O PARTICULAR – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
52. DESOBEDECER ORDEM JUDICIAL, DEIXANDO DE ENTREGAR VEÍCULO, QUE HAVIA SIDO OBJETO DE
PENHORA – NÃO HÁ CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA – NÃO HÁ CRIME DE DESOBEDIÊNCIA – FRAUDE À
EXECUÇÃO É DE AÇÃO PRIVADA - ENUNCIADO Nº 61 DA 2ª CCR - FALTA DE JUSTA CAUSA PARA
PROSSEGUIR NA PERSECUÇÃO PENAL.
53. FURTO - DEMORA DE CINCO DIAS PARA O ACIONAMENTO DA POLÍCIA FEDERAL, IMPOSSIBILITANDO A
REALIZAÇÃO DE EFICAZ PERÍCIA – AUSÊNCIA DE CÂMERAS E DE TESTEMUNHAS - INEXISTÊNCIA DE
ELEMENTOS A FORMAR LINHA INVESTIGATIVA – ARQUIVAMENTO.
54. MINHA CASA MINHA VIDA – VENDA DO IMÓVEL FINANCIADO PELO PROGRAMA - PASSÍVEL DE MEDIDAS
ADMINISTRATIVAS PELA CAIXA - CRIME DE ESTELIONATO E NÃO DA LEI 7492/86 - INEXISTÊNCIA DE LESÃO
DIRETA A BENS, SERVIÇOS E INTERESSES DA UNIÃO OU DE SUAS ENTIDADES.
55. RIF/UIF - DILIGÊNCIAS, NÃO FORAM ENCONTRADOS ELEMENTOS QUE APONTEM PARA ATOS QUE
OFENDAM BENS, SERVIÇOS OU INTERESSE DA UNIÃO OU DE SUAS ENTIDADES – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.
56. FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA – STF: O SIMPLES FATO DE HAVER O
DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TRABALHISTAS, AINDA QUE EXPRESSIVO O NÚMERO DE
TRABALHADORES, NÃO DESLOCA COMPETÊNCIA PARA JUSTIÇA FEDERAL.
57. PÁSSARO SILVESTRE – CATIVEIRO – ESPÉCIMES QUE NÃO FIGURAM NA LISTA DE AMEÇADOS DE EXTINÇÃO
– ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.
58. DESMATAMENTO – FLORESTA NACIONAL – FRAGMENTARIDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL –
ARQUIVAMENTO.
59. ADVOGADO – REVOGAÇÃO DE PROCURAÇÃO DE ADVOGADO ANTERIOR, SEM INFORMAÇÃO DO CLIENTE
– INFRAÇÃO DISCIPLINAR – NÃO HÁ CRIME.
60. QUEIMADA – MATA ATLÂNTICA – SE NÃO ATINGIR BEM OU INTERESSE DA UNIÃO, NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.
61. ESTELIONATO – AUTOR QUE SE PASSA POR SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL PARA ENGANAR A VÍTIMA E
OBTER A VANTAGEM INDEVIDA – PREJUÍZO AO PARTICULAR – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
62. ESTELIONATO - OFERTA DE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FACULDADE PARTICULAR INEXISTENTE –
CRIME PRATICADO CONTRA PARTICULARES – NÃO Á ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
63. ESTELIONATO – FALSIFICAÇÃO E VENDA DE DIPLOMAS DE CURSOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO
PELA INTERNET DE INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE ENSINO – NÃO UTILIZAÇÃO PERANTE ÓRGÃO FEDERAL –
NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.
64. REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO - ENVOLVIDOS ESTAVAM NAQUELAS CIRCUNSTÂNCIAS
DE FORMA CONSCIENTE, VOLUNTÁRIA E INDEPENDENTE – DELITO NÃO CONFIGURADO.
65. MOEDA FALSA – VIA POSTAL – ESGOTAMENTO DAS DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS RAZOAVELMENTE
EXIGÍVEIS E INEXISTÊNCIA DE LINHA INVESTIGATÓRIA POTENCIALMENTE IDÔNEA – ARQUIVAMENTO.
66. NOTÍCIA DE CRIME ANÔNIMA – MANIFESTAÇÃO DESACOMPANHADA DE ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO
QUE JUSTIFIQUEM O INÍCIO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL – ARQUIVAMENTO.
67. USO INDEVIDO DO LOGOTIPO DO IBAMA EM SITE DE EMPRESA PRIVADA - OBJETIVO DE INFORMAR QUE
PRESTAVA SERVIÇOS TÉCNICOS NA ÁREA AMBIENTAL JUNTO AO IBAMA - AUSÊNCIA DE DOLO.
68. INVASÃO DE TERRAS DA UNIÃO – CORRETORA DE IMÓVEIS QUE NEGOCIAVA TERRENOS DE PROPRIEDADE
DA UNIÃO PARA PARTICULARES - CONDUTA MELHOR SE ADÉQUA AO TIPO PENAL DE DISPOSIÇÃO ALHEIA
COMO PRÓPRIA (CP, ART. 171, §2º, I) - NÃO ATENTA CONTRA O PATRIMÔNIO DA UNIÃO – NÃO HÁ
ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
69. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – EXIGE LASTRO PROBATÓRIO MÍNIMO, NO SENTIDO DE DEMONSTRAR QUE A
INSTAURAÇÃO DE INVESTIGAÇÃO POLICIAL, PROCESSO JUDICIAL, INVESTIGAÇÃO ADMINISTRATIVA,
INQUÉRITO CIVIL OU AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA TEVE POR ÚNICA MOTIVAÇÃO O
INTERESSE DE ATRIBUIR CRIME A UMA PESSOA QUE SE SABE SER INOCENTE.
70. AMEAÇA – BENEFICIÁRIO DO INSS – EXIGE QUE A VÍTIMA SEJA SUJEITO DETERMINADO.
71. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - DEVOLUÇÃO INDEVIDA DE APARELHOS CELULARES APREENDIDOS –
RECOMENDAÇÃO PARA QUE SEJA SEMPRE OPORTUNIZADA A MANIFESTAÇÃO DO MPF ANTES DE
QUALQUER RESTITUIÇÃO DE MATERIAIS APREENDIDOS.
72. CONFLITO DE ATRIBUIÇÃO RESOLVIDO PELO CRITÉRIO DA UTILIDADE, EFICIÊNCIA E EFETIVIDADE DA
PERSECUÇÃO PENAL – LOCAL EM QUE A COLHEITA DE PROVA É MAIS FACILITADA (COMO JÁ ENTENDEU A
COGER/PF, NO PARECER 15/2020-DELP/COGER/PF) – HÁ ENUNCIADO 95 DA 2ª CCR
73. RÁDIO COMUNITÁRIA SEM AUTORIZAÇÃO – EQUIPAMENTO DE REDUZIDA POTÊNCIA - NÃO HOUVE
REGISTRO DE INTERFERÊNCIA PREJUDICIAL – NÃO HÁ LESÃO AO BEM JURÍDICO TUTELADO –
INSIGNIFICÂNCIA.
74. PESCA - MULTA ADMINISTRATIVA – FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL.
75. PEDOFILIA - CRIME PRATICADO EM LOCAL DE ACESSO RESTRITO AOS PARTICIPANTES DA CONVERSA - O
FATO DE O CRIME SER COMETIDO POR MEIO DA INTERNET NÃO É SUFICIENTE PARA FIRMAR A
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL, SENDO NECESSÁRIAS A PROVA DA TRANSNACIONALIDADE DA

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CONDUTA E A EXISTÊNCIA DE TRATADO OU CONVENÇÃO INTERNACIONAL (CF, ART. 109, V) - EXISTÊNCIA
DA CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS DA CRIANÇA DA QUAL O BRASIL É SIGNATÁRIO
(DECRETO 99.710/1990, ART. 1º) - AUSÊNCIA DA TRANSNACIONALIDADE DA CONDUTA NO CASO
CONCRETO – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
76. ESTELIONATO – CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – FRAUDE EM CONTAS BANCÁRIAS QUE ESTARIAM SENDO
UTILIZADAS PARA RECEBIMENTO DE DEPÓSITOS ORIUNDOS DE GOLPES TELEFÔNICOS - NÃO HOUVE
PREJUÍZO À EMPRESA PÚBLICA FEDERAL - A SIMPLES UTILIZAÇÃO DE CONTA-CORRENTE NA INSTITUIÇÃO
BANCÁRIA FEDERAL NÃO É SUFICIENTE PARA ATRAIR A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.
77. ESTELIONATO – GOLPE POR WHATSAPP – SOLICITAÇÃO DE TRANSFERÊNCIAS BANCÁRIAS COM
SIMULAÇÃO DE QUE O REQUERENTE É FAMILIAR OU AMIGO ÍNTIMO DA VÍTIMA – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.
78. RÁDIO CLANDESTINA – INSIGNIFICÂNCIA.
79. CRIPTOMOEDA – EMPRESA QUE SE APRESENTA COMO GESTORA DE CRITOATIVOS – CAPTAÇÃO
ESPECULATIVA DE INVESTIDORES – CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.
80. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA - SOMENTE SUBSISTE NO QUE DIZ RESPEITO AOS ATOS PRATICADOS NO
EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES COMO MEMBRO DA MISSÃO.
81. ESBULHO POSSESSÓRIO – STJ: AINDA QUE O CRIME DE ESBULHO POSSESSÓRIO TENHA OCORRIDO EM
ASSENTAMENTOS RURAIS ADMINISTRADOS PELO INCRA, TAIS FATOS DEVEM SER JULGADOS PELA JUSTIÇA
ESTADUAL.
82. FALSIFICAÇÃO E USO DE DOCUMENTO FALSO PELO PRÓPRIO AUTOR DA FALSIFICAÇÃO – AGENTE
RESPONDE APENAS PELA FALSIFICAÇÃO (ART. 297 DO CÓDIGO PENAL) - O USO CONFIGURA
POST FACTUM IMPUNÍVEL – CRIME DE USO DE DOCUMENTO FALSO RESTAR ABSORVIDO PELA
CONTRAFAÇÃO DE DOCUMENTO - NÃO SE APLICA SÚMULA 546 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA –
COMPETÊNCIA DEFINIDA EM FUNÇÃO DO ÓRGÃO EXPEDIDOR (NÃO DO ÓRGÃO A QUEM FOI
APRESENTADO).
83. ADVOGADO – CRÍTICAS AO JUIZ DA CAUSA - ANIMUS CRITICANDI E NARRANDI – PRERROGATIVAS E
LIBERDADE PROFISSIONAL DO ADVOGADO – NÃO HÁ CRIME CONTRA A HONRA.
84. NOTÍCIA DE POSSÍVEL CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA – RFB INFORMA QUE NÃO PODE FORNECER
INFORMAÇÕES ACERCA DOS FATOS NARRADOS, POIS ESTÃO SOB SIGILO - AUSÊNCIA DE CONDIÇÃO DE
PROCEDIBILIDADE – ARQUIVAMENTO.
85. DESCAMINHO – INSIGNIFICÂNCIA - REITERAÇÃO DA CONDUTA ILÍCITA OBSTA A INCIDÊNCIA DA TESE DA
BAGATELA - ENUNCIADO Nº 49 DESTA 2ª CCR.
86. ROUBO – DECURSO DE TEMPO QUE INVIABILIZA INVESTIGAÇÃO – ARQUIVAMENTO.
87. APROPRIAÇÃO INDÉBITA – ADMINISTRADOR DE CASA LOTÉRICA – UTILIZAÇÃO DE RECURSOS QUE
DEVERIAM TER SIDO REPASSADOS À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – LOTÉRICA EM DIFICULDADES
FINANCEIRAS – ADMINISTRADOR QUE PROCURA A CAIXA PARA PROPOR O PAGAMENTO PARCELADO DA
DÍVIDA – AUSÊNCIA DE DOLO – FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL.
88. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO - AUSÊNCIA DE RENOVAÇÃO DE REGISTRO -
ILÍCITO ADMINISTRATIVO – FATO ATÍPICO.
89. IRREGULARIDADES NA PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAMPANHA DE CANDIDATO (NÃO ELEITO) PARA O
CARGO DEPUTADO ESTADUAL – CONTAS DESAPROVADAS PELA JUSTIÇA ELEITORAL – REJEIÇÃO DAS
CONTAS, POR SI SÓ, NÃO BASTA PARA EVIDENCIAR CRIME ELEITORAL.
90. MINHA CASA MINHA VIDA – USO DE DOCUMENTO FALSO (COMPROVANTE DE RENDA) PARA OBTENÇÃO
DO FINANCIAMENTO – DOCUMENTO ENTREGUE A CORRESPONDENTE IMOBILIÁRIO QUE, CRENDO NA
SUA VERACIDADE, ABRIU CADASTRO AO QUAL A CAIXA TERIA ACESSO – INEXISTÊNCIA DE CONTRATO OU
CADASTRO PERANTE A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – ESTELIONATO CONTRA PARTICULAR.
91. FRAUDE NA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE APOSENTADORIA POR IDADE – SUSPEITA DE
NÃO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL - DESAPARECIMENTO DOS AUTOS DE SEU PROCESSO CONCESSÓRIO
– INEXISTÊNCIA DE DILIGÊNCIAS ÚTEIS PARA A COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE DOS DELITOS –
ARQUIVAMENTO.
92. ABUSO DE AUTORIDADE – DANO – INVASÃO DE TERRAS DA UNIÃO - REGULAR EXERCÍCIO DO PODER
POLÍCIA - DERRUBADA DE UMA CASA DE TAIPA E DESPEJO.
93. REQUISIÇÃO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL – LAVAGEM DE DINHEIRO – REQUISIÇÃO
BASEADA EM PRESUNÇÃO DE CRIME ANTECEDENTE – AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA.
94. RÁDIO CLANDESTINA – PROVA DE QUE INVESTIGADO JÁ HAVIA PROTOCOLADO PEDIDO DE
REGULARIZAÇÃO JUNTO AO MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES – AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA
PERSECUÇÃO PENAL – ARQUIVAMENTO.
95. ESTELIONATO CONTRA A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – PREJUÍZO MENOR QUE R$ 10.000,00 –
INSIGNIFICÂNCIA.
96. ESTELIONATO – ABERTURA DE CONTA NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL COM UTILIZAÇÃO DE
DOCUMENTOS FALSOS – CONTA USADA PARA RECEBIMENTO DE TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS
PROVENIENTES DE EMPRÉSTIMO CONTRATO EM BANCO PRIVADO – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.

7
97. ESTELIONATO – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – AUTOR QUE, FAZENDO-SE PASSAR PELA VÍTIMA, CANCELA
CONTA BANCÁRIA E ABRE OUTRA NO BANCO DO BRASIL – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.
98. ESTELIONATO – GOLPE PRATICADO VIA SITE DE EMPRESA DE INVESTIMENTO SITUADA NO EXTERIOR –
PREJUÍZO DE PARTICULARES – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
99. ESTELIONATO – BOLETOS BANCÁRIOS FALSOS EMITIDOS POR MEIO DE SITE FALSO DA CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.
100. IMPOSTO DE RENDA – DEDUÇÃO DE FALSAS DESPESAS MÉDICAS E EDUCACIONAIS – VALOR MENOR QUE
R$ 20.000,00 (EXCLUÍDOS JUROS E MULTA) – INSIGNIFICÂNCIA – ARQUIVAMENTO.
101. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - NÃO INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL POR FALTA DE ATRIBUIÇÃO
FEDERAL – EQUÍVOCO NA DEFINIÇÃO DA ATRIBUIÇÃO - AUSÊNCIA DE IRREGULARIDADE.
102. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - RESTITUIÇÃO DE MIL DÓLARES APREENDIDOS COM FLAGRANTEADA
POR CRIME DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS – DISCRICIONARIEDADE DO DELEGADO – NÃO
CONFIGURA IMPROBIDADE.
103. PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS – SUPLEMENTOS ALIMENTARES SEM
REGISTRO NA ANVISA – COMERCIALIZAÇÃO INTERNA (SEM TRANSNACIONALIDADE) – NÃO HÁ
ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
104. LAVAGEM DE DINHEIRO – CRIME ANTECEDENTE DE COMPETÊNCIA ESTADUAL – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO
FEDERAL.
105. DESCONTOS NÃO AUTORIZADOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO PROMOVIDOS POR ASSOCIAÇÃO – NÃO
HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.
106. ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO VEICULAR – ATUAÇÃO COMO SEGURADORA – SEM AUTORIZAÇÃO DA SUSEP
– CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (ART. 16 DA LEI 7.492/86).

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ENUNCIADOS DA 2ª CCR/MPF

Enunciado nº 97
É de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal de crimes praticados
contra o funcionamento de instituição privada de ensino superior ou na emissão de
certificado de conclusão de curso de graduação/pós-graduação.
Aprovado na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.

Enunciado nº 96
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de
apropriação de contribuição sindical (CP, art. 168), por não ofender diretamente bens,
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas.
Aprovado na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.

Enunciado nº 95
É da atribuição do membro do Ministério Público Federal oficiante no local do
domicílio do investigado a persecução penal dos crimes de contrabando e descaminho,
quando a importação irregular ocorrer via postal, ou seja, resultante de comércio
eletrônico, hipóteses diversas daquelas verificadas nos precedentes de 1994 e 1995
que motivaram a edição da Súmula nº 151 do STJ. (Para drogas e medicamentos pelo
correio, ver orientação nº 41).
Alterado na 184ª Sessão Virtual de Coordenação, de 09/06/2020.

Enunciado nº 94
Na importação irregular de combustível, mercadoria proibida que atrai a incidência do
crime de contrabando, previsto no art. 334-A do Código Penal, a pequena quantidade,
assim considerada até o limite de 250 litros, induz à mínima ofensividade da conduta,
à ausência de periculosidade da ação e o ínfimo grau de reprovabilidade do
comportamento, razões que comportam a aplicação do princípio da insignificância à
hipótese.
Aprovado na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.

Enunciado nº 93
Na importação de sementes de maconha, mercadoria proibida que atrai a incidência
do crime de contrabando, previsto no art. 334-A do Código Penal, a pequena
quantidade, assim considerada até o limite de 25 unidades, para o plantio destinado
ao consumo próprio, induz à mínima ofensividade da conduta, à ausência de
periculosidade da ação e o ínfimo grau de reprovabilidade do comportamento, razões
que comportam a aplicação do princípio da insignificância à hipótese.
Aprovado na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.

Enunciado nº 91
A falsa declaração particular de atividade rural para obtenção de benefício
previdenciário, embora autorize a condenação por litigância de má-fé (sanção prevista

9
no art. 81 do CPC), não configura ilícito penal, diante da carência de potencialidade
lesiva, sendo, portanto, atípica, porque o documento, por si só, é absolutamente
ineficaz para induzir ou manter em erro a autarquia previdenciária ou o Judiciário.
Aprovado na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.

Enunciado nº 90
É cabível o arquivamento de investigações criminais referentes a condutas que se
adéquem ao contrabando de cigarros quando a quantidade apreendida não superar
1.000 (mil) maços, seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja pela
necessidade de se dar efetividade à repressão ao contrabando de vulto. As eventuais
reiterações serão analisadas caso a caso.
Aprovado na 177ª Sessão Virtual de Coordenação, de 16/03/2020.

Enunciado nº 89
É de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de racismo,
previsto no art. 20, § 2º, da Lei nº 7.716/89, e na Convenção Internacional sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, da qual o Brasil é signatário, se
a infração penal, caracterizada pelo evidente excesso no exercício da liberdade de
expressão por parte do investigado, for praticada pela rede mundial de computadores.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 88
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal dos crimes
relativos a entorpecentes, salvo se comprovada a transnacionalidade da conduta.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 87
Exceto quando comprovado dano ao serviço postal, não é de atribuição do Ministério
Público Federal a persecução penal de crime praticado nas dependências de agência
dos Correios contra pessoa jurídica de direito privado na condição de Banco Postal,
tendo em vista que a instituição financeira, sociedade de economia mista,
responsabiliza-se por eventuais perdas, danos, roubos, furtos ou destruição de bens
cedidos pela empresa pública federal.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 86
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal dos crimes de
posse, porte ou comércio, irregular ou ilegal, de arma de fogo, acessório ou munição,
previstos na Lei nº 10.826/03, salvo se, no caso, incidir hipótese especifica de
competência federal ou tiver conexão com crime federal.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 85
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de
injúria racial (CP, art. 140, § 3º), ainda que praticado pela rede mundial de
computadores, salvo se, no caso, incidir hipótese especifica de competência federal ou
tiver conexão com crime federal.

10
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 84
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal dos crimes
praticados exclusivamente contra o patrimônio de particular, ainda que praticado por
meio da rede mundial de computadores.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 83
Não é de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de
frustração de direito assegurado por lei trabalhista, previsto no art. 203 do Código
Penal, se, após diligências, restar demonstrado apenas lesão a um restrito número de
trabalhadores.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 82
A negociação irregular de imóvel adquirido de forma lícita por meio do Programa
Minha Casa Minha Vida é passível de medidas no âmbito cível a serem adotadas pelo
agente financiador, inclusive a retomada do imóvel, mas, na esfera penal, se restringe
aos interesses de particulares, eventuais vítimas do crime de estelionato (CP, art. 171),
não havendo lesão direta e específica a bens, serviços ou interesses da União ou de
suas entidades que justifique a atribuição do Ministério Público Federal.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 81
A simples constatação de que o investigado realizou doação a campanha eleitoral
quando estava desempregado ou era beneficiário de programa social não
demonstra materialidade suficiente da prática de conduta criminosa, sobretudo se o
valor doado estiver abaixo de 10% (dez por cento) do limite de isenção do imposto de
renda daquele ano ou se for doação estimável em dinheiro (cessão de bem ou serviço
prestado).
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 80
A falsa declaração de endereço residencial em processo judicial ou de hipossuficiência
econômica para fins de gratuidade de justiça, embora seja eticamente inapropriada e
justifique a condenação por litigância de má-fé (sanção prevista no art. 81 do CPC), não
configura ilícito penal, sendo, portanto, atípica, porque goza de presunção juris
tantum, sujeita à comprovação posterior, realizada de ofício pelo magistrado ou
mediante impugnação.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 79
Considerando os efeitos da Súmula Vinculante nº 24 do STF, em regra, o oferecimento
de denúncia por crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/1990, art. 1º, incisos I a
IV), de apropriação indébita previdenciária (CP, art. 168-A) ou de sonegação de

11
contribuição previdenciária (CP, art. 337-A) depende do término do procedimento
administrativo e da consequente constituição definitiva do crédito tributário,
indispensável condição de procedibilidade.
Reeditado na 177ª Sessão Virtual de Coordenação, de 16/03/2020.

Veja também o Enunciado nº 63: A sentença trabalhista transitada em julgado,


condenatória ou homologatória de acordo, após sua liquidação, constitui
definitivamente o crédito tributário.

Enunciado nº 78
Não configura o crime de falso testemunho (CP, art. 342) o depoimento contrário às
demais provas constantes no processo quando não for verificada a potencialidade
lesiva nas declarações prestadas pela testemunha, em razão (a) da evidente ausência
de dolo do investigado, (b) da desconsideração do depoimento pelo Juízo, (c) da
sentença ter como fundamentos outros elementos de prova existentes nos autos ou
(d) da aplicação de multa pelo Juízo à testemunha, sendo nessa última hipótese,
medida suficiente à retribuição e à prevenção da conduta praticada.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 77
É cabível o arquivamento de procedimento investigatório em relação ao crime de
estelionato em detrimento da União, cometido mediante o recebimento indevido de
benefício assistencial, quando (a) não haja elementos que possam afastar a presunção
de miserabilidade, ainda que a renda familiar per capita supere o limite legal ou (b)
não houver comprovação de prestação de informações falsas no momento do
requerimento do benefício.
Redação alterada na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.

Enunciado nº 76
O exercício de atividade remunerada por beneficiário de aposentadoria por invalidez
ou auxílio-doença, não configura, por si só, a prática do crime de estelionato
previdenciário (art. 171, §3ª, CP), sendo necessário para tanto a demonstração de
fraude na concessão do benefício.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 75
Não configura a prática do crime de desobediência (CP, art. 330) o descumprimento de
ordem judicial de penhora de parte do faturamento de sociedade empresária
executada. A conduta constitui ato atentatório à dignidade da Justiça, ao qual é
cominada multa de até 20% do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo
de outras sanções de natureza processual ou material (CPC, art. 774).
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 74
A importação de mercadorias permitidas dentro dos limites das cotas de isenção
fixadas pela Receita Federal, mas, em desacordo com os critérios quantitativos e

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temporais preestabelecidos, consiste em infração administrativa, atípica na esfera
criminal, sendo irrelevante a existência de reiterações no crime de descaminho.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 73
O Serviço de Radiodifusão Comunitária operado em baixa potência e cobertura
restrita, ou seja, com potência limitada a um máximo de 25 watts ERP e altura do
sistema irradiante não superior a trinta metros, destinado ao atendimento de
determinada comunidade de um bairro e/ou vila, sem a efetiva demonstração de
prejuízo aos meios de telecomunicações regulares, denota a insignificância de seu
potencial lesivo, o que torna a conduta penalmente atípica.
Aprovado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 72
Não é atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal dos crimes de
propaganda, fabricação ou comercialização de produto sem registro, com fórmula em
desacordo à constante do registro ou sem as características de identidade, qualidade e
segurança estabelecidos pela ANVISA.
Aprovado na 150ª Sessão de Coordenação, de 07/05/2018.

Enunciado nº 71
É cabível o arquivamento de investigação criminal quando, após a colheita de provas,
não restarem evidenciados elementos suficientes da autoria delitiva, situação
demonstrada com a reunião das seguintes condições: inexistência de suspeitos, de
testemunha, de elementos técnicos formadores de convicção (fragmentos
papiloscópicos, imagens, vestígios biológicos, etc) e de outras diligências capazes de
modificar o panorama probatório atual.
Redação alterada na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 68
É cabível o arquivamento de procedimento investigatório em relação a crime de
estelionato em detrimento do INSS cometido mediante saques indevidos de benefícios
previdenciários após o óbito do segurado quando constatadas(a) a realização de
saques por meio de cartão magnético, (b) a inexistência de renovação da senha, (c) a
inexistência de procurador ou representante legal cadastrado na data do óbito e (d) a
falta de registro visual, cumulativamente, a demonstrar o esgotamento das diligências
investigatórias razoavelmente exigíveis ou a inexistência de linha investigatória
potencialmente idônea.
Aprovado na 118ª Sessão de Coordenação, de 19/09/2016.

Enunciado nº 66
É de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal de conduta
perpetrada em desfavor de interesse de sistema próprio de previdência de servidores
estaduais e municipais, isso porque as unidades gestoras dos Regimes Próprios de
Previdência Social – RPPS (e de seus respectivos fundos), constituídas com
personalidade jurídica, podem ser equiparadas à instituição financeira, porquanto
arrecadam, administram e investem recursos no mercado financeiro, os quais são

13
destinados à concretização do direito constitucionalmente assegurado à previdência
social para os servidores públicos, e, havendo irregularidades, os gestores poderão
responder por eventual prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
Redação alterada na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 63
A sentença trabalhista transitada em julgado, condenatória ou homologatória de
acordo, após sua liquidação, constitui definitivamente o crédito tributário.
Aprovado na 116ª Sessão de Coordenação, de 22/08/2016.

Enunciado nº 62
Não é da atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal relativa aos
crimes de falsidade documental praticados perante Junta Comercial, por não
ofenderem diretamente bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas.
Aprovado na 116ª Sessão de Coordenação, de 22/08/2016.

Enunciado nº 61
Para a configuração do crime de desobediência, além do descumprimento de ordem
legal de funcionário público, é necessário que não haja previsão de sanção de natureza
civil, processual civil e administrativa, e que o destinatário da ordem seja advertido de
que o seu não cumprimento caracteriza crime. O cumprimento da ordem, ainda que
tardio, também afasta a tipificação e a inexistência de prova quanto à ciência pessoal e
inequívoca por quem tinha o dever de atendê-la caracteriza falta de justa causa.
Redação alterada na 179ª Sessão Virtual de Coordenação, de 27/04/2020.

Enunciado nº 60
É cabível o arquivamento de procedimento investigatório referente ao crime de moeda
falsa quando a quantidade e o valor das cédulas, o modo que estavam guardadas pelo
agente, o modo de introdução ou a tentativa de introdução em circulação, o
comportamento do agente ou as demais circunstâncias indicarem ausência de
conhecimento da falsidade ou de dolo do agente e sendo inviável ou improvável a
produção de prova em sentido contrário, inclusive pelo decurso do tempo.
Aprovado na 108ª Sessão de Coordenação, de 07/03/2016.

Enunciado nº 59
Não é atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de
transporte de gasolina, etanol, óleo diesel, álcool etílico e gás butano, sem licença
válida outorgada pelo órgão competente (artigo 56 da Lei nº 9.605/98), salvo quando
se tratar de transporte transnacional.
Aprovado na 106ª Sessão de Coordenação, de 18/12/2015.

Enunciado nº 58
O simples ato, por si só, de não depositar os valores referentes ao FGTS na conta
vinculada do empregado é conduta atípica na esfera penal.
Aprovado na 103ª Sessão de Coordenação, de 05/10/2015 .

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Enunciado nº 56 - Nova Redação
A persecução penal nos casos de tráfico internacional de entorpecentes por via postal
é da atribuição de membro do Ministério Público Federal oficiante no local do destino
da mercadoria (domicílio do investigado), no caso de ingresso do entorpecente no
País, ou onde a droga é postada, no caso de entorpecente remetido com destino ao
exterior
Redação alterada na 188ª Sessão de Coordenação, de 28/09/2020.

Enunciado nº 54
A atribuição de membro do MPF para persecução penal do crime de descaminho é
definida pelo local onde as mercadorias foram apreendidas, pois ali consuma-se o
crime. (Excepciona-se os casos de comércio eletrônico - Incluído pela 175ª Sessão de
Coordenação, de 25/11/2019).
Aprovado na 79ª Sessão de Coordenação, de 07/04/2014.

Enunciado nº 53
A prescrição do crime de estelionato previdenciário, em detrimento do INSS, cometido
mediante saques indevidos de benefícios previdenciários após o óbito do segurado,
ocorre em doze anos a contar da data do último saque, extingue a punibilidade e
autoriza o arquivamento da investigação pelo MPF.
Aprovado na 78ª Sessão de Coordenação, de 31/03/2014.

Enunciado nº 52
O pagamento integral do débito tributário extingue a punibilidade e autoriza o
arquivamento da investigação e da ação penal pelo MPF.
Aprovado na 78ª Sessão de Coordenação, de 31/03/2014.

Enunciado nº 51
A persecução penal de crime contra a honra, cometido entre particulares, ainda que
praticado por meio da internet, não é de atribuição do Ministério Público Federal. (72ª
Sessão de Coordenação, de 04.11.2013)
Revogado na 97ª Sessão de Coordenação, 11/05/2015.
Restaurado na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 50 - Nova Redação


O fato de a conduta ter ocorrido por meio da rede mundial de computadores não atrai,
somente por este motivo, a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução
penal.
Redação alterada na 97ª Sessão de Coordenação, de 11/05/2015.

Enunciado nº 49- Nova Redação


Aplica-se o princípio da insignificância penal ao descaminho e aos crimes tributários
federais, quando o valor do débito devido à Fazenda Pública decorrente da conduta
formalmente típica não seja superior a R$ 20.000,00, ressalvada a reiteração na
mesma modalidade criminosa, ocorrida em períodos de até 5 (cinco) anos.
Aprovado na 150ª Sessão de Coordenação, de 07/05/2018.

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Enunciado nº 48
CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
É de atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal do crime de obtenção
fraudulenta de financiamento em instituição financeira para aquisição de automóvel,
tipificado no artigo 19 da Lei nº 7.492/86.
Aprovado na 61ª Sessão de Coordenação, de 04/03/2013.

Enunciado nº 47
A persecução penal dos crimes sexuais contra vulnerável (capítulo II do título VI da
parte especial do Código Penal), por si só, não é de atribuição do Ministério Público
Federal, salvo se cometidos a bordo de navio ou aeronave, ou incidir em outra
hipótese especifica de competência federal ou tiver conexão com crime federal.
Aprovado na 61ª Sessão de Coordenação, 04/03/2013.

Enunciado nº 45
A persecução penal do crime previsto no artigo 60 da Lei nº 9.605/98 é da atribuição
do Ministério Público Federal apenas quando o ilícito ocorrer em área pertencente ou
protegida pela União.
Aprovado na 21ª Sessão de Coordenação, de 11/04/2011.

Enunciado nº 44
A persecução penal do crime previsto no artigo 29 da Lei nº 9.605/98 é da atribuição
do Ministério Público Federal apenas quando o espécime da fauna silvestre estiver
ameaçado de extinção ou quando oriundo de área pertencente ou protegida pela
União.
Aprovado na 21ª Sessão de Coordenação, de 11/04/2011.

Enunciado nº 43
A persecução penal dos crimes contra a flora, previstos na Lei nº 9.605/98, é da
atribuição do Ministério Público Federal apenas quando o ilícito ocorrer em área
pertencente ou protegida pela União.
Aprovado na 21ª Sessão de Coordenação, de 11/04/2011.

Enunciado nº 42
Não é atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal de ato infracional
cometido por menor inimputável, ainda que a infração tenha ocorrido em detrimento
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas.
Aprovado na 14ª Sessão de Coordenação, de 08/11/2010.

Enunciado nº 41
Os crimes de redução a condição análoga à de escravo são de atribuição do Ministério
Público Federal.
Aprovado na 3ª Sessão de Coordenação, de 31/05/2010.

Enunciado nº 39

16
A persecução penal da conduta ilícita de transportar madeira sem a devida guia
(“ATPF”), tipificada no parágrafo único, do art. 46, da Lei nº 9.605/98, não é da
atribuição do Ministério Público Federal, exceto quando o produto transportado for
oriundo de área pertencente ou protegida pela União.
Aprovado na 3ª Sessão de Coordenação, de 31/05/2010.

