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GRIVET
NOVA
GRAMMATICA ANALYTICA
DA
LINGUA PORTUGUEZA
-♦
mo DE JANEIRO
'J ' y P . DE p . p E U Z IN G E F ^ ^ p IL H O S , p u V ID O I^ 3 1
1881
ALGUMAS PALAVRAS
A
VIII
cluido a sua grande obra, esperando dá-la á luz da publicidade,
quando o pcrmittisscm os seus recursos.
Era esta a sua ultima ambição, de cujos fructos devia partilhar
a mocidade brazileira.
Porém, um poder superior á sua vontade determinou o contrario.
Aquella era a sua ultima decepção também, porque em 14 de janeiro
de 1870 0 illustre professor deixou de existir!
Com a morte de tão distincto varão, a corporação dos professores
do Brazil perdeu um dos seus mais illustrados representantes, e a
lingua portugueza um dos seus mais infatigáveis cultores.
Depois do passamento do professor, tornára-se mais difíicil a im
pressão da grammatica, visto como esse manuscripto constituía o unico
patrimônio que o autor legára á sua viuva!
Em taes circumstancias, um coração generoso, o Snr. Conselheiro
Octaviano, tomando a si o patrocinio da grammatica, no interesse de
prestar um valioso serviço ás lettras do seu paiz e dos que fallão o
idioma portuguez, solicitou a attenção do Snr. Ministro do Império
daquclla época, pedindo que, no caso de ser merecedora, fosse aquella
obra impressa na Typograpliia Nacional e adoptada nas escolas publicas.
Na carta, que o festejado litterato brazileiro dirigio ao ministro,
encontramos as seguintes palavras, bastante honrosas ás cinzas do fi
nado professor. Elias dizem:
« Nunca conbeci quem reunisse tanta illustração a tanta aptidão
« no magistério. Sua morto foi uma perda irreparável. Observava
« eu, quando minhas filhas, á noute, repetião suas lições em casa,
« que o Snr. Grivet lhes facilitava o ensino das linguas portugueza e
« franceza, por meio de um systema grammatical de rara precisão
« nas definições e de feliz gradação na marcha das idéas. »
Em consequência do pedido do Snr. Conselheiro Octaviano, o mi
nistério do Império encarregou a uma commissão o estudo do autho-
grapbo, a qual deu o luminoso parecer que vai adiante transcripto.
As suas eloquentes e bem pensadas observações darão ao leitor
um juizo seguro e verdadeiro sobre o merecimento desta obra.
E depois...
A preciosa grammatica Grivet teria sido devorada pelos ver
mes de algum dos arebivos públicos, se M.“® Grivet, confiante na
protecção da população brazileira e em homenagem á memória de seu
esposo, não emprehendesse a sua publicação.
* * *
RELATORIO
do Conselheiro Dr. Prancisco Octaviano de Almeida Kosa
e do Oommendador J. B. Calogeras
sobre a grammatica portugueza de A. GRIVET,
NOVEMBRO DE I 876.
T E R C E IR A P A R T E .
O R T O G R A P H IA .
As bases da ortographia são a etymologia e a phonicidade ou eupho-
nia. As discordâncias arbitrarias sobre a applicação destas bases, são
as causas da falta de um padrão definitivo acerca de milhares de pala
vras. — E ’ para notar que são poucas as terminações das seis especies
de palavras variaveis. — Os aecentos devetn-se empregar com parci
m ônia.— Para discriminar o pretérito do futuro é preferível accentuar
a penúltima syllaba do primeiro do que a ultima do segundo, que é
já accentuada com o til. — A terminação do passado em am não é
XIV
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lO ÏA CRAMMâTICA ANALÏTICA
DA
L IN G U A P O llïU G U E Z A
NOÇÕES PRELIMINARES
LEX ICO LO G IA
Das letras
9. Chama-se linguagem ou discurso a enunciaçao
verbal ou escripta dos pensamentos.
10. Todo o pensamento, ou complexo de pensamentos
encerrado por um ponto final denomina-se grammatical-
mente oração.
Exemplos:
O homem é um ente racional.
O homem é o unico dos entes deste mundo — que fica res
ponsável p)elos seus actos.
11. Uma oração póde constar de uma ou de mais
palavras. Ex. Ouvi. — Que deve procurar o homem em todos
os actos de sua vida?
Uma palavra póde constar de uma ou de mais vozes.
Ex. JNão— respoyideis?
Uma voz póde constar de uma ou de mais letras. Ex.
O — hem.
12. As letras dividem-se em — vogaes c consoantes.
VoGAES são A E I 0 u Y. Assim se chamão por poderem
constituir do per si sós uma voz. Consoantes são todás as
mais letras, por nunca constituírem uma voz sem o con
curso de ao menos uma vogal.
13. Cada voz representada por uma ou mais letras
denomina-se grammaticalmente syllaba. Assim é que, em
bora diverso seja o numero das letras de que constão os
vocábulos do seguinte exemplo, cada um dellcs constituo
todavia uma só syllaba, porque cada um delles se enuncia
em um só voz : E' — um — dos — tres — trens...
PRLMEIRA PARTE - LEXIOOLOGIA
C A lF I T U L O I
DO VERBO
26. V erbo é uma palavra variavel que enuncia um
facto; ora trabalii.vmos é palavra enunciando um facto;
portanto trabalhamos é verbo.
27. Discrimina-se, alicás, pi*aticamentc um verbo do
outra qualquer es])ocie de palavras por lho competir ex-
clusivamonte a faculdade de se conjugar, isto é, do se mo
dificar em terminação sob a influencia dos referidos ]iro-
nomes eu, tu, elle ( ella), — nós, vós, elles ( ellas). E x . ;
Eu trabalho Nóstrabalhamos
Tu trabalhas Fos trabalhais
Elle trabalha Elles trabalhão
28. Considerado em si, o facto reverte forçosamento
em uma das tres seguintes categorias: elle é de acção de
ESTADO ou DE NECESSIDADE. ’
Exemplo :
_B asta que sejamos infelizes, para não contarmos ?nuitos
amigos.
Tios são os verbos que ahi concorrem á enunciação
do pensamento: basta, sejamos a contarmos; cada um delfes
porem, pertence a uma categoria diversa: pois contarmos
(de contar) e verbo de acção; sejamos (de ser), verbo de
estado , e basta (de bastar), verbo de necessidade.
. fundamentos em que se baseia esta triplice divisão,
virao opportiinamcnto declarados, bem como as importantes
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA
Dos modos
30. Não é possivel emittir um pensamento sem que
nelle occorra, expressa ou tacitamente, ao menos um verbo,
lodos os outros tempos podem fiilbar; elle, não. Bx. Chove.
31. O verbo preside, portanto, a todo o qualquer pen
samento, e, em virtude desta funcção, serve-lhe analytica-
mente do representante. A sua mesma denominarão é a
declaraçao concisa de sua primazia, pois verbo sie-nifica
etvmologicamente palavra por excellencia.
32. Mas 08 pensamentos apparecem, no discurso já
SOLTOS ja CONNEXOS, conformo se desamparão ou se ajudão
os verbos que os dominão.
Os pensamentos apresentão-se soltos quando de tal
modo se deixao aiiartar, que cada um pódc subsistir de
per 81 so sem obscuridade nem falseamento de sentido.
X. ^eos CMOU 0 eéo e a terra. — Tudo proclama a omni
' \,
potência de Deos.
Os pensamentos apresontão-se connexos quando de tal
modo se prendem pelos verbos que os representão, que
nao se deixao apartar sem obscuridade ou falseamento de
sentido, Bx Injelizmente não poucos sÃo 05 homens — que
DENEGAO a Deos 0 culto — que se lhe deve, — como se assim
se SUBTRAIIISSEM a seu poder.
Ninguém ha que, applicando a estas duas ordens de
pensamentos os critérios expendidos, deixo do reconhecer
na primeira, dous pensamentos soltos ou independentes, e
uL^ta^outros^^^^'*^ pensamentos connexos ou dependentes
^33. Como, porém, sob esta dupla influencia de colli-
gaçao ou de apartamento dos pensamentos, os verbos os-
tentao series de formas^ bastante variadas, indagou-se à L
ausas que as origmavão, e achou-se que erão cinco, con
tei indo cada uma ao tacto uma feição especial. A estas
cinco series ou grujios de formas deu-se a Lnominação cíe
MODOS 0 a coordenação geralmcnte adoptada na sua^expo
sição foi a seguinte: o indicativo, o condicional, o ijupe-
RATIVO, o SUBJUNCTIVO e O INFINItÍv O.
o piimeiio apresenta o facto como eefectivo ; 0 so-
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 9
gundo, como condicional ; o terceiro, como mandado ; o
quarto, como iiypotiietico ; o quinto, como indeterminado.
Porém as relações mutuas dos modos jogão com tantos
outros quesitos grammaticaes, que não podem ser devida
mente aquilatados senão na parte syntaxica.
34. Todavia, pela sua summa importância, cumpro
ter como desde já estabelecido nm principio quo domina
toda a theoria dos verbos, e vem a ser o seguinte; O verbo
só se torna representante de nm pensamento em um dos
quatro primeiros modos; no quinto, ou infinitivo, 2uinca o
é, porque, neste ultimo caso, suas principaes funeçoes são
sempre as de um mero substantivo. Por isso é, por exem
plo, que « Chove » enuncia do })cr si só um pensmnento, ao
passo que « Chover » enuncia apenas uma idéa, isto é, nm
dos elementos de um pensamento, mas não um pensa
mento.
Dos tempos
35. Todo e qualquer facto, humanamente fallando,
rcalisa-se no tempo. Fóra desta condição, o homem não
concebe nada directa e affirmativamentc; pois, para elle, a
eternidade é uma idéa indirecta e negativa : « O que não
qwincipia nem acaba. O tempo é assim a succcssão das
cousas. A successão das cousas abrange, sem mais nem
menos, tres épocas, chamadas épocas da duração: o pre
sente, 0 passado e o futuro. A recordação de temi)0 é,
portanto, inseparável da enunciação de facto.
36. Por associação do idéas, todo o qualquer conjuncto
de fôrmas verbaes recordando uma mesma época da du
ração veiu a ser chamado em Grammatica tempo do
VERBO.
Os tempos são assim as feições mediante as quacs os
verbos indicão, dentro dos modos, as tres épocas da du
ração.
37. A’ vista desta consideração, talvez deduza-se an
tecipadamente a consequência que, em cada modo, devão
ser sómente tres, e sempre tres os tempos verbaes, a saber :
um conjuncto de fôrmas para o presente, outro para o pas
sado, e outro, emfim, para o futuro. Na realidade não é
assim, e em nenhuma lingua existe tão systematica dispo
sição. Em portuguez, notavelmente, os tempos são oito
no indicativo, quatro no condicional, um no imperativo,
OITO no subjunctivo, e seis no infinitivo.
38. As razões donde dimana tal desigualdade, são
duas. A primeira consisto cm que, n’um mesmo modo,
10 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
Do sujeito
V 49. S ujeito é a palavra ou conjuncto do palavras que
rege ao verbo em numero e j^essoa.
50. Conforme a significação do verbo, o sujeito se
apresenta, ou como o autor do facto, assim em julga,
ou como o objecto do facto, assim em E lle é julgado.
Porém, neste, como naquelle caso, ó distinctivo delle que
imponha ao verbo a concordância em pessoa e numero:
portanto rege-o. Basta, com effeito, para verificar a exa-
ctidao deste principio, mudar o numero do sujeito, para
que, da mesma feita, lhe corresponda no verbo uma modi
ficação adequada. Ex. E lles julgão. — E lles são julgados.
51. O sujeito pôde constar de uma ou de mais pa
lavras; porém, seja qual fôr .o seu numero, ellas pertencem
restrictamente, ou á classe dos substantivos, ou á dos pro
nomes, ou á dos verbos em um dos quatro primeiros
tempos do Jnfinitivo. Cumpre attender, além disso, que
coni excepção dos pronomes eu e tu, nós e vós, todas as
mais palavras avocão necessariamente no verbo a terceira
m ■- pessoa do singular ou a terceira do plural.
hh
l';k I
52. Discrimina-se, aliás, praticamente o sujeito fa-
gendo-se com o verbo a pergunta: « Quem é que..,f » para
C-
íi'
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 15
Dos complementos
54. Se todos os verbos de acção o de estado são ca-
racterisados j:)ela regencia de um sujeito expresso ou occulto,
0 os verbos de necessidade, pela deficiência de todo e qual-
qiiei ^ sujeito, quer expresso, quer occulto, uns e outros
adquirem, da assistência ou da falta de um complemento,
novos distinetivos para uma classificação que, embora di
versa, torna-se, na pratica, tão indispensável como a an
terior.
55. Complemento é a palavra ou conjuncto do palavras
que^ junto a um verbo, inteira-lhe o sentido. Exemplo :
(( iLmcnda-T^. »
56. Inteirando-lhe o sentido sem proposição, o com-
p emento ó directo : (Ama teu proximo) ; inteirando-lh’o
com preposição, o complemento é indirecto (Ama de co- ^
ração).
iM PE ssoA E s, p o r q u a n t o lim it a - s e á c m in c ia ç ã o d e a lg u n s
p h c n o m c n o s n a t u r a e s c u jo a g e n t e o u in o t o r e s c a p a a t o d a
e q u a lq u e r d e s i g n a ç ã o ; relaynpeja, troveja, 7ieva, graniza, e t c .
P o r é m e x t e n s i s s i m o é o n u m e r o d o s accidentalmente im-
PESSOAES, v i s t o q u e n c l l e s e a lis t a o , t a n t o d e n t r o o s o u t r o s
e le m e n t a r e s , c o m o d e n t r o o s c o m b in a d o s , t o d o s o s v e r b o s
q u e , f u g in d o á r e s p o n s a b ilid a d e , a p r e s e n t ã o o f a c t o s o b a
capa do anon ym o. E x . ( D o a c t iv o fazei'): F a z / n o . Q u e m
faz...? — ( D o n e u t r o ca ro cer) : Carece andar. Q u e m carece...?
— ( D o p r o n o m in a l seguir-se) : S egue-se que fará frio. Q u e m é,
o u q u e é o q u e se segue que...?— ( D o s p a s s i v o s ser s o ò id o ,—
estar visto): E’ sabido que... — E stá visto que... e t c .
Dabi decorre que, conforme a sua procedência, os ac
cidentalmente impessoacs, apparecem, já com ou sem com
plemento directo de substantivo ou pronome, já com ou
sem predicado ; porém o que a todos absolutamente fallecc,
é um sujeito, quer expresso, quer occulto. Ex. Se, no outro
mundo, não houvera inferno, e, neste mundo, não houvera
JUSTIÇA, ERA muito BOM. (P. Ant. Vieira). Ahi tem o pri
meiro houvera um complemento directo no substantivo
inferno, e o segundo, um igual complemento cm justiça,
como era tem um predicado no adjectivo . bom; porém a
nenhum dclles é possivel assignai’ um sujeito.
Por todas estas considerações vê-se que a expressão
de verbos impessoaes allude meramente á conjugação trim- j
cada dos verbos de necessidade, e que uns c outros são »^Na-J
ctamente os mesmos.
Entretanto os essencialmente impessoaes não são estremes
de uma anomalia já assignalada nas anteriores classes de
verbos, vindo ella a ser que, por assumirem occasionalmente
um sujeito, tornão-se accidentalmente neutros ou mesmo
activos, conforme se dá nelles deficiência ou assistência de
um complemento directo de substantivo ou pronome. ^ Ex.
« T roveje em vão Mavorte sobre a serra! » tJanuario da
Cunha Darbosa). — As nuvens choverão por
uma consequência natural de gozarem, ainda que mui ex
cepcionalmente, da faculdade de se tornar activos, os
mesmos verbos não íicão inhibidos de assumir a forma
passiva. Ex. Os penedos daquella serrania, parece que estão
ameaçando ruína, e que forÃo chovidos, ou feitos á mão por
industria humana. (Duarte ISTunos de Leão).
1
PRIMEIRA para os
os verbos cm ar, de segunda para os verbos em er, e
TERCEIRA para os verbos em ir .
Cliamão-se paradigmas os verbos
conjugação, servem de norma ou modelo para as succcssivas
Os escolhidos nesta grammatica,
RENDER e PUNIR.
88. Considerados cm relação aos seus paradigmas, os
verbos se distinguem em regulares, irregulares c defe-
CTIVOS.
Regulares são os que, em todos os seus modos, tempos,
números e pessoas, se conjugão conforme o seu paradigma.
Irregulares são os que, em algum modo, tempo, nu
mero ou pessoa, divergem de seu paradigma.
Refectivos são os em que se dá uma deficiência de
modo, tempo, numero ou pessoa.
Todos os verbos que não vierem adiante assignalados
como irregulares ou defectivos, devem ser tidos como re
gulares.
89. Todavia as conjugações dos quatro auxiliares an-
tccipão-se naturalmentc a todas as outras, porque em todas
é indispensável o concurso de uns ou outros destes verbos
para a formação dos tempos compostos. A esta conside
ração accrescc a de suas numerosas anomalias, que, tor
nando-os summamente irregulares, fazem do seu completo
desenvolvimento conjugativo uma necessidade indeclinável.
2.® TE M PO
(Pass, irnperf.)
Eu tinha Eu havia
Tu tinhas Tu havias
Ello tinha Elle havia
Nós tinhamos Nós haviamos
Vós tinhcis Vós haveis
Ellcs tinhão Elles havião
3.® T E M PO
(Pass, per/.)
Eu tive Eu houve
Tu tiveste Tu houveste
Elle teve Elle houve
Nós tivemos Nós houvemos
Vós tivestes Vós houvestes
Elles tiverão Elles houverão
4.® TE M PO
(Pass. m. q. perf.)
Eu tivera Eu houvera
Tu tiveras Tu houveras
Elle tivera Elle houvera
Nós tivêramos Nós houvêramos
Vós tivereis Vós houvereis
Elles tiverão Elles houverão
6.® T E M PO
TEM PO
Futuro
Eu terei Eu haverei
'J'ii terás Tu haverás
Elle terá Elle haverá
iVós teremos Xós haveremos
Vós tereis Vós havereis
Elles terão Elles haverão
8 .° TEM PO
(Fut. comjt.)
Eu terei OU haverei
Tu terás )) haverás
Elle terá » haverá
Nós teremos » haveremos tido ou havido
Vós tereis » havereis
Elles terão w haverão
CONDICIONAL
l.° TEM PO
( Pres.-]mss.-ftU. prop.)
Eu teria Eu haveria
Tu terias Tu haverias
Elle teria Elle haveria
Nós teriamos Nós haveriamos
Vós terieis Vós haverieis
Elles terião Elles haverião
2.0 T E M P O
(Pass, prop.)
Eu teria I haveria
Tu terias ' haverias
I' I Elle teria ' haveria
Nós teriamos • haveriamos tido ou havido
Vós terieis I haverieis
Elles terião ' haverião
3.® T E M P O
( Pres.-pass.-fut. suppl.)
Eu tivera Eu houvera
Tu tiveras Tu houveras
Elle tivera Elle houvera
Nós tivêramos Nós houvêramos
Vós ti vereis Vós houvereis
Elles tiverão Elles houverão
<í. -.
PRIMEIRA p a r t i: - LEXICOLOGIA 29
4 .0 TEM PO
(P a s s , s u p p l.)
(F u tu ro )
( P r è s .- f u t . )
En tenha Eu haja
Tu tenhas Tu hajas
Elle tenha Elle haja
Nós tenhamos Nós hajamos
Vos tenhais Vós hajais
Elles tenhão Elles hajão
2 .0 TEM PO
( P r e s .- p a s s .- fu t .)
Eu tivesse Eu houvesse
Tu tivesses Tu houvesses
Elle tivesse Elle houvesse
Nós tivéssemos Nós houvéssemos
Vós tivesseis Vós houvésseis
Elles tivessem Elles houvessem
3.0 T EM PO
( P r e s .- p a s s .- fu t.- s u p p l.)
Eu tivera Eu houvera
Tu tiveras Tu houveras
Elle tivera Elle houvera
Nós tivêramos Nós houvêramos
Vós tivereis' Vós houvereis
Elles tiverão Elles houverão
i
30 NOVA ORAMMATICA ANALYTICA
4 .0 TEM PO
( P a ss, p e r f .)
Eu tenha OU haja
Tu tenhas M hajas
Elle tenha » haja
Nós tenhamos » hajamos ) tido ou havido
Vós tenhais » hajais
Elles tenhão » hajão
5 .« T EM PO
( P a ss. m. q. p e r f .)
Eu tivesse ou houvesse
Tu tivesses houvesses
Elle tivesse » houvesse
Nós tivéssemos » houvessemosf tido ou havido
Vos tivesseis » houvésseis
Elles tivessem » houvessem
6.0 TEM PO
i'. (P a s s . m . q. p e r f. s u p p l.)
Eu tivera OU houvera
Tu tiveras houveras
Elle tivera houvera
Nós tivêramos houvêramos | tido ou havido
Vós tivereis houvereis
Elles tiverão houverão
/ .* TEM PO
(F u tu ro )
Eu tiver Eu houver
h Tu tiveres Tu houveres
Elle tiver Elle houver
Nós tivermos Nós houvermos
Vós tiverdes Vós houverdes
Elles tiverem Elles houverem
8.0 TEM PO
(F u t. eom p.)
Eu tiver OU houver
Tu tiveres » houveres
Elle tiver >) houver
Nós tivermos » houvermos tido ou havido
Vós tiverdes » houverdes
Elles tiverem » houverem
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 31
IN FIN IT IV O
1. ° TEM PO
Ter Haver
2. “ TEM PO
( P r e s .-p a ss.- fu t. p e s s .)
Eu ter Eu baver
Tu teres Tu b avérés
Elle ter Elle baver
H 6s termes Nos bavermos
Vos terdes Vos baverdes
Elles terem Elles baverem
3 .° TEM PO
(P a s s , im p e ss.)
( P a ss. p e s s .)
Eu ter ou baver
Tu teres » b avérés
Elle ter » baver tide ou bavido
NÓS termos » bavermos
Vós terdes )) baverdes
Elles terem » baverem
5.0 TEM PO
(O eru n d io s im p .)
(O eru n d io comp. )
PAKTICIPIOS
P A R T . IN V A R IA V E L
Ilavido
P A R T . V A R IA V E L
( P rese n te)
Eu soil Eu estou
Tn és Tu estás
Elle é Elle está
Nós somos Nós estamos
Vós sois Vós estais
Elles são Elles estão
2.0 TEM PO
( P a ss, im pe?'/.)
Eu era Eu estava
Tu eras Tu estavas
Elle era Elle estava
Nos eramos Nós estavamos
Vos ereis Vós estáveis
Elles erào Elles estavão
1 1 “ 3.0 TEM PO
M (P a s s , p e r / .)
Eu fui Eu estive
Tu foste Tu estiveste
Elle foi Elle esteve
Nós fomos Nós estivemos
Vós fostes Vós estivestes
Elles forão Elles estiverão
idp'i
íi
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 33
4.° T E M rO
Eu tenho ou hei
Tu tens » has
Elle tem » ha
Nós temos » havemos sido ou estado
Vós tendes » haveis
Elles têm )) hão
5.® TEMPO
( P a ss. m. q. ] ) e r f.)
Eu tiulia ou havia
d’u tiulias » havias
Elle tinha » havia
Nós tinhamos » haviam os sido ou estado
Vós tinheis « havieis
Elles tiuhão w liavião
7.0 TEM PO
(F u tu ro )
Eu serei Eu estarei
Tu serás Tu estarás
Elle será Elle estará
Nós seremos Nós estaremos
Vós sereis Vós estareis
Elles serão Elles estarão
8.0 TEM PO
( F u t. comp. )
Eu terei ou haverei
Tu terás )) haverás
Elle terá w haverá sido ou estado
Nós teremos )) haveremos
Vós tereis » havereis
Elles terão w haverão
31 NOVA GRAMMATTCA AXALYTICA
CONDICIONAL
1.® TEM PO
( P re s.-p a ss.~ fu t. p r o p .) 1
•i
Eu seria Eu estaria
Tu serias Tu estarias •ij
hlle seria Elle estaria í
N()s seriamos Nós estariamos
A'^ós serieis Yós estarieis
Klles serião Elles estarião il
2.0 TEM PO
(P a s s . 2^'>'op.)
( P r e s - p a s s .- fu t. s u p p l.)
( P ass, s u p p l.)
Eu tivera OU houvera
Tu tiveras » houveras
Elle tivera » houvera
Nós tivêramos » houvêramos sido ou estado
Yós ti vereis » houvereis
Elles tiverão w houverão
IMPEKATIVO
TEMPO UNICO
(F u tu ro )
( P r e s .- fu t. )
sejii Eu esteja
3'u sejas Tu estejas
I'illo SO)a Elle esteja
Xos sejarnos Xós estejamos
A"os sejais Vós estejais
Elies sejão Ellcs estejíío
2 .“ TEM PO
( Pass. 2^ e r f . )
Mu tenha OU haja
dhi tenhas » hajas
Mlle tenha )) haja sido ou estado
Xós tenhamos )) hajamos
Vós tenhais » hajais
Mlles tenhão )) hajão
0 .“ TEMPO
( P a s s . m . q. 2><^i'f-)
Mu tivesse OU houvesse
Tu tivesses » houvesses
Elle tivesse )) houvesse sido ou estado
X()s tivéssemos )) houvéssemos
V(')s tivésseis )) houvésseis
Mlles tivessem » houvessem
G.® TKMPO
( P a ss. m. q. 2^crf. s iip p l.)
