Você está na página 1de 16

© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

Terça-feira, 22 de agosto de 2023 I Série


Número 89

BOLETIM OFICIAL
4 995000 000000

ÍNDICE
ASSEMBLEIA NACIONAL
Lei n.º 33/X/2023:
Define as condições de atribuição, aquisição, perda e reaquisição da nacionalidade cabo-verdiana........1914
Lei n.º 34/X/2023:
Regula o Sistema de Planeamento do Desenvolvimento Regional e Local, definindo o regime de coordenação
dos níveis nacional, regional, intermunicipal e municipal de planeamento do desenvolvimento regional
e local, bem como o processo de elaboração, revisão, aprovação, execução, seguimento e avaliação dos
instrumentos de planeamento do desenvolvimento regional, intermunicipal e municipal...........1919

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1914 I Série — n o 89 «B.O» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023

ASSEMBLEIA NACIONAL - Introduzir, para efeito de aquisição da nacionalidade


cabo-verdiana por casamento, um requisito
–––––– de tempo mínimo de cinco anos de duração do
casamento e, ainda, alargar a mesma faculdade
Lei n.º 33/X/2023 a estrangeiros que vivem em união de facto com
de 22 de agosto um nacional cabo-verdiano, desde que cumpram
os demais requisitos aí estabelecidos. Requisitos
Preâmbulo estes que permitem presumir uma vontade de
integração na comunidade cabo-verdiana, que
A nacionalidade constitui um direito fundamental permitirá a unidade de estatuto de família.
da pessoa humana, consagrado a nível do Direito
Internacional Público a partir do momento em que foi - Permitir que pela via judicial, tal como já ocorre nos
disposto na Declaração Universal dos Direitos do Homem, casos de reconhecimento das uniões de facto para
determinando no texto do seu artigo XV, que toda a a salvaguarda dos direitos deles decorrentes,
pessoa tem direito a uma nacionalidade e ninguém pode seja admitido este mesmo reconhecimento para
ser privado arbitrariamente dela, nem lhe ser negado o que se possa fundar um pedido de nacionalidade,
direito de trocá-la. tendo em conta que no nosso país são bastante
comuns as relações de convivência que reúnam
Embora as normas internacionais determinem o direito todas as condições legais para a sua admissão
à nacionalidade, cabe, todavia, a cada Estado acolhê-lo e como união de facto e que a nível notarial, no
regulá-lo dentro de seus ordenamentos jurídicos. quadro legal atual, não são reconhecidas com
efeitos retroativos à data do real início da relação,
É neste quadro, e tendo em conta a clara importância dentro da qual, não raras vezes, existem já filhos
deste instituto dentro do ordenamento jurídico interno, com idade superior ao período legal admitido
que o direito à nacionalidade foi consagrado na própria para a concessão da nacionalidade.
Constituição da República, no seu artigo 40.º (prevendo
que nenhum cabo-verdiano de origem pode ser privado - Exigir que, para efeitos de aquisição da nacionalidade
da nacionalidade ou das prerrogativas da cidadania) e por naturalização, o requisito de residência
efectivado através de leis ordinárias, desde o ano de 1976, habitual pelo período mínimo de cinco anos
mais precisamente, através do Decreto-lei n.º 71/76, de seja também legal, visando evitar que o tempo
24 de julho. de permanência em Cabo Verde em situação
Uma das grandes preocupações no âmbito da política ilegal ou irregular seja computado como tempo
de nacionalidade, tendo em vista o facto de Cabo Verde válido para esse fim, salvo nos casos devidamente
constituir um país essencialmente de emigração, tem expressos na presente lei;
4 995000 000000

sido a de assegurar ao máximo o vínculo de filiação - Reformular o conceito de aquisição de nacionalidade


entre os nacionais e os seus descendentes nascidos no económica para o de nacionalidade por investimentos,
estrangeiro, de forma a manter os seus emigrantes ligados através da realização de investimentos relevantes
à comunidade nacional e, consequentemente, permitir no País, autonomizando o seu regime jurídico do
ao País a implementação da política de Nação Global. da nacionalidade por naturalização, estabelecendo,
Com esse objetivo, várias ações e políticas vêm sendo com clareza e bastante amplitude, os pressupostos
concretizadas, inclusive a própria Lei da Nacionalidade do conceito de investimento relevante e orientando
tem sofrido, ao longo dos anos, várias alterações, sempre a atribuição dessa nacionalidade com base numa
com o firme propósito de fazer mais e melhor para os efetiva realização de investimento no território
cidadãos, tanto residentes no país, quanto na diáspora. nacional e ligação efetiva à comunidade nacional;

Contudo, a questão da nacionalidade, sua complexidade - Introduzir uma nova modalidade de aquisição da
e abrangência, com efeitos diversos, tanto externa como nacionalidade, a aquisição por motivos relevantes,
internamente, exige um esforço permanente de adaptação com vista a distinguir os cidadãos estrangeiros
à realidade em que se enquadra. que se destacaram, através da prática de atos
relevantes em prol de Cabo Verde, e mantenham
É nesta senda que se impõe a adequação das bases a ligação de afetividade com o País;
da sua concessão, uma vez que a experiência da sua
aplicação e a vivência permitiram identificar situações - Introduzir novos fundamentos para a perda da
que reclamam novas soluções, baseadas em critérios e nacionalidade;
princípios claros e de aplicabilidade efetiva.
- Permitir que os incapazes que tenham perdido a
No essencial a presente lei determina o seguinte: nacionalidade cabo-verdiana por efeito de declaração
prestada durante a sua incapacidade possam,
- Alargar o âmbito da nacionalidade de origem, dando cessada a referida incapacidade, readquiri-la
corpo à ideia da nação cabo-verdiana global, a todo o tempo;
viabilizando a atribuição da nacionalidade cabo-
verdiana de origem a filhos de cabo-verdianos - Eliminar o requisito de fixação de residência em
nascidos no estrangeiro, detentores do registo Cabo Verde pelo tempo mínimo de seis meses,
civil cabo-verdiano, seja por inscrição, seja por porque se o objetivo do Estado é estreitar as
transcrição, mas com dispensa da declaração; ligações consanguíneas dos filhos dos emigrantes
nascidos no estrangeiro com o território cabo-
- Alargar, também com base na mesma ideia, o verdiano, tal restrição não se justifica;
âmbito da nacionalidade de origem para filhos,
netos, bisnetos ou trinetos de cabo-verdianos - E, finalmente, proceder à adequação da pena prevista
de origem, nascidos no estrangeiro, mas neste à nova moldura estabelecida no Código Penal
caso mediante declaração; vigente.
- Clarificar alguns preceitos legais, designadamente Assim,
substituindo o requisito de residência habitual
por residência legal, a indivíduos nascidos em Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta,
Cabo Verde, filhos de estrangeiros; nos termos do artigo 175.º da Constituição, o seguinte:

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I Série — n o 89 «B.O.» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023 1915

CAPÍTULO I c) O indivíduo nascido em território cabo-verdiano


quando não possua outra nacionalidade;
DISPOSIÇÕES GERAIS
d) O indivíduo nascido em Cabo Verde de pai e mãe
Artigo 1.º
apátridas ou de nacionalidade desconhecida,
Objeto residentes em Cabo Verde;
A presente lei define as condições de atribuição, aquisição, e) O filho, neto, bisneto ou trineto de cabo-verdiano
perda e reaquisição da nacionalidade cabo-verdiana. de origem, nascido no estrangeiro, se declarar
que quer ser cabo-verdiano.
Artigo 2.º
Aplicação no tempo 2. A inscrição referida na alínea e) do número anterior
deve ser obrigatoriamente integrada na Conservatória
As condições de atribuição, aquisição, perda e reaquisição dos Registos Centrais.
da nacionalidade cabo-verdiana são as regidas pela lei
em vigor no momento em que se verificam os atos e factos 3. Presume-se nascido em Cabo Verde o recém-nascido
que lhes servem de base. exposto em território cabo-verdiano.
Artigo 3.º Artigo 9.º
Aplicação da lei nova Nacionalidade de origem por opção
As disposições relativas à atribuição da nacionalidade Adquire a nacionalidade cabo-verdiana de origem por
cabo-verdiana aplicam-se mesmo aos indivíduos nascidos opção o filho de pais estrangeiros, nascido em Cabo Verde,
antes da entrada em vigor da presente lei, se estes não que não declare que não quer ser cabo-verdiano, se os
tiverem atingido a maioridade antes daquela data. pais residirem legalmente em território cabo-verdiano há
Artigo 4.º pelo menos três anos e nenhum deles aqui se encontrar
ao serviço do respetivo Estado.
Efeitos da atribuição da nacionalidade
CAPÍTULO III
1. A atribuição da nacionalidade produz efeitos desde
o nascimento. AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE
2. A nacionalidade atribuída não prejudica a validade Artigo 10.º
das relações jurídicas anteriormente estabelecidas com
fundamento em nacionalidade diversa.
4 995000 000000

