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FUTEBOL DE
JUVENIL
MANUAL EVOLUÇÃO DE
FUTEBOL DE
JUVENIL
ÍNDICE
CA PÍTULO 1
HISTORIA DO FUT EBOL
10
20
DE PRA IA
Origem do jogo CA PÍTULO 3
Revisão histórica: Mundial e DESENVOLVIMENTO
Sul-americana T ÉCNICO DE JOGO
Competições oficiais Técnica do futebol de praia
Guia metodológico para o
treinamento da técnica
Exercícios técnicos
Exercícios de aplicação
Conselho Editorial
Francisco Maturana
Gonzalo Belloso
16
Hugo Tocalli
Reinaldo Rueda
CA PÍTULO 2
Autores PLA NO DE
Francisco Petrasso DESENVOLVIMENTO
Gustavo Zloccowick Implementação de um plano
Carlos Juárez de desenvolvimento de fute-
Alberto Ramírez bol de praia no seu país
Néstor Arrua Massificação do futebol de
Diego Monserrat Praia
Carlos Rogério Thiengo
Desenvolvimento do “meu
time” (clubes, cidades, região)
Editores Executivos
Carlos Rógerio Thiengo
Clarence Acuña
Luis Fernando Ramírez
Ruben Rossi
97
Tática do futebol de praia
Comportamentos táticos,
físicos, técnicos e psicológicos CA PÍTULO 6
de jogadores de futebol de O GOLEIRO DE FUT EBOL
praia
DE PLA IA
Conceitos táticos da fase
História do goleiro de futebol
ofensiva do jogo
de praia.
Construindo um modelo de
Evolução da posição
124
jogo
Importância dos goleiros
Sistemas de jogo de futebol de
Perfil do goleiro
praia BIBLIOGRA FIA
Conceitos táticos da fase
defensiva do jogo
Sugestões de tarefas
¿73
110
CA PÍTULO 5
PREPA RA ÇÃ O FÍSICA PA RA
O JOGO CA PÍTULO 7
O CURRÍCULO E A FOR-
Desenvolvimento fisico do
jogador de futebol de praia MA ÇÃ O DE JOGA DORES E
Métodos de treinamento JOGA DORA S
Prevenção de lesões O currículo ea formação de
Nutrição jogadores e jogadoras
Características gerais do
currículo
A instituição esportiva
Formação integral
Formação esportiva
Mensagem do presidente da
CONMEBOL
Alejandro Domínguez Wilson Smith
A praia, o mar e a bola sempre es- e padronização do futebol de As mil e uma praias que adornam
tiveram ligados. O lazer da vida à praia como esporte organizado os países da América do Sul são
beira-mar facilitou que o jogo de houve um caminho longo, porém a forma de divulgar e popularizar
bola na areia seja parte natural frutífero. a prática do futebol de praia, já
destes momentos vividos sob o com regras definidas, em todo o
sol em busca de diversão e re- Hoje o futebol de praia é a mo- território da CONMEBOL.
laxamento. dalidade de crescimento mais
rápido e com maior futuro A paixão que, paralelamente, o
Dessa faceta no nosso esporte favori- sul-americano sente pela bola e
natural do to. E a América do Sul, pela praia formam uma combi-
tempo de com o privilégio geo- nação mais do que encorajadora
descanso gráfico de suas praias para desenvolver este tipo de fu-
nas praias e o talento para o tebol com potencialidades quase
até a siste- domínio da bola que infinitas.
matização é inerente ao habi-
tante do nosso conti- Campo ideal para que a destre-
nente, tem um papel za física e mental, típica dos ha-
fundamental na sua bitantes de nossos dez países,
posição a nível produza talentos para a prática
mundial. deste esporte, o futebol de praia,
que é uma das melhores cartas
de apresentação da América do
Sul no mundo da bola. A pro-
dução deste manual, promovida
pela Diretoria de Desenvolvimen-
to da CONMEBOL, terá, sem dúvi-
da, um papel preponderante para
o cumprimento desse objetivo.