Enunciado nº 38
A persecução penal da conduta ilícita de adquirir, distribuir e revender combustíveis
em desacordo com as normas estabelecidas no art. 1º, da Lei nº 8.176/91, não é da
atribuição do Ministério Público Federal, exceto quando houver interesse direto e
específico da União, nos termos do art. 109, IV da Constituição Federal. Precedentes
do STF.
Aprovado na 1ª Sessão de Coordenação, de 17/05/2010.

Enunciado nº 37
Não é atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal de contravenções
penais, ainda que ocorra, com a infração, prejuízo a bem, serviços ou interesse direto e
específico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas.
Aprovado na 1ª Sessão de Coordenação, de 17/05/2010. Cf. art. 109, IV, da CF e
Súmula nº 38 do STJ.

Enunciado nº 30
O processo e julgamento do crime de pesca proibida (art. 34, caput e parágrafo único
da Lei n.º 9.605/98) competem à Justiça Federal quando o espécime for proveniente
de rio federal, mar territorial, zona econômica exclusiva ou plataforma continental.
Aprovado na 1ª Sessão de Coordenação, de 17/05/2010.

Enunciado nº 28
Inadmissível o reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição,
considerando a pena em perspectiva, por ferir os primados constitucionais do devido
processo legal, da ampla defesa e da presunção de inocência.
Aprovado na Sessão 464ª, de 15/04/2009. Cf. Súmula nº 438 do STJ (15/05/2010),
remissão acrescentada na 1ª Sessão de Coordenação, de 17/05/2010.

Enunciado nº 27
A persecução penal relativa aos crimes previstos nos §§ 3º e 4º do art. 297 do Código
Penal é de atribuição do Ministério Público Federal, por ofenderem a Previdência
Social.
Aprovado na 4ª Sessão de Coordenação, de 07/06/2010.

Enunciado nº 26
A omissão de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) não
configura, por si só, o crime de falsificação de documento público (art. 297, § 4º, do
CP).
Redação alterada na 176ª Sessão de Coordenação, de 10/02/2020.

Enunciado nº 24

17
A notitia criminis anônima é apta a desencadear investigação penal sempre que
contiver elementos concretos que apontem para a ocorrência de crime. Aprovado na
Sessão 464ª, de 15/04/2009.

Enunciado nº 21
É admissível o arquivamento dos autos de investigação ao fundamento de excludente
da tipicidade, da ilicitude e da culpabilidade. Porém, em todas as hipóteses, a
excludente deve resultar cabalmente provada, ao término de regular investigação.
(Referências normativas: Código Penal: arts. 20, caput, 1ª parte, e § 1º, 1ª parte; 21,
caput, 2ª parte; 22, 1ª parte; 23. Código de Processo Penal: arts. 28 e 648, I. Resolução
CSMPF nº 77/2004, art. 14).

Enunciado nº 19 - Nova Redação


Suspensa a pretensão punitiva dos crimes tributários, por força do parcelamento do
débito, os autos de investigação correspondentes poderão ser arquivados na origem,
sendo desarquivados na hipótese do § 1º do art. 83 da Lei nº 9.430/1996,
acrescentado pela Lei nº 12.382/11.
Recomendação: As investigações atualmente em curso para acompanhamento dos
parcelamentos de débitos tributários poderão ser arquivadas na forma da nova
redação do Enunciado nº 19 da 2ª CCR.
Redação alterada na 89ª Sessão de Coordenação, de 10/11/2014.

Enunciado nº 14
O membro do Ministério Público Federal deve, na requisição de abertura de
investigação criminal, discriminar as diligências a serem executadas, fixando prazo
compatível com o número e a complexidade das diligências. Da mesma forma, a
manifestação pelo retorno de inquérito à Polícia deve ser fundamentada com a
indicação das diligências faltantes a serem realizadas.
Aprovado na 271ª Sessão, de 21/06/2004.

Enunciado nº 06
Não cabe à autoridade policial instaurar inquérito para investigar conduta delituosa de
membro do Ministério Público da União. Este trabalho investigatório é instaurado, tem
curso, e é concluído no âmbito do Ministério Público Federal.
Aprovado na 3ª Sessão de Coordenação, de 31/05/2010.

Enunciado nº 04
Não pode o Juiz do Trabalho, que não tem jurisdição penal, expedir ordem de prisão,
salvo no caso de flagrante delito ocorrido em sua presença, ficando, por isso,
descartada a possibilidade de o mesmo requisitar auxílio policial para dar
cumprimento a decreto de prisão expedido fora da exceção acima referida.
Aprovado na 268ª Sessão, de 31/05/2004.

18
DELIBERAÇÕES DA 2ª CCR/MPF

1. FALSIDADE IDEOLÓGICA – SOMENTE CONFIGURA CRIME SE A DECLARAÇÃO NÃO


ESTIVER SUJEITA À CONFIRMAÇÃO – AUSÊNCIA DE POTENCIALIDADE LESIVA.

Processo: JF/CRI/SC-5004669- 80.2020.4.04.7204-INQ - Eletrônico Voto: 5888/2020


Origem: GABPRM1-EFZF - ELOI FRANCISCO ZATTI FACCIONI Relator(a): Dr(a) CARLOS
FREDERICO SANTOS Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a possível
prática do crime de falsidade ideológica, tipificado no artigo 299 do Código Penal,
tendo em vista que o investigado requereu na Policia Federal em Criciúma/SC, na data
de 11/03/2020, autorização para a compra de um rifle e a renovação de registro de
pistola, entretanto, declarou não estar respondendo a processo criminal, quando, na
verdade, atualmente responde à ação penal. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,
art. 62, IV). Não há dúvidas que o investigado, que já possuía arma com o registro
vencido, tinha conhecimento da necessidade de não estar respondendo a processo
criminal ou inquérito para renovação ou compra de nova arma. Contudo, para fins de
enquadramento no crime de falsidade ideológica, o 'documento' deve ter potencial
para provar determinado fato, sem necessidade de outras verificações, valendo
como tal por si mesmo. É dizer, somente se configura o crime de falsidade ideológica
se a declaração prestada não estiver sujeita à confirmação pela parte interessada,
gozando, portanto, de presunção de veracidade, situação que não está presente no
lançamento de dados inverídicos em um singelo requerimento, submetido ao crivo
da entidade destinatária, no caso, a Polícia Federal. Evidente ausência de
potencialidade lesiva. Atipicidade da conduta. Precedentes do STJ: HC nº 218.570/SP,
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 16/02/2012,
DJe 05/03/2012; RHC nº 70.596/MS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,
julgado em 01/09/2016, Dje 09/09/2016. Homologação do arquivamento. Deliberação:
Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela
homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

2. USO DE CRLV FALSO PERANTE A PRF – APRESENTAÇÃO DE BOA FÉ


(DESCONHECIMENTO DA FALSIDADE) – VEÍCULO EMPRESTADO – NÃO HÁ CRIME DO
ART. 304 CP – FALSIDADE DO DOCUMENTO DE ATRIBUIÇÃO DA POLÍCIA CIVIL
ESTADUAL.

DPF/VGA/MG-00110/2019-IPL Voto: 5608/2020 Origem: GABPRM1-LMG - LUCAS DE


MORAIS GUALTIERI Relator(a): Dr(a) FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA SANSEVERINO
Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática do crime de uso de
documento falso, previsto no art. 304, CP. Consta dos autos que o investigado foi
abordado, por policiais rodoviários federais, na rodovia BR 146, quando conduzia o
veículo de placa GYB 3374. Na ocasião, o investigado teria apresentado documentos

19
CRLV falsos. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inciso IV). Conforme
destacado pelo Procurador da República oficiante, 'não restou demonstrada a
presença de dolo na conduta do investigado, relativamente ao uso do documento
falso', tendo em vista que o investigado alegou desconhecer a falsidade dos
documentos. Ainda, afirmou que o veículo pertencia à empresa na qual trabalhava e
era utilizado por diversos funcionários. De fato, na linha do entendimento do
Procurador oficiante, verifica-se plausibilidade na declaração do investigado, não se
observando indícios de que ele tinha ciência da falsidade do documento. Ausência de
justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.
Contudo, há indícios da prática do crime de falsificação de documento público (art.
297, CP), pois ficou constatada a falsidade dos documentos CRLV em laudo pericial.
Nesse contexto, considerando que a emissão do referido documento é de
responsabilidade de órgão estadual, não se verifica a existência de elementos de
informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para a
persecução penal quanto ao crime de falsificação de documento público (art. 297, CP).
Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual. Deliberação:
Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela
homologação do arquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público
Estadual, nos termos do voto do(a) relator(a).
Processo: DPF/JFA-00444/2017-INQ Voto: 6832/2019 Origem: GABPRM3-MBMM -
MARCELO BORGES DE MATTOS MEDINA Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-
VERDE DE CARVALHO Ementa: Inquérito Policial. Ao ser realizada abordagem por
policiais rodoviários federais, foi constatado que o Certificado de Registro e
Licenciamento de Veículo (CRLV) De veículo semirreboque, apresentado pelo
motorista, era falso. 1) Suposto crime de uso de documento falso (CP, art. 304).
Recebimento de declínio de atribuições como arquivamento. Revisão de arquivamento
(LC 75/93, art. 62, IV). Diligências. Impossibilidade de se imputar, por ora, ao
investigado que apresentou o CRLV o efetivo conhecimento acerca da natureza
fraudulenta da documentação, uma vez que, conforme apurado, não é o proprietário
do veículo, tendo alugado o semirreboque de terceiro. Homologação do
arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP. 2) Possível crime descrito
no art. 297 do CP. Declínio atribuições. Revisão (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Ausência
de prejuízos diretos e específicos a bens, serviços ou interesse da União, suas
entidades autárquicas ou empresas públicas, capazes de justificar a atribuição do
Ministério Público Federal para a persecução penal. O CRLV é expedido por órgão
estadual de trânsito. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público
Estadual, nos termos do voto do(a) relator(a).

3. PÓS ÓBITO – AUSÊNCIA DE SAQUE – NÃO HÁ CRIME.

Processo: DPF/RN-2017.0001302-IP - Eletrônico Voto: 5437/2020 Origem: GABPR2-


CBGF - CIBELE BENEVIDES GUEDES DA FONSECA Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA
FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática do crime de
estelionato majorado (CP, art. 171, § 3°). Comunicação da ocorrência de possíveis
saques indevidos de parcelas de benefício previdenciário após o óbito do titular.

20
Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informações de que embora o
benefício previdenciário tenha sido mantido ativo após o óbito do segurado,
continuando a ser creditado pelo INSS em sua conta, a própria instituição financeira
informou que não houve qualquer movimentação na referida conta após o óbito do
titular, bem como foi realizado o estorno dos valores relativos às parcelas do
benefício efetivamente depositadas. Eventual saldo devedor remanescente que diz
respeito apenas à correção monetária, sendo que não houve saque indevido após o
óbito do beneficiário. Não verificação de indícios da prática de crime. Homologação do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a).

4. AMEAÇAS DE MORTE À ADVOGADO, EM RAZÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL –


NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

Processo: 1.24.000.000025/2020-78 - Eletrônico Voto: 647/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - PARAIBA Relator(a): Dr(a) ELA WIECKO VOLKMER DE
CASTILHO Ementa: PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO. CONTROLE EXTERNO DA
ATIVIDADE POLICIAL. CORREGEDORIA REGIONAL DA POLÍCIA FEDERAL. NOTÍCIA DE
FATO. DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÃO. AMEAÇAS DE MORTE À ADVOGADO, EM RAZÃO DO
EXERCÍCIO PROFISSIONAL. Inexistência de violação, em tese, a bens, serviços ou
interesses da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, a
autorizar a deflagração de investigação pela Polícia Federal e, por conseguinte, a
justificar a intervenção do Ministério Público Federal, na espécie. Os fatos relatados já
foram comunicados à Polícia Civil no estado da Paraíba, para conhecimento e adoção
das medidas reputadas cabíveis. VOTO PELA HOMOLOGAÇÃO. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

5. CORRUPÇÃO - NÃO INCIDE O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.

PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE PAULO AFONSO - BA Nº.


JF/PAF/BA-1000817- 57.2020.4.01.3306-INQ - Eletrônico - Relatado por: Dr(a) MARIA
IRANEIDE OLINDA SANTORO FACCHINI – Nº do Voto Vencedor: 4656 – Ementa:
PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO. INQUÉRITO POLICIAL Nº 533/2019. REMESSA
JUDICIAL (ART. 28, CPP). POSSÍVEL PRÁTICA DO CRIME PREVISTO NO CAPUT DO ART.
333, CP. CONFORME O REGISTRO DA OCORRÊNCIA POLICIAL, NO DIA 30/12/2019,
FRANCISCO DE ASSIS DOS SANTOS, AO SER ABORDADO POR AGENTES DA POLÍCIA
RODOVIÁRIA FEDERAL, APÓS A REALIZAÇÃO DE ULTRAPASSAGEM INDEVIDA NA BR
110, OFERECEU A QUANTIA DE R$ 100,00 (CEM REAIS) A AGENTES DA POLÍCIA
RODOVIÁRIA FEDERAL, RAZÃO PELA QUAL FOI PRESO EM FLAGRANTE. PROMOVIDO O
ARQUIVAMENTO COM BASE NOS PRINCÍPIOS DA INSIGNIFICÂNCIA, DA
FRAGMENTARIEDADE E DA INTERVENÇÃO MÍNIMA DO ESTADO EM MATÉRIA PENAL,
CONSIDERANDO O BAIXO VALOR OFERECIDO AOS AGENTES PÚBLICOS. DISCORDÂNCIA
DO JUÍZO COMPETENTE. NÃO SE ADMITE A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DE
INSIGNIFICÂNCIA NOS CRIMES DE CORRUPÇÃO, UMA VEZ QUE, NESSES CRIMES, A
NORMA JURÍDICA VIOLADA BUSCA RESGUARDAR, PRIMORDIALMENTE, A MORAL

21
ADMINISTRATIVA. IRRELEVÂNCIA QUANTO AO VALOR ECONÔMICO DA PROMESSA.
NECESSIDADE DE SE RESGUARDAR O INTERESSE PÚBLICO QUALIFICADO PELO
CONCEITO DE CONFIANÇA NA PROBIDADE E BOA-FÉ DOS AGENTES DO ESTADO.
REMESSA DOS AUTOS AO ÓRGÃO REVISIONAL DO MPF. ASSISTE RAZÃO AO
MAGISTRADO. APLICAÇÃO DA SÚMULA 599/STJ, QUE DISPÕES SER INAPLICÁVEL O
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. A
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL PARA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
PRESSUPÕE A CONCOMITÂNCIA DE QUATRO VETORES: MÍNIMA OFENSIVIDADE DA
CONDUTA DO AGENTE, AUSÊNCIA DE PERICULOSIDADE SOCIAL DA AÇÃO,
REDUZIDÍSSIMO GRAU DE REPROVABILIDADE DO COMPORTAMENTO E
INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO JURÍDICA PROVOCADA. REQUISITOS NÃO OBSERVADOS
NO CASO EM APREÇO. NÃO HOMOLOGAÇÃO DO ARQUIVAMENTO. REMESSA DOS
AUTOS AO JUÍZO COMPETENTE A FIM DE QUE TENHA CONTINUIDADE A PERSECUÇÃO
PENAL DO INVESTIGADO, COM FULCRO NO ART. 28, CPP, OBSERVANDO-SE O
INSTITUTO DA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL NO ÂMBITO DOS ÓRGÃOS MINISTERIAIS. -
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela não homologação de arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a)

6. PÓS ÓBITO – INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS MÍNIMOS DE AUTORIA DELITIVA -


AUSÊNCIA DE LINHA INVESTIGATIVA ALTERNATIVA VIÁVEL E DE JUSTA CAUSA PARA
A DEFLAGRAÇÃO DE PERSECUÇÃO PENAL – ARQUIVAMENTO.

Processo: 1.14.013.000052/2020-48 - Eletrônico Voto: 485/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE T. DE FREITAS-BA Relator(a): Dr(a)
LUCIANO MARIZ MAIA Ementa: CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL. NOTÍCIA
DE FATO. REVISÃO DE ARQUIVAMENTO. CONDUTA POLICIAL. COMUNICAÇÃO DE
CRIME ORIUNDA DO INSS. SAQUES DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO APÓS O ÓBITO DO
TITULAR. DESPACHO DE INDEFERIMENTO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO PELA
AUTORIDADE POLICIAL EM DIVERSOS CASOS SIMILARES. SITUAÇÃO RECORRENTE EM
QUE SE VERIFICA A INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS MÍNIMOS DE AUTORIA DELITIVA.
REMESSA AO MPF PARA ANÁLISE DO MÉRITO, NO CASO EM PARTICULAR, E, TAMBÉM,
PARA FINS DE CONTROLE EXTERNO. AUSÊNCIA DE LINHA INVESTIGATIVA ALTERNATIVA
VIÁVEL E DE JUSTA CAUSA PARA A DEFLAGRAÇÃO DE PERSECUÇÃO PENAL.
HOMOLOGAÇÃO DA PROVIDÊNCIA PELA 2ª CCR E POSTERIOR ENCAMINHAMENTO DO
FEITO A ESTE COLEGIADO PARA ANÁLISE REVISIONAL DA MATÉRIA DE SUA
ATRIBUIÇÃO. REGULARIDADE DA ATUAÇÃO DO DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL.
HOMOLOGAÇÃO.

Processo: 1.14.013.000058/2020-15 - Eletrônico Voto: 517/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE T. DE FREITAS-BA Relator(a): Dr(a)
ELA WIECKO VOLKMER DE CASTILHO Ementa: PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO.
CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL. POLÍCIA FEDERAL. NOTÍCIA DE FATO.
INDEFERIMENTO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL. FRAUDES PRATICADAS
CONTRA O INSS. INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DE AUTORIA. A deflagração de uma
investigação criminal pressupõe a existência de indícios mínimos de prática de infração
penal, competindo ao delegado de polícia o juízo inicial sobre a viabilidade da
instauração de inquérito policial, analisando os aspectos relacionados à tipicidade do

22
fato e linhas investigativas. PELA HOMOLOGAÇÃO. Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

7. DESVIO DE FINALIDADE DE FINANCIAMENTO PRONAF – PEQUENO VALOR –


SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL – ARQUIVAMENTO.
Processo: 1.15.002.000429/2020-51 - Eletrônico Voto: 4463/2020 Origem:
PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE J. NORTE/IGUATU-CE Relator(a):
Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Notícia de Fato. Representação
do Banco do Nordeste do Brasil ' BNB, noticiando a prática, em tese, de crime contra o
Sistema Financeiro Nacional (art. 20 da Lei nº 7.492/86). Suposta irregularidade
praticada por mutuária de operação de crédito rural vinculado ao Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Financiamento, em 29/10/2015,
no valor total de R$ 4.000,00, visando à aquisição de 06 matrizes suínas e 04 suínos
para engorda. Informação da instituição financeira de que os recursos não foram
empregados na finalidade contratada, remanescendo um débito no valor de R$
3.021,27. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Ausência de
comprovação de que a quantia tenha sido efetivamente empregada em finalidade
diversa da estabelecida. Inexistência de indícios de utilização de meio fraudulento para
a obtenção do financiamento. Hipótese em que o pequeno valor inadimplido e o
reduzido grau de reprovabilidade do comportamento da agente não configuram
gravidade apta a desafiar resposta do ordenamento penal. Possibilidade de adoção
de medidas em âmbito administrativo e cível suficientes para a repressão da
irregularidade. Subsidiariedade do Direito Penal. Ausência de justa causa para a
continuidade da persecução penal. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

8. HOMOFOBIA EM REDE SOCIAL – EQUIPARAÇÃO AO RACISMO – AUSÊNCIA DE


INDÍCIOS DE TRANSNACIONALIDADE – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

Processo: 1.34.018.000105/2020-98 - Eletrônico Voto: 4643/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE TAUBATE-SP Relator(a): Dr(a) LUIZA
CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de
manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual se relata
possível prática do crime previsto no art. 20 da Lei nº 7.716/89. Segundo a associação
representante, D.A.R. da R., em postagens na rede social Facebook, vem
reiteradamente praticando o crime de homofobia, pregando abertamente a
intolerância ao público LGBT. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Em
que pese a Suprema Corte ter firmado orientação no sentido de que a prática da
homofobia pode configurar crime de racismo, não chegou a tratar sobre a questão da
competência federal ou estadual para apreciar tais casos. Assim, não é possível
atribuir competência federal para apreciar o crime de homofobia por equiparação ao
racismo, tendo em vista que 'o art. 109 da CF exige a existência de um tratado ou
convenção internacional que seja específico ao delimitar as condutas criminosas que
serão combatidas pelo Estado signatário, e o Decreto nº 65.810/1969 não trata da
homofobia' (Procedimento nº 1.25.000.003788/2019-08, Rel. SPGR Mônica Nicida

23
Garcia, 763ª Sessão Ordinária, de 9/3/2020, unânime). Ausência de indícios de
transnacionalidade da conduta. Inexistência de elementos de informação capazes de
legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal.
Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

9. NEGOCIAÇÃO IRREGULAR DE IMÓVEL ADQUIRIDO PELO PROGRAMA MINHA CASA


MINHA VIDA – ENUNCIADO 82 DA 2ª CCR – NÃO HÁ CRIME FEDERAL.

Processo: 1.34.016.000222/2020-71 - Eletrônico Voto: 4473/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE SOROCABA-SP Relator(a): Dr(a)
CARLOS FREDERICO SANTOS Ementa: Notícia de Fato. Suposta irregularidade na
ocupação de imóvel obtido com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida '
PMCMV, tendo em vista que o beneficiário teria alienado ou cedido a terceiro sua
unidade habitacional. Recebimento do arquivamento como declínio de atribuições
(Enunciado nº 32 ' 2ª CCR). Inexistência de informação de que o financiamento
habitacional tenha sido obtido mediante fraude. A eventual negociação irregular do
imóvel é passível de medidas administrativas a serem adotadas pelo agente financeiro,
qual seja, a Caixa Econômica Federal (Lei nº 11.977/2009, arts. 6º-A, § 5º, III e § 6º),
como a perda do subsídio, resultando na cobrança integral e à vista do valor parcelado,
quebra de contrato e retomada do imóvel. Ausência de ofensa ao patrimônio da CEF,
que atua apenas como agente financiador junto ao programa. Irregularidade que se
relaciona, a princípio, com a pós-ocupação da unidade e não em detrimento do
PMCMV. Eventual crime de estelionato/disposição de coisa alheia como própria em
detrimento de particulares. Aplicação do Enunciado nº 82 da 2ª CCR: 'A negociação
irregular de imóvel adquirido de forma lícita por meio do Programa Minha Casa
Minha Vida é passível de medidas no âmbito cível a serem adotadas pelo agente
financiador, inclusive a retomada do imóvel, mas, na esfera penal, se restringe aos
interesses de particulares, eventuais vítimas do crime de estelionato (CP, art. 171),
não havendo lesão direta e específica a bens, serviços ou interesses da União ou de
suas entidades que justifique a atribuição do Ministério Público Federal'.
Homologação do declínio de atribuições. Deliberação: Em sessão realizada nesta data,
o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento da promoção de
arquivamento como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.
Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

Processo: DPF/PHB/PI-0053/2019-INQ Voto: 441/2020 Origem: GABPR1-PNF -


PATRICIO NOE DA FONSECA Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE
CARVALHO Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de estelionato (CP, art. 171, §3).
Notícia de supostas vendas irregulares de casa oriundas do Programa Minha Casa
Minha Vida, em Piripiri/PI. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 - 2ª
CCR). Diligências. Oficiada, a CEF esclareceu que não restam noticiados prejuízos
àquela instituição financeira ou à União. Dessa forma, somente vislumbra-se a prática
do crime previsto no art. 171, do Código Penal, entre particulares. Inexistência de
elementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público
Federal para a persecução penal. Nesse sentido, a jurisprudência do STJ (AgRg no CC

24
134009/MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Data do julgamento
11/03/2015, DJe 16/03/2015). Homologação do declínio de atribuições. Deliberação:
Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela
homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Processo: 1.33.000.002431/2019-22 - Eletrônico Voto: 350/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE RIO DO SUL-SC Relator(a): Dr(a)
ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO Ementa: Notícia de Fato instaurada a
partir de manifestação sigilosa apresentada em Sala de Atendimento ao Cidadão.
Relato da ocorrência de comercializações indevidas (venda, aluguel e troca) de
unidades habitacionais financiadas pelo Programa Minha Casa Minha Vida ' PMCMV no
Município de Rio do Sul/SC. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª
CCR). Embora a ocupação e/ou negociação irregular de imóveis financiados com
recursos do PMCMV implique na violação de cláusulas contratuais firmadas pelos
beneficiários, sujeitando-os à aplicação de penalidades administrativas, inclusive a
retomada do imóvel, não há na hipótese efetiva lesão direta a bens, serviços ou
interesses da União que justifiquem a atuação do Ministério Público Federal. Possível
crime previsto no art. 171, §2º, I, do CP, praticado contra particulares. Homologação
do declínio em favor do Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de
atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

10. FRAUDE A SISTEMA DE COTAS EM UNIVERSIDADE FEDERAL – AUTODECLARAÇÃO


BASEADA EM ÍNTIMA CONVICÇÃO – INEXISTÊNCIA DO DOLO.

Processo: 1.22.000.001985/2020-20 - Eletrônico Voto: 4615/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - MINAS GERAIS Relator(a): Dr(a) CARLOS FREDERICO
SANTOS Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação em Sala de
Atendimento ao Cidadão. Possível prática do crime de falsidade ideológica, previsto no
art. 299, do Código Penal. Suposto ingresso no curso de Direito/UFMG mediante
suposta fraude no sistema de cotas ' modalidade cota 1 (candidatos autodeclarados
pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta ou per capta igual ou inferior a
1,5 salário-mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola
pública). Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). A universidade informou
que a mencionada autodeclaração encontra-se devidamente preenchida e assinada
pelo aluno e que para análise da renda familiar, foram apresentados documentos
comprobatórios pelo discente, que passaram por uma averiguação pelos assistentes
sociais da UFMG. Além disso, conforme se infere pelo disposto na Lei nº 12.711/12,
utilizado pela norma editalícia, o critério para que se possa usufruir do sistema de cota
racial no processo seletivo é puramente a autoidentificação por meio da
autodeclaração do candidato. Ausência de critérios objetivos no momento da escolha
para determinação da identidade racial do investigado. Subjetividade do conceito
'raça'. Declaração baseada na íntima convicção do indivíduo. Dolo na conduta não
evidenciado. Atipicidade da conduta. Precedentes da 2ª CCR: Procedimento nº
1.24.000.000443/2017-60, 696ª Sessão Ordinária, de 13/11/2017. Procedimento nº
1.30.001.002362/2013-63, 603ª Sessão Ordinária, de 18/08/2014. Carência de justa
causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

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Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

11. DINHEIRO ESCONDIDO NA CUECA – NECESSIDADE DE INDÍCIOS MÍNIMOS DE


ORIGEM ILÍCITA.

JF-AM-1012884- 81.2020.4.01.3200-INQ - Eletrônico Voto: 4461/2020 Origem:


GABPR10-FPL - FILIPE PESSOA DE LUCENA Relator(a): Dr(a) CARLOS FREDERICO
SANTOS Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível ocorrência do crime
de lavagem de dinheiro, previsto no art. 1º da Lei n. 9.613/98, e de receptação, art.
180 do Código Penal, tendo em vista que, em fiscalização realizada em embarcação,
em 16/05/2016, na Base Garatéia, em Santo Antônio do Içá/AM, foi constatado que o
investigado escondia, dentro de sua cueca, a quantia de R$ 6.000,00 (seis mil reais)
sem comprovante de origem e, com indícios de ser originário de venda e/ou compra
de entorpecentes, em razão da localidade ' local da vistoria e destino Tabatinga/AM '
ser região de intenso tráfico de drogas. Realizadas diligências, não se logrou amealhar
elementos mínimos que pudessem, com razoável grau de certeza, apontar que o
numerário apreendido seria fruto de atividade ilícita ou objeto de lavagem de dinheiro,
a despeito de ter sido encontrado na cueca do investigado. É de registrar, ainda, que o
montante do numerário apreendido ' R$ 6.000,00 ' pode ser transportado dentro do
território brasileiro ou fora dele, sem a necessidade de prévia declaração à fiscalização
aduaneiro, conforme permissivo do art. 65 e seguintes da Lei n. 9.069/1995 e art. 700
do Decreto n. 6.759/2009. Por fim, o eventual delito de receptação, no caso vertente,
não afetou nenhum bem, serviço ou interesse da União, e, consequentemente, falece
atribuição ao Ministério Público Federal para a persecução penal. Inteligência do art.
109, IV, da Constituição Federal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério
Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do
voto do(a) relator(a).

12. PASSAGEIRO QUE FUMA DURANTE O VOO – CRIME DO ART. 261 CP EXIGE
INDÍCIOS MÍNIMOS DE QUE O INVESTIGADO TIVESSE A INTENÇÃO OU ASSUMIU O
RISCO DE EXPOR A AERONAVE A PERIGO.

Processo: 1.26.000.002162/2020-72 - Eletrônico Voto: 3617/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - PERNAMBUCO Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA
FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da
Corregedoria Regional da Polícia Federal em Pernambuco para apurar possível prática
do crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo, ocorrida em
15/12/2019, no voo TAP 0011, oriundo de Lisboa/Portugal. CP, art. 261, caput. Revisão
de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Ouvido, o passageiro identificado como
F.O. admitiu ter tragado durante o voo um cigarro eletrônico dentro do lavatório uma
única vez, realizando duas tragadas. Segundo a Procuradora oficiante, entretanto, não
foi possível observar, pelos depoimentos colhidos, qualquer outra intenção do
investigado ao usar o cigarro eletrônico, fora saciar sua vontade de fumar. Ausência de
indícios mínimos de que o investigado tivesse a intenção ou assumiu o risco de expor a
aeronave a perigo, elemento subjetivo indispensável para a configuração do delito

26
previsto no art. 261, caput, do CP. De outro lado, apesar de a conduta em análise ser
passível de enquadramento na figura da imprudência, o art. 261, § 3º, do CP é claro ao
conferir tipicidade à modalidade culposa de expor a perigo aeronave apenas na
hipótese de o sinistro efetivamente ocorrer, o que não se verificou no caso dos autos.
Precedente da 2ª CCR: Procedimento JF/CE nº 0802749- 27,2020.4.05.8100-INQ, 768ª
Sessão Ordinária, de 27/04/20. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

JF/SC-5005408- 02.2019.4.04.7200-INQ - Eletrônico Voto: 4166/2019 Origem: JUSTIÇA


FEDERAL - SEÇÃO JUDICIÁRIA DE FLORIANÓPOLIS Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL
BARBOZA Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de atentado contra a
segurança de transporte aéreo (CP, arts. 261), tendo em vista o relato de que, durante
voo ocorrido em 04/01/2019, um passageiro teria fumado cigarro no banheiro da
aeronave, o que ocasionou o acionamento do alarme de fumaça e gerou distúrbios
durante o voo. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento dos autos por não
vislumbrar o dolo na conduta do agente. Discordância do magistrado. CPP, art. 28.
Ouvido, o investigado informou que tinha ciência da proibição, mas que possui um
intenso vício em cigarro, além de fazer uso de remédio controlado, e que quando
optou por fumar estava extremamente ansioso por ser seu primeiro voo. Embora o
alarme tenha gerado perturbação, não restou evidenciado que sua ação tenha gerado
perigo concreto à segurança do transporte aéreo e à incolumidade pública.
Precedente TRF-4º: "O objeto material do crime capitulado no o art. 261 do Código
Penal é a embarcação ou aeronave, e seu objeto jurídico é a incolumidade pública,
voltada, especificamente, para a segurança dos meios de transporte. Da conduta deve
resultar probabilidade (perigo próximo) de acidente, sendo necessária a ocorrência de
perigo concreto (e não presumido)" (TRF-4 - ACR: 50016862920164047017 PR
5001686-29.2016.4.04.7017, Relator: Nivaldo Brunoni, Data de Julgamento:
04/04/2018, Oitava Turma). Carência de justa causa para o prosseguimento do feito.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr.
José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr. Cláudio Dutra Fontella.

13. PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA – BENEFICIÁRIA QUE TEVE NOME INDEVIDAMENTE


UTILIZADO PARA CONSTITUIÇÃO DE EMPRESAS – AUSÊNCIA DO DOLO DO
ESTELIONATO.