Aquisição em razão de casamento ou união de facto


legalmente reconhecida
Artigo 5.º
Efeitos das alterações de nacionalidade 1. Pode adquirir a nacionalidade cabo-verdiana o
estrangeiro casado há pelo menos cinco anos com nacional
Os efeitos das alterações de nacionalidade só se cabo-verdiano, que declare, na constância do casamento,
produzem a partir da data do registo dos atos ou factos querer adquiri-la.
de que dependem.
2. Pode adquirir a nacionalidade cabo-verdiana,
Artigo 6.º mediante declaração, o estrangeiro que, há pelo menos
Efeitos de filiação cinco anos, viva com nacional cabo-verdiano em união de
facto legalmente reconhecida.
Apenas a filiação estabelecida durante a menoridade
produz efeitos quanto à nacionalidade. 3. O reconhecimento da união de facto pode ser
requerido, desde que preencha o limite temporal mínimo
Artigo 7.º estabelecido no número anterior e os demais requisitos
Residência Legal legais, no tribunal do lugar da última residência comum
dos conviventes, com efeitos retroativos à data do início da
1. Para efeitos do disposto no presente diploma entende- convivência, para fins de aquisição de nacionalidade, pelos
se que residem legalmente no território cabo-verdiano os unidos de facto legalmente reconhecidos, demandando-se,
indivíduos que aqui se encontram com a sua permanência para o efeito, o Estado de Cabo Verde, representado pelo
regularizada nos termos da lei que estabelece o regime Ministério Público.
jurídico geral dos estrangeiros.
4. A declaração da inexistência jurídica, a anulação do
2. O disposto no número anterior não prejudica o casamento ou do reconhecimento registral da união de
estabelecido em leis especiais ou convenções internacionais facto não prejudica a nacionalidade adquirida pelo cônjuge
de que Cabo Verde seja parte. ou pelo convivente que, de boa-fé, respetivamente, hajam
contraído o casamento ou constituída a sua união de facto.
CAPÍTULO II
Artigo 11.º
ATRIBUIÇÃO DA NACIONALIDADE
Aquisição por motivo de filiação
Artigo 8.º
Nacionalidade de origem por nascimento Pode adquirir a nacionalidade cabo-verdiana mediante
declaração, o filho menor ou incapaz de pai ou mãe que
1. É cabo-verdiano de origem: adquira a nacionalidade cabo-verdiana.
a) O indivíduo nascido em Cabo Verde de pai ou mãe Artigo 12.º
de nacionalidade cabo-verdiana;
Aquisição por adoção
b) O indivíduo nascido no estrangeiro de pai ou mãe
de nacionalidade cabo-verdiana, que se encontre Pode adquirir a nacionalidade cabo-verdiana o menor,
ao serviço do Estado de Cabo Verde; estrangeiro ou apátrida, adotado plenamente por nacional.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1916 I Série — n o 89 «B.O» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023


Artigo 13.º d) A transferência para Cabo Verde de capital mínimo
Aquisição por naturalização
em moeda estrangeira convertível no País para
fundos de investimentos ou fundos de capitais,
1. Pode ser concedida a nacionalidade cabo-verdiana por de montante mínimo fixado por lei;
naturalização ao estrangeiro que preencha cumulativamente
os seguintes requisitos: e) A execução de projetos de investimentos específicos
no quadro de acordos estabelecidos com o Governo
a) Residir legalmente em território cabo-verdiano ou com as autarquias locais, em montante não
há pelo menos cinco anos; inferior ao que venha a ser estabelecido;

b) Ser considerado maior ou emancipado pelas leis f) Tenha estabelecimentos comerciais em Cabo Verde
do Estado de Cabo Verde; ou participações significativas no capital de
empresas cabo-verdianas, em montante definido
c) Não ter sido condenado, por sentença com trânsito por lei e que atuem em áreas consideradas
em julgado, pela prática de crime punível, segundo estratégicas pelo Governo de Cabo Verde;
a lei cabo-verdiana, com pena de prisão igual
ou superior a três anos; g) A realização efetiva de quaisquer outros investimentos
relevantes para Cabo Verde, ou a apresentação
d) Possuir capacidade para reger a sua pessoa e de garantias seguras da sua realização, como
assegurar a sua subsistência, ainda que sujeito tais qualificados por Resolução do Conselho
ao regime de acompanhamento decretado por de Ministros;
decisão judicial.
2. Pode ser concedida a nacionalidade por naturalização h) A ação consistente e duradoura, ao longo de um
com dispensa do requisito previsto na alínea a) do número período não inferior a dez anos, de fomento e
anterior: valorização da atividade económica de qualquer
natureza a favor de Cabo Verde, designadamente
a) Aos que tenham tido a nacionalidade cabo-verdiana; industrial, turística, agrícola, comercial e de
prestação de serviços, e que tenha contribuído
b) Aos que forem havidos como descendentes de cabo- de forma particularmente significativa para a
verdianos; captação de relevantes investimentos estrangeiros
e para o desenvolvimento do país.
c) Aos estrangeiros que tenham prestado ou sejam
chamados a prestar serviços relevantes ao Estado 3. Os montantes mínimos fixados por lei podem ser
de Cabo Verde. diferenciados em função do setor da atividade económica ou
4 995000 000000

do local da execução física dos projetos ou da realização dos


3. Pode também ser concedida nacionalidade cabo- investimentos, levando-se em consideração, entre outros
verdiana ao estrangeiro que, sendo atleta, tenha prestado fatores, a necessidade de promover o desenvolvimento
ou seja chamado a prestar serviço relevante ao desporto local e regional, o combate às assimetrias regionais e
nacional. locais, a criação de infraestruturas básicas ou essenciais,
Artigo 14.º a reabilitação urbana e a promoção da investigação
científica e técnica, a produção artística e a recuperação
Aquisição por investimento e ligação efetiva à comunidade ou conservação do património cultural.
1. Pode ser concedida a nacionalidade cabo-verdiana 4. A existência da ligação efetiva à comunidade nacional
ao estrangeiro que, pessoalmente ou através da sua referida no número 1 verifica-se pelo conhecimento razoável
participação em empresa, realizar investimentos de da língua portuguesa ou da língua cabo-verdiana, ou
relevante interesse para Cabo Verde, realizar ou oferecer ainda pelo número de entradas e de estadias no território
garantias seguras de poder realizar investimentos nacional, nos termos regulados por lei.
que aumentem inequivocamente as oportunidades de
emprego e contribuam de forma significativa para o Artigo 15.º
desenvolvimento do país, e demonstrar ainda uma ligação
efetiva à comunidade nacional. Aquisição por outros motivos relevantes

2. Para efeitos do disposto no presente artigo considera- Pode ser concedida a nacionalidade cabo-verdiana ao
se investimento de relevante interesse para Cabo Verde, estrangeiro que, tendo uma ligação efetiva à comunidade
nomeadamente: nacional, aferida nos termos do disposto no artigo anterior,
se tenha distinguido com elevado mérito:
a) A execução de projetos de investimentos que tenham
aumentado, ou contribuído para aumentar, as a) Pela prática de atos heroicos ou excecionais de
oportunidades de emprego e contribuído de forma abnegação e de sacrifício por Cabo Verde ou
significativa para o desenvolvimento do país ou pela Humanidade ou em defesa da vida humana
para aumentar as exportações, a qualificação da ou na luta contra a pobreza, as desigualdades
mão de obra, a introdução e desenvolvimento e a exclusão sociais no País;
das novas tecnologias, em conformidade com
os critérios fixados por lei; b) Na promoção significativa do saber, do conhecimento
b) A aquisição, para fins de exploração turística, e do desenvolvimento tecnológico em Cabo Verde;
de bens imóveis classificados por lei como
empreendimentos turísticos, de montante c) Na promoção excecional da cultura, da arte, do
mínimo e números de postos de trabalho criados desporto e do desenvolvimento espiritual dos
ou a criar, em conformidade com os critérios cabo-verdianos;
fixados por lei;
d) Pela prestação de serviços de excecional relevância a
c) A constituição ou participação na constituição de Cabo Verde que contribuíram para o estreitamento
sociedades de desenvolvimento regional, com das relações de amizade, cooperação e solidariedade
efetivo investimento relevante, nos termos da lei; com outros povos e países.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I Série — n o 89 «B.O.» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023 1917


Artigo 16.º a) A inexistência de qualquer ligação efetiva à
Forma de concessão comunidade nacional;
A nacionalidade cabo-verdiana por naturalização é b) A condenação, com trânsito em julgado da sentença,
concedida por Despacho do membro de Governo responsável pela prática de crime punível com pena de prisão
pela área da Justiça, a requerimento do interessado e igual ou superior a três anos, segundo a lei
mediante processo organizado nos termos estabelecidos cabo-verdiana;
em regulamento.
c) O exercício de funções políticas ou a prestação
Artigo 17.º de serviço militar não obrigatório a Estado
Entidade competente para concessão estrangeiro;
1. A nacionalidade cabo-verdiana por naturalização d) A celebração de casamento ou o reconhecimento de
ou pelos motivos referidos nos artigos 13.º, 14.º e 15.º é união de facto com o único objetivo de proporcionar
concedida por Despacho do membro de Governo responsável a obtenção ou de obter uma autorização de
pela área da Justiça, a requerimento do interessado e residência ou defraudar a legislação vigente
mediante processo organizado nos termos estabelecidos em matéria de aquisição da nacionalidade;
no regulamento à presente lei.
e) A existência de perigo ou ameaça para a segurança ou
2. A aquisição da nacionalidade cabo-verdiana por defesa nacional, pelo envolvimento em atividades
razões diversas das do número anterior é concedida pela relacionadas com a prática de terrorismo,
entidade designada no regulamento à presente lei. cibercriminalidade, tráfico de estupefacientes
e substâncias psicotrópicas, tráfico de pessoas
CAPÍTULO IV e facilitação de imigração ilegal, nos termos da
PERDA E REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE respetiva legislação aplicável.
Secção I Artigo 21.º
Perda da nacionalidade Exercício do direito de oposição
Artigo 18.º
1. O direito de oposição é exercido pelo Ministério
Perda da nacionalidade Público em processo instaurado no Tribunal Judicial da
Comarca da Praia, no prazo de doze meses, a contar da
1. Perde a nacionalidade cabo-verdiana aquele que, declaração da vontade de que dependia a aquisição da
sendo nacional de outro Estado, declare não querer ser nacionalidade.
cabo-verdiano.
2. Todas as autoridades são obrigadas a participar ao
4 995000 000000

