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DIREITO DO TRABALHO

Aprendizagem profissional
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DIREITO DO TRABALHO

SUMÁRIO

DIREITO DO TRABALHO ......................................................................................................................... 5

RESUMO DA DOUTRINA ................................................................................................................................ 5


1. APRENDIZAGEM ................................................................................................................................. 5
1.1. Contrato especial de trabalho ............................................................................................................ 8
1.2. Duração do contrato de aprendizagem ........................................................................................... 10
1.3. Remuneração do aprendiz ......................................................................................................... 10
1.4. FGTS .......................................................................................................................................... 11
1.5. Jornada de trabalho ................................................................................................................... 11
1.6. Obrigatoriedade na contratação de aprendizes .............................................................................. 12
1.7. Cota social ........................................................................................................................................ 17
1.8. Vínculo de emprego do aprendiz ..................................................................................................... 20
1.9. Extinção do contrato de aprendizagem ........................................................................................... 20
QUESTÕES PROPOSTAS ............................................................................................................................... 22

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DIREITO DO TRABALHO

TEMAS DO DIA
Aprendizagem profissional.

RESUMO DA DOUTRINA

Prezados(as) alunos(as),

Abordaremos nessa rodada o tema da aprendizagem, modalidade especial de contrato de trabalho


regulamentada nos art. 428 a 433 da CLT. Destacamos que o tema da aprendizagem é cobrado com maior
intensidade em todos os concursos da área trabalhista.

1. APRENDIZAGEM
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Aprendizagem e relação de emprego: O contrato de aprendizagem é um contrato especial de trabalho


com a formação de vínculo de emprego entre o aprendiz e a entidade que o contrata. Dessa forma, todos os
requisitos do vínculo de emprego estão presentes, quais sejam: pessoalidade, habitualidade ou não
eventualidade, onerosidade e subordinação.

Aprendizagem na Constituição Federal: O grande diferencial do aprendiz em relação aos demais


empregados é a possibilidade de contratação a partir dos 14 anos. Lembre-se de que a regra geral é a
contratação somente a partir dos 16 anos de idade:

Art. 7º da CF/88: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito
e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
a partir de quatorze anos.

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A aprendizagem somente é destinada aos empregados com menos de 18 anos? Não. A aprendizagem
é realizada entre 14 anos e 24 anos de idade. Vale ressaltar que o aprendiz com deficiência pode ser contratado
independentemente da idade.

Prioridade de contratação: Nos termos do art. 54 do Decreto nº 9.579/2018, a contratação de


aprendizes deve atender, prioritariamente, os adolescentes entre 14 e 18 anos, exceto quando:

I - os empregados que executem os serviços prestados sob o regime de trabalho


temporário instituído pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974; e (Redação dada pelo
Decreto nº 11.479, de 2023)

II - os aprendizes já contratados. (Redação dada pelo Decreto nº 11.479, de 2023)

Parágrafo único. Na hipótese de empresas que prestem serviços especializados para


terceiros, independentemente do local onde sejam executados, os empregados serão
considerados exclusivamente para o cálculo da porcentagem da empresa prestadora.
(Redação dada pelo Decreto nº49603
11.479, de 2023)

ATENÇÃO!
As Atividades relacionadas à insalubridade, à periculosidade ou se incompatíveis com o
desenvolvimento físico e moral dos adolescentes deverão ser ministradas para os jovens de 18 a 24 anos.

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OBSERVAÇÃO!
“O contrato de aprendizagem previsto na CLT era regulamentado pelo Decreto nº 5.598/2005. Ocorre
que, no dia 22 de novembro de 2018, o Presidente da República editou o Decreto nº 9.579/2018 que
consolidou os atos normativos editados pelo Poder Executivo federal que dispõem sobre a temática do
lactente, da criança e do adolescente e do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente e os programas federais da criança e do
adolescente. Dessa forma, os dispositivos que antes constavam do Decreto nº 5.598/2005 foram compilados
nos art. 42 a 75 do novo Decreto nº 9.579/2018.” (CORREIA, 2021). Registre-se que o Decreto nº 11.479, de
2023 promoveu alterações no Decreto 9.579/2018, devendo ser lido do artigo 43 ao 76.

Aprendizagem e estágio são sinônimos? NÃO, aprendizagem é espécie de contrato de trabalho e o


aprendiz terá os direitos assegurados pela legislação trabalhista, tais como férias, 13º salário, FGTS, dentre

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outros. O estagiário não é empregado e não tem os direitos trabalhistas asseguradas por expressa previsão na
legislação atinente conforme analisamos na rodada passada.