6
Mensagem do Secretário-Geral Adjunto
e Diretor de Desenvolvimento da
CONMEBOL
Gonzalo Belloso
O aspecto recreativo do futebol Também o faz por meio da orga- Assim, então, somente resta
também tem suas regras. É o que nização de competições conti- convidar a que nos encontremos
nos mostra a modalidade praia, nentais de praia: a Liga Sul-Ame- na praia e a Pensar Grande!
uma das modalidades do futebol ricana de Futebol de Praia - Zona
que mais conquista adeptos nas Norte e Zona Sul foi criada pela
areias sul-americanas. CONMEBOL em 2016, e foi suce-
dida pela Copa CONMEBOL
E que foi justamente nas praias Libertadores de Futebol
do Brasil que o jogo-espetáculo de Praia Masculino e
com a bola virou futebol. pela Copa CONMEBOL
Libertadores de Fute-
Colaboraram as lendas do fute- bol de Praia Feminino,
bol de campo e, após algumas tudo sob a chancela
décadas passeando pelo espe- do Programa Evo-
táculo praiano da bola ao redor lução, da Diretoria de
do mundo, conseguiram conso- Desenvolvimento.
lidá-la como uma disciplina do
futebol, a mais jovem de todas: o
futebol de praia.
7
Introdução
É com imensa satisfação que No capítulo 1 do manual enfo- tos de nosso grande continente.
lhes apresentamos o primeiro camos a origem do futebol de O capítulo 3 foca na formação
Manual de Futebol de Praia ge- praia, sua trajetória histórica em técnica, descrevendo suas pe-
nuinamente sul-americano. É nosso continente e suas princi- culiaridades e formas de treina-
um documento muito rico, ela- pais competições, enquanto no mento por meio de exercícios e
borado pelos maiores especialis- capítulo 2 propomos ações prá- jogos. Por sua vez, o treinamen-
tas do nosso continente e que se ticas para a construção de um to tático é abordado no capítulo
mantém fiel à nossa identidade e plano de desenvolvimento do 4, no qual são explicados concei-
ao nosso DNA futebolístico. futebol de praia considerando tos, princípios e posições.
diferentes realidades e contex-
8
Ao longo do capítulo 5 aborda- O capítulo 6 se centra na formação sários, as etapas do treinamento
mos cada momento do jogo nos dos goleiros do futebol de praia, esportivo, dimensões de desem-
seus detalhes e também propo- sua história, importância e perfil penho e exemplos de formatos
mos várias atividades de treino desejado, finalizando com a suges- de competição.
para cada um deles; as demandas tão de exercícios técnicos e táticos
físicas específicas da modalidade, específicos para os goleiros. Mais uma vez, a CONMEBOL re-
bem como os métodos de treina- gistra conteúdos inéditos que
mento para cada uma das habi- Este manual termina com o ca- vêm das raízes do futebol de
lidades físicas predominantes; a pítulo 7, onde é apresentado um praia. Estamos seguros de que
prevenção de lesões, exemplos guia para a criação de um currí- este manual traz um conteúdo
de microciclos, nutrição e os be- culo de treinamento para jovens diferenciado de contribuição efe-
nefícios do futebol de praia tam- jogadores de futebol de praia, tiva para o desenvolvimento do
bém são destacados. especificando os recursos neces- esporte.
9
HISTORIA DO
1 FUTEBOL
DE PRAIA
Origem do futebol de praia
O homem, em sua ânsia de se por excelência, mas também
sentir e se reconhecer como par- dona do Maracanã, uma das cate- Este esporte
te de um coletivo, é movido por drais do futebol, o Rio de Janeiro,
paixões. teve a habilidade de fazer mágica espetáculo permite o
com sua paixão pela praia e pelo seu desenvolvimento
Sua paixão pelo futebol o leva a futebol: a partir de 1992 sistema- tanto em ambientes
experimentar e sentir entusias- tizaram e regulamentaram aque-
mo pelo esporte em diferentes la explosão de bolas rolando nas
naturais como artificiais
áreas. Um dos cenários mais pi- areias de Copacabana, Leblon, Ti- e proporciona jogadas
torescos é a praia, onde existem juca, Leme ou Ipanema. acrobáticas, um maior
infinitos espaços delimitados número de gols e
pelos mais diversos elementos, Estes encontros, regidos pelo
onde a sua devoção se desenvol- primeiro regulamento de 1992,
um ambiente festivo
ve de maneira informal. O Brasil, convocaram ex-mundialistas e at- onde torcedores e
país reconhecido não só por suas letas de renome como Eric Canto- espectadores desfrutam
belas praias, mas também por jo- na, Julio Salinas, Romário, Junior, tanto do sol, da água
gadores de excelência, inicia um Zico e Olarticoechea, que enobre-
esporte-espetáculo chamado fu- ceram os eventos, dando-lhes no- e da praia, como também
tebol de praia. toriedade e atraindo a cobertura de sua verdadeira paixão:
televisiva e publicitária. o futebol de praia.