Eu tivera OU houvera \
Tu tiveras houveras
Elle tivera houvei*a
Nós tivêramos houvêramos sido ou estado
Vós tivereis houvereis
Elles tiverão houverão
t.° TEM PO
(F u tu ro )
Jvi íór Eu estiver
Tu fôres Tu estiveres
Elle íór Elle estiver
Nós formos Nós estivermos
Vós fordes V^ós estiverdes
Elles forem Elles estiverem
8.® T E M PO
( F u t . com p.)
Eu tiver ou liouver
Tu tiveres » houveres
Elle tiver » houver
Nós tivermos » houvermos ; sido ou estado
Vós tiverdes » houverdes
Elles tiverem )) houverem
IN F IN IT IV O
1.® TEM PO
( P r e s .- p a s s .- fu t . im p e ss.)
Ser Estar
2.0 TEM PO
( P r e s .- p a s s .- fu t . p e s s .)
ser Eu estar
Tu seres Tu estares
Elle ser Elle estar
Nós sermos Nós estarmos
Vós serdes Vós estardes
Elles serem Elles estarem
3 .0 TEM PO
(P a s s , im p e ss.)
Ter ou haver sido Ter ou haver estado
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 37
é .o T E M PO
(P a s s , p e s s .)
Eu ter ou haver
Tu teres » haveres
Elle ter » haver
Nós termos » havermos sido ou estudo
Vós terdes » haverdes
Elles terem » haverem
5.® TEMPO
(O e ru n d io s b n p .)
( eu, iiós r eu, nos
Sendo ^ tu, vós J
Estundo < tu, vós
vus
(^elle, elles (elle, elles
6.® T E M PO
(G e ru n d io com p.)
Tendo ( eu, nós Tendo ( eu, nós
ou tu, vós Uido ou tu, vós [-estado
Havendo (elle, elles ) Havendo (elle, elles )
PARTICIPIOS
PAHT. IN V A R IA V E L
Estado
P A R T . V A R I A VE L
(Falta).
N ota. Por estar conjuga-se o derivado sohrcestar.
PEIMEIEA CONJUGAÇÃO
nos VERBOS ELEMENTARES REGULARES
Paradigma dos verbos em ar
AMAR
INDICATIVO
1.® TE M PO
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA
TKM PO
(P u t. covip.)
Eu terei ou haverei \
Tu terás )) haverás 1
Elle terá w haverá ( amado
Nós teremos )) haveremos ^
Vós tereis » havereis \
Elles terão » haverão /
^CONDICIONAL
1 .° TEM PO
( P re s.-p a ss.-fu t. p r o p .)
(P a s s . p 7'o p .)
Eu teria ou haveria
Tu terias » haverias
Elle teria » haveria amado
Nós teriamos » haveriamos
Vós terieis » haverieis
Elles terião )) haverião
3.0 T E M PO
(P r e s .- p a s s .- fu t. su p p l.)
(P a .ss. su p p l.)
Eu tivera OU houvera
Tu tiveras )) houveras
Elle tivera » houvera amado
Nós tivêramos » houvêramos
Vós tivereis n houvereis
Ellcs tiverão » houverão
1 í
IMPERATIVO
TEM PO U N IC O
(F u tu ro )
1.0 T E M PO
( P r es.- fu t. )
( P rè s , - p a s s .- fu t .)
(P r e s .- p a s s .- fu t . s u p p l.)
(P a s s . p e r f .)
Eu tenha i haja
Tu tenhas hajas
Elle tenha haja
Nós tenhamos hajamos amado
Vós tenhais hajais
Elles tenhão hajão
5.0 TEMPO
( P a ss. m . q. p e r f .)
Eu tivesse ou houvesse
Tu tivesses houvesses
Elle tivesse » houvesse
Nós tivéssemos » houvossemosf amado
Vós tivesseis » houvossois
Elles tivessem » houvessem
P R IM E IR A PARTE - L E X IC O L O G IA 41
6.0 TEMPO
( P a ss. m . q. p e r f. s u p p l.)
Eu tivera ou houvera \
Tu tiveras w houveras )
Elle tivera » houvera f
Nós tivêramos » houvêramos i
Vós tivereis » houvereis \
Elles tiverão » houverão /
7.0 TEMPO
(F u tu ro )
Eu tiver ou houver
Tu tiveres )) houveres
Elle tiver » houver
Nós tivermos )) houvermos amado
Vós tiverdes )) houverdes
Elles tiverem » houverem
IN FINITIVO
1.0 TEMPO
( P re s .- j)a s s .- fu t. im p e ss.)
Amar
2.0 TEMPO
(P r e s .- p a s s .- fu t. p e s s .)
(P a s s , im p e ss.)
P 4.° TEM PO
(P a s s , p e ss.)
Eu ter ou haver
Tu leres )) haveres
Elle ter )) haver
Nós termos )) havermos amado
Vós lerdes )) haverdcs
Ellcs terem )) haverem
5.® TEM PO
(G e rú n d io s im p l.)
Ccu, nós
Amando ^ tu, vós
(ellc, dies
G.° TEM PO
(G e rú n d io com p.)
( CU, nós 4
Tendo ou ha vendot u, vós Camado
(ellc, dies j
r A R T ic ir io s
PA K T. IX V A R IA V E L
Amado
K*'; PART. V A R ÍA V E L
SEGUNDA CONJUGAÇÃO
DOS VElinOS ELEMENTARES REGULARES
l\íradi(/nu( dos verbos em er
}M': RENDER
IfiV' INDICATIVO
1.® TEM PO
lí* l!
( Presente)
Eu rendo Nós rendemos
ï ■<:■ Tu rendes Vós rendeis
Elle rende Elles rendem
rillMEIRA TARTE - LEXICOLÜGIA 43
2.0 T E M l’Ü
(P a s s . im p e r f.)
(P a s s , p e r f .)
(P a s s . p e r f. co m p .)
Eu tenho ou hei
Tu tons » has
Elle tem » ha
XÓS temos » havemos rendido
Vós tendes » haveis
Elles têm )) hão
5.0 TEM PO
(P a s s . m . q. p e r f .)
(P a s s . m. q. p e r f. comp>.)
Eu tinha ou luivui
Tu tinhas )) havias
Elle tinha )) havia rendido
XÓS tinhamos » haviamos
Vós tinheis » havieis
Elles tinhão » h avião
7.0 TEM PO
( F u tu ro )
I
( P r e s .- p a s s .- fu t . j>r<yp.)
(P a s s , p r o p . )
Eu teria ou ha veria
Tu terias )) haverias
Elle teria )) haveria
Nós teriamos » haveriamos rendido
Vós terieis » haverieis
Elles terião » haverião
3.0 TEMPO
( P r e s .- p a s s .- fu t. s u p p l.)
( P a ss, s u p p l.)
Eu tivera OU houvera
Tu tiveras )) houveras
Elle tivera w houvera
Nós tivêramos » houvêramos i rendido
Vós tivereis » hou vereis
-Elles ti verão » houverão
IM P E R A T IV O
T E M P O U N ICO
( F a tu r o )
S U B J U N C T IV Ü
1.“ TE M PO
( Pres.-fut. )
Eu ronda Kós rondamos
Tu rendas Vós rendais
Ella renda Elles rendão
2 .° TEM PO
( P r cs.-p a ss.- f u t .)
( P r e s .- p a s s .- fu t .- s u p p l.)
(P a s s . p e r f .)
Eu tenha ou haja
Tu tenhas » hajas
Elle tenha » haja rendido
Nós tenhamos » hajamos
Vós tenhais w hajais
Elles tenhão » hajão
5.0 TEM PO
(P a s s . m . q, p e r f .)
Eu tivesse OU houvesse
Tu tivesses » houvesses
Elle tivesse » houvesse
Nós tivéssemos » houvéssemos rendido
Vós tivesseis » houvésseis
Elles tivessem » houvessem .
40 NOVA gea :\imattca axalytica
G." TE^r^o
( P ass. m. q. q^erf. s u jtp l.)
Eu tivera ou houvera
4hi tiveras )) houveras
Elle tivera » houvera
Xós tivêramos )> houvêramos rendido
\Ys tivereis )) houvereis
Elies tiverão )) houverão
7.0 ÏE .M P O
( F u tu ro )
(F u t. com p.)
Eu tiver ou houver
4'u tiveres » houveres
Elle tiver )) houver
JSTós tivermos » houvermos rendido
Vós tiverdes » houverdes
Elles tiverem )) houverem
IX FIN IT IY O
1.0 TEM PO
íi ^
( P re s .- p a s s .- fu t. im p e ss.)
Eender
2.0 TEM PO
( P r e s .- p a s s .- fu t. /;ess.^
( P a ss, im p e ss.)
t M
P R IM E IR A PARTE - L E X IC O L O C JA
4 .° TEM PO
( P a ss. )
Eu ter ou haver
Tu teres )) havei’es
Elle ter » haver
Nos termos » havennos rendido
Vos terdes » haverdes
Elles terem )) haverem
Õ.° TICMPO
( G e r ú n d io s h n p .)
í ClI, 11<)S
J^endendo -j tu, vós
o lle s
0 .° T E M P O
í CU, nós 4
Tendo ou havendot u, vós [-rendido
(_elle, elles )
P A R T IC IP IO S
P A R T . IN V A R IA V E L
Eendido
P A R T . V A R IA V E L
TEECEIEA CONJUGAÇÃO
nos VERBOS ELEMENTARES REGULARES
Paradigma dos verbos em m
P U N IR
INDICATIVO
l . ° TEM PO
(P r e s e n te )
2 .° TEM PO
(P a SS. im p e rf.)
Eu punia jSTós p u n ia m o s
Tu punias Vós punieis
Elle punia Elles punião
fI 3 .° TEM PO
( Pass, p e r f .)
Eu tenho ou hei
Tu tens )) has
Elle tem )) ha
Nós temos » havemos punido
Vós tendes » haveis
Elles têm )) hão
5.® TEM PO
( P a ss. m . q. p e r f .)
( P a ss. m. q. p>^'i'f. co m p .)
"I ■ Eu tinha OU h a v ia
Tu tinhas » h a v ia s
Elle tinha
Nós tinhamos i h â íia m o s
Vós tinheis ' havieis
Elles tinhão ' h avião
7.® TEM PO
It ' .i"
F u tu ro
( F u t . com i).)
Eu terei ou haverei
Tu terás w haverás
Elle terá » haverá
Nós teremos )) haveremos punido
Vós tereis )) havereis
Elles terão )) haverão
CONDICIONAL
1.0 TEM PO
( P i -CS.- p a s s . - f u t . p r o p .)
Eu puniria Xós puniriamos
Tu punirias Yós punirieis
Elle puniria Elles punirião
2.0 T E M PO
( P a s s . P r o p .)
Eu teria ou haveria
Tu terias » haverias
Elle teria )> haveria
Nós teriamos )) haveriamos punido
Vós terieis » haverieis
Elles terião )) haverião
3.0 T E M PO
(P a ss, s u p p l.)
Eu tivera ou houvera
Tu tiveras )) houveras
Elle tivera » houvera
Nós tivêramos )) houvêramos
Vós tivereis )) houvereis
Elles tiverão )) houverão
IMPERATIVO
T E M PO U K ICO
F u tu ro
Pune (tu) Puni (vós)
50 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
SUBJUÍÍCT1VÜ
1. ° TKM PO
( P r 'e s .- f u t .)
Ell j:)una Xos punamos
Tu punas Vós punais
Elle puna Elles puniïo
2. ° TEM PO
( P 7 'e s .- p a s s .- fu i.)
Eu punisse Nós puníssemos
Tu punisses Vós j:)unisseis
Elle punisse Elles punissem
3.0 TEM PO
P r è s .- p a s s .- f lit . s u p p l.)
Eu punira Nós j^uniramos
Tu puniras Vós punireis
Elle punira Elles punirão
4.0 TEM PO
(P a ss, p e rJ . )
Eu tenba OU b a ja
Tu tenbas )) bajas
Elle tenlia M baja
NÓS tenbamos » bajamos punido
VÓS tenbais » bajais
Elles tenbao )> bajão
5.0 TEMPO
( P a s s . m. q. p e r f .)
Eu tivesse OU bouvesse
Tu tivesses » houvesses
Elle tivesse » bouvesse \ .,
Nós tivéssemos )) bouvessemos',
Vós tivesseis » bouvesse is |
Elles tivessem )) bouvessem /
I f .’ .
G.o TEMPO
( P a s s . m . q. p e r f . s u p p l.)
Eu tivera OU bouvera
Tu tiveras )) bouveras
3i Elle tivera » bouvera \ .,
Nós tivêramos houvêramos /
Vós tivereis bouvereis
R I,
Elles tiverão bouverão
ft
>. - , -- -
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA
TEMPO
(F u tu ro )
(Fut. comp.)
Eu tiver ou houver
Tu tiveres » houveres
Elle tiver )) houver
Nós tivermos )) houvermos punido
Vós tiverdes » houverdes
Elles tiverem » houverem
IN F IN IT IV O
1.® T E M PO
(Pres.-pass.-fut. impess.)
Punir
2.® T E M PO
(Pass, impess.)
(Pass, pess.)
Eu ter ou haver
Tu teres » haveres
Elle ter » haver punido
Nós termos )) havermos
Vós terdes )) haverdes
Elles terem )) haverem
I
52 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
5. ° TEM PO
( Gerundio simp.)
( eu, nós
Punindo tu, vós
(^elle, elles
6. ° TEM PO
( Gerundio comp.)
eu, nos
Tendo ou havendo -j tn, vós [• punido
( elle, elles
P A K T IC IP IÜ S
P A R T . T N V A R IA V E L
Punido
PART. V A R IA V EL
TABELLA SYNOPTICA
DAS INFLEXÕES NORMAES DAS TRES CONJUGAÇÕES NOS
TEMPOS SIMPLES
l'erminaçao primordial
AR ER IR
IN D IC A T IV O
l.° TEM PO
(Presente)
0 0 0
'r ; I as es es
i a e e
a?nos einos imos
• .0 ais eis ís
I ão em em
\
'íH''
r »,'!l í
'1
PRLMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 53
2.® TEMPO
( Pass, imperf.)
ava ia ia
avas ia s ia s
ava ia ia
avam os ia m o s ia m c
a v e is ie is ie is
avão iã o iã o
3.® TEMPO
(Pass, perf.)
ei F r
1 1
a s te e s te is te
ou eu iu
ám os êm os im o s
a s te s e s te s is te s
á rã o ê rã o irã o
5.® T E M PO
(Pass. m. q. perf.)
a ra ê ra ira
á ra s ê ra s ira s
á ra ê ra ira
á ra m o s é ra m o s ir a m o s
á re is é r e is ir e is
á rã o ê rã o irã o
7.® TE M PO
( Futuro)
a re i e re i ir e i
a rá s e ra s irá s
a rá e rá irá
a re m o s e re m o s ir e m o s
a re is e r e is ir e is
a rã o e rã o irã o
CONDICIONAL
1.® T E M PO
(Pres.-pass.-fut. prop.)
a ria e ria iria
a ria s e ria s i r ia s
a ria e r ia iria
a ria m o s e r ia m o s ir ia m o s
a r i e is e r ie is ir ie is
a riã o e r iã o i r iã o
u NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
3.® T E M PO
( Pres.-pass.-fut. suppl.)
á ra ê ra ira
á ra s ê ra s ira s
á ra ê ra ira
á ra m o s é ra m o s ir a m c
á re is é r e is ire is
á rã o ê rã o irã o
IM P E R A T IV O
T E M P O UNICO
(Futuro)
a 0 c
I ' ai ei 1
r
S U B J U N C T IV O
1.® TEMPO
(P res.-fut.)
e a a
es as as
e a a
em os am os am os
e is a is a is
em ão ão
2. ® TEMPO
(Pres.-pass.-fut.)
asse esse is s e
asses esses is s e s
asse esse is s e
assem o s essem os is s e m o s
a s s e is e s s e is is s e is
assem essem is s e m
3. ® TEMPO
(Pres.-pass.-fut. suppl.)
a ra ê ra ira
á ra s ê ra s ira s
á ra ê ra ira
áraim?§„ia.. é ra m o s íra m o s
a re is híuítí é re is íre is
l, ■ á rã o oÍ 5Í‘[i ê rã o irã o
ar cr ir
a rc s e re s ir e s
ar er ir
a rm o s e rm o s ir m o s
a rd e s c rd e s ir d e s
a rc in c re m ire m
IN FIN IT IV O
l.° T E M PO
(Pres.-pass.-fut. impess.)
ar er ir
2.° TEMPO
(Pres.-pass.-fut. pess.)
ar er ir
a re s e re s ir e s
ar ' er ir
a rm o s c rm o s ir m o s
a rd e s e r d es ir d e s
a rc m e re m ir e m
5.° T E M PO
(Gerundio simp.)
an do endo in d o
FA K T IC iriO S
PAKT. IN V A U IA V E L
ado id o id o
PAKT. V A R IA V E L
de ser.
94. Ha primeira, ou mais exactamente ainda, da se
gunda pessoa do 3.® tempo do indicativo derivão-se, sem
excepção:
1. ®— O 5.® tempo do indicativo. Ex. Eu tive, tu ti
veste; EU TIVERA. — Eu houve, tu houveste; eu houvera.—
Eu fui, tu foste; eu fôRxV. — Eu estive, tu estiveste; eu es
tivera. — Eu puz, tu puzeste; eu puzera. — Eu pude, tu
pudeste; eu pudeRxV. Etc.
2. ®— O 3.® tempo do condicional, idêntico de íbrmas
com o precedente.
3. ®— O 3.® tempo do subjunctivo, igualmentc idêntico
de fôrmas com o anterior.
à
'I )
58 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
I'
H' 4° — 0 2.® temj^o do subjunetivo. Ex. Eu tive, tu ti
veste; EU TIVESSE. — Eu houve, tu houveste ; eü houvesse .__
Eu fui, tu foste ; eu fosse . — Eu estive, tu estiveste; eu es
tiv esse . — Eu puz, tu imzeste; eu puzesse . Etc.
5.® — O 7.® tempo do subjunetivo. Ex. Eu tive, tu ti
veste; EU TIVER. — Eu^ houve, tu houveste; eu houver . __
Eu fui, tu foste; eu fôr. — Eu estive, tu estiveste; eu es
tiv er . — Eu puz, tu puzeste; eu puzer . Etc.
Do processo da substituição
96. ^Dentre as difficuldades que se podem originar da
ap2:)licação das tabellas conjugativas aos exercicios analy-
ticos, nenhuma se ostenta mais saliente do que a determi
nação dos tempos que o acaso fez perfeitamente idênticos
ae íojmas, embora, por pertencerem a modos differentes
tenhao assim necessariamente um alcance diverso de sen
tido. Depara-se, com effeito, que em todos os verbos, quer
regulares, quer irregulares, o 5.® tempo do indicativo, o 3.®
do condicional, e o 3.® do subjunetivo não apresentão dis
crepância alguma por onde possão ser discriminados. O
mesmo succédé em todos os verbos regulares, e em grande
numero dos irregulares, com relação ao 7.® tempo do sub-
junctivo, e ao 2.® do infinitivo; pois ahi também produz-se
uma semelhança perfeita. Entretanto, na declaração de
uma forma verbal, é condição rigorosa, não só assignar-lhe
o competente modo, como ainda basear esta selecção em
um motivo terminante. O critério que tão azada quão se-
suSitu^ção ^ necessidade, é o processo da
. ■-ji
PRIM EIRA PARTE - LEXICOLOGIA 59
Exemplos ;
jSe CONSIDERARMOS j^^rtícularmente as cousas, qual haverá
que, sem letras divinas ou humanas, se possa fazer f (João de
Barros).
Se TIVERMOS de considerar... (JSTão: se termos,..). Por
tanto está considerarmos no 7.° tempo do subjunctivo.
Para verificarmos isto, faremos uma parabola. (João
de Barros).
Para isto ser verificado... (JSTão: para isto fôr...). Por
tanto está verificarynos no 2,® tempo do infinitivo.
Analoga é a duvida que póde occorrer em relação á
terceira pessoa do plural do 3.® tempo do indicativo, e á
mesma pessoa do 5.® tempo do mesmo modo, que, em todos
os verbos, são exactamente iguaes. Abi basta mentalmente
transmudar o plural em singular, dando-se ao verbo um
sujeito adequado, para ver appareeer uma das duas fôrmas
denotando, ou o 3.®, ou o 5.® tempo do indicativo.
Exemjilo;
P. Luiz e D. Affonso se sahírão já de noite com tochas,
e, do meio da sala onde primeiro se vÍRÃo, se despediu el rei
de França. (Duarte Nunes de Leão).
P. Affonso se saiiiu... da sala onde se víra com o rei...
Portanto está se sahírão no 3.® tempo do indicativo, e se
VÍRÃO no 5.® do mesmo modo.
98. Não é sem estranheza que se nota como o prin
cipio da substituição, um dos mais valiosos promotores
hodiernos do progresso nas sciencias physicas, adapta-se
coin o mesmo acerto e proficiência aos estudos philologicos,
verificando-se assim novamente a superioridade do methodo
experimental sobre o dogmático. Apenas empregado, nos
casos alludidos, a desfazer duvidas de importância secun
I daria, elle se torna dahi em diante um auxiliar indispen
sável em todas as questões intrincadas, não deixando
diíRculdade alguma sem solução satisfactoria.
i,'
í?
PRIM EIRA PARTE - LEXICOLOGIA 61
APPLICAÇÃO
PRIMEIRA CONJUGAÇÃO
102. Kos verbos em car troca-se o c por qu todas as
vezes que a inflexão adduz-lhc cm seguida e , caso este que
se verifica na primeira pessoa do singular do 3.° tenqio do
indicativo, c em todas as pessoas do l.° tempo do subjun-
ctivo;
í
G2 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
'I !l
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA G3
DAR
INDICATIVO
1.® T E M P O 3 .° T E M P O 5.® T E M P O
IMPERATIVO
SUBJIINCTIVO
Eu dê désse der
Tu dês désses deres
Elle dê désse der
Nós dêmos dessem os dermos
Vós deis desseis derdes
Elles dêm dessem derem
i
64 NOVA GRAIMMATICA ANALŸTICA
CEAR
N E G O C IA R
CABER
INDICATIVO
l . ° T E M PO 3.0 T E M PO 5.0 TE M PO
Eu caibo coube coubera
Tu cabes coubeste couberas
Elle cabe coube coubera
Nós cabemos coubemos coubéramos
Vós cabeis coubestes coubereis
Elles cabem couberão couberão
IMPERATIVO
(Falta)
SUBJUNCTIVO
1.0 T E M PO 2.0 T E M PO 7 .° T E M PO
Eu cáiba coubesse couber
Tu caibas coubesses couberes
Elle cáiba coubesse couber
Nós caibamos coubéssemos coubermos
Vós caibais coubésseis couberdes
Elles cáibão coubessem couberem
C O M P R A Z E R -SE
INDICATIVO
1.0 TE M PO 3.0 T E M PO Õ.® T E M PO
(Falta)
I
66 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
SUBJUNCTIVO
CRER
INDICATIVO
IMPERATIVO
SUBJUNCTIVO
:í
k*.
Eu diffo
O disse dissera direi
l u dizes disseste disseras dirás
Elle diz disse dissera dirá
Nós dizemos dissemos dissêramos diremos
Vós dizeis dissestes dissereis direis
Elles dizem disserão disserão dirão
CONDICIONAL
1." TEM PO
FAZER
INDICATIVO
1.0 T E M PO 8.0 T E M PO 5 .0 TEM PO 7.“ T E
Eu faço az fizera farei
Tu fazes fizeste fizeras faróis
Elle faz fez fizera fará
Nós fazemos fizemos fizêramos faremos
Vós fazeis fizestes fizereis fareis
Elles fazem fizerão fizerão farão
()8 NOVA GRAMMAÏlCA ANALYTICA
C O N D IC IO N A L
1.0 T E M PO
JA Z E R
INDICATIVO
1.0 TEM PO
PERDER
INDICATIVO SUBJUNCTIVO
1 .0 TEMPO 1.0 TEM PO
IMPEKATIVO
(Falta)
SUBJUNCTIVO
INDICATIVO
IMPEKATIVO
(Falta)
70 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
SUBJUNCTIVO
REQUERER
INDICATIVO SUBJUNCTIVO
1.0 T E M P O 1.0 T E M PO
Eu requeiro Eu requeira
Tu requeres Tu requeiras
Elle requer Elle requeira
Nós requeremos Nós requeiramos
Vós requereis Vós requeirais
Elles requerem Elles roqueirão
SABER
INDICATIVO
1.0 TE.MPO 3.0 T E M P O 0
TEM PO
SUBJUNCTIVO
l.° TK M PO 2 .° T E M P O 7 .° T E M P O
TRAZER
INDICATIVO
CONDICIONAL
1.« TEM PO
SUBJUNCTIVO
l . ° TEM PO 2 .° T E M P O 7 .° T EM P O
VALER
INDICATIVO IMPERATIVO SUBJUNCTIVO
l . ° TE M PO
1.® T E M PO
E ll valho ( F a lt a ) E u v a lh a
T u vales T u v a lh a s
E lle vale E lle v a lh a
N os valem os N ós valham os
V ó s vale is V ó s v a lh a is
E lle s valem E lle s valhão
VER
INDICATIVO
1.® T E M PO 3.® T E M PO 5.® T E
E u vejo vi v ir a
T u vês viste v ira s
E lle vê v iu v ir a
Nós vemos vím os víram o s
Vós vedes viste s v íre is
E lle s vêm virão virão
IMPERATIVO
T E M P O Ú N IC O
V ê (t u ) Vêde (vó s)
SUBJUNCTIVO
1.® T E M P O 2.® T E M PO 7.® T E M P O
E u veja visse v ír
T u vejas visses v ire s
E lle veja visse v ír
N ós vejam os vissem os virm o s
Vós vejais visseis vird e s
E lle s vejão vissem vire m
PARTICIPIOS
I n v a r . V isto . V a r i a V. V is to , a, os, as.