Para fins didáticos, segue tabela adaptada do Livro Manual de Direito da Criança e do Adolescente dos
Autores Paulo Lépore e Luciano Alves Rossato (2021, p. 138), que apresentam as principais diferenças entre
estágio e aprendizagem. Destacamos que iremos trabalhar as principais características dispostas na tabela
acerca da aprendizagem ao longo dessa rodada:
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COMPARAÇÃO ESTÁGIO E APRENDIZAGEM


Estágio Aprendizagem
Vínculo empregatício Não Sim
Partes envolvidas Estagiário, instituição de ensino, Aprendiz e empregador
instituição concedente e agentes
de integração
Atividade exercida Ato educativo escolar Formação técnico-profissional
supervisionado
Remuneração Obrigatória bolsa49603
no estágio não Obrigatório o pagamento de
obrigatório salário
Jornada 20, 30 ou 40 horas semanais (a Até 6 horas diárias em regra,
depender do tipo de instituição podendo excepcionalmente se
de ensino envolvida) estender a 8 horas.
Recesso de 30 dias a cada ano Férias conforme disposto na CLT
Descanso anual trabalhado – pode ser
proporcional
Instrumento Termo de compromisso Contrato de aprendizagem
Anotação na CTPS Não Sim
Demais direitos trabalhistas Não Sim
Direitos previdenciários Facultativo Sim

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1.1. Contrato especial de trabalho

Contrato de trabalho solene: O contrato de aprendizagem é modalidade especial de contrato de


trabalho e se caracteriza por ser um contrato solene, pois somente poderá ser celebrado por escrito. Além
disso, é contrato por prazo determinado com as seguintes obrigações de cada parte:

1) Empregador: compromete-se a assegurar ao empregado, com mais de 14 anos e menos de 24 anos


inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico profissional metódica compatível com o seu
desenvolvimento físico, moral e psicológico;

O que é formação técnico profissional? De acordo com o art. 428, § 4º, da CLT, é aquele composta por
atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas
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desenvolvidas no ambiente de trabalho.

2) Aprendiz: obriga-se a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.

Art. 428 da CLT. Contrato de


49603aprendizagem é o contrato de trabalho especial,

ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete


a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito
em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível
com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com
zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.

Requisitos de validade do contrato de aprendizagem: o art. 428 da CLT traça os requisitos de validade
do contrato de aprendizagem que deverão ser observados durante a contratação:

1º Requisito: O contrato de aprendizagem deve ser obrigatoriamente escrito;

2º Requisito: A CTPS do empregado deve ser devidamente anotada constando a aprendizagem. Note-
se que, atualmente, a CTPS é emitida preferencialmente em meio eletrônico após as alterações promovidas
pela Lei 13.874/2019.

3º Requisito: Matrícula e frequência do aprendiz na escola caso não tenha concluído o ensino médio.
Note-se, portanto, que a aprendizagem é possível desde que a formação escolar seja garantida. Nas

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localidades onde não houver oferta de ensino médio, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a
frequência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental.
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ATENÇÃO!
Nos termos do art. 428, § 6º, da CLT, a comprovação da escolaridade do aprendiz com deficiência deve
considerar as habilidades e competência relacionadas com a profissionalização.

Além disso, para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou mais, a validade do contrato de
aprendizagem pressupõe anotação na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem
desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.

4º Requisito: Inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade


qualificada em formação técnico-profissional metódica.

Entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica: os cursos e formação deverão ser


ministrados especialmente pelos Serviços Nacionais de Aprendizagem como SESC, SENAI, SENAC, SESI, dentre
outros. No entanto, se os cursos não forem oferecidos ou se não houver vagas suficientes para atender à
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demanda dos estabelecimentos, é possível suprir por outras entidades qualificadas em formação técnico-
profissional metódica nos termos do art. 430 da CLT:

I – Escola Técnicas de Educação;


II – entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao
adolescente à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente. Deve cadastrar cursos, turmas e aprendizes no
Ministério do Trabalho.
III – entidades de prática desportiva das diversas modalidades filiadas ao Sistema
Nacional do Desporto e aos Sistemas de Desporto dos Estados, do Distrito Federal e
dos municípios. Devem cadastrar cursos, turmas e aprendizes no Ministério do
Trabalho.

Estrutura: As entidades que irão fornecer os cursos de formação técnico-profissional deverão ter
estrutura adequada ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade do
processo de ensino, bem como acompanhar e avaliar os resultados.

