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ABRIL DE 2023 VOL.

CURSO DE FORMAÇÃO DOCENTE EM


EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES
ÉTNICO-RACIAIS
Seminário temático Educação Escolar Indígena

HTTPS://PT.WIKIPEDIA.ORG/WIKI/POVOS_IND%C3%ADGENAS_DO_BRASIL

SEMINÁRIO TEMÁTICO
CELEBRANDO A
EDUCAÇÃO ESCOLAR CULTURA INDÍGENA
INDÍGENA
PESQUISAS
Por Luciane Dias
PRÁTICAS
A Lei nº 10.639/03 e a Lei nº 11.645/08 é o arcabouço jurídico
normativo que nos instiga a decolonizar os currículos escolares e
promover espaços pedagógicos para que as culturas negra e
indígena possam fazer parte do cotidiano escolar. Não concebe-se
mais que as escolas tratem estas temáticas em momentos pontuais
e de forma casuística. Precisamos de uma postura pedagógica que
dialogue com os saberes ancestrais , reconhecendo neles os
conhecimentos que foram inferiorizados e invisibilizados.
Para tanto, o Curso de formação docente em Educação para as
relações étnico-raciais trata neste seminário temático as
possibilidades de concretização de estudos sobre a Educação
indígena. Este jornalzinho é fruto de uma aproximação com
HTTPS://BRASILESCOLA.UOL.COM.BR/BRASIL/O-INDIGENA-NO-BRASIL.HTM
pessoas que, inscritas e participantes do curso, possuem
aproximação com a temática e nos contam sobre isso. Boa leitura.
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ABRIL DE 2023 VOL. 1

CURSO DE FORMAÇÃO DOCENTE EM


EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES
ÉTNICO-RACIAIS
Lei Nº 11.645/08

"ALTERA A LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996,


MODIFICADA PELA LEI Nº 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003,
QUE ESTABELECE AS DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO
NACIONAL, PARA INCLUIR NO CURRÍCULO OFICIAL DA REDE
DE ENSINO A OBRIGATORIEDADE DA TEMÁTICA “HISTÓRIA E
CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA”.

HTTPS://BR.PINTEREST.COM/PIN/33143747252243295/

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INDÍGENA
ABRIL DE 2023 VOL. 1

EDUCAÇÃO INDÍGENA
MINHA COMPREENSÃO AUMENTOU QUANDO EM GRUPO DEITÁVAMOS SOB
A LUZ DAS ESTRELAS PARA CONTEMPLÁ-LAS PROCURANDO IMAGINAR O
UNIVERSO IMENSO DIANTE DE NÓS, QUE NOSSOS PAJÉS TINHAM VISITADO
EM SONHOS. EDUCAÇÃO PARA NÓS SE DAVA NO SILÊNCIO. NOSSOS PAIS
NOS ENSINAVAM A SONHAR COM AQUILO QUE DESEJÁVAMOS. (...) EDUCAR É
FAZER SONHAR. APRENDI A SER ÍNDIO, POIS APRENDI A SONHAR. IA PARA
OUTRAS PARAGENS. PASSEAVA NELAS. APRENDIA COM ELAS. PERCEBI QUE
NA SOCIEDADE INDÍGENA EDUCAR É ARRANCAR DE DENTRO PARA FORA,
FAZER BROTAR OS SONHOS E, ÀS VEZES, RIR DO MISTÉRIO DA VIDA.
(MUNDURUKU, 1996, P. 38).
(MUNDURUKU, 1996, P.38).

