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Trilogia Opostos

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Para Sempre Minha: A Redenção do CEO
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Nosso Último Adeus
Além do amor

Trilogia Recomeços
Por mim

Série Gorillas
First Time
Playing For Life
The Last Game
Copyright © 2023 K.A. PEIXOTO
Capa: Jaque Summer.
Ilustração: Gabriela Gois.
Revisão: Evelyn Fernandes e Marcieli.

Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas
reais, vivas ou mortas é mera coincidência e não foi pretendida pelo autor.
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação
ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia,
gravação ou outro, sem a permissão expressa por escrito do editor.

ISBN: 978-65-00-90021-7
Oi, leitor, tudo bom?
Já deixo avisado que se você caiu de paraquedas aqui e não sabe muito bem do que se
trata, The Christmas é o conto de Natal de Opostos, ou seja, não vai ser uma leitura interessante
se não tiver lido os livros anteriores (no meu Instagram, eu deixei um guia com a ordem
certinha).
Agora, aos meus leitores… sei que vocês estavam com saudades deles e preciso
confessar que eu também. O conto é bem curtinho, só para sabermos como eles estão e também
para termos um leve surto com o capítulo bônus.
Em The Halloween, conto que dava desfecho a história, eu falava que em breve nos
reencontraríamos na próxima geração, e agora eu posso confirmar que a primeira parte da
segunda geração chega em 2024.
Preparados para isso? Porque eu não estou!
The Christmas é um Romance Contemporâneo que contém cenas de sexo explícito,
palavras de baixo calão e consumo de álcool. Nada de sofrimento, nem mortes, apenas muitas
cenas dos nossos mocinhos supercadelinhas para essas mulheres maravilhosas, hot e risadas.
Dito tudo isso, eu espero que vocês façam uma boa leitura!
Com amor,
K.A PEIXOTO.
“Para todos que descobriram que nem sempre a família de sangue é a família que o coração
escolheu para ser sua.”
01

Eu gosto de tradições por vários motivos e um deles é por saber que dificilmente algo
sairá do nosso controle, mas depois que temos filhos, nossas vontades ficam em segundo plano e
fazemos de tudo para agradá-los, e é por esse motivo que estamos aqui em Aspen, na casa do
Jacob, para passarmos o Natal em um lugar mágico, como as crianças quiseram.
Costumamos vir aqui pelo menos uma vez por ano desde a época em que meu amigo se
sentiu confortável para estar novamente no lugar em que tudo em sua vida mudou.
E entendo as crianças, aqui realmente é incrível.
— Querido, preciso que me ajude com as etiquetas — Kath fala enquanto tenta
identificar qual sacola é presente de quem. — Tenho certeza que já anotei os nomes das filhas do
Jacob, mas achei os brinquedos delas agora… estou fazendo tudo errado.
Me levanto da poltrona e vou até minha esposa, mas antes de ajudá-la, puxo-a para um
abraço e depois a beijo.
Já estamos juntos há muitos anos, mas ainda sinto como se estivéssemos naquela fase de
início de namoro, em que tudo é novo e extremamente interessante. E a real é que ela é
exatamente isso, a coisa mais interessante da minha vida.
— Eu te ajudo, meu furacão — sussurro, ainda com os lábios grudados aos dela. — Se
você tirar o vestido, conseguirei ajudar melhor.
Kathleen ri, mas infelizmente não cai no meu papo, então a ajudo com calma e confiro
um por um, enquanto me arrependo de não ter colocado o nome quando fomos comprando,
porém não quero dar o braço a torcer, pois ela havia dito que isso poderia acontecer.
— Já pensou sobre o Ano Novo, Noah?
Lá vem esse assunto de novo.
Sinto um calafrio só de ter que cogitar isso novamente.
— Não!
Kath tira a caneta e o papel da minha mão, puxando-me até a cama, onde nos sentamos
lado a lado. Ela se vira um pouco, olhando-me nos olhos antes de começar a falar algo que,
provavelmente, com seu jeito doce, me fará ceder.
— Noah, eu sei que você é um pai superprotetor, que quer o bem da nossa filha… mas,
querido, a Milla vai fazer 17 anos — fala, muito calma. — Não podemos ser esses pais que
dificultam a vida dos filhos, porque assim acabaremos a afastando de nós.
Racionalmente, sei que ela está totalmente correta, mas o mundo fica mais cruel a cada
dia que passa. É cada notícia que me deixa de cabelo branco, e é impossível não ter medo de que
algo aconteça com a minha pequena.
Milla é perfeita, e apesar de ter tido um início de vida difícil, depois que a adotamos,
fizemos de tudo para dar o melhor para ela.
Não quero que nada de ruim aconteça com a minha filha.
— Os anos passaram tão rápido, Kath.
Ela sorri e concorda.
— E vai continuar passando, meu amor. — Toca meu rosto com suavidade, fazendo um
carinho breve. — E ela não é mais uma criança que precisa dos pais no pé dela durante o dia
todo.
Suspiro, sabendo mais uma vez que minha mulher está certa.
— Mas esse Ano Novo tem que ser tão longe? — pergunto, agoniado. — Uma semana
inteira em outro país, amor. Não acha que é demais? Sete dias… sete!
— Não é uma viagem que só irão adolescentes. Os pais da Ashley estarão lá, lembra?
É, eu sei.
E, ainda assim, isso não me conforta.
Minha filha já viajou com eles várias vezes. Ela e Ash são amigas desde pequenas e
vivem grudadas, então, da mesma forma que a menina viaja conosco, como agora, que passará o
Natal aqui, Milla também viaja com eles, mas nunca tanto tempo assim.
Respiro fundo pela vigésima vez, tentando lembrar da promessa de ser um pouco mais
relaxado e entender que a minha pequena não é mais tão pequena assim.
— Tudo bem, Kath. Nós vamos deixá-la ir, mas irei conversar com ela antes.
Minha esposa sorri, animada como se a viagem fosse para ela e não para a filha.
— Você tomou uma ótima decisão, meu amor.
Voltamos a arrumar as coisas e, quando terminamos, Kath diz que vai até o quarto da
Emma ver se ela precisa de ajuda com as crianças, já que Jacob foi ao mercado com o Barbie e o
Bryan. O que, por sinal, foi a pior escolha de pessoas para fazerem compras juntos.
Jacob se irrita até com um vento que bate em seu rosto na hora errada, Barbie é meio sem
noção e sai pegando tudo em grande quantidade, e o Bryan quer ficar comparando as marcas,
confirmando que pegará a melhor opção.
Já tem umas três horas que eles foram, e provavelmente devem ter se matado com
discussões ridículas.
Tento pegar todas as sacolas de uma vez só, ignorando a ardência nos meus dedos e a
sensação de que estão prestes a sair do meu corpo pelo excesso de dor ao carregá-las. Levo-as
para a árvore que, inclusive, já está lotada com os outros presentes.
— Barbie, eu juro que nunca mais vou com você para nenhum lugar. — Jacob entra igual
um bicho raivoso, carregando algumas bolsas, quase pegando fogo de tanta raiva. — Farabutto!
Meu irmão entra logo depois, balançando a cabeça em negação.
Em seguida, vem o Barbie e mais dois caseiros com muitas sacolas, que, com certeza,
têm muito mais do que precisamos ali.
— Não me julgue, mas as crianças gostam de biscoitos, doces e marshmallows para a
fogueira, né? Sem isso, nem tem graça… Fora que, precisávamos das coisas para a ceia e para
comermos amanhã e depois também.
Fico ouvindo sua justificativa, mas decido ajudá-los a carregar os mantimentos e vou para
a cozinha, onde Jacob está de braços cruzados, olhando para mais de quarenta sacolas que já
ocupam boa parte do chão.
A cozinheira, que é esposa de um dos caseiros, e as outras duas auxiliares que ela chamou
para ajudá-la, também as olham, apavoradas.
— Bom, o que não usarmos, podem levar para a casa de vocês — digo e elas concordam.
Até porque se deixarmos aqui, vai estragar tudo.
— Você é inacreditável! — Jacob resmunga.
— Juro que vou te atirar pela primeira janela se te pegar comendo um dos queijos que
reclamou quando coloquei no carrinho.
O italiano revira os olhos e esfrega o rosto.
— Você é burro ou se faz, Barbie? Eu disse que a loja de vinhos iria trazer os queijos e os
embutidos.
— Mas esses são diferentes…
— Desisto de você! — Ele sai da cozinha, indo lá para fora, onde minha filha está com
algumas das crianças.
Apenas rio, porque depois de tantos anos, aprendi que esses dois são como cão e gato,
mas se amam. Então nem vale a pena me meter.
Decido também ir para a parte externa e de surpresa, pego o Adam, colocando-o em cima
dos meus ombros, ouvindo sua risada infantil e gostosa.
— Papaaaaai! — grita enquanto corro com ele por um curto caminho e depois o tiro dos
ombros, jogando-o em uma pequena pilha de neve fofinha. — Eu gostei, faz de novo.
Meu filho é um ótimo menino, sempre alegre, respeitoso e muito inteligente, mas, às
vezes, temos alguns problemas com ele em relação a extrapolar nas brincadeiras.
Mamãe diz que são pequenos sinais de que talvez eu tenha um filho rebelde, e torço para
que não, pois todas as vezes que preciso brigar com ele, sinto meu coração se partir. Não quero
ter que fazer isso sempre.
Brinco um pouco com o pequeno, e quando consigo cansá-lo, já está na hora de nos
arrumarmos para almoçar.
Como as cozinheiras estão preparando a ceia para que também possam aproveitar com as
próprias famílias, sem ficarem presas conosco até tarde, decidimos ir a um restaurante.
Foi difícil, já que costumamos pedir uma mesa gigantesca, mas o dono reservou uma
parte específica para nós.
— Filha, podemos conversar? — Aproveito o momento para poder falar com Milla. Ela
também estava indo para o quarto que divide com a amiga, mas concorda, e sentamos na
varanda. — Você realmente quer passar o Ano Novo em Londres?
— Quero muito, pai.
Merda.
Eu ainda tinha esperanças que ela falasse que desistiu e queria ficar com a família.
— Bom, eu vou deixá-la ir com a Ashley! — Os olhos dela brilham e ganho um abraço
apertado da minha primogênita. — Mas… precisamos de regras, mocinha.
— O que o senhor mandar, pai.
— Nada de bebida, o que já deve ser óbvio por causa da sua idade. Nada de inventar de
sair sem os pais da Ash e muito menos de querer turistar à noite apenas com o Andrew. Ok?
Ela faz uma cara de nojo quando falo do irmão da sua melhor amiga.
Até hoje não entendo por que eles não se gostam, mas tenho coisas mais importantes para
me preocupar do que com esse tipo de problema de adolescente. E nas vezes em que perguntei,
ela apenas falou que ele é “chato, insuportável, sem noção, ridículo, patético…” e mais uma
infinidade de elogios.
— Prometo que continuarei sendo uma boa garota, pai. Mesmo longe de vocês!
No fundo, sei que ela jamais procuraria por problemas, mas, às vezes, eles nos encontram
de qualquer forma.
Só que, por mais que me doa, minha garotinha não é mais uma criança, e eu preciso que
ela viva, que aprenda as coisas por si mesma, inclusive com seus erros.
É terrível aceitar isso, mas já passou da hora.
— E, por favor, me ligue todos os dias para que eu tenha certeza de que está tudo bem…
e leve umas duas ou três bombinhas de emergência, nunca sabemos quando ela pode quebrar ou
simplesmente não funcionar.
Camilla tem asma, e quase todas as crises que tem, são provocadas por questões
emocionais.
Ela ri e me abraça novamente. Dessa vez, passo um braço por seu ombro, querendo que
ela nunca saia daqui.
— Eu te amo, pai! Pode deixar que irei ligar.
— Eu te amo demais, minha filha.
02