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Emissão de certificado: os aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com aproveitamento,


receberão certificado de qualificação profissional

Descumprimento dos requisitos de validade do contrato de aprendizes: De acordo com o art. 9º da


CLT e 47 do Decreto nº 9.579/2018, o descumprimento desses requisitos importará a nulidade do contrato de
aprendizagem, estabelecendo-se o vínculo empregatício diretamente com o empregador responsável pelo
cumprimento da cota de aprendizagem, com exceção da pessoa jurídica de direito público:

Art. 9º da CLT - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.
Art. 47 do Decreto nº 9.579/2018. O descumprimento das disposições legais e
regulamentares importará a nulidade do contrato de aprendizagem, nos termos do
disposto no art. 9º da CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, situação em
que fica estabelecido o vínculo empregatício diretamente com o empregador
responsável pelo cumprimento da cota de aprendizagem.
Parágrafo único. O disposto 49603
no caput não se aplica, quanto ao vínculo, a pessoa
jurídica de direito público.

1.2. Duração do contrato de aprendizagem

Contrato por prazo determinado: Como já ressaltado, o contrato de aprendizagem é realizado por
prazo determinado e não pode ser firmado por mais de 2 anos com o mesmo empregador. Se ultrapassado o
período, o contrato é convertido em contrato por prazo indeterminado.

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Exceção dos aprendizes com deficiência: não se sujeitam ao limite de prazo para contratação. Sendo
assim, o contrato pode ser celebrado com prazo de duração maior.

1.3. Remuneração do aprendiz

Salário: o aprendiz recebe salário e, portanto, todas as disposições da CLT acerca do pagamento e
garantias do salário devem ser estendidas a esses trabalhadores.

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Garantia do salário-mínimo hora: O aprendiz, salvo condição mais favorável, deve receber o salário-
mínimo hora:

Art. 428, § 2º da CLT: Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o
salário-mínimo hora.

Direito ao vale-transporte: De acordo com o art. 70 do Decreto 9.579/2018, o aprendiz tem direito ao
benefício do vale-transporte previsto na Lei 7.418/1985 nos mesmos moldes dos demais empregados. Nas
rodadas de salário e remuneração, abordaremos com profundidade a regulamentação atinente ao vale-
transporte:

Art. 70 da Decreto 9.579/2018: É assegurado ao aprendiz o direito ao benefício


previsto na Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, que institui o vale-transporte.

1.4. FGTS

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Direito ao FGTS: todos49603
os empregados urbanos e rurais têm assegurado o direito ao FGTS nos termos
do art. 7º, III, da CF/88. No entanto, os aprendizes têm uma particularidade em relação aos demais
empregados, pois os depósitos mensais pelo empregador correspondem a apenas 2% de sua remuneração. A
título de comparação, os demais empregados recebem o percentual de 8% de sua remuneração.

OBSERVAÇÃO!
As demais hipóteses acerca do FGTS são aplicáveis ao aprendiz como hipóteses de saque dos depósitos,
recebimento da indenização de 20% ou 40% sobre os depósitos a depender da espécie de término do contrato
e a possibilidade de solicitação do saque-aniversário. Teremos uma rodada específica apenas para
trabalharmos as características e regras do FGTS.

1.5. Jornada de trabalho

Jornada de trabalho do aprendiz: é reduzida, em regra, a 6 horas diárias. Excepcionalmente, poderá ser
ampliada para 8 horas, se o aprendiz já tiver completado o Ensino Fundamental, e, ainda, se nessas horas
forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.

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Vedação à prorrogação de jornada e à compensação de jornada: De qualquer forma, é vedada a


prorrogação da jornada (horas extras) e a compensação de horas aos aprendizes.

Jornadas somadas: quando o aprendiz com menos de 18 anos for empregado em mais de um
estabelecimento, as horas de trabalho em cada um deles serão totalizadas.

ATENÇÃO!
Não confunda a prestação de horas extras do aprendiz com a prestação de horas extras do empregado
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adolescente:

a) Aprendiz: não se admite prorrogação de jornada ou compensação de jornada;

b) Empregado adolescente não aprendiz: é possível a compensação de jornada por negociação coletiva
e a prestação de horas extras limitadas a 12 horas diárias na hipótese de força maior.

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1.6. Obrigatoriedade na contratação de aprendizes

Contratação de aprendizes: De acordo com o art. 429 da CLT, os estabelecimentos de qualquer natureza
são obrigados a contratar número de aprendizes equivalente a, no mínimo, 5% até, no máximo, 15% dos
trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional:

Art. 429 da CLT. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a


empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número
de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no
máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções
demandem formação profissional.

Lei nº 13.420/2017: estabeleceu a obrigação das empresas destinarem até 10% de sua cota de aprendizes à
formação técnico-profissional metódica em diversas áreas da atividade desportivas:

Art. 429, § 1º-B, da CLT (acrescentado pela Lei nº 13.420/2017): Os estabelecimentos


a que se refere o caput poderão destinar o equivalente a até 10% (dez por cento) de

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sua cota de aprendizes à formação técnico-profissional metódica em áreas


relacionadas a práticas de atividades desportivas, à prestação de serviços
relacionados à infraestrutura, incluindo as atividades de construção, ampliação,
recuperação e manutenção de instalações esportivas e à organização e promoção de
eventos esportivos.