A ssim se conjugão a n te v e r, en trever, p re v e r, p r o v e r e
com rcso rva, to d avia, que, em ambos o“
p a itic ip io s sao refçularo s; — p r o v id o , o, os, a s.
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 73
C O B R IR
INDICATIVO SUBJUNCTIVO
F R IG IR
INDICATIVO
1.0 T E M PO
IMPERATIVO
Frege (tu) Frigi (vós)
IR
INDICATIVO
Eu V O U fui fôra
Tu vais foste fôras
Elle vai foi fôra
Nós vamos fomos fôramos
Vós ides fostes fôreis
Elles vão forão fôrão
IM PERATIVO
I
l.° TEMPO 2 . “ T E M PO 7.® T
Eu vá fosse fôr
Tu vás fosses fôres
Elle vá fosse fôr
Nós vámos fossem formos
Vós vades fosseis fordes
Elles vão fossem fôrem
O b s e r v a ç ã o . Para de prompto discriminar, nos oxer-
cicios analyticos,^ os tempos de i r , que, por identidade de
formas, podcm vir a scr confundidos com alguns de s e r ,
basta, soccorrendo-se ao proceaso da substituição, trocá-los
por outros em que os doiis verbos tenhão fôrmas diver
gentes. Ex. Em Hespanha, os Romanos não f o r Ão conquistar
os homens, senão as minas; porque as minas f o r ã o o motivo
da guerra. (P. Ant. Vieira). — Em Hespanha, os Romanos
não TiNHÃo IDO conquistar os homens, senão as minas; porque
as 7)iinas t i n i i ã o s id o o motivo da guerra. — Portanto o pri
meiro FORÃO ó de IR, e o segundo de s e r .
L U Z IR
INDICATIVO
l.° T E M PO
iÿlr,.“
PRIM EIRA PARTE - LEXICOLüGIA ÍD
O U V IR
INDICATIVO SUBJUNCTIVÜ
P E D IR
INDICATIVO SUBJUNCTIVO
1.0 T E M P O 1 . “ T E M PO
P R E V E N IR
Eu previno Eu previna
Tu prevines Previne (tu) Tu previnas
Elle previne Elle previna
Nós prevenimos Nós previnamos
Vós prevenis Preveni (vós) Vós previnais
Elles previnem Elles previnão
IM PEKATIVü SUBJUNCTIVO
Eu rio Eu ria
Tu rÍ8 Rí (tu) Tu rias
Elle rí Elle ria
]STÓ8 rimos líós riamos
Vó8 ride8 Ride (vós) Yós riais
Elles riem Elles rião
Assim se conjuga sorrir-se.
INDICATIVO SUBJUNCTIVO
1.® T E M P O 1.® T E M P O
Eu saio Nós sahimos Eu sáia Nós saiamos
Tu sahes Vós sahís Tu sáias Vós saiais
Elle sahe Elles sabem Elle sáia Elles sáião
Assim se conjugão:
abstrahir, decahir, emhahir, retrotrahir,
attrahír, descahir, extrahir, sobresahir,
cahir, detrahir, recahir, subtrahir,
contrahir, distrahir, retrahir, trahir.
S E R V IR
INDICATIVO SUBJUNCTIVO
1.'’ TEMPO 1.« T E M P O
Eu sirvo Nós servimos Eu sirva Nós sirvamos
Tu serves Vós servis Tu sirvas Vós sirvais
Elle serve Elles servem Elle sirva Elles sirvão
•1
> >'■ Assim se conjugão:
[, .V advertir. desferir. impellir. proseguir.
aferir. desinvestir, indeferir, referir.
agredir. desmentir. inferir^ reflectir.
assentir. despir. iíiserir. repellir.
auferir. desservir. investir. repetir.
compellir. diferir. mentir. revestir.
competir. digerir. perseguir. seguir.
confei'ir. dissentir. preferir. sentir.
conseguir. divertir. presentir. subseguir-se.
consentir. expellir. proferir. transferir.
deferir. ferir. progredir. vestir.
S O R T IR
Eu surto Eu surta
Tu surtes Surte (tu) Tu surtas
Elle surte Elle surta
Nós sortimos Nós surtamos
Vós sortis Sortí (vós) Vós surtais
Elles surtem Elles surtão
Assim se conjugão cortir, embotir, ordir e sordir.
S U B IR
INDICATIVO
1.® T E M PO
V IR
INDICATIVO
1.0 TKMPO 3.0 T E M PO 5.0 T E M PO
T E M P O U N ICO
SITBJUNCTIVO
1.0 T E M P O 2 .0 T E M PO 7.0 T E M P O
PARTICIPIOS
POR
O bservação. A terminação excepcional deste verbo
íii-lo-hia, com bastante propriedade, o jiaradigma de uma
quarta conjugação, e com esto predicamento inscrevêmo-lo
na primeira edição desta obra. Porém, considerando que,
além de se desenvolver em modificações pouco harmônicas,
só serve do norma a verbos que delle procedem, preferimos
apresentá-lo como irregular avulso.
PRIM EIRA PARTE - LEXICOLOGIA
IN D IC A T IV O
1.0 T E M PO 2.0 T E M PO
CONDICIONAL
1.0 TEMPO
IMPERATIVO
T E M P O Ú N ICO
SITBJUNCTTVO
2.0 T E M PO 7.0 T E M P O
1.0 tem po
IN FIN IT IV O
1.0 tem po
Pôr
80 NOVA GKAMMATICA ANALYTICA
2.0 TKMPO
Pondo
'I
PARTICIPIOS
Verbos defect!vos
K)6. Além dos verbos cuja significação obsta a que
recebão todo o seu desenvolvimento conjugativo, como
caber, poder, (puerer, valer, etc., aos quaes falta o imperativo
por ser contrario á razão mandar a alguém que cáiba,
possa, queira, valha, etc., são defectivos os seguintes:
1. ° Na segunda conjugação, feder qprecaver, porque não
se sóe dar-lhes as inflexões adduzindo immediatamente após
0 radical as vogaes a ou o: ^
2. " Na terceira conjugação, os infrascrip tos, porque
também não se sóe dar-lhes as inflexões que não adduzem
immediatamente após o radical a vogal i:
abolir, carpir, exhaurir, munir,
adherir, colorir, exinanir, polir,
banir, demolir, inherir, remir,
brandir. discernir. latir. submergir.
O b s e r v a ç ã o . Para supprir as fôrmas que a estes de-
lectivos fallecem, costuma-se usar de synonymos ou de cir-
cumloquios.
S ynonymos são os vocábulos do mesmo sentido. Assim
PRIM EIRA PARTE - LEXICOLOGIA 81
Q U E IX A R -S E
ORDEM NORMA.L
1.0 TEM PO
Eu me tenho ou hei
Tu te tens » has
Elle se tem ha
Nos nos temos havemos queixado
Vós vos tendes haveis
Elles se têm hão
T E M PO
Eu me tinha havia
Tu te tinhas havias
Elle se tinha havia queixado
Nós nos tínhamos haviamos
Vós vos tinheis havieis
Elles se tinhão havião
PRIM EIRA PARTE - LEXICOLOGIA 83
CONDICIONAL
1.® T E M PO
Eu me teria ou haveria
Tu te terias » haverias
Elle se teria » haveria i . ,
Nós nos teriamos » haveriamos ' ^
Vós vos terieis » haverieis
Ellos se terião » haverião
3.® TE M PO
IMPERATIVO
TE M PO UNICO
SUBJUNCTIVO
1.® TEM PO
3.° TE M PO
Eu me tenha ou h aja
Tu te tenhas hajas
Elle se tenha haja
Nós nos tenhamos hajamos queixado
Vós vos tenhais hajais
Elles se tenhão hajão
TEMPO
Eu me tivesse ou houvesse
Tu te tivesses houvesses
Elle se tivesse houvesse ( . ,
Nós nos tivéssemos houvéssemos/
Vós vos tivesseis houvésseis
Elles se tivessem » houvessem
6.® TEMPO
Eu me tivera ou houvera
Tu te tiveras » houveras
Elle se tivera j) houvera i . ,
Nós nos tivêramos » houvêramos f
Vós vos ti vereis » houvereis
Elles se tiverão « houverão
7.® TEMPO
Eu me tiver ou houver
Tu te tiveres )) houveres
Elle se tiver )> houver
Nós nos tivermos » houvermos queixado
Vós vos tiverdes » houverdes
Elles se tiverem » houverem
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLÜGIA 85
IN F IN IT IV O
1.0 T E M PO
me, nos
Queixar- ■<tc, vos
SC, SC
2.0 TE M PO
me nos
Ter- ou Ilaver- vos queixado
so
4.0 TE M PO
Eu me ter ou haver
Tu te teres » haveres
Elle SC ter » haver queixado
Nós nos termos » havermos
Vós vos terdes » haverdes
Ellcs so terem » haverem li
TE M PO
Cme, nos
-l te.
(.se,
vos
se 1
TE M PO
:
r mo. nos
-} te. vos
(.80, so
PA R TIC IPIO S
o r d e m : a -n o r m í a d
IN D IC A T IV O
1.0 tem po
Queixo-mo Queixamo-nos
Queixas-tc Queixais-vos
Queixa-se Queixão-se
86 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
2.0 TEM PO
Queixava-me Queixavamo-nos
Queixavas-te Queixaveis-vos
Queixava-se Queixavão-se
3.0 TEM PO
Queixei-me Queixámo-nos
Queixaste-te Queixastes-vos
Queixou-se Queixárão-se
4 .0 TEM PO
Tenho ou hei-me \
Tens has-te )
Tem » ha-se f
Temos )) havemo-nos / queixado
Tendes )) haveis-vos \
Têm » hão-se /
5.0 TEM PO
Qucixára-me Queixáramo-nos
Qiieixáras-tc Queixáreis-vos
Queixára-se Queixárão-se
6.0 TE M PO
i,'
Tinha ou havia-me
Tinhas » havias-te
Tinha havia-se
Tinhamos » haviamo-nos queixado
Tinheis » havieis-vos
Tin hão )) havião-se
' I 7.0 TE M PO
Queixar-me-hei Queixar-nos-hemos
Queixar-te-has Queixar-vos-heis
Queixar-se-ha Queixar-se-hão
8.0 TEMPO
Ter ou haver-me-hei
Ter » haver-te-has
Ter » haver-se-ha
Ter » haver-nos-hemos queixado
Ter » haver-vos-heis
Ter )) haver-se-hão
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 87
C O N D IC I O N A L
l.° TE M PO
(^ueixar-mc-hia Queixar-nos-hiamos
Qucixar-tc-hias Queixar-vos-hieis
Queixar-se-hia Queixar-se-hião
2.® TE M PO
Ter ou haver-me-bia
Ter )) haver-te-bias
Ter » baver-se-bia queixado
Ter » baver-nos-biamos
Ter » baver-vos-bieis
Ter » baver-se-bião
3.° TE M PO
Queixára-mc Queixáramo-nos
Queixáras-te Queixáraveis-vos
Qucixára-se Queixárão-se
TE M PO
Tivera ou bouvera-me
Tiveras )) bouveras-te
Tivera » bouvera-se queixado
Tivêramos )) bouveramo-nos
Ti vereis » bouvercis-vos
Tiverão )) b ouverão-se
IM P E R A T IV O
T E M PO UNICO
Queixa-te Queixai-vos
SU B JU N CTIV O
1.» TEM PO
Queixe-me
Queixes-te
Queixe-se
88 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
3.® TKMPO
Queixára-me Queixáramo-nos
(^ueixáras-te (Queixáreis-vos
Queixára-sc Queixárão-so
4.® TEM PO
Tenha ou haja-me
Tenhas )) hajas-te
Tenha )) haja-se
Tenhamos » hajamo-nos queixado
Tenhais » hajais-vos
Tenhão )) hajão-se
5.® TE M PO
Tivesse ou houvesse
Tivesses » houvesses
Tivesse » houvesse
Tivéssemos » houvéssemos queixado
Tivesseis » houvésseis
Tivessem » houvessem
6.® TE M PO
Tivera ou houvera-me
Tiveras )) houveras-to
Tivera » houvera-mo
Tivêramos » houveramo-nos queixado
Tivereis » houvereis-vos
Tiverão )) houverão-se
7. ® TE M PO
Queixar-me Queixarmo-nos
(Queixares-te Queixardes-vos
Queixar-se Queixarem-se
8. ® TE M PO
Tiver houver-me
Tiveres houveres-tc
Tiver houver-se
Tivermos houvermo-nos queixado
Tiverdes houverdes-vos
Tiverem houverem-sc
IN F IN IT IV O
1.® T E M PO
me, nos
Queixar-^ te, vos
se, 80
Queixar-mc
Qucixarcs-to
Qucixar-sc
4.® TE M PO
Ter-me ou haver-me
Tcres-tc » haveres-te
Ter-se havcr-sc
Termo-nos » havermo-nos
Terdes-vos » haverdes-vos
Terem-sc » haverem-se
5.® T E M PO
r me, nos
Queixando- < te, vos
(_se, se
6.® T E M PO
me, nos
Tendo- ou Havendo- ■{ te, vos [ queixado
se,
PA R TIC IPIÜ S
IN F IN IT IV O
1. “ TEM PO 4. ® TE M PO
Ventar (Falta)
2. ® T E M PO 5. ® TE M PO
(Falta) Yentando
3. ® TE M PO 6 . ® TEM PO
P A R T IC IP IO
I nvar. Ventado
■
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 93
S E R AM ADO
IN D IC A T IV O
1.0 T E M PO
Eu 80U
Tu cs amado ou amada
Elle (a) é
Nós somos
Vós sois amados ou amadas
Elles (as) são
2.0 T E M PO
Eu era
Tu eras amado ou amada
Elle (a) era
Nós éramos
Vós ereis amados ou amadas
Elles (as) erão
3.0 TE M PO
Eu fui
Tu foste amado ou amada
Elle (a) foi
Nós fomos
Vós fostes amados oti amadas
Elles (as) forão
4.0 TE M PO
Eu fôra
Tu fôras ^ amado ou amada
Elle (a) fôra
Nós foramos
Vós fôreis gamados ou amadas
Elles (as) forão
I , 94 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
L'
1' ' 6.0 TEM PO
C O N D IC I O N A L
1.0 TE M PO
Eu seria
Tu serias amado ou amada
Elle (a) seria
Nós seriamos
Vós serieis amados ou amadas
Elles (as) serião
Vi ■>'
/. t. 2.0 TEM PO
li'fir/
V- ’4
P R IM E IR A PARTE - L E X IC O L O G IA 95
3.0 T E M PO
Eu fôra
Tu fôras amado ou amada
Elle (a) fôra
Nós foramos
Vós fôreis amados ou amadas
Elles (as) fôrão
4 .0 TEM PO
IMPERATIVO - íi
T E M PO U N IC O
SUBJUNCTIVO
1.0 T EM PO
Eu seja
Tu sejas amado ou amada
Elle (a) seja
Nós sejamos
Vós sejais [-amados ou amadas
Elles (as) sejão
2 .0 TEM PO
Eu fosse
Tu fosses [-amado ou amada
Elle (a) fosso
Nós fossemos
Vós fosseis [-amados ou amadas
Elles (as) fossem
amado ou amada
amados ou amadas
4.0 TEMPO
5.0 TEMPO
r 'It t'
Eu tivesse ou houvesse sido
Tu tivesses y> houvesses sido amado ou amada
Elle (a) tivesse )) houvesse sido
hI is ■ Nós tivéssemos )) houvéssemos sido
fc• 1 i Vós tivesseis » houvésseis sido amados oxi amadas
í' ' ' * Elles (as) tivessem » houvessem sido
■
‘J . ♦'
P R IM E IR A PARTE - L E X IC O L O G IA 97
8 .“ T E M PO
IN FIN IT IV O
1. ® T E M PO
Eu scr
Tu seres amado ou amada
Elle (a) ser
Nós sermos
Vós serdes amados ou amadas
Elles (as) serem )
3.® TEM PO
eu
tu amado ou amada
Sendo} nos
vós amados ou amadas
elles (as)
98 N OVA G R A iM M A T IC A A N A L Y T IC A
6.0 T E M PO
OU
tu y sido amado ou amada
Tendo ou liavendo }
nos
vós y sido amados ou amadas
elles (as)
PARADIGMA
DOS DREPOSITIVOS DA PRIMEIRA CATEGORIA
T E R c u H A V E R D E IR
INDICATIVO
1.0 T E M PO
Eu tenho o u hei
Tu tens » has
Elle tem ;) ha
Nós temos » havemos do ir
Vós tendes » haveis
Elles têm » hão
2.0 T E M PO
Eu tinha OU havia
Tu tinhas » havias
Elle tinha » havia
Nós tinhamos )) haviamos do ir
Vós tinhois )) havieis
Elles tinhão n havião
3.0 TEMPO
Eu tivera o uhouvera
Tu tiveras » houveras
Elle tivera » houvera
Nós tivêramos » houvêramos de ir
Vós ti vereis » h ouvereis
Elles ti verão » houverão
7.0 TE M PO
Eu terei ou haverei
Tu terás » haverás
Elle terá » haverá de ir
Nós teremos » haveremos
Vós tereis » havereis
Elles terão » haverão
100 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
CONDICIONAL
1.® TEMPO
Eu teria ou haveria
Tu terias » haverias
Elle teria » haveria dc ir
Nós teriamos » haveriamos
Vós terieis )) haverieis
Elles terião » haverião
3.® TEM PO
Eu tivera ou houvera
Tu tiveras » houveras
Elle tivera » houvera
de ir
Nós tivéramos » houvéramos
Vós ti vereis » houvereis
Elles tiverão » houverão
IM PERATIVO
(Falta).
SUBJUNCTIVO
1.® TEM PO
Eu tenha ou haja
Tu tenhas » hajas
Elle tenha » haja de ir
Nós tenhamos » hajamos
Vós tenhais » hajais
Elles tenhão » hajão
2.® TEMPO
Eu tivesse ou houvesse
Tu tivesses » houvesses
Elle tivesse » houvesse
Nós tivéssemos » houvéssemos de ir
Vós tivesseis » houvésseis
Elles tivessem » houvessem
3.® TEM PO
Eu tivera ou houvera
Tu tiveras » houveras
Elle tivera » houvera
Nós tivêramos » houvêramos de ir
Vós tivereis )) houvereis
Elles tiverão » houverão
I'.! ■ '
Mi ' HI r;
liM '
PRI^fEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 101
7.® TEM PO
Eu tiver ou houver
Tu tiveres » houveres
Elle tiver » houver .do ir
Nós tivermos » houvermos
Vós tiverdes » houverdes
Elles tiverem » houverem
IN FIN IT IV O
1. ° TEM PO
Ter ou baver de ir
2. ® TEM PO
Eu ter ou haver
Tu teres » haveres
Elle ter » haver de ir
Nós termos » havermos
Vós terdes )) haverdes
Elles terem » haverem
Õ.® TEM PO í.
Í eu, nos
Tendo ou havendo } tu, vos ^ de ir
(elle, elles
PAKADIGMA
DOS PREPOSIT1VOS DA SEGUNDA CATEGORIA
E S T A R P A R A S A H IR
INDICATIVO
1.® T E M P O
3.° T E M PO
CONDICIONAL
l.° TEMPO
IM PERATIVO
(Falta)
SUBJUNCTIVO
1. ® TEMPO
Eu estivesse I
--- Nós estivessemos
Thi estivesses Vpara sahir Vós estivesseis (-para sahir
Elle estivesse) Elles estivessem \
PHIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 103
3.0 TKMPO
IN FIN IT IV O
1.0 T E M PO
nós
Estando vós I, para sabir
elles 3
Observações. O que, de ambas as tabellas dos prepo-
sitivos, ressumbra como mais digno de reparo, é que, seja
qual fôr o infinitivo entrando na combinação, cm caso
algum pódc elle abandonar a fórma impessoal para assumir
a PESSOAL. Entretanto, por uma falsa apreciação das re
lações syntaxicas, não é raro encontrar, nos cscriptores
modernos, flagrantes violações desta regra, jiorém quasi
exclusivamente relativas aos infinitivos de verbos prono-
minaes ou passivos, e mais habitual mento ao emprego da
primeira pessoa do plural.
Portanto, para firmar esta doutrina em um assento
que se preste iiltoriormente á dissertação, ahi vão exemplos
de prepositivos constituídos por verbos pronominaes c
verbos passivos.
1.® CATEGORIA
Eu tenho ou hei de me
Tu tens )) bas do to
Elle tem )) ha de se
Nós tomos » havemos do nos QUEIXAR
Vós tendes » haveis do vos
Elles têm » hão de se
104 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
2.“ CATEGORIA
Eu estou p a ra me
Tu estás p a ra te
Elle está p a ra se
Nós estamos p a ra nos
QUEIXAR
Vós estais p a ra vos
Elles estão p a ra se
Eu estou nom eado
Tu estás p a ra ser ou
Elle (a) está nom eada
Nós estamos nom eados
Vós estais p a ra s e r ou
Elles (as) estão nom eadas
Q u a n t o a o s p r e p o s i ti v o s , e m c u ja c o n s t it u i ç ã o e n t r ã o
v e r b o s im p e s s o a e s , t o r n a - s e o b v io q u e , c o m e lle s , n ã o p o d e m
o s a u x i l i a r e s f o r m a r lig a , s e n ã o s o b a c o n d iç ã o d e a b d i
c a re m ta m b é m to d a e q u a lq u e r p e rs o n a lid a d e .
1. ^ CATEGORIA
T em o u ha de ch o v er o u d e t e r c h o v id o .
2. ^ CATEGORIA
E stá p a ra ch o v er.
2.0 T E M PO
CONDICIONAL
1.0 tem po
I
1
Eu estaria Nós estaríamos
Tu estarias tratando Vós estarieis tratando
Elle estaria Elles estarião
3.0 T E M PO
IMPERATIVO
(Falta)
SUBJUNCTIVO
1.0 TE M PO
ü-
IN FIN IT IV O
1.® TEM PO
Estar tratando
2.0 TEM PO
eu, nos
Estando tu, vós \ tratando
elle, elles
O^P^ITXJLO II
DO SUBSTANTIVO
112. Substantivo ou nome é uma palavra variavel que
designa os entes e as abstraeções.
E nte é tudo o que tom uma oxistoncia real, quer fóra
da natureza, eomo D e o s , a n j o , a l m a , d e m o n i o , ote., quer
dentro da natureza, como h o m e m , f e r a , c é o , t e r r a , r o c h e d o ,
p la n ta , a r, a g u a , etc.
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 107
la c io , a c h o u p a n a , o r e in o , a r e p u b lic a , o r io , a m o n ta n h a ;
P!
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 109
CAPUTULO III
DO ARTIGO
133. Artigo é uma palavra variavel que, antépondo-so
esseneialmentc aos substantivos, e aecidentalmento a pro-
PRIM EIRA PARTE - LEXICOLOGIA 115
AO por A 0 A por A A
(ao vento) (á chuva).
AOS por A os Ás por A AS
(aos ventos). (ás chuvas).
DO por de 0 DA por DE A
(do vento). (da chuva).
DOS por DE os DAS por DE AS
(dos ventos). (das chuvas).
no por EM 0 NA por EM A
(no vento). (na chuva).
NOS por EM os NAS- por EM AS
(nos ventos). (nas chuvas).
t!
PELO por per 0 PELA por PER A
(pelo vento). (pela chuva).
PELOS por PER os PELAS por PER AS
(pelos ventos). (pelas chuvas).
1. “ O b s e r v a ç ã o . A contracção no , n a , n o s , n a s é fa
cultativa; pois, tanto se póde dizer: Kos primeiros dias do
mez..., como E m os primeiros dias do mez... As demais são
obrigatórias.
'J
2. “ O b s e r v a ç ã o . A contracção p e l o , p e l a , p e l o s , p e l a s ,
originou-se da circumstancia 'de em2)regarem os antigos in-
diíferentemente as preposições p e r e p o r , o que os íevava
I Α
a usar também indiíferentemente da contracção referida,
como da do po lo , p o l a , p o lo s , p o l a s . E x. M o hei medo^
le !