Vir para Aspen é sempre um turbilhão de sentimentos, porque é impossível esquecer tudo
o que aconteceu aqui, mas desde que assumi para mim mesmo que sou louco pela Emma e nunca
senti isso por nenhuma outra pessoa, esses sentimentos pararam de me incomodar.
E, se estamos juntos, é porque tudo aconteceu da forma que deveria.
Se fosse preciso, não me importaria de ter que passar todos aqueles anos sofrendo por
algo que nunca existiu para ter uma vida inteira com a mia costellazione.
Fico olhando para ela enquanto termina de se arrumar para irmos ao restaurante almoçar,
e tenho total certeza que a cada dia a amo mais do que amava no dia anterior.
— Papai, por que você olha para a mamãe desse jeito? — Giulia sobe na cama e senta
igual a mim, recostando-se na almofada.
— Porque eu a amo muito, minha principessa.
Ela sorri, mostrando a covinha.
Giu adora quando falo algo em italiano e até mesmo aprendeu algumas palavras. Ela diz
que quer aprender o idioma e já nos programamos para colocá-la em um curso no ano que vem.
Já a Geovanna gosta mais do idioma da família dos avós maternos, o português do Brasil.
E esta será a primeira atividade que as gêmeas não farão juntas. De início, isso nos
deixou um pouco preocupados, mas a psicóloga delas disse que é algo bom, assim, ambas criarão
uma certa independência uma da outra, mas sem perderem a conexão inexplicável que elas têm.
Olho para minha outra filha, que está ao lado da mãe, tentando passar o batom sem
borrar, o que claramente não está funcionando, mas ela gosta de ter autonomia nas coisas que
faz. Depois, tentaremos ajudá-la a melhorar.
Brandon está tomando banho e cantando a plenos pulmões, o que significa que ele
esqueceu da parte de se lavar e está apenas fazendo bagunça.
Dou um beijo na Giu e me levanto, indo até o banheiro. Encontro Don com a escova da
mãe na mão, em frente ao espelho, com o roupão tampando seu corpo ainda molhado e água
escorrendo pelo chão.
— O show está bom, figlio?
Ele leva um susto e se vira, mas ao me ver ao lado da porta, sorri, sem graça.
— Desculpa, pai.
Encosto a porta ao entrar e pego a roupa que ele havia deixado pendurada perto do
chuveiro, entregando-a.
— As meninas estão quase prontas!
Ele se seca de qualquer jeito, veste a camisa rapidamente, mas se penteia com bastante
cuidado, deixando exatamente como o Barbie o ensinou que era a maneira certa de um homem
arrumar o cabelo.
Já até desisti de me irritar com isso. Brandon é fã número 1 daquele tio, e nada que eu
faça, faz com que meu filho prefira os meus conselhos aos dele. Então, apenas me resignei e
comecei a gastar um bom dinheiro em um gel caro que meu amigo indicou.
Tenho medo de pensar em como será quando esse menino se tornar um adolescente.
— Estou bem, papai? — pergunta, mostrando-me a roupa que tentou arrumar, mas que
não ficou tão boa. Puxo-o para perto e ajeito sua camisa, mostrando que dessa forma fica melhor
e ele concorda com a cabeça. — Vou perguntar ao tio Barbie se está certo assim!
Ele sai correndo feito um foguete e tento arrumar a bagunça que o espertinho deixou para
trás.
Seco o chão, coloco a roupa suja no cesto e depois lavo as mãos, conferindo se está tudo
no lugar, e então vejo a minha ruiva entrando para ver o que está acontecendo.
— Deixa eu adivinhar… arrumou a bagunça do seu filho de novo?
Viro de frente para ela e me encosto na pia, sem poder negar.
Emma aproxima o corpo do meu e envolve seus braços ao redor da minha cintura.
Levanto seu rosto pelo queixo e dou um selinho, não querendo borrar o batom vermelho dela.
— Vai deixá-lo mal-acostumado, Jake — diz e depois me dá mais um selinho. — Vamos
descer? As meninas já foram atrás da Milla… e ainda me surpreendo em como ela é paciente
com as nossas filhas.
— Milla foi muito bem criada pelos pais, que são incríveis.
Dificilmente vemos adolescentes da idade dela dando tanta atenção para crianças, mas a
menina para tudo o que está fazendo e brinca com eles como se ainda tivesse a idade dos nossos
filhos. Ela está sempre indo à nossa casa para ficar com eles, sendo babá em alguns finais de
semana para que eu e minha esposa possamos curtir a dois… e nós nunca pedimos, ela
simplesmente se oferece.
Camilla é a primeira criança do nosso grupo e é muito amada por todos. Não teve uma
pessoa capaz de não se encantar pelo jeitinho doce dela.
E para a nossa surpresa e felicidade, ela está se tornando uma adulta excepcional. Falta só
decidir seguir os passos do pai para que meu amigo seja o homem mais feliz do mundo.
E é um segredo nosso, mas ela já me contou que também deseja ser advogada.
— Se as meninas continuarem tendo ela como exemplo, não teremos muito com o que
nos preocupar.
Concordo.
Saímos do banheiro e fomos até a sala, onde praticamente todos já estão prontos para ir.
Exceto o Barbie e o Brandon, para variar.
Mas, antes que eu crie coragem de ir até o quarto do boneco com vida e tirá-los de lá à
força, os dois descem.
— Cazzo! — Deixo escapar um palavrão na frente das crianças ao vê-los descendo as
escadas como se fossem modelos da Calvin Klein.
— Papai, o que é cazzo? — Giu pergunta, com curiosidade genuína.
— Por que não começamos a nos arrumar nos carros? — Jackson, que sempre tenta
apaziguar tudo, assim como o Noah, chama as crianças, e elas vão correndo em uma confusão
que não sei se um dia irei me acostumar.
Respiro fundo algumas vezes e sinto Emma alisar meu braço, tentando me acalmar.
— E aí, gostaram? — Barbie pergunta, orgulhoso da troca de roupa que fez no meu filho.
Olívia suspira ao passar por ele.
— Desculpa, Jacob… Tentei falar para ele não comprar os coletes, mas foi impossível
controlar seu amigo, acho que você sabe disso melhor do que ninguém nesta casa.
Ainda não acredito que o Barbie comprou um colete igual ao dele para o meu filho.
E o problema nem é esse. Não me importo com isso de eles saírem iguais, várias e várias
vezes, porque sei que o Barbie ama o meu garoto genuinamente, como se fosse dele, mas isso é a
coisa mais horrível que já vi em toda a minha vida.
E como se ainda não estivesse ruim o suficiente, a cor é de um verde florescente, que
seria capaz de iluminar Aspen toda, caso tivesse uma queda de luz geral à noite.
— Eu adorei, tio Barbie — Brandon diz, animado, alisando o seu colete horroroso.
Tento focar no espírito natalino e dou as costas para o meu amigo, indo até a garagem
ajudar a colocar as crianças nos carros.
— Amo quando você se controla por causa dos seus filhos! — O infeliz, que
provavelmente só comprou isso para me irritar, se apressa para chegar ao meu lado e ainda me
manda um beijo.
Sempre me pergunto como consigo ser amigo dele há tantos anos e como nunca tentei
matá-lo de verdade.
A essa altura, eu pensava que ele seria mais sério, já como um adulto beirando os 40
anos, mas ele prefere equiparar sua maturidade com a das crianças.
Barbie tira mais a minha paciência do que qualquer outra pessoa deste mundo.
Jackson e Bryan conseguiram acomodar todo mundo nos automóveis antes que eu
pudesse ajudá-los, e só espero Brandon entrar no nosso para sairmos em direção ao restaurante.
Hoje está nevando bastante, o que significa que as temperaturas estão ainda mais baixas e
tivemos que caprichar nas roupas térmicas para não passarmos mal. Mas, em compensação, a
parte externa da minha casa fica muito mais atrativa para os nossos filhos brincarem.
Levamos em média 20 minutos para chegarmos no local, mais alguns para conseguirmos
nos sentar e uma eternidade até cada um decidir o que quer comer.
Aproveito e tiro alguns segundos para observar essa mesa enorme, com todos nós aqui,
até mesmo os pais do Noah e do B, que com o tempo se tornaram pais de todos.
A vida foi ingrata por muitos anos, passei por coisas que não desejaria nem ao meu pior
inimigo, no entanto, hoje tenho uma família enorme, feliz e extremamente barulhenta, mas que
eu não trocaria por nenhuma outra.
Na verdade, por mim, eu teria até mais alguns filhos, mas a Emma tem uma carreira
deslumbrante como médica. Este é o momento dela brilhar profissionalmente, enquanto eu cuido
dos nossos filhos com o maior prazer.
— O que você está pensando, meu bem? — a ruiva pergunta ao meu lado, apoiando a
mão em minha perna.
— Em como sou sortudo, mia costellazione.
— Todos nós somos, amore. — Ainda sinto meu coração quase parar quando ela me
responde algo em italiano. — E eu sou um pouquinho mais que todos, pois tenho você como
marido — sussurra.
Essa mulher é perfeita em absolutamente tudo que faz e fala.
— Talvez Papai Noel nos ajude a ter uma horinha a sós mais tarde, e vou te relembrar
ainda mais como é sortuda.
Ela morde o lábio inferior disfarçadamente e desvia o olhar com as bochechas coradas
depois de me ouvir.
Só queria ter um quarto secreto aqui em Aspen como tenho em nossa casa… hoje seria
um bom dia para fazer o que sabemos de melhor: fodermos com brutalidade e muitos apetrechos.
Bebo toda a minha água, tentando acalmar os ânimos e volto a prestar atenção no que as
demais pessoas estão falando, porque acho que sou capaz de tirá-la daqui na frente de todos e
fodê-la no banheiro do restaurante.
E, bom… não seria a primeira vez que eu faria isso.
03

