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Magia em Alvorada

Em Alvorada os indivíduos contam com quatro tipos de energia


manipulá vel para incidir no mundo material e alterá -lo. O fragmento da Divindade,
inspiração, patronagem e por fim magias dos magos. Cada uma dessas fontes de
poder foi concebida de forma diferente nesse continente e por tanto se manifesta
de forma diferente e tem efeitos diferentes entre si.

*Fragmento da Divindade
Assim como seus irmã os, e todos os deuses menores, Divindade recebeu de
seus progenitores — deuses maiores — uma parcela de seus poderes. Quando lhe
foi permitido a manipulaçã o de um largo pedaço de terra em um planeta chamado
Principia, ela logo concebeu que suas criaçõ es deveriam ter o mesmo privilegio que
ela teve outrora e, por sua natureza bondosa e cuidadora, estendeu esse privilégio
para a pró pria construçã o desse continente que os seres que criou chamaram de
Alvorada. Esses seres se denominavam ferais. Porém, nesse processo Divindade
percebeu que nem todos os ferais poderiam nascer com tal poder, uma vez que a)
ela se esgotaria e ficaria proporcionalmente mais fraca para cada feral que ela
concedesse seus dons e; b) no processo de se exaurir ela teria que limitar
drasticamente a criaçã o de seus seres conscientes. A partir disso, repensando suas
criaçõ es Divindade passou a escolher aleatoriamente entre os ferais aqueles que
desenvolveriam o fragmento da divindade ao longo do seu processo de
desenvolvimento. Com isso, criou-se uma espécie de nú cleo de poder que se
expandia a partir da Divindade mais a criaçã o do indivíduo. Nã o existe precisã o no
que de fato acordaria esse fragmento da divindade dentro dos ferais e se existe
idade limite para isso, mas sabe-se que entre cinco anos e dez anos
costumava/costuma ser o tempo em que esse nú cleo se desenvolve.
Com essa escolha acertada Divindade passou a criar o restante dos seus
seres. Por longos anos apó s a criaçã o ela jamais interferiu nas criaturas —
principalmente por pressã o de seus irmã os mais velhos que concebiam a relaçã o
criaçã o-criador de forma mais fria. Mas logo ela percebeu que seus seres nã o
conseguiam desenvolver em plenitude seus poderes, utilizavam parcamente e
muitos até temiam carregar dentro de si essas capacidades. Isso foi um dos
motivos que fizeram Divindade descer a Alvorada para ensinar aos seus.
O fragmento da Divindade nada mais é que a mesma energia que Divindade
usa para moldar o mundo físico-material ao seu redor, por tanto, ela ensinou isso
as suas criaçõ es, eles poderiam criar desde raízes à s montanhas dependendo de
certos fatores. O primeiro fator era a vontade aliada a criatividade do conjurador.
Na ocasiã o em que o conjurador conhecia pouquíssimo do seu mundo ou nada
refletia sobre sua existência convertia-se em pouca brecha para o trabalho com a
conjuraçã o, no má ximo conseguiria manipular aquilo que já existe, criando um
galho extra em uma á rvore, dividindo uma pedra em duas ou fazendo crescer
alguns centímetros uma grama curta. Quando essa vontade se intensificava
juntamente com a criatividade a conjuraçã o ganhava mais vida, eram capazes de
erguer pequenos morros, fazer surgir uma variaçã o colorida de gramas e
multiplicar o nú mero de galhos e folhas de uma á rvore.
Nesse primeiro momento essa magia nã o existia como algo abstrato,
trabalhava-se ainda no nível do concreto, precisa-se de algumas maças? Fazia
surgir duas macieiras ou três. Porém, com o passar do tempo Divindade ajudou
seus seres a expandirem essa capacidade, foi quando começou a criaçã o de
Alvorada. No primeiro momento as montanhas naturais auxiliavam na criaçã o,
oferecendo uma paisagem natural para o desenvolvimento de casas e
estabelecimentos, bastava abrir um buraco nas montanhas e abrir cô modos dentro
das montanhas ou morros, depois houve a tentativa de conectar aquelas
montanhas, criando caminhos naturais de pedra entre montanhas pró ximas ou
distantes. A construçã o foi demorada e no fim ainda existia alguma coisa rú stica no
lugar, mesmo as formas tiradas diretamente das montanhas apresentavam uma
aparência inacabada.