Consequências do descumprimento da cota de aprendizagem: há a autuação pela fiscalização do


trabalho com aplicação de multa e também o ajuizamento de ação civil pública ou celebração de Termo de
Ajustamento de Conduta pelo Ministério Público do Trabalho para que a empresa passa a cumprir
efetivamente a cota. Essa é uma das áreas de atuação prioritárias do MPT.

Descumprimento da cota de aprendizagem: De acordo com o informativo nº 216 do TST, o


descumprimento pela empresa do percentual mínimo de contratação de aprendizes é suficiente para a
configuração do dano moral coletivo:

Ação civil pública. Dano imaterial coletivo. Descumprimento da cota de aprendizes.


Art. 429 da CLT. Regularização
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posterior ao ajuizamento da ação pelo MPT.
Irrelevância. Lesão à coletividade já caracterizada. Embargos desprovidos.
Quantum indenizatório. Divergência jurisprudencial. Não conhecimento. O
descumprimento pela empresa do percentual mínimo de contratação de aprendizes,
prevista no art. 429 da CLT, mostra-se suficiente à configuração do dano moral
coletivo, sendo despiciendo comprovar a repercussão do ato ilícito na consciência
coletiva do grupo social. A regularização desse percentual de contratação pela
empresa, após o ajuizamento da ação ou do inquérito proposto pelo Ministério
Público do Trabalho, não extingue o feito sem julgamento de mérito, tampouco
descaracteriza o dano imaterial coletivo decorrente do descumprimento da cota de
aprendizes, visto que já caracterizada a lesão à coletividade. Com esse
entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu do recurso de embargos apenas
quanto à configuração do dano imaterial coletivo decorrente do descumprimento da
cota de aprendizes, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria,
negou-lhe provimento, vencidos os Exmos. Ministros Maria Cristina Irigoyen Peduzzi,
Márcio Eurico Vitral Amaro e Alexandre Luiz Ramos. No tocante ao valor da
indenização, com base no entendimento majoritário da Subseção de que é inviável
a aferição de especificidade dos arestos paradigmas nas hipóteses em que se discute
o valor arbitrado a título de indenização por danos morais, a SBDI-I, por maioria, não
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conheceu do recurso de embargos e manteve a condenação da reclamada ao


pagamento de indenização por dano imaterial coletivo no valor de R$ 300.000,00
(trezentos mil reais). Vencidos os Exmos. Ministros Maria Cristina Irigoyen Peduzzi e
Márcio Eurico Vitral Amaro. TST-E-RR-822-68.2011.5.23.0056, SBDI-I, rel. Min. Luiz
Philippe Vieira de Mello Filho, 12.3.2020. (Informativo nº 216)

Funções que demandam formação profissional compatível com a aprendizagem: são aquelas descritas
na Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e o devem incluir todas as funções que
demandem formação profissional, independentemente de serem proibidas para empregados com menos de
18 anos:

Art. 52. Deverão ser incluídas no cálculo da porcentagem do número de aprendizes


a que se refere o caput do art. 51 todas as funções que demandem formação
profissional, independentemente de serem proibidas para menores de dezoito anos,
considerada a Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho e
Emprego. (Redação dada pelo Decreto nº 11.479, de 2023)
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Atividades excluídas da base de cálculo da cota de aprendizagem: são trazidas pelo §único do art. 52
e pelo art. 54 do Decreto 9.579/2018:
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Art. 52 (...) Parágrafo único. Ficam excluídas do cálculo as funções que: (Incluído
pelo Decreto nº 11.479, de 2023)

I - demandem, para o seu exercício, habilitação profissional de nível técnico ou


superior; (Incluído pelo Decreto nº 11.479, de 2023)

II - estejam caracterizadas como cargos de direção, de gerência ou de confiança,


nos termos do disposto no inciso II do caput e no parágrafo único do art. 62 e no
§ 2º do art. 224 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei
nº 5.452, de 1943. (Incluído pelo Decreto nº 11.479, de 2023)

Art. 54. Ficam excluídos do cálculo da porcentagem do número de aprendizes a


que se refere o caput do art. 51: (Redação dada pelo Decreto nº 11.479, de 2023)

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I - os empregados que executem os serviços prestados sob o regime de trabalho


temporário instituído pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974; e (Redação
dada pelo Decreto nº 11.479, de 2023)

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II - os aprendizes já contratados. (Redação dada pelo Decreto nº 11.479, de 2023)

Parágrafo único. Na hipótese de empresas que prestem serviços especializados


para terceiros, independentemente do local onde sejam executados, os
empregados serão considerados exclusivamente para o cálculo da porcentagem
da empresa prestadora. (Redação dada pelo Decreto nº 11.479, de 2023).