DPF/UDI-00814/2017-INQ Voto: 3708/2020 Origem: GABPRM1-WMA - WESLEY


MIRANDA ALVES Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa:
Inquérito Policial instaurado para apurar notícia de suposta prática do crime de
estelionato majorado, previsto no art. 171, § 3º, do CP, por parte de G.P. da C. em
virtude de possível recebimento indevido de recursos provenientes do programa Bolsa
Família. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Consta dos autos que a
investigada recebeu o benefício oriundo do Programa Bolsa Família, de forma
contínua, de janeiro de 2016 até março de 2018, no valor total de R$ 3.397,00 (três
mil, trezentos e noventa e sete reais). Conforme as diligências realizadas pela Polícia

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Federal, constatou-se que a beneficiária faz parte dos quadros societários de duas
empresas. Ouvida, afirmou que o seu nome foi utilizado indevidamente para a
constituição das sociedades, negando, além disso, ter participado da abertura das
referidas empresas. Em outra frente, com o objetivo de verificar se a investigada
possuía alguma fonte de renda, solicitou-se uma pesquisa à ASSPA, por meio da qual
se verificou que durante os anos de 2016 e 2017, junto com o seu companheiro, não
auferiu renda fixa e não teve registro de atividade remunerada. Ausência nos autos de
elementos capazes de comprovar que G.P. teria ultrapassado a renda per capita de R$
178,00 e tenha agido com dolo para fraudar o programa federal. Carência, por outro
lado, de elementos no sentido de que o gestor do programa tenha requisitado
informações quanto a sua situação econômica e, em vista desse pedido, tenha a
investigada apresentado informações falsas, seja no cadastramento ou em entrevistas
posteriores. Como bem ressaltado pelo Procurador oficiante, o simples fato de a
família cadastrada no programa assistencial deixar, com o decurso do tempo, de
preencher os pressupostos fáticos para percepção do benefício e continuar a receber
suas parcelas até eventual recadastramento, não implica na prática do crime de
estelionato, pois ausentes as elementares do tipo penal. Dolo não evidenciado. Falta
de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). (grifei)

14. CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA E CRIME CONTRA A ORDEM


TRIBUTÁRIA – ALEGAÇÃO DE CRISE FINANCEIRA DA FUNDAÇÃO HOSPITALAR – TESE
DA INEXIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA SOMENTE AUTORIZA ARQUIVAMENTO SE
A SITUAÇÃO DE PENÚRIA ECONÔMICA ESTIVER CABALMENTE COMPROVADA NOS
AUTOS.

JFRS/SLI-5003424- 42.2017.4.04.7106-INQ - Eletrônico Voto: 3378/2020 Origem:


GABPRM1-CB - CAMILA BORTOLOTTI Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA
FRISCHEISEN Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. POSSÍVEL CRIME DE APROPRIAÇÃO
INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA E CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA (ART. 168-A DO CP
E ART. 2º, II, DA LEI Nº 8.137/90). PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO FUNDADA NA
CRISE FINANCEIRA DA FUNDAÇÃO HOSPITALAR. DISCORDÂNCIA DO JUÍZO FEDERAL.
APLICAÇÃO DO ART. 28 DO CPP. EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE NÃO
DEMONSTRADA DE FORMA INEQUÍVOCA. DESIGNAÇÃO DE OUTRO MEMBRO DO MPF
PARA PROSSEGUIR NAS INVESTIGAÇÕES. 1. Inquérito Policial instaurado a partir de
requisição do MPF, para apurar notícia de omissão de recolhimento, aos cofres
públicos, de valores devidos a título de contribuição previdenciária e imposto de
renda, descontados das remunerações dos médicos uruguaios que prestaram serviços
à determinada fundação hospitalar privada de Quaraí/RS, configurando possível
prática dos crimes tipificados no art. 168-A do CP e art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90,
conforme informações preliminares colhidas em inquérito civil público. 2. Declarações
do Diretor da fundação alegando que deixou de recolher valores referentes a INSS,
FGTS e IR de funcionários da entidade, dada a insuficiência de recursos. Afirmou que o
déficit da instituição girava em torno de 50 a 60 mil reais por mês e que priorizava o
pagamento dos funcionários e fornecedores. Por fim, noticiou adesão a programa de
parcelamento do débito tributário. 3.Informação de que a instituição aderiu ao

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programa de parcelamento do débito tributário. Todavia, sobreveio notícia de
irregularidade no pagamento das parcelas, o que ensejou o cancelamento do
parcelamento em 06/07/2018 e inscrição em Dívida Ativa da União em 09/01/2019. 4.
Vislumbrada a necessidade de realização de perícia contábil, o Setor Técnico-Científico
da Polícia Federal indicou os documentos necessários aos trabalhos periciais. 5. Em
seguida, a Autoridade Policial apresentou relatório final indiciando 03 investigados.
Alegou que, em que pese existir diligência em andamento, a autoria e materialidade
dos crimes estavam demonstrados nos autos e eventual inexigibilidade de conduta
diversa diz respeito à culpabilidade e deveria ser perquerida em amplo contraditório
judicial. 6. A Procuradora oficiante, contudo, requereu o arquivamento do caderno
investigatório, alegando, em síntese, a inexibilidade de conduta diversa, decorrente da
debilidade financeira da instituição, bem como diante da ausência de dolo dos
administradores do hospital, que operava em extrema dificuldade, notadamente em
razão do não repasse de recursos do SUS pelo governo. 7. O Juiz Federal discordou das
razões invocadas pelo Ministério Público Federal, considerando prematuro o
arquivamento, tendo em vista que 'para a caracterização da excludente de
culpabilidade, a situação de penúria econômica deve estar cabalmente comprovada
nos autos. Para tanto, é necessária a existência de farta prova documental e contábil
que indique, de modo extreme de dúvidas, as dificuldades financeiras que
inviabilizaram o repasse das contribuições que deveriam ser recolhidas aos cofres
públicos.' 8. Não obstante a verosimilhança das alegações dos indiciados, no sentido
de que as contribuições e tributos descontados dos pagamentos dos funcionários não
foram recolhidos em razão da situação financeira precária da fundação hospitalar, no
atual estágio da persecução criminal, apenas seria admitido o arquivamento se
ausentes elementos mínimos da autoria e/ou da materialidade delitivas, após
esgotadas as diligências investigatórias ou se existente demonstração inequívoca,
segura e convincente de causa excludente da ilicitude ou extintiva da punibilidade.
Não é, contudo, o caso dos autos. 9. Os elementos de informação colhidos na fase de
investigação não constituem prova inequívoca capaz de caracterizar a inexigibilidade
de conduta diversa e afastar, ao menos neste momento, a culpabilidade dos
investigados, fazendo-se necessário o aprofundamento das investigações. 10. No caso
em exame, não foram coligidas provas irrefutáveis da alegada crise financeira. 11.
Necessidade de realização de diligências complementares, como perícia contábil para
verificar a higidez financeira e patrimonial da fundação contribuinte, obtenção de
informações atualizadas acerca do débito tributário, bem como sobre a regularidade
dos repasses devidos pelo SUS à fundação hospitalar. 12. Não homologação do
arquivamento. Designação de outro membro do Ministério Público Federal para
prosseguir nas investigações. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado,
à unanimidade, deliberou pela não homologação de arquivamento, nos termos do
voto do(a) relator(a).

15. EXPLORAÇÃO CLANDESTINA DE ATIVIDADE DE TELECOMUNICAÇÃO –


FISCALIZAÇÕES DA ANATEL QUE NÃO APREENDERAM O TRANSMISSOR E NÃO
INTERROMPERAM O SERVIÇO, COM FUNDAMENTO EM ACORDOS DE COOPERAÇÃO
ENTRE O MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES E A AGÊNCIA REGULADORA – AUSÊNCIA
DE LESÃO AO BEM JURÍDICO TUTELADO – NÃO HÁ CRIME.

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Processo: JF/MOC-1004245- 96.2020.4.01.3807-INQ - Eletrônico Voto: 3448/2020
Origem: GABPRM2-AVD - ANDRE DE VASCONCELOS DIAS Relator(a): Dr(a) CARLOS
FREDERICO SANTOS Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de exploração
clandestina de atividade de telecomunicação ou espectro de radiofrequência (Lei nº
9.472/97, art. 183). Constatação do funcionamento de serviço especial de
retransmissão de TV no Município de Lagoa dos Patos/MG, sem a devida autorização
do órgão competente. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Conforme
apontado no relatório da Polícia Federal, diversas fiscalizações em serviços de
retransmissão de TV foram realizadas pela ANATEL, sem a efetiva apreensão dos
aparelhos de transmissão e interrupção do serviço, ao argumento do cumprimento do
Acordo de Cooperação nº 02/2012 e, no presente caso, do Acordo de Cooperação
01/2014, firmado entre o Ministério das Comunicações e a ANATEL. O bem jurídico
tutelado pela norma (a segurança dos meios de telecomunicações) não sofreu
qualquer espécie de lesão, ou ameaça de lesão, que mereça a intervenção do Direito
Penal. Evidente interesse público em tolerar a conduta com o intuito de garantir à
população, sobretudo a de baixa renda, o acesso à programação de serviço de
radiodifusão de sons e imagens. Crime não configurado. Falta de justa causa para
prosseguimento da persecução. Precedente da 2ª CCR: 1.22.026.000084/2018-16,
758ª Sessão de Revisão, de 16/12/2019, unânime. Homologação do arquivamento.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

16. CRIME CONTRA A FAUNA – FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO


DIREITO PENAL – ARQUIVAMENTO.

PROCURADORIA DA REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES


Nº. 1.11.000.000377/2017-86 - Relatado por: Dr(a) DARCY SANTANA VITOBELLO -
Nº do Voto Vencedor: 241 - Ementa: NOTÍCIA DE FATO CRIMINAL. MEIO
AMBIENTE. INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS
RENOVÁVEIS (IBAMA). FAUNA. PESCA. PETRECHO PROIBIDO. RIO FEDERAL. 1. É cabível
o arquivamento de notícia de fato criminal destinada a apurar possível prática do
delito previsto no art. 34, parágrafo único, II, da Lei 9.605/98, decorrente da pesca de 4
kg (quatro quilogramas) de camarões durante o período de defeso/piracema,
mediante a utilização de petrechos proibidos, no Rio São Francisco, na área do
Município de Penedo/AL, uma vez que, considerando a quantidade
de pescado apreendido, o índice de desvalor da ação e de desvalor do resultado,
bem como as informações prestadas, resta demonstrada a suficiência das
medidas adotadas pelo órgão ambiental, com a aplicação de multa administrativa, de
modo que alcançados o caráter retributivo e a finalidade de prevenção geral, nos
termos da Orientação nº 01/2017 da 4ª CCR. 2. Conheço o declínio de atribuições
como arquivamento e, no mérito, voto pela homologação. - Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

17. PESCA ILEGAL EM RIO INTERESTADUAL – ENUNCIADO 46 DA 4ª CCR DIVERGE DE


ENTENDIMENTO DO STJ – NÃO É NECESSÁRIO QUE IMPACTO AMBIENTAL ATINJA
MAIS DE UM ESTADO DA FEDERAÇÃO.

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PROCURADORIA DA REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Nº.
1.11.000.000188/2016-22 - Relatado por: Dr(a) MARIO JOSE GISI - Nº do Voto
Vencedor: 386 - Ementa: NOTÍCIA DE FATO. CRIMINAL. MEIO AMBIENTE. RECURSOS
HÍDRICOS. FAUNA. PESCA. PETRECHO NÃO PERMITIDO. RIO INTERESTADUAL. 1. Tem
atribuição o MPF para atuar em notícia de fato autuada para apurar eventual prática
de crime tipificado no art. 34 da Lei n.º 9.605/98, consistente na prática de pesca de
camarões, com uso de petrechos não permitidos e em período de defeso, em rio
interestadual, por aplicação do Enunciado nº 46 - 4ª CCR, e tendo em vista que não
deve ser adotado o entendimento da recente decisão do STJ, que definiu que, para
caracterizar interesse federal nos crimes de pesca em rio interestadual, é necessário
que o impacto ambiental atinja mais de um Estado da Federação, uma vez que,
caracterizado o dano ambiental em corpo hídrico de domínio federal, a competência
para a apuração da infração penal pertence ao ente que tem o domínio sobre o bem,
independentemente da extensão do dano. 2. Voto pela não homologação do declínio
de atribuições. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela não homologação do declínio de atribuição, nos termos
do voto do(a) relator(a).

18. LAVRA ILEGAL DE RECURSOS MINERIAIS – AUTORES DE BAIXA RENDA E SEM


INSTRUÇÃO – FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL –
ARQUIVAMENTO.

PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA/S IPANEM


Nº. 1.11.001.000156/2017-06 - Relatado por: Dr(a) FATIMA APARECIDA DE
SOUZA BORGHI - Nº do Voto Vencedor: 1357 - Ementa: PROCEDIMENTO
PREPARATÓRIO. ARQUIVAMENTO. MEIO AMBIENTE. MINERAÇÃO. LAVRA ARTESANAL
DE GRANITO. PESSOA DE BAIXA RENDA E SEM INSTRUÇÃO.
AUTUAÇÃO ADMINISTRATIVA. SUFICIÊNCIA. DEPARTAMENTO NACIONAL DE
PRODUÇÃO MINERAL (DNPM). ORIENTAÇÃO Nº 01 DA 4ª CCR. 1. É cabível o
arquivamento de procedimento preparatório, autuado a partir de informações do
DNPM, para apurar suposta prática dos crimes previstos no art. 55 da Lei nº 9.605/98 e
art. 2º da Lei nº 8.176/91, pela lavra ilegal de recursos minerais, extração artesanal de
granito para a fabricação de paralelepípedos, por pessoa de baixa renda e sem
instrução, em área rural do Município de Ouro Branco/AL, tendo em vista que a
dimensão do dano, o índice de desvalor da ação e do resultado, bem como as
informações prestadas, demonstram a suficiência da medida administrativa adotada
pelo DMPM, qual seja, a notificação com determinação de paralisação da atividade
minerária, de modo que alcançados o caráter retributivo e a finalidade de prevenção
geral, dirigidos a todos os destinatários da norma penal, não se impondo a
responsabilização pelos crimes e a aplicação do princípio da obrigatoriedade da ação
penal, em conformidade com a Orientação nº 01/2017 da 4ª CCR. 2. Voto pela
homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a).

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PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS-MG Nº. JF/MOC-
0000909-38.2019.4.01.3807-INQ - Relatado por: Dr(a) FATIMA APARECIDA DE SOUZA
BORGHI – Nº do Voto Vencedor: 2663 – Ementa: PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO
CRIMINAL. ARQUIVAMENTO. MEIO AMBIENTE. MINERAÇÃO. EXTRAÇÃO ILEGAL.
QUARTZO. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. ORIENTAÇÃO
Nº 1 - 4ª CCR. 1. É cabível o arquivamento de procedimento investigatório criminal
destinado a apurar possível prática de extração ilegal de 9,5kg (nove quilos e
quinhentas gramas) de cristais de quartzo, no Município de Lassance/MG, uma vez
que, considerando as informações prestadas, restou demonstrada a suficiência da
medida adotada pelo órgão ambiental, com a aplicação de multa administrativa no
valor de R$ 17.943,52, de modo que alcançados o caráter retributivo e a finalidade de
prevenção geral, nos termos da Orientação n. 01- 4ªCCR. 2. É dispensada a
comunicação do representante acerca da promoção de arquivamento, nas hipóteses
de instauração do procedimento de ofício ou remessa de órgão público. 3. Voto pela
homologação do arquivamento. - Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a).

19. NOTÍCIA DE NEGOCIAÇÃO DE MOEDA FALSA E CARTÕES DE CRÉDITO PELO


WHATSAPP – AUSÊNCIA DE OUTROS ELEMENTOS, ALÉM DO MERO RELATO DO
NOTICIANTE – AUSÊNCIA DE INDÍCIOS MÍNIMOS DE MATERIALIDADE –
ARQUIVAMENTO.

Processo: 1.29.002.000354/2018-06 - Eletrônico Voto: 6745/2018 Origem:


PROCURADORIA DA REPUBLICA NO MUNICIPIO DE CAXIAS DO SUL-RS Relator(a): Dr(a)
CLAUDIO DUTRA FONTELLA Ementa: Notícia de Fato instaurada com base em Certidão
de Ocorrência oriunda da Polícia Federal. Consta na documentação que uma pessoa,
identificada como 'Janete', por meio de ligação telefônica, comunicou que o detentor
da linha (21) 9****-**46 estaria ofertando cédulas falsas e cartões de crédito através
do aplicativo Whatsapp. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). A notícia
não veio acompanhada de nenhum elemento concreto, sendo baseada apenas
no relato da representante, feito por telefone. Sequer há informações detalhadas para
sua identificação. Ausência de indícios mínimos de materialidade delitiva.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José
Adonis Callou de Araújo Sá e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen
1.29.000.001493/2018-69 - Eletrônico Voto: 50/2020 Origem: PROCURADORIA DA
REPÚBLICA - RIO GRANDE DO SUL Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO
NASCIMENTO Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício da Corregedoria
Regional de Polícia Federal no Rio Grande do Sul, que encaminha ocorrência registrada
em 01/09/2017. Relato da comercialização de moeda falsa em grupos do WhatsApp.
Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Informações da Polícia Federal
relatando a dificuldade de se conseguir dados com o Whatsapp, devido a criptografia,
e que linhas investigativas tradicionais não têm produzido resultados efetivos.
Inexistência de quaisquer indícios de materialidade e autoria do possível crime em
apreço. Continuidade das investigações que se mostra inócua, haja vista o tempo

32
transcorrido desde o registro da ocorrência. Homologação do arquivamento.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

20. FALSO TESTEMUNHO – DEPOIMENTO DIVERGENTES NÃO CONSIDERADOS PELO


JUIZ TRABALHISTA – SENTENÇA PROFERIDA COM BASE EM OUTROS ELEMENTOS DE
PROVA - AUSÊNCIA DE POTENCIALIDADE LESIVA – NÃO HÁ CRIME – PRECEDENTE DA
2ª CCR.

Processo: 1.29.000.003580/2018-51-Eletrônico Voto: 6861/2018 Origem:


PROCURADORIA DA REPUBLICA - RIO GRANDE DO SUL Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL
BARBOZA Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de falso testemunho em
ação trabalhista (CP, art. 342). Segundo consta dos autos, as testemunhas teriam
apresentado depoimentos divergentes quanto aos fatos apresentados pela autora da
ação trabalhista no pedido de indenização por danos morais. Revisão de arquivamento
(LC nº 75/93, art. 62, IV). Os depoimentos prestados
foram integralmente desconsiderados pelo Juiz do Trabalho. Sentença fundada em
outros elementos de prova existentes nos autos. Ausência de potencialidade lesiva nas
declarações, no caso concreto. Não configuração de crime. Precedentes da 2ª
CCR/MPF: Processo nº 1.23.000.003602/2016-34, 668ª Sessão de Revisão, de
12/12/2016, Relator SPGR José Adonis Callou de Araújo Sá, unânime; Processo nº
1.29.000.001385/2017-13, 680ª Sessão de Revisão, de 12/06/2017, Relator SPGR
Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, unânime; e Processo nº
1.34.043.000242/2017- 10, 680ª Sessão de Revisão, de 12/06/2017, Relatora SPGR
Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, unânime. Homologação do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o
Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

21. SAQUE FRAUDULENTO DE FGTS – AUSÊNCIA DE PROCESSO DE CONTESTAÇÃO DE


SAQUE NA CAIXA - FALTA DE LINHA INVESTIGATÓRIA POTENCIALMENTE IDÔNEA –
ARQUIVAMENTO.

Processo: 1.30.005.000360/2018-12- Eletrônico Voto: 5981/2018 Origem:


PROCURADORIA DA REPUBLICA NO MUNICIPIO DE NITEROI-RJ Relator(a): Dr(a)
ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO Ementa: Notícia de Fato instaurada a
partir de registro de ocorrência policial, na qual relata a noticiante que, no dia
10/05/2018, ao se dirigir a uma agência da Caixa Econômica Federal para tentar sacar
o seu FGTS, foi informada de que os valores haviam sido retirados em 05/06/2009.
Aduz que não reconhece a autoria do saque e que tal fato é indiciário do cometimento
de fraude na retirada de seu fundo de garantia. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,
art. 62, inc. IV). Instada a se manifestar, a Caixa Econômica Federal informou não ter
localizado registro de contestação de saque, não identificando qualquer elemento
relevante para eventual investigação. Aduziu, também, que caso a trabalhadora não
reconheça a autoria de algum saque efetuado em sua conta vinculada do FGTS, deve
ela procurar uma agência da Caixa para formalizar o pedido de Contestação de Saque,

33
de forma administrativa, quando será apresentada a documentação necessária para
análise com vistas à identificação e apuração do responsável pelo saque efetuado.
Caso em que inexistem elementos mínimos que possam apontar para sua autoria.
Falta de linha investigatória potencialmente idônea. Orientação nº 26/2016 da 2ª CCR.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr.
Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

22. APROPRIAÇÃO INDÉBITA POR ADVOGADO – NÃO REPASSE AO CLIENTE DE


VALORES RESULTANTES DO PROCESSO JUDICIAL– NÃO Á ATRIBUIÇÃO FEDERAL –
PRECEDENTE 2ª CCR.

Processo: 1.11.000.001079/2018-94 - Eletrônico Voto: 5469/2018 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Relator(a): Dr(a)
LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de
apropriação indébita (CP, art. 168, §1º, inciso III) em detrimento de particulares.
Advogado que teria se apropriado indevidamente de quantias pertencentes a clientes,
ao não repassar valores resultantes de processos judiciais. Revisão de declínio
(Enunciado nº 32). Eventual prejuízo dos particulares. Ausência de elementos de
informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a
persecução penal. Precedente da 2ª CCR (Procedimento nº 1.23.000.001748/2013-01,
617ª Sessão, de 06/04/2015, unânime). Homologação do declínio de atribuições ao
Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado,
à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do
voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de
Araújo Sá e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

DPF/PS/BA-0096/2019-INQ Voto: 95/2020 Origem: GABPRM001- ALCC - ANDRE LUIS


CASTRO CASELLI Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA Ementa: Inquérito
Policial. Possível crime de apropriação indébita (CP, art. 168, § 1º, III). Relato de que
determinada advogada teria recebido valores decorrentes de ação previdenciária e
deixado de repassá-los ao seu cliente. Revisão de declínio (Enunciado nº 33). Eventual
prejuízo do particular. Inexistência de prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e
específico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas. Ausência de
elementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público
Federal para a persecução penal. Precedente da 2ª CCR: Procedimento nº
1.34.018.000241/2018- 63, 727ª Sessão, de 22/10/2018, unânime. Homologação do
declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Processo: SR/PF/CE-2017.0001149-INQ Voto: 368/2020 Origem: GABPR15-ELT -


EDMAC LIMA TRIGUEIRO Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA Ementa:
Inquérito Policial. Suposto crime de apropriação indébita (CP, art. 168). Determinado
advogado, por meio de procuração, sacou certa quantia de seu cliente, já falecido, e
não repassou o saldo, após o desconto dos honorários advocatícios, as respectivas

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herdeiras. Revisão de Declínio (Enunciado n° 33). Ao ser ouvido, o advogado disse ter
sacado a quantia de R$ 18.621,25. Acrescentou que reteve o valor por
aproximadamente seis meses e que somente devolveu após notificação judicial. As
herdeiras, por sua vez, afirmaram ter procurado o advogado por diversas vezes para
saber sobre o andamento da causa e não terem conseguido contato. Mencionaram,
também, que cada uma delas recebeu a quantia de R$ 6.536,65. Nesses termos,
verifica-se que o prejuízo foi suportado exclusivamente pelas herdeiras. Inexiste lesão
direta em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas. Ausência de elementos de informação capazes de
justificar a atribuição do MPF para a continuidade da persecução penal. Homologação
do declínio ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta
data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de
atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

23. PIRAMIDE FINANCEIRA – NÃO CARACTERIZA CRIME CONTRA O SISTEMA


FINANCEIRO NACIONAL – APLICAÇÃO DA SÚMULA 498 STF (COMPETÊNCIA
ESTADUAL PARA CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR).

Processo: 1.16.000.002216/2018-21 - Eletrônico Voto: 5608/2018 Origem:


PROCURADORIA DA REPUBLICA - DISTRITO FEDERAL Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA
FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Notícia de Fato autuada a partir do recebimento de
manifestação sigilosa apresentada na Sala de Atendimento do Cidadão, para apurar
suposto crime contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º, inc. IX) e/ou
estelionato (CP, art. 171). Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 - 2a
CCR). Fraude conhecida como 'pirâmide financeira'. Incidência do Enunciado nº 498
da Súmula do Supremo Tribunal Federal (Compete a justiça dos estados, em ambas as
instâncias, o processo e o julgamento dos crimes contra a economia popular). Conduta
que não caracteriza crime contra o Sistema Financeiro Nacional, situação que afasta a
competência da Justiça Federal. Precedentes STJ: HC 293.052/SP, Quinta
Turma, DJe 13/02/2015; CC 121.146/MA, Terceira Seção, DJe 25/06/2012. Ausência de
elementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público
Federal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao
Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado,
à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do
voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de
Araújo Sá e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

24. PIRÂMIDE FINANCEIRA – CRIPTOMOEDA – AUSÊNCIA DE PROVA DE EFETIVA


CAPTAÇÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS – NÃO HÁ CRIME CONTRA O SISTEMA
FINANCEIRO NACIONAL.

1.29.000.003093/2019-79 - Eletrônico Voto: 5522/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA - RIO GRANDE DO SUL Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA
Ementa: Notícia de Fato. Manifestação sigilosa realizada na Sala de Atendimento ao
Cidadão, comunicando que determinado indivíduo tem convidado inúmeras pessoas,
por meio das redes sociais, para investirem em criptomoedas por meio de uma bolsa
global, prometendo ganhos rápidos e fáceis, com retorno de 80% dos valores

35
investidos, indicando se tratar de esquema de captação de clientes em pirâmide
financeira. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O Procurador da
República oficiante, ressaltando o entendimento desta 2ª CCR no sentido de que os
fatos narrados podem configurar a prática dos crimes previstos nos arts. 5º e 16,
ambos da Lei nº 7.492/86, determinou, preliminarmente, a realização de diligências
tendentes a apurar a veracidade das informações obtidas anonimamente. Dessa
forma, realizada pesquisa pela Assessoria de Pesquisa e Análise (ASSPA), não foi
possível verificar quaisquer indícios de que o investigado tenha se apropriado ou
desviado em proveito próprio ou alheio dinheiro, título, valor ou qualquer outro bem
móvel de que tivesse a posse (art. 5º), ou que tenha operado instituição financeira sem
a devida autorização ou com autorização obtida mediante declaração falsa (art. 16).
Das pesquisas realizadas e das provas juntadas aos autos, verificou-se que o
investigado supostamente fazia meros convites de participação em negócios atrativos,
sendo que até mesmo tais possíveis convites sequer foram corroborados por meio de
cópias das publicações ou de mensagens em redes sociais. Além disso, o rastreamento
societário do suspeito não apontou para qualquer participação na empresa
de exchange de criptomoedas mencionada nos autos ou em outra empresa atuante no
mercado de moedas virtuais, sendo que a empresa que o investigado possui é atuante
no ramo de marketing. Ausência de justa causa para o prosseguimento das
investigações, quanto a possível crime contra o SFN pelo investigado. Homologação do
arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP. Necessidade de remessa de
cópias dos autos ao MPE, para análise de eventual crime de estelionato contra
particulares (CP, art. 171) ou crime contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º,
inc. IX). Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade,
deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e a Dra. Luiza
Cristina Fonseca Frischeisen.

25. AGIOTAGEM – CRIME CONTRA A ECONOMIA POPULAR – COMPETÊNCIA


ESTADUAL SÚMULA 498 STF.

Processo:DPF/CRU/PE-00365/2016-INQVoto: 638/2019Origem: GABPRM1-PMBM -


POLIREDA MADALY BEZERRA DE MEDEIROSRelator(a):Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-
VERDE DE CARVALHOEmenta:Notícia de Fato. Possível ocorrência do crime de lavagem
de dinheiro (Lei nº 9.613/98, art. 1º). Expediente instaurado a partir de Relatório de
Inteligência Financeira do COAF, dando conta de movimentações financeiras atípicas
por pessoas físicas. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR).
Movimentações decorrentes, a princípio, de agiotagem. Eventual crime contra a
economia popular. Competência da Justiça Estadual. Súmula nº 498 do STF. Ausência
de indicativos de crime antecedente de competência da Justiça Federal quanto à
lavagem de ativos. Fato que não revela, por ora, lesão a bens, serviços e interesse da
União ou de suas entidades. Carência de elementos de prova capazes de legitimar a
atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação do
declínio ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos
termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr.
José Adonis Callou de Araújo Sá e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

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26. ESTELIONATO CONTRA O PARTICULAR – USO DE SÍMBOLO DA CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL EM DOCUMENTO FALSO – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.

1.26.000.000337/2019-73 -Eletrônico Voto: 898/2019Origem: PROCURADORIA DA


REPUBLICA -PERNAMBUCORelator(a):Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE
DE CARVALHOEmenta:Notícia de Fato. Suposta prática do crime de estelionato (CP,
art. 171). Particular teria entrado em contato via o aplicativo whatsapp com empresa
de crédito, a fim de obter empréstimo no valor de R$ 15.000,00, oportunidade na qual
foi informada que para a liberação dos valores deveria fazer depósitos que somaram
R$ 3.354,11, não tendo sido liberado o valor supostamente contratado. Revisão de
declínio de atribuições (Enunciado nº 32 " 2ª CCR). Fato praticado em detrimento a
boa-fé de particular, inexistindo elemento que aponte ofensa direta aos bens, serviços
ou interesses da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas. O uso
de símbolo da CEF em documento falso utilizado pelos criminosos, ou mesmo o fato
desses aturem também por meio da internet, não são suficientes para atrair a
competência federal para o caso. Carência de elementos de informação capazes de
justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal.
Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os
membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e a Dra. Luiza Cristina
Fonseca Frischeisen

27. ESTELIONATO CONTRA O PARTICULAR – EMPRÉSTIMO CONSIGNADO –


DESCONTO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.

Processo:1.33.003.000017/2019-59 -Eletrônico Voto: 977/2019Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE CRICIUMA-SC Relator(a): Dr(a)
JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO Ementa: Notícia de fato. Crime de
estelionato (CP, art. 171). Representação noticiando descontos indevidos em seu
benefício previdenciário por conta de um empréstimo bancário junto a banco privado.
Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 da 2ª CCR). Prejuízo a ser
suportado exclusivamente por particular. Inexistência de lesão à União ou a qualquer
de suas entidades. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a
atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação
do declínio. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade,
deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e a
Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

28. NEGOCIAÇÃO DE IMÓVEIS ENTRE PARTICULARES – ASSENTAMENTO DO INCRA –


ATIPICIDADE DA CONDUTA.

1.00.000.025277/2018-27 -Eletrônico Voto: 535/2019Origem: PROCURADORIA GERAL


DA REPÚBLICARelator(a):Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE
DE CARVALHOEmenta:Inquérito policial. Supostos crimes de estelionato (CP, art. 171,

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§2º, I) e corrupção passiva (CP, art. 317). Representação dando conta de celeuma
criada a partir de negociação de lotes entre particulares, em assentamento do INCRA,
na qual, ainda, narra o suposto envolvimento de servidor da referida autarquia federal
na venda irregular de tais imóveis. MPF: promoção parcial de arquivamento quanto
aos fatos relativos a negociação de lotes entre assentados, sob o entendimento
da atipicidade da conduta investigada, não configurando crime de estelionato em
virtude da ausência de indícios de fraude ou documentos falsos na negociação,
tratando-se de ilícito civil que autoriza a rescisão do contrato de concessão de uso
celebrado entre o INCRA e o beneficiário da reforma agrária. Discordância do
magistrado entendo haver crime de estelionato majorado, em virtude da fraude
perpetrada contra os interesses do INCRA, qual seja a reforma agrária. Aplicação do
art. 28 do CPP c/c art. 62, IVda LC 75/93. De fato, não havendo indícios da prática de
estelionato entre particulares, não há que falar em conduta típica, haja vista não haver
interesse direto da autarquia federal no caso, que continua proprietária do imóvel, não
havendo lesão ao seu patrimônio. Em caso semelhante, esta 2ª CCR assim entendeu
"Não obstante a ocupação de lote pertencente à União e destinados ao Programa de
Reforma Agrária, forçoso é reconhecer que a conduta perpetrada pelo representado e
o antigo ocupante não constitui infração penal. Trata-se de negócio jurídico nulo ou
anulável, sem repercussão jurídico-penal, a ser resolvido segundo a legislação civil. No
caso dos autos, em se tratando de mera cessão de posse, negócio puramente
obrigacional " sem nenhuma aptidão para levar à transmissão do domínio, não cabe a
afirmativa de que houve a venda indevida de terras da União, nem, por via de
consequência, uma eventual classificação da conduta prevista no § 1º, I do art. 171 do
Código Penal. Ademais, apenas a cessão dos direitos de posse, também não há que se
falar em estelionato majorado, pois ao permitir a posse dos lotes, o investigado não
obteve nenhuma vantagem ilícita, pois, mesmo em se tratando de terras públicas, a
posse constitui um fato/direito autônomo, com valor econômico e que pode ser objeto
de negócios jurídicos obrigacionais. O cedente não fez uso de nenhum meio
fraudulento, nem manteve o cessionário em erro, visto que todos tinham plena ciência
de que o objeto dos negócios jurídicos realizados restringia-se à posse do imóvel, não
havendo, ainda, que se falar em qualquer prejuízo à União, que não teve nenhuma
alienação indevida de suas terras. Ocorreu apenas a fruição do direito de posse por
interposta pessoa, negócio que não corresponde a nenhum dos núcleos do crime de
estelionato" (NF 1.20.000.001560/2015-28, Brasilino Pereira dos Santos, unânime,
Sessão nº 640 de 04/04/2016). Precedente STJ em caso análogo: (CC 121.147/PR, Rel.
Min. Marilza Maynard (Desembargadora convocada do TJ/SE), TERCEIRA SEÇÃO,
13/03/2014).Atipicidade da conduta. Insistência no arquivamento.