O restaurante estava levemente caótico, o que, para mim, significou que me diverti muito
às custas dos meus amigos, em especial o Jacob. Acho que ele nunca irá aprender que, quanto
mais se mostra incomodado, mais eu farei o que sei que o incomoda.
Voltamos para casa depois de passearmos um pouco pelas lojinhas, que, para a nossa
surpresa, não estavam tão cheias. Acabei comprando mais algumas lembrancinhas, mesmo já
tendo comprado presentes demais, principalmente para as crianças.
Definitivamente, sou um tio babão, que deixa os sobrinhos fazerem o que quiserem
comigo e dou para eles tudo o que posso.
Algumas pessoas podem entender errado quando um casal decide não ter filhos. Isso não
significa que não gostamos de crianças, pelo menos não é o nosso caso, pois amamos cada uma
dessas que estão conosco na viagem. Nós apenas não queremos ter um nosso, mas iremos amar e
cuidar dos filhos dos nossos amigos até nosso último suspiro.
Olívia pode falar que sou exagerado, que faço mais do que deveria, mas ela é igualzinha,
só é menos espalhafatosa em questão de deixar em evidência o que faz, e eu não, porque quero
mesmo ser o tio preferido de todos eles.
Entro no closet da suíte que estamos e tiro o plástico que estava protegendo minha roupa.
— Oh, céus… você realmente trouxe, não é? — minha mulher pergunta quando entra e
me vê tirando a vestimenta do cabide. — Pelo menos todas aquelas horas de pesquisas e idas a
lojas valeram a pena, né… eu acho.
— Claro que eu trouxe, diabinha… as crianças vão amar isso!
— É, pior que você está certo. Só acho que ela parece pequena demais para o seu corpo,
amor.
Ela não é pequena, é apenas um tamanho que o deixa em evidência, afinal, não posso
deixar de exibir meus músculos criados com tanto esforço ao longo dos anos.
— Sabe que preciso valorizar esse shape impecável, amor.
Ela ri e pega seu vestido.
— Barbie, em algum momento você terá que dosar seu ego — diz e vira o rosto para me
encarar. — Em breve fará 40 anos, amor… depois 50, 60 e por aí vai.
— E estou ansioso, porque a cada ano fico mais gostoso! É inacreditável, né? Eu também
acho.
— Sério, nunca pensei que um relacionamento a três seria tão complicado… eu, você e
seu ego gigantesco!
Rio e dou um tapa na bunda gostosa dela quando passa por mim, exibindo seu corpo sexy
e a calcinha pequena que sei que irei rasgar mais tarde, mesmo que isso a deixe irritada depois.
Mas antes, preciso me fantasiar de Papai Noel e fazer a alegria das crianças, mesmo que
algumas saibam que sou eu por baixo da roupa.
Coloco as calças, depois a camisa longa e procuro a peruca e barba falsa que guardei em
alguma bolsa aqui no closet.
Dou o meu máximo para me arrumar da melhor forma, e escuto a risada incontrolável da
Olívia ao me ver pronto, depois de ter soltado um “Ho! Ho! Ho! Feliz Natal!”, de teste.
Espero que os pequenos reajam melhor do que ela.
Peço para a minha querida diabinha ir conferir se todos já se encontram lá embaixo. Se
vou passar essa vergonha, quero que seja memorável e que também gravem para que eu veja
daqui a alguns anos e me orgulhe de sempre fazer isso por eles. Além disso, precisarei conferir
que meu corpo continuou evoluindo, mesmo com a idade.
— Estão todos lá, amor. Só vou descer primeiro para gravar!
Ela me dá um beijo, depois passa o batom e desce.
Espero alguns minutos e apareço no topo da escada.
— Ho! Ho! Ho! Feliz Natal! — falo bem alto, chamando a atenção de todos, que ainda
não tinham me visto.
As crianças vão à loucura, inclusive as mais velhas, que caem na gargalhada junto com
seus pais e tios, mas ignoro totalmente e foco em quem gostou.
Desço as escadas e já me abaixo na frente deles, recebendo vários abraços e também
ouvindo os pedidos absurdos que eles fazem ao Papai Noel, ou melhor, a mim, pelo visto.
— Papai Noel, você trouxe o meu dinossauro vivo? Em tamanho real? — Pietro, filho
mais novo da minha irmã, cola a boca no meu ouvido e pergunta baixinho.
De onde essas crianças tiram essas ideias? E o pior, o que farei quando ele descobrir que
eu não trouxe esse presente?
— Papai Noel, eu pedi um iPad rosa só para mim, porque a Ava sempre quer brincar com
o nosso — Maggie fala e depois vira para a irmã, fazendo os sinais para que ela entenda o que
acabou de falar.
Desde que Jackson e Jennifer adotaram a Ava, todos nós fizemos questão de aprender a
língua de sinais para deixar nossa garotinha o mais confortável possível.
Ela começou a usar um aparelho auditivo há pouco tempo, mas dificilmente está com ele.
E pelo que meus amigos me contaram, Ava não se sente à vontade e prefere não usar.
Obviamente eles respeitam a decisão da filha e não a forçam a nada, deixando-a usar só
quando quer. E quando está em família, sabendo que é um lugar totalmente seguro e que
sabemos nos comunicar, minha sobrinha prefere não utilizá-lo.
O presente da Maggie está garantido, porque sei que Jack comprou, então, menos um
para me preocupar.
Dou atenção a todos eles, torcendo para que meus amigos tenham visto as cartinhas deles
na árvore e comprado o que pediram, com exceção do Pietro. Depois, tiramos várias fotos,
guardando esse momento para sempre e não somente em nossas memórias, mas também em
fotografias.
Vou até a cozinha em busca de água depois que consigo fazer minha saída triunfal.
— Sempre vai ser o tio mais querido dessas crianças, Barbie — minha irmã diz, pegando
a garrafa da minha mão e enchendo um copo para ela também. — Além de ter uma casa cheia de
gatos para eles brincarem, você simplesmente faz de tudo para vê-los felizes… te amo ainda
mais por isso!
Abraço-a e deixo um beijo em sua bochecha.
— É inevitável, Lau. Eu amo todos eles! E o melhor de tudo é que posso devolver para os
pais quando estão dando muito trabalho — brinco e ela ri. — Vocês me fizeram mais feliz
enchendo a minha vida desses remelentos que adoram me deixar gripado.
— A culpa é sua, que não entende que a melhor opção é se afastar de alguém gripado,
inclusive as crianças.
É, eu sei disso.
Mas como posso resistir se elas ficam de chamego, falando que estão com saudade ou
pedindo para que eu leve um chocolate escondido? Seria impossível negar algo a elas. A Milla já
é uma adolescente e ainda faço tudo o que ela quer.
Inclusive, na última vez, foi uma furada, pois tive que buscar ela e Ash em uma festa dos
amigos do Andrew, que, com certeza, não era um lugar adequado para as duas estarem. Mas, em
defesa delas, parece que realmente não sabiam, pois quando cheguei lá, ambas estavam do lado
de fora e com o nariz retorcido para todos que passavam.
— Vou tentar me lembrar disso da próxima vez — respondo.
— Eu fiz uma coisa esses dias… — Lá vem bomba! Lau se vira e levanta a blusa, me
mostrando uma tatuagem enorme em suas costas. Muito bonita, por sinal. E levo um tempo até
entender que tudo que está ali, são partes da sua história. — Gostou?
Passo o dedo com delicadeza onde tem o meu nome e sinto meus olhos arderem, mas me
recuso a chorar em pleno Natal.
— Ficou incrível, Lau. Deve ter doído muito!
Ela abaixa a blusa e fica de frente para mim novamente.
— Nossa, doeu demais. Mas eu estava com o B, que também fez mais algumas, aí acabei
não desistindo depois da primeira agulhada por causa dele — comenta. — Coloquei aqui tudo
que é mais importante na minha vida, tanto no passado quanto no presente. E acabou que quase
desenhei a sua cara junto com as crianças, mas seria alimentar demais o seu ego — brinca, com a
mesma mania que tenho de fazer piadas quando o clima fica mais dramático. — É a minha forma
de eternizar o meu amor por todos vocês.
— Não me faça chorar, Lau. — Abraço minha irmã novamente e um filme vem à minha
mente.
Nós já passamos por tantas coisas, e cheguei a achar que ia perdê-la. Foi o pior
sentimento que já tive dentro de mim. Sou muito grato à vida por ter bons amigos que também se
tornaram amigos dela, me ajudando a ser a sua base de apoio.
Mas, graças a Deus, superamos tudo e o passado agora são apenas pequenas marcas que
ainda vivem em nós, nos lembrando de como somos fortes e resilientes.
— É melhor ir se trocar antes que eles descubram quem é o Papai Noel — diz,
disfarçando os olhos marejados. — E antes que eu chore também, vai embora logo… — Me
empurra e rio, mas aproveito para subir pela escada do outro lado para ninguém me ver.
Troco de roupa, voltando a ser unicamente o cara mais bonito e sarado da casa. Bryan
quase conseguiu me passar no segundo quesito, mas sou meio competitivo e o deixei comendo
poeira.
— Tio Barbie? — Escuto a voz do Brandon do lado de fora da porta e falo para entrar. —
Pode me ajudar com uma coisa?
Encaro o filho do Jacob, que é muito grudado comigo.
— O que foi, Don?
Ele suspira, dramático igual ao pai, e senta na beira da minha cama.
— Eu acho que estou apaixonado.
Do nada, sinto uma pontada no meu estômago, um gosto amargo na boca e uma leve
vontade de chorar, mas respiro fundo e me ajoelho na frente dele, ficando cara a cara.
— E por que você acha isso?
— Porque a Michelly, da minha escola, fica na minha cabeça o tempo todo. E o papai
havia falado que pensa na mamãe todas as horas do dia.
Ai, meu Deus!
Não é cedo demais para estar tendo essa conversa com um deles?
Certamente, eu não estava preparado para isso.
— Entendi, Don… E como você quer que eu te ajude?
— Eu queria comprar um presente de Natal para ela, mas fiquei com vergonha de falar
para os meus pais.
Bom, acho que é bem razoável ficarmos sem graça de falar algumas coisas para nossos
pais, enquanto ficamos à vontade para sermos sinceros com os tios legais ou amigos.
E preciso me lembrar que sou alguém que ele confia para desabafar, então tenho que
saber como lidar.
— Quando voltarmos de viagem, vou te levar ao shopping, assim você compra um
presente para ela e escreve uma cartinha bonita. O que acha?
Ele sorri, animado.
Claro que a intenção não é incentivar nada no sentido amoroso para uma criança, mas é
importante que ele possa demonstrar seus sentimentos. Nunca sabemos quem será a nossa
metade, muito menos o que o futuro nos reserva. Talvez a menina lembre para sempre, ou
também pode ser que nem se importe.
Mas educar um homem é mostrar a ele que é bonito demonstrar suas emoções, ser gentil
e educado.
— Uma pena que não tem como embrulhar sorvete para presente, ela adora o de
morango.
— Podemos fazer um lanche lá em casa e convidar a sua amiga qualquer dia desses.
Posso comprar um pote bem grande para ela.
Ele concorda, com os olhos brilhando de ansiedade.
E eu me sinto extremamente honrado em saber que estou fazendo parte do
desenvolvimento dele como ser humano.
04