HTTPS://AGENCIABRASIL.EBC.COM.BR/EDUCACAO/NOTICIA/2016-04/QUASE-METADE-DAS-ESCOLAS-INDIGENAS-NAO-TEM-MATERIAL-DIDATICO-ESPECIFICO

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INDÍGENA
ABRIL DE 2023 VOL. 1

EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA


EM TERMOS GERAIS, A DESCENTRALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO
ESCOLAR INDÍGENA NO ÂMBITO DO REGIME DE COLABORAÇÃO ENTRE OS
SISTEMAS DE ENSINO E A FIXAÇÃO DE NOVOS PARÂMETROS LEGAIS E
NORMATIVOS, RESULTOU NO SURGIMENTO DE UMA PLURALIDADE DE
EXPERIÊNCIAS DE ESCOLAS INDÍGENAS VOLTADAS À SUPERAÇÃO DA
VELHA ESCOLA COLONIAL ALIENÍGENA. MUITAS ESCOLAS INDÍGENAS
PASSARAM A PRODUZIR E UTILIZAR MATERIAL DIDÁTICO PRÓPRIO, EM
GERAL BILÍNGÜE E VOLTADO PARA O LETRAMENTO E PARA AS PRIMEIRAS
SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL, A DESENVOLVER ENSINO VIA
PESQUISA, CALENDÁRIOS E CURRÍCULOS DIFERENCIADOS OU FLEXÍVEIS,
ATIVIDADES ESCOLARES E PEDAGÓGICAS ALIADAS ÀS ATIVIDADES
PRODUTIVAS E ENSINO PROFISSIONALIZANTE
(BENIWA, 2013, P.5).
(MUNDURUKU, 1996, P.38).

HTTPS://SAIBAMAIS.JOR.BR/2022/04/ACESSO-DE-INDIGENAS-A-EDUCACAO-TRIPLICA-EM-TRES-DECADAS-E-VIRA-ALVO-DO-GOVERNO-BOLSONARO/

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INDÍGENA
UM POUCO DE
HISTÓRIA DE VIDA
por Jaqueline de Abreu Pereira (Sala Antonieta de Barros)

Tenho ascendência indígena dos dois lados da minha


família, mas devido ao contexto que meus avós
vivenciaram (violências, perdas familiares), muito das
informações se perderam ao longo das gerações.
Apesar disso meus pais sempre falaram sobre nossas
raízes. Ao longo das minhas experiências comecei a
pensar sobre algumas falas e situações que vivenciei da
infância à vida adulta e busquei entender sobre essas
questões a partir das relações étnico-raciais.
Atualmente tenho atuado no acompanhamento de
estudantes de duas etnias: Mbyas guaranis e
Kaingangs, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul,
campus Porto Alegre, mediando a relação entre
professores, instituição e demandas que esses
estudantes solicitam. Também tenho me dedicado a
uma pesquisa em Sociologia Urbana pela UERJ, sobre
as Retomadas indígenas que ocorrem na cidade com
relação à moradia, a partir da identidade de duas
mulheres indígenas e em contexto urbano.
.

REPRESENTATIVIDADE
Sônia Guajajara (SP) e
Célia Xakriabá (MG)
foram eleitas e
assumiram mandatos
na Câmara Federal
para os próximos
quatro anos.

HTTPS://MIDIANINJA.ORG/NEWS/VITORIA-INDIGENA-CELIA-XAKRIABA-E-SONIA-GUAJAJARA-SERAO-GUARDIAS-DA-AGENDA-AMBIENTAL-NO-CONGRESSO-NACIONAL/

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INDÍGENA
ANOTAÇÕES SOBRE PESQUISAS
Kevia Daniele da Silva (Sala Enedina Alves
Marques)

Durante o mestrado em Letras, na Universidade


Regional do Cariri, realizei estudos sobre a
literatura indígena. Foquei na obra de Davi
Kopenawa Yanomami e Bruce Albert. Através
dela estudei como as narrativas de Kopenawa
contribuíam para a educação do homem
branco. E desenvolvi alguns trabalhos e
adaptação dessa obra pra sala de aula.