2. Perde, ainda, a nacionalidade cabo-verdiana:


Ministério Público os factos a que se refere o artigo anterior.
a) Aquele que a obtiver falsificando documentos,
Artigo 22.º
usando meios fraudulentos ou induzindo em
erro, por qualquer outra forma, as autoridades Impugnação
competentes;
O requerente da aquisição ou reaquisição pode impugnar
b) Nos casos previstos nos artigos 9.º e 12.º, aquele a oposição para o Tribunal da Relação do Sotavento.
que a adquirir apenas com o fito de cometer
crimes puníveis com pena de prisão, cujo limite CAPÍTULO VI
máximo seja superior a três anos ou evitar a
expulsão ou extradição de Cabo Verde; REGISTO E CONTENCIOSO
DA NACIONALIDADE
c) O estrangeiro ou apátrida que, após ter adquirido
a nacionalidade cabo-verdiana, venha a ser Secção I
condenado, com trânsito em julgado, pela prática Registo
de crime de terrorismo.
Artigo 23.º
Secção II
Factos sujeitos a registo e serviço competente
Reaquisição da nacionalidade
Artigo 19.º É obrigatório o registo na Conservatória dos Registos
Centrais dos factos que determinam a atribuição, aquisição
Reaquisição e reaquisição da nacionalidade cabo-verdiana, bem como
1. Aquele que tenha perdido a nacionalidade cabo- da sua perda.
verdiana de origem, por efeito de declaração prestada Artigo 24.º
durante a sua incapacidade, pode readquiri-la, a todo
o tempo, após a cessação da incapacidade, mediante Declarações de nacionalidade
declaração.
1. As declarações de nacionalidade são feitas perante
2. Podem readquirir a nacionalidade cabo-verdiana, qualquer Conservatória do Registo Civil, nos termos
mediante declaração, os que a perderam por força da lei definidos no regulamento da presente Lei, as quais são
ou por efeito de vontade, designadamente decorrente da remetidas à Conservatória dos Registos Centrais.
aquisição voluntária da nacionalidade estrangeira.
2. As declarações de nacionalidade podem, também, ser
CAPÍTULO V prestadas perante os agentes diplomáticos ou consulares
OPOSIÇÃO À AQUISIÇÃO OU REAQUISIÇÃO cabo-verdianos competentes e são registadas oficiosamente.
DA NACIONALIDADE Artigo 25.º
Artigo 20.º Averbamento da nacionalidade
Fundamentos
O registo que implique atribuição, aquisição, perda ou
São fundamentos de oposição à aquisição ou reaquisição reaquisição de nacionalidade é averbado, oficiosamente,
da nacionalidade cabo-verdiana por efeito da vontade: ao assento de nascimento da pessoa a quem respeita.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1918 I Série — n o 89 «B.O» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023


Artigo 26.º Artigo 33.º
Assentos de nascimento de filhos de não cabo-verdianos Conflito de nacionalidade estrangeira

1. Nos assentos de nascimento ocorridos em Cabo Se um indivíduo tiver duas ou mais nacionalidades
Verde de filhos de não cabo-verdianos far-se-á constar a estrangeiras prevalece a nacionalidade do Estado em cujo
nacionalidade estrangeira ou desconhecida dos progenitores. território o plurinacional tenha residência habitual ou,
na falta desta, a do Estado com a qual mantenha uma
2. A nacionalidade estrangeira ou desconhecida, para ligação mais efetiva.
efeito do número anterior, deve ser, sempre que possível, Artigo 34.º
comprovada por documento em ordem a demonstrar que
nenhum dos progenitores é nacional cabo-verdiano. Tribunal competente

Artigo 27.º 1. Das decisões relativas à atribuição, aquisição, perda


e reaquisição da nacionalidade cabo-verdiana cabe recurso
Estabelecimento de filiação ou adoção posterior judicial para o Tribunal da Relação do Sotavento ou do
ao registo de nascimento Barlavento, conforme o local de residência do interessado
direto.
Quando for estabelecida filiação posteriormente ao
registo de nascimento de estrangeiro nascido em Cabo 2. Caso o interessado direto resida no estrangeiro,
Verde ou for decretada a sua adoção, da decisão judicial das decisões referidas no número anterior cabe recurso
ou ato que as tiver estabelecido ou decretado, e da sua judicial para o Tribunal Judicial do Sotavento.
comunicação para averbamento ao assento de nascimento, Artigo 35.º
constará a menção da nacionalidade dos progenitores ou
adotantes cabo-verdianos. Legitimidade

Artigo 28.º Têm legitimidade para interpor o recurso a que se refere


o artigo anterior os interessados diretos e o Ministério
Inscrição consular Público.
A inscrição consular ou a matrícula consular não constitui CAPÍTULO VII
só por si título atributivo da nacionalidade cabo-verdiana.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Secção II Artigo 36.º
Prova da nacionalidade Aquisição de nacionalidade pelo adotado

O menor estrangeiro ou de nacionalidade desconhecida,


4 995000 000000

Artigo 29.º
adoptado por nacional cabo-verdiano antes da entrada
Ónus da prova em vigor da presente lei, pode adquirir a nacionalidade
cabo-verdiana se assim o declarar dentro do prazo de
A prova dos factos em matéria de nacionalidade incumbe dezoito meses após o início da vigência deste diploma.
àquele que invoca o respetivo direito.
Artigo 37.º
Artigo 30.º
Atribuição de nacionalidade em caso de omissão de registo
Prova da nacionalidade originária
Os nascidos em Cabo Verde que não possuam registo
1. A nacionalidade cabo-verdiana originária do indivíduo de nascimento podem, nos termos do artigo 63.º do Código
nascido em Cabo Verde de pai cabo-verdiano ou mãe do Registo Civil, requerer o suprimento de omissão de
cabo-verdiana prova-se pelo assento de nascimento de registo para efeito de obtenção de certidão de registo de
que não conste qualquer menção contrária. nascimento.
Artigo 38.º
2. A nacionalidade cabo-verdiana originária do indivíduo
nascido no estrangeiro prova-se, consoante os casos, pelo Regulamentação
seu assento de nascimento, por inscrição ou por transcrição O Governo procede à regulamentação da presente Lei no
ou pelo registo da declaração de que depende a atribuição. prazo de noventa dias a contar da sua entrada em vigor.
Artigo 31.º Artigo 39.º
Prova da aquisição, reaquisição e perda da nacionalidade Revogação

1. A aquisição, reaquisição e a perda da nacionalidade É revogada a Lei n.º 80/III/90, de 29 de junho, incluindo
cabo-verdiana provam-se pelos respetivos registos ou as suas sucessivas alterações, bem como quaisquer
pelos consequentes averbamentos exarados à margem dispositivos que contrariem o disposto no presente diploma.
do assento de nascimento. Artigo 40.º

2. À prova da aquisição da nacionalidade cabo-verdiana Entrada em vigor


por adoção é aplicável o disposto no número 1 do artigo A presente Lei entra em vigor no dia seguinte ao da
anterior. sua publicação.
Secção III Aprovada em 13 de julho de 2023.
Conflito e contencioso da nacionalidade O Presidente da Assembleia Nacional, Austelino
Artigo 32.º
Tavares Correia.

Conflito de nacionalidade cabo-verdiana e estrangeira


Promulgada em 17 de agosto de 2023.
Publique-se.
Se um indivíduo tiver duas ou mais nacionalidades
e uma delas for cabo-verdiana só esta releva face à lei O Presidente da República, JOSÉ MARIA PEREIRA
cabo-verdiana. NEVES.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I Série — n o 89 «B.O.» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023 1919

Lei n.º 34/X/2023 As entidades responsáveis pela elaboração, aprovação,


de 22 de agosto
revisão, execução, seguimento e avaliação dos instrumentos
de planeamento do desenvolvimento regional, intermunicipal
Preâmbulo e municipal que dão corpo às Estratégias supra referidas
devem assegurar, nos respetivos níveis de atuação, a
A Constituição da República de Cabo Verde impõe ao necessária coordenação entre as diversas políticas de
Estado um conjunto alargado de atribuições no domínio desenvolvimento regional, intermunicipal e municipal,
da redução das assimetrias regionais, no aprofundamento mantendo uma estrutura orgânica e funcional capaz de
da autonomia das autarquias locais, no apoio técnico, prosseguir uma efetiva articulação no exercício das várias
material e em recursos humanos aos municípios e na competências.
promoção da solidariedade entre as ilhas.
Estas matérias têm merecido a maior relevância O Estado, as autarquias locais, as associações de
política, estratégica e operacional por parte do Estado e municípios e as organizações da sociedade civil devem
da sociedade cabo-verdiana, o que se reflete num vasto promover, de modo articulado entre si, a estratégia de
leque de iniciativas políticas, legislativas e de âmbito desenvolvimento regional, intermunicipal e municipal,
social desenvolvidas ao longo das últimas décadas, com garantindo designadamente:
reflexos visíveis na melhoria do nível de desenvolvimento a) O respeito pelas respetivas atribuições na
do país e no bem-estar das populações. elaboração dos instrumentos de planeamento
Volvidos trinta anos sobre a institucionalização das do desenvolvimento regional de nível nacional,
autarquias locais, legitimadas pelo voto dos cidadãos, regional intermunicipal e municipal;
acompanhando o desenvolvimento social, político e b) O cumprimento dos limites materiais fixados à
económico dos municípios, impõem-se dotar o país de intervenção dos vários órgãos e agentes no
novos instrumentos que permitam uma atualização do concernente ao processo de planeamento do
Estado em matéria de coesão territorial, respondendo aos desenvolvimento regional de nível nacional,
desafios do tempo presente e às expetativas existentes na regional, intermunicipal e municipal;
sociedade cabo-verdiana em matéria de desenvolvimento
regional e local. c) A organização de estruturas orgânicas e funcionais
que promovam um modelo de interlocução que
Tendo presente este quadro, o Programa de Governo do possibilite uma interação coerente em matéria de
VIII Governo Constitucional comprometeu-se em dotar planeamento do desenvolvimento regional de nível
o país de uma Política Nacional de Coesão Territorial nacional, regional intermunicipal e municipal.
visando um desenvolvimento multipolar e em rede, que
seja capaz de agregar as várias parcelas do território Por conseguinte, com vista à salvaguarda destes princípios,
nacional numa lógica de complementaridade e sinergia. o Governo concebeu um sistema de planeamento do
4 995000 000000