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 117
mas receio, e não tanto pola sua pelle, como pola minha.
(Yasconcellos. Da com. Euphrosinà).
Succedendo, porém, que cabisse per em desuso como
substitutivo de por, nem por isso deixou de sobreestar a
sua contracção. Mas, por uma compensação singular, per
manecendo POR, dosappareceu a sua contracção {polo, pola,
polos, polas).
3.“ Observação. Dentre os erros de orthographia que
mais a miudo occorrem, sobreleva-se o que diz respeito ao
emprego do accento sobre a ou as ; porquanto encontra-se
com a mesma frequência indevidamente apposto, como in
devidamente omisso. Entretanto o processo da substituição
resolvo tão azada quão expeditamente o caso. Cumpre,
porém, para que a solução seja completa, antecipar, ainda
que perfunctoriamento, sobro ulteriores desenvolvimentos.
O vocábulo A tem ingresso em quatro classes de pa
lavras; é preposição, artigo, pronome pessoal, ou pronome
demonstrativo. O vocábulo as só tem ingresso nas tres
ultimas.
Porém a condição que unicamente legitima nellcs o
emprego do accento, é a de haver contracção. Ora este
caso só se dá quando ambos os vocábulos, sendo artigos ou
pronomes demonstrativos, cabem sob a regencia da prepo
sição A, que, para si mesma, repelle o accento, coiitraria-
mente ao que se pratica em francez. Como pronomes
pessoaes, nunca jDodem a e as formar contracção.
Sendo assim a apposição do accento limitada á unica
circumstancia em que à e Ãs correspondem exactamente a
seus congeneres masculinos ao e aos, percebe-se que, em
qualquer caso duvidoso, basta mentalmento substituir, por
um masculino, o substantivo feminino do texto, para veri
ficar se avoca simplesmente o ou os, ou se avoca a con
tracção AO ou AOS, em que cabe o accento. Ex. Quão bem
comparou o propheta Isaias as traças d.os mãos Á armação
de teias de aranha! (Fr. João de Ceuta).— P or substi
tuição : Quão hem comparou o propheta Isaias os inventos
dos máos ao laço de teias de aranha! {... as traças... Ã
armação).
Outro meio, igualmento corto e expedito, consiste em
associar um substantivo masculino, por via de uma conju
gação C02)ulativa {e, nem, ou), ao feminino que origina a
duvida ; porque a identidade de relação lhes communica ou
tira igualmente a ambos a contracção. Ex. A lepra pega-
se AOS VESTIDOS c ÃS CASAS. (P. Man. Dernardes). — P or
ASSOCIAÇÃO : A LEPRA C OS MIASMAS pCgãO-SC AOS VESTIDOS
e Ãs CASAS. — Ás GALAS dc Salomão, o mesmo Christo lhes
I
118 KOVA GRAMMATICA ANALYTICA
_ #
chamou gloria. (P. Ant. Yieira). — P or associação : As
GALAS e AOS ESPLENDORES dc Salomão, ...
O mesmo processo dá a conhecer que, no seguinte ex-
cerpto, equivocou-se o revisor do livro na collocação de
um accento: Outros dirão que, para ter muito, o melhor re~
medio é tê-lo, guardar, poupar, não gastar, morrer de fome, e
matar Á fome. (P. Ant. Vieira). Pois o sentido em que o
P. Ant. Yieira ahi usou da locução matar a fome equivale
ao de matar a ferro, a fogo, a cutiladas, a pedradas, etc.,
em que a se ostenta como uma preposição. Eeproduz-se a
mesma equivocação nest’outro excerpto: Um é affeiçoado á
caça; e, quando os cães andão luzidios e anafados, ver-lhe-heis
os criados palUdos, e mortos Á fome. (P. Ant. Yieira). —
(Correctamente: mortos a fome).
140. O artigo indefinito só se contrahe com a prepo
sição em :
NUM por EM UM NUMA por EM UMA
(num caso). (numa casa).
NUNS por EM UNS NUMAS por EM UMAS
(nuns casos). (numas casas).
Porém a mesma contracção é outra vez meramente fa
cultativa; pois igualmente licito é dizer em um caso, como
num caso; — em uma casa, como numa casa.
O bservação . Embora ninguém cuide em assignalar
pelo apostropho a contracção correlativa (n'o, n'a, n'os,
n'as), nem tão pouco nenhuma das outras que se formão
com o artigo definito, muitos grammaticos não hesitão em
adoptar a intervenção do apostropho em relação ao inde
finito, escrevendo n'um, n'uma, n'uns, n'umas. Ora, não se
baseando tal discrepância em motivo algum plausivel, pa
rece ser mais acertado sujeitar todas as contracções desta
especie a uma só e mesma feição orthographica; pois a
conformidade, quando iguaes são as circumstancias, é um
dos requisitos da lógica.
OA.P»ITULO IV
DO ADJECTIVO
141. Adjectivo é uma palavra variavel que se accres-
centa mediata ou immediatamento aos substantivos, aos
P-
2. ADJECTIVOS DEMONSTEATIYOS
DEMONSTRATIVOS COMPOSTOS
SIN G U L A R PLURAL
Est’outro, est’outra Est’outros, est’outras
Ess’outro, ess’outra Ess’outros, ess’outras
Aquell’outro, aquell’outra Aquell’outros, aquell’outras.
^ 156. XJns e outros, do mesmo modo e nas mesmas
circumstancias que os artigos, contrahem-se com as prepo
sições DE e EM. ^
Deste, a, es, as Neste, a, es, as
Desse, a, es, as Nesse, a, es, as
Daquelle, a, es, as Naquelle, a, es, as.
Desfoutro... Nesfoutro...
Dess'outro... Ness’outro...
■ I DaquelPoutro... Naquell’outro...
n
PRIM EIEA PARTE - LEXICOLOGIA 123
4. ADJECTIVOS INDEFINITOS
159. Indefinitos são os adjectivos que, por enunciarem
uma quantidade gcralmente indecisa, ou até negativa, não
se deixão rubricar com mais precisão. Pela maior parte,
são caracteristicos de numero e genero, como muito, muita,
muitos, muitas. Alguns só o são do numero, como qual,
124 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
SINGULAR PLURAL
Masc. Fem. Masc. Fem.
1. Algum, alguma. alguns. algumas.
2. Bastante, bastante. bastantes. bastantes.
3. Certo, certa. certos. certas.
4. Cujo, cuja. cujos. cujas.
5.......................
demais. demais.
6. Pulano, fulana. fulanos. fulanas.
7. Mais, mais. mais. mais.
8. Menos, menos. menos. menos.
9. 3Iesmo, mesma. mesmos. mesmas.
10. Muito, muita. muitos. muitas.
11. líenhum, nenhuma. nenhuns. nenhumas.
12. Outro, outra. outros. outras.
13. Pouco, pouca. poucos. poucas.
14. Qual, qual. quaes. quaes.
15. Qualquer, qualquer. quaesquer. quaesquer.
16. Quanto, quanta. quantos. quantas.
17. Que, que. que. que.
18. Quejando, quejanda. quejandos. quejandas.
19. Sicrano, sicrana. sicranos. sicranas.
20. Só, só. sós. sós.
21. Tal, tal. taes. taes.
22. Tanto, tanta. tantos. tantas.
23. Todo, toda. todos. todas.
ALGUM. NENHUM
165. C u jo é se m p re a d je c tiv o , p o r se r e f e r ir c o n s ta n
t e m e n te , com o a p p o siçã o ou p red ica d o , a um su b s ta n tiv o
ou p ro n o m e da m e sm a p ro p o siçã o , e com e lle c o n c o rd a r
cm g e n e ro e n u m ero .
ExemjDlo :
Donde sahiu tanta variedade, senão de vós, Senhor, cujo
SER encerra com eminencia infinitos seres! (P. Man Ber-
nardes).
C u ja s são tantas t e r r a s conquistadas no Oriente? C u ja s
as ARMADAS quc uavcgão e cobrem aquelles mares? C u jo s os
PORTOS c^e se enriquecem com os commercios e tributos que o
Indo e Ganges só pagavão ao Tejo? (P. Ant. Vieira).
p . João de Castro viu á porta de um alfaiate um qibão
riquíssimo, e percjuntou cujo era. (P. Man. Bernardos') —
( ... CUJO era e l l e ). ^
DEMAIS
166. D e m a is é a d je c tiv o ou p r o n o m e ; p o ré m , em um
co m o n o o u tro caso , n ã o c o m p o rta a fe içã o do sin g u la r.
Entre todas as excellencias eque Christo teve como
( A d j .)
mestre e doutor, uma foi singular, porque os d e m a is d o u to res
podem propor a verdade, e ensinar por fóra, mas não podem
interiormente allumiar o entendimento. (João Franco Baireto)
— ( . . . o s OUTROS DOUTORES...).
^ ^ ( P r o n .) Era Affranio Burrho homem de grave e maduro
juizo, mepre ou aio que tinha sido, com Seneca, do mesmo
JSero. E, quando todos os outros fazião grandes applausos ás
mudanças, saltos e gestos do imperador citharédo, como se
forao outros tantos triumphos, só Affranio estava triste, mas
também louvava como o s d e m a is . ( P . Ant. Vieira') — ( como
os o u tro s ). ^
FULANO. SICRANO
^ são, j á a d je c tiv o s, j á p ro n o m e s,
c o n fo im e a n d a o ou n ao a n d a o ju n t o s a um su b s ta n tiv o .
(A d j .) Respondeu
mansamente o cordeiro: « Senhor fu la n o
lo ro , como posso euturvar a Vossa Mercê a fonte, se ella
corre de cima, e eu estou cá mais abaixo?» (P Man Ber.
nardes). ^ ’
PKIMEIRA parte - LEXICOLOGIA 129
MAIS. MENOS
doutrina,
respondia Christo como Eeos; e, ás mais interrogações
que se calava. (Luiz Torres
ue jjima). — e as outras interrogações...).
Ee outras cidades se lavrão, semeião e plantão os mesmos
lugares, sem jiais vestígios de haverem sido, gue os Z e en-
contiao os arados quando rompem a terra. (p /A n t. Vieira'i
{...sem outros vestígios...). ’
(1p . Ant.
I n f Viena).
Y - > r — (... por comer em m en o r
mÍ ^ os comIÍ o'
pro po rçã o ...).
u r^lTZi!;
pultar que viver...).
IZ êüTZXlZZ::
^
p ta união, tudo perde o nome, e, m a i s , ser. tP. o
MESMO
169. M e s m o é a d je c tiv o , p r o n o m e o u a d v é r b io .
132 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
OUTEO
171. Outro é adjectivo ou pronome.
Ex. (A d j .) O s reis ‘podem dar títulos, rendas, estados;
mas, animo, valor, fortaleza, constância, desprezo da vida, e as
OUTRAS VIRTUDES dc qu6 S6 compõc a verdadeira honra, não
podem. (P. Ant. Vieira).
(PiiON.)Se Deos nos fez estas mercês, fazei pouco caso
DAS OUTRAS. (P. Aiit. Vieira).
Como bem disse o outro, as magnetes attrahem o ferro, c
os magnates, o ouro. (P. Ant. Vieira).
U m e outro, nem um nem outro, quer appareção como
adjcctivos, quer como pronomes, devem ser tidos como in-
definitos compostos. Pois, aparciitando-sc, mesmo quando
dissociados, em genero e numero, ainda soem assignalar a
sua correlação por uma mesma funcção syntaxica.
Ex. Este é 0 mundo em que vivemos: antes e depois de
Noé, sempre foi dilúvio: uns para uma parte, outros para
OUTRA, todos cansando-se em buscar o descanso, e todos can
sados de 0 não achar! (P. Ant. Vieira).
O mesmo ^miemos dizer das planícies, valles e montes
donde se levantavão ás nuvens aquelles vastíssimos corpos de
casas, muralhas e torres: de umas se não sabem os lugares
onde estiverão; de outras se lavrão, semeião e plantão os
mesmos lugares. (P. Ant. Vieira).
Ha dous generös de inimigos: uns que perseguem, outros
que adulão. (P. Ant. Vieii*a).
QUAL
Í1:V Ex. Não ha dia que a morte não nos advirta • mas oual »
nada nos pode demover de contar com o porvir. '
m ' .
C ada qual é pronom e indefinito composto.
QUALQUER
fez
/e ., TANTAS 1‘YRAMIDES dcixou crigidas â posteridade uma^t Hp
laseima, outras de vaidaele, fez qíe o se Z Z le o M t Z Z v e t
casse por sua mão peixes fritos. (P . Man. B ernarde8> ^
h ,H :'r
;s".rs;; r;;; a
: Q uantos príncipes dão a alma, e tantas almas ao * .
}E ái.»
É
Wi
QUE
MUNIDADE...).
(( Não sei. Senhor, que tempos, nem que desgraça é
esta nossa! » (P. Ant. Vieira). — (... quaes tempos... qual
desgraça...).
3.® B’ p r o n o m e in d e f in id o q u a n d o , n ã o s e r e f e r i n d o d e
c la ra d a m e n te a n e n h u m s u b s ta n tiv o o u p ro n o m e a n te rio r,
e s e n d o c o n v e r t i v e l e m q u e co u sa ou c o u sa q u e , fa z o
o fficio d e s u je ito , d e c o m p le m e n to , o u a t é d e p r e d ic a d o .
d h te ^ Z W E , «ó p o r a m o r d o s in n o cen tes
(p Í S . f e ) ™’ »
?.Z:fíi'’\TyS-.r-7
í/rapa Do QUE n ão te r u m h o m e m ...). ‘ ‘
T “ *r
5 S r - í “ ' z f v t
" s “ - s , * t K ; ® »
( . . . SENÃO d e a c c r e s c e n ta r ...). ^
B e r n a r d e s ) ._ ( r s ™ / ; 7 S L . " . V "
<’ 'Casamento n ã o tr o u x e r a ou tro a ln u m bem m ai^
- SENlo W a r ...) ~ C-
de Meno)''-T™jX®^^^^^^^ tó « / (D .F r a n c . M an.
> (... JA QUE— VISTO Q U E^a U v a i . . . ) .
q u e ja n d o
PRIM EIRA PARTE — LEXICOLOGIA 141
SÓ
178. T a l é a d je e tiv o q u a n d o a p p o s iç ã o o u p r e d ic a d o ,
e p r o n o m e q u a n d o s u je ito o u c o m p le m e n to .
Ex. ( A d j .) a difficulda.de está em achar taes amigos,
porque são mui raros. (P. Man. Bernardes).
Fois, como appeteceis o que não p>odeisf Forque tkl é a
CEGUEIRA de um entendimento ambicioso. (1. Ant. Yicira).
('P r o n .') Amizade procedida de comer e beber e passear
juntos não merece o nome de tal. (P. Man. Bernardes).
Cruzar-me-hei, se tal me mostrarem. (Pr. Luiz de Souza).
Fodem-se estimar estas porcellanas dos maiores princji^s
por delicia e curiosidade, e por tal se tem em Fortugal. (Pi.
Luiz dc Souza).
TODO
179. T odo é a d je e t i v o q u a n d o a p p o s iç ã o c ó p r o n o m e
q u a n d o s u je ito o u c o m p le m e n to .
Ex. (A dj.) Lançai os olhos por todo o mu^ o e vereis
que todo elle vem a resolver-se em buscar pao. (1. Ant.
Vieira).
III I < 142
nova grammatica analytica
ir n o s ^ lT a \! P lZ ] T Z i t j r ^ *
a urn m o r ta l, / rm e m o r r a e J lL ^ P ^ d e c o n ce d e r
V i e i r a ) .- r ’.. erne Ant.
[nós] i? n o s ...). ^ h a v e m o s d e m o rrer, e todos
D o s adjectives qualificativos
0 gráo diz-íe P o s i T i ^ / ^ o C u n f / f
CCiro, SUPERLATIVO. « eg U lld o , COMPARATIVO ; no te r-
0 'r .
M '
i 'i V '
[>'’i' y>
.■' I 'i't
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA
M A IO R , MELHOR,
MENOR PEIO R.
144
No v a g e a m m a t ic a a n a l y t ic a
10Q /-I - _T ,.
i
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA
145
Î
NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
146
Q u a n d r i i k s e T B»>-rcto
quando disse . « O Senhor q m z que sua doutrina fosse acom
i i q r e T ^ P o i r ' l S o ^ T ^ '^ 'f • e gravissim os mi-
lagres. » l o i s nao se deixou induzir, p e la c o llicracão doa
superlativos p r o v e it o s ís s im o s e g r a v ís s im o s a forn m v
s u p e r la tiv o illo g ic o de in n u m e r a b il is s im o s .
F O R M A Ç Ã O DO F E M IN IX 'O
..m . Y
p o i A.
a d je c tiv o s te rm in a d o s em — 0 — tro c ã o e s ta le tr a
hx. Alvo, alva; asperrimo, asperrima.— Sfio exee-
p ü ia d o s mao, ilheo, judéo e sandéo qu e fiizem má, ilhôa
judia^ sandia. — Jao, n ao te n d o fem in in o p ro p rio , p ód e se r
s u b s titu íd o n e ste re q u is ito p o r javanez, javaneza.
• 2-“ O s a d je c tiv o s te rm in a d o s em ez, ol, or e u to m ã o
m a is A. h x . Portuguez, p o rtu g u e za ; hespanhol, hespanhola :
vivificador, vivificadora; cru, crua. — S ã o e x c e p tu a d o s cortez,
montez, — m aior, menor, melhor, peior, — exterior, interior, su
perior, inferior, anterior, posterior, ulterior, citerior, — bicolor
tricolor, m ulticulor e semsabor, qu e n ão m u d ão p a ssa n d o
p a r a o fem in in o . *
NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
148
Observação. C u m p r e n ã o c o n f u n d i r c o m o a d jc c t i v o
melhor o s u b s t a n t i v o melhora, m a is h a b i t u a l m e n t e ^_sado n o
p l u r a l (O doente tem tido algumas melhoras)-, n e m t a o p o u c o
c o m 0 a d je c t i v o superior o s u b s t a n t i v o superior {de con
vento), c u jo f e m in in o é superiora {de convento).
3. ° O s a d ie c t i v o s t e r m i n a d o s e m e, al, el, il, ul, ar,
ER AZ IZ o z , M, N e s iiã o m u d ã o p a s s a n d o p a r a o te m i-
n iiío . E x .’ Assumpto o u cousa grave. — Caso o u questão
aeral. — Criado o u criada fiel. — Recurso o u intervenção uUl.
— P a n n o ou s e d a a z u l . — Q u a r t o ou c a s a p a r t i c u l a i . s io -
m e m ou m u l h e r e s m o le r . — R s p i r i t o ou i n t e l l i g e n c i a P e r s p i c a z .
— Acaso o u circumstancia feliz. — Leão o u leoa jero.^. i
qocio o u especulação ruim.— Alfaiate o u costureira ~~
Menino o u menina simples. — P o r é m bom f a z boa. Q u a n to
a o s a d ie c t i v o s cabrum, ovelhum, vaccum, e m a i s a l g u n s a n a -
lo g o s , n ã o t ê m f e m in in o d e t e r m i n a d o , p o r a n d a r e m e x c lu -
s i v a i n e n t e a p p o s t o s a o s u b s t a n t i v o gado.
4. ° D o s a d je c t i v o s t e r m i n a d o s e m Ão, u n s t r o c ã o e s t e
d i p h t b o n g o p e lo d e ãa, c o m o são,sãa; chão,chãaj chnstao,
christãa; o u t r o s p e l a t e r m i n a ç ã o ona, c o m o respingao, res-
pingona; chorão, chorona; valentão, valentona; o u t r o s e m liin ,
p e l a t e r m i n a ç ã o ôa, c o m o velhação, velhacôa, e tc .
A PPEN D IC E
SOBRE A FORMAÇÃO DO FEMININO NOS SUBSTANTIVOS
189. U m c e r t o n u m e r o d e s u b s t a n t i v o s t ê m c o m o s
a d ie c t i v o s a n o t á v e l a n a l o g i a d e v a r i a v e i s , n ã o só e m n u
m e ro , se n ã o ta m b é m em g e n e ro , o q u e m a is d e u m a v e z
fê -lo s c o n f u n d i r , c o m s u m m a i m p r o p r i e d a d e p a r a a d e t e r
m in a ç ã o d a s f u n c ç õ e s s y n t a x i c a s , c o m o s g e n u ín o s a d j e c t i
vos H a i a v i s t a , a t a l r e s p e i t o , a t ã o e lo g i a d a g r a m m a t i c a
f r a n c e z a d e N o ë l e C h a p s a l, e o u t r a s d e i g u a l j a e z , q u e
c i t ã o in o - c n u a m e n te c o m o adjectivos qualificativos : am
bassadeur {embaixador), gouverneur {governador), serviteur
(servidor), auteur {autor), pirofesseur {professor), etc., etc., eic.
S ó f a l t a v a a c c r e s c e n t a r : père {pai), empereur {imperador),
roi {rei)... e q u a n t o s u b s t a n t i v o m a s c u l in o t e m c o r r e l a t i v o
f e m in in o T a e s s u b s t a n t i v o s s ã o g e r a l i n e n t e o s q u e d e s i-
ffn ã o a s p e s s o a s p e lo s e u e s t a d o s o c ia l, e o s a n im a e s p e lo
s e u g e n e r o d e n t r o d a e s p e c ie . E x . Benedicto, Benedicta; —
0 esposo, a esposa; — o irmão, a irmãa; — o marquez, a
marqueza; — o professor, a professora; — o cozinheiro, a cozi-
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 149
OBSERVAÇÕES
C A .I > I T U L O V
DO PRONOME
195. Pronome é uma palavra variavel que, substi
tuindo-se aos substantivos, e até a pronomes de esjiecie
diversa, faz todas as funcções próprias do substantivo, eom
a dupla vantagem de aclarar a dicção pela simplificação
das formas, o de siiavisá-la pela eliminação de repetições
fastidiosas. Pois, a não haver pronomes, em vez de dizer-
se, por exemplo; « Horrorisado de si mesmo, o Iscariotes se
matou )), forçoso seria dizer: « Horrorisado do mesmo Isca
riotes, 0 Iscariotes matou ao p>roprio Iscariotes », formula essa
que a usança dos pronomes torna simplesmente intolerável.
196. Porém a substituição dos substantivos pelos pro
nomes verifica-se de dous modos bem diversos: em uns
casos, determinadamente; em outros, indeterminadamente.
Dahi duas especies de pronomes; os instáveis e os es
táveis.
1.® A substituição é determinada quando o pronome
alliide claramente a um substantivo ou outro pronome an
terior, ou ainda a um pronome ou substantivo apenas sub
entendido. Tres exemplos bastão para a demonstração
destas varias hypotheses.
Primeiro exemplo :
E houve algum homem tão mimoso da fortuna neste
mundo, que, em alguma ou em todas as cousas delle, achasse
152 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
Segundo exemplo ;
U ns para uma parte, outros para outra, todos estão
cansando-se em buscar o descanso, e todos estão cansados de
0 não achar. (P. Ant. Vieira). — Embora os quatro pro
nomes ahi particularmente assignalados : uns, outros, todos
e todos, não se reíirão a nenhum substantivo ou pronome
anteriormente expresso, o espirito não vacilla, á vista do
teor da oração, cm assignar-lhes, como antecedente, o sub
stantivo subentendido homens. Portanto, neste caso também,
póde-se considerar a substituição como determinada.
Terceiro exemplo :
Todos os QUE andais cansados, vinde a mim, diz Christo,
e eu vos alliviarei. (P. Ant. Vieira). — Eestabelecidos na sua
ordem lógica, os diversos pensamentos desta oração se suc-
cedem como se segue: « Christo diz: Vinde (vós) a mim
todos os QUE andais cansados, e eu vos alliviarei » — Embora
o trecho assim disposto não lucre nada em lucidez de ex
pressão, todavia presta-se melhor a demonstrar que o ante
cedente de QUE é o subentendido pronome vós, sujeito
occulto de VINDE (vós os QUAES andais cansados...).
Ora, por uma lei que lhes é a todos commum, os pro
nomes desta especie, isto é, os instáveis, concordão com
0 seu antecedente, não só em genero e numero, senão tam
bém em pessoa, para, por este modo, assignalar com mais
certeza a palavra por elles substituída.
Todavia esta concordância só se patenteia irrecusavel
mente nos j^ronornes característicos de genero e numero
como o são DELLE e NENHUM no primeiro exemplo, e uns’
OUTROS e TODOS uo seguiido. (guando, ])oi’éra, como que,
nao sao característicos, nem de numero, nem de genero,
forçoso é, j)ara destrinçar nelles a concordância, soccorrer-
se ao processo da substituição (o qual, a qual, os quaes, as
quaes), ou a outras considerações não menos concludentes.
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 153
SINGULAR PLURAL
* pes. 2.“ pes. ‘
3.® pes. 1.“ pes. 2.®pes. 3.® pes.
eu. tu. elle (ella); nós. vós, elles (ellas). i
me. te. se ; nos. vos. se. !
mim. ti, si; nós. vós. si.