Contrato de aprendizagem. Base de cálculo. Atividades de faxineiro, gari, servente,


coletor, varredor de rua e similares. Inclusão. Previsão na Classificação Brasileira
de Ocupações.
Em atenção ao princípio da proteção integral e ao direito do jovem à
profissionalização (art. 227 da49603
CF), as atividades de faxineiro, gari, servente, coletor,
varredor de rua e similares devem ser computadas na base de cálculo para
contratação de aprendizes a que se refere o art. 429 da CLT, pois estão previstas na
Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, critério objetivo para a definição das
funções que demandam formação profissional adotado pelo art. 10 do Decreto nº
5.598/2005. Sob esse fundamento, a SBDI-I, à unanimidade, conheceu do recurso de
embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, deu-lhe
provimento para restabelecer a sentença. Vencidos os Ministros João Oreste
Dalazen, Brito Pereira e Walmir Oliveira da Costa. TST-E-RR-191-51.2010.5.03.0013,
SBDI-I, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 5.10.2017 (Informativo nº 167).

Aprendiz. Cota mínima para contratação. Base de cálculo. Inclusão de motoristas


e cobradores de ônibus. Art. 10, § 2º, do Decreto nº 5.598/2005.
As funções de motorista e cobrador de ônibus devem integrar a base de cálculo para
a definição da cota mínima de aprendizes a serem contratados (art. 429 da CLT), pois
o art. 10, § 2º, do Decreto nº 5.598/2005 determina a inclusão de todas as funções
que demandem formação profissional, ainda que proibidas para menores de 18
anos. Nos termos do art. 10, § 1º, do aludido Decreto, somente são excluídos os
cargos que exigem habilitação técnica de nível superior e cargos de direção. Sob
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esses fundamentos, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por


divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento.
Vencidos os Ministros Cláudio Mascarenhas Brandão e Walmir Oliveira da Costa.
TST-E-ED-RR-2220-02.2013.5.03.0003, SBDI-I, rel. Min. José Roberto Freire Pimenta,
1º.9.2016 (Informativo nº 143).

Entidades que estão dispensadas da contratação de aprendizes: De acordo com a CLT e com o Decreto
9.579/2018, não precisam contratar aprendizes as seguintes entidades:

a) Microempresas e empresas de pequeno porte (art. 51, III, da Lei Complementar


123/2006);
b) Entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a educação profissional
(art. 429, § 1º, da CLT).

Art. 56. Ficam dispensadas da contratação de aprendizes:


I - as microempresas e as empresas de pequeno porte, nos termos do disposto no
inciso III do caput do art. 5149603
da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de
2006; e (Redação dada pelo Decreto nº 11.061, de 2022)

II - as entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a educação


profissional, nos termos do disposto no § 1º-A do art. 429 da Consolidação das
Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943. (Redação dada
pelo Decreto nº 11.061, de 2022)

1.6.1. Oferta de vagas a aprendizes usuários e dependentes de drogas

Lei 13.840/2019: “modificou diversos artigos da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas). Dentre as
alterações realizadas, houve modificação no Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD) e
na oferta de vagas a aprendizes. Esse sistema tem
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o objetivo de prevenir o uso indevido das drogas, auxiliar
na reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito
de drogas. Com o objetivo de auxiliar a reinserção social dessas pessoas, a Lei estabelece como um de seus
princípios o estímulo à capacitação técnica e profissional e à edição de políticas voltadas à educação
continuada e ao trabalho.” (CORREIA, 2021)
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DIREITO DO TRABALHO

Oferta de vagas de aprendizagem a adolescentes usuários do SISNAD: A Lei nº 13.840/2019


acrescentou o § 3º ao art. 429 da CLT para prever que as empresas poderão ofertar vagas de aprendizes a
adolescentes usuários do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD por meio de
instrumento de cooperação celebrados entre as empresas e os gestores responsáveis pela prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas.

1.7. Cota social

Empresas com dificuldade na contratação de aprendizes: há empresas cuja maioria das atividades
desenvolvidas dificilmente poderão ser utilizadas para empregar aprendizes. Nesse caso, surge a possibilidade
de instituição da cota social de aprendizagem.

Tendo em vista a obrigatoriedade do preenchimento da cota legal, surgem controvérsias acerca de seu
cumprimento nas atividades em que haja dificuldade na contratação de aprendizes, como ocorre em empresas
de vigilância e limpeza. Essas hipóteses receberam regulamentação no ano de 2015, com a edição da Portaria
nº 1.288/2015, a qual, todavia, foi revogada pela Portaria
49603 nº 21/2015.