desenvolvimento regional e local que visa a formalização legal


A Política Nacional de Coesão Territorial visa, através da da coordenação dos níveis nacional, regional, intermunicipal
coordenação e da operacionalização de políticas transversais, e municipal do planeamento do desenvolvimento regional
a redução das assimetrias regionais em termos de oferta e local, define os instrumentos de planeamento do
de serviços públicos (administração, educação, saúde e desenvolvimento regional, intermunicipal e municipal, e
outros), da diminuição dos índices de pobreza e da criação explicita o processo de elaboração, aprovação, execução,
de oportunidades económicas e sociais que promovam a seguimento e avaliação dos mesmos.
convergência de todos os municípios e de todas as ilhas
com os objetivos do desenvolvimento sustentável. Assim,
Para o efeito, o Estado deverá munir-se de um conjunto Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta
de instrumentos estratégicos e legais que o possibilitem nos termos da alínea b), do artigo 175.º da Constituição,
levar a cabo esta política de forma integrada e concertada o seguinte:
entre os vários departamentos governamentais e os vários
níveis de administração territorial. CAPÍTULO I
Neste âmbito, cabe ao executivo nacional desencadear DISPOSIÇÕES GERAIS
o processo de elaboração da Estratégia Nacional de Artigo 1.º
Desenvolvimento Regional e Local que tem como objetivo
principal combater as assimetrias económicas inter e Objeto
intrarregionais, contribuindo deste modo para a equidade A presente Lei regula o sistema de planeamento do
no acesso às oportunidades de desenvolvimento, para desenvolvimento regional e local, definindo o regime de
aumentar, do ponto de vista quantitativo e qualitativo, a coordenação dos níveis nacional, regional, intermunicipal e
oferta de emprego nas regiões e para melhorar a qualidade municipal de planeamento do desenvolvimento regional e local,
de vida das populações. bem como o processo de elaboração, revisão, aprovação, execução,
A materialização desta ambição nacional exige uma forte seguimento e avaliação dos instrumentos de planeamento do
articulação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento desenvolvimento regional, intermunicipal e municipal.
Regional e Local com as Estratégias Regionais, Intermunicipais Artigo 2.º
e Municipal de Desenvolvimento, impondo ao Governo, as
Sistema de Planeamento do Desenvolvimento
autarquias locais e as organizações da sociedade civil o Regional e Local
dever de coordenação das respetivas atuações em matéria
de desenvolvimento regional e local. 1- O sistema de planeamento do desenvolvimento
regional e local tem como objetivo principal a formulação,
A coordenação das políticas nacionais constantes da revisão, execução, seguimento e avaliação das ações
Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e intersectoriais e interinstitucionais de planeamento e
Local e dos Planos de Desenvolvimento Regional é da promoção do desenvolvimento regional e local.
responsabilidade do Governo, através do departamento
governamental com a tutela da Coesão Territorial. 2- O sistema de planeamento do desenvolvimento
regional e local estrutura-se num quadro de organização
A coordenação das políticas intermunicipais e municipais coordenado, em quatro níveis:
de desenvolvimento e dos planos de desenvolvimento
intermunicipal e municipal é da responsabilidade das a) Nível nacional, que se concretiza através da Estratégia
Associações de Municípios ou dos Municípios, respetivamente. Nacional de Desenvolvimento Regional e Local;

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1920 I Série — n o 89 «B.O» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023

b) Nível regional, que se concretiza através dos Planos b) O cumprimento dos limites materiais fixados à
de Desenvolvimento Regional; intervenção dos vários órgãos e agentes no
c) Nível intermunicipal, que se concretiza através dos concernente ao processo de planeamento do
Planos de Desenvolvimento Intermunicipal; e desenvolvimento regional de nível nacional,
regional intermunicipal e municipal;
d) Nível municipal, que se concretiza através dos
Planos de Desenvolvimento Municipal. c) A organização de estruturas orgânicas e funcionais
Artigo 3.º que promovam um modelo de interlocução que
possibilite uma interação coerente em matéria
Vinculação jurídica
de planeamento do desenvolvimento regional
A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e de nível nacional, regional intermunicipal e
Local, os Planos de Desenvolvimento Regional, Intermunicipal municipal.
e Municipal vinculam as entidades públicas.
Artigo 4.º CAPÍTULO II
Nulidade
INSTRUMENTOS DE PLANEAMENTO
1- São nulas as orientações dos Planos de Desenvolvimento DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL,
Regional, Intermunicipal e Municipal que extravasam o INTERMUNICIPAL E MUNICIPAL
respetivo âmbito territorial.
Artigo 8.º
2- São igualmente nulas as orientações dos planos de
desenvolvimento regional intermunicipal e municipal Identificação dos instrumentos de planeamento do
aprovados que materialmente violem as atribuições e desenvolvimento regional, intermunicipal e municipal
competências previstas nos instrumentos de planeamento
do desenvolvimento de âmbito nacional, regional, São instrumentos de planeamento do desenvolvimento
intermunicipal e municipal. regional, intermunicipal e local:
Artigo 5.º
a) A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional
Coordenação e Local;
1- A articulação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento
Regional e Local com as Estratégias Regionais, Intermunicipais b) Os Planos de Desenvolvimento Regional;
e Municipal de desenvolvimento impõe ao Governo e as
autarquias locais o dever de coordenação das respetivas c) Os Planos de Desenvolvimento Intermunicipal; e
atuações em matéria de desenvolvimento regional e local.
d) Os Planos de Desenvolvimento Municipal.
2- A elaboração, aprovação, revisão, execução, seguimento
4 995000 000000

e avaliação dos instrumentos de planeamento do Artigo 9.º


desenvolvimento regional, intermunicipal e municipal
devem compatibilizar-se com os planos da iniciativa da Relação entre os instrumentos de desenvolvimento regional,
Administração Pública, mormente o Plano Nacional de intermunicipal e municipal de nível nacional, regional,
intermunicipal e municipal
Desenvolvimento e os instrumentos de gestão territorial,
com incidência na área a que respeitam, considerando 1- A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e
os que já existam e os que se encontrem em preparação. Local prossegue objetivos de interesse nacional, respeitando
3- A coordenação das políticas nacionais constantes o disposto no Plano Nacional de Desenvolvimento e
da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional estabelece o quadro estratégico que deve ser observado
e Local e dos Planos de Desenvolvimento Regional é da pelos Planos de Desenvolvimento Regional.
responsabilidade do Governo, através do departamento
governamental responsável pelo setor da Coesão Territorial. 2- Os Planos de Desenvolvimento Regional prosseguem
os objetivos de interesse regional e respeitam o disposto
4- A coordenação das políticas intermunicipais e municipais na Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e
de desenvolvimento e dos Planos de Desenvolvimento Local e estabelecem o quadro estratégico que deve ser
Intermunicipal e Municipal é da responsabilidade das observado pelos Planos de Desenvolvimento Intermunicipal
associações de municípios ou dos municípios associados e Municipal.
para o efeito e dos municípios, respetivamente.
Artigo 6.º 3- Os Planos de Desenvolvimento Intermunicipal
Coordenação interna prosseguem os objetivos de interesse intermunicipal e
As entidades responsáveis pela elaboração, revisão, respeitam o disposto nos Planos de Desenvolvimento
aprovação, execução, seguimento e avaliação dos Regional e estabelecem o quadro estratégico que deve ser
instrumentos de planeamento do desenvolvimento observado pelos Planos de Desenvolvimento Municipal.
regional, intermunicipal e municipal devem assegurar nos 4- Os Planos de Desenvolvimento Municipal prosseguem
respetivos níveis de atuação, a necessária coordenação os objetivos de interesse municipal e respeitam o disposto
entre as diversas políticas de desenvolvimento regional, nos Planos de Desenvolvimento Regional e Intermunicipal
intermunicipal e municipal, mantendo uma estrutura e estabelecem o quadro estratégico que deve ser observado
orgânica e funcional capaz de prosseguir uma efetiva pelos municípios na programação e concretização das
articulação no exercício das várias competências. suas atuações em matéria de desenvolvimento municipal.
Artigo 7.º
Coordenação externa 5- Perante a inexistência de Planos de Desenvolvimento
O Estado, as autarquias e as associações de municípios Regional e Intermunicipal, os Planos de Desenvolvimento
devem promover, de modo articulado entre si, a Estratégia Municipal seguem o quadro estratégico fixado pela
de Desenvolvimento Regional, Intermunicipal e Municipal, Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e Local.
garantindo designadamente: 6- Sempre que entre em vigor uma Estratégia Nacional
a) O respeito pelas respetivas atribuições na de Desenvolvimento Regional e Local é obrigatória
elaboração dos instrumentos de planeamento a revisão dos Planos de Desenvolvimento Regional,
do desenvolvimento regional de nível nacional, Intermunicipal e Municipal, que com ele não sejam
regional intermunicipal e municipal; conformes ou compatíveis.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I Série — n o 89 «B.O.» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023 1921