Divindade nã o ficou contente com aquilo, entristeceu-se imaginando que
suas criaçõ es eram limitadas e nã o conseguiriam desenvolver o dom entregue a
elas. Porém, posteriormente, apó s longas conversas com a mã e, Divindade
expandiu o fragmento da Divindade naqueles seres. A partir disso começou a surgir
seres exemplares, que traziam ideias e uniã o entre montanhas e á rvores para a
melhoria do local, construía-se casas acopladas nas montanhas como se fossem
galhos novos, os caminhos entre as á reas superiores era agora feito a partir de
elaboradas escadas e o má rmore passou a ser algo relevante na construçã o das
moradas — chamadas assim porque abandonou-se o uso de telhados e/ou
estruturas em sua maioria fechada, para amplas praças abertas, com muros baixos,
parcas á reas cobertas e bastante espaço para se empoleirar.
Quando Divindade partiu sua magia estava nesse estado de construçã o. Era
usada pouquíssimas vezes para a construçã o de objetos, armas, ferramentas ou
utensílios e grande parte direcionada para a arquitetura e urbanismo, com
elaborados processos de esgoto em Era, elaboradas tendas de comércio local e
demais edifícios relevantes para os ferais. Com o tempo houveram ferais que
desenvolveram um ou outro mecanismo com suas capacidades, que deu um salto
ou outro em relaçã o ao que se sabia, mas nada que foi propriamente registrado ou
reconhecido uma vez que esses indivíduos ou partiam junto com os grupos
itinerantes, ou mantinha suas descobertas e capacidades no plano individual,
achando pouca utilidade grupal para o que sabia/fazia.
Na tomada de Era pelos humanos e os anos vindouros que tornou-se a
Guerra da Extinção os ferais passaram a aperfeiçoar em grande escala e em curto
espaço de tempo suas capacidades — apesar de que existiu o grupo de ferais que
ajudaram os humanos a aperfeiçoarem suas armas e auxiliou na criaçã o dos
forjados. Aqueles ferais de Era nã o conseguiam progredir nas mesmas intençõ es
bélicas que os ferais que unificaram-se com os humanos, nã o tinham ideia de
armas, ou má quinas de combate como o primeiro grupo, porém passaram a
desenvolver — de certa forma descobriram — uma magia capaz de alterar o
mecanismo químico do mundo, criando assim verdadeiras bombas ofensivas, as
implicaçõ es desse método levaram a uma gama de mudanças, mas a principal arma
utilizada ao longo da guerra foram estopins de chamas e abre espaços. A guerra
criou um estado psicoló gico nos ferais que utilizavam do fragmento da divindade
fazendo com que suas capacidades criativas diminuíssem em escopo e foca-se em
mecanismos de guerra, por tanto, o desenvolvimento, nessa época por parte desses
ferais foi em grande parte em construçõ es bélicas, por um lado, e poçõ es, elixes e
demais químicos por outro.
Quando a guerra chegou ao fim e os ferais refugiaram-se na floresta
submersa e descobriram o grupo de druidas, os primeiros ferais com o fragmento
que haviam explorado a regiã o das matas, passaram a aprender outra forma de
utilizar o fragmento da divindade, uma forma ofensiva e defensiva e que
trabalhava com a alteraçã o do ambiente físico a favor do conjurador — que passou
a ser o nome para denominar aqueles ferais com o fragmento da divindade que
enveredavam para o domínio absoluto de suas capacidades. Com essa
possibilidade passou-se a sistematizar o conhecimento do fragmento da divindade.
Por muito anos, já que o império demorou para desistir do “extermínio dos ferais
rebeldes”, os conjuradores concentravam-se apenas nos grupos nas florestas ou
em á reas remotas, aqueles com essa capacidade que viviam nas regiõ es do império
passaram a esconder seus dons e utilizarem só em situaçõ es extremas. Esses
conjuradores voltaram-se ao conhecimento acumulado ao longo da guerra,
daqueles primeiros ferais que usaram suas capacidades para fazer alteraçõ es
químicas nos componentes do mundo físico e com isso criar verdadeiras bombas
químicas de mudança — eles acabaram se assemelhando com os alquimistas, mas
diferiam na utilidade de suas produçõ es, enquanto os alquimistas tinham um foco
no uso correto das plantas, ervas e pequenos animais na criaçã o de suas fó rmulas,
os conjuradores dessa vertente trabalhava em nível atô mico, como suas bombas de
á gua quente que alterava as moléculas da á gua para criar uma á gua comprimida
que quando em contato com o ar expandia-se e queimava o que tocava. Nesse
processo iniciou-se uma outra sistematizaçã o científica que resultou em uma
aceitaçã o maior dessa magia nas á reas do império, principalmente quando surgiu
os primeiros dogmas da igreja da Luz que segregava qualquer poder que nã o
adviesse da inspiração.