Regulamentação da Cota social: No ano de 2016, o art. 23-A do antigo Decreto nº 5.598/2005
regulamentou a cota social de aprendizagem. Atualmente, o tema está disciplinado no art. 66 do Decreto nº
9.579/2018:
49603

Art. 66. O esta rt. 66. O estabelecimento contratante cujas peculiaridades da


atividade ou dos locais de trabalho constituam embaraço à realização das aulas
práticas poderá: (Redação dada pelo Decreto nº 11.479, de 2023)

I - ministrar as aulas práticas exclusivamente nas entidades qualificadas em


formação técnico-profissional, às quais caberá o acompanhamento pedagógico das
aulas; ou (Incluído pelo Decreto nº 11.479, de 2023)

II - requerer junto à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego a


assinatura de termo de compromisso para o cumprimento da cota de aprendizagem
em entidade concedente da experiência prática do aprendiz. (Incluído pelo Decreto
nº 11.479, de 2023).

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DIREITO DO TRABALHO

§ 1º Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego definir: (Redação dada pelo


Decreto nº 11.479, de 2023)

I - os setores da economia em que a aula prática poderá ser ministrada nas entidades
concedentes; e (Redação dada pelo Decreto nº 11.479, de 2023)

II - o processamento do pedido de assinatura de termo de compromisso. (Redação


dada pelo Decreto nº 11.479, de 2023)

§ 2º Para fins do disposto neste Capítulo, consideram-se entidades concedentes da


experiência prática do aprendiz:

I - órgãos públicos;

II - organizações da sociedade civil, nos termos do disposto no art. 2º da Lei nº


13.019, de 31 de julho de 2014; e
49603

III - unidades do sistema nacional de atendimento socioeducativo.

§ 4º Para fins do adimplemento integral da cota de aprendizagem, os percentuais a


serem cumpridos, em qualquer das modalidades previstas nos incisos I e II do caput,
deverão constar do termo de compromisso firmado com o Ministério do Trabalho e
Emprego, observados: (Redação dada pelo Decreto nº 11.479, de 2023)
49603

I - os limites previstos na Seção IV do Capítulo IV do Título III da Consolidação das


Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943; e (Incluído pelo
Decreto nº 11.479, de 2023)

II - a contratação do percentual mínimo de que trata o caput do art. 51. (Incluído


pelo Decreto nº 11.479, de 2023).

O que é a cota social? O estabelecido contratante que tiver atividades peculiares que criem embaraços
para aulas práticas, poderão celebrar termo de compromisso com unidade descentralizada do Ministério do
Trabalho para o cumprimento da cota em entidade concedente da experiência prática do aprendiz.
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DIREITO DO TRABALHO

Como funciona a cota social na prática? A empresa paga os salários e todos os demais direitos
trabalhistas do aprendiz, mas as atividades teóricas e práticas são realizadas em entidade concedente de
experiência prática do aprendiz, quais sejam: órgãos públicos, organizações da sociedade civil e unidades do
Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), cujo custo será arcado pela própria empresa
contratante.
49603

Prioridade: A seleção de aprendizes, nesse caso, deverá priorizar a inclusão de jovens e adolescentes
elencados nas hipóteses do art. 66, § 5º do Decreto nº 9.579/2018.

Papel do Ministério do Trabalho: caberá a definição de:


a) quais setores da economia em que a aula prática poderá se dar;
b) o processamento do pedido de assinatura do termo de compromisso.

“No ano de 2017, o Ministério do Trabalho baixou a Portaria de nº 693/ 2017, para prever os
estabelecimentos que poderão requerer junto à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da
Unidade da Federação em que o estabelecimento estiver
49603 situado, a assinatura do Termo de Compromisso,

visando ao cumprimento da cota social.” (CORREIA, 2021).

Art. 1º da Portaria nº 693/2017 do MTb: Art. 1º – Os estabelecimentos que


desenvolvem atividades relacionadas aos setores econômicos elencados abaixo
poderão requerer junto à respectiva unidade descentralizada do Ministério do
Trabalho a assinatura de Termo de Compromisso para o cumprimento da cota em
entidade concedente da experiência prática do aprendiz, nos termos do § 1º do
artigo 23-A do Decreto 5.598/2005:
I – Asseio e conservação;
II – Segurança privada;
III – Transporte de carga
IV – Transporte de valores;
V – Transporte coletivo, urbano, intermunicipal, interestadual;
VI – Construção pesada;
VII – Limpeza urbana;
VIII – Transporte aquaviário e marítimo;
IX – Atividades agropecuárias;
X – Empresas de Terceirização de serviços;
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DIREITO DO TRABALHO

XI – Atividades de Telemarketing;
XII – Comercialização de combustíveis; e
XII – Empresas cujas atividades desenvolvidas preponderantemente estejam
previstas na lista TIP (Decreto 6.481/2008).