Artigo 10.º e) O programa e o cronograma da Estratégia Nacional
Processo de elaboração e aprovação dos instrumentos de de Desenvolvimento Regional e Local; e
desenvolvimento regional, intermunicipal e municipal
f) O modelo de implementação da Estratégia Nacional
A elaboração, aprovação prévia, exposição pública, de Desenvolvimento Regional e Local.
aprovação final, revisão e publicação dos instrumentos de
Artigo 14.º
planeamento do desenvolvimento regional, intermunicipal
e municipal obedece ao seguinte faseamento geral: Conteúdo documental
a) Determinação da elaboração ou revisão do instrumento A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e
e sua publicitação; Local é constituída por relatório, contendo os elementos
b) Elaboração da proposta; previstos nas alíneas a) a f) do artigo anterior.
Artigo 15.º
c) Aprovação prévia da proposta;
Elaboração
d) Exposição pública da proposta;
e) Consulta das entidades interessadas; 1- A elaboração da Estratégia Nacional de Desenvolvimento
Regional e Local compete ao Governo, sob a coordenação
f) Esclarecimentos e respostas aos interessados; do membro do Governo responsável pelo setor da Coesão
Territorial.
g) Aprovação final da proposta; e
h) Publicação. 2- A elaboração da Estratégia Nacional de Desenvolvimento
Regional e Local é determinada por Resolução do Conselho
Secção I de Ministros, da qual deve constar, nomeadamente:
Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e Local
a) Os princípios orientadores da Estratégia Nacional
Artigo 11.º de Desenvolvimento Regional e Local, bem como
Conceito a metodologia definida para a compatibilização
dos diversos instrumentos de planeamento do
A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e desenvolvimento regional, intermunicipal e local
Local é um instrumento de planeamento do desenvolvimento e para a articulação das intervenções de nível
regional, intermunicipal e municipal de nível nacional, de nacional, regional, intermunicipal e municipal;
natureza estratégica, que reflete as grandes opções com
relevância para o desenvolvimento regional, intermunicipal b) As competências relativas à elaboração da Estratégia
e municipal, estabelecendo diretrizes de carácter genérico Nacional de Desenvolvimento Regional e Local;
e o quadro de referência a considerar na elaboração dos
4 995000 000000

restantes instrumentos de planeamento do desenvolvimento c) Os prazos de elaboração da Estratégia Nacional


regional, intermunicipal e municipal. de Desenvolvimento Regional e Local;
Artigo 12.º d) A constituição e o funcionamento da comissão de
Âmbito territorial
acompanhamento.
Artigo 16.º
A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional
e Local abrange a totalidade do território cabo-verdiano, Comissão de acompanhamento da Estratégia Nacional
conforme definido na lei e nas convenções internacionais de Desenvolvimento Regional e Local
em vigor no ordenamento jurídico interno.
1- A elaboração da Estratégia Nacional de Desenvolvimento
Artigo 13.º Regional e Local é acompanhada por uma comissão de
Conteúdo material acompanhamento, criada por Resolução do Conselho
de Ministros referida no artigo anterior, e composta
A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e por representantes dos departamentos governamentais
Local concretiza e articula as opções definidas no Plano com interesse na matéria, da Associação Nacional dos
Nacional de Desenvolvimento e na Política Nacional de Municípios, de Associações Intermunicipais e Organizações
Coesão Territorial e define um modelo de desenvolvimento da sociedade civil que prosseguem ações de interesses
económico que estabelece: ambientais, económicos, sociais e culturais relevantes.
a) As opções e as diretrizes relativas à transformação 2- Os representantes da associação nacional dos
dos sistemas produtivos regionais e locais, de municípios, de associações intermunicipais e das
fomento à produção regional e local, de promoção organizações da sociedade civil que prosseguem ações
das atividades empresariais a nível regional de interesses ambientais, económicos, sociais e culturais
e local, de qualificação da mão-de-obra e de relevantes, referidas no número anterior, são designados
estímulo à inovação tecnológica regional e local; por despacho do membro do Governo responsável pelo
b) Os objetivos assumidos pelo Estado, numa setor da Coesão Territorial, sob proposta da entidade
perspetiva de médio e longo prazo, quanto ao que representam.
desenvolvimento dos serviços e equipamentos 3- O acompanhamento da elaboração da Estratégia
sociais, designadamente no âmbito da saúde, Nacional de Desenvolvimento Regional e Local inclui a
educação, desporto e cultura, bem como no concertação com as entidades que, no decurso dos trabalhos
domínio das grandes infraestruturas públicas, da comissão de acompanhamento, formulem objeções às
como o transporte aéreo, transporte marítimo, orientações do futuro documento.
transporte terrestre, telecomunicações, água,
energia e saneamento; Artigo 17.º

c) Os princípios assumidos pelo Estado para a Conciliação


implementação da Estratégia Nacional de
Desenvolvimento Regional e Local; 1- Concluída a elaboração da Estratégia Nacional de
Desenvolvimento Regional e Local, o Governo abre um
d) Os instrumentos a adotar pelo Estado para a processo de conciliação da proposta com as entidades que,
implementação da Estratégia Nacional de no âmbito da mesma, tenham formalmente discordado
Desenvolvimento Regional e Local; das orientações constantes do documento.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1922 I Série — n o 89 «B.O» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023

2- Frustrada a conciliação prevista no número anterior, o Artigo 24.º


processo é encaminhado ao membro do Governo competente Âmbito territorial
para, no prazo de oito dias, decidir sobre a matéria objeto
de divergência. O Plano de Desenvolvimento Regional do ponto de
Artigo 18.º
vista territorial pode abranger uma ilha, ou um grupo
de ilhas vizinhas.
Aprovação prévia
Artigo 25.º
Compete ao membro do Governo responsável pelo setor Conteúdo material
da Coesão Territorial aprovar previamente a Estratégia
Nacional de Desenvolvimento Regional e Local, ajuizando O Plano de Desenvolvimento Regional concretiza e articula
da sua conformidade com a Constituição da República, o a nível regional as opções definidas no Plano Nacional
Plano Nacional de Desenvolvimento, a Política Nacional de de Desenvolvimento, na Política Nacional de Coesão
Coesão Territorial, a Diretiva Nacional de Ordenamento Territorial e na Estratégia Nacional de Desenvolvimento
do Território, e bem assim com as demais disposições Regional e Local e define um modelo de desenvolvimento
legais e regulamentares aplicáveis. económico regional que estabelece:
Artigo 19.º
a) As opções e as diretrizes relativas à transformação
Exposição pública dos sistemas produtivos regionais, de fomento à
produção regional, de promoção das atividades
1- A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional empresariais a nível regional, de qualificação da
e Local deve ser objeto de exposição pública em todos mão-de-obra e de estímulo à inovação tecnológica
os municípios do país durante trinta dias antes da sua regional;
aprovação final.
b) Os objetivos assumidos pelo Estado, numa
2- A exposição pública consiste na partilha da Estratégia perspetiva de médio e longo prazo, quanto ao
e posterior recolha de observações e sugestões sobre desenvolvimento dos serviços e equipamentos
as orientações da proposta da Estratégia Nacional de sociais a nível regional, designadamente no
Desenvolvimento Regional e Local. âmbito da saúde, educação, desporto e cultura e
3- No decorrer da exposição pública deve ser realizada no domínio das grandes infraestruturas públicas,
a apresentação e discussão pública da estratégia. como o transporte aéreo, transporte marítimo,
transporte terrestre, telecomunicações, água,
4- Findo o período de exposição pública, tem os interessados energia e saneamento;
o prazo de cinco dias para apresentar reclamações,
observações, sugestões e pedidos de esclarecimentos, c) Os princípios assumidos pelo Estado para a
4 995000 000000

ficando o setor da Coesão Territorial obrigada a resposta implementação do Plano de Desenvolvimento


fundamentada perante aqueles que invoquem, mediante Regional;
comunicação escrita. d) Os instrumentos a adotar pelo Estado para a
5- O Governo pondera os respetivos resultados e elabora implementação do Plano de Desenvolvimento
a versão final da proposta a apresentar ao Conselho de Regional;
Ministros para aprovação final. e) O programa e o cronograma do Plano de Desenvolvimento
Artigo 20.º Regional; e
Aprovação final f) O modelo de implementação do Plano de Desenvolvimento
Regional.
A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e
Local é aprovada por Resolução do Conselho de Ministros. Artigo 26.º
Artigo 21.º Conteúdo documental
Publicação 1- O Plano de Desenvolvimento Regional é constituído por:
A publicação da Resolução do Conselho de Ministros a) Relatório de caracterização e diagnóstico;
que aprova a Estratégia Nacional de Desenvolvimento
Regional e Local é acompanhada do respetivo relatório. b) Programa de atuação do Plano;
Artigo 22.º c) Programa de execução e financiamento do Plano; e
Vigência
d) Sistema de execução, seguimento e avaliação do
A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e Plano.
Local vigora pelo período que nele for fixado, mas nunca
superior a dez anos. 2- O relatório de caracterização e diagnóstico do Plano
deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
Secção II
a) Enquadramento legal do Plano;
Planos de Desenvolvimento Regional
Artigo 23.º
b) Contexto económico nacional;
Conceito c) Contexto institucional da região;
O Plano de Desenvolvimento Regional é um instrumento d) Enquadramento geográfico regional;
de planeamento do desenvolvimento regional, intermunicipal
e local de nível regional, de natureza estratégica, que e) Recursos naturais;
reflete as opções com relevância para o desenvolvimento f) Demografia;
regional, estabelecendo diretrizes e o quadro de referência
a considerar na elaboração dos restantes instrumentos g) Assentamentos populacionais;
de planeamento do desenvolvimento intermunicipal e
municipal. h) Recursos humanos;

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I Série — n o 89 «B.O.» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023 1923

i) Recursos culturais; Artigo 28.º

j) Base económica regional, nomeadamente dos setores Comissão de acompanhamento do plano


de desenvolvimento regional
da agricultura, pesca, turismo, indústria e serviços;
1- A elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional
k) Infraestruturas regionais, mormente no que diz é acompanhada por uma comissão de acompanhamento,
respeito ao transporte aéreo, transporte marítimo, criada pela Resolução do Conselho de Ministros referida
transporte terrestre, telecomunicações, água, no artigo anterior, e composta por representantes dos
energia e saneamento; departamentos governamentais com interesse na matéria,
das câmaras e assembleias municipais abrangidas pelo
l) Serviços e equipamentos sociais regionais, Plano, de associações intermunicipais abrangidas pelo
particularmente dos setores da saúde, educação, Plano e das organizações da sociedade civil que prosseguem
desporto, cultura, habitação e lazer; ações de interesses ambientais, económicos, sociais e
m) Diagnóstico de síntese. culturais relevantes da região.