Uma emblemática cidade litorâ-
nea, sinônimo de mar, sol e areia
11
Revisão histórica: mundial e
sul-americana
No verão de 1993, em Miami, Es- A Europa, que acompanhava de o vencedor da primeira Copa do
tados Unidos, os primeiros jogos perto o desenvolvimento do fu- Mundo organizada pela a FIFA foi
de futebol de praia foram reali- tebol de praia, criou em 1998 a pri- a França, após vencer Portugal na
zados no nível das seleções. Este meira Liga Europeia com o apoio final.
evento contou com a participação de promotores e a confiança dos
de países como Argentina, Brasil, meios de comunicação. As Copas do Mundo se seguiram
Itália e Estados Unidos. A empre- ano após ano, e o Brasil volta a
sa responsável pela organização A hegemonia do Brasil sobre o recuperar o domínio nos anos de
do evento foi a Kock Tavares e a restante das seleções ficou evi- 2006 e 2007, sendo mais uma vez
transmissão ficou a cargo da Rede dente, já que em dez campeo- coroado campeão.
Globo. natos mundiais realizados, sa-
grou-se campeão nove vezes. Um O campeonato mundial chega à
Nos anos seguintes, foram reali- desses campeonatos - o de 2001 Europa em 2008. A sede foi em
zados campeonatos nacionais e foi conquistado por Portugal, Marselha, França, e contou com
internacionais, que despertaram com o Brasil ficando, na época, a participação de Argentina, El
grande atração não só no Bra- fora do pódio após perder para a Salvador, Brasil, Uruguai, México,
sil, mas também na Europa e no Argentina. Itália, Portugal, França, Japão,
resto do mundo, que acompan- Emirados Árabes Unidos, Irã, Es-
havam atentamente a evolução Depois que o futebol de praia co- panha, Israel, Ilhas Salomão, Ca-
do esporte. Paralelamente, exe- meçou a se espalhar pelo mundo, marões, Senegal e Rússia. O cam-
cutivos da FIFA foram convidados a FIFA o incorpora à sua família peão: Brasil. No ano seguinte, a
a presenciar os encontros, com o em 1º de fevereiro de 2005 e or- Copa do Mundo foi realizada em
objetivo de cativá-los com a bela ganiza a primeira Copa do Mundo Dubai, onde novamente o Brasil
disciplina que crescia a passos fir- de Futebol de Praia em Copaca- ergueu a taça do campeonato
mes. bana, Brasil, reunindo mais de com seu grande jogo técnico e
10.000 espectadores no estádio gols acrobáticos.
Já no ano de 1995 foi realizada a e uma multidão do lado de fora
primeira Copa do Mundo de fute- buscando ver seus ídolos e torcer Depois desse evento, a FIFA de-
bol de praia, em Copacabana, no para sua seleção. Entre os joga- cidiu realizar a Copa do Mundo
Rio de Janeiro, onde o Brasil se dores mais destacados estavam a cada dois anos, formalizando
consagrou como o primeiro cam- Romário, do Brasil; Erik Cantona, previamente as eliminatórias. As
peão da história da modalidade. da França e Beto Acosta, da Ar- sedes dos mundiais e seleções
gentina. Para surpresa de todos, campeãs são detalhadas a seguir:
12
Vale mencionar que a América do com o diretor técnico Alexandre cisco Petrasso (DT) e Carlos
Sul possui grandes seleções que Soares, que sagrou seu país qua- Juárez (PF).
se posicionam no topo do ran- tro vezes campeão do mundo.
king mundial. Entre eles, desta- Da mesma forma, o Paraguai, nos
cam-se Brasil e Paraguai. Muitos O Uruguai se destaca por ser vi- últimos anos, com um ótimo tra-
treinadores e jogadores, assim ce-campeão da Copa do Mundo balho de sua associação, forta-
como do Uruguai e da Argentina, de 2006, no Rio de Janeiro, co- lecido por sua grande liga e seu
são requisitados por diferentes mandado por Venancio Ramos. diretor técnico, Gustavo Zloc-
ligas do mundo para ensinar e cowick, conseguiu se posicionar
fazer o esporte crescer. Já a Argentina detém o recorde entre os primeiros lugares do
mundial de participação ininte- Ranking Mundial da FIFA.