Lorena Fabeni (Sala Maria Firmima dos Reis)

Durante o mestrado em Direito, na Universidade


Federal do Pará, pesquisei as relações de trabalho
indígena à luz do pluralismo jurídico, para verificar de
que maneira os sistemas jurídicos distintos, o indígena
e o não indígena, se interrelacionam. Ou seja, como a
categoria indígena patrão e indígena empregado de
relacionam. O pluralismo jurídico foi a lente teórica
utilizada para perceber o imbricamento e como eles se
realizam e suas consequências no mundo do trabalho

Adelson Barbosa dos Santos (Prof. Me. Instituto


Federal Goiano)

A minha relação com a pesquisa vem desde 2014,


quando me deparei com uma abordagem de
introdução na disciplina de História indígenas. Assim
desenvolvi às minhas pesquisas de monografia
(graduação) e dissertação de (mestrado) sobre às
ações do estado diante dos Awa Canoeiro do médio
Araguaia. Nesse último trabalho eu consegui fazer
um estudo mais conciso junto a comunidade. A luta
dos Awa é muito grande. Eles são um dos povos que
mais resistiram a intervenção dos não indígenas, no
Brasil central.

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INDÍGENA
GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Andresa de Britto Chaves (Sala Lélia Gonzalez)

Sou professora do Ensino Fundamental e trabalho na Gerência de Projetos Educacionais na


Secretaria Municipal de Educação de Petrópolis/RJ, onde desenvolvo atualmente o projeto:
Histórias de Nossos Ancestrais, que leva contação de histórias literárias indígenas aos aluno
do Ensino Fundamental - Anos iniciais. E também, o planejamento de formação para
professores e equipes gestoras com professores indígenas e o Seminário dos Povos Originários
que vai acontecer em Agosto de 2023.

Elba Brito do Nascimento (Sala Marielle Franco)

Como historiadora e presto consultoria a Fundação Apolônio Salles - Fadurpe, contextualizo


historicamente as Etnias indígenas, sendo responsável por levantar dados bibliográfico,
realizar entrevistas, promover oficina de diagnóstico, prognóstico e de etnomapeamento.
Apresentação de Relatórios com avaliações de impactos socioambientais nos territórios e
formulação de medidas compensatórias.

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INDÍGENA
ESPAÇOS
Silvia Leme – Mãe Silvia de
Osum ( Sala Antonieta Barros)

O espaço religioso Ilê asé iya


omin orun, situada em Santa
Maria ( RS), que acolhe um
grupo de indígenas o qual
cuidamos da parte espiritual e
ainda temos um trabalho em
conjunto com a Universidade
Federal de Santa Maria.

ARQUIVO PESSOAL

Ana Cristina Motta da Silva (Sala Antonieta Barros)

Trabalho na EMEF Professora Ana Íris do Amaral, com terceiro ano do fundamental. Desenvolvo
projetos com as crianças e comunidade indígena da Tekoá Pindó Mirim. O primeiro projeto que
realizamos, foi em 2016 e se chamou Curumim contou. A culminância foi a produção de um livro
bilíngue ( português e guarani) escrito e ilustrado por ambas as comunidades. Em 2017 o projeto foi
Crianças e infâncias: olhares e sabores. Além da comunidade indígena, tivemos a parceria do
Quilombo dos Alpes. Também culminou em produção de um livro. Em 2018 o projeto foi A voz dos
avós. Trabalhamos em parceria com a comunidade indígena sobre a importância dos avós. Também
resultou um livro com produções dos educandos. Todos os anos realizamos uma vivência na aldeia.
Pesquisamos, lemos e aprendemos muito sobre os povos originários.

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INDÍGENA
GESTÃO DE PROJETOS
Noliene Silva de Oliveira
(Sala Marielle Franco)

Eu atuei na Secretaria Municipal de Educação de


Salvador - SMED, em um grupo denominado NUPER e
na EJA, onde as discussões étnico raciais se faziam
presentes. Debates sobre as populações indígenas,
negras, quilombolas e povos de comunidades
tradicionais, ciganos, fundo e feixe de pasto, entre
outros na Bahia. Venho estudando a Educação Étnico
Racial, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar
Quilombola e Povos Tradicionais. Pretendo realizar
projeto que possa ser dialogado nas escolas não
indígenas e não quilombolas para ampliar o universo
das ações que estas escolas realizam. Pretendo, para o
doutorado (ampliado a perspectiva quando alunos
especial doutorado) ter foco na educação tradicional de
moçambicana, mas o projeto ainda esta incipiente.
Agora estou mediadora/coordenadora em duas escolas
(Escolas Municipal de Periperi e Escola Municipal de
Ilha de Maré - esta localizada em um quilombo
insular).
.