Depois que meu cunhado fez a festa das crianças vestido de Papai Noel, decidimos
começar a comer.
Infelizmente, com tantos pequenos entre nós, não tem isso de esperar até meia-noite e
comemos antes, ou melhor, damos comida a eles e quando conseguimos, ceamos.
Depois de quase todos nós termos filhos, é criança para todo lado, brinquedos perdidos na
casa dos outros, passeios em grupos enormes, uma minivan para levar todos à escola e muita
briga entre eles por coisas bem bobas.
Ontem, as gêmeas estavam implicando com a Maggie por causa de uma maçã. Até agora
estou tentando entender o que houve para uma fruta ser motivo de briga entre elas.
Kristen chorou quase uma hora inteira porque foi empurrada pelo irmão na neve, mas ela
mesmo quem pediu para ele fazer isso e eu vi de perto que foi bem devagar.
Tem momentos que são caóticos, porque parece que choro é algo que acontece por
osmose também.
Já até teve uma vez que eu quis chorar quando quase todos estavam chorando juntos.
Foi desesperador, nunca na minha vida irei esquecer daquele dia.
Depois de conseguirmos alimentar todos os dragõezinhos, que começam a dar sinais de
sono, também comemos, sempre mantendo ao menos dois adultos à disposição das crianças.
Aos poucos, conseguimos, e os menores vão subindo com os pais para tomar banho e
dormir e acabamos levando duas horas fazendo isso, mas, por fim, ficam os adultos, Milla e Ash.
As duas estão em outro canto da sala, cada uma com seu celular e Kindle na mão. Ambas
são viciadas em leituras e acho que isso é culpa da Emma, que sempre as incentivou e permite
que elas passem horas em sua biblioteca particular.
Espero que a Kristen também se interesse pela leitura quando ficar mais velha, mas por
enquanto, o negócio dela são as bonecas e tentar a todo custo pintar as unhas do máximo de
pessoas ao seu redor.
Algumas semanas atrás, saí de casa às pressas para uma reunião com uma empresa de
fornecedores, e notei que eles estavam me olhando estranho. Quando dei por mim, vi que estava
com as unhas pintadas de rosa com glitter, porém já era tarde demais e tentei me explicar.
No fim, eles entenderam, e descobri que também são pais de menina.
— Agora é o momento dos adultos! — Noah fala, o último a se juntar a nós. — Opa,
obrigado. — Ele pega a taça de vinho que o ofereço e dá um bom gole. — Nada melhor do que
filhos, mas não posso negar que é muito cansativo.
Todos concordam, até mesmo o Barbie, e isso nos arranca uma risada bem profunda.
— Ué, os filhos não são meus, e ainda assim me cansam! — justifica. — Noah, liberou a
Milla para viajar?
Meu irmão suspira e concorda, claramente sem estar muito feliz com isso.
— Não tive outra saída, e ela é uma boa menina, não tinha o porquê não deixar, sabe?
Milla só tira notas excelentes, nos ajuda em casa, ajuda com o irmão, cumpre todos os
combinados quando passeia com seus amigos… O problema é que não quero perdê-la para o
mundo.
Kath beija a bochecha do marido, tentando oferecer algum conforto a ele.
— Passa muito rápido, irmão — digo. — Ainda me lembro dela chegando no orfanato!
— Vocês falam sobre o tempo passar rápido e fico perdida nisso — nossa mãe comenta,
sentando ao lado do papai. — Vocês já estão com filhos, o que significa que tenho muitos netos e
sinto que a cada vez que pisco, um ano se passa.
— É, aproveitem… quando menos perceberem, eles já estarão saindo de casa para
viverem as próprias vidas e vocês não serão mais as pessoas que eles correm para ver quando
chegam de algum lugar.
Meu pai fala isso, mas tem um sorriso no rosto, sem tristeza.
— Ainda estou pensando em algo para convencer a Maggie e a Ava a nunca saírem de
casa! — Jack diz, já assustado com o futuro.
Acho que ser pai é isso, ter medo do futuro e o que acontecerá com os filhos, porque não
nos importamos de sofrer e passar pelo inferno, mas de jeito nenhum queremos que eles passem.
Laura se aconchega em mim e passo o braço por cima de seu ombro, abraçando-a de lado
e beijo o alto da sua cabeça.
— Certo… nós estamos melancólicos demais! — Jenni diz e rimos. — Vamos apenas
aproveitar o momento, gente. Estamos em um lugar maravilhoso, temos vidas incríveis e filhos
sensacionais que nos levarão à falência porque Barbie inventou de ensinar sobre roupa de marca
para as crianças.
— Claro! Seria muito injusto para eles saírem ao meu lado, que estou sempre muito bem-
vestido, sem estarem à minha altura.
Todos olham para o outro loiro da mesa e, definitivamente, entendi que ele sempre
conseguirá se superar nas merdas que fala.
Esse homem tem um dom para falar merda.
Todos nós alcançamos muito mais do que poderíamos imaginar.
Minha empresa de construção cresceu absurdamente, e hoje até faço parceria com
profissionais de fora, como, por exemplo, a Phoebe, esposa do Calleb. Também abrimos filiais
em outros países, até mesmo no Brasil.
O escritório de advocacia dos meninos virou algo gigantesco, inexplicável. Já foram até
convidados para fazer um reality show, mostrando os bastidores da vida dos advogados, mas,
para a surpresa de todos, até Barbie foi contra essa ideia, mesmo o streaming oferecendo o
pagamento de uma pequena fortuna para cada um deles.
Minha mãe e Jô continuam trabalhando juntas, cuidando da decoração da casa de vários
famosos e pessoas importantes.
Inclusive, desta vez, Jô foi passar o Natal na casa do atual marido, depois de finalmente
conseguir se dar bem com os filhos dele.
— E o Ano Novo… todos já fizeram as malas? — pergunto.
— Das crianças, sim, porque são roupas totalmente diferentes das que estamos usando
aqui — Emma diz. — Minha mãe falou que já teve alguns dias que a temperatura passou dos 40
graus, e a sensação térmica está ainda mais alta.
Vai ser uma diferença considerável!
Sempre é, mas parece que o ano seguinte fica ainda mais quente. Porém, ir para o Brasil é
delicioso, amamos aquele país e todos que moram lá.
É absurdamente diferente em praticamente tudo e não dá para negar que as pessoas são
bem mais calorosas do que nós.
— Mas, desta vez, ficaremos no resort novo da Paola — Barbie diz. — Inaugurou mês
passado, parece — explica e depois pega o celular, procurando algo. — Angra dos Reis!
Provavelmente não é assim que se fala, mas é algo desse tipo.
Já fazemos isso há tantos anos, que nem nos preocupamos com nada além de pagar.
Barbie fica responsável pela hospedagem e Jacob com as viagens aéreas, normalmente feitas em
seu jatinho.
Quando começamos a ter filhos, pensei que talvez nos afastaríamos um pouco, o que me
deixava triste e preocupado, mas a verdade é que sinto que nos vemos ainda mais do que antes. E
as crianças se amam, mesmo quando parecem se odiar.
E só torço para que elas sejam tão amigas e unidas como nós somos. Claro que de vez em
quando alguns problemas aparecem, mas nada que seja capaz de abalar as nossas estruturas.
— O que faremos amanhã? — Laura pergunta e se estica um pouco para conseguir
colocar mais vinho em sua taça.
— Podemos esquiar ou tomar banho na piscina aquecida — Jenni diz, tentando dar
alguma ideia. — Se bem que não sei se para as crianças a piscina seria uma coisa boa.
— Acho que é uma ótima opção, na verdade — Liz diz. — Justin e eu podemos ficar
tomando conta delas, e vocês podem aproveitar um pouco, como casal. Talvez a Milla e a Ash se
juntem a nós… e todas as crianças sabem nadar, nós dois sabemos também.
Não posso negar que a ideia é incrível, mas fico com receio de ser demais para apenas os
dois.
— Mamãe, não é muito para os senhores?
— Meus netos sempre escutam o que falamos porque sabem que ganham tudo de nós
quando ficam na linha, então, realmente acho que ficará tudo bem. E os caseiros moram na casa
de trás, basta um grito alto e, em uns três minutos, todos aparecem aqui.
É impagável a cara que todos os casais fazem e eu os entendo.
Quando abrimos mão de termos babás, o trabalho se tornou ainda mais difícil, e isso
inclui o casal ter um tempo a sós. Claro que, pela idade deles, agora já é uma fase mais fácil,
mas, ainda assim, é cansativo.
Contudo, não me importo, pois o retorno é muito gratificante. Chegar em casa e ver meus
filhos ansiosos por um tempo comigo, ou os finais de semanas em que sempre fazemos algo
especial juntos… nada disso tem preço!
E o melhor de tudo: dormir todos os dias ao lado da mulher que amo, a minha eterna
namorada e esposa.
Faço um carinho em seu cabelo e ela se encosta ainda mais em mim, toda manhosa.
— Miguel e Kevin acabaram de mandar uma foto — Noah diz e nos mostra.
Meus irmãos mais novos, que foram adotados bem depois de nós, decidiram passar o
Natal no orfanato, junto com as crianças, e irão se juntar conosco no Ano Novo.
Ainda me lembro dos nossos pais nos contando sobre a adoção, com medo de que
ficássemos chateados ou que nos sentíssemos substituídos, mas foi a melhor coisa que eles
poderiam ter feito.
Os dois são incríveis e vieram agregar ainda mais amor à família. O início foi
complicado, porque eles já tinham consciência do que acontecia ao redor e moravam na rua, em
um estado de calamidade total. Mas, depois que conseguiram se abrir conosco, tudo foi se
tornando natural e único.
E parece que somos irmãos desde sempre.
— Nem acredito que eles já têm 20 anos! Faz tanto tempo… Oh, céus! Estou ficando
velha mesmo. — O comentário da mamãe nos faz rir.
A idade já começou a se tornar evidente nos dois, o que deixa meu coração bem
apertadinho, porque não sou nem capaz de me imaginar sem eles, mas agradeço a Deus todos os
dias e peço que nos dê o máximo deles aqui conosco.
Ainda quero que tenham bisnetos, que os encham de amor da mesma forma que fazem
conosco.
A noite se estende por mais algumas horas e, depois, ansiosos por sabermos que amanhã
as crianças ficarão com os avós, vamos dormir para aproveitarmos o que vem por aí.
— Que bom que não desisti de trazer a lingerie preta que comprei na semana passada.
Sinto meu coração gelar e meu pau esquentar quando Laura diz isso antes de entrarmos
no quarto.
— Porra, amor… não brinca assim comigo! Sabe que eu fico animado à toa.
Ela solta uma risadinha.
— Bem, se formos silenciosos, acho que conseguimos iniciar o dia de amanhã no
chuveiro. O que acha?
Não dou nem tempo para ela desistir da ideia e já a carrego para o banheiro.
A viagem será muito melhor do que pensei que seria.
05