3- O Programa de atuação do Plano deve conter, 2- Os representantes das câmaras e assembleias


especialmente, os elementos previstos nas alíneas a) e municipais abrangidas pelo Plano, de associações
b) do artigo anterior. intermunicipais abrangidas pelo Plano e das organizações
da sociedade civil que prosseguem ações de interesses
4- O Programa de execução e financiamento do Plano ambientais, económicos, sociais e culturais relevantes
deve conter, designadamente, os seguintes elementos: da região referidas no número anterior são designados
por despacho do membro do Governo responsável pelo
a) Disposições indicativas sobre planos, programas, setor da Coesão Territorial, sob proposta da entidade
projetos e ações a implementar na região no que representam.
âmbito do Plano de Desenvolvimento Regional,
bem como de outros objetivos de interesse 3- O acompanhamento da elaboração do Plano de
regional, indicando as entidades responsáveis Desenvolvimento Regional inclui a concertação com as
pela respetiva concretização; entidades que, no decurso dos trabalhos da comissão de
acompanhamento, formulem objeções às orientações do
b) Identificação das fontes e uma estimativa de meios futuro plano.
financeiros necessários à implementação do Artigo 29.º
Plano de Desenvolvimento Regional.
Conciliação
5- O Sistema de execução, seguimento e avaliação do 1- Concluída a elaboração do Plano de Desenvolvimento
Plano deve conter, designadamente, os seguintes elementos: Regional, o Governo abre um processo de conciliação da
4 995000 000000

a) Os princípios assumidos pelo Estado para a proposta com as entidades que, no âmbito da mesma,
implementação do Plano de Desenvolvimento tenham formalmente discordado das orientações constantes
Regional; do Plano.
2- Frustrada a conciliação prevista no número anterior, o
b) Os instrumentos a adotar pelo Estado para a processo é encaminhado ao membro do Governo competente
execução do Plano de Desenvolvimento Regional; para, no prazo de oito dias, decidir sobre a matéria objeto
c) As entidades que ficam responsáveis pelo seguimento de divergência.
e avaliação do Plano; Artigo 30.º

d) Os indicadores a utilizar para realizar o seguimento Aprovação prévia


e avaliação do Plano; e Compete ao membro do Governo responsável pelo
e) A periodicidade para a realização das atividades setor da Coesão Territorial aprovar previamente o
de seguimento e avaliação do Plano. Plano de Desenvolvimento Regional, ajuizando da sua
conformidade com a Constituição da República, o Plano
Artigo 27.º Nacional de Desenvolvimento, a Política Nacional de Coesão
Territorial, a Estratégia Nacional de Desenvolvimento
Elaboração
Regional e Local, o Esquema Regional de Ordenamento do
1- A elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional Território que incide sobre a área, os planos urbanísticos
compete ao Governo, sob a coordenação do membro do que incidem sobre a área, e bem assim com as demais
Governo responsável pelo setor da Coesão Territorial. disposições legais e regulamentares aplicáveis.
Artigo 31.º
2- A elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional
é determinada por Resolução do Conselho de Ministros, Exposição pública
da qual deve constar nomeadamente: 1- O Plano de Desenvolvimento Regional deve ser objeto
a) Os princípios orientadores do Plano de Desenvolvimento de exposição pública em todos os municípios abrangidos
Regional, bem como a metodologia definida para pelo Plano durante trinta dias antes da sua aprovação final.
a compatibilização dos diversos instrumentos 2- A exposição pública consiste na partilha do Plano
de planeamento do desenvolvimento regional e posterior recolha de observações e sugestões sobre as
e local e para a articulação das intervenções orientações propostas no Plano de Desenvolvimento
de nível nacional, regional, intermunicipal e Regional.
municipal;
3- No decorrer da exposição pública deve ser realizada
b) As competências relativas à elaboração do Plano a apresentação e discussão pública do plano.
de Desenvolvimento Regional;
4- Findo o período de exposição pública, tem os interessados
c) Os prazos de elaboração do Plano de Desenvolvimento o prazo de cinco dias para apresentar reclamações,
Regional; observações, sugestões e pedidos de esclarecimentos,
ficando o setor da coesão territorial obrigada a resposta
d) A constituição e o funcionamento da comissão de fundamentada perante aqueles que invoquem, mediante
acompanhamento. comunicação escrita.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1924 I Série — n o 89 «B.O» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023

5- O Governo pondera os respetivos resultados e elabora c) Os princípios assumidos pelas autarquias locais
a versão final da proposta a apresentar ao Conselho de associadas para o efeito ou pelas associações
Ministros para aprovação final. intermunicipais para a implementação do Plano
de Desenvolvimento intermunicipal;
Artigo 32.º
Aprovação final
d) Os instrumentos a adotar pelas autarquias locais
associadas para o efeito ou pelas associações
O Plano de Desenvolvimento Regional é aprovado por intermunicipais para a implementação do Plano
Resolução do Conselho de Ministros. de Desenvolvimento intermunicipal;
Artigo 33.º e) O programa e o cronograma do Plano de Desenvolvimento
Intermunicipal; e
Publicação
f) O modelo de implementação do Plano de Desenvolvimento
Com a Resolução do Conselho de Ministros que aprova Intermunicipal.
o Plano de Desenvolvimento Regional são publicados o
Programa de atuação do Plano, o Programa de execução Artigo 38.º
e financiamento do Plano e o Sistema de execução, Conteúdo documental
seguimento e avaliação do Plano.
1- O Plano de Desenvolvimento Intermunicipal é
Artigo 34.º constituído por:
Vigência
a) Relatório de caracterização e diagnóstico;
O Plano de Desenvolvimento Regional vigora pelo b) Programa de atuação do Plano;
período que nele for fixado, mas nunca superior a dez anos.
Secção III
c) Programa de execução e financiamento do Plano; e

Planos de Desenvolvimento Intermunicipal d) Sistema de execução, seguimento e avaliação do


Plano.
Artigo 35.º
2- O relatório de caracterização e diagnóstico deve
Conceito conter, designadamente, os seguintes elementos:
O Plano de Desenvolvimento Intermunicipal é um a) Enquadramento legal do Plano;
instrumento de planeamento do desenvolvimento regional,
intermunicipal e local de nível intermunicipal, de natureza b) Contexto económico nacional e regional;
4 995000 000000

estratégica, que reflete as opções com relevância para o c) Contexto institucional intermunicipal;
desenvolvimento intermunicipal, estabelecendo diretrizes
e o quadro de referência a considerar na elaboração dos d) Enquadramento geográfico intermunicipal;
instrumentos de planeamento do desenvolvimento de
nível municipal. e) Recursos naturais;
Artigo 36.º f) Demografia;
Âmbito territorial g) Assentamentos populacionais;
O Plano de Desenvolvimento Intermunicipal do ponto h) Recursos humanos;
de vista espacial pode abranger dois ou mais municípios
territorialmente contíguos associados para o efeito ou que i) Recursos culturais;
pertençam à mesma associação intermunicipal. j) Base económica intermunicipal, nomeadamente
Artigo 37.º dos setores da agricultura, pesca, turismo,
indústria e serviços;
Conteúdo material
k) Infraestruturas intermunicipais, mormente no
O Plano de Desenvolvimento Intermunicipal concretiza que diz respeito aos transportes terrestres,
e articula a nível intermunicipal as opções definidas telecomunicações, água, energia e saneamento;
no Plano Nacional de Desenvolvimento, na Política
Nacional de Coesão Territorial, na Estratégia Nacional l) Serviços e equipamentos sociais intermunicipais,
de Desenvolvimento Regional e Local e no Plano de particularmente dos setores da saúde, educação,
Desenvolvimento Regional, e define um modelo de desporto, cultura, habitação e lazer;
desenvolvimento econômico intermunicipal que estabelece:
m) Diagnóstico de síntese.
a) As opções e as diretrizes relativas à transformação 3- O Programa de atuação do Plano deve conter,
dos sistemas produtivos intermunicipal, de fomento especialmente, os elementos previstos nas alíneas a) e
à produção intermunicipal, de promoção das b) do artigo anterior.
atividades empresariais a nível intermunicipal,
de qualificação da mão-de-obra e de estímulo à 4- O Programa de execução e financiamento do Plano
inovação tecnológica intermunicipal; deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
b) Os objetivos assumidos pelas autarquias locais a) Disposições indicativas sobre planos, programas,
associadas para o efeito ou pelas associações projetos e ações a implementar nos municípios
intermunicipais, numa perspetiva de médio e longo abarcados pelo Plano de Desenvolvimento
prazo, quanto ao desenvolvimento dos serviços Intermunicipal, bem como de outros objetivos de
e equipamentos sociais a nível intermunicipal, interesse intermunicipal, indicando as entidades
designadamente no âmbito da saúde, educação, responsáveis pela respetiva concretização;
desporto e cultura e no domínio das grandes
infraestruturas públicas, como os transportes b) Identificação das fontes e uma estimativa de meios
terrestres, as telecomunicações, água, energia financeiros necessários à implementação do Plano
e saneamento; de Desenvolvimento Intermunicipal.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I Série — n o 89 «B.O.» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023 1925