í
:! Ii
0 (a); os (as) 1(
Ibe ; lhes. i
elle (ella); elles (ellas). 1
0 [estav.)
PRIMEIRA HYPOTHESE
Eu me gabo (analyticamente) Gabo minha pessoa
Tu te gabas ” Gabas tua pessoa
Elle (ella) se gaba ” Gaba sua pessoa
Nós nos gabamos » Gabamos nossas pessoas
Vós vos gabais » Gabais vossas pessoas
Elles (ellas) se gabão ” Gabão suas pessoas.
SEGUNDA HYPOTHESE
T iê iS r
( P r e d ic a d o ). Oh! que boa lembrança para a mesa do<^
pnnetpes, e dos que o não sÃo! (P. Ant. Vieira).
differcnça fundamental que separa o pessoal instável
0 — do seu homonymo estável, deve ser procurada no
modo por que cada um delles procede na substituição
])i‘oj)ria de todos os pronomes. ^
O instável — o — sempre e necessariamente recorda um
i mibstantivo ou outro pronome claramcntc determinado.
i'. . .1 i
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 157
158
nova GRAx
AIMATICA a n a ly tic a
n o m e ^ M m e r A 'l l r a m b ï î u o f * ^ ^ ^ oa p ro -
ío m e 0 caao, já a esta, já ^ á q je íír c a te p ii^ ^ ^ “ “ ” ’
ouecefeJZ rT ão ^Z Z o Z Z
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 159
Exemplos ;
Tudo está fervendo em movimentos que acabão e come-
ção-... aquelle; eantão, e dalli a pouco chorão; est’outros
Ihorão, e dalli a pouco eantão. (P. Man. Bernardes).
De que serve opprimir e afogar ao miserável qy^cind^ por
mais aue 0 apertem, não paga porque nao tem?...
tura, a fome ^do pobre é prato do rico ^ ou o padecei aquel ,
e arrecadar este? (P. Man. Bernardes).
Z,'ZeZXptaS:ZeZZ- orr^
trabalhou, o w i suUu h acertou, o qüe
z z z F J l S i
ainda r,ue eejào Z Z Z l Ï Z y S Z ' ""
ÿiÿante... AQui:r,i,E âa estaiwa ) ~ ‘^ - -^«uelle *
Bo o i i 'o t r : r °
pessoal instável, ofterecc o meivf^^ ^ tomonymo
mente exercitar-se a discriminar nm
BC P..sta . i .„oSifloaçbori: S a^
mepaZZTdiZl7ZfaVcf-VZlT-
que podeim \^, Ant.^Tieü-a)^^ poder os que querem mais do
de verdade, d e ^ q u Z ^ iT u Z ^ Z ^ Z '
(P. Ant. Vieira). senhores de tudo.
i. ~
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 161
2.“ 0.
I
l^RÜÍÊIRA ^ARTÈ - tíXlCotOGÍÀ
V■
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 165
st, A- ?V
166 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
S5. -• .y
172 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
OA.I>ITULO V II
DA PREPOSIÇÃO
234. Preposição é uma palavra invariável que se in
terpõe entre outras de especie diversa para marcar uma
relação.
ill
^ii
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 179
C^FITXJLO V III
DO ADVERBIO
249. Adverbio é uma palavra invariavcd que, ajun
tando-se a um verbo, participio, adjectivo, ou até a outro
adverbio, modifica-lhes o alcance de significação.
Se se attende ao seu sentido etymologico, apenas dC'
clara elle que mais habitualmente actúa nos verbos,
186 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
Exemplos:
sabia. sabiam ente. audaz, audazmente.
eoi’tez, eortezmente. feliz. felizm en te.
exterior, e x te rio r mente. feroz, ferozm ente.
leve, levemente. conimum, commummente.
gei-al. geralm ente. ])rimeira, prim eira m en te.
liei, fielm e n te. dupla, duglamente.
util. utilm ente. só. sómente.
particular. ‘p a rtie u la rm e n te . niór. mórmente.
declarada, declaradam ente. aberta, abertamente.
2 6 4 . S im e n ão , só são a d v é rb io s q u an d o a c tu ã o di-
r e c ta m e n te so b re u m v e rb o , p a rtic ip io , a d je c tiv e ou o u tro
a d v e rb io .
Ex. Se 0 homem timido n ã o t e m coração, o teimoso n ã o
T EM cabeça, porque n ã o c o n h e c e que, sendo o errar um só
defeito, o sustentar o erro são dous. (P. Ant. Vieira).
Vê, voador, como correu pela posta teu castigo... K ã o
c o n t e n t e com ser peixe, quizeste ser ave; e já não és ave
nem peixe. (P. Ant. Vieira).
Toda a creatura dotada de vontade livre, n ã o só appeteee
sempre ser mais do que é, senão também quer mais do que
póde. (P. Ant. Vieira). — (... n ã o s ó m e n t e . . . ) .
A gora s im , disse então aquella cotovia astuta, a g o ra
194 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
CA.I>ITIJI.O IX
DA CONJUNCÇAO
_ 2 7 4 . S e , co n ju n c ç ã o , e n c e ta n e c e s s a ria m e n te u m a p r o
p o siçã o , e p o r isso, p re c e d e c o n s ta n te m e n te ao v e r b o so b ro
o q u a l a c tú a , sem se p r e s ta r is o la d a m e n te a tra n s p o s iç ã o
a lg u m a , is to é, sem a r r a s t a r c o m s ig o a p ro p o s iç ã o a q u e
se rv o de c a b e ç a lh o .
vores^‘'se‘^7fe «r-
T s í:
!=^h!zS£=EoBTrs^
“H ? srs -zí/x
?;rv"TrvsF “ = * “ ï- “
ÍROPOE^ÇÃO - EM l u : ^ : l e s 7 a V M : i
CAlFITXJILO X
DA INTERJEIÇÃO
289. Interjeição é uma palavra invariável que implici*
tamente abrange todos os elementos do uma proposição ou
pensamento.
As mais perfeitas interjeições por sua significação ca
tegórica são SIM c NÃO, quando representando por si sós
tR IM E iR A PARTE - LEXICOLOGIA 209
CA.PITULO XI
‘íflü
■it)
DA ANALYSE
295. Analyse é a investigação, em um todo composto,
não só das partes que o constituem, senão também das leis
que mantêm as partes em cobesão, para conseguir-se, do
mesmo todo, a noção mais exacta. ’
Assim é a analyse um meio, não um fim, como alguns
0 parecem acreditar j e até, se fôr de tal modo instituída,
que não leve para nenhuma conclusão pratica, torna-se
apenas uma pueril gymnastica intellectual, que não vale o
que custa. Porem, devidamente encaminhada, ella concorre,
mais do que qualquer outro methodo, á consecução da ver
dade, e, por isso, é reputada em todas as doutrinas um
auxiliar indispensável.
O seu principal escolho (pois ella não é mais isenta do
que tudo quanto é humano, á contingência do erro) con
siste em ficar exposta a uma falsa apreciação do sou ver
dadeiro alcance ; porquanto este, embora claramente deter
minado em theoria, não deixa de requerer tino na pratica,
jiara não ser excedido. Assim é que, actuando a analyse
por decomposição, evidente fica que deve parar onde acaba
a divisibilidade ; porquanto, seja qual fôr a jjrogressão divi
sória, em se chegando a u m , impossível é achar-lhe nous.
Não são, todavia, tão poucos os abusos da analyse re
gistrados nos annaes das scieneias. Sómente, conforme tivcrão
por objecto a materia ou uma abstracção, bastante diversas
apparecem as consequências.
No primeiro caso, o resultado não é nenhum, porque
a materia não se deixa violentar; e por isso é que constan
temente fugiu aos alchimistas das éras transactas o ouro
que pretendião extrahir de tudo quanto não era ouro.
No segundo caso, o resultado é geralmentc alguma
ficção, que, por mais esdruxula que sáia, sempre consegue
grangear proselytos, graças ao especioso preconceito que
212 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
ADYERTENCIA
SOBRE OS e x e r c íc io s ANALYTICOS.
ARGUMENTO
DECLAEAÇAO
DA NATUREZA DAS PALAVRAS.
te A ':.
M ' :i ’.jv
.f
PRIMEIRA PARTE - LEXICOLOGIA 219
mundo^ Subst. com. m. 3. bens Subst. com. m. p.
se, Conj. e Conj.
em lugar (de) Loc. prep. felicidades Subst. com. f. p.
dos Art. def. cont. m. P- que Fron. rel. f. p.
mortos, Part, subst. m. p. traz V. a. Ind. 1 T.
não Adv. comsigo Fron. pes. cont. m. s.
nascêrão V. n. Subj. 3 T. 0 Art. def. m. s.
outros Fron. ind. m. p. dia Subst. com. m. s.
que Fron. rel. m. p. do Art. def. cont. m. s.
lhes Fron. pes. m. p. nascimento. Subst. com. m. s.
suceedessem? V. n. Subj. 2 T. os Art. def. m. p.
Até Adv. quaes Fron. rel. m. p.
em Frep. todos Adj. ind. m. p.
Deos Subst. prop. m. s. funesta. V. a. Ind. 1 T.
necessita V. n. Ind. 1 T. consume V. a. Ind. 1 T.
do Art. def. cont. m. s. e Conj.
nascimento Subst. com. m. s. acaba V. a. Ind. 1 T.
a Art. def. f. s. 0 Art. def. m. s.
mesma Adj. ind. f. 8. dia Subst. com. m. s.
Trindade, Subst. prop. f. s. da Art. def. cont. f. s.
porque. Conj. morte. Subst. com. f. s.
sendo Ger. simp. que Adj. ind. m. s.
só Adv. motivo Subst. com. m. s.
a Art. def. f. s. teve V. a. Ind. 3 T.
pessoa Subst. com. f. s. 0 Art. def. m. s.
Padre Subst. prop. m. s. juizo Subst. com. m. s.
innascivel, Adj. quäl. f. s. de Frep.
Deos Subst. prop. m. s. Salomão Subst. prop. m. s.
sem Frep. para Frep.
nascimento Subst. com. m. s. antepòr V. a. Inf. 1 T.
seria V. n. Cond. 1 T. 0 Art. def. m. s.
um, Adj. num. card. m. s. dia Subst. com. m. s.
mas Conj. da Art. def. cont. f. s.
não Adv. morte Subst. com. f. s.
seria V. n. Cond. 1 T. ao Art. def. cont. m. s.
trino. Adj. num. m. s. dia Subst. com. m. s.
Pois, Conj. do Art. def. cont. m. s.
se Conj. nascimento 9 Subst. com. m. s.
tantos Adj. ind. m. p. Entendeu- V. a. Ind. 1 T.
são V. n. Ind. 1 T. 0 Fron. pes. m, s.
os Art. def. m. p. melhor Adv,
\ ‘y t
........ -Nh
MIMEIRA PAUTE - LEXICOLOGIA 221
S E O X J lS r iD ^
SYNTAXE
PROPOSIÇÃO. - ORAÇÃO.
............
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 223
e x e r c íc io
ARGUM ENTO
EXPOSIÇÃO EPISÓDICA
DA T H E O R IA DO VERBO SUBSTANTIVO
I
(( Ha em portuguez alguns idiotismos que devemos ex
plicar aos que, nascendo em Portugal, não sabem portu
guez pois têm por erros crassos certos modos de fallar
que são propriedades nativas da lingua portugueza... »
« Ha concordância do verbo com o seu nominativo
(sujeito) temos um particular idiotismo de h a v e r , porque
nas terceiras pessoas do numero singular não concorda em
numero com o seu nominativo. Os ignorantes, e também
muitos dos que presumem não o ser, governando-se pelas
regulares conjugações de outros verbos, têm por erro cras-
sissimo ouvirem dizer; H o u v e homens gue nunca havião de
ter nascido, em lugar de; H o u v e r ã o homens etc... Porém
estes presumidos são os que errão, porque com todos os
clássicos de nossa lingua se prova que o estar este verbo
no singular, o o seu nominativo homens no plural, é um
idiotismo, c grammatica irregular, muito propria da nossa
linguagem. »
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 233
II
« O reparo d’este erro vulgaríssimo é na verdade at-
tendivel: engana-se porém o auctor (precedente), quando
ao bom fallarque recommenda chama idiotismo; porque se
iiA homens, havia festas, etc. íossem realmente discordâncias
de numero entre sujeito e verbo, nem se deveriam nem se
poderiam deseulpar; a illusão está em cuidar-se que o
verbo haver significa existir. Logo que se advirta em que
haver ó derivado do latim habere, o com a mesma signifi
cação de ter, fica manifesto que o, erroneamente chamado,
sujeito ou agente, não é senão complemento objectivo ou
])aciente ; o que o agente ou sujeito real se deixou occulto,
para conformar com o uso recebido. Assim, ha homens
completa-se deste modo : O mundo ha (isto ó tem) homens.
— Havia festas, — o mundo ou o tempo, aquella oceasião ou
aquelle logar, havia (ou tinha) festas... Estes modos de
dizer são portanto ellipticos, e a ellipse não se deve c n-
fundir com o idiotismo. »
« Bm franccz é mui semelhante o uso do verbo avoir FT
derivado, como o nosso haver, da mesma raiz latina, e com
idêntica significação. Em ü y a des hommes (fia homens') o
sujeito ó IL, equivalente de le monde; o complemento ob
jectivo des homines. »
III
« Ha na lingua portugueza um verbo unipessoal que
se emprega quasi sempre (?!) com sujeito occulto, o verbo
Haver, com a significação de existir. Este sujeito é de or
dinário, numero, classe, especie, quantidade, espaço, periodo,
como se vê nos seguintes exemplos:
Ha homens extraordinários; isto é, numero, classe, es-
q)ecie de homens.
Ha dias que não te tenho visto; isto é, numero, quan
tidade de dias.
Ha tempos bem calamitosos; isto é, espaço, periodo de
tempos.
« 1ST. B. O emprego deste verbo com sujeito occulto
é um dos idiotismos da lingua, assim como o é também o
do infinito pessoal, e o do verbo composto com o gerún
dio... ))
« N. B. Esto verbo não vem, como sonhão alguns
grammaticos, de, Haheo, latino, que nunca foi tomado em
tal accepção, mas do verbo franccz, y avoir, que tem a
mesma significação e emprego, que o verbo portuguez, com
234 N O VA G R A M M A T IC A A N A L Y T IC A
CAPITULO I
Considerações geraes ácerca da collocação
das palavras no discurso
309. ISTo uso da palavra, o homem se sente movido
por dons impulsos que, posto não se contrariem, todavia
não actuão parallelamente ; vindo, jiorém a confundir-se numa
mesma direcção como a recta ou resultante de um angulo
afígurando forças iguaes, elles produzem a dicção perfeita.
Pelo primeiro, o homem fíea levado a fallar com clareza ;
pelo segundo, a fallar com agrado. Obedecendo ao pri-
1^ I meiro, não faz senão dar satisfação á sua própria vontade;
porque quem se determina a fallar, só a isso se determina
por julgar necessária, util ou ao menos conveniente a com-
municação de seus pensamentos. Obedecendo ao segundo,
procura captiyar a vontade alheia; porque, se não falia
sempre para impetrar ou convencer, falia sempre ao menos
com o fito de predispôr favoravelmente a quem o ouve.
Da conciliação mais ou menos acertada destas duas preoc-
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 245
1. ADJECTIVO POSSESSIVO
CUJO
2. ADJECTIVOS INDEFINITOS
3. PEONOMES EELATIVOS
QUE.----QUEM.-----O QUAL
4. PKONOMES IXPEPINITOS
5. ADVEEBIOS
6. CONJUNCÇÕES SUBOKDINAÏIVAS
C^FITULO II
Das figuras de syntaxe
1. DA ELLIPSE
2. DO PLEONASMO
3. DA SYLLEPSE
íí ' - " i - 1-
hi.
S EG U N D / PA R TE - SYN TAXE 285
4. DA mVEESÃO
5. DA EXCLAMAÇÃO
líA
[ ■:
CA.FITÜ LO III
TERMOS SYNTAXICOS. —Do facto
362. A percepção mental de quanto ha sobre que lhe
é possível assentar um Juizo, o hoiiieni a traduz por um
facto syntaxico com sujeito ou sem sujeito, com comple
mentos ou som complementos, com predicado ou sem pre
dicado.
Exemplos;
(Com ou sem sujeito). A noite ciieg ã r a . — R e l a m pe
ja v a .
;I«Í
292 NOVA GRAMMATlCA ANALYTICA
1. DO MODO INDICATIVO
2. DO MODO CONDICIONAL
.y
300 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
Sfs.
304 NOVA GRAMMATlCA ANALYTICA
o i m p e r a t i v o v e m d e v e z e m q u a n d o a s u p p r i r o 7.-^ t e m p o
SiTnpíes), n a s o r a ç õ e s d e s e n t id o c o n -
c io n a l, c o n f e r in d o a s s im a p r o p o s iç ã o e m q u e se a c h a a
q iia lif ic a ç a o q u e lh e c a b e r i a e m a n a l y s e ló g ic a se s a h i U e
e n c e t a d a p e la lig a ç ã o c o n d ic io n a l e ^ s u je ita n d o a ^
m e s m a s r e g r a s d e p o n t u a ç ã o d e t e r m i n a d a s p o r e s t a li-
gaçao.
4. DO MODO SUBJUNCTIVO
P o r e v e n t u a l i d a d e e n te n d e - s e o q u e p ó d e s e r q u e s e ia
zrf. íz%i7f
Pois esta mesma ignorância e loucura é a de todos ou
/« to
( v e r b o a n t e r io r )
II
( ligação)
Exemplos:
Honrai a vosso pai e a vossa mãi, afim que v iv a is
largo tempo na terra que o Senhor vosso Deos vos dará.
(Decalogo).
O loxivor, A NÃO SER QUE PREMEIE O merecimento, é ba
julação.
E, para que soubéssemos que a Deos só deviamos este tão
geral beneficio dos fructos da terra, os creou ao terceiro dia,
que foi ANTES QUE CREAssE O sol, a lua e os outros planetas.
316 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
III
(CIRCUMSTANCIA ACCIDENTAL)
40.1. Quando o subjunctivo não fica avocado, nem por
um verbo da proposição anterior, nem pela ligação, póde-
se dar o caso que um facto o reclame, quer por implicar
de per si mesmo a eventualidade, quer por se achar occul-
tamente subordinado a um verbo que requer este modo
quer emfim por uma mera inversão de proposições. ’
Não é homem guem agui não pasma, ou não diga'.
<(iVão;9os5o/« (P. Ant. Yieira). — Este exemiDlo offerece a
curiosa associação de dons factos dissidentes em modo, em
bora subordinados^ a uma mesma proposição anterior! E ’
que 0 facto enunciado pelo indicativo pasma é certo, porque
ninguém se jióde subtrahir a uma emoção imjirevista j ao
passo que o facto enunciado pelo subjunctivo diga é even
tual, visto como 0 acto de fallar, mesmo sob o impulso de
uma emoção viva, não escapa ao império da vontade e
portanto só póde ser conjecturado. ’
Pois isto por gue todos trabalhão, hei de ensinar hoje o
modo com gue se^ vobsa alcançar sem trabalho. (P. Ant.
Yieira). A explicação é que ha muita probabilidade que
se alcance; todavia não ha certeza completa.
Pois, gue remedio para accrescentar a fazenda, util, dis
creta e seguramentef O remedio é muito facil: dar da gue
tiverdes, por amor de Peos. (P. Ant. Yieira). — Não se
podia dizer em absoluto; da gue tendes, porque, infeliz.
i
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 319
Ex. Não digo que o seu pai esteja agora aqui, nem
tão pouco que aqui esteja am aniiãa .
Deos^ diz; « Ama teu inimigo por amor de mim, ainda
qi^ U não mereça que o ames por quem é, epelo que te fez. »
(i). Pr. Eartholomeo dos Martyres).
Que alegria será a dos que agora padecem, quando ouçÃo
dizer: « Céo! céo! » (P. Ant. Vieira).
405. O 2.“ tempo do subjunctivo (pres.-pass.-fut.-pro-
pi io^ justifica igualmeiite do modo por que sabe rubricado j
porquanto, sendo sempre discriminavel, por suas formas
peculiares, de todos os outros tempos conjugativos, presta-
se outrosim a enunciar com a maior propriedade as tres
épocas da duração.
Ex. Eu desejára que o seu pai acqui estivesse agora,
— acqui ESTIVESSE HONTEM, — aqui ESTIVESSE AMANiiÃA, para
com elle tratar deste assumpto.
Oh! se todos os que fazem semelhantes provimentos, f i
zessem este exame, e se ao menos o fizessem os que os pre
tendem, e são providos? (P. Ant. Vieira).
Nem a Rohoão aproveitou ter pior pai a Salomão, nem a
Nero ter por niestre a Seneca, nem a Cesar ter-se esmerado
nelle a natureza em o dotar de uns espiritos tão generosos e
verdadeiramente reaes, para que a adulação de seus familiares,
a um não corrompessem as virtudes, a outro não despojassem
do reino, a outro não tirassem a vida, e a todos não des
truíssem tão infausta e miseravelmente como todos sabem. (P.
Ant. Vieira).
Supponde cque alguém dava ás formigas o entendimento do
homem, cuidais que não havião de dividir um campo em pro
vindas varias ? e, se fizessem as suas covas em terra contigua
a minas de ouro ou prata, que não havião ter os estreitos bu
racos pelos palacios mais ricos e sumptuosos? (P. Man. Con
sciência).
406. E ’ circumstancia notável que, por entrar fre
quentemente em correlação com o condicional, e contrabir
assim com elle uma especie de afifinidade, o 2.° tempo do
subjunctivo venba ás vezes a ser siipprido por um tempo
daquelle modo. Ex. E, que vos parece — que faria o Cesar
neste caso ? (P. Ant. Vieira). — Pois, acbando-se abi a se
gunda proposição subordinada a uma interrogação directa,
era este o caso em que o seu facto passasse jiara o sub
junctivo {E, que vos parece — cpue fizesse o Cesar neste
caso?). E, com eífeito, a julgar por outras exemplificações
322 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
dais que...?
Verifica-se outrosim directamente, no seguinte exemplo,
a substituição do 2.“ tempo do subjunctivo pelo 2.° do in
dicativo: « De todos estes miseráveis, poucos escapavão para
outro jogo, se o povo não pedia que os manumittissem. (P.
Man. Bernardes). —■(... se o povo não ped isse ...).
Por uma correlação toda natural, ou, se se quizer, por
justa compensação, o mesmo 2.“ tempo do subjunctivo sub
stitue também por vezes ao condicional, sem que dahi re
sulte, quer ampliibologia, quer obscuridade, tal é o donaire
com que se sabe haver a lingua portugueza em todos os
seus meneios.
No palacio de el rei Dario, emquanto elle dormia, très
guardas-mòres da pessoa real excitárão entre si aquella famosa
questão que refere Esdras : Qual fosse a mais poderosa cousa
do mundo. — {Qual seria ...). Despertou o rei, e, lendo a
questão que os mesmos autores delia lhe tinhão 2^^sto escripta
debaixo dos travesseiros, prometteu grandes prêmios a quem
melhor a resolvesse . — (... a quem melhor a resolveria ).
(P. Ant. Vieira).
407. O 3.° tempo do subjunctivo {pres.-pass.-fut.-sup-
plementa?') não tem outro alcance que não seja o de supprir,
por amor da euphonia ou da variedade, o tempo anterior.
Ex. Quem haverá que se não admire de uma tal voltei^
324 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
O ^I^ITXJLO IV
DO INFINITIVO
411. Se bem que o infinitivo não constitua de per si
Denhum termo syntaxico especial, tal é todavia a comple-
SEGUNDA PAUTE - SYNTAXE
%
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 333
A
aV./ j^tllci V1 tiOj O^IKV 1V>A4UllVX<.lll'_'l<li JlHOV^lll 1 V 1 \ . . / 1V./V1. 11^1 J. AlV-' iii
-c rV l“ ) .'
4 natureza fez o comer para o v iv e r ; a gula fez o
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 335
2'>resentaçâo,
e para governarem como devem, que se apartem
de suas proprias raizes. (P. Ant. Vieira). — {E' necessário
que [elles] se apartem... para [ elles] se conservarem... e
para [ elles] governarem...).
Observação. Neste ultimo caso, como em outros
muitos, a aiitej^osição anormal do infinitivo ao verbo do
que depende, não pouco contribue, pela suspensão de sen
tido que costumão produzir as inversões, a aconselhar o
emprego da personalidade no mesmo infinitivo, para des
fazer assim toda e qualquer incerteza. Tal é, ao menos, a
inducção que se deixa tirar do cotejo de numerosas pas
sagens dos clássicos.
E, PARA mais VERIFICARMOS isto, — FAREMOS uma pará
bola^ imitando quelle que, para todos, se fez uíiico exemplar.
(João de Barros). — (... faremos uma p><^'>'ábola para mais
VERIFICAR isto...).
Estes serião os perigos ou inconvenientes das minas : para
bem os avaliarjios, — sirvamo-nos de exemplos visinhos.
(P. Ant. Vieira). — (... sirvamo-nos de exemplos visinhos,
para os bem avaliar).