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INDÍGENA
PROJETOS ESCOLARES
Mikaela Moreno Vasconcelos Araujo (Sala Ivone Lara)

Trabalho com a temática indígena desde a graduação, segui com ela no mestrado e ainda hoje
desenvolvo projetos relacionados. No caso, são dois projetos um deles minha dissertação sobre a
mitografia da mulher indigena nas pinturas histórias, faço a análise de duas pinturas que estão em
museus em Belém-PA discuto o regime estético dessa obra que versa sobre o corpo-objeto da mulher
indígena assentada na colonialidade e como a arte é lugar do não-indígena, pois o mítica, alegoriza, e
cristaliza no passado e no lugar do estigma e do esteriótipos o que me faz analisar o imaginário social
de alunos do 6 e 9 ano de escolas tanto de Macapá-Ap quanto de Jaboatão dos Gararapes-PE, que
imaginarão esse indígena no presente através de desenhos, a segunda parte da dissertação esses
desenhos são analisados a luz de uma pedagogia intercultural, decolonial e crítica a partir do diálogo
com o artivismo indígena e indigenista. O título da dissertação é “A Vênus Selvagem: A representação
da mulher Índia na pintura de fundação da Amazônia nas obras de Antonio Parreiras e Theodoro
Braga. O outro projeto versa sobre o reencantamento de si e do outro indígena através do
conhecimento da história indígena local para a valorização da mesma e o trabalho com identidade e
ancestralidade na Amazônia, o trabalho foi desenvolvido a partir de uma historiografia decolonial.
Seu título é “O que eu faço com minha cara de Índia? Histórias, memórias e trajetórias indígenas
entre o eu, o outro e nós.

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INDÍGENA
PROJETOS ESCOLARES
Ramayanna Pinto Lisbôa
Santos ( Sala Laudelina
Campos de Melo)

Pintura indígena com a


comunidade Canela,
desenvolvido no Instituto
Federal do Maranhão -
Campus São Luís-
Maracanã, na cidade de
São Luís - MA.

Erika Mencinauskis
Flores de Brito
( Sala Graça do Aché)

Sou professora de
sociologia e projeto de na
aldeia Katurãma das
etnias pataxós e
hãhãhãe.

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INDÍGENA
PROJETOS ESCOLARES
Elba Brito
Há milênios os povos indígenas vivenciam uma educação ancestral. É uma
educação no sentido integral, de vivências, mitos, crenças e hábitos, que
formam uma cosmovisão de mundo. A educação constituíe-se a partir das
experiências vivenciadas nos saberes e fazeres, intrinsecamente ligados ao
sagrado e ao cotidiano. Possuem cosmologias próprias, com suas línguas
originais, com dinâmicas culturais que se transformaram, mas que
também mantiveram uma continuidade mesmo depois da exploração
européia na América.
Portanto, em sala de aula, nos territórios, é imprescindível salientar que a
história das populações indígenas não começa com a chegada do
colonizador europeu. Existem raízes mais profundas. Pesquisas
arqueológicas indicam a presença e ocupação do território brasileiro por
povos indígenas a muitos milhares de anos atrás. Um projeto de educação
pautado nas Leis nº 10.639/03 e a Lei nº 11.645/08 tem o dever de
apresentar os povos indígena como protagonistas das suas histórias. São
indivíduos que discutem seus direitos sobre a terra, território e cultura,
para que as futuras gerações compreendam, reconheçam e valorizem esse
patrimônio cultural, baseando em sua identidade, seus modos de fazer e de
viver. Abordando assim, a diversidade cultural entre as sociedades
indígenas e as não-indígenas, relacionando-as entre si, com enfoque nas
realidades socioculturais diferentes e à necessidade de convívio entre elas,
especialmente num país pluriétnico que é o Brasil.

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INDÍGENA

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