1.33.009.000153/2019-99 - Eletrônico Voto: 6860/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA - SANTA CATARINA Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA Ementa:
Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurar possível prática do crime
de estelionato contra idoso, previsto no art. 171, § 4º, do CP, em razão da venda
irregular de terreno pertencente ao Assentamento Putinga, situado no município de
Calmon/SC. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Conforme relatado
pelo Procurador oficiante, os ocupantes, que ingressaram no imóvel em 10/09/2017,
não eram beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária e não possuíam
qualquer autorização do INCRA para a ocupação. Segundo o declarado por um dos

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ocupantes, uma pessoa de nome L.P., aproveitando-se da falta de conhecimento do
casal, vendeu o lote à família. Ocupação indevida de imóvel da União, decorrente de
um negócio jurídico (venda) realizado entre particulares, cabendo, exclusivamente, ao
ente público federal (INCRA), no âmbito cível, a adoção de providências para a
regularização da posse. No âmbito criminal, o prejuízo causado com a possível
aquisição indevida de lote objeto de programa de assentamento recaiu unicamente
sobre as vítimas possuidoras diretas do imóvel. Narrativa que não evidencia lesão
direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Carência de
elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público
Federal para a persecução. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

29. ROUBO A AGÊNCIA DOS CORREIOS – BANCO POSTAL – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.

JF/PR/GUA-5000596-82.2017.4.04.7006-IP -Eletrônico Voto: 986/2019Origem: JUSTIÇA


FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE GUARAPUAVA Relator(a): Dr(a) MARCIA
NOLL BARBOZAEmenta: Inquérito Policial. Crime de roubo (CP, art. 157, § 2º, V)
praticado contra agência dos Correios. Relato de que indivíduo, mediante ameaça
exercida com emprego de arma de fogo, abordou funcionárias da agência dos Correios
de Cantagalo/PR e subtraiu a quantia de R$ 126.929,94, de lá fugindo no veículo
pertencente a gerente da agência. Veículo encontrado posteriormente. A quantia
subtraída pertencia ao patrimônio do Banco do Brasil S.A. O Procurador oficiante
promoveu o declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual em razão da
ausência de prejuízo a ser suportado pelos Correios. Discordância do magistrado.
Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c com o art. 62, inc. IV da LC nº
75/93. Extrai-se dos autos que os valores subtraídos que pertenciam integralmente ao
Banco do Brasil, sociedade de economia mista. Precedentes do STJ (CC nº
145.800/TO, DJe 25/4/2016; CC nº 133.751/SP, DJe 4/12/2014) e da 2ª CCR (JF/CE-
0000735-11.2017.4.05.8100-INQ, 676ª Sessão de Revisão, 24/4/2017, unânime).
Prejuízo que, em regra, é suportado pelo banco postal, que no contrato firmado para
que a ECT atue como correspondente bancário, há cláusula em que expressamente o
contratante (Banco do Brasil) se responsabiliza por ressarcir eventuais perdas de
valores decorrentes de assaltos, roubos, furtos ou sinistros. Não ocorrendo com a
infração prejuízos penalmente relevantes a bens, serviços ou interesse direto e
específico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, não se firma a
competência da Justiça Federal, e, consequentemente, falece atribuição ao Ministério
Público Federal para a persecução penal. Inteligência do art. 109, IV, da Constituição
Federal. Insistência no declínio de atribuições. Deliberação:Em sessão realizada nesta
data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de
atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros
Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

30. SIMPLES OMISSÃO DE ANOTAÇÃO NA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA


SOCIAL (CTPS) NÃO CONFIGURA, POR SI SÓ, O CRIME DE FALSIFICAÇÃO DE
DOCUMENTO PÚBLICO (ART. 297, § 4º, DO CP).

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Processo: JF/SP-0014799- 80.2018.4.03.6181-INQ Voto: 2659/2019 Origem: JUSTIÇA
FEDERAL - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP Relator(a): Dr(a) ROGERIO
JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO Ementa: Inquérito Policial instaurado a partir
de expediente oriundo do Juízo da 27ª Vara do Trabalho de São Paulo, encaminhando
cópia dos autos de reclamatória. Possível prática de omissão de registro de vínculo
empregatício em CTPS. CP, art. 297, § 4º. Manifestação do MPF pelo arquivamento do
feito, tendo em vista não estar comprovada a ocorrência de conduta típica e
antijurídica. Discordância do Juízo da 9ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de
São Paulo, por entender que a omissão da anotação do registro na carteira de trabalho
do empregado, por si só, configura o tipo previsto no art. 297, § 4º, do CP. Remessa
dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93). Extrai-se do
Informativo nº 539 do STJ (de 15/05/2014): "a simples omissão de anotação na
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) não configura, por si só, o crime de
falsificação de documento público (art. 297, § 4º, do CP). Isso porque é imprescindível
que a conduta do agente preencha não apenas a tipicidade formal, mas antes e
principalmente, a tipicidade material, ou seja, deve ser demonstrado o dolo de falso e
a efetiva possibilidade de vulneração da fé publica. Com efeito, o crime de falsificação
de documento público trata-se de crime contra a fé pública, cujo tipo penal depende
da verificação do dolo, consistente na vontade de falsificar ou alterar o documento
público, sabendo o agente que o faz ilicitamente. Além disso, a omissão ou alteração
deve ter concreta potencialidade lesiva, isto é, deve ser capaz de iludir a percepção
daquele que se depare com o documento supostamente falsificado. Ademais, pelo
princípio da intervenção mínima, o Direito Penal só deve ser invocado quando os
demais ramos do Direito forem insuficientes para proteger os bens considerados
importantes para a vida em sociedade. Como corolário, o princípio
da fragmentariedade elucida que não são todos os bens que têm a proteção do Direito
Penal, mas apenas alguns, que são os de maior importância para a vida em sociedade.
Assim, uma vez verificado que a conduta do agente é suficientemente reprimida na
esfera administrativa, de acordo com o art. 47 da CLT, a simples omissão de anotação
não gera consequências que exijam repressão pelo Direito Penal" (REsp nº
1.252.635/SP, 5ª Turma, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, DJe de 2/5/2014). Portanto,
não constitui crime (falsidade de documento público por equiparação) a falta de
anotação do vínculo empregatício em CTPS pelo empregador. Irregularidade de
natureza administrativa e trabalhista, que, mesmo relevante, não tem repercussão na
esfera penal. Lesividade mínima ao empregado. Desnecessidade de intervenção do
Direito Penal. Atipicidade da conduta. Nesse mesmo sentido: REsp nº 1.459.294/MG,
STJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, DJe de 21/08/2017. Falta de justa causa para
prosseguir na persecução penal. Manutenção do arquivamento. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os
membros Dr. Cláudio Dutra Fontella e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

31. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO DE 60 DIAS PARA TRANSFERÊNCIA DE ARMA OU


ENTREGA À POLÍCIA FEDERAL – TRANSFERÊNCIA OCORRIDA DEPOIS DO PRAZO –
NÃO HÁ CRIME DE DESOBEDIÊNCIA.

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Processo: DPF/AM-00109/2017-INQ Voto: 2694/2019 Origem: GABPR4-HSVL -
HENRIQUE DE SA VALADAO LOPES Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO
NASCIMENTO Ementa: Inquérito Policial. Suposta desobediência em transferir 2 (duas)
armas de fogo ou entrega-las na Superintendência da Polícia Federal dentro do prazo
de 60 (sessenta) dias. Notícia de que foi realizada a transferência para terceiro
habilitado no dia 23/08/2016, sendo que o prazo estipulado expirou em 21/02/2016.
Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). 1) Crime de desobediência (CP, art.
330). Pena máxima cominada ao crime é de 6 (seis) meses de detenção. Prescrição da
pretensão punitiva (CP, art. 109, VI), uma vez que já transcorreram mais de 3 (três)
anos desde a data dos fatos. 2) Crime previsto no art. 12 da Lei n° 10.826/03. Armas
que possuem registro no SINARM e que estavam com validade expirada.
Entendimento jurisprudencial no sentido de que "se o agente já procedeu ao registro
da arma, a expiração do prazo é mera irregularidade administrativa que autoriza a
apreensão do artefato e aplicação de multa. A conduta, no entanto, não caracteriza
ilícito penal" (STJ, RHC 73.548/MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta
Turma, DJe 18/11/2016). Nesse sentido, precedente desta 2ª CCR:
1.25.000.003114/2016- 52, 670ª Sessão de Revisão, de 30/01/2017, unânime. 3)
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr. Cláudio
Dutra Fontella e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

32. PEQUENO PROVEDOR DE INTERNET – ATÉ 5 MIL CLIENTES E USO DE


EQUIPAMENTOS DE RADIAÇÃO RESTRITA – DISPENSA DE AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO
– AUSÊNCIA DE INTERFERÊNCIA RADIOELÉTRICA – ATIPICIDADE DA CONDUTA.

Processo: SR/PF/CE-00364/2016-INQ Voto: 2670/2019 Origem: GABPR8-MAT -


MARCIO ANDRADE TORRES Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO
NASCIMENTO Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática do crime descrito no art. 183
da Lei nº 9.472/97. Exploração clandestina de serviço de comunicação multimídia
(SCM) por representante de pessoa jurídica. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,
art. 62, IV). Entrada em vigor da Resolução ANATEL nº 680, de 27/06/2017,
estabelecendo que pequenos provedores de internet podem ser dispensados da
obtenção de autorização do serviço, caso atendam até cinco mil clientes e o sinal
trafegado na sua rede se dê por meios confinados ou wi-fi (equipamentos de radiação
restrita). Ausência de interferência radioelétrica efetiva, tratando-se de pequena
estação com poucos clientes. Atipicidade da conduta. Falta de justa causa para
prosseguir na persecução penal. Precedentes desta 2ª CCR: 1.23.000.003050/2017-45,
714ª Sessão de Revisão, 07/05/2018, unânime; e DPF/AM00598/2014-INQ, 731ª
Sessão de Revisão, 10/12/2018, unânime. Homologação do arquivamento.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram
da votação os membros Dr. Cláudio Dutra Fontella e a Dra. Luiza Cristina
Fonseca Frischeisen.

Processo: DPF/MBA/PA-00139/2017-INQ Voto: 3744/2019 Origem: GABPRM2-LDCF -


LUCAS DANIEL CHAVES DE FREITAS Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA Ementa:

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Inquérito Policial. Suposta prática do crime descrito no art. 183 da Lei nº 9.472/97.
Exploração clandestina de serviço de comunicação multimídia (SCM) por
representante de pessoa jurídica, a qual constava com cerca de 281 usuários. Revisão
de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Entrada em vigor da Resolução ANATEL nº
680, de 27/06/2017, estabelecendo que pequenos provedores de internet podem ser
dispensados da obtenção de autorização do serviço, caso atendam até cinco mil
clientes e o sinal trafegado na sua rede se dê por meios confinados ou wi-
fi (equipamentos de radiação restrita). Ausência de interferência radioelétrica efetiva,
tratando-se de pequena estação com poucos clientes. Atipicidade da conduta. Falta de
justa causa para prosseguir na persecução penal. Precedentes desta 2ª CCR:
1.23.000.003050/2017-45, 714ª Sessão de Revisão, 07/05/2018, unânime; e DPF/AM-
00598/2014-INQ, 731ª Sessão de Revisão, 10/12/2018, unânime. Homologação do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o
Dr. Cláudio Dutra Fontella.

33. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - RECUSA EM CUMPRIR AS DILIGÊNCIAS


REQUISITADAS PELO MPF NO BOJO DE INQUÉRITO POLICIAL - ATIPICIDADE DA
CONDUTA CRIMINAL - AUSÊNCIA DE ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.

Processo: 1.23.000.000144/2016-81 Voto: 209/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA - PARA/CASTANHAL Relator(a): Dr(a) DOMINGOS SAVIO DRESCH DA
SILVEIRA Ementa: CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL. PROCEDIMENTO
INVESTIGATÓRIO CRIMINAL. REVISÃO DE ARQUIVAMENTO. DELEGADO DE POLÍCIA
FEDERAL. RECUSA EM CUMPRIR AS DILIGÊNCIAS REQUISITADAS PELO MPF NO BOJO
DE INQUÉRITO POLICIAL. ATIPICIDADE DA CONDUTA CRIMINAL. AUSÊNCIA DE ATO DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CONTROVÉRSIA MELHOR RESOLVIDA EM ÂMBITO
ADMINISTRATIVO. HOMOLOGAÇÃO. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a).

34. SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – INSIGNIFICÂNCIA – VALOR


NÃO INCLUI JUROS E MULTA.

Processo: JF/CHP/SC-5006690- 06.2018.4.04.7202-INQ - Eletrônico Voto: 2981/2019


Origem: JUSTIÇA FEDERAL - SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CHAPECÓ Relator(a): Dr(a) LUIZA
CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Inquérito policial. Crime de sonegação de
contribuição previdenciária (CP, art. 337-A) praticado por sociedade empresária.
Promoção de arquivamento com base na aplicação do princípio da insignificância, já
que o valor principal do débito é de R$ 10.188,59, sendo que o restante da dívida, que
atinge o importe de R$ 32.021,21, é composta por multa de mora e juros, que não
compõe o valor a ser considerado para aplicação do referido princípio. Discordância do
Juiz Federal, por considerar que o parâmetro da insignificância é o valor consolidado
do débito, ou seja, o valor principal das contribuições acrescido de juros e multa pelo
atraso. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV da LC 75/93. A consideração, na
esfera criminal, dos juros e da multa em acréscimo ao valor do tributo sonegado, para

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além de extrapolar o âmbito do tipo penal implicaria em punição em cascata, ou seja,
na aplicação da reprimenda penal sobre a punição administrativa anteriormente
aplicada, o que não se confunde com a admitida dupla punição pelo mesmo fato em
esferas diversas, dada a autonomia entre elas. O valor a ser considerado para fins de
aplicação do princípio da insignificância é aquele fixado no momento da consumação
do crime, vale dizer, da constituição definitiva do crédito tributário, e não aquele
posteriormente alcançado com a inclusão de juros e multa. Precedente STJ (RESP
201200489706, MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, STJ - SEXTA TURMA, DJE
DATA:01/07/2014). Débito tributário que não ultrapassa o limite de R$ 20.000,00
(vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei nº 10.522/2002, com as
atualizações efetivadas pelas Portarias nº 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda.
Manutenção do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participou da votação o Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá.

35. ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO – USO DE DECLARAÇÃO PARTICULAR DE


ATIVIDADE RURAL IDEOLOGICAMENTE FALSA EM PROCESSO JUDICIAL – FRAUDE
PASSÍVEL DE DESCOBERTA NO CURSO DO PROCESSO – DESLEALDADE PROCESSUAL A
SER RESOLVIDA PELAS REGRAS DO CPC (LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E MULTA) E PUNIÇÃO
DISCIPLINAR PELO ESTATUTO DA OAB – FALTA DE JUSTA CAUSA PARA PERSECUÇÃO
PENAL.

Processo: DPF/MBA/PA-000702017-INQ Voto: 2806/2019 Origem: GABPRM3-TSM -


THAIS STEFANO MALVEZZI Relator(a): Dr(a) JOSE ADONIS CALLOU DE ARAUJO SA
Ementa: Inquérito Policial. Possível prática dos crimes de estelionato previdenciário e
falsidade ideológica (CP, arts. 171, §3º e 299). Investigada postulou em juízo o
benefício previdenciário utilizando-se de declaração particular de atividade rural
supostamente falsa. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Consta dos
autos que o benefício foi indeferido, uma vez que o juízo constatou contrariedades nas
informações e declarações prestadas pela parte autora. Além disso, o documento
juntado pela investigada era incapaz de justificar a concessão do benefício pretendido.
Fraude passível de ser descoberta pelas vias ordinárias no curso do processo. Eventual
deslealdade processual enfrentada por meio de regras do CPC, que prevê a
condenação do litigante de má-fé ao pagamento de multa e ainda a punição disciplinar
no âmbito do Estatuto da Advocacia. Medida suficiente para a repressão do delito.
Falta de justa causa para prosseguir na persecução. Homologação do arquivamento.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participou da
votação a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

1.29.006.000186/2019-91 - Eletrônico Voto: 5439/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE RIO GRANDE-RS Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL
BARBOZA Ementa: Notícia de Fato. Supostas inconformidades entre os fatos
documentados em uma ação de reconhecimento e dissolução de união estável e os
afirmados em depoimento pela ora investigada nos autos de uma ação ajuizada em
face do INSS, pela qual pretendeu a concessão do benefício de pensão por morte de
seu ex-marido. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Ação previdenciária

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julgada improcedente. Assiste razão ao membro do MPF ao alegar que "Os fatos
alegados pelo autor de uma ação podem ser contestados pelo réu e devem ser
provados no curso do processo. O juiz, por seu turno, aprecia a prova produzida e
decide segundo o seu livre convencimento. Não há espaço para a fraude que
caracteriza o referido delito". Eventual deslealdade processual enfrentada por meio de
regras do CPC, que prevê a condenação do litigante de má-fé ao pagamento de multa.
Falta de justa causa para o prosseguimento na persecução penal. Homologação do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o
Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

JF/GAR/PE-0801450- 16.2019.4.05.8305-PET - Eletrônico Voto: 146/2020 Origem:


JUSTIÇA FEDERAL - SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE GARANHUNS Relator(a): Dr(a) MARCIA
NOLL BARBOZA Ementa: EMENTA: Inquérito policial instaurado para apurar a prática
dos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso (CP, arts. 299 e 304),
consistentes na apresentação de documentos adulterados em processo judicial que
visava à concessão de benefício de aposentadoria rural, em prejuízo do INSS. O
Procurador oficiante promoveu o arquivamento dos autos, considerando a atipicidade
da conduta. Afirmou que a conduta caracteriza, quando muito, litigância de má-fe,
ressaltando que, ainda que o processo seguisse, os documentos apresentados se
mostrariam inócuos para a produção do resultado almejado. Discordância do Juiz
Federal. Aplicação do art. 28 do CPP. As inconsistências foram identificadas no curso
regular do processo. Conduta que, no caso, embora imoral, apenas poderia
caracterizar litigância de má-fé, sujeita às sanções previstas no art. 81 do CPC. Além
disso, os documentos são passíveis de averiguação e, no caso, são
juridicamente irrelevante para fins de concessão da aposentadoria pleiteada.
Inexistência de prejuízo à autarquia previdenciária. Subsidiariedade do direito penal.
Falta de justa causa para o prosseguimento da persecução penal. Precedente desta 2ª
CCR: DPF/MBA/PA00139/2015-INQ, 713ª Sessão, de 23/04/2018, unânime. Insistência
no arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a).

1.11.000.001120/2019-11 - Eletrônico Voto: 1422/2020 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA
FONTELLA Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de estelionato (CP, art. 171, § 3º).
Determinada pessoa, em ação judicial perante a 14ª Vara Federal da Seção Judiciária
de Alagoas, requereu benefício de pensão por morte, simulando fato inexistente
(vínculo empregatício, por parte do falecido esposo, com uma empresa). Revisão de
arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Verifica-se, na hipótese, que o juízo teve fácil
acesso aos elementos caracterizadores da fraude, não sendo o ato praticado capaz de
induzi-lo em erro e, por consequência, lesar o Poder Judiciário e a Autarquia Federal. O
pedido foi julgado improcedente e a autora foi condenada por litigância de má-fé. A
sanção cível é suficiente para reprimir a conduta. Aplicação do princípio da
subsidiariedade do direito penal, notadamente quando demonstrado que outras
esferas de controle já se mostraram adequadas a debelar a lesão ao bem jurídico

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tutelado. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data,
o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos
termos do voto do(a) relator(a).

36. PÓS ÓBITO – VALOR SUPERIOR AO PISO PARA AJUIZAMENTO DE AÇÕES DE


RESSARCIMENTO AO INSS – NÃO SE APLICA O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.

Processo: JF/FS/BA-0004409- 06.2018.4.01.3304-INQ Voto: 2793/2019 Origem:


SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA FEDERAL DE FEIRA DE SANTANA/BA Relator(a): Dr(a) MARCIA
NOLL BARBOZA Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato
previdenciário (CP, art. 171, §3º), consistente no recebimento indevido de 18 parcelas
após o óbito do titular, em 26/04/2011. O Procurador oficiante, considerando que o
valor da dívida alcançou o patamar de R$ 11.048,33 (onze mil, quarenta e oito reais e
trinta e três centavos), promoveu o arquivamento dos autos com fundamento na
aplicação do princípio da insignificância. Discordância do magistrado. Revisão de
arquivamento (CPP, art. 28). Consta dos autos que a filha da beneficiária confessou ter
efetuado parte dos saques para arcar com dívidas deixadas por sua mãe e algumas
dívidas de família, aduzindo, ainda, não ter realizado a renovação de cadastro apenas
por não possuir procuração da beneficiária. Além disso, a quantia sacada é superior ao
piso mínimo para o ajuizamento de ações de ressarcimento ao INSS (R$ 10.000,00),
nos termos do art. 3º-A, da Portaria nº 377/2011/AGU, o que denota a relevância da
conduta nos âmbitos cível e administrativo e corrobora pelo prosseguimento da
investigação na seara penal. Inaplicabilidade, no caso concreto, do princípio da
insignificância. Designação de outro membro do Ministério Público Federal para dar
prosseguimento às investigações, propondo, se for o caso, o acordo tratado na
Resolução nº 181, com as alterações promovidas pela Resolução nº 183, ambas do
CNMP. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade,
deliberou pela não homologação de arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participou da votação o Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá.

37. PÓS ÓBITO – INVESTIGADOS ASSUMEM A REALIZAÇÃO DO SAQUE – ALEGAÇÃO


DE CUSTEIO DE DESPESAS COM CIRURGIA DA SEGURADA, POUCO ANTES DO ÓBITO -
QUANTIA SACADA É INFERIOR AO PISO MÍNIMO PARA O AJUIZAMENTO DE AÇÕES
DE RESSARCIMENTO AO INSS – ARQUIVAMENTO.

DPF/SGO-00238/2012-INQ Voto: 4498/2019 Origem: GABPRM1-AMSJ - ANTONIO


MARCOS DA SILVA DE JESUS Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN
Ementa: Inquérito Policial. Possível crime de estelionato contra o INSS (CP, art. 171, §
3º). Recebimento indevido de 06 (seis) parcelas de benefício previdenciário após o
óbito da titular. Saques indevidos referentes às competências de 09/2008 a 02/2009,
que causaram prejuízo à autarquia federal no valor original de R$ 2.067,00. Revisão de
arquivamento (LC 75/93, art. 62, IV). Ouvidos, os investigados (filhos da beneficiária)
afirmaram que foram responsáveis pelos saques e que o fizeram para custear despesas
relativas a uma cirurgia a que a mãe se submetera, pouco tempo antes de falecer.
Ademais, se dispuseram a devolver as parcelas indevidamente recebidas, conforme
venha a ser ordenado. Ressalte-se, ainda, que a quantia sacada é inferior ao piso
mínimo para o ajuizamento de ações de ressarcimento ao INSS (R$ 10.000,00), nos

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termos do art. 3º-A, da Portaria nº 377/2011/AGU, o que denota a irrelevância da
conduta nos âmbitos cível e administrativo e corrobora o não prosseguimento da
investigação na seara penal. Precedente da 2ª CCR: Voto n° 3431/2017, Processo n°
1.23.000.000786/2017-61, Sessão n° 678, de 29/05/2017, unânime. Homologação do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr.
Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

38. PÓS ÓBITO – VALOR MENOR QUE PISO MÍNIMO PARA O AJUIZAMENTO DE
AÇÕES DE RESSARCIMENTO AO INSS (R$ 10.000,00) – INSIGNIFICÂNCIA.

JF/CZS-1003626- 96.2019.4.01.3001-IPL - Eletrônico Voto: 867/2020 Origem:


GABPRM1-BAF - BRUNO ARAUJO DE FREITAS Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO
SOARES DO NASCIMENTO Ementa: Inquérito Policial instaurado com o fim de apurar a
possível prática do delito descrito no art. 171, §3º, do CP. Suposta percepção indevida
de benefício previdenciário, após óbito da titular, no valor total de R$ 9.068,80, em
detrimento do Instituto Nacional do Seguro Social ' INSS. Promoção de arquivamento
com base no princípio da insignificância, na medida em que o prejuízo não teria
superado o montante de R$ 20.000,00. Discordância do Juízo Federal. Argumento, em
síntese, de inaplicabilidade do princípio da insignificância ao crime previsto no art. 171,
§3º, do CP, haja vista o 'alto grau de reprovabilidade da conduta do agente, que atinge
a coletividade como um todo'. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c art.
62, IV, da LC nº 75/93. Caso em que a quantia recebida é inferior ao piso mínimo para
o ajuizamento de ações de ressarcimento ao INSS (R$ 10.000,00), nos termos do art.
3º-A, da Portaria nº 377/2011/AGU, o que denota a irrelevância da conduta nos
âmbitos cível e administrativo e justifica o não prosseguimento da investigação na
seara penal. Nesse sentido, o seguinte precedente da 2ª CCR: DPF/AM-00615/2016-
INQ, 751ª Sessão de Revisão, de 07/10/2019, unânime. Deliberação: Pedido de vista
realizado por Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

39. RECEBIMENTO DE SEGURO-DESEMPREGO EM CONCOMITÂNCIA COM EXERCÍCIO


DE ATIVIDADE LABORAL – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO
(DIARISTA) E COM CARÁTER ESPORÁDICO – AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA A
PERSECUÇÃO PENAL.

Processo: DPF/RO-0402/2018-INQ Voto: 2933/2019 Origem: GABPR7-JGAS - JOAO


GUSTAVO DE ALMEIDA SEIXAS Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA Ementa:
Inquérito Policial. Suposto recebimento irregular de parcelas do seguro-desemprego,
concomitante ao exercício de atividade laboral. CP, art. 171, §3º. Revisão de
arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). A empresa esclareceu que o beneficiário não
possuía vínculo empregatício e apenas prestou serviços na condição de diarista, de
maneira esporádica. Após diligências, não foram colhidos elementos que indiquem a
prática de fraude. Carência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participou da votação o Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá.

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Processo: DPF/RO-0336/2017-INQ Voto: 306/2020 Origem: GABPRM2-BRC - BRUNO
RODRIGUES CHAVES Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA Ementa: Inquérito
Policial. Suposto crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º). Possíveis
empregados de determinada empresa trabalhavam, sem registro na CTPS, ao mesmo
tempo em que recebiam seguro-desemprego. Revisão de arquivamento (LC nº
75/1993, art. 62, IV). Após diligências policiais, soube-se que os envolvidos prestaram
serviços à empresa, provavelmente de forma esporádica (diaristas), ao mesmo tempo
em que receberam seguro-desemprego. Inexistia, portanto, vínculo formal de
emprego. Diante desses elementos, impossível afirmar que existia intenção inequívoca
de fraudar e, com isso, obter vantagem indevida em prejuízo ao erário. A ausência de
materialidade delitiva e/ou dolo na conduta dos envolvidos impede a continuidade da
persecução penal. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

40. INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO (ART. 154-A CP) – MESMO QUE O


ENVIO DE VÍRUS DE COMPUTADOR OCORRA COM UTILIZAÇÃO DE E-MAIL
SUPOSTAMENTE PERTENCENTE A ÓRGÃO FEDERAL – ILÍCITO PERPETRADO CONTRA
O PARTICULAR – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.

Processo: JF-RJ2016.51.01.506806-1-TC Voto: 2986/2019 Origem: GABPR15-AGA -


ARIANE GUEBEL DE ALENCAR Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO
NASCIMENTO Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar suposto crime descrito
no art. 154-A do CP. Possível encaminhando de vírus de computador através de correio
eletrônico supostamente pertencente ao MPF. Revisão de declínio de atribuições
(Enunciado nº 33 desta 2ª CCR). Eventual prática ilícita perpetrada em detrimento de
particular. O simples fato de o agente utilizar endereço eletrônico falso de órgão
público federal, não basta, por si só, para atrair a competência da Justiça Federal.
Inexistência de lesão direta a bens, serviços ou interesse da União ou suas entidades.
Ausência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério
Público Federal para persecução penal. Nesse sentido, precedente deste Colegiado:
1.14.000.000699/2019- 85, 738ª Sessão de Revisão, de 08/04/2019, unânime.
Homologação do declínio de atribuições em favor do Ministério Público Estadual.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).
Participou da votação a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

41. REPASSE DE RECURSO PÚBLICO FEDERAL NÃO DEFINE A FORMA EM QUE O


SERVIÇO SERÁ PRESTADO, CUJA COMPETÊNCIA É DOS GESTORES LOCAIS E
ESTADUAIS.

DECISÃO N° 363, DE 29 DE ABRIL DE 2019 Referência: NF 1.25.009.000074/2018-79.


CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÃO INSTAURADO ENTRE O MINISTÉRIO PÚBLICO
FEDERAL E O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ. Supostas irregularidades
na prestação do serviço de saúde. O objeto da presente notícia de fato não contempla
desvio ou irregularidade relativa ao dinheiro público federal ou mesmo informações de

47
comportamento omissivo da União. A forma de utilização dos recursos é de
competência dos gestores locais e estaduais. A questão não atrai a competência da
Justiça Federal determinada no art. 109 da CF e tampouco a atribuição do Ministério
Público Federal para atuar no feito. Enunciado nº 10 da PFDC. Remessa dos autos à
Procuradora-Geral da República para solução do conflito. 1.Trata-se de conflito
negativo de atribuição suscitado pelo Ministério Público Federal em face do Ministério
Público do Estado do Paraná, nos autos da presente notícia de fato, instaurada perante
o Parquet estadual (Inquérito Civil nº 0003.13.000065-0) com a finalidade
de investigar eventuais irregularidades na contratação de profissionais de saúde no
Município de Brasilândia do Sul/PR, especialmente, os casos de tredestinação dos
médicos do Programa Estratégia de Saúde da Família - ESF. 2.Prestadas informações
pelo Município de Brasilândia do Sul/PR e, posteriormente, pelo Município de Assis
Chateaubriand/PR, o Ministério Público do Estado do Paraná entendeu que o objeto
dos autos está vinculado ao Programa ESF, cujas verbas são repassadas pelo SUS, de
maneira que haveria interesse da União na aplicação dos recursos (fls. 280-296). 3. O
Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Paraná acolheu o declínio de
atribuição, nos termos da seguinte ementa: PATRIMÔNIO PÚBLICO - APURAR
EVENTUAIS IRREGULARIDADES NAS CONTRATAÇÕES DE PROFISSIONAIS MÉDICOS
PELO MUNICÍPIO DE BRASILÂNDIA DO SUL - PROGRAMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA
FAMÍLIA - DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÃO AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL - INTERESSE DA
UNIÃO - DECLINAÇÃO ACATADA - REMESSA AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. 4.
Remetidos os autos ao Ministério Público Federal, a Procuradoria da República no
Município de Umuarama/PR suscitou conflito de atribuição, tendo consignado que o
caso não trata de desvio de recursos públicos no SUS1, mas tão somente de supostas
irregularidades na prestação de serviço, razão pela qual não haveria interesse federal
apto a atrair a atribuição do MPF. 5. Suscitado o conflito, o NAOP da 4ª Região houve
por bem conhecer o declínio de atribuição como conflito negativo de atribuição,
encaminhando os autos à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão para posterior
remessa à Procuradora-Geral da República, nos termos da ementa abaixo transcrita:
SAÚDE. INVESTIGAÇÃO DE EVENTUAIS IRREGULARIDADES NA CONTRATAÇÃO DE
PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM ÂMBITO MUNICIPAL. CONFLITO NEGATIVO DE
ATRIBUIÇÃO ENTRE O MPF E O MPE/PR. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO DO STF.
ATRIBUIÇÃO DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA PARA RESOLUÇÃO DO CONFLITO
DE ATRIBUIÇÕES. VOTO PELO CONHECIMENTO DO DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÃO COMO
CONFLITO, COM A REMESSA DOS AUTOS AO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA. 6.É
o relatório. 7.Razão assiste ao Procurador suscitante. 8.Ao que parece, os fatos
investigados na presente notícia de fato estão relacionados a supostos: a) “descaso
[dos profissionais de saúde] com pacientes encaminhados”; e b) “descaso com os
hospitais de plantão, sem a devida assistência ou comunicação intra-hospitalar” (fl.
06). 9. Tendo sido requeridas informações acerca da contratação dos profissionais de
saúde então investigados pelo Ministério Público estadual, não foram identificados
desvios de verbas federais, mas uma possível deficiência na prestação do serviço,
como a falta de atendimento residencial pelas equipes de Saúde da Família, ou mesmo
eventual tredestinação de atribuições (fl. 295). 10.Assim, não há nos autos indícios de
desvio ou irregularidade relativa ao dinheiro público federal ou mesmo informações de
comportamento omissivo da União, visto que o que se discute é uma suposta
deficiência na execução não financeira do serviço, o que teria gerado insatisfação na

48
população local. Isso, todavia, não é suficiente para atrair a competência da justiça
federal, definida no art. 109 da Constituição Federal, porquanto o repasse de recurso
público federal não define a forma em que o serviço será prestado, cuja competência é
dos gestores locais e estaduais. 11. Ressalte-se o conteúdo do Enunciado nº 10 da
PFDC: Enunciado nº 10: Em matéria de saúde, é facultado ao membro do
Ministério Público Federal o declínio de atribuição ao Ministério Público Estadual
quando não houver nenhuma responsabilidade direta de órgão público federal ou não
envolver questão sistêmica. 12. Com esse entendimento, remetam-se os autos à
Procuradora-Geral da República. DEBORAH DUPRAT Procuradora Federal dos Direitos
do Cidadão

42. INDÍGENA – COMPETÊNCIA FEDERAL SE JUSTIFICA QUANDO VERSA DISPUTA


SOBRE DIREITOS INDÍGENAS, INCLUINDO AS MATÉRIAS REFERENTES À
ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS ÍNDIOS, SEUS COSTUMES, LÍNGUAS, CRENÇAS E
TRADIÇÕES, BEM COMO OS DIREITOS SOBRE AS TERRAS QUE TRADICIONALMENTE
OCUPAM.