Posteriormente, passado a caça aos ferais, o fim da guerra má gica e o
decreto da Paz Perpétua. Outras raças passaram a nascer com o fragmento da
divindade, em um nú mero risó rio, porém ainda assim sem explicaçõ es uma vez
que Divindade já havia partido e os ferais nã o conseguiam reproduzir com outras
raças. Alguns debates sobre as propriedades má gicas do continente Alvorada
começaram a surgir no Magistrado Má gico e os druidas falam em uma terra que se
alimenta da magia e devolve ela nas pessoas, mas nenhuma conclusã o foi feita até
os dias atuais.
*Druidismo
Quando os ferais conjuradores partiram para a Floresta Submersa já tinham
algum conhecimento avançado sobre suas capacidades, mas nã o se sentiram
confortá veis para o uso indiscriminado na natureza, por mais que sua magia
alterasse a pró pria natureza, sentiam-se evadindo aquele espaço da mesma forma
que os humanos fizeram com eles. Porém, com o tempo notaram que a Floresta
respondia a sua pró pria ló gica e sobreviver naquele meio seria impossível sem
uma forma de imposiçã o — apenas existir sem intervir diminuía em muito o tempo
de vida dos ferais. Com isso nasceu a primeira linha de druidas que pensava na sua
capacidade de modificar o ambiente natural como uma forma de fazer parte da
natureza e sobreviver, esse grupo criou druidas mais passivos, que tentavam
mesclar-se com a natureza local para conviver em harmonia, que nã o interferiam
de modo a desequilibrar o ambiente, apenas criavam para si as ferramentas
necessá rias para nã o sucumbirem com tamanha facilidade. Por anos essa ló gica
também alterou o fenó tipo desses ferais tornando-os com uma pelagem mais
amarronzada, fazendo seus pelos crescerem crespos, e sua caminhada ser com os
pés erguidos.
Com a expansã o humana as florestas foram sondadas por todos os tipos de
pessoas e com isso um segundo grupo de druidas nasceu, druidas especializados
na capacidade ofensiva da floresta, esses tinham como objetivo enganar os
aventureiros que adentravam a floresta para desequilibrar a harmonia vigente, ou
aqueles que queriam destruí-la efetivamente.
Essas mudanças na forma de ver seu fragmento da Divindade e o exercício
de poder localizado unicamente na floresta alterou as capacidades desses
indivíduos, por mais que sua raiz ainda se encontra no que o fragmento deu para
os conjuradores, alteraçõ es como a capacidade de pequenas alteraçõ es bioló gicas
constam nas novas habilidades dos conjuradores-druidas. Essas alteraçõ es
iniciaram-se como pequenas mudanças principalmente para prolongar a vida dos
ferais nas florestas que até entã o eram á reas desconhecidas para os ferais e
extremamente hostis. Mas como os ferais já conheciam os males das guerras
humanas nã o demoraram para aprimorar habilidades ofensivas esperando que um
dia os humanos voltariam a caçá -los com isso expandiu-se os feitos dos ferais,
fazendo as modificaçõ es bioló gicas ainda mais agressivas e se especializando nas
mudanças da fauna local para defender-se ou atacar.
Atualmente o druidismo existe só entre a comunidade de ferais
pertencentes as Florestas Submersas. Tudo que se passa na cidade dos druidas —
da qual poucos tem acesso — permanece lacrado entre seu povo por tanto nã o há
ensinamento para outros conjuradores desses poderes druisticos, também sabe-se
que existe uma alteraçã o necessá ria no corpo feral para abarcar o druidismo uma
vez que as alteraçõ es bioló gicas nã o surtem efeito nos corpos normais dos ferais.