1.8. Vínculo de emprego do aprendiz

Formação de vínculo de emprego do aprendiz: De acordo com o Professor Henrique Correia (2021), o
vínculo empregatício do aprendiz poderá ocorrer de duas formas distintas: 49603

a) Diretamente com a empresa que presta os serviços: é a principal forma de contratação e o vínculo
é formado diretamente com a empresa onde se realizará a aprendizagem.
b) Entidades sem fins lucrativos ou de prática desportiva: supletivamente, com as entidades sem fins
lucrativos que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e à educação profissional ou com as entidades
de prática desportiva das diversas modalidades filiadas ao sistema nacional do desporto ou aos sistemas
estaduais, distrital ou municipal de desporto.
49603

OBSERVAÇÃO!
Note que nesse caso, há verdadeira intermediação de mão de obra prevista em lei, pois a entidades sem
fins lucrativos atuam como intermediários na relação. São elas que contratam o aprendiz, mas o trabalho é
prestado diretamente na tomadora dos serviços.

1.9. Extinção do contrato de aprendizagem

Extinção natural: ocorrerá com o termo final do contrato por prazo determinado após 2 anos de
prestação de serviços, ou ainda se o empregado aprendiz completar 24 anos.

Extinção antecipada: está prevista no art. 433 da CLT para as seguintes hipóteses:
I. desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando
desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de
suas atividades; (Redação dada pela Lei nº 13.146/2015)

II. falta disciplinar grave;


III. ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo;
IV. pedido do aprendiz.
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DIREITO DO TRABALHO

OBSERVAÇÃO!
Note que a dispensa sem justa causa do aprendiz não é autorizado, pois o empregador para efetuar o
término antecipado do contrato deverá justificá-lo em uma das hipóteses do art. 433 da CLT.

Inaplicabilidade da indenização por término antecipado do contrato: “Não se aplicam ao contrato de


aprendizagem as hipóteses de indenização previstas nos arts. 479 e 480 da CLT, ou seja, tanto o empregador
quanto o aprendiz não estão obrigados a pagar indenização em razão do término antecipado do contrato.”
(CORREIA, 2021).

VAMOS ESQUEMATIZAR?

49603

49603

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DIREITO DO TRABALHO

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. São Paulo: LTr, 2016.

CORREIA, Henrique. Curso de Direito do Trabalho. 6. ed. Salvador: Juspodivm, 2021

CORREIA, Henrique; MIESSA, Élisson. Súmulas, OJs do TST e Recursos Repetitivos. 9. ed. Salvador: Juspodivm,
2021.

ROSSATO, Luciano Alves; LÉPORE, Paulo. Manual de Direito da Criança e do Adolescente. Salvador:
Juspodivm, 2021.

QUESTÕES PROPOSTAS

01 - Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: CESGRANRIO - 2018 - LIQUIGÁS - Assistente
Administrativo I. Para a validação do contrato de aprendizagem de um menor aprendiz numa empresa
industrial, o assistente administrativo anotou na sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS): o seu

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DIREITO DO TRABALHO

número de matrícula, a frequência à escola onde ele está concluindo o ensino fundamental, assim como o
número de inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI). Esses registros são fundamentais porque

Alternativas
A) o contrato de aprendizagem é um contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo
estipulado de mais de 2 (dois) anos, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de
quatorze e menor de vinte e quatro anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-
profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico.
B) o descumprimento da legislação e regulamento importará na nulidade do contrato de aprendizagem,
estabelecendo vínculo empregatício diretamente com a empresa.
C) a contratação de aprendizes deverá atender, prioritariamente, aos adolescentes entre dezoito e vinte
e quatro anos, exceto quando as atividades práticas da aprendizagem ocorrerem fora do
estabelecimento, sujeitando os aprendizes à insalubridade ou à periculosidade, sem que se possa
49603

elidir o risco ou realizá-las integralmente em ambiente simulado.


D) os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos
Serviços Nacionais de Aprendizagem (SESI, SENAI,
49603 SENAC, etc) número de aprendizes equivalente a

20% (vinte por cento), no mínimo, e 40% (quarenta por cento), no máximo, dos trabalhadores
existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.
E) os estabelecimentos necessitam formalizar que a duração do trabalho do aprendiz excederá de 6
horas diárias até 8 horas diárias para os aprendizes que estejam cursando o ensino fundamental, se
nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.