Não lembro a última vez que vi o Barbie bêbado. E a real é que eu não estava nem um
pouco com saudades disso, porque ele fica ainda mais chato que o normal, mas isso fez com que
eu refletisse que talvez ele se controle na bebida por conta das crianças.
E isso é algo bem legal.
— Eu não estou babado! — ele se defende.
— Não, no caso você está bêbado mesmo — Jenni diz, se divertindo às custas dele.
Barbie demora a entender que falou errado e fica de pé, tentando fazer um quatro com as
pernas, mas não consegue se equilibrar muito bem e se apoia na parede.
— Quem está bêbado faz isso? — Ele joga os braços para cima e depois para a frente,
descendo rapidamente com o corpo e apoiando as mãos no chão, na tentativa de levantar as
pernas e andar de cabeça para baixo, porém, simplesmente não consegue.
A cena é patética e hilária, até que força demais o corpo e cai por cima da árvore, que vai
com tudo para o chão junto com ele.
A gente levanta no pulo, com medo de ele ter se machucado, mas o doido estende só uma
mão e faz um joinha, nos tranquilizando.
— Eu não acredito que consegui gravar isso! — Laura diz, segurando o celular e
orgulhosa do feito. — Isso é simplesmente a coisa mais sensacional que eu tenho para usar
contra o meu irmão.
Noah e eu vamos até onde nosso querido amigo se encontra e o puxamos de dentro dos
galhos do Pinheiro.
— Ih, alguém derrubou a árvore — diz e realmente parece não fazer ideia que foi ele
mesmo que fez tal coisa. — Essas crianças estão terríveis mesmo… conheço um internato muito
bom para elas, uma bagunça assim é inamidi… inadisi… porra, acho que estou com muito sono
mesmo.
Ninguém consegue se controlar e todos nós rimos.
— Inadmissível, Barbie — Kath fala entre risos. — Realmente quem fez uma bagunça
dessa merece ter um bom castigo.
Barbie ainda tem uns pedaços de folha agarrados na sua roupa, mas ninguém parece
querer falar com ele para tirar.
— Por que não subimos, amor? Amanhã é outro dia e ainda marcamos de fazer várias
coisas com as crianças — Olívia diz, querendo salvar seu homem de mais humilhações.
— Me lembra de conversar com elas sobre o que fizeram na árvore.
Ela coloca as mãos nos ombros dele e vai o empurrando pelas escadas, tentando não rir
demais das besteiras que ele vai falando no caminho.
Me junto aos meus amigos para levantar o pinheiro que é bem pesado e depois tento
colocar os enfeites como estavam antes, mas tenho certeza que ficou ligeiramente torto e um
pouco amassado onde o boneco com vida caiu.
Ficamos mais um tempo com eles e depois subimos.
Entramos sem fazer barulho e encontramos Maggie e Ava dormindo tranquilamente nas
duas camas adicionais que o Jacob colocou em quase todos os quartos para receber bem os
nossos filhos.
Ainda me surpreendo em como Deus foi generoso comigo depois de tantas perdas
dolorosas.
— Será que ele iria gostar de neve igual as suas irmãs? — Jennifer fala ao meu lado,
passando o braço ao redor do meu corpo.
— Eu gosto de imaginar que sim, pimentinha — respondo-a.
Thomas se foi antes mesmo de nascer, mas vive intensamente dentro de nós. Maggie tem
uma ligação forte com ele, sempre sonha, diz que o sente e até mesmo já falou que o viu algumas
vezes no jardim da nossa casa.
Temos uma vida muito boa, somos muito felizes mas… sempre fica aquela sensação de
que falta alguém. E a única coisa capaz de me confortar, além da minha esposa e meus filhos, é
que eu sei que ele está no céu com a minha mãe, sendo tão bem cuidado como seria por nós.
Jennifer fica de frente para mim e alisa o meu rosto.
— Não sei se eu falei hoje, mas tenho muita sorte por tê-lo em minha vida, amor — ela
comenta, com um sorriso bonito e os olhos brilhando. — Você me deu muito mais do que eu
podia desejar e agradeço todos os dias por isso. Nossas filhas são perfeitas, temos tudo o que
precisamos e você… é muito além de qualquer papel de mocinho perfeito que já possa ter feito
na sua época de ator. — Ela faz uma pausa e me beija com doçura. — Eu te amo demais, meu
amor. E apesar das dificuldades que já passamos e das próximas que ainda iremos passar, sei que
o nosso amor é capaz de superar qualquer coisa.
Eu a abraço pela cintura, segurando a vontade de chorar.
— Eu amo você e tudo o que construímos juntos! E estou ansioso por toda a eternidade
que teremos um ao lado do outro.
Ela sorri e nos beijamos novamente.
Jennifer diz que irá tomar um banho e aproveito para ajeitar a cama para dormirmos. Mas
um barulho de pezinhos chama a minha atenção e eu me viro, encontrando Maggie acordada,
coçando o olho e bocejando.
— Papai…
— Oi, meu amor. — Sento na beira da cama e abro os braços para ela, que se joga em
mim na mesma hora. — O que te fez acordar?
Ela boceja novamente, piscando os olhos com lentidão.
— Eu tive aquele sonho de novo.
— Ah, entendi… você quer dormir com a gente?
— Eu já sou muito grande para isso, papai. — Ela apoia a cabeça na minha barriga, quase
pegando no sono e eu aliso seu cabelo comprido e liso, igual da mãe.
— E se for um pedido especial do seu pai, hein?
— Se você precisa de um cafuné, eu posso dormir na cama de vocês, então — diz e eu
sorrio. — Mas só dessa vez, papai. Senão você vai ficar muito mal-acostumado.
Maggie sobe na cama e ajeita um travesseiro para ela e sua irmã, entre o meu e o da
Jennifer, já sabendo que eu pegarei a Ava. Eu me levanto e a pego no colo, que se mexe um
pouco, mas não acorda, mesmo quando a coloco deitada.
Jennifer sai do banheiro alguns minutos depois, a tempo de ver as suas filhas se
aconchegando uma na outra para dormir.
— Viu? É disso que estou falando… nós somos muito sortudos — minha esposa diz
antes de se deitar, ficando ao lado da Maggie, enquanto eu fico ao lado da Ava. — Nada paga
esses momentos.
Assisto enquanto ela se cobre e faz o mesmo com as meninas.
Meu Deus, como eu as amo!
Antes de decidir dormir, ela sussurra um boa-noite e eu mando um beijo, mas sou incapaz
de fechar os olhos antes de gravar essa cena na minha cabeça, querendo eternizá-la e pedindo
para o tempo passar bem devagar, para que eu possa aproveitar o máximo dessa sorte que nós
temos.
06