Processo: 1.21.005.000110/2019-64 - Eletrônico Voto: 2839/2019 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE P. PORA/BELA
VISTA Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Notícia de
Fato. Apreensão de 600 gramas de substância entorpecente (maconha), no interior da
casa de um casal de indígenas, o que poderia configurar crime tipificado na Lei nº
11.343/06. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 - 2ª CCR). Ausência de
indícios de transnacionalidade da conduta. Precedente do STJ (CC 144.030/MS,
Terceira Seção, DJe 02/03/2016). Fatos narrados que não se relacionam com a
condição de indígena, bem como não dizem respeito a direitos e interesses coletivos
da comunidade indígena. A competência da Justiça Federal se justificaria, por exemplo,
se a questão versasse acerca de disputa sobre direitos indígenas, incluindo as matérias
referentes à organização social dos índios, seus costumes, línguas, crenças e tradições,
bem como os direitos sobre as terras que tradicionalmente ocupam, conforme
dispõem os arts. 109, XI, e 231, ambos da CF/1988. Precedentes (STJ - CC: 123016 TO
2012/0119013-6, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Seção, DJe 01/08/2013; STF
- AI-AgR: 496653 AP, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ 03/02/2006).
Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério
Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao
Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado,
à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do
voto do(a) relator(a). Participou da votação o Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá.

43. DESCONTO NÃO AUTORIZADO DE VALORES DESTINADOS A SINDICATO –


CONDUTA PRATICADA POR ENTIDADE PRIVADA EM PREJUÍZO DE PARTICULAR – NÃO
HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

Processo: 1.26.000.001094/2019-91 - Eletrônico Voto: 2842/2019 Origem:


PROCURADORIA DA REPUBLICA - PERNAMBUCO Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA
FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Notícia de Fato. Manifestação apresentada na Sala de
Atendimento ao Cidadão comunicando o desconto não autorizado em aposentadoria,

49
de valores destinados a organização sindical (central nacional de aposentados e
pensionistas). Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Conduta
praticada por instituição de natureza privada em prejuízo de particular. Inexistência de
lesão direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas
ou empresas públicas. Precedentes da 2ª CCR: NF 1.26.005.000228/2017-44, Sessão n°
715, de 21/05/2018, unânime; NF 1.16.000.003846/2017- 32, Sessão n° 709ª, de
26/03/2018, unânime. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a
atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do
declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a). Participou da votação o Dr.
José Adonis Callou de Araújo Sá.

44. CRIME CONTRA A FLORA – DOF – PROMETHEUS.

PROCURADORIA DA REPUBLICA - RONDONIA Nº. DPF/JPA-00035/2017- INQ - Relatado


por: Dr(a) FATIMA APARECIDA DE SOUZA BORGHI – Nº do Voto Vencedor: 1625 –
Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. ARQUIVAMENTO. MEIO AMBIENTE. FLORA. MADEIRA.
DOCUMENTO DE ORIGEM FLORESTAL. PROJETO PROMETHEUS. 1. É cabível o
arquivamento de Inquérito Policial instaurado para apurar prática do crime de
falsidade ideológica consistente na inserção de dados falsos no Sistema DOF, em
Jaru/RO, tendo em vista que, segundo informação da Procuradora da República
oficiante, o Auto de Infração do IBAMA, que ensejou a instauração da presente
investigação, deverá ser abarcado em nova metodologia de trabalho, idealizada pelo
MPF e Polícia Federal, consubstanciada no Projeto Prometheus, que reunirá os dados
contidos em diversos autos de infração lavrados pelo IBAMA, para análise conjunta,
com objetivo de correlacionar dados e viabilizar, de forma mais eficaz, a investigação
dos responsáveis pelas fraudes e demais crimes. 2. Prescindível a comunicação do
representante, nas hipóteses de instauração do procedimento de ofício ou remessa de
órgão público. 3. Voto pela homologação do arquivamento. - Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
PROCURADORIA DA REPÚBLICA - AMAZONAS Nº. 1.13.000.002509/2018-11 -
Eletrônico - Relatado por: Dr(a) JULIETA ELIZABETH FAJARDO CAVALCANTI DE
ALBUQUERQUE – Nº do Voto Vencedor: 1880 – Ementa: NOTÍCIA DE FATO CRIMINAL.
ARQUIVAMENTO. MEIO AMBIENTE. FLORA. MADEIRA. DOCUMENTO DE ORIGEM
FLORESTAL. PROJETO PROMETHEUS. 1. É cabível o arquivamento de notícia de fato
criminal instaurada para apurar a conduta de prestar informações falsas no Sistema
Oficial de Controle de Produtos Florestais, ao acusar o recebimento de 762 (setecentos
e sessenta e dois) m3 de madeira em créditos indevidos e informar a conversão de 329
(trezentos e vinte e nove) m3, em Nova Aripuanã/AM, tendo em vista que, segundo
informação do Procurador da República oficiante, o auto de infração do IBAMA, que
ensejou a instauração da presente investigação, deverá ser abarcado em nova
metodologia de trabalho, idealizada pelo MPF e Polícia Federal, consubstanciada no
Projeto Prometheus, que reunirá os dados contidos em diversos autos de infração
lavrados pelo IBAMA, para análise conjunta, com objetivo de correlacionar dados e

50
viabilizar, de forma mais eficaz, a investigação dos responsáveis pelas fraudes e demais
crimes. 2. Prescindível a comunicação do representante, nas hipóteses de instauração
do procedimento de ofício ou remessa de órgão público. 3. Voto pela homologação do
arquivamento. - Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a).

45. CRIME CONTRA A FLORA – DESPAMATAMENTO – FRAGMENTARIEDADE E


SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL – ARQUIVAMENTO.

PROCURADORIA DA REPÚBLICA - AMAPÁ Nº. DPF-OPE-00065/2018-INQ - Relatado


por: Dr(a) ANA PAULA MANTOVANI SIQUEIRA – Nº do Voto Vencedor: 820 – Ementa:
INQUÉRITO POLICIAL. ARQUIVAMENTO. MEIO AMBIENTE. FLORA. SUPRESSÃO DE
VEGETAÇÃO. 1. É cabível o arquivamento de inquérito policial instaurado para apurar a
prática do crime previsto no art. 50-A da Lei nº 9.605/98, referente a possível
desmatamento de 15,42m³ (quinze vírgula quarenta e dois metros cúbicos) de floresta
situada no interior da Gleba Uaçá, em Oiapoque/AP, tendo em vista que, considerando
as informações prestadas, restou demonstrada a suficiência da medida adotada pelo
órgão ambiental, com a aplicação de multa administrativa no valor de R$ 4.628,61
(quatro mil seiscentos e vinte oito vírgula sessenta e um reais), de modo que
alcançados o caráter retributivo e a finalidade de prevenção geral, nos termos da
Orientação n. 01-4ªCCR. 2. Voto pela homologação do arquivamento.

46. CRIME CONTRA A FAUNA – PASSERIFORMES – FRAUDES NO SISPASS –


FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL.

PROCURADORIA DA REPÚBLICA - SÃO PAULO Nº. 1.34.001.002210/2019-15 - Relatado


por: Dr(a) ANA PAULA MANTOVANI SIQUEIRA – Nº do Voto Vencedor: 1570 – Ementa:
INQUÉRITO POLICIAL. ARQUIVAMENTO. MEIO AMBIENTE. FAUNA. SISTEMA DE
CADASTRO DE CRIADORES AMADORISTAS DE PASSERIFORMES. INSERÇÃO DE
INFORMAÇÃO FALSA. OPERAÇÃO FIBRA. 1. É cabível o arquivamento de procedimento
inquérito policial instaurado para apurar o lançamento de 10 (dez) operações
eletrônicas supostamente fraudulentas, referentes à geração de números de anilhas e
10 (dez) operações eletrônicas também em tese fraudulentas, referentes à alteração
de dados de passeriformes, como data de nascimento, sexo e espécie, todas no
SISPASS (Sistema informatizado de Gestão da Criação de Passeriformes), verificados
em razão da "Operação Fibra", uma vez que, considerando as informações prestadas,
restou demonstrada a suficiência da medida adotada pelo órgão ambiental, de modo
que alcançados o caráter retributivo e a finalidade de prevenção geral, nos termos da
Orientação n. 01-4ª CCR. 2. Dispensada a comunicação do representante nas hipóteses
de instauração do procedimento de ofício ou remessa de órgão público. 3. Voto pela
homologação do arquivamento. - Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a).

PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO S.J.DO R.PRETO/CATAND Nº. PRM/SJR-


3409.2019.000033-7-INQ - Relatado por: Dr(a) FATIMA APARECIDA DE SOUZA BORGHI

51
– Nº do Voto Vencedor: 2916 – Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. ARQUIVAMENTO. MEIO
AMBIENTE. FAUNA. SISTEMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DA ATIVIDADE DE
CRIAÇÃO AMADORA DE PÁSSAROS (SISPASS). 1. É cabível o arquivamento de Inquérito
Policial instaurado para apurar a possível prática do crime previsto no artigo 299 do
Código Penal, referente à inserção de dado falso quanto à data de nascimento de ave
no SISPASS, tendo em vista que restou demonstrada a suficiência das medidas
adotadas pelo órgão ambiental, dentre elas o embargo da atividade e a aplicação de
multa administrativa no valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), de modo que
alcançados o caráter retributivo e a finalidade de prevenção geral, nos termos da
Orientação nº 01-4ªCCR. 2. Prescindível a comunicação do representante, nas
hipóteses de instauração do procedimento de ofício ou remessa de órgão público. 3.
Voto pela homologação do arquivamento. - Deliberação: Em sessão realizada nesta
data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos
termos do voto do(a) relator(a).

PROCURADORIA DA REPÚBLICA - SÃO PAULO Nº. 1.34.004.001151/2018-49 - Relatado


por: Dr(a) NICOLAO DINO DE CASTRO E COSTA NETO – Nº do Voto Vencedor: 869 –
Ementa: NOTÍCIA DE FATO CRIMINAL. CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES. SUSCITANTE. PR/SP.
SUSCITADO. PRM/BRAGANÇA PAULISTA-SP. MEIO AMBIENTE. FAUNA SILVESTRE.
SISTEMA INFORMATIZADO DE GESTÃO DA CRIAÇÃO DE PASSERIFORMES (SISPASS).
FRAUDE. OPERAÇÃO FIBRA. REUNIÃO POR CONEXÃO. INVIABILIDADE. 1. Tem
atribuição a Procuradoria da República no Município de Bragança Paulista/SP para
atuar em notícia de fato criminal, instaurada para apurar suposta inserção de
informações falsas no sistema SISPASS, realizada por criador amadorista, com possível
envolvimento de investigado na Operação Fibra (vinculada a PR/SP), tendo em vista
que o foco da Operação Fibra é investigar os crimes praticados pelos operadores
internos desse sistema, ou seja, servidores do IBAMA, estando essa apuração em fase
bem adiantada. Não se mostra viável a aplicação do cjritério de conexão, pois isso
implicaria inevitável transtorno processual, com a aglutinação de inúmeros outros
investigados (beneficiários das fraudes), em apuratórios em fases distintas, nos termos
do art. 80 do CPP. 2. Voto pelo conhecimento do conflito e pela atribuição do
procedimento ao ofício suscitado (PRM/Bragança Paulista-SP). - Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição do
suscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

47. SAQUE FRAUDULENTO DE PARCELA DO SEGURO-DESEMPREGO – AUSÊNCIA DE


ELEMENTOS MÍNIMOS DA AUTORIA E DA MATERIALIDADE DELITIVA E INEXISTÊNCIA
DE DILIGÊNCIAS CAPAZES DE MODIFICAR O PANORAMA PROBATÓRIO ATUAL –
ARQUIVAMENTO.

Processo: JF-DF-1004427- 76.2019.4.01.3400- PROCINVEST - Eletrônico Voto:


3218/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO
FEDERAL Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa: INQUÉRITO
POLICIAL. CRIME DE ESTELIONATO QUALIFICADO (CP, ART. 171, § 3º). APLICAÇÃO DO
ART. 28 DO CPP C/C O ART. 62, IV, DA LC Nº 75/93. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS
MÍNIMOS DA AUTORIA E DA MATERIALIDADE DELITIVA. INEXISTÊNCIA DE DILIGÊNCIAS
CAPAZES DE MODIFICAR O PANORAMA PROBATÓRIO ATUAL. MANUTENÇÃO DO

52
ARQUIVAMENTO. 1. Crime de estelionato qualificado (CP, art. 171, § 3º). Suposto
saque fraudulento de uma parcela do seguro-desemprego, no valor de R$ 954,00
(novecentos e cinquenta e quatro reais), ocorrido em 20.02.2018. 2. Promoção de
arquivamento fundada na aplicação do princípio da insignificância. Remessa dos autos
nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93. 3. É certo o princípio da
insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições
objetivas: (a) a mínima ofensividade da conduta do agente; (b) a nenhuma
periculosidade social da ação; (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do
comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada, consoante
delineado no julgado do Supremo Tribunal Federal, HC 101074, Relator Min. Celso de
Mello, Segunda Turma, julgado em 06/04/2010, Dje 30/04/2010. 4. No crime de
estelionato qualificado esta 2ª CCR/MPF tem admitido sua aplicação, por exemplo, nos
casos abrangidos pela Orientação nº 04/2013, que orienta aos membros do MPF que
oficiam na área criminal a dispensar liminarmente a instauração de investigação
criminal própria ou de inquérito policial e determinar, se assim o entender, o
arquivamento das peças de informação (a) relativas a fatos já abrangidos pela
prescrição da pretensão punitiva, cujo termo inicial é a data do último saque efetuado
após o óbito do beneficiário; e (b) quando não houver prova de dolo no saque de até
três benefícios previdenciários. 5. No caso dos autos, entretanto, outros motivos
corroboram a ausência de justa causa para o prosseguimento das investigações: (a) o
saque ocorreu em caixa de autoatendimento, com cartão e senha do beneficiário, o
que torna frágil a alegação de fraude na movimentação questionada; (b) até 06 meses
após o fato a vítima não havia registrado contestação de saque junto à instituição
financeira, inviabilizando a juntada das imagens do momento das retiradas do
numerário, visto que o período de armazenamento das mesmas por parte da Caixa é
de 60 (sessenta) dias (STJ, Resp 1.591.362 " SE); (c) a consequente ausência de
elementos mínimos da autoria e da materialidade delitiva e (d) a inexistência de
diligências capazes de modificar o panorama probatório atual. 6. Manutenção do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o
Dr. Cláudio Dutra Fontella.

48. PRONAF – DESVIO DE FINALIDADE DE FINANCIAMENTO – INEXISTÊNCIA DE


FRAUDE – DESCUMPRIMENTO DE CLÁUSULA CONTRATUAL – ARQUIVAMENTO.

Processo: 1.24.001.000110/2019-92 - Eletrônico Voto: 3298/2019 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE-
PB Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Notícia de Fato.
Possível crime contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei nº 7.492/86, art. 20). Suposta
irregularidade em operação de crédito contratado com o Banco do Nordeste S.A.,
mediante a aplicação em finalidade diversa de recursos federais do Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Revisão de arquivamento (LC nº
75/93, art. 62, IV). Arquivamento em bloco de sete investigações semelhantes, nas
quais o valor de R$ 4.000,00 foi concedido entre os anos de 2015 a 2017 e teria sido
apenas parcialmente aplicado conforme o contrato. De acordo com as vistorias, houve
venda de animais e impossibilidade de comprovação da plantação. Por outro lado,

53
registrou-se que uma forte estiagem assolou o interior nordestino e dificultou
sobremaneira a prática da agricultura, forçando a venda dos animais. A seca provocou
também a perda de criações e plantações. Constatou-se, ainda, que alguns dos
financiados chegaram a amortizar parte de suas dívidas. Ausência de elementos que
permitam concluir que foi utilizado meio fraudulento para obter financiamento.
Carência de elementos indicativos da presença de dolo. Baixo valor financiado.
Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento dos agentes. Precedentes da 2ª
CCR: NF n° 1.24.000.001036/2018-51, 721ª Sessão de Revisão, de 13/08/2018; NF nº
1.23.000.001600/2016-19, 668ª Sessão de Revisão, de 12/12/2016. Falta de justa
causa para prosseguir na persecução penal. Possibilidade de responsabilização
administrativa, em razão do descumprimento de cláusulas contratuais e compromissos
assumidos junto à instituição financeira. Homologação do arquivamento, sem prejuízo
do disposto no art. 18 do CPP. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr.
José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr. Cláudio Dutra Fontella.

49. NARRATIVA MANIFESTAMENTE DESCONEXA - FATOS RELATADOS DE FORMA


VAGA E GENÉRICA, DESACOMPANHADOS DE ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO CAPAZES
DE POSSIBILITAR UMA INVESTIGAÇÃO IDÔNEA - INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS
MÍNIMOS QUE JUSTIFIQUEM O PROSSEGUIMENTO DA PERSECUÇÃO PENAL.

Processo: 1.30.001.001532/2019-88 - Eletrônico Voto: 3191/2019 Origem:


PROCURADORIA DA REPUBLICA - RIO DE JANEIRO Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA
FONSECA FRISCHEISEN DMPF-e Nº 118/2019- EXTRAJUDICIAL Divulgação: terça-feira,
25 de junho de 2019 Publicação: quarta-feira, 26 de junho de 2019 28 Documento
assinado digitalmente conforme MP nº- 2.200-2 de 24/08/2001, que institui a
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser
acessado no endereço eletrônico http://www.transparencia.mpf.mp.br/diario-e-
boletim/diario-eletronico-dmpf-e. Ementa: Notícia de Fato. Manifestação particular
apresentada na Sala de Atendimento ao Cidadão. Comunicante relata ser vítima de
chantagens, perseguições, ameaças e outros crimes. Informa, ainda, o
desaparecimento de sua filha e seu neto, bem como a morte de amigos, invasão de
redes sociais, venda de órgãos humanos e cadáveres, dentre outros. Aponta o
envolvimento, nas referidas práticas criminosas, de turcos, sírios, jogadores de futebol,
Deputado Federal, Senador da República, milicianos e diversos outros agentes. Revisão
de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Narrativa manifestamente desconexa, sem
qualquer ligação lógica e verossímil entre os indivíduos apontados e as supostas
práticas criminosas. Fatos relatados de forma vaga e genérica, desacompanhados de
elementos de informação capazes de possibilitar uma investigação idônea. Inexistência
de elementos mínimos que justifiquem o prosseguimento da persecução penal.
Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram
da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr. Cláudio
Dutra Fontella.

54
50. PROPOSTA DE VENDA DE NOTAS FALSAS ATRAVÉS DO FACEBOOK - INDICADO
UM NÚMERO DE CELULAR PARA CONTATO - PROJETO PROMETHEUS.

Processo: 1.34.001.003437/2019-70 Voto: 3621/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA - SÃO PAULO Relator(a): Dr(a) JOSE ADONIS CALLOU DE ARAUJO SA
Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Corregedoria Regional de
Polícia Federal, versando sobre eventual prática de estelionato, falsificação e comércio
de cédulas falsas por meio da internet. Informação oriunda da Inteligência do Exército
em Paracatu/MG relatando proposta de venda de notas falsas através do Facebook,
em cuja publicação foi indicado um número de celular para contato. Revisão de
arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Encaminhamento do informe à
Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. Registro do expediente como
Notícia Crime de Verificação. Pesquisas preliminares sobre o número de celular e
tentativas de contato. Diligências que não tiveram êxito. Informações contantes dos
autos registradas em base de dados da Polícia Federal para futuras consultas
(Projeto Prometheus). Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr. Cláudio
Dutra Fontella e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

51. TERCEIRO DESCONHECIDO E NÃO AUTORIZADO QUE APRESENT DECLARAÇÕES DE


IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA - RECEITA FEDERAL INFORMA QUE FOI DEFERIDO
O PEDIDO DO CONTRIBUINTE PARA O CANCELAMENTO DAS REFERIDAS DIRF - MEIO
PARA A PRÁTICA DE UM POSTERIOR ESTELIONATO CONTRA O PARTICULAR – NÃO
HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

JF-DF-1012462- 25.2019.4.01.3400- RPCR - Eletrônico Voto: 3662/2019 Origem:


GABPR27-LLO - LUCIANA LOUREIRO OLIVEIRA Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA
FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Inquérito Policial. Noticiante relata que um terceiro
desconhecido e não autorizado apresentou, em seu nome, Declarações de Imposto de
Renda Pessoa Física referentes aos anos de 2008 a 2011, sendo que o manifestante
sequer possuía renda suficiente no período. Revisão de declínio de atribuições
(Enunciado nº 33). A Receita Federal informou que os fatos foram objeto de processo
administrativo, em que foi deferido o pedido do contribuinte para o cancelamento das
referidas DIRF"s. Circunstâncias que indicam que a falsificação das declarações (por
terceiro desconhecido, com valores superiores aos efetivamente percebidos pela
vítima) foi um meio para a prática de um posterior estelionato contra o particular.
Casos em que normalmente o fraudador utiliza do expediente para maximizar a
obtenção de vantagem ilícita no comércio, melhorando o "score" de crédito da vítima
para a prática do estelionato. Não constatação de eventual redução ou sonegação de
tributos. Narrativa que não evidencia infração penal em prejuízo direto a bens,
serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Inexistência de elementos de
informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para
persecução penal. Homologação do declínio em favor do MPDFT. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação

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do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação
os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr. Cláudio Dutra Fontella.

52. DESOBEDECER ORDEM JUDICIAL, DEIXANDO DE ENTREGAR VEÍCULO, QUE HAVIA


SIDO OBJETO DE PENHORA – NÃO HÁ CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA – NÃO HÁ
CRIME DE DESOBEDIÊNCIA – FRAUDE À EXECUÇÃO É DE AÇÃO PRIVADA -
ENUNCIADO Nº 61 DA 2ª CCR - FALTA DE JUSTA CAUSA PARA PROSSEGUIR NA
PERSECUÇÃO PENAL.

1.29.011.000110/2019-97 - Eletrônico Voto: 3483/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE URUGUAIANA-RS Relator(a): Dr(a) JOSE ADONIS CALLOU
DE ARAUJO SA Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente oriundo do
Juízo da 2ª Vara do Trabalho de Uruguaiana/RS, dando conta de que o representante
legal de pessoa jurídica privada teria desobedecido ordem judicial no sentido de deixar
de entregar veículo, que havia sido objeto de penhora. Revisão de arquivamento (LC nº
75/93, art. 62, IV). De acordo com o Procurador oficiante não houve crime de
apropriação indébita, pois o investigado não se apropriou de bem de outrem. Com
relação à eventual ocorrência do crime de fraude à execução, trata-se de delito de
ação penal privada, que somente pode ser iniciada após o oferecimento de queixa-
crime pelo ofendido (CP, art. 179, parágrafo único). Quanto à suposta prática do crime
de desobediência, verifica-se que houve cominação de medidas coercitivas de
natureza cível/administrativa. Aplicação do Enunciado nº 61 da 2ª CCR. Falta de justa
causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram
da votação os membros Dr. Cláudio Dutra Fontella e a Dra. Luiza Cristina
Fonseca Frischeisen

53. FURTO - DEMORA DE CINCO DIAS PARA O ACIONAMENTO DA POLÍCIA FEDERAL,


IMPOSSIBILITANDO A REALIZAÇÃO DE EFICAZ PERÍCIA – AUSÊNCIA DE CÂMERAS E DE
TESTEMUNHAS - INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS A FORMAR LINHA INVESTIGATIVA –
ARQUIVAMENTO.
Processo: 1.32.000.000013/2019-38 - Eletrônico Voto: 335/2019 Origem:
PROCURADORIA DA REPÚBLICA - RORAIMA Relator(a): Dr(a) JOAO FRANCISCO
BEZERRA DE CARVALHO Ementa: CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL.
NOTÍCIA DE FATO. PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO. FURTO NO INSTITUTO FEDERAL
DE RORAIMA. DEMORA DE CINCO DIAS PARA O ACIONAMENTO DA POLÍCIA FEDERAL,
IMPOSSIBILITANDO A REALIZAÇÃO DE EFICAZ PERÍCIA. AUSÊNCIA DE CÂMERAS E DE
TESTEMUNHAS. INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS A FORMAR LINHA INVESTIGATIVA QUE
PROPICIE OFERECIMENTO DE EVENTUAL DENÚNCIA. ARQUIVAMENTO. AUSÊNCIA DE
IRREGULARIDADE. Homologação do arquivamento NA MATÉRIA DE ATRIBUIÇÃO DA 7ª
CCR, QUANTO À REGULARIDADE DA CONDUTA POLICIAL, MERECENDO SE SUJEITAR O
FEITO A DUPLO CONTROLE, TAMBÉM DA 2ª CCR DO MPF, QUANTO AO
ARQUIVAMENTO EM SI DA MATÉRIA CRIMINAL, DE SUA ATRIBUIÇÃO, POR AUSÊNCIA
DE PROVA DA AUTORIA DO CRIME. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pelo arquivamento na matéria de atribuição da 7ª

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CCR e o encaminhamento para a 2ªCCR para pronunciamento quanto à matéria de
fundo, nos termos do voto do(a) relator(a).

54. MINHA CASA MINHA VIDA – VENDA DO IMÓVEL FINANCIADO PELO PROGRAMA -
PASSÍVEL DE MEDIDAS ADMINISTRATIVAS PELA CAIXA - CRIME DE ESTELIONATO E
NÃO DA LEI 7492/86 - INEXISTÊNCIA DE LESÃO DIRETA A BENS, SERVIÇOS E
INTERESSES DA UNIÃO OU DE SUAS ENTIDADES.

JFRS/CAL-5000447-76.2019.4.04.7116-INQ - Eletrônico Voto: 4033/2019 Origem:


JUSTIÇA FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - SUBSEÇÃO JUDICIARIA DE CRUZ ALTA
Relator(a): Dr(a) JOSE ADONIS CALLOU DE ARAUJO SA Ementa: Inquérito Policial
instaurado para apurar possível prática do crime previsto no art. 19 da Lei nº 7.492/86,
consubstanciado no fato de S.R.da S., ora investigada, ter adquirido um imóvel por
meio do programa Minha Casa Minha Vida " PMCMV, com recursos do Fundo de
Arrendamento Residencial " FAR, e posteriormente ter alienado a residência.
Manifestação do MPF no sentido de que fosse suscitado conflito negativo de
competência perante o TRF da 4ª Região por entender que a competência para
apreciar o presente feito cabe ao Juízo da 7ª Vara Federal de Porto Alegre/RS,
especializada no exame dos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional no âmbito da
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul. Discordância do Juízo da 1ª Vara Federal de Cruz
Alta/RS, que vislumbrou, no caso, a inexistência de operação de financiamento,
restando afastada a incidência do art. 19 da Lei nº 7.492/86.Aplicação do art. 28 do
CPP c/c art. 62, IV, da LC nº 75/93. Remessa que se acolhe como Declínio de
Atribuições (Enunciado nº 33). Conduta que, embora ilícita do ponto de vista
contratual, não gera prejuízos à instituição financeira federal. O patrimônio do fundo
instituído pela Lei nº 10.188/11, notadamente os bens imóveis, não se confunde com o
acervo da CEF. Eventual irregularidade que se relaciona com a pós-ocupação da
unidade, e não em detrimento do PMCMV. A negociação irregular em questão é
passível de medidas administrativas a serem adotadas pelo agente financeiro, qual
seja, a Caixa Econômica Federal (Lei 11.977/2009, arts. 6º-A, § 5º, III e § 6º), como a
perda do subsídio, resultando na cobrança integral e à vista do valor parcelado, quebra
de contrato e retomada do imóvel. Interesse, na hipótese, que recai sobre o particular
beneficiário do imóvel ou daqueles envolvidos com a venda/locação irregular.
Ausência de ofensa ao patrimônio da Caixa Econômica Federal, que atua apenas como
agente financiador do programa. Possível crime de estelionato, previsto no art. 171, §
2º, I ou § 3°, do CP. Precedentes do STJ (AgRg no CC 134.009/MG, Terceira
Seção, DJe 16/03/2015) e da 2ª CCR (Procedimento nº 0003177-23.2018.4.03.6110,
733ª Sessão Ordinária, de 28/1/2019; Procedimento nº 0003435-33.2018.4.03.6110,
736ª Sessão Ordinária, de 11/03/2019; Procedimento nº 1.23.000.001573/2018-38,
731ª Sessão Ordinária, de 10/12/2018). Questão alusiva a interesse de particulares.
Inexistência de lesão direta a bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do
Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio ao
Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado,
à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do
voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr. Cláudio Dutra Fontella e
a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

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55. RIF/UIF - DILIGÊNCIAS, NÃO FORAM ENCONTRADOS ELEMENTOS QUE APONTEM
PARA ATOS QUE OFENDAM BENS, SERVIÇOS OU INTERESSE DA UNIÃO OU DE SUAS
ENTIDADES – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

DPF/RO-0009/2019-INQ Voto: 4073/2019 Origem: GABPR7-JGAS - JOAO GUSTAVO DE


ALMEIDA SEIXAS Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA Ementa: Inquérito Policial.
Relatório de Inteligência Financeira encaminhado pelo COAF noticiando suposta
movimentação financeira incompatível com as atividades e rendas declaradas por
particular. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 " 2ª CCR). Após a
realização de diligências, não foram encontrados elementos que apontem para atos
que ofendam bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Conforme
dispõe o art. 2º, III, a e b, da Lei nº 9.613/98, o processo e o julgamento do crime de
lavagem de dinheiro será da competência da Justiça Federal quando praticado contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira ou em detrimento de bens,
serviços ou interesses da União, de suas entidades autárquicas ou empresas públicas,
ou ainda, quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.
Ausência de elementos capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).
Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr.
Cláudio Dutra Fontella.

56. FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA – STF: O SIMPLES


FATO DE HAVER O DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TRABALHISTAS, AINDA QUE
EXPRESSIVO O NÚMERO DE TRABALHADORES, NÃO DESLOCA COMPETÊNCIA PARA
JUSTIÇA FEDERAL.

Processo: SR/DPF/MG-02042/2018-INQ Voto: 4850/2019 Origem: GABPRM2-BJSN -


BRUNO JOSE SILVA NUNES Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE
CARVALHO Ementa: Inquérito Policial instaurado por Representação do Juízo da 3ª
Vara do Trabalho no Município de coronel Fabriciano/MG, para apurar relato de
suposta frustração de direito assegurado por lei trabalhista, consistente em
constituições de diversas empresas do ramo da construção de titularidade dos mesmos
investigados, formando grupo econômico, não pagando, de forma dolosa, verbas
trabalhistas, tendo em vista a ausência de justificação em uma suposta ausência de
recursos financeiros, uma vez que foi constatado nas investigações que não houve
diminuição da atividade econômica do grupo empresarial. Pedido de reconsideração
de Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 33). No caso concreto, restou
identificado que o grupo econômico, formado por empresas do ramo da construção,
de forma dolosa, deixou de pagar verbas salariais a uma quantidade considerável de
trabalhadores, tendo em vista que foram ajuizados 260 processos trabalhistas em face
das empresas do grupo econômico somente na 3ª Vara do Trabalho do Município de
Coronel Fabriciano/MG. Todavia, em que pese o número expressivo de trabalhadores,
o CIMPF, na linha de julgados do STF, firmou entendimento no sentido de que 'o
simples fato de haver o descumprimento de normas trabalhistas, prevendo direitos

58
dos trabalhadores, não configura o crime a ponto de deslocar a competência para a
Justiça Federal' (NF nº 1.24.000.000526/2016-78, unânime, 4ª Sessão Ordinária,
10/5/2017). Ausência de qualquer lesão a bens, serviços e interesse da União ou de
suas entidades. Não há elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do
Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio ao
Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado,
à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do
voto do(a) relator(a). Participaram da votação Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e a
Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

57. PÁSSARO SILVESTRE – CATIVEIRO – ESPÉCIMES QUE NÃO FIGURAM NA LISTA DE


AMEÇADOS DE EXTINÇÃO – ATRIBUIÇÃO ESTADUAL.

PROCURADORIA DA REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Nº.


1.11.000.000160/2019-38 - Eletrônico - Relatado por: Dr(a) FATIMA APARECIDA DE
SOUZA BORGHI – Nº do Voto Vencedor: 1737 – Ementa: NOTÍCIA DE FATO CRIMINAL.
DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÕES. MEIO AMBIENTE. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO. APA COSTA
DOS CORAIS. FAUNA SILVESTRE. AVES. CATIVEIRO. 1. Tem atribuição o Ministério
Público Estadual para atuar em Notícia de Fato Criminal, instaurada para apurar a
conduta de manter em cativeiro 12 (doze) espécimes de pássaros silvestres, sem a
devida autorização do órgão ambiental competente, na área circundante da unidade
de conservação marinha, APA Costa dos Corais, em Barra de Santo Antônio/AL, tendo
em vista que os espécimes capturados não se encontram na Lista Oficial da Fauna
Brasileira Ameaçada de Extinção, não havendo nenhuma circunstância que desperte o
interesse federal para a questão. 2. Prescindível a comunicação do representante, nas
hipóteses de instauração do procedimento de ofício ou remessa de órgão público. 3.
Voto pela homologação do declínio de atribuições. - Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de
atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

58. DESMATAMENTO – FLORESTA NACIONAL – FRAGMENTARIDADE E


SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL – ARQUIVAMENTO.

PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE SOROCABA-SP Nº. JF-SOR-0003470-


90.2018.4.03.6110-PIMP - Relatado por: Dr(a) JULIETA ELIZABETH FAJARDO
CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE – Nº do Voto Vencedor: 2652 – Ementa:
PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL. ARQUIVAMENTO. MEIO AMBIENTE.
FLORA. SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO. AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO. INFRAÇÃO
ADMINISTRATIVA. ORIENTAÇÃO Nº 1 - 4ª CCR. 1. É cabível o arquivamento de
procedimento investigatório criminal destinado a apurar possível prática do delito
consistente em destruir 2,8 (dois vírgula oito) metros cúbicos de vegetação do bioma
da Mata Atlântica, no interior de Projeto de Assentamento Ipanema, no interior da
Floresta Nacional de Ipanema/SP, em área inserida na Zona de Uso Conflitante, no
Estado de São Paulo, sem licença outorgada pela autoridade ambiental competente,
uma vez que, considerando as informações prestadas, restou demonstrada a
suficiência da medida adotada pelo órgão ambiental, com a aplicação de multa
administrativa no valor de R$ 1.680,00 (mil seiscentos e oitenta reais), de modo que

59
alcançados o caráter retributivo e a finalidade de prevenção geral, nos termos da
Orientação n. 01-4ªCCR. 2. É dispensada a comunicação do representante acerca da
promoção de arquivamento, nas hipóteses de instauração do procedimento de ofício
ou remessa de órgão público.

PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE LIMOEIRO/QUIXADÁ Nº.


1.15.001.000133/2019-14 - Eletrônico - Relatado por: Dr(a) NIVIO DE FREITAS SILVA
FILHO – Nº do Voto Vencedor: 2072 – Ementa: NOTÍCIA DE FATO CRIMINAL.
ARQUIVAMENTO. MEIO AMBIENTE. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DA
NATUREZA. RESEX . 1. É cabível o arquivamento de notícia de fato criminal por adotar
conduta em desacordo com os objetivos da Reserva Extrativista Prainha do Canto
Verde, ocupando irregularmente área concedida por lei aos extrativistas, por meio de
construção de casa de veraneio (art. 90 do Decreto 6.514/2008 / multa: 10.000,00),
Beberibe/CE, tendo em vista: (i) que o fato narrado foi caracterizado como infração
administrativa ambiental; (ii) a suficiência das medidas administrativas adotadas pelo
órgão ambiental, alcançados, dessa forma, o caráter retributivo e a finalidade de
prevenção geral, dirigidos a todos os destinatários da norma penal, nos termos da
Orientação nº 1 - 4ª CCR. 2. No que tange ao aspecto civil, o MPF ajuizou ACP relativa à
ocupação desordenada do solo na citada Resex, visando solucionar o problema
fundiário existente. 3. Prescindível a comunicação do representante, nas hipóteses de
instauração do procedimento de ofício ou remessa de órgão público. 4. Voto pela
homologação do arquivamento. - Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a).

PROCURADORIA DA REPÚBLICA - RIO GRANDE DO NORTE/CEARÁ-MIRIM Nº.


1.28.000.000850/2016- 47 - Relatado por: Dr(a) NIVIO DE FREITAS SILVA FILHO – Nº do
Voto Vencedor: 3983 – Ementa: PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL.
ARQUIVAMENTO. MEIO AMBIENTE. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE.
MANGUEZAIS. OCUPAÇÃO IRREGULAR. CARNICICULTURA. MUNICÍPIO DE
EXTREMOZ/RN. ORIENTAÇÃO Nº 1 - 4ª CCR. 1. É cabível o arquivamento de
procedimento investigatório criminal destinado a apurar funcionamento irregular, sem
licenciamento ambiental, de viveiro de carnicicultura em parte de maguezal no Distrito
de Contenda, Município de Extremoz/RN, tendo em vista que: (i) a atividade foi
regularizada, mediante licenciamento ambiental e recuo de 0,41 ha da estrutura do
viveiro, estando em processo de regeneração natural área de 0,81 ha de mangue
desmatado, segundo Relatório Técnico de 09/05/2019 do IDEMA, órgão licenciador
ambiental do Estado do Rio Grande do Norte; e (ii) a falta de licenciamento foi punida
administrativamente pelo IDEMA com pena de multa, medida suficiente para a
prevenção e repressão do ilícito, em face da reduzida extensão do impacto ao meio
ambiente, nos termos da Orientação nº 1 - 4ª CCR, pelo que não se vislumbra a
necessidade de adoção de qualquer outra medida judicial ou extrajudicial por parte do
MPF. 2. Dispensada a comunicação do representante nas hipóteses de instauração do
procedimento de ofício ou remessa de órgão público. 3. Voto pela homologação do
arquivamento. - Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a).

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59. ADVOGADO – REVOGAÇÃO DE PROCURAÇÃO DE ADVOGADO ANTERIOR, SEM
INFORMAÇÃO DO CLIENTE – INFRAÇÃO DISCIPLINAR – NÃO HÁ CRIME.

1.11.000.000674/2019-93 - Eletrônico Voto: 5407/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL
BARBOZA Ementa: Notícia de Fato. Ofício encaminhado pela 14ª Vara da Seção
Judiciária de Alagoas noticiando que determinado advogado requereu, de maneira
irregular e sem o fornecimento adequado de informações à cliente, a revogação e o
cancelamento de procuração outorgada pela autora à advogada inicialmente
constituída, bem como solicitou o levantamento do valor referente a RPV expedida em
ação judicial em trâmite naquela vara. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62,
IV). A autora da ação informou que o advogado esclareceu que atuaria judicialmente
para levantar os valores do RPV e esclareceu que 30% do valor seria pago a título de
honorários, a omissão aconteceu quanto à destituição da advogada que a patrocinava
inicialmente, haja vista que a autora nutria o desejo que continuar com a profissional.
A referida omissão configura possível violação de dever ético no exercício da profissão,
inexistindo elementos que apontem para a prática de crime. Fatos noticiados à OAB
para apuração de possível infração disciplinar. Falta de justa causa para prosseguir na
persecução penal. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os
membros Dr. José Adonis Callou de Aráujo Sá e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de
Carvalho.

60. QUEIMADA – MATA ATLÂNTICA – SE NÃO ATINGIR BEM OU INTERESSE DA


UNIÃO, NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

PROCURADORIA DA REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Nº.


1.11.000.000698/2019-42 - Eletrônico - Relatado por: Dr(a) JULIETA ELIZABETH
FAJARDO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE – Nº do Voto Vencedor: 3664 – Ementa:
NOTÍCIA DE FATO. DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÕES. MEIO AMBIENTE. SUPOSTO DANO
AMBIENTAL MEDIANTE USO DE FOGO. AUSÊNCIA DE INTERESSE FEDERAL. 1. Tem
atribuição o Ministério Público Estadual para atuar em notícia de fato instaurada para
apurar eventual dano ambiental consistente na destruição de um fragmento de 1,158
(um vírgula cento e cinquenta e oito) hectares de vegetação do Bioma Mata Atlântica,
mediante uso de fogo, tendo vista que os possíveis danos ambientais não atingiram
bem ou interesse da União. 2. Prescindível a comunicação do representante acerca da
promoção de arquivamento, nas hipóteses de instauração do procedimento de ofício
ou remessa de órgão público. 3. Voto pela homologação do declínio de atribuições. -
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

61. ESTELIONATO – AUTOR QUE SE PASSA POR SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL PARA
ENGANAR A VÍTIMA E OBTER A VANTAGEM INDEVIDA – PREJUÍZO AO PARTICULAR –
NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

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1.29.000.001263/2018-08 - Eletrônico Voto: 5449/2019 Origem: PROCURADORIA DA
REPÚBLICA - RIO GRANDE DO SUL Relator(a): Dr(a) JOSE ADONIS CALLOU DE ARAUJO
SA Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de estelionato (CP, art. 171).
Manifestações realizadas por meio da Sala de Atendimento ao Cidadão. Os noticiantes
informaram que receberam ligações de pessoa fazendo-se passar por representante
do Ministério Público Federal, alegando que as vítimas teriam quantia em dinheiro
para receber em decorrência do resultado de uma Ação Civil Pública referente ao
Plano Collor I. Posteriormente, após informar diversos dados pessoais das vítimas,
houve solicitação de depósitos de valores referentes às custas processuais. A conduta
causou prejuízo a uma das vítimas, no valor de R$ 1.498,50. Revisão de declínio de
atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). O caso em análise diz respeito ao conhecido
"golpe do Plano Collor", em que estelionatários escolhem suas vítimas geralmente a
partir de aposentados e, na tentativa de extorquir-lhes dinheiro, convence-os de que
são beneficiários de causas na Justiça julgadas procedentes em seu favor, relativas aos
valores dos rendimentos que deixaram de ser auferidos quando do confisco de suas
aplicações financeiras em cadernetas de poupança pelo Plano Collor, na década de
1990. Prejuízo causado ao patrimônio de particular. Ausência de elementos de
informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a
persecução penal. Precedente 2ª CCR: Procedimento nº 1.15.000.000115/2018-53,
709ª Sessão Ordinária, em 26/03/2018, unânime). Homologação do declínio de
atribuições ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta
data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de
atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros
Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

62. ESTELIONATO - OFERTA DE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FACULDADE


PARTICULAR INEXISTENTE – CRIME PRATICADO CONTRA PARTICULARES – NÃO Á
ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

DPF/CXA/MA-00034/2018-IPL Voto: 5533/2019 Origem: GABPRM1- ACAAN - ANNE


CAROLINE AGUIAR ANDRADE NEITZKE Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA
FRISCHEISEN Ementa: Inquérito policial. Suposta prática de estelionato (CP, art. 171).
Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Oferta de cursos de
pós-graduação em faculdade particular inexistente. Intuito de obtenção de vantagem
ilícita, em prejuízo alheio, mediante ardil. Indução a pessoas em erro, tendo em vista
que foram realizados pagamentos para matrícula em curso de ensino superior que não
existia. Crimes praticados contra particulares. Ausência de elementos de informação
capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução
penal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).
Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr.
Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

63. ESTELIONATO – FALSIFICAÇÃO E VENDA DE DIPLOMAS DE CURSOS DE


GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO PELA INTERNET DE INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE

62
ENSINO – NÃO UTILIZAÇÃO PERANTE ÓRGÃO FEDERAL – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO
FEDERAL.

Homologação do Declínio de atribuição 074. Processo: DPF/CACE-00047/2019-INQ


Voto: 5507/2019 Origem: GABPRM3-ARGB - ANDRE RIOS GOMES
BICA Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO Ementa:
Inquérito Policial. Possível crime de estelionato (CP, art. 171). Suposta falsificação e
venda de diplomas de cursos de graduação e pós-graduação pela Internet de
instituição particular de ensino. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33).
Com efeito, sob a ótica penal, a prática em tela não acarreta lesão direta a bens,
serviços ou interesse direto da União ou de suas entidades. O fato noticiado pode
configurar, em tese, crimes de estelionato, falsidade documental ou ideológica e
contra as relações de consumo em detrimento dos particulares que obtiveram
certificados/diplomas falsos. Não há nos autos qualquer indicativo de que tais
documentos supostamente falsos teriam sido usados perante órgãos públicos federais,
bem como não há notícia do envolvimento de servidores públicos federais na prática
delitiva. Ausência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do
Ministério Público Federal para persecução penal. Ainda, o fato da conduta ser
praticada na Internet não atrai, por si só, a competência da Justiça Federal. Enunciado
nº 50 da 2ª CCR. Homologação do declínio de atribuições em favor do Ministério
Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do
voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de
Araújo Sá e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

JF/MT-1004417- 14.2019.4.01.3600-INQ - Eletrônico Voto: 6803/2019 Origem:


GABPR12-JPLGT - JOAO PAULO LORDELO GUIMARAES TAVARES Relator(a): Dr(a)
CLAUDIO DUTRA FONTELLA Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática do crime de
falsificação de documento particular (CP, art. 298). Manifestação particular relatando
que determinada pessoa estaria comercializando diplomas falsificados por meio da
internet. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Com efeito,
sob a ótica penal, a prática em tela não acarreta lesão direta a bens, serviços ou
interesse direto da União ou de suas entidades. O fato noticiado pode configurar, em
tese, crimes de estelionato, falsidade documental ou ideológica e contra as relações de
consumo em detrimento dos particulares que obtiveram certificados/diplomas falsos.
Não há nos autos qualquer indicativo de que tais documentos supostamente falsos
teriam sido usados perante órgãos públicos federais, bem como não há notícia do
envolvimento de servidores públicos federais na prática delitiva. Ausência de
elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público
Federal para persecução penal. Precedente da 2ª CCR: Procedimento n°
1.34.001.004900/2019-09, Sessão de Revisão n° 746, de 08/07/2019. Homologação do
declínio em favor do Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de
atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

63
64. REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO - ENVOLVIDOS ESTAVAM
NAQUELAS CIRCUNSTÂNCIAS DE FORMA CONSCIENTE, VOLUNTÁRIA E
INDEPENDENTE – DELITO NÃO CONFIGURADO.

Processo: DPF-0115/2017-INQ Voto: 5452/2019 Origem: GABPRM2-TMJM - TIAGO


MISAEL DE JESUS MARTINS Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA Ementa:
Inquérito Policial. Possível crime de redução a condição análoga à de escravo (CP, art.
149). Flagrante do transporte de 16 (dezesseis) trabalhadores em um caminhão-baú e
outros 05 (cinco) em um carro de passeio, oriundos de Malta/PB em direção a
Governador Valadares/MG. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Após a
realização de diversas diligências, a Polícia Federal não identificou a prática de crime.
Ressaltou que vários trabalhadores foram ouvidos pelos fiscais do Ministério do
Trabalho, tendo a autoridade policial concluído que "é possível extrair que o motorista
(") foi contratado pelos trabalhadores, como parece ser praxe na região produtora de
redes no sertão da Paraíba, para transportá-los com a mercadoria e passar uma
temporada determinada em Minas Gerias onde o material seria comercializado. O
caminhão utilizado sequer pertencia ao motorista e nenhum dos trabalhadores o
reconhece como empregador, ou seja, todos os envolvidos estavam naquelas
circunstâncias de forma consciente, voluntária e independente, cada um com seus
interesses específicos no intuito de auferir renda." Informações no sentido de que os
transportados não haviam sido enganados ou forçados a nada e que não tinham sido
contratados por ninguém. Afirmaram que estariam indo a Minas Gerais para vender
mercadorias, por preço já conhecido, adquiridas previamente na fábrica ou compradas
de um fornecedor. Um dos entrevistados esclareceu, inclusive, que viajaram dentro do
caminhão-baú com o objetivo de economizar os custos do transporte. Ausência de
justa causa para o prosseguimento das investigações. Homologação do arquivamento,
sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP. Deliberação: Em sessão realizada nesta
data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos
termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr.
José Adonis Callou de Araújo Sá e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

65. MOEDA FALSA – VIA POSTAL – ESGOTAMENTO DAS DILIGÊNCIAS


INVESTIGATÓRIAS RAZOAVELMENTE EXIGÍVEIS E INEXISTÊNCIA DE LINHA
INVESTIGATÓRIA POTENCIALMENTE IDÔNEA – ARQUIVAMENTO.

SR/PF/CE-00119/2017-INQ Voto: 5633/2019 Origem: GABPR2-CWBG - CARLOS


WAGNER BARBOSA GUIMARAES Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA Ementa:
Inquérito Policial. Possível prática do crime previsto no art. 289, § 1°, do CP.
Apreensão, pelos Correios, de Carta Registrada cujo conteúdo são exemplares de
cédulas falsificadas, sendo 08 (oito) no valor de R$ 100,00, 11 (onze) no valor de R$
50,00 e 17 (dezessete) no valor de R$ 20,00. Revisão de arquivamento (LC 75/93, art.
62, IV). Realização de diligências. A autoridade policial destacou que o CEP lançado
pelo remetente na carta registrada não condiz com o CEP do endereço informado,
além do que não há informações disponíveis acerca do número lançado como
endereço. Informações policiais indicam que não há informações a respeito da pessoa
I.M.P., suposto destinatário. Ausência de elementos suficientes da autoria delitiva.
Esgotamento das diligências investigatórias razoavelmente exigíveis e inexistência de

64
linha investigatória potencialmente idônea. Aplicação da Orientação n° 26/2016 da 2ª
CCR. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram
da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e a Dra. Luiza Cristina
Fonseca Frischeisen.

66. NOTÍCIA DE CRIME ANÔNIMA – MANIFESTAÇÃO DESACOMPANHADA DE


ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO QUE JUSTIFIQUEM O INÍCIO DE INVESTIGAÇÃO
CRIMINAL – ARQUIVAMENTO.

Processo: 1.27.000.000411/2019-14 - Eletrônico Voto: 5499/2019 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - PIAUI Relator(a): Dr(a) JOSE ADONIS CALLOU DE
ARAUJO SA Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime do artigo 299 do Código
Eleitoral. Manifestação anônima relatando que presidente de sindicato estaria
valendo-se do seu cargo para efetuar compra de votos e coagir eleitores, quando
concorria para o cargo de vereador, durante as eleições de 2012. Revisão de
arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Manifestação desacompanhada de
elementos de informação que justifiquem o início de investigação criminal. Ausência
de justa causa para persecução penal. Homologação do arquivamento. Deliberação:
Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela
homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da
votação os membros Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho e a Dra. Luiza Cristina
Fonseca Frischeisen.

67. USO INDEVIDO DO LOGOTIPO DO IBAMA EM SITE DE EMPRESA PRIVADA -


OBJETIVO DE INFORMAR QUE PRESTAVA SERVIÇOS TÉCNICOS NA ÁREA AMBIENTAL
JUNTO AO IBAMA - AUSÊNCIA DE DOLO.

1.29.008.000102/2019-08 - Eletrônico Voto: 5446/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE S.MARIA/SANTIAGO Relator(a): Dr(a) JOSE ADONIS
CALLOU DE ARAUJO SA Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime tipificado no art. 296,
§1º, III, do Código Penal, consistente no uso indevido do logotipo do IBAMA em site de
empresa privada. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). No caso em
exame, não se identifica dano à fé pública, bem jurídico protegido pela norma penal. A
declaração do representante legal da empresa demonstra ausência de dolo. Alegação
de que utilizou o logotipo apenas com o objetivo de informar que prestava serviços
técnicos na área ambiental junto ao IBAMA. Conclusão do Procurador oficiante de que
a empresa não se passa por representante do IBAMA e nem tenta auferir vantagem
ilícita com o selo. Ausência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal.
Precedente da 2ª CCR: Processo nº 1.35.000.000773/2016-91, 661ª Sessão de Revisão,
de 03/10/2016. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os
membros Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho e a Dra. Luiza Cristina
Fonseca Frischeisen.

65
68. INVASÃO DE TERRAS DA UNIÃO – CORRETORA DE IMÓVEIS QUE NEGOCIAVA
TERRENOS DE PROPRIEDADE DA UNIÃO PARA PARTICULARES - CONDUTA MELHOR
SE ADÉQUA AO TIPO PENAL DE DISPOSIÇÃO ALHEIA COMO PRÓPRIA (CP, ART. 171,
§2º, I) - NÃO ATENTA CONTRA O PATRIMÔNIO DA UNIÃO – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.

Processo: 1.31.000.000347/2017-87 Voto: 5567/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA - RONDONIA Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE
CARVALHO Ementa: Procedimento investigatório criminal. Suposta ocorrência do
crime de invasão de terras da União (Lei nº 4.947/66, art. 20) em zona de expansão
urbana. Corretora de imóveis que negociava terrenos de propriedade da União para
particulares. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Verifica-se dos
autos que a conduta melhor se adéqua ao tipo penal de disposição alheia como
própria (CP, art. 171, §2º, I), na medida que não atenta contra o patrimônio da União,
e sim contra interesses de particulares. A alienação de bem imóvel da União,
desprovida das formalidades legais, por terceiro sem qualquer direito sobre o bem,
não ostenta qualquer efeito jurídico capaz de pôr em risco seu patrimônio. Ausência
de identificação do emprego de violência real ou pessoal. Prejuízo suportado por
particulares. Desnecessidade de envio dos autos ao Ministério Público Estadual, haja
vista a notícia de já haver procedimento investigatório na Justiça Estadual de
Rondônia. Ausência de justa causa. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os
membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e a Dra. Luiza Cristina
Fonseca Frischeisen.

69. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – EXIGE LASTRO PROBATÓRIO MÍNIMO, NO SENTIDO


DE DEMONSTRAR QUE A INSTAURAÇÃO DE INVESTIGAÇÃO POLICIAL, PROCESSO
JUDICIAL, INVESTIGAÇÃO ADMINISTRATIVA, INQUÉRITO CIVIL OU AÇÃO DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA TEVE POR ÚNICA MOTIVAÇÃO O INTERESSE DE
ATRIBUIR CRIME A UMA PESSOA QUE SE SABE SER INOCENTE.
1.32.000.000524/2018-79 - Eletrônico Voto: 5551/2019 Origem: PROCURADORIA DA
REPÚBLICA - RORAIMA Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO
NASCIMENTO Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação de
particular apresentada perante a Polícia Federal. Narrativa de que os representados
"empreenderam práticas criminosas a fim de atingir a honra e a imagem do
requerente por meio de uma ação sistemática de denúncias vazias, caluniosas, injúrias
e difamações apresentadas na ouvidoria, na Coordenação do Programa de Pós-
Graduação em Química e na Pró Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da
Universidade Federal de Roraima e, também, no Ministério Público Federal de
Roraima, sendo algumas denúncias anônimas, do qual algumas geraram
indevidamente movimentação da máquina estatal de persecução em procedimentos
administrativos e sindicâncias de investigação para apuração de ilícitos criminais".
Possível crime previsto no art. 339 do CP. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.
62, inc. IV). A persecução criminal por crime de denunciação caluniosa somente se
justifica quando houver um lastro probatório mínimo, no sentido de demonstrar que a
instauração de investigação policial, processo judicial, investigação administrativa,

66
inquérito civil ou ação de improbidade administrativa teve por única motivação o
interesse de atribuir crime a uma pessoa que se sabe ser inocente, o que não se
verifica nos autos. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr.
Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho e a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

70. AMEAÇA – BENEFICIÁRIO DO INSS – EXIGE QUE A VÍTIMA SEJA


SUJEITO DETERMINADO.

Processo: 1.24.000.001310/2019-72 - Eletrônico Voto: 5470/2019 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - PARAIBA Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA
Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de ameaça (CP, art. 147).
Comunicação de que um beneficiário do INSS acionou a ouvidoria do referido órgão
público para tratar da marcação de uma perícia e, muito nervoso durante a ligação,
afirmou que "a próxima vez que for realizar perícia vai dar uma surra no perito seja
quem for que lhe atender, homem ou mulher". Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,
art. 62, IV). Intimado para prestar declarações na Polícia Federal, o beneficiário negou
ter dito que iria "dar uma surra no perito" e ressaltou que nunca ameaçou qualquer
servidor do INSS. Para a configuração do crime de ameaça, é necessário que
efetivamente a conduta do agente gere na vítima um temor real da realização de um
mal injusto e grave, bem como é necessária a precisa determinação da vítima, não
havendo crime contra sujeito indeterminado. As palavras supostamente proferidas
pelo representado e as circunstâncias apresentadas não permitem concluir pela
configuração do delito. Inexistência de justa causa para o prosseguimento da
persecução penal. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18
do CPP. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade,
deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).
Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e a Dra. Luiza
Cristina Fonseca Frischeisen.

71. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - DEVOLUÇÃO INDEVIDA DE APARELHOS


CELULARES APREENDIDOS – RECOMENDAÇÃO PARA QUE SEJA SEMPRE
OPORTUNIZADA A MANIFESTAÇÃO DO MPF ANTES DE QUALQUER RESTITUIÇÃO DE
MATERIAIS APREENDIDOS.

Processo: 1.34.007.000037/2019-52 - Eletrônico Voto: 412/2019 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE
MARÍLIA/TUPÃ/LINS Relator(a): Dr(a) MARCELO DE FIGUEIREDO FREIRE Ementa:
CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL. PROCEDIMENTO PREPARATÓRIO.
REVISÃO DE ARQUIVAMENTO. POLÍCIA FEDERAL. DEVOLUÇÃO INDEVIDA DE
APARELHOS CELULARES APREENDIDOS (IPL 255/2018). JUSTIFICATIVAS PLAUSÍVEIS
APRESENTADAS PELA AUTORIDADE POLICIAL NO RELATÓRIO FINAL DO INQUÉRITO
POLICIAL. EXPEDIÇÃO DE RECOMENDAÇÃO PARA QUE SEJA SEMPRE OPORTUNIZADA A
MANIFESTAÇÃO DO MPF ANTES DE QUALQUER RESTITUIÇÃO DE MATERIAIS
APREENDIDOS. ACATAMENTO DA RECOMENDAÇÃO. VERIFICAÇÃO DE QUE O

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MPF MANIFESTOU-SE PELO ARQUIVAMENTO DO IPL 255/2018 SOB FUNDAMENTO DE
ATIPICIDADE E INSIGNIFICÂNCIA DAS CONDUTAS APURADAS. INEXISTÊNCIA DE
PREJUÍZO À PERSECUÇÃO PENAL FEDERAL. HOMOLOGAÇÃO DO ARQUIVAMENTO.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

72. CONFLITO DE ATRIBUIÇÃO RESOLVIDO PELO CRITÉRIO DA UTILIDADE, EFICIÊNCIA


E EFETIVIDADE DA PERSECUÇÃO PENAL – LOCAL EM QUE A COLHEITA DE PROVA É
MAIS FACILITADA (COMO JÁ ENTENDEU A COGER/PF, NO PARECER
15/2020-DELP/COGER/PF) – HÁ ENUNCIADO 95 DA 2ª CCR.

JF-AL-0805218- 89.2019.4.05.8000-INQ - Eletrônico Voto: 5564/2019 Origem: GABPR4-


GSML - GINO SERVIO MALTA LOBO Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA Ementa:
INQUÉRITO POLICIAL. FALSIDADE IDEOLÓGICA (CP, ART. 299). INTERPOSIÇÃO
FRAUDULENTA DE TERCEIROS. COMÉRCIO EXTERIOR. CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES
(ART. 62,VII, DA LC nº 75/93). DOCUMENTO FORMULADO POR MEIO ELETRÔNICO.
INSERÇÃO DE INFORMAÇÕES FALSAS SOBRE O REAL IMPORTADOR. EXCEÇÃO DO
ENTENDIMENTO FIRMADO PELA 2ª CCR. FACILITAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO. ATRIBUIÇÃO
DO SUSCITADO. 1. Trata-se de Inquérito Policial instaurado para apurar a prática do
crime de falsidade ideológica (CP, art. 299), consistente na interposição fraudulenta de
terceiros em operação de comércio exterior realizada no Porto de Santos, em São
Paulo, por empresa com sede em Maceió/AL. 2. O Procurador oficiante na PR/SP
promoveu o declínio de atribuições à PR/AL, por entender que a inserção de
informações inverídicas ocorreu no local da sede fiscal da empresa, Maceió/AL. 3. O
Procurador oficiante na PR/AL, por sua vez, promoveu o presente conflito de
atribuições, por entender que as informações falsas teriam sido prestadas no estado
de São Paulo, ressaltando, ainda, que "nenhum dos sócios reside em Alagoas, e sim no
estado de São Paulo, de tal sorte que, sob o ângulo prático, é absolutamente
contraproducente que se faça a investigação no estado do Alagoas, para onde os reais
agentes devem ter vindo uma única vez, apenas para constituir a empresa. A
verdadeira sede da empresa, o local onde são preparadas as documentações a serem
apresentadas perante os órgãos públicos, o depósito dos bens importados, a
localidade de trabalho, nada disso é Alagoas". 4. A 2ªCCR tem entendimento firmado
de que a ocultação do real importador em declaração de importação constitui, a
princípio, falsidade ideológica e que a fraude ocorre no momento da falsa declaração
no SISCOMEX, em local fixado como o da sede da empresa importadora (NF
1.25.007.000118/2019-61, Sessão de Revisão nº 742, de 27/05/2019, unânime; NF
1.34.001.006726/2018-40, Sessão de Revisão nº 737, de 25/03/2019, unânime).
Precedente STJ: CC 159497/CE. 5. A partir da implantação do SISCOMEX, todas as
Declarações de Importação (DI) passaram a ser entregues à Receita Federal
exclusivamente por meio eletrônico, não existindo documento em formato físico a ser
apresentado com a chegada da mercadoria ao país, no local de desembarque, mas a
mera consulta pela própria fiscalização aduaneira ao SISCOMEX em busca da DI
pertinente. 6. Contudo, em análise às particularidades do caso, verifica-se a
necessidade de excepcionar o entendimento firmado por este colegiado, uma vez que,
embora sediada em Alagoas, a empresa não conta com a atuação dos sócios naquele
estado. Há indícios de que se trata de fachada para realizar importações e exportações

68
do real importador, sendo certo que a manutenção do presente IPL em Alagoas
resultaria em uma investigação baseada quase que integralmente por precatórias, o
que não seria eficiente e célere. 7. No caso concreto, a continuidade das investigações
pela Polícia Federal de São Paulo e pela PR/SP facilitarão a colheita de provas,
atendendo aos critérios de utilidade, eficiência e efetividade da persecução penal. 8.
Atribuição do suscitado. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela atribuição do suscitado, nos termos do voto do(a)
relator(a). Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o
Dr. Cláudio Dutra Fontella.

Processo: JF-AL-2000195- 64.2019.4.05.8000-INQ Voto: 2309/2020 Origem: GABPR4-


GSML - GINO SERVIO MALTA LOBO Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA
FRISCHEISEN Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. FALSIDADE IDEOLÓGICA (CP, ART. 299) E
DESCAMINHO (CP, ART. 334). INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS.
COMÉRCIO EXTERIOR. CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES (ART. 62,VII, DA LC nº 75/93).
DOCUMENTO FORMULADO POR MEIO ELETRÔNICO. INSERÇÃO DE INFORMAÇÕES
FALSAS SOBRE O REAL IMPORTADOR. EXCEÇÃO DO ENTENDIMENTO FIRMADO PELA 2ª
CCR. FACILITAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO. ATRIBUIÇÃO DO SUSCITADO. 1. Tratase de
Inquérito Policial instaurado para apurar a prática dos crimes de falsidade ideológica
(CP, art. 299) e descaminho (CP, art. 334), consistente na interposição fraudulenta de
terceiros em operação de comércio exterior realizada no Porto de Santos, em São
Paulo, por empresa com sede em Maceió/AL. 2. O Procurador oficiante na PRM/Santos
promoveu o declínio de atribuições à PR/AL, por entender que a inserção de
informações inverídicas ocorreu no local da sede fiscal da empresa, Maceió/AL. 3. O
Procurador oficiante na PR/AL, por sua vez, promoveu o presente conflito de
atribuições, por entender que as informações falsas teriam sido prestadas no estado
de São Paulo, ressaltando, ainda, que 'conforme a Representação da Receita Federal, o
representante legal da empresa reside em Santos, de tal sorte que, sob o ângulo
prático, é absolutamente contraproducente que se faça a investigação no estado de
Alagoas, para onde os reais agentes devem ter vindo uma única vez (se é que
chegaram a vir) para constituir a empresa. ['] O local onde são preparadas as
documentações a serem apresentadas perante os órgãos públicos, o local de envio, o
depósito dos bens importados, a localidade de trabalho dos reais agentes envolvidos
nas negociações, nada disso é em Alagoas.' 4. A 2ªCCR tem entendimento firmado de
que a ocultação do real importador em declaração de importação constitui, a princípio,
falsidade ideológica e que a fraude ocorre no momento da falsa declaração no
SISCOMEX, em local fixado como o da sede da empresa importadora (NF
1.25.007.000118/2019-61, Sessão de Revisão nº 742, de 27/05/2019, unânime; NF
1.34.001.006726/2018-40, Sessão de Revisão nº 737, de 25/03/2019, unânime).
Precedente STJ: CC 159497/CE. 5. A partir da implantação do SISCOMEX, todas as
Declarações de Importação (DI) passaram a ser entregues à Receita Federal
exclusivamente por meio eletrônico, não existindo documento em formato físico a ser
apresentado com a chegada da mercadoria ao país, no local de desembarque, mas a
mera consulta pela própria fiscalização aduaneira ao SISCOMEX em busca da DI
pertinente. 6. Contudo, em análise às particularidades do caso, verifica-se a
necessidade de excepcionar o entendimento firmado por este colegiado, uma vez que,
embora sediada em Alagoas, a empresa não conta com a atuação dos sócios naquele

69
estado. Há indícios de que se trata de fachada para realizar importações e exportações
do real importador, sendo certo que a manutenção do presente IPL em Alagoas
resultaria em uma investigação baseada quase que integralmente por precatórias, o
que não seria eficiente e célere. 7. No caso concreto, a continuidade das investigações
pela Polícia Federal de São Paulo e pela PRM/Santos facilitarão a colheita de provas,
atendendo aos critérios de utilidade, eficiência e efetividade da persecução penal. 8.
Precedente da 2ª CCR: JF-AL-0805218-89.2019.4.05.8000-INQ ' Eletrônico, 751ª Sessão
Ordinária ' 7.10.2019, unânime. 9. Atribuição do suscitado. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição do
suscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

73. RÁDIO COMUNITÁRIA SEM AUTORIZAÇÃO – EQUIPAMENTO DE REDUZIDA


POTÊNCIA - NÃO HOUVE REGISTRO DE INTERFERÊNCIA PREJUDICIAL – NÃO HÁ
LESÃO AO BEM JURÍDICO TUTELADO – INSIGNIFICÂNCIA.

Processo: 1.11.000.000796/2019-80 - Eletrônico Voto: 5733/2019 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Relator(a): Dr(a)
MARCIA NOLL BARBOZA Ementa: Notícia de Fato. Ofício encaminhado pela ANATEL
comunicando a possível prática do crime de exploração clandestina de atividade de
telecomunicações (Lei nº 9.472/97, art. 183), por particular que operava rádio
comunitária sem autorização do órgão competente. Revisão de arquivamento (LC nº
75/93, art. 62, IV). Após fiscalização, o funcionamento da estação foi interrompido e o
transmissor apreendido. Segundo relatório da ANATEL a rádio possuía potência de
25W, com alcance de 3km e não houve registro de interferência prejudicial. Hipótese
de apreensão de equipamento de reduzida potência (Lei n° 9.612/98, art. 1º, § 1º).
Bem jurídico tutelado pela norma - a segurança dos meios de telecomunicações - não
sofreu qualquer espécie de lesão, ou ameaça de lesão, que mereça a intervenção do
Direito Penal. Conduta minimamente ofensiva. Incidência do princípio da
insignificância. Ausência de justa causa para prosseguir na persecução penal. Medidas
administrativas já devidamente adotadas, como interrupção do funcionamento da
estação e apreensão do transmissor. Nesse sentido, precedente da 2ª CCR:
1.14.008.000166/2018-42, Sessão de Revisão n° 722, de 27/08/2018, unânime.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a). Participaram da votação os membros Dr.
José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr. Cláudio Dutra Fontella.