*Patronagem
Advindos das terras de Extremo, em sua grande maioria dracomanos e
pouquíssimos draconitas os bruxos compuseram a primeira linha ofensiva má gica
do exército do império. No continente de Extremo conta-se que quando os lagartos
divinos, tidos como animais de estimaçã o dos Deuses Menores, desceram a
Principia e entraram em conflito com os detentores daquele lugar houve uma era
da escuridã o que durara séculos. Depois de um trabalho conjunto de todas as raças
e o auxílio de Equilíbrio — amante de Extremo —, os lagartos, denominados
dragõ es pela língua comum, foram derrotados e dilacerados para terem seus
poderes divididos e consequentemente reduzido. Em um ú ltimo ato de força essas
criaturas dividiram-se em três outros seres dracô nicos, dracos, dracomanos e
draconitas. Todo o esforço empregado pela Legiã o Saudosa havia sido demasiado,
atacar e exterminar todas as novas raças seria uma perda desnecessá ria, entã o
pelo contrá rio apagaram o legado dos dragõ es e fizeram com que as novas raças
crescessem sem uma histó ria, sem um legado, apenas vagando em busca de
construir tudo do zero.
Esses seres, perdidos, sem identidade aparente e sem entender o ó dio no
olhar das pessoas daquelas terras vagaram pelo continente a esmo, em pequenos
grupos, grandes ou individualmente, em busca de respostas. Nesse movimento
incessante os fragmentos da histó ria de seu continente começaram a surgir em
forma de restos de estatuas derrubadas, tijolos pintados de paredõ es histó ricos, ou
mesmo itens deixados por aqueles que foram subjugados pelos dragõ es. Claro que,
para as raças dracô nicas aquilo nã o era entendível, nã o se sabia de fato o que
significa tudo aquilo, fragmentos eram para sempre fragmentos. Porém, a
interaçã o com esses fragmentos fazia surgir vozes dos antigos seres ligados
aqueles objetos. Dizem que a primeira vez que isso ocorreu foi com Baltarar
Menguilha. Baltarar vagava por montanhas destroçadas quando encontrou uma
enorme peça branca, que apó s removê-la de sua posiçã o original notou ser um
dente de alguma criatura gigantesca. Quando tocou esse dente seu corpo entrou
em transe e Baltarar deu de cara com um enorme lagarto flamejante de nome Duar.
Duar falou com Baltarar sobre eras antigas, e muito da histó ria dos draconicos que
havia se perdido e no fim ofereceu Baltarar seus poderes em troca de pode
navegar dentro do rapaz pelo mundo, caso contrá rio ele ficaria para sempre preso
ao seu dente e a vida tornaria-se um tédio sem fim. Baltarar aceitou e tornou-se o
primeiro bruxo e o mais forte vivo desde entã o.
Apó s esse encontro e a repercussã o dessa histó ria pelo continente de
Extermínio muitos outros aventureiros começaram a procurar por esses
fragmentos, buscando a sua pró pria fonte de energia. Talvez Baltarar tenha tido
sorte, ou outro processo estava envolvido, a verdade é que ninguém nunca mais
conseguiu encontrar um patrono que fosse um antigo dragã o, mas outras peças
foram encontradas e o mesmo acontecia com todas elas. Despertavam algum ser
que desaparecera do mundo físico há muitos anos, ele tinha acumulado uma
quantidade imensa de energia-poder, nã o conseguia influenciar o mundo físico
com esse poder, nem sair do estado em que se encontrava, e em troca de ser
carregado por aí pelo indivíduo que achou-lhe ele concederia. Esse acordo foi feito
por anos pelo continente, mas era notá vel como a maioria dos bruxos de outras
raças, humanos, por exemplo, tinham pouco controle de suas magias e acabava
perdendo a fonte em pouco tempo. Porém, os draconicos, por seu histó rico sem
passado carregavam consigo, como item de histó ria, os fragmentos que
encontravam e criavam uma relaçã o melhor com o patrono logo, descobriram que
nã o era apenas um lance de sorte ou algo aleató rio, foram descobrindo que
existiam quatro tipos de criaturas que ficavam vinculadas aos seus pertences e
cada uma era responsá vel por uma gama de feitos diferentes, como por exemplo os
patronos sinistros, que em sua grande maioria eram pessoas mortas de forma
trá gica, ou indivíduos que morreram tentando acessar outros planos. Esses
patronos eram responsá veis por criar uma influencia flamejante e dolorosa ao
mundo físico.