5- O Sistema de execução, seguimento e avaliação do 2- Os representantes dos departamentos governamentais


plano deve conter, designadamente, os seguintes elementos: com interesse na matéria, das câmaras e assembleias
municipais abrangidas pelo Plano e das organizações
a) Os princípios assumidos pelas autarquias locais da sociedade civil que prosseguem ações de interesses
associadas para o efeito ou pelas associações ambientais, económicos, sociais e culturais relevantes
intermunicipais para a implementação do Plano da região referidas no número anterior são designados
de Desenvolvimento Intermunicipal; por despacho do membro do Governo responsável pelo
b) Os instrumentos a adotar pelas autarquias locais setor da Coesão Territorial, sob proposta da entidade
associadas para o efeito ou pelas associações que representam.
intermunicipais para a execução do Plano de 3- O acompanhamento da elaboração do Plano de
Desenvolvimento Intermunicipal; Desenvolvimento Intermunicipal inclui a concertação com
c) As entidades que ficam responsáveis pelo seguimento as entidades que, no decurso dos trabalhos da comissão
e avaliação do Plano; de acompanhamento, formulem objeções às orientações
do futuro plano.
d) Os indicadores a utilizar para realizar o seguimento Artigo 41.º
e avaliação do Plano;
Conciliação
e) A periodicidade para a realização das atividades
de seguimento e avaliação do Plano. 1- Concluída a elaboração do Plano de Desenvolvimento
Intermunicipal as Câmaras Municipais, associadas para
Artigo 39.º o efeito, ou as associações intermunicipais abrem um
Elaboração
processo de conciliação da proposta com as entidades que,
no âmbito da mesma, tenham formalmente discordado
1- A elaboração do Plano de Desenvolvimento Intermunicipal das orientações constantes do plano.
é determinada por deliberação das assembleias municipais 2- Frustrada a conciliação prevista no número anterior,
interessadas. o processo é encaminhado ao órgão municipal competente
2- A elaboração do Plano de Desenvolvimento Intermunicipal para, no prazo de oito dias, decidir sobre a matéria objeto
compete às câmaras municipais associadas para o efeito, de divergência.
após aprovação pelas assembleias municipais interessadas Artigo 42.º
da respetiva proposta.
Aprovação prévia
3- Na deliberação que determina elaboração do Compete às Câmaras Municipais, associadas para o
Plano de Desenvolvimento Intermunicipal deve constar efeito, aprovar previamente o Plano de Desenvolvimento
nomeadamente:
4 995000 000000

Intermunicipal, ajuizando da sua conformidade com


a) Os municípios abrangidos pelo Plano de Desenvolvimento a Constituição da República, o Plano Nacional de
Intermunicipal; Desenvolvimento, a Política Nacional de Coesão Territorial,
a Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e
b) Os princípios orientadores do Plano de Desenvolvimento Local, os Planos de Desenvolvimento Regional que incidem
Intermunicipal, bem como a metodologia definida sobre a área, a Diretiva Nacional de Ordenamento do
para a compatibilização dos diversos instrumentos Território, os Esquemas Regionais de Ordenamento do
de planeamento do desenvolvimento regional, Território que incidem sobre a área, os planos urbanísticos
intermunicipal e local e para a articulação que incidem sobre a área, e, bem assim, com as demais
das intervenções de nível nacional, regional, disposições legais e regulamentares aplicáveis.
intermunicipal e municipal; Artigo 43.º
c) As competências relativas à elaboração do Plano Exposição pública
de Desenvolvimento Intermunicipal;
1- O Plano de Desenvolvimento Intermunicipal deve
d) Os prazos de elaboração do Plano de Desenvolvimento ser objeto de exposição pública em todas as Câmaras
Intermunicipal. Municipais abrangidas pelo Plano durante trinta dias
antes da sua aprovação final.
4- A deliberação de elaboração do Plano de Desenvolvimento
Intermunicipal deve ser comunicada ao Governo, através 2- A exposição pública consiste na partilha do Plano
do membro do Governo responsável pelo setor da Coesão e posterior recolha de observações e sugestões sobre as
Territorial. orientações propostas no Plano de Desenvolvimento
Intermunicipal.
5- A deliberação que determina a elaboração do Plano
de Desenvolvimento Intermunicipal, referida no número 3- No decorrer da exposição pública deve ser realizada
anterior, deve ser publicada no Boletim Oficial e é condição a apresentação e discussão pública do plano.
para o início dos trabalhos. 4- Findo o período de exposição pública, tem os interessados
Artigo 40.º o prazo de cinco dias para apresentar reclamações,
observações, sugestões e pedidos de esclarecimentos,
Comissão de acompanhamento do Plano
de Desenvolvimento Intermunicipal ficando as Câmaras Municipais associadas, obrigadas as
respostas fundamentadas perante aqueles que invoquem,
1- A elaboração do Plano de Desenvolvimento Intermunicipal mediante comunicação escrita.
é acompanhada por uma comissão de acompanhamento,
criada por despacho do membro do Governo responsável pelo 5- As Câmaras Municipais, associadas para o efeito,
setor da Coesão Territorial, e composta por representantes ponderam os respetivos resultados e elaboram a versão
dos departamentos governamentais com interesse na final da proposta a apresentar às assembleias municipais
matéria, das câmaras e assembleias municipais abrangidas interessadas para aprovação final.
pelo Plano, de associações intermunicipais abrangidas Artigo 44.º
pelo Plano e das organizações da sociedade civil que Aprovação final
prosseguem ações de interesses ambientais, económicos,
sociais e culturais relevantes existentes nos municípios O Plano de Desenvolvimento Intermunicipal é aprovado
abrangidos pelo plano. por deliberação das Assembleias Municipais interessadas.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1926 I Série — n o 89 «B.O» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023


Artigo 45.º Artigo 50.º
Publicação Conteúdo documental

Com a deliberação que aprova o Plano de Desenvolvimento 1- O Plano de Desenvolvimento Municipal é constituído
Intermunicipal, são publicados no Boletim Oficial o por:
Programa de atuação do Plano, o Programa de execução
e financiamento do Plano e o Sistema de Execução, a) Relatório de caracterização e diagnóstico;
Seguimento e Avaliação do Plano. b) Programa de atuação do Plano;
Artigo 46.º c) Programa de execução e financiamento do Plano; e
Vigência
d) Sistema de execução, seguimento e avaliação do
O Plano de Desenvolvimento Intermunicipal vigora Plano.
pelo período que nele for fixado, mas nunca superior a 2- O relatório de caracterização e diagnóstico do Plano
dez anos. deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
Secção IV
a) Enquadramento legal do Plano;
Planos de Desenvolvimento Municipal
b) Contexto económico nacional e regional;
Artigo 47.º
c) Contexto institucional municipal;
Conceito
d) Enquadramento geográfico municipal;
O Plano de Desenvolvimento Municipal é um instrumento
de planeamento do desenvolvimento regional, intermunicipal e) Recursos naturais;
e local de nível municipal de natureza estratégica, que
reflete as opções com relevância para o desenvolvimento f) Demografia;
municipal, estabelecendo diretrizes e o quadro de referência g) Assentamentos populacionais;
a considerar na elaboração e programação dos instrumentos
de gestão municipal. h) Recursos humanos;
Artigo 48.º i) Recursos culturais;
Âmbito territorial j) Base económica municipal, nomeadamente dos
setores da agricultura, pesca, turismo, indústria
O Plano de Desenvolvimento Municipal do ponto de e serviços;
vista espacial abrange a totalidade do território municipal
a que respeita. k) Infraestruturas municipais, mormente no que
4 995000 000000

Artigo 49.º
diz respeito aos transportes terrestres, as
telecomunicações, água, energia e saneamento;
Conteúdo material
l) Serviços e equipamentos sociais municipais,
O Plano de Desenvolvimento Municipal concretiza e particularmente dos setores da saúde, educação,
articula a nível municipal as opções definidas no Plano desporto, cultura, habitação e lazer;
Nacional de Desenvolvimento, na Política Nacional de Coesão
Territorial, na Estratégia Nacional de Desenvolvimento m) Diagnóstico de síntese.
Regional e Local, no Plano de Desenvolvimento Regional 3- O Programa de atuação do plano deve conter,
e no Plano de Desenvolvimento Intermunicipal e define especialmente, os elementos previstos nas alíneas a) e
um modelo de desenvolvimento económico municipal b) do artigo anterior.
que estabelece:
4- O Programa de execução e financiamento do Plano
a) As opções e as diretrizes relativas à transformação deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
dos sistemas produtivos municipal, de fomento à
produção municipal, de promoção das atividades a) Disposições indicativas sobre planos, programas,
empresariais a nível municipal, de qualificação da projetos e ações a implementar no município,
mão-de-obra e de estímulo à inovação tecnológica bem como, de outros objetivos de interesse
municipal; municipal, indicando as entidades responsáveis
pela respetiva concretização;
b) Os objetivos assumidos pela autarquia local, numa
perspetiva de médio e longo prazo, quanto ao b) Identificação das fontes e uma estimativa de meios
desenvolvimento dos serviços e equipamentos financeiros necessários à implementação do
sociais a nível municipal, designadamente no Plano de Desenvolvimento Municipal.
âmbito da saúde, educação, desporto, cultura, 5- O Sistema de Execução, Seguimento e Avaliação do
e no domínio das grandes infraestruturas Plano deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
públicas de nível municipal, como os transportes
terrestres, as telecomunicações, água, energia a) Os princípios assumidos pela autarquia local para
e saneamento; a implementação do Plano de Desenvolvimento
Municipal;
c) Os princípios assumidos pela autarquia local para
a implementação do Plano de Desenvolvimento b) Os instrumentos a adotar pela autarquia local
Municipal; para a execução do Plano de Desenvolvimento
Municipal;
d) Os instrumentos a adotar pela autarquia local para
a implementação do Plano de Desenvolvimento c) As entidades que ficam responsáveis pelo seguimento
Municipal; e avaliação do Plano;
e) O programa e o cronograma do Plano de Desenvolvimento d) Os indicadores a utilizar para realizar o seguimento
Municipal; e e avaliação do Plano; e
f) O modelo de implementação do Plano de Desenvolvimento e) A periodicidade para a realização das atividades
Municipal. de seguimento e avaliação do Plano.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I Série — n o 89 «B.O.» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023 1927


Artigo 51.º Artigo 54.º
Elaboração Aprovação prévia

1- A elaboração do Plano de Desenvolvimento Municipal Compete à Câmara Municipal envolvida aprovar