74. PESCA – MULTA ADMINISTRATIVA - FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE


DO DIREITO PENAL.

PROCURADORIA DA REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Nº.


1.11.000.001411/2018-11 - Eletrônico - Relatado por: Dr(a) JULIETA ELIZABETH
FAJARDO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE – Nº do Voto Vencedor: 3965 – Ementa:
PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL (PIC). ARQUIVAMENTO. MEIO AMBIENTE.
FAUNA. PESCA IRREGULAR. CURRAL DE PESCA. 1. É cabível o arquivamento de PIC
instaurado para apurar possível crime proveniente da instalação de um curral de
pesca, sem autorização do órgão ambiental competente, em Japaratinga/AL, uma vez

70
que, (i) considerando as informações prestadas, restou demonstrada a suficiência da
medida adotada pelo órgão ambiental, com a aplicação de multa administrativa no
valor de R$ 11.700,00 (onze mil e setecentos reais), de modo que alcançados o
caráter retributivo e a finalidade de prevenção geral, nos termos da Orientação n. 01-
4ªCCR; e (ii) em nova fiscalização no local, o IBAMA verificou a remoção do curral de
pesca. 2. Dispensada a comunicação do representante nas hipóteses de instauração de
ofício ou remessa de órgão público. 3. Voto pela homologação do arquivamento. -
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

75. PEDOFILIA - CRIME PRATICADO EM LOCAL DE ACESSO RESTRITO AOS


PARTICIPANTES DA CONVERSA - O FATO DE O CRIME SER COMETIDO POR MEIO DA
INTERNET NÃO É SUFICIENTE PARA FIRMAR A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL,
SENDO NECESSÁRIAS A PROVA DA TRANSNACIONALIDADE DA CONDUTA E A
EXISTÊNCIA DE TRATADO OU CONVENÇÃO INTERNACIONAL (CF, ART. 109, V) -
EXISTÊNCIA DA CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS DA CRIANÇA DA
QUAL O BRASIL É SIGNATÁRIO (DECRETO 99.710/1990, ART. 1º) - AUSÊNCIA
DA TRANSNACIONALIDADE DA CONDUTA NO CASO CONCRETO – NÃO HÁ
ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

DPF/AM-08240.005520/2019- 14-VPI/DELEAQ Voto: 6324/2019 Origem:


DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL EM AMAZONAS Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE
BENTO SOARES DO NASCIMENTO Ementa: Procedimento investigatório instaurado
para apurar possível crime tipificado no artigo 241-A e 241-B do Estatuto da Criança e
do Adolescente ' ECA (Lei 8.069/90). Informação de que participante de grupo no
'WhatsApp' teria postado conteúdo pornográfico envolvendo crianças. Revisão de
declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Crime praticado em local de
acesso restrito aos participantes da conversa. O fato de o crime ser cometido por meio
da internet não é suficiente para firmar a competência da Justiça Federal, sendo
necessárias a prova da transnacionalidade da conduta e a existência de tratado ou
convenção internacional (CF, art. 109, V). Existência da Convenção Internacional sobre
Direitos da Criança da qual o Brasil é signatário (Decreto 99.710/1990, art. 1º).
Ausência da transnacionalidade da conduta no caso concreto, requisito também
exigido para atrair a competência da Justiça Federal para processar e julgar o crime e,
consequentemente, a atribuição do Ministério Público Federal, para a persecução
penal. 'A extração da potencial internacionalidade do resultado advém do nível de
abrangência próprio de sítios virtuais de amplo acesso, bem como da reconhecida
dispersão mundial preconizada no art. 2º, I, da Lei 12.965/14, que instituiu o Marco
Civil da Internet no Brasil. Não se constata o caráter de internacionalidade, ainda que
potencial, quando o panorama fático envolve apenas a comunicação eletrônica havida
entre particulares em canal de comunicação fechado, tal como ocorre na troca de e-
mails ou conversas privadas entre pessoas situadas no Brasil. Evidenciado que o
conteúdo permaneceu enclausurado entre os participantes da conversa virtual, bem
como que os envolvidos se conectaram por meio de computadores instalados em
território nacional, não há que se cogitar na internacionalidade do resultado' (STF ' RE
628624, Tribunal Pleno, DJe 06/04/2016). Precedentes do STJ (AgRg no HC 236.783/SP,
Quinta Turma, DJe 08/03/2016; CC 128.140/SP, Terceira Seção, DJe 02/02/2015; CC

71
103.011/PR, Terceira Seção, DJe 22/03/2013) e da 2ª CCR (Processo n°
1.22.000.000626/2018-31, Sessão de Revisão n° 721, de 13/08/2018, unânime).
Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

DPF/RO-0255/2019-INQ Voto: 5714/2019 Origem: GABPR5-LGM - LUIZ GUSTAVO


MANTOVANI Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA Ementa: Inquérito Policial.
Crime previsto no arts. 241-A da Lei nº 8.069/90, tendo em vista o possível
compartilhamento de imagem pornográfica envolvendo criança e/ou adolescente no
aplicativo de conversas Whatsapp Recebimento da promoção de arquivamento como
declínio de atribuições (Enunciado nº 33). Crime praticado em local de acesso restrito
aos participantes da conversa. "Não se constata o caráter de internacionalidade, ainda
que potencial, quando o panorama fático envolve apenas a comunicação eletrônica
havida entre particulares em canal de comunicação fechado, tal como ocorre na troca
de e-mails ou conversas privadas entre pessoas situadas no Brasil" (RE 628624/MG,
Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, 29/10/2015). Inexistência de indícios mínimos de
divulgação ou publicação de fotos e vídeos em sites, blogs ou comunidades de
relacionamento acessíveis em qualquer país. Precedente da 2ª CCR: Processo nº
1.28.000.000450/2018-01, Sessão de Revisão nº 721ª, de 13/08/2018. Carência de
indícios da transnacionalidade na conduta. Homologação do declínio de atribuições.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pelo recebimento da promoção de arquivamento como declínio de atribuições ao
Ministério Público Estadual. Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).
Participaram da votação os membros Dr. José Adonis Callou de Araújo Sá e o Dr.
Cláudio Dutra Fontella.

Processo: 1.11.000.001362/2019-05 - Eletrônico Voto: 6871/2019 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Relator(a): Dr(a)
ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO Ementa: Notícia de Fato instaurada a
partir de expediente da Corregedoria Regional de Polícia Federal em Alagoas,
encaminhando notícia-crime acerca da conduta de pessoas que estariam se passando
por crianças e adolescentes em jogo on line com o intuito de atraí-las para um suposto
namoro. Possível ocorrência do crime descrito no art. 241-D do ECA. Revisão de
declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Crime praticado em local de acesso restrito
aos participantes da conversa, havendo, também, indicativos de ter havido troca de
mensagens eletrônicas entre pessoas residentes no Brasil (Caldas/MG e Caxias do
Sul/RS), por meio do aplicativo WhatsApp, sem transpor fronteiras do território
nacional. Entendimento de que o fato de o crime ser cometido por meio da internet
não é suficiente para firmar a competência da Justiça Federal, sendo necessárias a
prova da transnacionalidade da conduta e a existência de tratado ou convenção
internacional (CF, art. 109, V). Existência da Convenção Internacional sobre Direitos da
Criança da qual o Brasil é signatário (Decreto 99.710/1990, art. 1º). Ausência
da transnacionalidade da conduta no caso concreto, requisito também exigido para
atrair a competência da Justiça Federal para processar e julgar o crime e,
consequentemente, a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução
penal. A extração da potencial internacionalidade do resultado advém do nível de

72
abrangência próprio de sítios virtuais de amplo acesso, bem como da reconhecida
dispersão mundial preconizada no art. 2º, I, da Lei 12.965/14, que instituiu o Marco
Civil da Internet no Brasil. Não se constata o caráter de internacionalidade, ainda que
potencial, quando o panorama fático envolve apenas a comunicação eletrônica havida
entre particulares em canal de comunicação fechado, tal como ocorre na troca de e-
mails ou conversas privadas entre pessoas situadas no Brasil. Evidenciado que o
conteúdo permaneceu enclausurado entre os participantes da conversa virtual, bem
como que os envolvidos se conectaram por meio de computadores instalados em
território nacional, não há que se cogitar na internacionalidade do resultado (STF RE
628624, Tribunal Pleno, DJe 06/04/2016). Precedentes do STJ (AgRg no HC 236.783/SP,
Quinta Turma, DJe 08/03/2016; CC 128.140/SP, Terceira Seção, DJe 02/02/2015; CC
103.011/PR, Terceira Seção, DJe 22/03/2013) e da 2ª CCR (Procedimento MPF n°
1.22.000.000626/2018-31, 721ª Sessão Ordinária, 13/08/2018, unânime).
Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual. Deliberação:
Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela
homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

76. ESTELIONATO – CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – FRAUDE EM CONTAS BANCÁRIAS


QUE ESTARIAM SENDO UTILIZADAS PARA RECEBIMENTO DE DEPÓSITOS ORIUNDOS
DE GOLPES TELEFÔNICOS - NÃO HOUVE PREJUÍZO À EMPRESA PÚBLICA FEDERAL - A
SIMPLES UTILIZAÇÃO DE CONTA-CORRENTE NA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA FEDERAL
NÃO É SUFICIENTE PARA ATRAIR A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.

1.30.001.000968/2019-50 - Eletrônico Voto: 6366/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA - RIO DE JANEIRO Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN
Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º).
Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). A Caixa Econômica
Federal CEF informou ao Departamento de Polícia Federal do Rio de Janeiro acerca de
movimentação suspeita de fraude em contas bancárias que estariam sendo utilizadas
para recebimento de depósitos oriundos de golpes telefônicos. Como diligência
preliminar, foi expedido ofício à referida agência bancária, a fim de que fosse
esclarecido se houve efetivo prejuízo suportado pela CEF, bem como as circunstâncias
da movimentação suspeita relatada. Ato contínuo, a CEF informou que não houve
prejuízo à empresa pública federal, acrescentando o modus operandi da fraude
detectada. A simples utilização de conta-corrente na instituição bancária Federal não é
suficiente para atrair a competência da Justiça Federal. Não ocorrendo, com a infração
penal, prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suas
entidades autárquicas ou empresas públicas, não se firma a competência da Justiça
Federal, e, consequentemente, falece atribuição ao Ministério Público Federal para a
persecução penal. Inteligência do art. 109, IV, da Constituição Federal. Homologação
do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

77. ESTELIONATO – GOLPE POR WHATSAPP – SOLICITAÇÃO DE TRANSFERÊNCIAS


BANCÁRIAS COM SIMULAÇÃO DE QUE O REQUERENTE É FAMILIAR OU AMIGO
ÍNTIMO DA VÍTIMA – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

73
1.32.000.000621/2019-42 - Eletrônico Voto: 6568/2019 Origem: PROCURADORIA DA
REPÚBLICA - RORAIMA Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA Ementa: Notícia de
Fato. Representação formulada na Polícia Federal noticiando que pessoas não
identificadas aplicam golpes por meio do aplicativo WhatsApp, através da solicitação
de transferências bancárias com simulação de que o requerente é familiar ou amigo
íntimo da vítima. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 2a CCR). Prejuízo
restrito ao patrimônio de particulares. Inexistência de elementos que apontem para
ofensa a bens, serviços ou interesses da União. Carência de elementos de informação
capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução
penal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

78. RÁDIO CLANDESTINA – INSIGNIFICÂNCIA.

Processo: JF/CE-0809095- 62.2018.4.05.8100-PIC-MP - Eletrônico Voto: 6638/2019


Origem: JUSTIÇA FEDERAL - SEÇÃO JUDICIÁRIA NO ESTADO DO CEARÁ Relator(a): Dr(a)
LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. CPP, ART. 28
C/C ART. 62, IV, DA LC Nº 75/93. SUPOSTA ATIVIDADE DE EXPLORAÇÃO CLANDESTINA
DE SERVIÇO DE RADIODIFUSÃO. LEI Nº 9.472/97, ART. 183. POTÊNCIA INFERIOR A 25
W. DANO EFETIVO NÃO DEMONSTRADO. AUSÊNCIA DE TIPICIDADE MATERIAL.
MANUTENÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1. Inquérito policial instaurado para apurar a
exploração clandestina de atividade de radiodifusão. 2. O Procurador da República
oficiante promoveu o arquivamento sob o argumento de que a conduta subsome-
se ao tipo previsto no art. 70 da Lei nº 4.117/62, com pena máxima abstratamente
cominada de 2 (dois) anos de detenção, cujo prazo prescricional é de 4 (quatro) anos,
conforme a regra do artigo 109, V, do Código Penal, já efetivamente atingido, razão
pela qual extinta está a punibilidade dos fatos narrados, ocorridos até 02/12/2014. 3.
O Juiz Federal, por entender que a conduta encontra-se tipificada no artigo 183 da Lei
nº 9.472/97, e assim, não ocorreu a prescrição da pretensão punitiva estatal, rejeitou o
arquivamento e determinou a remessa dos autos à 2ª Câmara de Coordenação e
Revisão do MPF, nos termos do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da Lei Complementar nº
75/93. 4. De início, conforme bem ressaltou o Procurador da República oficiante,
observa-se que ao longo da investigação restou comprovado que a rádio possuía
autorização para operação em Pacatuba/CE, não havendo que se falar em
clandestinidade. É o que mostram os seguintes documentos: cópia do Diário Oficial da
União, contendo outorga autorizando uso de radiofrequência à Fundação [], até
01/07/2022; licença para funcionamento de estação [...]; portaria de aprovação de
instalação de estação []. Na verdade, a irregularidade dizia respeito à utilização do
transmissor de FM como SARC (Serviço Auxiliar de Radiodifusão e Correlatos), para
transmitir o sinal de radiodifusão do estúdio até o transmissor de radiodifusão da
rádio. 5. Além disso, o próprio texto legal regulador estabelece uma
gradação, considerando-se prejudicial somente a interferência que obstrua, degrade
seriamente ou interrompa repetidamente a telecomunicação (Lei nº 9.472/97, art.
159, parágrafo único). 6. A Lei nº 9.612/98, que instituiu o Serviço de Radiodifusão
Comunitária, definiu em seu art. 1º, § 1º como de baixa potência o serviço de

74
radiodifusão prestado com potência máxima de 25 Watts ERP. Tal definição
harmoniza-se com o entendimento jurisprudencial de que estações rudimentares,
como a de que tratam estes autos, devem efetivamente ser consideradas como de
baixas potência, denotando a insignificância de seu potencial lesivo. 7. No caso, a rádio
comunitária, operava com transmissor de potência de 8,30 watts, sem demonstração
de prejuízo juridicamente relevante ou de atividade ilícita. 8. Ausência da tipicidade
material do fato, remanescendo apenas um ilícito administrativo. Precedentes: STF HC
122507, Primeira Turma, Dje 07/10/2014; HC 126592, Segunda
Turma, Dje 30/04/2015. 9. Manutenção do arquivamento. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

79. CRIPTOMOEDA – EMPRESA QUE SE APRESENTA COMO GESTORA DE


CRITOATIVOS – CAPTAÇÃO ESPECULATIVA DE INVESTIDORES – CRIME CONTRA O
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

DPF/AM-00630/2019-INQ Voto: 6805/2019 Origem: GABPR4-HSVL - HENRIQUE DE SA


VALADAO LOPES Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa:
Inquérito Policial. Possível prática de ilícitos em razão de atividade financeira
desenvolvida por determinada empresa (que se apresenta como gestora
de criptoativos), visto que teria disponibilizando modalidades de investimentos
irregulares, sem respaldo ou autorização por parte dos órgãos responsáveis. Relato de
negociações feitas em criptomoeda, com possível captação especulativa de
investidores. Manifestação do MPF pelo declínio de atribuições ao Ministério Público
Estadual por se tratar de indícios da prática de crime de estelionato em prejuízo de
particular (CP, art. 171). Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 33). O art. 1º
da Lei nº 7.492/86, norma penal explicativa, conceitua instituição financeira para fins
penais como a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade
principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou
aplicação de recursos financeiros (vetado) de terceiros, em moeda nacional ou
estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou
administração de valores mobiliários. Desse modo, ao operar sem a devida
autorização, a plataforma investigada estaria incursa, em tese, no tipo penal previsto
no art. 16 da Lei nº 7.492/86. Além disso, partindo da premissa que a pessoa jurídica
investigada pode ser eventualmente equiparada à instituição financeira, visto que
supostamente realiza, entre outras atividades, a gestão e intermediação de
investimentos de recursos de terceiros, a conduta de não repassar aos investidores os
lucros obtidos pode caracterizar, a princípio, o delito a que se refere o art. 5º do citado
diploma legal. Assim, apenas com o aprofundamento das investigações é que se
poderá ter a exata dimensão dos fatos, das reais operações e os supostos delitos
cometidos pelos representantes da empresa noticiada, sendo possível, após a
realização de diligências preliminares, amealhar indícios mínimos de crimes que, em
tese, possam atingir bens, serviços ou interesse da União (CF, art. 109). Necessidade de
exame acurado acerca dos serviços ofertados pelo sítio eletrônico noticiado e o objeto
do contrato firmado entre as partes para eventual tipificação das condutas ilícitas e,
então, oportunamente, a fixação da competência para o processo e julgamento de
ação penal. Declínio prematuro, cumprindo reconhecer, por ora, a atribuição do MPF.

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Precedentes da 2ª CCR: Procedimentos MPF nº 1.34.033.000054/2019-72 e
1.29.004.000611/ 2018-81, 742ª Sessão Ordinária, de 27/5/2019. Não homologação do
declínio de atribuições e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguimento
das investigações, facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso,
requerer, com fundamento em sua independência funcional, a designação de outro
membro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 do Conselho Institucional do
Ministério Público Federal. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela não homologação do declínio de atribuição, nos termos
do voto do(a) relator(a).

80. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA - SOMENTE SUBSISTE NO QUE DIZ RESPEITO AOS


ATOS PRATICADOS NO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES COMO MEMBRO DA MISSÃO.

Processo: 1.16.000.000890/2019-52 - Eletrônico Voto: 6641/2019 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - DISTRITO FEDERAL Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA
FONSECA FRISCHEISEN Ementa: NOTÍCIA DE FATO. SUPOSTOS CRIMES PRATICADOS
POR OCUPANTE DE CARGO DIPLOMÁTICO. PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO. ART. 62,
IV, DA LC N.º 75/93. IMUNIDADES QUE SOMENTE SUBSISTEM PARA O AGENTE
DIPLOMÁTICO NO QUE DIZ RESPEITO AOS ATOS PRATICADOS NO EXERCÍCIO DE SUAS
FUNÇÕES COMO MEMBRO DA MISSÃO. NÃO SENDO ESSE O CASO DOS AUTOS,
NECESSÁRIA É A CONTINUIDADE DAS INVESTIGAÇÕES. 1. Trata-se de Notícia de Fato
autuada a partir de manifestação apresentada na Sala de Atendimento ao Cidadão, em
que a noticiante, natural de Moçambique, relata que um ocupante de cargo
diplomático (Segundo Secretário de Moçambique) e sua esposa a teriam convidado
para vir trabalhar com eles no Brasil. Quando chegou aqui, no entanto, a noticiante
afirma que não recebia seu salário regularmente, não tinha férias ou repouso semanal,
trabalhava ininterruptamente em regime de cárcere privado, além de sofrer maus-
tratos, apanhar e ser ameaçada quando dizia que iria embora. 2. A Procuradora da
República oficiante promoveu o arquivamento do procedimento, ressaltando que os
agentes diplomáticos gozam de imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado,
conforme o art. 31 da Convenção de Viena (Decreto n° 56/435/65). Informou, ainda,
que tomou conhecimento de que os mesmos fatos foram noticiados ao Departamento
de Polícia Federal no Distrito Federal, o qual, considerando se tratar de notícia de
possível prática de infração penal perpetrada por agentes com imunidade diplomática,
encaminhou os documentos ao Ministério das Relações Exteriores MRE, para as
providências cabíveis. 3. A manifestante interpôs recurso contra o arquivamento,
informando que o Ministério das Relações Exteriores comunicou as denúncias à
Embaixada de Moçambique em Brasília e solicitou ao país a renúncia às imunidades de
jurisdição das quais o representado usufruía. Afirma, ainda, que diante da ausência de
resposta, o MRE declarou o agente diplomático como persona non grata,
estabelecendo o prazo de 48h para que ele e sua família deixassem o território
nacional. 4. Em resposta, a Embaixada de Moçambique comunicou oficialmente que o
denunciado e seus dependentes haviam deixado o Brasil definitivamente em
12/05/2019. Acrescenta que em comunicação oficial sobre o caso, a Coordenação-
Geral de Privilégios e Imunidades CGPI do Ministério das Relações Exteriores informou
que as diligências aplicáveis ao caso poderiam ser retomadas, uma vez que a
imunidade do representado havia cessado com sua saída do território nacional. 5.

76
Mantido o arquivamento, os autos foram remetidos a esta 2ª CCR, para fins
revisionais. 6. Encaminhamento dos autos à Secretaria de Cooperação Jurídica
Internacional SCI, para que, atenta às disposições da Convenção de Viena sobre
Relações Diplomáticas e ao Ofício da CGPI, informasse se subsiste a imunidade penal
do agente diplomático referente aos atos praticados anteriormente a sua partida
definitiva do Brasil (em especial considerando que não houve por parte do
Estado acreditante a renúncia da jurisdição e que não há informação quanto ao
eventual retorno do representado ao Brasil). 7. Resposta da SCI/MPF: após deixar o
Estado acreditado, as imunidades somente subsistem para o agente diplomático no
que diz respeito aos atos praticados no exercício de suas funções como membro da
missão. Não sendo esse o caso dos autos, conclui-se que não subsiste a imunidade
penal do agente diplomático em questão, uma vez que esse partiu definitivamente do
território brasileiro e que os fatos relatados pela denunciante versam sobre atos
praticados fora do exercício de suas funções oficiais. Note-se que esse também é o
entendimento do Ministério das Relações Exteriores, consoante o Ofício nº
00003200/2019-15, da Coordenação-Geral de Privilégios e Imunidades. Portanto,
entende esta Secretaria de Cooperação Internacional que não há óbice para que o
Ministério Público Federal dê prosseguimento às investigações relacionadas ao
presente caso. 8. Acolhimento dos fundamentos expendidos pela SCI/MPF.
Arquivamento prematuro. Não homologação. Designação de outro membro do
Ministério Público Federal para atuar no caso, podendo propor as medidas que julgar
cabíveis: arquivamento por motivo diverso, continuidade das diligências, análise da
possibilidade da propositura de acordo de não persecução penal, oferecimento da
denúncia ou declínio de atribuições. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação de arquivamento, nos
termos do voto do(a) relator(a).

81. ESBULHO POSSESSÓRIO – STJ: AINDA QUE O CRIME DE ESBULHO POSSESSÓRIO


TENHA OCORRIDO EM ASSENTAMENTOS RURAIS ADMINISTRADOS PELO INCRA, TAIS
FATOS DEVEM SER JULGADOS PELA JUSTIÇA ESTADUAL.

DPF/AM-00634/2014-INQ Voto: 6768/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAEL DA SILVA


ROCHA Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Inquérito
Policial instaurado para apurar a possível prática do crime de esbulho possessório,
previsto no art. 20 da Lei nº 4.947/66. Investigado que teria invadido a sede de
associação de agricultores e trabalhadores rurais situada em Manaus/AM. Revisão de
declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Esbulho possessório que não
causou dano direto ao INCRA/AM ou a terras da União. O Superior Tribunal de Justiça
firmou entendimento segundo o qual ainda que o crime de esbulho possessório tenha
ocorrido em assentamentos rurais administrados pelo INCRA, tais fatos devem ser
julgados pela Justiça Estadual, sendo este o caso dos autos. Isso porque o esbulho
possessório ora investigado não causou lesão direta a bens interesses ou serviços da
União. Não ocorrendo, com a infração penal, prejuízo a bens, serviços ou interesse
direto e específico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, não se
firma a competência da Justiça Federal, e, consequentemente, falece atribuição ao
Ministério Público Federal para a persecução penal. Inteligência do art. 109, IV, da
Constituição Federal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público

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Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade,
deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a)
relator(a).

82. FALSIFICAÇÃO E USO DE DOCUMENTO FALSO PELO PRÓPRIO AUTOR DA


FALSIFICAÇÃO – AGENTE RESPONDE APENAS PELA FALSIFICAÇÃO (ART. 297 DO
CÓDIGO PENAL) - O USO CONFIGURA POST FACTUM IMPUNÍVEL – CRIME DE USO DE
DOCUMENTO FALSO RESTAR ABSORVIDO PELA CONTRAFAÇÃO DE DOCUMENTO -
NÃO SE APLICA SÚMULA 546 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – COMPETÊNCIA
DEFINIDA EM FUNÇÃO DO ÓRGÃO EXPEDIDOR (NÃO DO ÓRGÃO A QUEM FOI
APRESENTADO).

Processo: DPF/PHB/PI-00060/2019-INQ Voto: 6796/2019 Origem: GABPRM1-SLR -


SAULO LINHARES DA ROCHA Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN
Ementa: Inquérito policial instaurado para apurar os crimes de falsificação e uso de
documento falso, respectivamente previstos no arts. 297 e 304 do Código Penal.
Conforme declarações do investigado, ao ser abordado por Policiais Rodoviários
Federais não portava qualquer documento de identificação legítimo, tendo
apresentado ao policial rodoviário carteira funcional contrafeita. O investigado
consignou, em acréscimo, que também foi o responsável pela confecção do
documento falso. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Caso
diverso da hipótese prevista na Súmula 546 do Superior Tribunal de Justiça: A
competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em
razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não
importando a qualificação do órgão expedidor. No caso em tela, o crime de uso de
documento falso foi praticado pelo próprio autor da falsificação, conforme confessado
pelo próprio agente e corroborado pelo laudo pericial, devendo o agente responder
apenas pela falsificação (art. 297 do Código Penal), configurando o uso do documento
contrafeito post factum impunível. Nesse sentido são os seguintes precedentes do STF:
AP 530, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO
BARROSO, Primeira Turma, julgado em 09/09/2014; HC 84533, Relator(a): Min. CELSO
DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 14/09/2004. Dessa forma, em razão do crime
de uso de documento falso restar absorvido pela contrafação de documento público
(art. 297 do Código Penal), falece atribuição à Justiça Federal para levar a cabo a
persecução penal, porquanto o documento falsificado (Carteira Funcional de Soldado
da Polícia Militar) é expedido pela Polícia Militar do Estado do Ceará, a atrair a
competência da Justiça Estadual. Homologação do declínio de atribuições ao
Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado,
à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do
voto do(a) relator(a).

83. ADVOGADO – CRÍTICAS AO JUIZ DA CAUSA - ANIMUS CRITICANDI E NARRANDI –


PRERROGATIVAS E LIBERDADE PROFISSIONAL DO ADVOGADO – NÃO HÁ CRIME
CONTRA A HONRA.

JF-BRI-0000341- 38.2019.4.03.6144-INQ Voto: 6681/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -


44ª SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA - BARUERI/SP Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-

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VERDE DE CARVALHO Ementa: Inquérito Policial. Possível crime contra a honra
praticado por Advogado contra Juíza do Trabalho. MPF requereu o arquivamento do
feito por entender que, embora exista na mensagem do investigado crítica acerca do
trabalho do magistrado, não se vislumbra animus caluniandi, difamandi ou injuriandi,
tão somente o animus criticandi e narrandi, não havendo dolo específico, consistente
no intuito de desonrar o julgador. Discordância do magistrado por visualizar diligências
aptas a esclarecer melhor os fatos, já que o advogado poderia ter imputado ao Juiz os
crimes de corrupção passiva e injúria qualificada contra pessoa com deficiência.
Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV da LC 75/93. Da análise dos autos, verifica-se
que o crime imputado ao advogado da causa poder ser resumido no seguinte trecho:
Portanto, comprovada a negligência e total descuido do Juízo ao tomar conhecimento
do disparate considerável de cálculos liquidação x impugnação, corroborada pelo não
deferimento de medida preventiva imparcial perícia contábil; concomitante, ao
pretérito afastamento do Magistrado por insanidade Psiquiátrica e, ainda, as aparições
do Juiz e Advogados em locais públicos, tem-se por NECESSÁRIO O PRESENTE PEDIDO
DE PROVIDÊNCIAS, sob pena de enriquecimento ilícito dos envolvidos e, perecimento
de bens dos aqui manifestantes. Para a caracterização dos crimes contra a honra é
necessária a existência do elemento subjetivo especial, qual seja, a vontade livre e
consciente de caluniar, difamar ou injuriar. No caso, em que pese as declarações
ásperas do causídico, resta demonstrada apenas a insatisfação do investigado em
relação ao trabalho desempenhado pelo magistrado. A menção acerca do
enriquecimento ilícito é claramente voltada a outra parte da demanda, que se
beneficiaria com o indeferimento da perícia contábil, e não atribuída ao Juízo. Quanto
ao suposto crime de injúria qualificada, verifica-se, como bem apontado pelo parquet,
tão somente o animus narrandi de fato público e notório daqueles que atuam naquela
comarca. A investigada, em depoimento, afirmou não ter feito juízo de valor acerca do
magistrado e que apenas tinha o desiderato de rever os cálculos, além de ter elencado
na petição os fatos descritos por seus clientes. Inexistência de dolo específico exigido
pelo tipo penal. Ainda, tem-se que há de se tutelar a imunidade profissional do
advogado, que apesar não se revestir de caráter absoluto, deve ser mitigada apenas
quando há excesso flagrante em hipóteses extremas, o que não se verifica no presente
caso. Nessa esteira, as criticas se encontram inseridas nas prerrogativas e nos
postulados que regem a liberdade profissional do advogado no exercício de sua
função. Previsão legal de que não constituem injúria ou difamação punível a ofensa
irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador (CP, art.
142, I). Insistência no arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a).

84. NOTÍCIA DE POSSÍVEL CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA – RFB INFORMA


QUE NÃO PODE FORNECER INFORMAÇÕES ACERCA DOS FATOS NARRADOS, POIS
ESTÃO SOB SIGILO - AUSÊNCIA DE CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE –
ARQUIVAMENTO.

JF/CE-0811534- 46.2018.4.05.8100-PIC-MP - Eletrônico Voto: 6810/2019 Origem:


JUSTIÇA FEDERAL - SEÇÃO JUDICIÁRIA NO ESTADO DO CEARÁ Relator(a): Dr(a) JULIANO
BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO Ementa: Inquérito Policial. 1) Notícia de Fato

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autuada para apurar possíveis crimes contra a ordem tributária (Lei nº 8.137/90, art.
1º) e de falsidade ideológica ou uso de documento falso (CP, arts. 299 e 304), tendo
em vista o depoimento prestado pelo representante, no qual afirmou que fora vítima
de assalto e que todos os seus documentos foram tomados. Após o ocorrido,
descobriu que foi registrada na Junta Comercial do Estado do Ceará empresa fictícia
em seu nome. Os agentes criminosos de posse dos documentos ainda abriram planos
pós-pagos em operadoras de telefonia, bem como realizaram declaração retificadora
de imposto de renda fraudulenta perante a Receita Federal. O Procurador oficiante
promoveu o arquivamento em relação ao crime de sonegação fiscal e o declínio em
referente ao crime de falsidade perante a junta comercial. Discordância do magistrado.
Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV) e de declínio de atribuição
(Enunciado n° 32). 1) A Receita Federal foi notificada dos fatos narrados para que
informasse acerca das providências adotadas, em especial esclarecer se houve a
instauração de procedimento tributário e/ou lançamento definitivo do tributo. Em
resposta, a RFB se limitou a informar que não pode fornecer informações acerca dos
fatos narrados, pois os dados dos investigados estão sob sigilo. Logo, em relação a
eventual delito do art. 1º da Lei n. 8.137/90, ausente a constituição definitiva do
crédito tributário. Natureza material do delito tributário. Súmula Vinculante nº 24 do
STF. Ausência de condição de procedibilidade. Homologação do arquivamento. 2)
Possível crime previsto no art. 299 e/ou 304 do CP em detrimento de Junta Comercial.
Eventual constituição fraudulenta de empresa. Revisão de declínio de atribuições
(Enunciado nº 33). Incidência do Enunciado nº 62 da 2ª CCR: Não é da atribuição do
Ministério Público Federal a persecução penal relativa aos crimes de falsidade
documental praticados perante Junta Comercial, por não ofenderem diretamente
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do
Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio ao
Ministério Público Estadual Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento e do declínio de
atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do voto do(a) relator(a).

85. DESCAMINHO – INSIGNIFICÂNCIA - REITERAÇÃO DA CONDUTA ILÍCITA OBSTA A


INCIDÊNCIA DA TESE DA BAGATELA - ENUNCIADO Nº 49 DESTA 2ª CCR.