COMENTÁRIOS

Art. 428/CLT Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo
determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24
(vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica,
compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e
diligência as tarefas necessárias a essa formação.

§ 1 o A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência


Social, matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição
em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-
profissional metódica.

§ 3 o O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se
tratar de aprendiz portador de deficiência

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RETA FINAL AFT
DIREITO DO TRABALHO

CLT. Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos
dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo,
e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções
demandem formação profissional.

CLT. Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a
prorrogação e a compensação de jornada. §1o O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas
diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas
as horas destinadas à aprendizagem teórica.

GABARITO: B

02 - Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: TST Prova: FGV - 2023 - TST - Juiz do Trabalho Substituto
Considerando as normas relativas ao contrato de aprendizagem, é correto afirmar que:
A) em qualquer hipótese, o contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois anos;
B) a duração do trabalho do aprendiz não excederá cinco horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a
compensação de Jornada;
49603

C) a validade do contrato de aprendizagem prescinde de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social,


devendo ser provada a matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio,
e de inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em
49603
formação técnico-profissional metódica;
D) é considerada causa para a extinção do contrato de aprendizagem o desempenho insuficiente ou
inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de
acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades;
E) contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito, por prazo determinado
ou indeterminado, em que o empregador se compromete a assegurar, ao maior de 14 e menor de 24 anos
Inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu
desenvolvimento físico moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas
necessárias a essa formação.
COMENTÁRIOS

A. INCORRETA - CLT, Art. 428 da CLT, § 3o - O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais
de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência.

B. INCORRETA – CLT, Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo
vedadas a prorrogação e a compensação de jornada.
§ 1o O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem
completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem
teórica.

C. INCORRETA – CLT, Art. 428, § 1o A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira
de Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o

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DIREITO DO TRABALHO

ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade


qualificada em formação técnico-profissional metódica.

D. CORRETA. CLT, Art. 433. O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz
completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a hipótese prevista no § 5o do art. 428 desta Consolidação,
ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses
I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando
desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho
de suas atividades;

E. INCORRETA. Art. 428. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito
e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e
menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional
metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com
zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação

GABARITO: D

03 - Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: HORTOPREV - SP Prova: VUNESP - 2022 - HORTOPREV - SP - Assessor
Jurídico
Determinado empregado aprendiz, com jornada das 6h00
49603 às 12h00, celebrou acordo de prorrogação de horas

com seu empregador, obrigando-se a trabalhar mais duas horas diárias por duas vezes na semana. Diante
dessa situação, é correto afirmar que
A) o acordo de prorrogação é legal, pois a jornada total corresponde ao máximo de 8 (oito) horas.
B) o acordo de prorrogação é ilegal, mas serão devidas as horas extras laboradas além da sexta diária.
C) as horas extras só poderão integrar o banco de horas, por se tratar de contrato de aprendizagem.
D) a validade do acordo de prorrogação dependerá da concordância do representante legal, se o aprendiz for
adolescente.
E) as horas extras não serão exigíveis, pois a jornada de 6 (seis) horas ao empregado aprendiz é uma
liberalidade do empregador.

COMENTÁRIOS
49603

CLT
Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a
prorrogação e a compensação de jornada.
§ 1o O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem
completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.
O acordo de prorrogação de horas do aprendiz citado no enunciado é ilegal, pois é vedada a prorrogação e
a compensação de jornada dom aprendiz, entretanto, por coerência lógica, as horas extras já trabalhadas
são devidas, não cabe o enriquecimento do empregador as custas de uma ilegalidade.

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DIREITO DO TRABALHO

GABARITO: B

04 - Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Marília - SP Prova: VUNESP - 2017 - Prefeitura de Marília
- SP - Procurador Jurídico. Em relação ao contrato de aprendizagem, é corretor afirmar que 49603

Alternativas
A) poderá ser ajustado de forma tácita ou verbal.
B) deverá ser entabulado com o maior de 16 (dezesseis) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em
programa de aprendizagem, no qual se assegura formação técnico-profissional metódica.
C) garantirá o salário-mínimo mensal.
D) extinguir-se-á no seu termo ou quando o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, salvo em se
tratando de portador de deficiência.
E) não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas em qualquer hipótese a prorrogação e a
compensação de jornada.
COMENTÁRIOS

a) CLT. Art. 428, caput. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por
escrito e por prazo determinado (...) 49603

b) CLT. Art. 428, caput. (...) em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14
(quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos (...)

c) CLT. Art. 428, §2º. Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário mínimo hora.

d) CORRETA.

e) CLT. Art. 432. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas
a prorrogação e a compensação de jornada. § 1o O limite previsto neste artigo poderá ser de até
oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental se nelas
forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica.

GABARITO: D

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