Fico olhando meus filhos dormindo enquanto espero Emma voltar da cozinha. Não
entendi muito bem, mas parece que ela queria comer mais alguma coisa antes de dormir.
Mexo um pouco no celular, vejo as postagens das pessoas com suas famílias na ceia e
quando o quarto se ilumina um pouco com a minha ruiva abrindo a porta, eu já sei que ela
aprontou.
Emma se aproxima e senta de lado no meu colo.
— O que você fez, amore?
Ela me dá um selinho e depois mordisca o meu lábio inferior.
— Você terá que ver, vem comigo.
Minha esposa sai do meu colo, segura na minha mão e me puxa para o terceiro andar da
casa, que foi recém-reformado e adicionado mais alguns quartos.
Em breve essas crianças serão adolescentes e não vão querer dividir o quarto conosco,
então já estou me adiantando quanto a isso. Mas ainda não estamos o utilizando porque falta uma
boa parte da mobília e da decoração.
Nós entramos no último quarto, o mais distante de todos, e me surpreendo quando vejo
uma colcha bem grossa no chão e várias velas pequenas ao redor dela.
Vou olhando tudo com atenção, e é impossível não ver alguns brinquedos do lado direito.
Pregadores de mamilos, chicote com tiras de couro, mordaça e separador de pernas.
Meu pau fica duro dentro da minha cueca assim que vejo tudo, e ele lateja ainda mais
quando Emma tira o seu vestido e revela uma lingerie também de couro, que tem um zíper na
parte da calcinha e dois buracos no sutiã, deixando seus seios expostos.
Cazzo!
Eu a ensinei bem demais, e por mais que a minha ruiva adore ser dominada e submissa, a
tortura é sempre para ambos.
Emma sempre consegue me surpreender, se mostrando ainda mais gostosa e boa pra
caralho no que faz.
Ela fica de joelhos em cima da colcha, prende o cabelo em um rabo de cavalo bem firme
e me encara, esperando que eu faça o que nós dois queremos.
Já tiro a minha roupa, ficando completamente nu. O olhar dela vai até meu pau duro,
encostado em minha barriga e consigo ver a sua respiração pesar.
Passo por ela, pego a mordaça e me abaixo, fazendo com que abra a boca para encaixá-la
ali e prendo na parte de trás da sua cabeça.
— Você precisa ser silenciosa! — digo, encarando-a.
Ela apenas concorda.
Nós fazemos isso há muito tempo, ela já sabe qual é a palavra-chave que tem que falar
caso esteja demais e eu também conheço os seus limites.
Se bem que ela quase não tem mais nenhum, o que é enlouquecedor.
Seguro o seu cabelo e puxo a sua cabeça para trás com um pouco de força, mas sem
machucá-la. Deixo seu pescoço livre para mim, e beijo ali, descendo lentamente pelo seu peito e
chegando em seus seios, que já estão intumescidos.
Emma adora ser estimulada nessa região, então eu apenas passo a língua ao redor,
deixando-a ficar ansiosa, depois continuo descendo até o seu umbigo e mordo essa área.
Eu a deito no chão e volto a ficar de pé.
Dessa vez, pego uma das velas que havia visto que era própria para uso corporal e
também os pregadores de mamilos.
Minha ruiva abre as pernas quando eu me ajoelho entre elas e me concentro para não
abrir o zíper da sua calcinha e fodê-la agora, deixando todo o resto para depois.
O olhar de ansiedade dela, me deixa fervendo como a porra do inferno.
Suspendo a vela acima do seu corpo e a tombo de lado, fazendo com que comece a pingar
em sua barriga e escorra por lá.
O óleo que sai, fica quente nos primeiros segundos, depois esfria rapidamente.
Miro em cima de um dos seus seios, deixo que caia uma boa quantidade nele e ela fecha
suas pernas ao redor do meu corpo, excitada.
Deixo a vela de lado e esfrego a ponta dos meus dedos em seus mamilos de maneira
ligeira e forte, escutando um gemido abafado dela.
Não consigo controlar meu sorriso de satisfação.
Sem me demorar muito, coloco os pregadores em cada um deles, deixando-os bem firmes
e me deliciando com a cena.
Minha mulher é gostosa demais, isso é enlouquecedor.
Espalho o óleo da sua barriga em minhas mãos, abro as suas pernas novamente e lambuzo
as suas coxas e virilha.
Deixo que um dos meus dedos entre pela lateral da sua calcinha e vou direto para o seu
clitóris, massageando-o com movimentos circulares, querendo deixá-la encharcada para mim.
Emma me encara, controlando os movimentos do seu corpo, mas seu olhar desesperado é
o suficiente para que eu saiba o quanto ela me quer dentro dela.
E, porra, eu quero demais isso também.
Tiro o meu dedo e abro o zíper bem devagar, vendo a sua boceta perfeita e molhada
brilhar para mim.
Me estico para pegar o chicote e depois afasto a sua perna ao máximo, ignorando o
quanto meu pau lateja desesperadamente.
Passo as tiras com delicadeza por dentro das suas coxas, depois pela sua barriga e até em
seu rosto. Ela anseia para saber onde irei bater primeiro, e eu faço isso na lateral da sua bunda,
um lugar que ainda não havia dado atenção, depois perto da sua virilha e, por fim, deixo que as
fitas de couro resvalem pelos lábios da sua boceta.
Novamente um gemido abafado chega aos meus ouvidos.
Bato algumas vezes entre seus lábios, colocando a força certa para que seja
dolorosamente gostoso.
Ela praticamente rebola no chicote e eu aliso o meu pau com a mão livre enquanto
assisto. Até que fica difícil demais apenas observar e eu puxo a sua cintura mais para perto de
mim, a ergo levemente e enfio meu pau todo de uma vez dentro dela.
Caralho!
É impressionante que sempre sinto como se fosse a primeira vez, quando a minha ruiva
ainda era virgem e alheia aos meus fetiches.
Respiro fundo, tentando manter o controle e me ajeito melhor para poder fodê-la até que
não aguente mais.
Minha virilha se choca com a dela a cada movimento de vai e vem, o barulho é alto e eu
só espero que ninguém nos ouça.
Aperto um pouco os dois pregadores, aumentando a pressão nos seus mamilos e a encaro
sem desviar meus olhos dos dela enquanto deixo meu pau ser engolido pela sua boceta gulosa.
Viro-a de costas, saindo rapidamente dela e faço com que fique de quatro. Termino de
abrir todo o zíper da calcinha e ela cai entre suas pernas, não tendo mais nada que me atrapalhe.
Passo meu pau no meio da sua bunda, esfregando a cabeça no seu cu e depois desço e me
encaixo novamente em sua boceta.
Eu vou ao inferno e volto quando ela o pressiona dentro dela, o esmagando e quase
tirando o meu ar.
Automaticamente, dou um tapa no lado direito da sua bunda, saio quase todo dentro dela
e em um movimento bruto, volto com tudo, indo fundo e soltando um gemido.
Seguro o seu cabelo, novamente puxando com força e fazendo com que vire o rosto para
mim.
Ela me encara como a safada que é quando estamos a sós, e eu a estoco desse jeito, sem
que olhe para nenhum outro lugar além do seu homem.
Emma choca o seu corpo contra o meu, querendo mais e eu solto seu cabelo para poder
segurar em sua cintura com as duas mãos.
Fodo a minha ruiva com raiva, enlouquecido de tesão, mas me controlando ao máximo
para não gozar agora.
Pego o chicote novamente e o estalo em sua bunda várias vezes, deixando-a bem
vermelha e provavelmente ardida.
Meu corpo todo estremece, minha vista fica escura e eu sei que não vou aguentar por
muito mais tempo.
Levo minha mão até o seu clitóris e o estimulo enquanto a fodo. Emma segura a colcha
com força, afundando as suas unhas nela e também tentando prolongar esse momento.
Pressiono o meu polegar em seu cu bem devagar e vou deixando que entre aos poucos,
todo ele, e a minha submissa joga a cabeça para trás, querendo gemer, mas sem conseguir nada
além de emitir um som abafado.
Sinto a boceta dela me espremer novamente, até que seu gozo deixa tudo mais melado.
Eu ainda continuo, até que meu pau começa a despejar minha excitação e saio de dentro da
minha ruiva para gozar no meio da sua bunda gostosa.
Desabo ao lado dela, tiro a sua mordaça e fico alguns segundos olhando para o teto,
tentando reagir.
Emma vem para cima de mim e senta no meu colo.
— Você é sempre incrível, amore.
— Eu tive um ótimo professor.
— O quão homem das cavernas eu pareço se falar que é uma satisfação do caralho saber
que só eu estive dentro de você?
Ela ri e aproveita para tirar a parte de cima da lingerie.
— Totalmente, mi amore. Mas eu não me importo, é excitante saber que de tantas outras
experientes, eu que fiquei com o coroa gostoso!
— Bom, já estou ficando grisalho e você não parece ter saído dos 20… acho que não
posso mais ficar contrariado com os seus comentários me chamando de velho.
Ela ri e se abaixa para me beijar.
Emma pega algo debaixo da colcha e tira três camisinhas de lá. E ainda com a boca
colada com a minha, ela diz:
— Ainda tem um lugar que você não deu a devida atenção, Jake.
Filha da puta!
Meu pau fica duro na mesma hora, e eu percebo que realmente ela tem uma energia sem
fim, e eu amo isso.
07

Preciso lembrar de não pegar pesado assim novamente, nunca mais.