JFRS/SLI-5001279- 13.2017.4.04.7106-RPCR - Eletrônico Voto: 7095/2019 Origem:


JUSTIÇA FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - SUBSEÇÃO JUDICIARIA DE SANTANA DO
LIVRAMENTO Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO Ementa:
Voto vencedor. Notícia de Fato. Suposta prática do crime de descaminho (CP, art. 334).
Apreensão de mercadorias de procedência estrangeira pela Polícia Rodoviária Federal,
sem a necessária documentação comprobatória de sua regular importação. Tributos
iludidos no valor R$ 1.088,39. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Não
obstante o valor dos tributos iludidos fique aquém daquele tido como parâmetro para
aferição da insignificância da ação delituosa (R$ 20.000,00), tem-se que a reiteração da
conduta ilícita obsta a incidência da tese da bagatela. In casu, após a realização de
diligências, verificou-se que a investigada possui 01 (uma) reiteração da conduta nos
últimos 5 (cinco) anos, no valor de R$ 388,80, o que impede que o fato seja
considerado como destituído de significação penal, mesmo que a soma dos tributos

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não ultrapasse R$ 20.000,00. Hipótese de habitual praticante do delito, bem como de
efetiva e flagrante ocorrência de lesão à ordem tributária. Inaplicabilidade do princípio
da insignificância. Aplicação da nova redação do Enunciado nº 49 desta 2ª CCR 'Aplica-
se o princípio da insignificância penal ao descaminho e aos crimes tributários federais,
quando o valor do débito devido à Fazenda Pública decorrente da conduta
formalmente típica não seja superior a R$ 20.000,00, ressalvada a reiteração na
mesma modalidade criminosa, ocorrida em períodos de até 5 (cinco) anos. (150ª
Sessão de Coordenação, de 07.05.2018)'. Designação de outro membro do MPF para
prosseguir na persecução penal. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação de arquivamento, nos termos
do voto proferido pelo Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho. Restou vencida
a relatora, Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. Participou da votação a Dra.
Mônica Nicida Garcia.

86. ROUBO – DECURSO DE TEMPO QUE INVIABILIZA INVESTIGAÇÃO –


ARQUIVAMENTO.

DPF/AM-00546/2019-INQ Voto: 6833/2019 Origem: GABPR10-FPL - FILIPE PESSOA DE


LUCENA Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO Ementa:
Inquérito Policial. Roubo de aparelho Dispositivo Móvel de Coleta (DMC), de
propriedade do IBGE, que estava na posse de agente censitário em serviço (CP, art.
157, § 2º, inc. I, II e III). Em 17/08/2017, um indivíduo não identificado subtraiu,
mediante grave ameaça exercida com arma de fogo, um Dispositivo de Coleta de
dados estatísticos de propriedade do IBGE utilizado pelo agente censitário. Além do
bem público foi tomado do servidor todos os seus pertences. Revisão de arquivamento
(LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Apesar da materialidade estar devidamente comprovada
e das diligencias realizadas, não foi possível obter indícios suficientes da autoria
delitiva. Pelo decurso de tempo é improvável que se encontre outros elementos.
Inexistência de quaisquer indícios de prova que possa direcionar a investigação.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a).

87. APROPRIAÇÃO INDÉBITA – ADMINISTRADOR DE CASA LOTÉRICA – UTILIZAÇÃO


DE RECURSOS QUE DEVERIAM TER SIDO REPASSADOS À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
– LOTÉRICA EM DIFICULDADES FINANCEIRAS – ADMINISTRADOR QUE PROCURA A
CAIXA PARA PROPOR O PAGAMENTO PARCELADO DA DÍVIDA – AUSÊNCIA DE DOLO
– FRAGMENTARIEDADE E SUBSIDIARIEDADE DO DIREITo PENAL.

DPF/RN-2017.0001965-IP - Eletrônico Voto: 6811/2019 Origem: GABPR11-KMA -


KLEBER MARTINS DE ARAUJO Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE
CARVALHO Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de apropriação
indébita (CP, art. 168) cometido, em tese, por administrador de uma casa lotérica. A
referida empresa teria se utilizado de valores relativos ao fluxo de caixa não os tendo
repassado à Caixa Econômica Federal. Ao ser cobrado pelo ressarcimento dos valores
apropriados, o representante da unidade lotérica, alegando problemas financeiros,

81
solicitou uma negociação da dívida adquirida. O valor total do prejuízo sofrido pela CEF
foi de R$ 184.568,20. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento, considerando
a inexistência de indiciários do dolo. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,
IV). Da análise dos autos vislumbra-se que há elementos que demonstram que foram
empreendidos esforços, pelo administrador da lotérica, no sentido de quitar a dívida,
tendo, inclusive, o investigado realizado proposta de pagamento no valor de R$
100.000,00, como entrada, solicitando a administração da CEF o parcelamento do
restante da dívida, sendo que proposta não foi aceita pelo Banco. Ausência de indícios
que evidenciem dolo na conduta do representado em apropriar-se indevidamente dos
valores, uma vez que restou demonstrado nos autos que a lotérica passava por
dificuldades financeiras e que o investigado empreendeu esforços para quitar a dívida,
o que não coaduna com a vontade de se apropriar de coisa alheia. A CEF deve se
utilizar dos meios cíveis e administrativos para cobrar a dívida. O direito penal sendo a
última ratio, não é o adequado para forçar o devedor a quitar seu débito. Ausência de
dolo. Falta de justa causa para a continuidade das investigações. Homologação do
arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a).

88. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO - AUSÊNCIA DE


RENOVAÇÃO DE REGISTRO - ILÍCITO ADMINISTRATIVO – FATO ATÍPICO.

1.18.000.002653/2019-51 - Eletrônico Voto: 6932/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA - GOIAS/APARECIDA DE GOIÂNIA Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI
VILLA-VERDE DE CARVALHO Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar possível
ocorrência do crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, descrito no
art. 12 da Lei nº 10.826/03, supostamente praticado por G.A.F., em Goiás, pelo menos,
desde agosto de 2019. Segundo consta dos autos, após ter a bagagem retida no
aeroporto de Viracopos, em São Paulo, por conter quatro munições calibre 38, apurou-
se que o ora investigado seria proprietário de cinco armas com registro vencido.
Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante,
reportando-se à manifestação da autoridade policial, a jurisprudência firmou
entendimento no sentido de que a ausência de renovação de registro não configura,
por si só, fato criminoso, mas tão somente mero ilícito administrativo, sendo,
portanto, fato atípico. Circunstância em que não se verifica o dolo do agente (STJ, HC
nº 294.078/SP, 5ª Turma, DJe 29/10/2015). Falta de justa causa para prosseguir na
persecução penal. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

89. IRREGULARIDADES NA PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAMPANHA DE CANDIDATO


(NÃO ELEITO) PARA O CARGO DEPUTADO ESTADUAL – CONTAS DESAPROVADAS
PELA JUSTIÇA ELEITORAL – REJEIÇÃO DAS CONTAS, POR SI SÓ, NÃO BASTA PARA
EVIDENCIAR CRIME ELEITORAL.

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1.11.000.001057/2019-13 - Eletrônico Voto: 6795/2019 Origem: PROCURADORIA DA
REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA
FONTELLA Ementa: Notícia de Fato. Supostas irregularidades na prestação de contas
de campanha de candidato (não eleito) para o cargo Deputado Estadual, nas eleições
de 2018, consistentes na ausência de declaração de despesas com serviços
advocatícios e contábeis possivelmente utilizados na campanha. Revisão de
arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Em que pese as contas tenham sido
desaprovadas pela Justiça Eleitoral, o fato é que a referida rejeição, por si só, não basta
para evidenciar o cometimento de crime eleitoral. No caso concreto não se verifica,
por ora, elementos de informações suficientes capazes de apontarem para a prática de
crimes eleitorais, em especial os previstos nos arts. 350 e 354-A do Código Eleitoral. A
própria Procuradoria Regional Eleitoral, ao se manifestar nos autos de prestação de
contas, opinou pela aprovação com ressalvas das contas da campanha, por considerar
que no caso, verifica-se que a impropriedade detectada pela assessoria contábil é
irrelevante no conjunto da prestação de contas, não se revelando, pois, apta a afetar a
confiabilidade e transparência da movimentação financeira de campanha do
prestador. Ausência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal.
Arquivamento que não gera coisa julgada, podendo as investigações serem reabertas
se houver notícia de novas provas (CPP, art. 18). Homologação do arquivamento.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

90. MINHA CASA MINHA VIDA – USO DE DOCUMENTO FALSO (COMPROVANTE DE


RENDA) PARA OBTENÇÃO DO FINANCIAMENTO – DOCUMENTO ENTREGUE A
CORRESPONDENTE IMOBILIÁRIO QUE, CRENDO NA SUA VERACIDADE, ABRIU
CADASTRO AO QUAL A CAIXA TERIA ACESSO – INEXISTÊNCIA DE CONTRATO OU
CADASTRO PERANTE A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – ESTELIONATO CONTRA
PARTICULAR.

Processo: 1.11.000.001289/2019-63 - Eletrônico Voto: 314/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Relator(a): Dr(a)
MARCIA NOLL BARBOZA Ementa: EMENTA: Notícia de fato. Programa 'Minha casa,
minha vida'. Apuração de possível prática do crime de uso de documento falso em
tentativa de obtenção de financiamento imobiliário contra a Caixa Econômica Federal
(art. 19, Lei nº 7.492/86), consistente na suposta falsificação de comprovante de renda
apresentado para corretora imobiliária conveniada com a CEF. Documento entregue a
correspondente imobiliário que, crendo na sua veracidade, abriu cadastro ao qual a
CEF teria acesso. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 ' 2ª CCR).
Consultada, a Caixa Econômica afirmou que 'não foi realizada nenhuma contratação
habitacional ou de outro empréstimo pelo proponente denunciado. Não existe sequer
um cadastro dele na CAIXA'. Inexistência de elementos que indiquem ofensa a bens,
serviços ou interesses da União. Possível tentativa de estelionato praticado contra a
corretora imobiliária. Homologação do declínio de atribuições. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

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91. FRAUDE NA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE APOSENTADORIA
POR IDADE – SUSPEITA DE NÃO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL -
DESAPARECIMENTO DOS AUTOS DE SEU PROCESSO CONCESSÓRIO – INEXISTÊNCIA
DE DILIGÊNCIAS ÚTEIS PARA A COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE DOS DELITOS –
ARQUIVAMENTO.

1.11.000.001232/2019-64 - Eletrônico Voto: 219/2020 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO
SOARES DO NASCIMENTO Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar suposta
fraude na concessão de benefício previdenciário de aposentadoria por idade em favor
de E.L.S.. Consoante extratos dos sistemas de informação, o benefício foi requerido em
02/04/2013 na Agência do INSS em União dos Palmares/AL. Posteriormente, a
autarquia procedeu à reanálise do benefício requerido e detectou que a segurada não
fazia jus à concessão da aposentadoria, porquanto não teria efetivamente exercido
atividade rural como segurada especial no período considerado como carência do
benefício. Pagamento indevido do benefício até 31/12/2014, que resultou em um
prejuízo de R$ 6.741,98. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).
Informação de que o INSS não conseguiu localizar o processo concessório do benefício.
Acerca do possível crime de inserção de dados falsos em sistema de informação pelo
servidor do INSS (CP, art. 313-A), a autarquia reconheceu que 'não foi possível
evidenciar, de forma conclusiva, a participação do servidor, em virtude do extravio do
processo concessório original'. Ademais, para que se possa apurar eventual fraude
praticada pela beneficiária visando à obtenção do benefício (CP, art. 171, § 3º) é
imprescindível a análise dos documentos que foram apresentados no momento do
requerimento do benefício previdenciário, sobretudo quando o cerne da questão é a
comprovação do exercício de atividade rural na condição de segurada especial. Ainda
que se demonstre que a beneficiária não faz jus ao benefício pretendido, para análise
da questão sob o ponto de vista criminal, é necessário apurar a existência de fraude,
sobretudo documental, visando induzir a autarquia em erro. Passados quase 7 (sete)
anos desde a concessão do benefício e tendo em vista o desaparecimento dos autos de
seu processo concessório, não se vislumbra diligências úteis para a comprovação da
materialidade dos delitos. Incidência da Orientação nº 26 desta 2ª CCR. Homologação
do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP. Deliberação: Em sessão
realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

92. ABUSO DE AUTORIDADE – DANO – INVASÃO DE TERRAS DA UNIÃO - REGULAR


EXERCÍCIO DO PODER POLÍCIA - DERRUBADA DE UMA CASA DE TAIPA E DESPEJO.

DPF/PHB/PI-00102/2018-INQ Voto: 10/2020 Origem: GABPRM1-SLR - SAULO


LINHARES DA ROCHA Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa:
Inquérito Policial. Possível prática dos crimes de abuso de autoridade e de dano,
atribuídos a servidor público da Superintendência do Patrimônio da União ' SPU (art.
4º, h, da Lei nº 13.869/2019 c/c art. 163 do CP), e de invasão de terras da União (art.
20 da Lei 4.947/66), atribuído a ocupante de área pública. Segundo consta, o servidor
da SPU teria excedido sua atuação ao promover a derrubada da casa da ocupante da
terra pública. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Após diligências e

84
colheitas de depoimentos, verificou-se que a ação do servidor decorreu do regular
exercício do poder polícia, inexistindo elementos que indiquem o excesso e abuso de
poder ou de dano além do permitido pela ordem de derrubada e despejo. Em relação à
possível invasão de terras da União, verifica-se dos autos que a ocupação ocorreu sem
violência ou ameaça, reduzindo-se à construção de uma casa de taipa para abrigar a
investigada que enfrenta a miséria e o desemprego. Mínima ofensividade da conduta
da agente e inexpressividade da lesão jurídica provocada. As medidas administrativas
adotadas para cessar a irregularidade mostraram-se suficientes para a repressão do
ilícito. Subsidiariedade do direito penal. Aplicação da Orientação nº 30 da 2ª CCR.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos
do voto do(a) relator(a).

93. REQUISIÇÃO DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL – LAVAGEM DE


DINHEIRO – REQUISIÇÃO BASEADA EM PRESUNÇÃO DE CRIME ANTECEDENTE –
AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA.

Processo: 1.00.000.025325/2019-68 - Eletrônico Voto: 124/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - RIO DE JANEIRO Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL
BARBOZA Ementa: MATÉRIA: Procedimento Administrativo. Requisição de instauração
de inquérito policial baseada em cópia de auto judicial, objetivando à apuração de
possível crime de lavagem de capitais supostamente perpetrado por organização
criminosa, em virtude de desmantelamento de esquema de corrupção em operadores
de plano de saúde e hospitais no Rio de Janeiro, incluindo o Hospital da Força Aérea
Brasileira. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Conforme
manifestação da Procuradora oficiante, 'não existem elementos mínimos que
autorizem a instauração de um inquérito policial, pois a notícia de crime de lavagem de
dinheiro é mera presunção, por ser comum a existência desse delito em contexto de
crimes praticados por organizações criminosas, a fim de ocultar o produto do crime
antecedente'. Falta de justa causa. Homologação do arquivamento. Deliberação: Em
sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação
do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

94. RÁDIO CLANDESTINA – PROVA DE QUE INVESTIGADO JÁ HAVIA PROTOCOLADO


PEDIDO DE REGULARIZAÇÃO JUNTO AO MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES –
AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA PERSECUÇÃO PENAL – ARQUIVAMENTO.

DPF/AM-00409/2017-INQ Voto: 58/2020 Origem: GABPR3-RSR - RAFAEL DA SILVA


ROCHA Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO Ementa:
Inquérito Policial instaurado para apurar a suposta prática do crime de atividade
clandestina de telecomunicações. Lei nº 9.472/97, art. 183. Investigado que foi
autuado por fiscais da ANATEL por manter em funcionamento determinada rádio sem
a outorga do Ministério das Comunicações. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.
62, inc. IV). Constatação de que, em 15/02/2016, sete meses antes da autuação, o
investigado protocolizou pedido de regularização da emissora de rádio em questão
junto ao Ministério das Comunicações, fato que afasta a sua clandestinidade. Falta de
justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

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Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

95. ESTELIONATO CONTRA A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – PREJUÍZO MENOR QUE


R$ 10.000,00 – INSIGNIFICÂNCIA.

SR/DPF/MG-00408/2015-INQ Voto: 258/2020 Origem: GABPR16-PSM - PATRICK


SALGADO MARTINS Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO
Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar suposta prática do crime descrito no
art. 171, § 3º, do CP. Consta dos autos que, em 23/07/2014, um indivíduo teria
comparecido a um correspondente bancário, na cidade de Belo Horizonte/MG, e,
valendo-se de documentos falsos e identificando-se como 'W.C.da S.', aberto três
contas na Caixa Econômica Federal. No mesmo dia, teria contraído dois empréstimos
denominados 'Microcrédito produtivo orientado', nos valores de R$ 1.086,16 e de R$
2.962,30. Posteriormente, entre julho e setembro de 2014, o suspeito teria
comparecido à Agência Lagoa do Nado da Caixa Econômica Federal, identificando-se
como 'W.C.da S.' e realizado trâmites a fim de obter financiamento de um veículo.
Manifestação do MPF pelo arquivamento do feito, ressaltando que o prejuízo efetivo
para a instituição bancária federal foi de apenas R$ 1.339,55 e não haveria
proporcionalidade entre o conteúdo do injusto e a pena cominada, ainda que a mínima
(1 ano e 4 meses). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Prejuízo
inferior ao piso mínimo para o ajuizamento de ações de ressarcimento à União (R$
10.000,00), nos termos do art. 2º da Portaria nº 377/2011/AGU, o que denota a
irrelevância da conduta nos âmbitos cível e administrativo, e justifica o não
prosseguimento da investigação na seara penal. Nesse sentido, precedentes da 2ª CCR:
DPF/AM00615/2016-INQ, 751ª Sessão de Revisão, de 07/10/2019, unânime;
1.24.000.000647/2019-62, 749ª Sessão de Revisão, de 09/09/2019, unânime.
Homologação do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, a maioria, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do
voto do(a) relator(a). Restou vencido o Claudio Dutra Fontella. Participou da votação a
Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

96. ESTELIONATO – ABERTURA DE CONTA NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL COM


UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS FALSOS – CONTA USADA PARA RECEBIMENTO DE
TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS PROVENIENTES DE EMPRÉSTIMO CONTRATO EM
BANCO PRIVADO – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.

Processo: DPF/ITZ/MA-00016/2019-INQ Voto: 101/2020 Origem: GABPRM2-JMPK -


JORGE MAURICIO PORTO KLANOVICZ Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA
Ementa: Inquérito Policial. Supostos crimes de estelionato e uso de documento falso
(CP, art. 171, § 3° c/c art. 304). Abertura de conta na Caixa Econômica Federal (CEF),
com a utilização de documentos falsos em nome de C.D.B.T.P, e transferência indevida
do valor de R$ 13.200,00 (treze mil e duzentos reais), proveniente de empréstimo
fraudulento realizado em nome da pessoa mencionada junto a instituição bancária
privada e posterior saque da quantia. Revisão do declínio de atribuições (Enunciado n°
33). O crime de uso de documento falso constituiu crime meio para e delito fim de
estelionato. Aplicação, à hipótese, do princípio da absorção/consunção. Prejuízo a ser

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suportado pelo particular e/ou pela instituição bancária privada que concedeu o
empréstimo fraudulento. Inexistência de lesão direta a bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades. Ausência de elementos de informação capazes de
justificar a atribuição do MPF para a continuidade da persecução penal. Homologação
do declínio ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta
data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de
atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

97. ESTELIONATO – BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO – AUTOR QUE, FAZENDO-SE PASSAR


PELA VÍTIMA, CANCELA CONTA BANCÁRIA E ABRE OUTRA NO BANCO DO BRASIL –
NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.

Processo: 1.29.000.000039/2020-13 - Eletrônico Voto: 358/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - RIO GRANDE DO SUL Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL
BARBOZA Ementa: EMENTA: Notícia de fato. Apuração de possível prática de
estelionato (art. 171, CP). Autor que, fazendo-se passar pela vítima, cancelou conta
bancária em determinada instituição e abriu outra no Banco do Brasil S.A. para crédito
de benefício previdenciário de pensão por morte. Revisão de declínio de atribuições
(Enunciado nº 32 ' 2ª CCR). Inexistência de elementos que indiquem ofensa a bens,
serviços ou interesses da União. Prejuízo suportado por particular. Falta de indícios de
irregularidade praticada por autarquia federal. Homologação do declínio de
atribuições. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade,
deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a)
relator(a).

98. ESTELIONATO – GOLPE PRATICADO VIA SITE DE EMPRESA DE INVESTIMENTO


SITUADA NO EXTERIOR – PREJUÍZO DE PARTICULARES – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO
FEDERAL.

Processo: 1.29.000.004042/2019-64 - Eletrônico Voto: 40/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - RIO GRANDE DO SUL Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE
BENTO SOARES DO NASCIMENTO Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de
manifestação apresentada em Sala de Atendimento ao Cidadão. Relata o noticiante
que foi vítima de um golpe praticado em um site de uma empresa de investimento
situada em Londres, no Reino Unido. Afirma, também, que existem 'milhares de
pessoas sendo lesada por este site no qual faz a captação dos recursos financeiros
através dos mais diversos meios eletrônicos e ninguém consegue localizá-los ou até
mesmo bloquear o site e sanar este golpe'. Revisão de declínio de atribuições
(Enunciado nº 32 ' 2ª CCR). Crime, em tese, de estelionato praticado em prejuízo de
particular. Ausência de lesão direta a bem, serviço ou interesse da União ou de suas
entidades. Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do
Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio em favor
do Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos
termos do voto do(a) relator(a).

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99. ESTELIONATO – BOLETOS BANCÁRIOS FALSOS EMITIDOS POR MEIO DE SITE
FALSO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.

Processo: 1.30.001.004663/2019-17 - Eletrônico Voto: 251/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - RIO DE JANEIRO Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE
BENTO SOARES DO NASCIMENTO Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de
estelionato entre particulares (CP, art. 171), mediante a utilização de boletos bancários
falsos, emitidos por meio de um site falso em nome da Caixa Econômica Federal.
Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Inexistência, até o momento, de
lesão a bens, serviços ou interesse da União ou de suas autarquias e empresas
públicas. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do
Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio em favor
do Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o
colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos
termos do voto do(a) relator(a).

100. IMPOSTO DE RENDA – DEDUÇÃO DE FALSAS DESPESAS MÉDICAS E


EDUCACIONAIS – VALOR MENOR QUE R$ 20.000,00 (EXCLUÍDOS JUROS E MULTA) –
INSIGNIFICÂNCIA – ARQUIVAMENTO.

Processo: 1.22.000.003688/2019-85 - Eletrônico Voto: 3/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - MINAS GERAIS Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA
FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de
sonegação fiscal (art. 1º da Lei 8.137/90), por particular que teria deduzido falsas
despesas médicas e educacionais na declaração de ajuste anual do imposto de renda
no período de 2006 e 2007. O crédito tributário, acrescido de multa e juros, foi lançado
no valor de R$ 31.113,83. Revisão de arquivamento (art. 62, IV da LC 75/93). O Eg.
Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de 'considerar
insignificante os crimes tributários federais e de descaminho quando o débito
tributário, excluídos os acréscimos posteriores à sua consolidação, decorrentes de
juros e multa, não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00, a teor do disposto no art. 20
da Lei n. 10.522/02, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n.75 e 130, ambas
do Ministério da Fazenda' (AgRg no REsp 1716714/SP, Rel. Ministro Jorge Mussi,
Quinta Turma, julgado em 04/10/2018, dje 26/10/2018). No caso, desconsiderando o
acréscimo posterior de juros e multa, o valor do crédito restou apurado em R$
19.989,19. Aplicação do princípioda insignificância. Precedente 2ª CCR: 5008073-
19.2018.4.04.7202, Sessão de Revisão nº 730, de 26/11/2018, unânime. Homologação
do arquivamento. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a).

101. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - NÃO INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL


POR FALTA DE ATRIBUIÇÃO FEDERAL – EQUÍVOCO NA DEFINIÇÃO DA ATRIBUIÇÃO -
AUSÊNCIA DE IRREGULARIDADE.

Processo: 1.29.003.000252/2018-72 - Eletrônico Voto: 681/2019 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE NOVO HAMBURGO-

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RS Relator(a): Dr(a) PAULA BAJER FERNANDES MARTINS DA COSTA Ementa: CONTROLE
EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL. NOTÍCIA DE FATO. ARQUIVAMENTO. DELEGADO DE
POLÍCIA FEDERAL. NÃO INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL POR FALTA DE
ATRIBUIÇÃO FEDERAL. PECULIARIDADES E CIRCUNSTÂNCIAS QUE JUSTIFICARAM O
EQUÍVOCO NA DEFINIÇÃO DA ATRIBUIÇÃO. POSTERIOR INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO
POLICIAL. AUSÊNCIA DE IRREGULARIDADE NA CONDUTA DE DELEGADO. AUSÊNCIA DE
PREJUÍZO À PERSECUÇÃO PENAL. HOMOLOGAÇÃO. Deliberação: Em sessão realizada
nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do
arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

102. DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - RESTITUIÇÃO DE MIL DÓLARES APREENDIDOS


COM FLAGRANTEADA POR CRIME DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS –
DISCRICIONARIEDADE DO DELEGADO – NÃO CONFIGURA IMPROBIDADE.

Processo: 1.34.006.000253/2014-01 Voto: 748/2019 Origem: PROCURADORIA DA


REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE GUARULHOS/MOGI Relator(a): Dr(a) JOAO FRANCISCO
BEZERRA DE CARVALHO Ementa: CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL.
INQUÉRITO CIVIL. REVISÃO DE ARQUIVAMENTO. POLÍCIA FEDERAL. DEAIN. DELEGADO
DE POLÍCIA FEDERAL. RESTITUIÇÃO DE MIL DÓLARES APREENDIDOS COM
FLAGRANTEADA POR CRIME DE TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. LAVRATURA
EM TERMO PRÓPRIO. ENTENDIMENTO DA AUTORIDADE, DENTRO DAS
CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS DA FLAGRANTEADA, DE QUE O VALOR APREENDIDO NÃO
ERA PRODUTO DE CRIME. DISCRICIONARIEDADE DENTRO DOS LIMITES LEGAIS. ARTS.
118 E 120 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. OCORRÊNCIA PONTUAL NA CARREIRA DA
AUTORIDADE POLICIAL. NÃO SUBSUNÇÃO DA CONDUTA À IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. AUSÊNCIA DE CULPA E DOLO. HOMOLOGAÇÃO DO
ARQUIVAMENTO. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do arquivamento, nos termos do voto do(a)
relator(a).

103. PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS – SUPLEMENTOS


ALIMENTARES SEM REGISTRO NA ANVISA – COMERCIALIZAÇÃO INTERNA (SEM
TRANSNACIONALIDADE) – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

Processo: JF-RJ-0800089- 64.2013.4.02.5101-INQ Voto: 509/2020 Origem: GABPR16-


DSA - DOUGLAS SANTOS ARAUJO Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE
CARVALHO Ementa: Inquérito policial. Crime de falsificação, corrupção, adulteração ou
alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, § 1º-B, I, do
CP). Inquérito Policial instaurado a partir de ação do Serviço de Repressão a Crimes
Cibernéticos da Polícia Federal, localizado em Brasília/DF, que, ao realizar apuração de
notícia de comercialização irregular de produtos terapêuticos em site, adquiriu os
seguintes suplementos: 1 frasco de FAT ATTACK e 1 frasco de FIRE CUTS EXTREME, os
quais foram encaminhados à Polícia Federal no Rio de Janeiro. Verificou-se que os
referidos produtos não possuíam registro na ANVISA. Revisão de declínio de
atribuições (Enunciado n° 32 desta 2ª CCR). Comercialização interna. Ausência de
indícios de transnacionalidade da conduta examinada. Precedente do Superior
Tribunal de Justiça (CC 104.842/PR, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Terceira

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Seção, DJe 01/02/2011). Inexistência de elementos de informação capazes de legitimar
a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Além disso, tendo
em vista que a apreensão dos referidos produtos se deu em Brasília/DF, a atribuição
para atuar no caso é do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, à luz da
jurisprudência do STJ (AgRg no REsp 1659315 / RS, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, Quinta Turma, Data do Julgamento 15/08/2017, DJe 25/08/2017).
Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade,
deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a)
relator(a).

104. LAVAGEM DE DINHEIRO – CRIME ANTECEDENTE DE COMPETÊNCIA ESTADUAL –


NÃO HÁ ATRIBUÇÃO FEDERAL.

Processo: SPF/BA-00350/2019-INQ Voto: 436/2020 Origem: GABPR004-ALBN - ANDRE


LUIZ BATISTA NEVES Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA Ementa: Inquérito
Policial. Possível prática do crime de lavagem de capitais, por investigado preso em
flagrante portando R$ 364.447,00. Lei nº 9.613/98. Revisão de declínio de atribuições
(Enunciado nº 32 ' 2ª CCR). Após a realização de diversas diligências, restou
evidenciado que o investigado participa ativamente de uma associação criminosa
voltada para o tráfico de drogas em Feira de Santana/Ba, sendo responsável pelo
transporte da droga e arrecadação do numerário obtido com as operações do tráfico.
Não se extrai do relatório indícios da prática de crime de competência da Justiça
Federal. Conforme dispõe o art. 2º, III, a e b, da Lei nº 9.613/98, o processo e o
julgamento do crime de lavagem de dinheiro será da competência da Justiça Federal
quando praticado contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira ou em
detrimento de bens, serviços ou interesses da União, de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, ou ainda, quando a infração penal antecedente for de competência
da Justiça Federal. (CC 113.359/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira
Seção, DJe 05/06/2013). Carência de elementos de informação capazes de indicar, por
ora, o interesse da justiça federal na apreciação do feito. Homologação do declínio de
atribuições ao Ministério Público Estadual. Deliberação: Em sessão realizada nesta
data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de
atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

105. DESCONTOS NÃO AUTORIZADOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO PROMOVIDOS


POR ASSOCIAÇÃO – NÃO HÁ ATRIBUIÇÃO FEDERAL.

Processo: 1.11.000.001536/2019-21 - Eletrônico Voto: 481/2020 Origem:


PROCURADORIA DA REPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO DOS PALMARES Relator(a): Dr(a)
MARCIA NOLL BARBOZA Ementa: Notícia de Fato. Representação efetuada na Polícia
Federal, na qual o noticiante relata a ocorrência de descontos não autorizados em seu
benefício previdenciário promovidos por associação com sede em Fortaleza/CE. CP,
art. 171. Segundo informação do INSS, o desconto foi incluído em 05/04/2019 e
excluído em 30/04/2019. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª
CCR). 1) Sob a ótica penal, o fato noticiado não acarreta lesão direta a bens, serviços
ou interesse direto da União ou de suas entidades, uma vez que o prejuízo é restrito ao

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patrimônio do particular. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério
Público Estadual em relação à matéria criminal. 2) Sob a ótica cível, verifica-se que o
MPF vem atuando em casos semelhantes ao ora em análise, uma vez que a conduta
pode vir a afetar interesses coletivos da sociedade. Retorno dos autos à Procuradora
oficiante para que comunique o Ofício Cível PR/CE para a adoção das providências que
entender cabíveis. Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à
unanimidade, deliberou pela homologação do declínio de atribuição, nos termos do
voto do(a) relator(a).

106. ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO VEICULAR – ATUAÇÃO COMO SEGURADORA – SEM


AUTORIZAÇÃO DA SUSEP – CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (ART.
16 DA LEI 7.492/86).

JF/CRI/SC-5007525- 17.2020.4.04.7204-INQ - Eletrônico Voto: 25/2021 Origem:


GABPRM1-EFZF - ELOI FRANCISCO ZATTI FACCIONI Relator(a): Dr(a) PAULO DE SOUZA
QUEIROZ Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. SUPOSTO CRIME CONTRA O SISTEMA
FINANCEIRO NACIONAL. PRÁTICA DE OPERAÇÃO TÍPICA DE SEGURADORA, SEM A
DEVIDA AUTORIZAÇÃO. REVISÃO DE ARQUIVAMENTO (LC Nº 75/93, ART. 62, IV).
FATOS NARRADOS QUE CONFIGURAM, EM TESE, O CRIME DO ART. 16 DA LEI Nº
7.492/86. DESIGNAÇÃO DE OUTRO MEMBRO DO MPF PARA PROSSEGUIR NA
INVESTIGAÇÃO. 1. Inquérito Policial instaurado para apurar a prática, em tese, de
crime contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei nº 7.492/86, art. 16), pelos
administradores de associação de proteção veicular que, sem a devida autorização
legal, atuaria como seguradora. 2. O Procurador da República promoveu o
arquivamento do procedimento por considerar que, no caso, a referida associação
veicular não se equipara à seguradora ou instituições financeiras, uma vez que não há
distribuição de lucros entre os associados, tratando-se de associação de ajuda mútua
que dispensaria a autorização da SUSEP. 3. De acordo com os precedentes desta 2ª
Câmara de Coordenação e Revisão e seguindo o entendimento da Superintendência de
Seguros Privados ' SUSEP, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, responsável pelo
controle e fiscalização do mercado de seguro, identificadas todas as características
básicas da atividade securitária ' mutualismo, previdência e incerteza ' e também os
elementos essenciais do contrato de seguro ' garantia, interesse, risco e prêmio, a
conduta, em tese, amolda-se ao art. 16 c/c art. 1º, parágrafo único, inciso I, da Lei nº
7.492/86. 4. Precedentes desta 2ª CCR: Processo n° 1.33.007.000200/2020-58, julgado
na Sessão n° 790, de 20/11/2020, unânime; Voto n° 379/2017, Processo n° 0060629-
59.2016.4.01.3800, julgado na Sessão n° 670, de 30/01/2017, unânime. 5. Precedente
do Conselho Institucional do Ministério Público Federal: Procedimento n°
1.25.000.003534/2017-10. 6. Não homologação do arquivamento. Designação de
outro membro do Ministério Público Federal para atuar no caso, podendo propor as
medidas que julgar cabíveis: continuidade das diligências, análise da possibilidade da
propositura de acordo de não persecução penal ou oferecimento da denúncia.
Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou
pela não homologação de arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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