Depois que Baltarar retornou as cidades principais e provara seu enorme
poder frente aos reis e rainhas, sinalizou que reuniria seu povo uma vez mais,
isolaram-se nas terras distantes e criaram uma associaçã o de bruxos onde Baltarar
passaria a ensinar aos seus semelhantes os segredos da bruxaria e da patronagem.
Evidentemente os reis nã o ficaram contentes com aquela demonstraçã o de poder e
independência e enviaram seus exércitos má gicos para dizimar os draconicos.
Pouco sabe-se da resoluçã o do conflito, apenas que Baltarar desapareceu na
mesma época em que os ataques ao seu povo cessaram e voltaram a ser um povo
nô made. A bruxaria permaneceu sobre o domínio dos draconicos, porém de forma
mais tímida e pouco explorató ria. Com o tempo mais raças descobriam essa
possibilidade, alguns viajam em busca de um mestre draconico para aperfeiçoar a
arte da bruxaria, mas grande parte desenvolvia por si só suas habilidades.
De forma geral a bruxaria nunca foi reconhecida em nenhum dos dois
continentes por qual passou, mas nã o impediu que seus praticantes exercessem as
artes má gicas e aprendessem com ela.

*Inspiração
O povo aélio é tido como seres que vieram diretamente da coluna dos
Deuses Maiores. Reza a lenda que foram escupidos nos ossos da coluna de Deus
Maior, porém, independente das histó rias é fato que todos os aélios nascem com
um poder dentro de si. Desde o nascimento aélios nascem brilhando
demonstrando que sã o diferentes de qualquer outro ser — para além das
obviedades bioló gicas/fenotípicas. A partir disso esse povo entende que sã o seres
mais vivos que os demais, que suas capacidades cognitivas estã o em tã o elevado
grau que conseguem conceber a vida de forma diferente do que basicamente todas
as outras raças, enquanto todos pensam na vida como algo que se tem, um
processo de sobrevivência, de manutençã o da vida, os aélios pensam a vida como
existir, nã o existe vida sem existir o ser — sua má xima é que o mundo deve ser
grado por ter-nos para observá -lo. Esse entendimento e filosofia da vida fazem
com que os aélios descubram que sendo portadores de sua pró pria existência e nã o
“dependendo” de um conceito exterior de vida, podem manipular sua existência, e
assim o fazem.
Aquela energia que brilha em um aélio recém-nascido, quando começa a
fazer parte do entendimento de vida desses indivíduos torna-se algo mais, torna-se
uma fonte de energia que confere capacidades constitutivas a eles. Por tanto aélios
vivem mais do que as demais raças, chegando a trezentos, quatrocentos anos, sã o
capazes de se regenerar certos ferimentos, sã o resistentes a maioria dos status
negativos, nã o ficam bêbado, drogados, entre demais qualidades físicas que
recebem por essa energia.
Com o tempo esse povo passou também a entender que essa energia podia
ser exteriorizada e controlada a bel prazer do aélio. A essa energia controlá vel deu-
se o nome de inspiração. A inspiraçã o surge da mesma ló gica-filosofia dos á elios,
por tanto, suas capacidades estã o relacionadas à vida. Com isso, aélios passaram a
ser reconhecidos como grandes curandeiros de capacidades as vezes até mesmo
milagrosas. Essa acunha fez com que os aélios passassem mais tempo com as
demais raças, fazendo que nutrissem uma certa tristeza ao entender o lugar de
sobrevivência das demais raças, por isso esforçaram-se para criar uma filosofia da
inspiração inteligível para os demais e que pude ser usada para auxiliá -los em uma
vida penosa ao olhar dos aélios.
Quando enfim desenvolveram essa capacidade de ensinar sobre a
inspiração para os demais, aprenderam que nem todos eram capazes de sustentar
esse poder ou fazê-lo surgir. O primeiro ponto era a necessidade de um movimento
específico de pensamento, conseguir enxergar a vida como algo inteiramente
individual e que por tanto pode ser trabalhado nã o está disponível para todos.