Todos os nossos amigos já saíram, foram aproveitar a tarde sem os filhos e
provavelmente transar feito loucos, que era o que eu pretendia para o final da minha noite se não
tivesse ficado tão louco.
Certeza que batizaram a minha bebida, mas provavelmente quem fez isso fui eu mesmo.
Tenho quase certeza que misturei a tequila de Emma com o meu uísque.
Impossível isso ter um bom resultado.
— Quer mais água, amor? — Olívia pergunta enquanto termina de vestir a roupa para
esquiar.
Eu realmente não tenho a mínima possibilidade de fazer qualquer atividade física, muito
menos uma radical, como esquiar, andar e respirar. Tudo isso pode ser muito perigoso para
alguém no meu estado.
O único problema é que eu não sei falar não para as crianças, então mesmo com uma
ressaca muito fodida, irei com eles, Olívia, Justin e Liz. Como sempre tem alguma criança que
decide não participar quando chega lá, me aproveitarei disso para não fazer nada além de
companhia a ela.
— Não, amor. Já estou novinho em folha! — minto na cara de pau e ela ri.
Olívia confere o look na frente do espelho e passa a mão pelo corpo, gostando de como a
roupa de proteção ficou muito bem nela.
Mas absolutamente qualquer coisa que ela vista fica muito bom, não existe um defeito
nessa mulher, até a sua cicatriz no joelho a deixa ainda mais bonita e única.
Tendo que usar toda a minha força, me levanto e também termino de vestir a roupa que
havia começado há quase uma hora, mas tive que parar porque parecia que o mundo estava
girando rápido demais.
Olívia me ajuda com o zíper, que é na frente, mas parece tão difícil quanto o que fica
atrás e eu ainda ganho um selinho de brinde.
— Tem certeza que quer ir? Posso dar conta junto com os outros adultos. Ainda vou ter o
apoio da Milla e da Ash.
— Eu vou, prometi que iria.
Ela sorri e beija a minha bochecha.
— Você não sabe mesmo dizer não a eles.
É exatamente o que eu havia pensado minutos antes, e isso é um fato consumado.
Nós dois descemos e as crianças já estão todas prontas, empolgadas para curtirem o Natal
do jeitinho que gostam: gastando muita energia.
Primeiro, nós tiramos uma foto todos juntos e aproveitamos para gravar um áudio bem
confuso, desejando feliz aniversário à Claire, filha do Christopher e da Hope, um casal de amigos
muito queridos.
Sempre vamos às suas festas, mas como dessa vez nós viajamos, prometemos que
faríamos algo juntos depois.
Pegamos três carros e nos dividimos neles.
Graças a Deus a Olívia sabe dirigir, pois hoje eu realmente estou só o corpo porque a
alma ficou no ontem.
— Tio Barbie, quais esportes você sabe fazer? — Pietro pergunta e eu paro para pensar
antes de responder.
— Alguns como, esqui, surf, natação, skate, ciclismo, patins…
— Você sabe andar de patins? — ele pergunta, encantado. — Uau, você é demais, tio.
E esses comentários assim me deixam bobo demais, enchem meu coração de amor.
Explico a ele que a tia Olívia era patinadora profissional e que, hoje em dia, gosta de
patinar tanto no gelo quanto no asfalto e, por conta disso, eu aprendi para termos mais uma coisa
que podemos fazer juntos.
Na verdade, aprendi isso e mais um monte de outras coisas que nunca tive interesse antes,
mas acho que relacionamento é isso, se interessar pelo que o outro gosta.
— Por isso você está tão em forma, tio Barbie — Milla comenta e eu pisco para ela pelo
retrovisor. — Ainda estou me sentindo dolorida das primeiras semanas na academia, mas estou
gostando muito.
Milla decidiu que queria começar a treinar e é claro que fiz questão de apoiá-la e
incentivá-lá. Nós malhamos pelo menos duas vezes juntos na semana.
Indiquei uma boa personal, porque jamais deixaria que um homem ficasse tão perto dela
todos os dias, ainda mais nessa época em que seus hormônios já devem estar gritando querendo
por… Jesus! Não quero pensar nisso, mas, enfim, fico muito feliz que ela esteja com esse
interesse no autocuidado.
E também fico aliviado por praticamente todos nós termos uma academia em casa, assim
não preciso usar meus conhecimentos de advogado para me salvar de uma prisão por homicídio
após matar esse bando de velhos tarados que ficam babando em meninas mais novas.
Céus… esse com certeza é um dos motivos pelos quais não quis ter filhos! Sem dúvidas
viria menina, mesmo se eu tentasse mil vezes, seriam mil meninas, porque o karma tarda, mas
não falha.
E ele está dando um jeito de chegar com tudo, porque meus amigos fizeram muitas filhas
mulheres.
Ok, preciso respirar, vou acabar hiperventilando.
Chegamos na estação de esqui e estacionamos. Nos juntamos em um enorme grupo,
damos aquele sermão de sempre nas crianças sobre sempre ficarem juntas e que caso se percam,
devem vir para esse ponto inicial ou procurar algum dos funcionários para que possam falar nos
alto-falantes.
Graças a Deus nunca aconteceu de nenhum deles se perder, mas morremos de medo
porque são muitos e crianças são terríveis, mesmo eles que costumam respeitar o que pedimos.
Adam tem mostrado alguns traços de uma possível rebeldia chegando, mas nós temos
uma boa relação e espero que essa fase não mude isso, porque quero ser um amigo que mostrará
o melhor caminho das coisas para ele.
Noah que se prepare, porque independente de rebeldia ou não, Dam tem uma
personalidade muito forte.
— Tio Barbie, não quero esquiar hoje — Brandon fala ao se aproximar de mim. — Na
verdade, eu queria ter ficado em casa!
— Podemos ficar juntos lá em cima, o que acha?
Ele concorda e coloca as mãos dentro dos bolsos da sua jaqueta.
Sorrio com a cena, porque ele emburrado fica a cara do Jacob. Até as suas poses são as
mesmas.
Nós pegamos o teleférico para subir até onde os visitantes descem esquiando e é uma
barulhada que só Deus, com as crianças falando as manobras que querem fazer.
— Giu, vamos descer juntas — Giovanna fala para a irmã, que concorda e segura na mão
dela. — Sempre juntas!
— Sempre!
Isso faz com que eu me lembre da minha irmã e a promessa que fizemos e ainda
cumprimos de sempre estarmos juntos.
Ela é o meu orgulho!
Vejo tudo o que já passamos, o que ela teve que enfrentar e a família linda que construiu
com o meu amigo traíra.
Sou feliz que ela tenha encontrado o Bryan e apoio muito o relacionamento deles, mas
isso não significa que um dos meus amigos mais próximos deveria ter ficado com a minha irmã.
Está no manual dos homens e é uma das primeiras regras: “Não cobiçar a mulher, nem as
irmãs do próximo.”
Mas, pelo menos, ela escolheu alguém que nunca a magoará. Sei disso porque além de já
ter feito várias ameaças a ele, conheço o coração do Bryan e o quanto ele a ama.
Kirsten passa correndo quando o teleférico para e segura na mão da avó Liz. E eu ainda
fico admirado em como ela é idêntica a Laura, mesmo sem ter nascido dela.
E isso me faz pensar em como todos nós somos uma família incrível e em como eu amo
muito os meus amigos e as coisas que eles fazem.
Todos são generosos e têm corações enormes! Cada casal tem uma história de superação
e amor mais bonita que a outra, cada um de nós passou por momentos extremamente difíceis,
mas não desistimos, lutamos por um futuro bonito e conseguimos chegar nele.
Já ouvi muitas pessoas falarem que todos nós somos Opostos aos outros, e eu até acho
que eles têm razão, mas nada é mais forte e importante do que o amor que existe nessa família.
Posso então dizer que a família Opostos é completa em tudo que é mais importante.
E eu não poderia ser mais feliz por fazer parte disso!
CAPÍTULO BÔNUS

Muitos anos depois.