é determinada por deliberação da Assembleia Municipal, previamente o Plano de Desenvolvimento Municipal,
nos termos da lei. ajuizando da sua conformidade com a Constituição da
República, o Plano Nacional de Desenvolvimento, a
2- A elaboração do Plano de Desenvolvimento Municipal Política Nacional de Coesão Territorial, a Estratégia
compete à câmara municipal, nos termos da lei. Nacional de Desenvolvimento Regional e Local, o Plano de
3- Na deliberação que determina elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional, o Plano de Desenvolvimento
Desenvolvimento Municipal deve constar nomeadamente: Intermunicipal, a Diretiva Nacional de Ordenamento
do Território, o Esquema Regional de Ordenamento
a) Os princípios orientadores do Plano de Desenvolvimento do Território que incide sobre o município, os planos
Municipal, bem como, a metodologia definida para urbanísticos que incidem sobre a área, e bem assim com
a compatibilização dos diversos instrumentos as demais disposições legais e regulamentares aplicáveis.
de planeamento do desenvolvimento regional,
Artigo 55.º
intermunicipal e local e para a articulação
das intervenções de nível nacional, regional, Exposição pública
intermunicipal e municipal;
1. O Plano de Desenvolvimento Municipal deve ser
b) As competências relativas à elaboração do Plano objeto de exposição pública no município abrangido pelo
de Desenvolvimento Municipal; Plano durante trinta dias antes da sua aprovação final.
c) Os prazos de elaboração do Plano de Desenvolvimento 2. A exposição pública consiste na partilha do Plano
Municipal. e posterior recolha de observações e sugestões sobre as
orientações propostas no Plano de Desenvolvimento
4- A deliberação de elaboração do Plano de Desenvolvimento Municipal.
Municipal deve ser comunicada ao Governo, através do
membro do Governo responsável pelo setor da Coesão 3. No decorrer da exposição pública deve ser realizada
Territorial. a apresentação e discussão pública do plano.
5- A deliberação que determina a elaboração do Plano de 4. Findo o período de exposição pública, tem os interessados
Desenvolvimento Municipal, referida no número anterior, o prazo de cinco dias para apresentar reclamações, observações,
deve ser publicada no Boletim Oficial e é condição para sugestões e pedidos de esclarecimentos, ficando a Câmara
o início dos trabalhos. Municipal obrigado a resposta fundamentada perante aqueles
que invoquem, mediante comunicação escrita.
4 995000 000000

Artigo 52.º
Comissão de acompanhamento do Plano 5. A câmara municipal pondera os respetivos resultados
de Desenvolvimento Municipal e elabora a versão final da proposta a apresentar à
assembleia municipal para aprovação final.
1- A elaboração do Plano de Desenvolvimento Municipal
é acompanhada por uma comissão de acompanhamento, Artigo 56.º
criada por Despacho do membro do Governo responsável pelo Aprovação final
setor da Coesão Territorial, e composta por representantes
dos departamentos governamentais com interesse na O Plano de Desenvolvimento Municipal é aprovado por
matéria, da câmara e assembleia municipal abrangida Deliberação da Assembleia Municipal.
pelo plano e dos interesses ambientais, económicos, Artigo 57.º
sociais e culturais relevantes existentes no município
abrangido pelo plano. Publicação

2- Os representantes dos departamentos governamentais Com a deliberação que aprova o Plano de Desenvolvimento
com interesse na matéria, da Câmara e Assembleia Municipal são publicados no Boletim Oficial o Programa de atuação
Municipal abrangida pelo plano e das organizações do Plano, o Programa de execução e financiamento do Plano e
da sociedade civil que prosseguem ações de interesses o Sistema de Execução, Seguimento e Avaliação do Plano.
ambientais, económicos, sociais e culturais relevantes do Artigo 58.º
município referidos no número anterior são designados Vigência
por despacho do membro do Governo responsável pelo
setor da Coesão Territorial, sob proposta da entidade O Plano de Desenvolvimento Municipal vigora pelo
que representam. período que nele for fixado, mas nunca superior a dez anos.
3- O acompanhamento da elaboração do Plano de Secção V
Desenvolvimento Municipal inclui a concertação com as Registo, consulta e avaliação periódica
entidades que, no decurso dos trabalhos da comissão de
acompanhamento, formulem objeções às orientações do Artigo 59.º
futuro plano. Registo e consulta dos instrumentos de planeamento
do desenvolvimento regional, intermunicipal e local
Artigo 53.º
Conciliação 1- O serviço central responsável pela Coesão Territorial
procede ao registo de todos os instrumentos de desenvolvimento
1- Concluída a elaboração do Plano de Desenvolvimento regional, intermunicipal e local com o conteúdo documental
Municipal, a Câmara Municipal abre um processo de integral estabelecido no presente diploma, incluindo as
conciliação da proposta com as entidades que, no âmbito da revisões que sejam objeto, para a consulta de todos os
mesma, tenham formalmente discordado das orientações interessados.
constantes do plano.
2- As Câmaras Municipais devem criar e manter um
2- Frustrada a conciliação prevista no número anterior, sistema que assegure a possibilidade de consulta pelos
o processo é encaminhado ao órgão municipal competente interessados dos instrumentos de desenvolvimento
para, no prazo de oito dias, decidir sobre a matéria objeto regional, intermunicipal e local com incidência sobre o
de divergência. território municipal.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4
II Série — NO 95 «B.O.» da República© Todos
de osCabo Verde — 14 de junho de 2022
direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
913
1928 I Série — n o 89 «B.O» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023

3- A consulta dos instrumentos de desenvolvimento CAPÍTULO III


regional, intermunicipal e local prevista no presente
artigo deve ser, também, possível em suporte informático DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
adequado e através da internet. Artigo 62.º
Artigo 60.º Disposição transitória

Relatório sobre o estado do desenvolvimento regional e local As disposições da presente Lei não se aplicam à
Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e Local
1- O Governo, através do membro do Governo responsável e aos Planos de Desenvolvimento Municipal já aprovados
pelo setor da Coesão Territorial, deve elaborar de três em antes da entrada em vigor da presente lei.
três anos um relatório sobre o estado do desenvolvimento
Artigo 63.º
regional e local em Cabo Verde, a submeter à apreciação
da Assembleia Nacional. Obrigação de elaborar os instrumentos de planeamento
do desenvolvimento local
2- A Câmara Municipal deve elaborar, de dois em dois
anos, um relatório sobre o estado do desenvolvimento No prazo de dois anos a contar da data da publicação
local, a submeter à apreciação da assembleia municipal. da presente lei, todas as Câmaras Municipais que não
disponham de Planos de Desenvolvimento Municipal
3- Os relatórios sobre o estado do desenvolvimento regularmente aprovados devem promover à sua elaboração
regional e local referidos nos números anteriores traduzem e aprovação nos termos e com os condicionalismos
o balanço da evolução do sistema de planeamento estabelecidos na presente lei.
do desenvolvimento regional e local, a execução dos Artigo 64.º
instrumentos de planeamento do desenvolvimento
regional, intermunicipal e local, bem como, os níveis de Consequências da não elaboração dos instrumentos
de planeamento do desenvolvimento local
coordenação interna e externa conseguidos.
A não elaboração dos instrumentos de planeamento e
4- Concluída a sua elaboração, os relatórios sobre o estado desenvolvimento local no prazo referido no artigo anterior
do desenvolvimento regional e local são submetidos a um pode constituir causa de resolução dos contratos-programas
período de exposição pública com a duração de trinta dias. celebrados entre o Governo e os Municípios, e de suspensão
5- No decorrer da exposição pública deve ser realizada a de auxílios financeiros concedidos ou a conceder, quando
apresentação e discussão pública dos relatórios referidos no contrato-programa assim esteja previsto.
nos números anteriores. Artigo 65.º

Artigo 61.º Regulamentação


4 995000 000000

Revisão dos instrumentos de planeamento O Governo regulamenta, por Decreto-lei, o funcionamento


do desenvolvimento regional, intermunicipal e local das comissões de acompanhamentos referidas na presente lei.
1- Os instrumentos de planeamento do desenvolvimento Artigo 66.º
regional, intermunicipal e local podem ser objeto de revisão. Entrada em vigor

2- A revisão dos instrumentos de planeamento do A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da
desenvolvimento regional, intermunicipal e local decorre sua publicação.
da necessidade de adequação das opções estratégicas que Aprovada em 27 de julho de 2023.
determinaram a sua elaboração e da sua adequação à
evolução, a médio e longo prazo, das condições económicas, O Presidente da Assembleia Nacional, Austelino
sociais e culturais, que determinaram a respetiva elaboração. Tavares Correia.
3- A revisão dos instrumentos de planeamento do Promulgada em 17 de agosto de 2023
desenvolvimento regional, intermunicipal e local segue, com
as devidas adaptações, os procedimentos estabelecidos na Publique-se.
presente lei para a sua elaboração, aprovação e publicação. O Presidente da República, JOSÉ MARIA PEREIRA NEVES.

II ISS
ÉÉRR
IEIE

BO
B OL
LEET
T II M
M
OFICIAL
OFICIAL suportes digitais suportes impressos

Registolegal,
Registo legal,nºnº2/2001,
2/2001,de
de21
21de
deDezembro
Dezembrode
de2001
2001 25 px 6 mm

Endereço Electronico:www.incv.cv
EndereçoElectronico:
100 px
www.incv.cv 30 mm

IMPRENSA NACIONAL DE CABO VERDE

IMPRENSA NACIONAL DE CABO VERDE

Av. da
Av. da Macaronésia,cidade
Macaronésia,cidade da
da Praia
Praia -- Achada
Achada Grande
Grande Frente,
Frente, República
República Cabo
Cabo Verde
Verde.
C.P.113
C.P. 113••Tel.
Tel.(238)
(238)612145,
612145,4150
4150••Fax
Fax61
61424209
09
Email:kioske.incv@incv.cv
Email: kioske.incv@incv.cv//incv@incv.cv
incv@incv.cv

I.N.C.V.,
I.N.C.V., S.A. informaS.A.que
informa que a transmissão
a transmissão de actos
de actos sujeitosaa publicação
sujeitos publicação nana
I e IIIeSérie do Boletim
II Série Oficial devem
do Boletim Oficial devem
obedecer obedecer
as normas as normas constantes
constantes no artigo28º
no artigo 28ºee29º
29º do
do Decreto-lei
Decreto-lei nº 8/2011, de 31 de
nº 8/2011, deJaneiro.
31 de Janeiro.

https://kiosk.incv.cv 8D3423AC-4DB1-4B37-889D-475E8FDC54E4

Você também pode gostar