Dos gerúndios
A dvertência. Na nossa primeira grammatiea, dentre
08 não poucos erros em que nos fez incorrer uma exage
rada deferencia a opinioes tradicionaes, e dentre outros
erros que só a nós devemos imputar, assignalamos agora o
do termos incluido os gerúndios na classe dos participios.
1 orém, reconsiderando este caso á luz dos principios da
grammatiea geral, viemos a descobrir que os gerúndios são
meras fôrmas do infinitivo j o que ficou, aliás, confirmado
2iela presteza com que se deixão, sob este novo aspecto,
ageitar ás regras geraes da analyso, quando a ellas se
mostrão tenazmente refractarios, sendo havidos por parti-
cqiios.
426. Das cinco funeções a que se presta o infinitivo
nos seus quatro primeiros tempos, os gerúndios exercem
so duas: a de complemento indirecto, e a de apposição. Pela
segunda, relacionão-se, sem duvida, não só com as outras
formas do infinitivo, senão também com o jiarticipio va
riável ; jiorém, pela primeira, difíerenção-se terminantemente
deste, porque nunca compete ao mesmo participio constituir
de per si só um complemento desta especie ; e, quando por
ãeaso succeda que appareça regido de uma jirejiosição, é
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 343
OA.FITXJLO V
DO SUJEITO
431. Sujeito é o termo que, constando de uma ou
mais palavras, impõe ao verbo o numero o a pessoa. Fal
tando, portanto, o sujeito, falta por isso mesmo ao verbo
a personalidade; e esta é a razão por que o verbo, em
taes casos, só acciisa uma unica fórma em cada tempo.
Ficão exceptuados tão sómente os gerúndios, por lhes não
assistir mais de uma fórma, quer tenhão sujeito, quer não.
Ex, quando as despezas de tudo isto devêrão sahir
do que sobejasse nos erários e thesouros reaes, que será onde
se vêni tiradas e espremidas das lagrimas dos vassallos carre
gados, e com tributos sobre tributos, chorando os naturaes
para que se alegrem os estranhos, e antecipando-se as exé
quias á patria por onde se lhe devera procurar a saude?
(P. Ant. Vieira).
Não se soffre que gente que tem um mesmo Pai celestial,
e caminha juntamente para uma mesma cidade celestial, não
se ame no caminho, havendo de ter no cabo da jornada tão
perfeita amizade e paz eternamente. (D. Fr. Bartholomeo dos
Martyres).
432. As únicas esjiecics de palavras idôneas para con
stituir um sujeito são: o substantivo, o pronome, e o
VERBO NO INFINITIVO.
Ex. Todos os HOMENS QUEREM tCI' p ã O , C lliuito p ã O .
(P. Ant. Vieira).
Em buscar pão se resolve tudo, e tudo se applica a
0 buscar. (P. Ant. Vieira).
Pois, 0 DAR É caminho de accrescentar? (P. Ant. Vieira).
Observação. Muito diversa é a doutrina que a tal
respeito voga.
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 347
« ■• /
NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
Experimentação analytica:
Emquanto no mundo e l l e e l l a
o u não h o u v e ouro (!!!),
então E L L E ou e l l a f o i idade de ouro (!!!). Ahi, portanto,
são os dous verbos igiialmente impessoaes.
Exemplo de omissão de sujeito constando do infini
tivo :
Sobretudo o tribunal supremo da razão assim o prova,
porque amigo de amigos, e inimigo de inimigos É voz que sôa
justiça, merecimento, proporção, igualdade. (P. Ant. Yieira).—
(... porque [ s e r ] amigo de amigos, e inimigo de inimigos É
voz que...).
Nos seguintes exemplos, a suj)pressão indevida de um
sujeito idoneo, junta ao emprego mal cabido da conjuncção
copulativa e , torna as orações, senão de todo ampliibolo-
gicas, ao menos de construcção viciosa:
Queixou-se a el rei D. Pedro I um ministro de justiça de
que, indo a fazer uma citação a certo fidalgo, este lhe dera
uma punhada, e lhe arrancára alguns cabellos da barba. O
rei, entregando a vara a um corregedor que estava presente,
lhe disse com grande fogo de zelo: « Acudi-me, Corregedor,
que me dérão uma punhada, e me arrancarão as barbas w.
Foi logo 0 corregedor; prendeu o delinquente, e f o i d e g o l -
L A D O . (P. Man. Bernardes). — (^uem não pensaria, á pri
meira vista, que o degollado foi o corregedor? Eméndar-se-
hia a oração pela introducção de um pronome relativo
. . . 0 Q U A L foi degolado.
(Q u a n tos v ie r ã o a s e r v ir p o r q u e q u i z e r à o [ e l l e s q u i-
zerâo'] ser m a is s e r v i d o s , ou s e r v i d o s d e m a i s d o q u e
poDiÃo [ e l l e s p o d i ã o l m a n t e r ! (P. Ant. Vieira).
'\
« B e m d i t a e a d o r a d a e g l o r if ic a d a s e j a eternamente
VOSSA BONDADE, SABEDORIA E OMNIPOTÊNCIA, Senhor, que S ã O
os tres mysticos dedos de que conservais pendente a universi
dade de todas as cousas! » (P. Man. Bernardes).
Mas nunca t e r á fim a f a m a e g l o r ia do seu nome.
(Fr. Franc, de S. Maria).
São, portanto, correctos os letreiros em que se lô:
« Compra-se o u r o e p r a t a »; porém não o são os em que
se lê : « Aluga-se c a r r o s ». Pois o P. Ant. Vieira disse:
« De umas cidades não s e s a b e m os l u g a r e s onde esti-
verão ».
Se, porém, por qualquer palavra anteposta ou logo
junta ao verbo, sobrcsahe como indicação que o sujeito
356 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
s y s tc m a s d e P h y s i c a , n ã o t e m m a is e m p r e g o n e m s ig n ifi
c a ç ã o n a e c ie n c ia m o d e r n a . D e s i g n a v a u m e s ta d o d e o p -
jDOsição c o m o o q u e se d á e n t r e o frio e o c a lo r.
E' BENÇÃO ou FATALIDADE dos 7’eis qu6 tudo 0 qu6 fi
zerem ou quizerem, ainda que não seja louvável, seja louvado.
(P. Ant. Vieira).
Se, porém, fôr nem , em vez de ou, a conjuncção copu-
1ativa ligando os diversos membros do sujeito, o verbo
passa para o plural quando ambos os comjionentes actuão
conjunctamente nelle, ou fica no singular quando um dos
componentes exclue ao outro.
Ex. 7f, posto que havia ainda no mundo outro poder
maior, nem o anjo , nem o homem se contentarão com
poder 0 que podião. (P. Ant. Vieira).
Se algum capitão pudera escusar o conselho, era o genio
de Alexandre, formado pela natureza para conquistar e vencer.
Mas, NEM A SUA ARTE, NEM A SUA FORTUNA O LISONJEOU de
maneira que não antepuzesse o conselho a ambas. (P. Ant.
Vieira).
438. Vindo um sujeito composto a constar de sub
stantivos synonymos, basta que o mais chegado ao verbo
esteja no singular para que com elle se eífectue a concor
dância do mesmo verbo.
Ex. A NECESSIDADE, A POBREZA, A FOME, A FALTA do
necessário para o sustento da vida é o mais forte, o ?nais po
deroso, 0 mais absoluto império que despoticamente domina
sobre todos os que vivem. (P. Ant. Vieira).
A razão está em que é isso mero artificio de estylo,
ao qual sobretudo se soccorrem os oradores quando, dese
josos de conquistar a convicção alheia, insistem na idéa
principal, reproduzindo-a subtilmente por jialavras diversas.
E’ o mesmo como se fossem riscando successivamente as
expressões de que se servem, por in8uíficientes’e somenos
para o seu intento, até que, alcançando a que mais ade
quada parece ao proposito que têm, cóm olla fação obra.
Verificu-se esta allegação (que não diz só respeito a um
sujeito como no exemplo citado, mas ainda a outros termos
syntaxicos), na continuação do mesmo trecho, adrede re
cortado por interpolações, para tornar a demonstração mais
incisiva.
Não ha cousa tão difficultosa (não digo bem ), tão
ARDUA (não digo bem ), tão repugnante ã natureza , a
QUE A NÃO OBRIGUE (não digo bem), a que a não renda
(não digo bem ), a que a não su jeite , não por vontade, mas
rOR FORÇA E VIOLÊNCIA, û DURISSI3IA 6 INVIOLÁVEL lei da
necessidade.
439. Vindo um sujeito composto a ser summariamcntc
resumido cm uma expressão collectiva do singular, o verbo,
concordando exclusivamente com ella, permanece no sin
gular.
Ex. A IDADE, 0 ENGENHO, AS OBRIGAÇÕES, TUDO ESTÁ
EMPENHADO a Vossa Alteza a ohrar conforme o seu real
sangue. (P. Ant. Vieira).
E, porque não achava a pomba onde descansar? Porque
buscava o descanso onde o não havia. As cidades, os cam
pos, os VALLES, os MONTES, TUDO ERA MAR. (P. Ant. Vieira).
Tudo isto que vemos com nossos olhos, é aquelle espirito
sublime, ardente, grande, immenso, a alma. Até a mesma for
mosura, que parece dote proprio do corpo, e tanto arrebata e
captiva os sentidos humanos, aquellà graça, aquella pro
porção, AQUELLA SUAVIDADE dc CÔr, AQUELLE AR, AQUELLE
BRIO, AQUELLA VIDA, quc É TUDO scnão alma? (P. Ant.
Vieira).
O SOL, A LUA, AS ESTRELLAS, C O USO da SUa luZ, É
COMMUM a todos ; e assim era a terra no principio. (P. Ant.
Vieira).
' 440. Vindo um sujeito composto a constar de palavras
designando personalidades verbaes differentes, o verbo, con
cordando em numero com todas, passa para o plural, mas
abi assume a terminação da pessoa que tem a prioridade.
A segunda pessoa tem a prioridade sobre a terceira, c a
primeira, sobre uma e outra.
Ex. Se se achassem aquellas m i n a s , . . . só os vossos engenhos
havião de ter muito que moer, porque yós e vossos filhos
iiAVifiis DE SER os moidos. (P. Ant. Vieira).
Eu E os MEUS NOS ALEGRAREMOS summamcnte com todo
0 seu bom successo, pela antiga amizade e boa correspondência
que sempre a nossa casa teve com as destes fidalgos. (P. Ant.
Vieira).
Parece que este sujeito tem estudado bem ; mas, nem eu,
NEM MEUS COMPANHEIROS ESTAMOS dc accordo dc pagar seus
estudos com as nossas cabeças. (Duarte Pibeiro dc Macedo).
441. Vindo um sujeito composto a constar dc infini
tivos, o verbo pára no singular; porquanto, não competindo
iios infinitivos, como expressão substantivai, outro numero
do que este, isto é, o singular, não podem transmittir mais
do que têm. (V. § 411).
360 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
OA^T>ITULO V I
DO COMPLEMENTO DIRECTO
443. Complemento directo é o termo que abrange a
palavra ou conjuncto de palavras inteirando o sentido do
SEGUNDA TARTE - SYNTAXE 361
DO COMPLEMENTO INDIRECTO
ÍíkV« a •V
376 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
.V<v
382 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
C^l^ITULO VIII
DO PREDICADO
í
SE G U N M PAETE - SYNTAXE 393
frequontemonto oceorro, o
qualihcativo que podería ser substituído ao complemento
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 401
C A P I T U L O IX
DA APPOSIÇÃO
E X E M P L O D E A P P O S IÇ Ü E S E S S E N C IA E S
A P P O S IÇ Õ E S D E S U B S T A N T IV O S
0A.U*ITUT1L,0 X
DA LIGAÇAO
498. Ligação é a palavra ou conjuncto do jialavras
que, por interposição, toma os termos compostos, as prepo
sições connexas, ou as orações correlativas.
410 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
D A S L IG A Ç Õ E S S U B O R D IN A T IV A S
CA.FITUI.O X I
DOS IDIOTISMOS
510. Idiotismo é toda a locução que, embora de sen
tido claro, porque é de uso commum, nega-se entretanto
ás leis geraes _da analyse syntaxica. E nega-se ás leis
desta^ analyse, já porque as palavras que a compõem, ex-
orbitão das relações que lhes são projirias; já porque, co
tejadas em sentido genuino, as mesmas palavras se mostrão
avessas a formar umas com as outras um conjuncto ra
cional.
Ex. O bom DO HOMEM. — A santa da m u l h e r . — Saber : 11
4 Î
DE CÓR. — Tomar a p e it o . — Fazer das su a s . — Dar-se com
ALGUÉM. Ir TER COM ALGUÉM. — Aillda BEM. — Ainda MAL.
Que muito q u e ...! — L e h a muito que... — Parede m e ia . ,j ^
Comprar po r atacado . — Vender a v a r e jo . — Em serra
ACIMA. — Em serra a b a ix o . — S ua a l m a , sua p a l m a . —
Etc.
511. ííenhurna lingua é isenta de idiotismos, e é ge
ralmente característico delles o reluctarem a deixar-se
verter litteralmente de uma lingua para outra, e sim tão
sómente por equivalentes. {Como p a s s a ? — Quomodo v a l e s ?
— Commentions, po r tez -v o u s ? ...). Apezar de sua excen-
tiicidade grammatical, os idiotismos, quando estremes de
vulgarismo, ou de allusões repulsivas, não são nenhumas
fóimulas leprovaveisj muito pelo contrario; discretamente
espalhados na dicção, temperão-na, por assim dizer, de um
certo sabor pátrio ao qual, com muita propriedade, litte-
ratos modernos chamárão v e r n a c u l id a d e .
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 419
C_^r>ITULO XII
Observações peculiares sobre as diversas
especies de palavras
VERBOS
Vieira).
Se a equidade ha de estar tanto na mente do juiz, por
que HA DE ESTAR tão pouco no coração do credor? E, se o
juiz HA DE USAR da rcgoa de páo, porque ha de o credor
USAR só da de bronze? (P. Man. Bernardes).
Por uma daquellas evoluções mui licitas no andamento
jirogressivo das linguas, porque não contrarião, nem leis,
nem usos estabelecidos, os mesmos auxiliares ter e haver
já não vão, na actualidade, indiscriminadamente empre
gados para a formação dos respectivos prcpositivos, e sim
aceusando cada um um matiz sensivelmente diverso. Assim
é que, por exemplo, em « II ei de ir », o facto se entende
como espontâneo ou concessionário, e em « T enho de ir »
como mais ou menos obrigatorio ou coacto. ’
Outrosim não é raro encontrar, nos referidos verbos
prcpositivos, a preposição elidida por euphonia.
Ex. Pediu 0 prodigo a seu pai que lhe désse em vida a
herança que lhe havia caber por sua morte. (P. Ant. Vieira).
— (... havia de caber...).
O deos de semelhantes pessoas é o ventre^ e o appetite
da gloria mundana; e assim 05 sacrificios havião ser cor
rupção e fumo. (P. Man. Bernardes). — (... havião de ser...).
i
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 427
Exemplo :
Eu me queixo Nós nos queixamos
Tu te queixas Vós vos queixais
Elle (ella) se queixa Elles (ellas) se queixâo
524. Os pronominaes são keciprocos quando o facto
por elles denunciado vai perpetrado, vice versa, por uma
parte dos entes constituindo o sujeito, sobre a outra
parte do mepno sujeito. O seu caracteristico é serem uni
camente conjugaveis no plural.
Exemplo :
Nós nos desafiamos
Vós vos desafiais
Elles (ellas) se desafião.
pronominaes são ambíguos quando, embora
providos de ambos os nurneros, não denuncião todavia de
pei si no plural um sentido antes reflexivo do que reci
proco, mas j)restão-se tanto a um como ao outro.
Exemplo ;
Eu me louvo Nós nos louvamos
Tu te louvas Vós vos louvais
Elle (ella) se louva Elles (ellas) se louvão.
COMO IMPESSOAES
tO'
528. Sendo uma voz admittido como princijiio incon
cusso que um verbo, seja qual fôr a classe a que por na
tureza pertença, torna-se impessoal pela deficiência accidentai
de todo e qualquer sujeito, não deixa de a experimentação
analytica dar a conhecer que os passivos também j^odem
passar a impessoaes.
Ex. Sabido é — que nos cabellos são significados os pen
samentos. (^P. Man. Bernardos).
Ora parece razoavel inferir desta demonstração que,
se tal transmigração é licita aos passivos sob a forma que
propriamente é a que lhes compete, licita lhes deve ser
igualmento quando disfarçados em pronominaes. Pois é
cxactamente o que se verifica pelo processo da substi
tuição.
Ex. Sabe-se — que nos cabellos são significados os pen
samentos. — (S abido é, — sabe-se...).
Póde-se, portanto, concluir (e a pratica da analyse o
confirma) que todo o verbo aj>parentemente pronominal
pela concomitância do pronome se, mas realmeiite impes
soal pela deficiência de um sujeito, representa meramente
um passivo inqiessoal.
Assim se acha outra vez theoricamente justificada a
doutrina innovada nesta obra: que, para a enunciação de
um pensamento sin^celo, basta muitas vezes o nnieo tonno
B y iita x K ;o ue E A C T O Ç J i' S A B I D O . . . » A B E -S E ...).
/ I
mente designar, disfarça sob sua forma pessoal um sentido
realmente impessoal.
Ora, se desta exposição resultasse simplesmente a ve
rificação de serem os impessoaes pronominaes suppriveis,
em these geral, pelo latinismo lembrado, escusado seria
deter-se num exame mais minucioso do caso, e bastaria
declarar summariamente que, por equiparar-se uma forma
com a outra em sentido, indifférente é usar da segunda em
lugar da primeira, ou vice-versa. Porém assim não é ; por
quanto, além de se vincular a esta questão um dos mais
clamorosos gallicismos da modernicc litteraria, não é sempre
sem alguma impropriedade que uma forma póde ser sub-
stituida pela outra. Pois não haveria na dicção, nem o
mesmo agrado, nem talvez a mesma lucidez, se o prece
dente exemplo sahisse assim modificado : « D izem que pri
meiro ESCREVÊRÃo em folha-i de palmeira, w (Quem escreveu f
os mesmos que dizem f).
Igual reparo se póde fazer no seguinte exemplo, cx-
trahido do mesmo autor, e versando sobre o mesmo as
sumpto : « CosTüMAVA-SE escrcvei' só de uma parte do papel,
sem ESCREVEREM íias costas delle. » — (« Costumava-se escrever
sò de uma parte do papel, sem escrever-se nas costas delle. w)
Parece, portanto, que a intervenção trocada das duas for
mas em uma mesma oração teve, para os clássicos, o mé
rito de um artificio aproveitável de estylo. E’ certo, todavia,
que este artificio não envolve a obrigação de um preceito
grammatical.
O que, porém, constitue, a tal respeito, a violação fla
grante de um principio da Grammatica, é um barbarismo
de que não se encontra vestigio entre autores antigos,
mas que, por compensação, rasteja viçosamente nas pro-
ducções da actualidade.
Encaremos primeiro o caso sob sua forma correcta,
para depois discutí-lo sob a forma incorrecta em que o es-
tampão os letrados do tempo presente. Ü venerável D. Er.
Bartholomeo dos Martyres disse com a mais perfeita regu
laridade grammatical, relatando palavras de S. João
quero que vos conheção em todo o mundo por meus discipulos,
se vos amardes uns aos outros. »
O que se poderia apostar, á vista do que hoje se es
creve, é que, tendo um moderno moralista de enunciar o
mesmo pensamento, transformá-lo-hia sem o menor pejo do
seguinte modo: « Nisto quero que se vos conheça em todo
0 mundo por meus discipulos... » Ora o que denuncia com
toda a clareza o processo analytico, é que, na transforma
ção alludida, o facto conheça viria a ter, contra todos oa
436 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
ARTIGOS
DO E M P R E G O , O M ISSÃO E R E P E T IÇ Ã O DOS A R T IG O S
A COUSA M A IS N E C E SS Á R IA E M A IS PR O V E IT O SA para a
navegação é o conhecimento da altura do polo sobre o horisonte.
(Pedro Nunes).
Verifica-se, aliás, a exactidão do motivo allegado, pelos
seguintes exemplos, em que os superlativos, embora pos
postos aos substantivos a que se referem, tornão todavia a
assumir o artigo definito, porque os mesmos substantivos
se achão desamparados do artigo que, nas anteriores cita
ções, compartião com os superiativos :
E, se a natureza, onde é incapaz de razão, não é capaz
de soffrer semrazões, que o homem, c r e a t u r a racional a m a i s
N O B R E, A M A I S V I V A e A M A I S S E N S I T I V A de todaS, COM a
balança da mesma razão no juizo, não haja de pesar aqqra-
vos!?... (P. Ant. Vieira).
Que perda! campos tão bellos sem cultura; p a s t o s o s
M A ISP R E C I O S O S , c ncm uma só rez se alcança com a vista...
ADJECTIVOS
DOS DETERMINATIVOS NUMERAES
tinha a estatua; mas, porque lhe faltou a união, não lhe ser
virão de nada mais todos esses metaes hellicos e ricos, que
de accrescentar maior peso para a cahida. (P. Ant. Vieira).
O que TODOS aquelles ordes celestes fazem andando
em perpetua roda, e voltando sem nunca descansar, é temperar
com suas influencias o que ha de comer o homem. (P. Ant.
Vieira).
Ficão tão sóraente dispensados desta exigencia os pro
nomes que, sendo já por natureza determinados, em caso
algum admittcm o amparo dos artigos, ou de adjcctivos
determinatives outros que não o mesmo todo.
Ex. T odo aquelle que se exalta, será humilhado; e o
que se humilha, será exaltado. (P. Balthasar Telles).
As paixões do coração humano, como as divide e numera
Aristóteles, são onze; mas todas ellas se reduzem a duas
capitáes : amor e odio. (P. Ant. Vieira).
({ Depois que vimos em nossas terras o papel do Padre
grande, que, por amor de nós e da outra gente da nossa pelle,
se tinha arriscado ás ondas do mar alto, e alcançado de el
rei, para todos nós, as cousas boas, logo no mesmo ponto lhe
demos inteiro credito. » (P. Ant. Vieira).
Nas exequias de Crixio chegárão os gladiadores a cento
e cincoenta pares, que todos morrerão. (P. Man. Bernardos).
— (... os quaes todos...}.
Ficão ainda dispensados, e pelo mesmo motivo, os sub
stantivos proprios que por natureza rcpellem o artigo.
Ex. O caso do medico e hospede do leão teve por teste
munhas os olhos de toda P oma. (P. Man. Bcrnardes).
Emfim, sendo-lhe dada a precedencia ao substantivo
ou pronome, o mesmo adjcctivo todo, como ja cm outra
parte foi lembrado, toma, da mesma feita, a dianteira, nao
só aos mais adjectivos ou participios antepostos ao pro
nome ou substantivo, como ainda ao proprio artigo, o que
nenhuma outra apposição póde fazer, salvo a de ambos
(A mbas as cousas havia de fazer Josué).
Ex. Um sò meio acho aos reis para salvarem ambos
estes inconvenientes. (P. Ant. Vieira).
E, para que ninguém se admire deste grande poder da ne
cessidade sobre todos, a razão é, diz o provérbio, porque todos
os outros poderes são sujeitos ás leis, e só a necessidade não
tem lei. (P. Ant. Vieira).
Vai um soldado servir na guerra, e leva tres cousas:
leva vontade, leva animo, leva alegria. Torna da guerra a
462 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
O B s p v A ç Ã o . A i n d e v i d a o m is s ã o d o a r t i g o d e fin ito
e m s e g u i m e n to a todo , q u a n d o a p p o s iç ã o , s e n d o lio je t ã o
i r e q u e n t e , q u e e lla p a s s o u a v e r d a d e i r o s o le c is m o , n ã o s e r á
to ra d e ^ p r o p o s ito fa z e r n o ta r q ue, co m o ta n to s o u tro s
e r r o s , n ã o e m a is q u e u m a m a l c a b id a i m i t a ç ã o d o f r a n c e z
e m q u e tout (todo), v in d o a a s s u m i r u m s e n t id o a n a lo g o
a o d e CHAQUE (cada), r e p e l le e n t ã o t e r m i n a n t e m e n t e a c o n
c o m i t â n c ia d o a r t i g o d e f i n i to : « T out Komm est mortel (n ã o :
louT L h o m m e ...) , o q u e , e n t r e t a n t o s e t r a d u z c o m t o d a a
p r o p r i e d a d e : « T odo o hom em ou T odo e q ualquer hom em
e mortal », e s e m n o t á v e l i m p r o p r i e d a d e d C ada hom em é
mortal >). P o i s e m c a s o p e r f e i t a m e n t e id ê n t i c o d is s e o P .
A n t . V ie ir a : « T odo o r ein a d o desunido será assolado ( T out
ROYAUME desuni sera bouleversé ~ Aprendão a joqar as
armas marítimas de todo o g en er o . {Qudls apprennent à
manier les armes de mer de tout g e n r e ). — L ê - s e iiiu a l-
m ^ te u m a c a rta de el re i D . M a n o e l ao rei de F ra n ç a :
<( Em TODA A o ccA sià o pôde V. AL usar das minhas eousas
se fossem communs a ambos ». (En toute occasion F
peut user de ce qui m'appartient, comme si c'était de ’l'un
et de l autre). — Julgue agora todo o hom em se é eousa diffi-
cultosa e impossível, antes muito facil e natural, amar os ini
migos. ( P . A n t . V ie ir a ) . (Que tout h o m m e maintenant...).