Estaciono meu carro na vaga destinada a ele, mas diferente do que costumo fazer todos os
dias, fico mais um tempo ali dentro, esperando a hora passar e torcendo para que esse mal-estar
terrível acabe.
Sempre soube que a faculdade de medicina seria muito puxada, tenho minha mãe como
exemplo e sei muito bem o quanto ela abdicou de muitas coisas para ser a neurocirurgiã mais
procurada e renomada de Nova Iorque.
E ela é a minha inspiração, não só para isso, mas para muitas outras coisas.
Sou muito sortuda em ter pais que também são meus amigos e que fazem com que me
sinta à vontade com eles para ser quem eu realmente sou.
— Cazzo! Devo estar com a imunidade baixa novamente. Preciso mesmo controlar o que
tenho comido! — falo sozinha ao sentir o desconforto vir com força. — Um ótimo exemplo para
quem é uma futura médica.
Saio do carro com a minha bolsa no ombro e, antes de entrar em casa, paro para falar com
os cachorros, que me enchem de lambidas enquanto eu retribuo com uma coçadinha na orelha
deles.
— Gio? — Escuto meu pai, que aparece na porta logo depois.
Ele abre um sorriso enorme, como se estivesse me vendo depois de anos de distância e
vem ao meu encontro com um abraço gostoso.
Jacob Ramsey é o melhor pai do Universo, ninguém se compara a ele, nem mesmo meus
tios que também são incríveis com seus filhos.
E não falo isso por ele nos dar tudo o que queremos, falo por ele ser presente, carinhoso,
estar sempre ao nosso lado e por fazer tudo pela nossa felicidade.
— Buonasera, pai.
— Tudo bem, querida? Está se sentindo mal novamente?
Ele me viu passar mal algumas noites atrás e até fomos na emergência, mas meus exames
estão impecáveis, nada que indicasse algo para explicar o porquê de estar assim.
Porém, eu acredito que seja o cansaço, tenho estudado muito, dormido pouco e comido
menos ainda.
— Só um pouco, pai, mas acho que se eu fizer um lanche vai melhorar.
Ele concorda e vamos até a cozinha.
Até me prontifico a fazer, mas ele pede para que eu fique sentada e faz tudo com calma e
cuidado, caprichando nas coisas que sabe que eu gosto.
— Seus tios querem saber se você vai querer viajar com eles no próximo feriado —
pergunta enquanto capricha no lanche.
— Quais deles?
Meu pai sorri pela pergunta, porque realmente tenho muitos tios, que variam entre os dois
de sangue e os outros que são amigos do papai há muitos anos e mais parecem irmãos também.
— Matteo e Francesco, figlia.
— Para Itália? — Ele confirma com a cabeça. — Com certeza! Seria ótimo descansar no
vinhedo do tio Matteo.
Francesco é o irmão do meio e Matteo o mais novo. A relação do tio Fran e do meu pai
sempre foi boa, em exceção por uma fase em que eles ficaram sem se falar.
Já o Matteo entrou em nossa vida muitos anos depois, mas ele é incrível e tem um
temperamento idêntico ao do seu irmão mais velho.
Ele mora na Itália até hoje, tomando conta da sua vinícola, que era herança dos três,
porém hoje é apenas dele.
Para mim, lá é um lugar mágico, que me faz muito bem e eu passo horas deitada debaixo
da árvore no final do vinhedo.
As uvas têm um cheiro delicioso e o vinho é um dos melhores do mundo, inclusive ganha
vários prêmios todos os anos.
— Depois confirma com o Matteo, ele disse que quer te mostrar as novidades e o seu
primo está cheio de saudades.
O filho dele tem seis anos e é um amor, muito comportado e educadíssimo. Eu me derreto
de amores o ouvindo falar em italiano, é incrível.
Meu pai coloca o prato de sanduíche na minha frente e eu devoro em minutos, sendo
observada por ele. Depois tomo todo o suco e lavo a louça.
— A Giu já chegou? — pergunto.
— Sim, parece que ela não teve aula hoje e voltou bem cedinho.
Não teve aula? Ué!
Estranho, ela teria me falado.
Sinto um nó se formar em minha garganta. Me despeço logo do meu pai e informo que
passarei o resto do dia estudando na biblioteca da mamãe. Ele beija o meu rosto e diz que estará
no escritório caso eu precise de algo.
Passo primeiro em meu quarto para colocar uma roupa mais confortável, mas corro até o
banheiro quando a minha boca começa a salivar demais e abro a tampa do vaso a tempo de
vomitar todo o lanche.
Minha cabeça dói pela pressão e eu fico mais um tempinho ali, para ter certeza de que
não tem mais nada para sair e depois decido tomar um banho quente.
Não faz o menor sentido eu estar me sentindo assim.
Será que é algo no estômago? Mas se fosse, apareceria nos diversos exames que já fiz.
Saio do banho, seco bem o meu cabelo, coloco um shortinho de elástico e uma regata, me
penteio e pego meu notebook.
Dou uma passadinha no quarto da minha irmã, só para saber a verdade por trás dela ter
vindo embora cedo, mas antes de bater na porta que está entreaberta, escuto um barulho alto
vindo lá de dentro.
Entro rápido, preocupada, e a encontro abraçada com o vaso e a mamãe segurando em
seu cabelo.
— Você também está passando mal?
Mamãe me olha, com a testa franzida.
— Você vomitou, meu bem? — Confirmo. — Bem, queria poder dizer que foi algo que
ambas comeram, mas… você não comeu isso ainda, eu acho.
O que a minha mãe está falando?
Giulia ri depois que termina de vomitar e levanta para lavar a boca.
— Desculpa, irmã… mas acho que por minha causa e nossa conexão, você passará muito
mal nos próximos meses.
Ok.
Agora as duas não estão falando nada com nada.
— Vocês podem me explicar o que está rolando?
Elas se encaram e minha mãe suspira, mas deixa que a minha irmã conte.
— O que mamãe quis dizer sobre “algo que você não comeu”, seria… pau!
— Pau? — As duas confirmam. — Pau madeira ou pau pênis?
Minha mãe solta uma risada, mas parece que é mais de desespero do que de estar
achando engraçado.
— Pau pênis, aquele que você nunca tocou sem ser na faculdade… o mesmo que solta
um certo líquido que tem vários nadadores prontos para encontrar um útero disponível.
Não!
Não pode ser!
Não pode ser de jeito nenhum!
— Giulia, você está grávida? — Minha voz sai muito alta e ela coloca as duas mãos na
minha boca, desesperada.
— Você quer que todo o condomínio escute? — me repreende e depois libera a minha
boca. — E, sim, eu estou grávida… — Ela pega os três testes de gravidez que eu não tinha
reparado que estavam em cima da pia até agora e vejo que todos marcaram positivo. — Descobri
alguns minutos atrás, com a mamãe.
Fico olhando para os testes, sem acreditar no que estou vendo.
Nós fizemos 20 anos recentemente, ainda estudamos e somos solteiras. Giulia tem uma
vida sexual e amorosa ativa há alguns anos, enquanto eu sigo virgem e só dei alguns beijos na
boca, mas nada absurdo.
— Meu Deus… o papai vai surtar ao descobrir.
Ela concorda, ficando com os olhos marejados e claramente desesperada.
Eu abraço a minha irmã, mas sei que isso infelizmente não ajuda em muita coisa.
Mamãe está quieta ao nosso lado, provavelmente decepcionada, porém pronta para
embarcar nisso e se tornar a melhor avó do mundo, porque ela é incrível e não saberia ser
diferente disso. Mas provavelmente sua preocupação está na questão do papai.
— Giulia, toma um banho, se acalma e descansa um pouco — nossa mãe diz. — Não
precisa contar hoje para o seu pai, mas tem que ser muito em breve.
Ela abre a porta para sair do banheiro, mas fica congelada no mesmo lugar. E pelo reflexo
do espelho na minha frente, vejo o papai do outro lado da porta.
Fodeu!
Pela cara dele, é óbvio que ouviu o suficiente.
— Querido, vamos lá para a sal…
— Eu vim contar que o Brandon ligou, avisando que vai trazer alguns amigos para casa
hoje, mas parece que não será um bom dia para isso.
Ele está falando com um tom de voz neutro, e isso é muito, muito ruim, porque ele é
sempre muito caloroso com a gente.
— Pai… — Giulia se afasta de mim e se aproxima dele, mas ele continua parado, sem
esboçar nenhuma reação além de choque.
— Giulia, faça o que a sua mãe pediu. Tome banho, descanse, mas antes da janta, você
irá até o meu escritório e nós teremos uma conversa, a sós.
Sinto um frio na minha espinha e tenho certeza que isso foi algo da nossa conexão,
porque vejo daqui o seu corpo estremecer.
Ela não fala mais nada e apenas assente, sem saber como reagir com ele desse jeito.
Só sei que se fosse comigo, eu desabaria de chorar até desidratar, mas entre tantas
diferenças que nós temos, essa é a mais gritante.
Giulia é muito forte e dessas que guarda o choro para quando vai deitar em sua cama. E
eu tenho certeza que nesse momento ela só quer o chuveiro para poder fazer isso em paz.
Mamãe e eu saímos do quarto, deixando-a sozinha, mas informando que estaremos aqui
se assim preferir.
— Você tem alguma noção de quem é o pai? — minha mãe pergunta quando entramos na
biblioteca. — Eu nem cheguei a perguntar porque ainda estava tentando absorver os resultados
iguais nos três testes.
— Mãe, não quero mentir para a senhora, mas acho melhor a Giu falar sobre isso.
Mamãe sorri e beija a minha testa.
— Às vezes, eu esqueço de como você é incrível, meu bem… e foi uma boa decisão! Só
perguntei porque sinceramente não consigo imaginar quem seja.
Bom, eu tenho um bom palpite, levando em conta que tem um cara específico que a
minha irmã sempre fica.
Mas, sinceramente, não sei como eles lidarão com isso se for ele.
Meus pais não vão ficar nada felizes em saber que alguém que frequenta a nossa casa,
engravidou uma de suas filhas.
Vai ser uma noite muito longa para a minha irmã.

FIM.
Que alegria ter você comigo até aqui, onde eu tiro um tempinho para expressar
minimamente a minha gratidão por pessoas que, de alguma maneira, foram importantes para
mim e também para a conclusão desse livro.
Vou começar agradecendo a você, leitor, que deu mais uma chance para um livro meu
e eu espero de coração ter suprido a sua expectativa. Mas caso isso não tenha acontecido, tudo
bem, faz parte. Ainda assim, sou grata a vocês por terem lido uma obra minha.
Um agradecimento mega especial à Evelyn Fernandes, que é a minha melhor amiga,
beta, revisora e mais um monte de outras coisas, inclusive, a primeira pessoa que não me deixa
desistir quando tudo está um caos. Obrigada por ser quem é, amiga! Eu te amo!
Agradeço à Marcielli, por ter feito a revisão com a Evy, mesmo nessa correria louca.
Quero agradecer a mim também, acho que nunca tirei um tempinho para fazer isso.
Mesmo diante de dores diárias, mil coisas para resolver no meu dia a dia e uma voz no fundo da
minha cabeça que sempre quer me fazer desistir, eu sigo aqui, tentando sempre evoluir
profissionalmente para trazer bons livros a vocês.
Mais um livro concluído com muito trabalho, dedicação e desespero!
Espero reencontrá-los em uma próxima obra.
Um grande beijo.
K.A PEIXOTO!
Para Sempre Minha: A Redenção do CEO - (Livro único).

Sinopse
CHEFE X FUNCIONÁRIA + FAST BURN + AGE GAP + GRUMPY X SUNSHINE.
Marcus Castelo é fundador e CEO da Imobiliária Castelo.
Ele é um homem fechado, sério e de poucos amigos. Depois de ter passado por coisas muito
difíceis, ele não se acha mais digno e nem merecedor do amor das pessoas ao seu redor.
Frequentador assíduo de um clube de swing, ele se vê interessado demais em uma mulher que
ficou e se foi logo depois, sem dar chances para que ele a conhecesse.
O que ele jamais imaginaria, é que a morena que ficou rondando os seus pensamentos, é a sua
nova estagiária.
Gabriela Paranhos acabou de fazer 20 anos e conseguiu o estágio dos sonhos na maior e melhor
imobiliária do Rio de Janeiro. Para comemorar, foi ao clube de swing com a sua amiga e se
envolveu com um homem que a fez sentir coisas jamais experienciadas.
Sua primeira semana no trabalho novo é empolgante ao mesmo tempo que é tensa, porque ela
não entende a razão do seu chefe não gostar dela sem motivo algum. E é quando ela volta à casa
de swing e o encontra lá, que descobre o porquê das atitudes dele.
O tesão entre os dois falará mais alto que a razão, e eles se verão em situações difíceis sem
conseguir separar o pessoal do profissional.
Série Gorillas - Livro 01

Sinopse
Comédia Romântica + Enemies to lovers + Vizinhos + Quarterback x Fisioterapeuta +
Slow burn
Hope Donavan tem 25 anos e é fisioterapeuta. Há pouco tempo recebeu diversas propostas dos
maiores times de futebol americano, depois da sua clínica e seu trabalho ganharem relevância no
mercado esportivo.
Christopher Galanis é o quarterback do Gorillas, um dos maiores times da NFL. O QB é muito
conhecido fora do campo por sua vida íntima estar sempre envolvida em polêmicas e exposta em
todos os veículos de notícias.
Os dois são vizinhos há dois anos e não se gostam.
Hope reclama que ele sempre faz festas barulhentas demais, tirando a sua paz. E ele acha que ela
reclama sem necessidade, apenas para atrapalhar a sua vida.
Mas agora ela foi contratada pelo Gorillas e os dois trabalharão lado a lado, tendo que suportar a
presença um do outro todos os dias.
E para piorar o que já era ruim, uma foto comprometedora dos dois é divulgada e eles precisam
fingir que estão namorando para que suas carreiras não sejam arruinadas.
Trilogia Opostos - Livro 01

Sinopse
Stranger to lovers + Found Family + Fast Burn
Noah Cooper é um advogado concorrido em Manhattan que virou o queridinho das
famosas. Por mais que ele lide com celebridades, sempre tenta ter o mínimo possível de contato
com a mídia e é extremamente reservado.
Por conta do seu passado, ele vive para o trabalho e não quer um relacionamento
amoroso.
Kathllen Ibrahim é modelo e digital influencer muito famosa, tem a vida dos sonhos, ama
a mídia e a atenção que tem dos seus fãs. Ficou extremamente conhecida depois de ter
participado de um Reality Show e por causa do seu noivado com um cantor mundialmente
reconhecido.
O caminho dos dois se cruzam quando uma história sobre Kath cai na boca do povo e
isso afunda a sua carreira. Ela procura por muitos advogados até que finalmente conhece Noah,
que aceita ajudá-la.
O que era para ser totalmente profissional começa a tomar outro rumo, mas eles estão em
lados opostos nas preferências da vida e carreira. Essas questões e outras pessoas aparecerão para
mostrar a eles que não será fácil ficarem juntos.
Instagram: @autorakapeixoto
Amazon: K.A. PEIXOTO

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