Depois existe a necessidade de suprimir o egoísmo — o que nã o garante que todos
os usuá rios de inspiração sejam altruístas —, entender inicialmente que nã o existe
minha vida, que sua constituiçã o unitá ria faz parte de uma esfera maior — mas que
nã o lhe controla, nã o te colocar regras, etc — e por fim despertar a inspiração
requer alguém com um objetivo pleno em mente. Claro que, muitos usuá rios de
inspiração aprendem essas três linhas no processo de obtençã o da capacidade de
acessar essas energia e usá -la, mas um tempo depois de concluir esse processo se
perdem, ou esquecem o que lhes levou a isso, nos ensinamentos aélios nã o existe
uma proibiçã o que impeça esse movimento, ou que lhe dificulte, mas existe uma
noçã o de que a inspiração fortalece-se quando o indivíduo é capaz de manter os
três princípios constantemente alinhados e caso pelo menos um principio seja
observado o usuá rio ainda será capaz de utilizar a magia.
Em Alvorada esse ensinamento chegou por intermédio do desejo da mã o do
rei na época da chegada dos aélios, observando a capacidade curativa desses
indivíduos a mã o do rei passou a imaginar como seria um exército capaz de se
regenerar, que nã o precisasse sair de batalha quando estive exaurido, ou
gravemente ferido. Na época o imperador nã o deu importâ ncia para esses desejos
e permitiu que o rapaz investisse nas suas investigaçõ es, aquilo resultou no
primeiro clérigo de Alvorada. Esse poder cresceu espontaneamente entre os
humanos, mas de se popularizar passou por deturpaçõ es. Com a fundaçã o da igreja
da luz a inspiração para todos tornou-se algo pró prio da igreja, ou pelo menos
vendido como algo cedido pela onipotência de Luz, um Deus benevolente e
vingativo que protegia e punia todos os seres do mundo. Com isso os três
princípios que os aélios criaram foram modificados para atender os interesses da
igreja da Luz. Apó s isso foi feito um mutirã o de recrutamentos e a igreja fundou os
ofícios de clérigo e paladino.
Por muito tempo esse monopó lio dessa força fez com que outros indivíduos
que por motivos diversos passavam a entender melhora inspiração e despertavam
ela em um nível mais baixo se afastasse desse conhecimento por nã o se acharem
dignos da igreja, ou pertencentes daquele local — outras raças em sua grande
maioria. Mas, um segundo grupo acreditava que o poder nã o deveria pertencer a só
uma camada da sociedade e começaram a aprender o uso da inspiração, achando
uma forma de usá -la, através da mú sica/escrita. Artistas por suas pró prias
vivencias e autossuficiência acabavam criando essa noçã o de que eram indivíduos
autossuficientes por poderem criar algo, mas dependiam de uma ideia maior —
suas musas —, e com isso se aproximavam dos princípios dos aélios, esse
movimento colocou em curso a capacidade de potencializar o que cantavam,
tocavam e escreviam e logo os bardos foram responsá veis por popularizar essas
habilidades entre as pessoas comuns e com isso começaram a criar as primeiras
manifestaçõ es concretas da inspiração e sistematizarem o conhecimento da
potencializaçã o das suas mú sicas e escritas, tornando-se ainda mais ú teis de forma
geral para a sociedade vigente.

*Magia dos magos (nome do minério)


Depois que os bruxos enfrentaram os conjuradores — e os druidas em um
nú mero efêmero que se quer fora registrado nos anais histó ricos —, a regiã o onde
se confrontaram, pró ximo da Floresta Submersa, foi inundada com essas energias
opostas e mudanças má gicas exercidas pelos conjuradores. Criou-se um novo
minério que induziu energias dos planos divinos a influírem para Alvorada — uma
espécie de portal —, essa energia condensou-se para dentro do minério e o
energizou com uma energia de outra natureza — eliminando aquilo que tinham da
essência da patronagem e do fragmento da divindade — e com isso criou uma
espécie de um outro plano dentro daquela regiã o, que fizera surgir criaturas
estranhas que passaram a assolar Alvorada.
Durante muitos anos essa energia cozinhou-se dentro do minério e
expandiu — principalmente para o centro do planeta onde localizava Alvorada — e
criou raízes, passando a influenciar a regiã o pró xima modificando ligeiramente a
paisagem. Quando os aélios chegaram, logo localizaram aquela energia-minério
como algo alienígena, que influía em porçõ es gigantescas naquela á rea, por isso foi
criado um projeto para primeiro conter o minério, construindo um edifício acima
daquele minério alienígena. Com isso estabeleceu-se paz em relaçã o as criaturas.