— 1 or proximo entende-se todo o h o m em . ( D . F r B a r t h o
lo m e o d o s M a r t y r e s ) . (Par prochain, on entend iiomP).
« Mas, objectarà talvez alguem (e foi isso o motivo da
<c presente observação), em que vem a ficar a explicação
« theorica de que todo , pela natureza do seu sentido, não
(( podo amparar a um substantivo in d e t e r m in a d o , isto é
« despido do artigo ou dealgum determinativo? Será a
« verdade, em materia de lógica, uma em portuguez, e
« outra em francez ?» i fo >
Certamente a lógica é uma, e só uma; porém ahi as
ínguas sao duas. E tanto são duas em referencia ao as
sumpto ventilado, que, para remover a objecção sem entrar
em uma dissertação inopportuna, basta advertir que a
questão dos artigos estabelece radical discrepância entre as
mesmas línguas. Porquanto, além do definito e do indefi-
2 L" " op ar t i t i vo (de, du,
de la, des), o que nao pode deixar de provocar nelle, cm
substantivos, relações syntaxicas que nada
tem de commum em uma e outra lingua.
observar em todo uma feição bas-
e sin,^u ai, c vem a ser a propriedade que lhe compete,
conio aos demais adjcctivos indefinitos, de se constituií em
modiíicativo, com o mesmo alcance de qualquer adverbio,
SEGUNDA PARTE - SYNTAXE 465
PRONOMES
-■h:
quo eile concorre cm portugiiez, com as que eífectua, sob
formas variadas, cm outras linguas. Attenda-se, por exem
plo, ao que com eile succede em allemão, onde sua repro-
ducção avoca até mais de uma palavra em cada classe, o
demonstra, pelo mero cotejo das expressões avocadas,
quantos são os empregos que sorrateiramente cumula.
ADJECTIVO INDEFINITO
Que livro é esse^ W as euer ein Buch ist dieses?
PRONOME RELATIVO
E ' um livro acaho de comprar. — Es ist ein Buch,
que
WELCHES ou DAS icli jctzt eben gekauft habe.
PRONOME INDEFINITO
Mas QUE queria dizer-me o Sr. ? — Aber was wollten Sie
mir sagen?
ADVÉRBIO
Ora, QUE bonitos cavallos tem o Sr.! — Já, wie schäm
sind Ihre Pferde!
CONJUNCÇÃO
Creio até que são mais bonitos que os do barão de
Cayapó. — Ich glaube sogar, dasz sie scheener sind, als die
des Barons von Cayapó.
568. A necessidade de prover de remedio aos nume
rosos casos de ambiguidade que originaria o emprego ex
clusivo de que como pronome relativo, suggeriu a idéa de
lhe dar por substantivos quem o u o qual, ])orém com a
reserva de que destes se usaria só para fugir a uma equi-
vocação possivcl. Assim se explica a predominância que,
no discurso, o primeiro exerce sobre os dons últimos.
O relativo quem denuncia sufficientemente por suà
fórma contracta {que homeni) a sua peculiar idoneidade
para rejiresentar substantivos de pessoas.
Ex. Forão inventores destes jogos Hercules, Pytho, Thesêo
e outros heroes de quem {dos quaes) os tomarão os Gregos e
Romanos. (P. Ant. Vieira).
Nem os Romanos, finalmente, conservárão o seu império
daquelles a quem {aos quaes) o tinhão tomado. (P. Ant.
Vieira). — (... íomar-LiiES... complcm. indir. proprio).
Se foramos verdadeiros christãos, cessava entre nós este
preceito, porque não havia de haver inimigos A quem {aos
NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
PREPOSIÇÕES
577^ O sentido das preposições é geralraente tão vo
lúvel, tão fugaz quando tomado em abstracto, isto é, isola
damente das palavras entre que estabelece uma relação,
que em todas as linguas é considerada como parte inte
grante, com o seu regime, de um complemento, posto que
a escolha que delia se faz, seja determinada pela palavra
anterior ou regedora. Alias este modo de encarar synta-
xicamente a preposição é sobejamente justificado pela cir-
cumstancia de se prestar ella, nas diversas linguas, á mais
estreita união com o seu regime, por muitas e variadas
contracções, e de esquivar-se totalmente no advérbio.
Mas, por isso mesmo que as preposições escapão a uma
classificação systematica de suas relações, e dependem, como
se sóe dizer, do uso, o methodo analytico, em Grammatica,
tem, sobre o dogmático, a innegavel vantagem de attrahir
e, por assim dizer, de concentrar a attenção sobre tão in
teressante assumpto, sendo que, por este modo, a assidui
dade das observações suppre o que se nega a fornecer a
theoria.
Poderia ser, aliás, longa a lista dos exemplos por meio
dos quaes se demonstraria que, sem a mais leve alteração
de ^sentido, uma mesrtia palavra avoca livremente propo
sições differentes; porém, como mesmo assim ficaria a lição
sem conclusão pratica, tomar-se-hão as citações que se se
guem, como meras indicações do que convem fazer cm
analyse a tal respeito.
^ Ex. Se ine coube em sorte a pobreza, porque me não fará
rico 0 CONTENTAR-ME COM ELLA ? (P. Ant. Yicira).
Os frades de cá não m e c o n t e n t a r ã o , nem em púlpito
nem em pratica, s o b r e e s t a t o r m e n t a d a t e r r a aue ora
passou. (Gil Vicente).
Certo homem que ia de Jerusalem para Jerichó, foi no
caminho, accommettido dos ladrões, que, não c o n t e n t e s d e o
ROUBAR, 0 ferirão em muitas partes. (P. J. B. de Castro).
O que governa a republica, e commette todo o governo aos
mo^m ser inhabit; o que o p i a d o s m o ç o s , é leviano.
(P. Ant. Vieira).
Se a Providencia Divina fiou e encarregou os jmncipios
desta celestial conquista a um infante de Portugal, os fins
delia, já tão facilitados, porque os não fiar á a outro. (P.
Ant. Vieira).
Se 0 soldado se vê morrer a fome , deixe-se morrer, e
vingue-se... Não faltará quem diga por elle: « Quantos merce
nários arrebentão de fartos, e eu morro de fome ! (P. Ant.
Vieira).
578. A ])reposição por allude geralmente á causa, e a
preposição p a r a , ao fim. Entretanto os clássicos usárão
frequentemente da primeira em lugar da segunda, o que
não é de lastimar que tenha cahido em desuso.
Ex. S. Pedro Damião, por fugir longe das cortes, re
nunciou a purpura. (P. Ant. Vieira). — (... pa r a fugir...').
ADVÉRBIOS
CONJUNCÇOES
585. N e m c o s t u m a s u b s ti t u i r - s e a sem q u a n d o e s ta
p r e p o s iç ã o , p o r v i r r e p e t i d a , t e r i a d e a n d a r p re c e d id a d a
c o n ju n c ç ã o E.
Ex. Vêdes aquelle entrar e sahir sem quietação nem
socego? (P. Ant. Vieira). — (... sem quietação e sem so-
cego).
Os outros ladrões furtão debaixo de seu risco ; estes, sem
temor nem perigo. (P. Ant. Vieira). — (... estes, sbm temor e
SEM perigo).
Da analyse syntaxica
586. Assim como a analyse lexicologica é a classifi
cação das palavras pelas suas especies, assim é a analyse
syntaxica a classificação das mesmas ])alavras pelas suas
funcções.
Pela primeira declara-se apenas o que é a palavra ;
pela segunda declara-se o que ella faz no caso soore que
versa a indagação analytica. A nomenclatura desta ultima
reduz-se assim á consignação concisa, junto a cada palavra,
do termo syntaxico que ella constitue.
490 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
ESPECIMEN
DE ANALYSE SY N T A X IC A
I
492 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
Y.
406 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
O bservação . P a r a q u e t a l e x e r c í c io dê to d o o f r iic to
d e q u e é s u s c e p tív e l, c u m p r e q u e a iu d ic a ç ã o d e c a d a
t e r m o s e ja v o c a l m e n t e j u s t i f i c a d a p e la d e m o n s tr a ç ã o , Uvsando-
se d o s e g u i n te , o u d e o u t r o e q u iv a le n t e t h e o r :
TAL PALAVRA
íi"
%
A
fl
1 é:
ORTHOGRAPHIA
Considerações preliminares
A»/
de escrever com bastante correcção o latim, o francez e o
inglez, e estejão, em portuguez, ao beneficio da mesma to
lerância que faz com que sáião tão exquisitas as partici
pações officiaes dos subdelegados da roça « ão sr. Dr. xefe
de poliçia. »
Pois grammaticos lia que ensinão que, em virtude da
orthographia de uso, cada um escreve correctamente escre
vendo como bem lhe apraz.
E, como, sem algum impulso, nada se fará, se a auto
ridade acha que nenhum dos diccionarios existentes lhe
merece approvação, commetta a obra a quem lh’a possa
fazer ao sabor delia j pois nao deve ser esta uma empresa
que lhe dê cuidado, neste tempo que corre, á vista da
phalange sempre crescente dos benemeritos da instrucção
publica, que a solicitude dos governos recommenda, nos
íastos honorificos da nação, ao reconhecimento e admiração
dos povos. Tantos commendadores e barões! Cada qual
deve estar no caso de servir, e até para muito mais.
Signaes orthographicos
DOS ACCENTOS
DO TIL
598. A l e t r a n te m d u a s s o n o r id a d e s b e m d is t in c t a s
c o n fo r m e , n a m e s m a s y lla b a , v a i a n t e p o s t a ou p o s p o s t a a
u m a v o g a l ; n o p r im e ir o c a s o te m u m so m liq u id o Tn a -í «
N o s -sa ); n o s e g u n d o , u m n a s a l (AN -to, soN -sa). ’
Os latinos não parecem ter attribuido uma sonoridade
TERCEIRA PARTE - ORTHOGRAPHIA 505
DA PJSCA DE UNIÃO
DO APOSTKOPIIO
J
souhe d’um que lá estava, que, d’onze que erão, não menos
d ’oito perecêrão, poi' falta d ’ir alguém a seu soccorro?
Sc, portanto, tal emprego do apostropho não póde ser
deduzido, nem de uma regra, nem mesmo de uma excepção
clara e implicitamente formulada, melhor ó abstrahir intei
ramente deste signal nestes e em semelluintes casos, c
escrever, por exemplo: Thomaz de A quino , de A lbu
querque ; — Conselho de E stado, deposito de armas , etc. ;
tanto mais que, eliminando-se assim uma causa escusada
de erros, ficão melhoradas as condições da impressão,
afeiada pelo frequente apparecimento do apostropho.
Das letras
Ão
610. A voz Ão é exclusivamente terminal de uma pa
lavra: tão, quão, vão, mão, irmão, christão... Passando, por
algum augmento, a entrar no corpo da palavra, cila se
converte em an ; assim em : íanío, qux^to, vx^gloria, ?ran-
communar-se, irmx^mente, christAmlade...
Logo não SC percebe porque, derogando a ura princi
pio assim generalisado, a mór parte dos publicistas con-
servão a voz Ão ou ãa quando internada na palavra por
um augmento de diminutivo, escrevendo, por exemplo,
irmãozinho, irmãazinha, cm vez de sujeitá-la, por amor da
conformidade, á regra geral: irmanzinho , irm anziniia .
611. Esta conversão de Ão em an deu, porém, azo a
uma tão diífundida c enraizada equivocação grammatical,
que, não obstante redundar abertamente cm erro pela dis
sertação, mal é de esperar vê-la dcsapparccer. Ella diz
unicamente respeito aos dous adjcctivos grande e santo,
aos quaes o uso retraho a ultima syllaba (^de e to') cm um
certo numero de idiotismos ((r. iTurco, G. Bi etanha , S.
Sepulcro, S. Fetersburgo).
Ora verifica-se pelo estudo das linguas um principio
aliás natural, e é que, tirando-se accidentalmente a um vo
cábulo variavel a sua terminação, como ahi é o caso, o
vocábulo assim mutilado fica totalmente incapaz de yaiia-
bilidadc, porque a syllaba cm qne elhí se podia manifestar,
já não existe. Portanto invariáveis sao os vocábulos acima
representados pelas maiusculas (r. c S.
Mas, tratando-se de escrevê-los cxplicitamentc, o que
parece ter gcralmentc prevalecido, foy a idéa que, assim
como Ão ou ÃA, internando-se, passavão a ser a n , assim
512 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
M, N
615. ^ Nas syllabas finacs de sonoridade nasal, m sóe
constituir a letra terminativa das palavras que não acabão
em ÃA, Ãi, Ão (rüa, mãi^ não\ como é o caso em hem, fim,
bom, jejum, — rendem, punem...
Excej)tuão-se apenas algumas palavras que vierão quasi
litteralmente transcriptas de outras linguas, como afan,
colon, especimen, galan, gluten, hymen, hyphen, iman, joven,
lichen... as quaes aliás se acbao registradas sob esta forma
nos diccionarios.
616. IÍO corpo das palavras, as syllabas nasaes sóem
escrever-se com n, assim em anterior, enlouquecer, incorrer,
ondulação, unguento..., a não ser que o n venha a topar
II
com B, M ou p, caso em que troca-se por m, como em am-
har, emmurchecer, império, hombrear, umbraes...
O bservação . Como não é raro encontrar nomes pró
prios de linguas estrangeiras em que, a b , m ou p , vai
anteposto n , não se deve pensar que isso tenha sempre
succedido por erro ou por descuido; porque, em muitas
linguas, e mórmeute em allemão, por motivos que não vem
ao caso expender, a troca do n por m ante as referidas
letras, longe de ser um requisito orthographico, constituiria
um_ erro tanto mais crasso, que a syllaba alli não é nasal:
assim em Oldenhurgo, Lauenhurgo, Orenhurgo, Oedenhurgo,
Oranienhaum... Gutenberg (pron. Gufnberg).
617. Porém o m fica inconvertivel em n, seja qual
fôr a letra que se Ibe segue, nas palavras formadas dos
augmentos além , aquém , bem , circum, com, decem , duum ,
SEM, TRIUM, como aUmtejano, aquémtejano, hemdizer, circum-
stancia, comtudo, decemvir, duumvir, semsabor, triumvirate...
Porta-se do mesmo modo o augmento em nas conjuneções
ernfim e emquanto.
Q
618. Merece algum reparo que o q só appareça des
acompanhado de u em nomes proprios transcriptos das
linguas falladas na Arabia e Barbaria, ou antes Bereberia,
como Barqah, Qous, Qoceyr...
S
619. A consoante s, cuja sonoridade é propriamente a
que deixa perceber quando inicia ou term ina uma palavra
(SIMPLES), ou ainda quando, dentro da palavra, acha-se in
terposta entre uma consoante e uma vogal ( ganso, cysne),
TERCEIRA PARTE - ORTHOGRAPHIA 515
Das maiusculas
626. O emprego da maiuscula no inicio de uma pa
lavra fornece um accrescimo de indicações que não pouco
concorre á dilucidação dos pensamentos. Usa-sc delia:
1. ° íío principio de toda c qualquer oração.
Ex. Quereis saber o que é uma alma 9 Olhai para um
corpo sem alma. S e aquelle corpo era de um sac^o, onde estão
as sciencias? FoRÃo-se com a alma, porque erào suas. (P. J
Ant. Vieira).
2. ° Em todos os nomes proprios, quer simples, quer
compostos (V. § 114).
Ex. A primeira 7naravilha forão as pyramides do E gypto;
a segunda, os muros de B abylonia ; a terceira, a torre de
PiiARo; a quarta, o colosso de R hodes; a quinta, o mausolêo
de Caria ; a sexta, o templo de D iana E phesina ; a sétima,
0 swmlacro de J upiter O lympico. (P. Ant. Vieira).
O bservações. JSTos nomes proprios compostos, a maius
cula só cabo aos substantivos e adjectivos que os constituem
{Diana Ephesina, — Jupiter Olympico'), não, porém, aos ar
tigos ou preposições que por acaso lhes andem de permeio.
Ex. S án ’ S ebastião do Rio de J aneiro. — S an ’ S alvador
da B ahia de T odos o s S antos.
Em alguns casos de denominações gcographicas, sendo
a paragem designada juntamente por um nome commiim e
por um adjectivo (o mar Báltico, o mar Adriático, o mar
Negro), só ao adjectivo é que se dá o distinctive da maius
cula, por ser ellc o vocábulo característico. Ex. Navegava
Alexandre em uma podet'osa armada pelo mar E rytiirêo
(hoje mar de Oman) a conquistar a índia. (P. Ant. Vieira).
Fóra destes casos, a maiuscula não compete aos adje
ctivos, ainda que derivados de um nome proprio de região,
estado, cidade ou outra semelhante localidade geographica,
porque, deixando de parcial ou integralmente constituir um
nome proprio, confundem-se com os mais qualificativos.
Escreva-se, portanto, o continente americano, o não Ame
ricano ; — a nação portugueza, e não Portugueza; — o solo
BRAziLEiRO, 0 não Brazileij'0; — o assucar pernambucano, e
não Pernambucano...
Ex. Para que, rieste particular, diga o que entendo, de
pois de larga lição que tive de muitos historiadores latinos,
GREGOS, ITALIANOS, IIESPANHOES 6 PORTUGUEZES, 110 fim llie
vim a resolver que aquelles melhor compuzerão, que, com a fe
licidade da boa materia, tiverão a dita do bom estylo, escre-
518 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
PROSÓDIA
Considerações preliminares
G34. Prosódia é a j^arte da grammatica quo versa
sobre a pronunciação métrica das palavras.
Poi pronunciação métrica entende-se unicamente a que
SC manifesta jicr uma tonicidade mais ou menos intensa
cias syllabas. Cliama-se métrica porque ella é que serve de
lasc a Metrificação ou Arte de eompôr os versos, sendo que
com esta applicação, ella constitue uma doutrina especial’
a Al te poetica^ sua relação á Grammatica, apenas
aventa a prcisodia algumas considerações que dizem res
peito, umas á orthographia, outras á syntaxe.
m'M': ;•
Da tonicidade nas palavras
635. A prosodia discrimina très espccies de syllabas
que podem ser typicamentc representadas pela palavra
serpente: uma longa cm ser, uma tônica em pen, e uma
breve cm te. ’
PA TÔNICA
637. A tônica não é propria de todas as especies ou
classes de palavras; e, dentre as a que compete, nem todas
a conservão sempre: o que, junto a mais algumas anoma
lias, torna bastante esquiva a sua determinação theorica.
638. As especies de palavras a que compete a tônica,
são: os verbos, os substantivos, os adjectivos, a maior parte
dos pronomes, os participios, os advérbios, algumas con-
juneções, e as interjeições.
639. Sejão, porém, quaes fôrem as palavras, em cada
uma a tônica é uma só, e a syllaba em que ella recahe, é
sempre a ultima, a penúltima ou a antepenúltima da pa
lavra ( mar, m a - R íj , m a - i u j - j o , m a - R i - t i m o ) . São, todavia, ex-
ceptuados os advérbios que procedem de um superlativo
de incremento, por se devisarem nelles duas tônicas
(o-pú'mu-MEN-íe, n o b i - L i s - s m a - M E N - t e , f a - c u A i m a - M R ^ - t e , Zz-beii-
r i m a - M E ^ - t e . . . ) ; e mais alguns vocábulos compostos por
augmento, em que o mesmo se dá { o - m n ip o - T E N - te , T O -d o -
p o d e - R O - s o ...) .
DOS ENCLITICOS
Encliticos, on encostados ((jug tnl é Gin otqo’o o
SGntido (iGsta palavra), são os vocábulos cujas syllaba^ ou
biGVGS, ou quando muito longas, não chegão á accentuação
predominante da tônica. Chamão-se encostados porque tal
ó a necessidade que têm do amparo de outro termo, que
nunca conseguem, quer por ellipse, quer como exclamações,
a íormar de per si sós uma proposição. São meros auxi-
f.. liantes, sem prestimo proprio: apoião.
648. Os encliticos são:
l.° Os artigos, quer sejão incontractos:
o. A, os, A s ;
UM, UMA, UNS, UMAS;
quer sejão contractos:
AO, Á, AOS, A s ;
DO, DA, DOS, das;
NO, NA, NOS, nas ;
PELO, PELA, PELOS, PELAS ;
NUM, NUMA, NUNS, NUMAS.
Exemplos:
Quereis ver o que é [uma'\ alma? Olhai, diz S. Agostinho
vara [um) corpo sem alma... Se [o] corpo é de [wii] artifice,
quem fazia viver [«s] tahoas e [os] mármores? quem amollecia
[0^ ferro? quem derretia [os] bronzes? quem dava nova forma
e novo ser [a] mesma natureza? quem ensinou, naquelle corvo
regras [ao'] fogo, fecundidade [d] terra, caminhos [ao] mar
ohediencia [aos] ventos, e a unir [as] distancias [do] universo,
e metter todo [o] mundo venal em [uma] praça? [A] alma...
Que palmo de terra ha [no] mundo, que não tenha levado
muitas almas [ao] inferno, [pela] demanda, [pelo] testemunho
falso, [pela] escnptura supposta, [pela] sentença injusta, [pelos]
odios, [pelos] homicidios, e por infinitas maldades ? (P. Ant.
Q U I N T A
PONTUAÇÃO
Considerações preliminares
650. Pontuação é a parte da grammatica que versa
sobro os casos em que convem separar por signaes os pen
samentos escriptos, e suas partes.
651. Os signaes de pontuação são oito, quatro dos
quaes são principàes, c quatro accessorios.
Os quatro principàes constão da virgula (,), do j)onto
e virgula (;), dos dous pontos (:), e do ponto final (.).
Chamão-se principàes porque são os únicos necessários cm
toda a oração normalmente constituida.
Os quatro accessorios constão do ponto interrogativo (?),
do ponto exclamativo (!), dos pontos suspensivos (...), e do
parenthesis ( ). Chamão-se accessories porque só oceorrem
em orações constituidas anormalmente, já por ellipses, já
por interrupções.
652. Dahi decorre que, se a pontuação tem por es
pecial alcance o de marcar uma separação entre proposi
ções, as quaes são a expressão dos pensamentos, e entre
termos syntaxicos, os quaes são as partes ou membros de
que se compõem as mesmas proposições, claro é que ne
nhum signal desta especie deve vir interposto, quer entre
termos, quer entre proposições que, desenvolvendo-se na sua
ordem natural ou lógica, prendem-se pelas relações de indecli
nável conchego. Ha, portanto, na pontuação, dous escolhos
a que cumpre igualmente fugir: o da collocação de algum
de seus signaes entre termos ou proposições necessária-
534 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
EXEMPLOS
As
OBRAS DA NATUREZA, E ÀS DA ARTE, TODAS SE CON-
SERVÃO — E PERMANECEM NÀ UNIÃO, — E TODAS, NA DES
UNIÃO, SE DESFAZEM; — SE DESTROEM E SE ACABAO. (
Ant. Vieira).
Esta oração consta de cinco
tantos são os factos syntaxicos que se
as mesmas pi-oposiçBos são prmcipaos, visto iienlu ma se
Tchai iniciaL por uma ligação subordinativa, e cada uma
apresentar de per si só sentido intclligivcl.
Seis mil amos ha — QUE d u h a o universo, sem se
SENTHl NEM VER NELLE 0 MENOR SIONAE DE DESUNIÃO-
(P. Ant. Vieira). ^
Nesta oração, só dous são os Y^^^A^mdmeira é
rhirn ^ e portanto só duas as proposiçoes. A piimeiia e
urincipal poínuo, embora não apresente de per si so «m
1^ intplliírivtd nenhuma ligação subordinativa a inicia,
fío d e a m n f er^e de ian d am ü o á segunda. Esta, porém,
encofadirpor uma ligação subordinativa, é complementaria;
'^iircir;í: ín^iit;
universo...).
A maior obra da sabedoria e da omnipotência humana,—
qUE ™ ro composto INEEEAVEL de C.1R.ST0, - COllSl#!« m
i
NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
AMPLIAÇÕES
SOBRE A ANALYSE LÓGICA
(Imperativo) :
A ma o teu inimigo. (P. Ant. Vieira).
(Imperativo disfarçado):
CoNHEçA-.s-e 0 homem a si mesmo. (P. Ant. Vieira).
sem r iíV o . ~
(Condicional) :
Vieira^^^^^^^^ ^ — onde a ch a r iã o pão. (P. Ant.
QUINTA PARTE - PONTUAÇÃO 537
(Subjunctivo) :
Importa — que se d esen terrem os talentos escondidos.
(P. Ant. Vieira).
661. O facto de uma proposição ineidente encontra-se,
já no indicativo ou no condicional, já no imperativo ou no
subjunctivo. Exemplo :
(Indicativo);
Partimos para a cidade de Trento, — onde então se ce
l e b r a v a 0 sagrado concilio. (Pantaleão de Aveiro).
(Condicional):
Se cinco mil homens, com mulheres e filhos, entrassem de
repente em uma grande cidade, não haver ia promptaynente que
lhes dar a comer, — quanto mais [não h a v e r ía ] em um de
serto. (P. Ant. Vieira).
(Imperativo) :
Pois, — CRÊDE-me, — 0 banco de Veneza póde quebrar...
(P. Ant. Vieira). 7’A,.^/
(Subjunctivo):
A in d a que en te r r em a verdade, — a virtude não se
sepulta. (P. Ant. Vieira).
662. E’ também consideração de subido alcance, não
só para activar o desempenho dos exercicios analyticos,
como ainda para confirmar em mais um ponto o principio
do império da lógica na constituição da linguagem, que as
tres ligações copulativas (e, nem, ou) não consentem em
servir de nexo a proposições que não sejão da mesma
especie, isto é, que não sejão ambas igualmento principaes,
ambas igualmente complementarias, ou ambas igualmerite
i ncidentes. Exemplo:
(Principaes) :
A cousa mais facil do mundo é dar conselho a outrem,—
E a mais ardua é tomá-lo para si. (P. Ant. Vieira).
(Complementarias) :
Do grande poder da necessidade, a razão é — porque
todos os outros poderes são sujeitos ás leis, — e [porque~\ só
a necessidade não tem lei. (P. Ant. Vieira).
(Incidentes):
A quarta sala, — que excede a todas na preciosidade, —
E por isso lhe chamão a sala do thesouro, — te?n em si pedras
e joias de preço inestimável. (P. Man. Consciência).
538 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
EA VIEGULA
1.“ R E G R A
( termos compostos)
mentiras.
(P Z t v ” i r e r "
A v i d a e o t e m p o n u n c a p á r a ; e, — ou in d o , — ou e s
tando , — ou CAMINHANDO, — OU PARADOS, t o d o s S e m p r e e c o m
i g u a l v e l o c i d a d e p a s s a m o s . (P. Ant. Vieira).
Não ha dia vago em que a morte ou o infortúnio não
andem visitando, — jÁ esta , — jÁ a q u ella casa . (P. Man.
Bernardes).
Mares, rios, arvores,... tudo passa: os mares em conti
nuas crescentes e mingoantes; os rios, sempre correndo; as
t J, arvores, sempre remudando-se, — ora seccas , — ora fl o r id a s ,
— ORA MURCHAS. (P. Man. Bernardes).
Se 0 uso da nossa linguagem se perder, e, com elle, por
acaso acabarem todos os nossos escriptos, que não os Lusiadas,
e as obras de Vieira, o portuguez, — q uer no esty lo da
PROSA, — QUER NO POÉTICO, ainda viverá na sua perfeita in
dole nativa, na sua riquissima cópia e louçania. (D. Franc.
Alexandre Lobo).
672. Se, nos casos em que as ligações co23ulativas cos-
tumão abrogar a virgula, intervierem, em lugar délias,
ligações preventivas, quer sejão essenciaes como mas,porém...,
quer accidentaes como não, e não, e sim, senão (com o sen
tido de e sim)..., nenhuma délias póde abrogar a virgula,
porque o seu alcance significativo consiste semjire em assi-
gnalar um contraste entre os membros assim associados.
Ex. Apelles, com brandura cortez, — mas picante, disse
a Alexandre Magno : « Senhor, veja que se ri o moço que móe
as tintas. » (P. Man. Bernardes).
Pretendia certo fidalgo illustre e rico, — porém j á
VELHO, ás segundas bodas com Santa Marcella, viuva de
pouca idade. (P. Man. Bernardes).
Admitta o principe homens aos cargos pelo ser, — não
PELO PARECER. (P. Ant. Vieira).
As OBRAS, — E NÃO A DURAÇÃO, são a medida certa da
vida humana, (P. Ant. Vieira).
Os ministros mostrem compaixão, — e não vingança.
(P. Ant. Vieira).
Nesses jogos de dados e cartas, nenhum lugar tem a
RAZÃO E o juízo, — senão [ c sim~\ A temeridade e o acaso
(P. Ant. Vieira).
673. Quando, porém, ambos os membros assim postos
em ^confrontação vao jirecedidos de locuções efiFectiva ou
accidentalmente conjunctivas, que os sujeita a uma especie
de ponderação correlativa, cumpre que, para assignalar a
QUINTA PARTE - PONTUAÇÃO 547
2.“ REGRA
(APPOSIÇÕES DISPENSÁVEIS)
674. Separão-se pela virgula as apposições complexas
ou incomplexas que, enunciando uma nota meramente ex
plicativa, formão por isso mesmo um termo tão accessorio,
que por sua eliminação a oração não fica desvirtuada.
Ex. Lançou Jacob a benção a Judas, — seu quarto
PILHO. P. Ant. Vieira).
Liogenes, — ph ilo so ph o cynico , — queria tão pouco das
cousas deste mundo, que nem uma choupana tinha em que
viver, e morava dentro de uma cuba. (P. Ant. Vieira).
Houve de passar pelo mesmo mar o fundador de Lisbôa,
— U ly sses , — e, — usando de sua scien cia e sagacidade , —
que fez? (P. Ant. Vieira).
548 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
3.a EEGKA
( com plem entos INDIRECTOS DISPENSÁVEIS)
675. Separão-se igualmento pela virgiila os comple
mentos indirectos que, complexos ou incomplexos, se dèixão
çiimmar sem desvirtuar a oração.
QUINTA PARTE - PONTUAÇÃO 549
( elisão de facto)
680. Quando, em proposições successivas, o facto ó o
mesmo em todas, costuma-se geralmente, por amor da bre
vidade e da euphonia, enunciá-lo só na primeira; porém ó
de regra, em tal caso, assignalar pela virgula o lugar que
oceuparia na proposição ou proposições subsequentes, se não
viesse elidido.
Ex. Os valorosos levão as feridas, e os venturosos, —
os prémios. (P. Ant. Yieira).
O temor não É de homens fortes, nem o agouro, — de ho
mens sábios. (P. Ant. Vieira).
Das intemperanças do comer, por mais que o tempere a
gula, NASCEM as cruezas; das cruezas, — a confusão e a dis
córdia dos humores; dos humores discordes e descompostos, —
as doenças; e das doenças, — a morte. (P. Ant. Vieira).
Tudo isto se vê e experimenta com vantagem no tiro de
uma peça: o fumo É a nuvem; o fogo, — o relampago; o es
trondo,— 0 trovão; a bala, — o raio. (P. Ant. Vieira).
A' parcimónia chamavÃo escaceza; á ordem e moderação
no gasto,— pura miséria; ao trabalho continuo e santo, — vi
leza e desautoridade; á humildade,— baixeza, e animo apou
cado. (Fr. Luiz de Souza).
Os erros que, do céo abaixo, padecem commummente os
olhos dos homens, e com que fazem padecer a muitos, digo que
não são da ignorância, senão da paixão. A paixão é a que
erra; a paixão, — a que os engana; a paixão, a que lhes
perturba e troca as especies, para que vejão umas cousas por
outras. (P. Ant. Vieira).
« O’ soldado mais valente, mais guerreiro, mais generoso
e mais soldado que eu! Tu, até agora, foste meu soldadj), e
eu, — teu capitão; desde este ponto, tu serás meu capitão, e
eu,— teu soldado. » (P. Ant. Vieira).
JSIo horto GRANGEOU Ghristo as agonias e as prisões; no
palacio de Annás,— as bofetadas; no de Gaiphás,— as blas-
phemias; no de Herodes,— os desprezos; no pretorio de Pi-
556 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
i
s/sitp-iiv'Sr""
8.“ R E G R A
( palavras em Apostrophe)
as palavras em apos
trophe quando _nao imphcao o sentido de uma invocacão
ou de um sentimento apaixonado, porque, neste ultimo caso
clam ati> r'' substituida por um ponto ex’
B de ^asTro)’ ~ s a lv a r ? » (P. J.
« Pedes-me, — ó P haetonte, — æ concessão de uma em-
preza hem ardua e elevada. « (P. Man. Consciência).
D avid , — agora conheço, — filho _
e certissimamente que has de reinar. >, (P. A nt Vieira).’
dade" ^n síd ern ^-J^^ conheçais a que chega a vossa cruel-
vivos, assim eomo t,ós. f ( P . se comem
mais"s m T d f f j - ^dão : tu anjo, e o
mais sabio de todos os anjos; tu homem e o mais sahio de
todos os homens. « (P. Ant. Vieira).
9.» R E G R A
(CONSTRUCÇÃO equivoca)
A s s im como é n a tu re z a da u n iã o d e m u ito s f a z e r um
vfei>a/ u n iã o d e p o u co s f a z e r m u ito s. (P. Ant!
1.« R E G R A
r m b ld Z e Z — a S ^ ò s liZ n q Z ts — bonrãò os
S" ."„s.ín.-ctrAi ^
abracão oJ d c T itl, “ ^»nqeiros, — desprezao os virtuosos, —
livTài^ZeZTZfadrZZZ-nZ ttZ o
ausência da minha casa, - Z Z Z ^ Z n r e Z Z Z eZ s
7
p ? :^ S 5 íis s :£ :=
^ e n t ^ ’o f a ^ n n e t s ^ ^ a s ^ r t e n S ^ ’ “
(P. Ant. ^ ^ conserva os reinos, é a união.
r “ " r B S - r " “ “ “ ■— ^
£ÍSr£“lS:"S”zss; “=
NASCE — V v ^ v l ”( P .'^ A lt .’* V ie i r a ) ” *’**^ m undo, a este fim
QUINTA PARTE - PONTUAÇÃO 561
O que adquiristes co m o q u e t í n h e i s , — e co m o q u e
NÃO T iN iiE is, forão as invejas dos amigos, as murmurações dos
sizudos, as perseguições dos credores, e a desgraça e máo con
ceito dos mesmos principes a quem quizestes lisonjear. (P. Ant.
Vieira).
Oh! caso estupendo e inaudito! ninguém pôz a mão na
pedra; ella por si s e d e s p e g o u , c a h i u , — e r o d o u d o m o n t e
— E DESFEZ. (P. Ant. Vieira). ’
A isto me respondeu o infante F. Fuarte: « Assún quero
eu que n o s v e j ã o , — e e n t e n d ã o com o d e v e m d e t r a t a r
SEUS m e s t r e s . (Mestre André de Eezende).
2.« REGRA
( proposições COMPLEx
MENTARIAS)
( complementarias transpostas)
Isto é :
O b r ig u e a cada um a fa z er bem o seu , — e terá au-
gmento seu officio, credito seu governo.
700. O SE dubitativo, cujo caractcristico consiste em
não se deixar supprir por outra expressão, denuncia uma
proposição muito mais reluctantc á inversão do que a con
dicional ; o que, conchegando-a com as complementarias
normaes, veda que se lhe anteponha a virgula.
Bx. Vejão os odiados, ou pensionados do odio — se se
DEVEM PREZAR OU OFFENDER DE TER INIMIGOS ! (P. Ant.
Vieira).
I Vêde — SE FOI GRANDE FAVOR E PROVIDENCIA DO CÉO
que se não descobrissem minas! (P. Ant. Vieira).
Os jogos são tão antigos como o tempo; e porque este
passa e não torna, não sei — se com razão ou sem ella
L iiE S ciiA M A V Ã o PASSA-TEMPOS. (P. Ant. Vieira).
Póde-se pôr em problema na politica de Portugal — se É
MELHOR que os reis fação mercês, ou que as não fação. (P.
Ant. Vieira).
Se algumas vezes queria o infante ir fóra folgar e caçar,
mandava-me recado: « Vai dizer a meu mestre — se me dã
•LICENÇA PARA Hl. » (André de Eezende).
Os pharisêos Jiavião introduzido na casa um hydropico
^para ver — se Christo o sarava em dia de sabbado. (P.
J. B. de Castro).
Succedendo que a mesma ligação venha a ser repetida,
a segunda vai precedida da virgula, por encetar, não uma
encadeada, e sim uma collectiva.
Ex. Não se pôde facilmente julgar — se está aqui a
terra no mar, — SE 0 MAR NA TERRA. (P. Simão do Vas-
concellos).
Antigamente estavão os ministros ás portas das cidades;
agora estão as cidades ás portas dos ministros... As portas,
os pateos, as ruas rebentando de gente, e o ministro encan
tado ! sem se saber — se está em casa , — ou se o h a no
MUNDO. (P. Ant. Vieira).
Com este mesmo dictame vai o famoso Lipsio dizendo aos
príncipes: Que Deos e os homens puzerão no seu regaço a re
publica, mas para a fomentarem de modo que venhão a du
vidar os súbditos — SE SAUDÃO A seu senhor, — se A SEU
PAI. (P. Man. Bernardos).
(
701. Se vier, porém, a mesma complementaria a se
r 580 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
DO PONTO E VIRGULA
I
588 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
sejao ouvidos nesta causa todos, pois toca a todos. Que é que
dizem ? Todos repugnão ; — todos reclamão ; — todos se alte-
rão; — todos se unem e conjurão em odio e ruina do inimigo.
A memona, sem jamais se esquecer, representa o aggravo ; —
0 entendimento pondera a offensa ; — a fantasia afeia a inju
ria; a vontade implora e pede a vingança: salta o coração;
bate 0 peito; — mudão-se as cores ; — chammejão os olhos;
— desfazem-se os dentes; — escuma a boca; — morde-se a lin
gua; arde a cólera; — ferve o sangue; — fumeião os espí
ritos, os pés, as mãos, os braços; — tudo é ira; — tudo, fogo;
— tudo, veneno...
Deos, que isto manda, não é o autor da natureza? E,
que faz a mesma natureza toda movida e governada pelo
mesmo Deos?^ Vingão-se por instincto natural as feras na
terra; — vingão-se as aves no a r ; — vingão-se os peixes no
mar; — vinga-se a mansidão dos animaes domésticos; — vinga-
se, e cabe ira numa formiga; — e basta que a natureza viva
naquelles átomos para que nelles offendida se dóa, nelles ag-
gravada morda, nelles tome satisfação de sua injuria. (P. Ant.
Vieira).
EXCEPÇüES
( e n tr e c o m pl em en t a r ia s )
aos pobres não matão a fome, quem não vê que são isto 'pre
ceitos gentilicos? » (Fr. Luiz de Souza). — (Quem não vê que
são preceitos gentilicos — que me faça respeitar dos pobres,...
— QUE metta em ataviar criados,... — q ue empregue cuidado
e tempo...?).
S e , indo de jornada um cavalheiro, viesse a parar á casa
de um lavrador rico, e este, sem ter-lhe alguma obrigação, o
hospedasse com toda a humanidade e apparato qfe lhe fosse
possivél, e lhe puzesse uma mesa esplendida, provida das me
lhores iguarias e aves que tivesse em sua casa; — se, acabada
a comida, o cavalheiro se partisse sem despedir-se, nem dizer-
lhe uma só palavra de urbanidade ou agradecimento, em que
conceito teriamos a este homem ? (Fr. Luiz de Grauada).
E logo, pedindo D. João de Castro um missal, fez jura
mento sobre os Evangelhos — q u e , até â hora presente, não
era devedor â fazenda real de um sò eruzado ; — nem havia
recebido cousa de christão, judêo, mouro ou gentio ; — nem,
para a autoridade do cargo ou da pessoa, tinha outras alfaias
que as que de Portugal trouxera! — e que ainda a prata que
no reino fizera, havia já gastado; — nem tivera jamais possi
bilidade para comprar outra colcha que a que na cama vião ;
— só a seu filho D. Álvaro fizera uma espada giiarnecida de
pedras de pouca estima, para passar ao reino. (Jacintho Freire
de Andrade).
4.=^ REGRA
( e n tr e in c id e n t e s )
( em substituição ao ponto e v ír g u l a )
( citação te x t u a l )
( sen ten ça s p r o v e r b ia e s )
j' I
QÜINTA PAUTE - PONTUAÇÃO
REGRA
( g e n e r a l id a d e s e g u id a d e p o r m e n o r e s )
que seja a luz, a luz ha de ser peior que as trevas. (P. Ant.
Vieira).
• Aquelles ministros, ainda quando despachavão mal os seus
requerentes, fazião-lhes tres mercês: — poupavão-lhes o tempo ;
poupavão-lhes o dinheiro; poupavão-lhes as passadas. Os
nossos ministros, ainda quando vos despachão bem, fazem-vos
os mesmos tres damnos: — o do dinheiro, porque o gastais; o
do tempo, porque o perdeis; o das passadas, porque as multi
plicais. (P. Ant. Vieira).
Dizia um grande cortezão que havia tres castas de casa
mentos no mundo: — casamento de Deos, casamento do diabo,
casamento da morte: — de Deos, o do mancebo com a moça;
do diabo, o da velha com o mancebo; da morte, o da moça
com 0 velho. Elle, certo, tinha razão. (D. Franc. Man. de
Mello).
t! '
Pouco ha, dissemos que o fogo natural era esteril, e não
gerava; mas depois que o artificial se ajuntou com a polvora,
em todo o genero de viventes tem filhos de fogo : — animaes
de fogo nos camelos, serpentes de fogo 7ios basiliscos, aves de
fogo nos falcões, e, em todos os outros instrwnentos sulfureos,
homens de fogo: — homens de fogo na artilheria, homens de
fogo nas bombas, homens de fogo nas granadas, homens de
fogo nos petardos, homens defogonos trabucos, homens de fogo
nas minas, e, assim sobre aterracomo debaixo delia, homens
de fogo que nelle e delle vivem. (P. Ant. Vieira).
6.«^ REGRA
( c o n c lu sã o . — SIMILITUDE)
DO PONTO FINAL
TRANSCRIPÇÃO RECTIFICAÇÃO
Sôa-me dentro n’alma, Padres Sôa-me dentro n’alma. Padres
Eeverendissimos, e faz-me retinir Reverendissimos, e faz-me retinir
«
ambos os ouvidos aquella voz, — ambos os ouvidos aquella voz —
que se conta foi ouvida do Céo que se conta foi ouvida do céo
em tempo de Constantino Magno em tempo de Constantino Magno,
— quando — com santa liberalida — quando, — com santa liberalida
de — começou a enriquecer a Igre de, — começou a enriquecer a Igre
ja. — « Grande veneno começa ja: — « Grande veneno começa
d’espalhar-se na Igreja de Deos ! » de espalbar-se na Igreja de Deos !
G rande nunc venenum in E c- G rande nunc venenum in E c-
CLESiA D ei effusum est . CLEsiA D e i effusum est ! »
E — considerando a conve E, — considerando a conve
niência que tem com a doutrina niência que tem com a doutrina
que — tantos annos antes — nos que, — tantos annos antes, — nos
escreveo são Paulo : « Que — tendo escreveu San’ Paulo: que,— tendo
com que se alimentar, e de que com que se alimentar, e de que
se vestir, com isso se contentava. » se vestir, com isso se contentava :
— II aBENTES — AUTEM — ALI — H a BENTES, — AUTEM, — ALI
MENTA, E QUIBUS TEGAMUR, HIS MENTA, E QUIBUS TEGAMUR, HIS
CONTENTI SIMUS. — CONTENTI SUMUS, — confesso que
Confesso que não me atrevo não me atrevo, — nem posso aca
— nem posso acabar commigo des bar commigo despender nem um
pender nem um só real fora dos só real íóra dos termos que devo
termos que devo á vida monás á vida monastica que professei.
tica que professei.
(Fr. Luiz de Souza).
I
608 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
dinho innocente ensina a Fr. Bar- dinho innocente ensina a Fr. Bar-
tholomeu a ser Arcebispo, — Este tholomeo a ser arcebispo ! — Este
me avisa que nSo deixe de accéder, mc avisa que não deixe de acceder,
e visitar minhas ovelhas por mais c visitar minhas ovelhas por mais
tempestades que fulmine o Céo;— tempestades que fulmine o céo.—
que se este, — com tão pouco re- Que se este, — com tão pouco re-
medio para as passar, todavia não medio para as passar, todavia não
foge d’ellas — respeitando o man foge délias, — respeitando o man
dado do pai mais que o seu des dado do pai mais que o seu des
canço ; — que razão poderei eu canso, — que razão poderei eu
dar, se — por mêdo de adoecer, dar, se, — por medo de adoecer,
ou padecer um pouco de frio, des ou padecer um pouco de frio, des
amparar as ovelhas,—cujo cuidado amparar asovelhas — cujo cuidado
e vigia Christo fiou de mim, — e vigia Christo fiou de mim —
quando me fez pastor d’ellas? » quando me fez pastor délias?»
DO PONTO INTEEEOGATiVO
P-i
616 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
Ex. N ã o , n in g u ém p o d e r á d e c la r a r q u a n ta s e ja a for-
d o s ca m p o s, — q u a n ta a s u a f r a g r a n c ia , a s u a su a v i-
T .Í ' T n d o s la v r a d o r e s . — N a d a p o d erã o ,
a e s ta belleza, e x p r im ir n o ssa s p a la v r a s .
•M. ^ — Ϋ« m e i o
1 hom em , em to d a a s u a
m a a , te r o p a o certo, sem n u n ca lhe h a v e r d e f a l t a r ^ — S e r á
p o r v e n tu ra a ju n ta r m a is ? - tr a b a lh a r mais? - ^ l a v r a r m a is ?
— n egociar m a is? — d e sv e la r m a i s ? — p o u p a r m a is ? — m en tir
m a is ? — a d u la r m a is ? — A lg u n s cu id ã o que estes são os m eios
de te r p ã o , m a s en gan ão-se .( P . A n t. V ie ira ).
DO PONTO EXCLAMATIVO
POR INVERSÃO
A horrenda sepultura
Conter nâo póde a luz brilhante e pura
Que, soberana, rege o corpo inerte...
Não descobres em ti um sentimento
Sublime e glorioso, que parece
Tua vida estender além da morte ?
Attenta... escuta bem... olha... examina...!
Em ti deve existir ; eu não te engano.
Tu me dizes que existe... Ah ! meu Fileno !
Como é doce a lembrança
Dessa vida immortal em que, banhado
De ineffavel prazer, o justo goza
Po seu Deos a presença magestosa I
(Souza Caldas).
QUINTA PARTE - PONTUAÇÃO 621
DOS PARENTHESIS
734. O parenthesis serve a encerrar, quer palavras
interpoladas como notas explicativas, quer proposições que,
rompendo repentinamente o desenvolvimento natural dos
pensamentos, nelles introduzem uma reflexão que antecipa
damente os confirma ou infirma. Cumpre tão somente
notar que, tendo um signal de pontuação de recahir no
lugar onde se abre o parenthesis, convem transferir o mesmo
signal para depois do risco com que o parenthesis se fecha;
c que, no fim das palavras assim interpoladas, só cabo,
dentro do parenthesis, o ponto interrogativo ou exclamativo,
se por acaso o requeira o sentido.
Ex. Cicero e P lin io referem que h ou ve um hom em ch a
m a d o S tra b o n , de tã o excellen te m ão no escrever, e de tã o
a g u d a v is ta , que escreveu a I lía d a d e H o m ero ( que é um la rg o
liv r o ) em u m p e rg a m in h o que coube no vã o de u m a n o z ( c á ia
a f é d isto sobre seus a u to r e s ! ). D iz e m que este hom em v ia á
d is ta n c ia de cento e tr in ta e cinco m il p a s s o s ; e ( p o r a u to r i
d a d e de M a rc o V a r r o ) que, n a g u e rra p ú n ic a , do L ilib ê o ,
p ro m o n to rio d a S ic ilia , v ia a a r m a d a que s a h ia d o : p o r to d e
C a rth a g e n a do L e v a n te , e c o n ta v a o num ero d a s n ã o s! (An
tonio de Souza Macedo).
DA RISCA DE SEPARAÇÃO
735. Apezar de satisfazerem geralmente os signaes do
pontuação a todos os requisitos que tornárão, não só con
veniente, senão necessária a sua introducção na linguagem
escripta, casos ha que, embora raros, solicitão mais um
signal para eximir o discurso de toda e qualquer dubie
dade. Este signal, então, vem a ser a risc a de sep a ra çã o ,
O seu alcance significativo consiste em obviar a que
palavras consecutivas sejão tidas como formando um só e
mesmo termo composto, quando realmente constituem ter
mos diversos. O seguinte exemplo, transcripto sem a risca
de separação, torna patente a facilidade com que póde
alguém cahir em equivoco, na leitura corrida, sobre o ver
dadeiro sentido da oração.
« S e 0 re i d a M a c e d o n ia , d iz S en eca, ou q u a lq u er outro
fiz e r 0 que f a z o l a d r ã o , o p i r a t a e o r e i , to d o s têm o
m esm o lu g a r, e m erecem o m esm o nome. » Com a risca de se
paração desapparece toda a incerteza que possa por ven
tura ter suscitado o teor do trecho: « S e o re i d e M a c e d o n ia ,
d iz Seneca, ou q u a lq u er outro fiz e r o que f a z o l a d r ã o , — o
PIRATA E o REI, to d o s têm 0 m csm o lu g a r, e m erecem o m esm o
nome. » (P. Ant. Vieira).
622 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
I
vV íJ/
626 NOVA GRAMMATICA ANALYTICA
15.» UKAÇÂO
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7.'X^tC-X.