Muitos aélios partiram apó s essa contençã o e com o conhecimento irrisó rio da
nova magia do mundo. Aqueles aélios que ficaram passaram a estudar, junto com
humanos interessados, aquela magia. Logo descobriu-se que o poder do minério
era primeiramente proporcional ao tamanho do minério utilizado. Recrutou-se
draconitas para esse trabalho devido aos seus conhecimentos prévios sobre
mineraçã o. Com essas pequenas fatias de poder os aélios passaram a estudar
melhor o minério.
Uma das primeiras descobertas foi a que o minério condensara a energia
dos primeiros deuses, aqueles responsá veis por construir os quatro elementos no
universo, á gua, fogo, ar e terra. Com isso eram capazes de fazer invocaçõ es
elementares, chamar esses poderes primordiais e fazê-los surgir no mundo físico
de Alvorada. Nas primeiras invocaçõ es o poder era incerto, caó tico e perigoso,
chegando a matar alguns indivíduos que estudavam o minério. Com isso as
investigaçõ es voltaram-se para modos de frear o minério, apó s alguns estudos mal
sucedidos e experiências otimistas o Magistrado Má gico — como chamava-se o
grupo de oito pesquisadores recentes, entre eles o fundador oficial do Magistrado,
Baltazar — chegou à conclusã o que quando o minério era atado algum ser vivo sua
energia se concentrava em dispersõ es menores, mais equilibradas, mais
controladas. Com isso aprenderam que a ú nica forma de canalizar essa energia
seria atando uma pequena parcela do minério ao corpo. Os primeiros
experimentadores fora Baltazar, que criou um anel com o minério e incrustou no
dedo, e Raena que criou uma pequena pedra para sua testa.
Os truques iniciais eram mais contidos por parte de Raena, que explorava o
uso convencional do metal como ascender uma fogueira, apagar uma fogueira,
fazer levitar ou repelir pequenos objetos e derrubar pequenos morros de pedras;
já Baltazar investigara o nível ofensivo do minério, iniciando até mesmo lutas
diretas com criaturas hostis da regiã o. Apesar de filosofias distintas tanto Raena
quanto Baltazar se esforçaram por sistematizar o conhecimento que obtinham do
minério, criando as primeiras magias de fato, que eram projeçõ es dessa energia no
mundo físico deles com propó sitos distintos e temporalidade específica, isso
porque realizar tarefas cada vez mais complexas exigia um nível de destreza
mental com esse poder — assemelhava-se à pintura, mas essa com a mente, quanto
mais conhecimento dos elementos naturais e mais controle das técnicas de pintura
mais opçõ es o artista tem, por outro lado, quanto mais ele precisa ser específico
em um quadro mais ele precisa ter conhecimento dos citados acima — e isso iria
requerer anos de estudo, dedicaçã o e compromisso, por tanto Baltazar fundou o
Círclo Má gico, os quatro primeiros estudantes que ficariam confinados no
Magistrado Má gico até dominarem cada um elemento. Cada aluno recebeu o nome
do elemento que deveria dominar. Apó s intensivos anos de estudo esses alunos
foram responsá veis por lapidar e aprimorar as primeiras magias criados por
Baltazar e Raena — que já estava afastada do Magistrado nesse meio tempo.
Junto com o império Baltazar legitimou seus estudos e monopó lio do
minério má gico de Alvorada, por tanto, o conhecimento má gico do minério está
prioritariamente concentrado no Magistrado Má gico e em Raena, nã o podendo ser
conhecido ou acessado por outros meios se nã o ingressando na escola má gica.
Também sabe-se que pouquíssimas manobras além das padrõ es ensinadas pelo
magistrado sã o possíveis, aconteceu algumas vezes na histó ria do Magistrado,
principalmente pelos quatro magos elementais de Alvorada, mas fora eles ninguém
mais foi capaz de ter o mesmo percurso que Baltazar na confecçã o de magias.
Desde que Raena reapareceu em Alvora livre das amarras dos druidas
dizem que o minério passou a surgir em lugares pró ximos da regiã o do Magistrado
e pessoas diversas passaram a fazer experimentos pró prios com o minério, mas até
entã o ninguém proclamou nenhum novo mecanismo magico em Alvorada.

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