No começo, a hegemonia rrupta em todas as edições da
sul-americana estava coberta Copa do Mundo até 2015 com a
pelo Brasil, que até 2011 contava mesma comissão técnica, Fran-
13
Competições oficiais
A CONMEBOL realizou em 2005 a primeira classificatória, com sede
no Brasil, para a primeira edição da Copa do Mundo FIFA com times
da Concacaf, e o mesmo aconteceu em 2007 com sede no México.
14
Em 2016, a CONMEBOL, sob a dos para a capacitação de treina- Praia como parte do Programa
liderança de seu presidente dores e administradores, a cons- Evolução.
Alejandro Domínguez e com a trução de tribunais regulatórios,
colaboração do Diretor de Des- a incorporação de inovações Os dez países membros com
envolvimento, Gonzalo Belloso, tecnológicas de arbitragem e a suas equipes principais e Sub-20
lançou o Programa Evolução, com criação de novos torneios. participaram desta liga, dividida
o objetivo de promover o futebol em duas zonas: Norte e Sul. Os
de praia em todas as Associações Para o ano de 2017, a Confede- vencedores de cada zona se en-
Membro. ração Sul-americana de Futebol frentam no final para disputar o
organizou a primeira edição da título da liga. Esta competição é
Para tanto, os fundos são aloca- Liga Sul-americana de Futebol de realizada todos os anos.
A CONMEBOL também organizou três edições da Copa Libertadores de Futebol de Praia desde 2016. Este
certame é um torneio continental anual de clubes.
15
2
PLANO DE
DESENVOLVIMENTO
Implementação de um plano
de desenvolvimento de
futebol de praia no seu país
Calendário semestral nacional
Liga Nacional de Futebol de Praia com duração mínima de 4 meses (oficial da federação).
Definição dos clubes participantes, gerando empregos diretos para a comissão técnica, jogadores e
dirigentes envolvidos.
Realização de festivais ao longo do ano e torneios Sub-20 em todo o país (campo itinerante).
Capacitação de árbitros e treinadores por meio de cursos, conferências, seminários (federação e CON-
MEBOL)
Realização de torneios escolares. Por ser um esporte de baixo custo (por não demandar chuteiras,
meião, equipamentos especiais, etc.), a implantação do esporte nas escolas públicas torna-se totalmente
viável, necessitando apenas de um espaço com areia e traves para começar.
17
Massificação do futebol de
praia
Festivais
Os festivais são uma grande ferramenta de massificação do futebol
de praia nos países da América do Sul, junto com os departamentos
de desenvolvimento das federações e do Departamento de Desen-
volvimento da CONMEBOL. Eles são a maneira mais fácil e rápida de
alcançar a massificação do futebol de praia. Algumas sugestões a
respeito de como organizar festivais e desenvolver o futebol de praia
sul-americano podem ser vistas neste manual.
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Desenvolvimento do “meu
time” (clubes, cidades, região)
Orçamentos Metodologia
Ao definir o calendário local do futebol de praia, Definir a metodologia a ser aplicada em cada
é importante determinar os envolvidos com os clu- clube ou AM (Associação Membro)
bes nacionais de futebol de praia e determinar o
orçamento para os seguintes pontos de desenvol- Perfil dos profissionais.
vimento de clubes e seleções regionais e nacionais.
Metodologia aplicada em cada fase de matu-
ração.
Estrutura física: materiais (GPS, cones, unifor-
mes), campos, treinamentos, jogos.
19
DESENVOLVIMENTO
3 TÉCNICO DO
JOGO
20
Técnica de futebol de praia
Importância
Para poder dominar as especificidades desta disciplina, é necessário
dominar primeiro a técnica geral do esporte.
Com uma boa técnica geral, os te em cada uma das etapas de Habilidades específicas incluem
movimentos básicos podem ser crescimento, e desenvolvê-las habilidades atléticas, habilidades
alcançados com o mínimo gasto com rapidez e precisão para po- de ginástica, habilidades de luta e
de energia e máxima precisão. der transferi-las a cada situação habilidades de esportes de equi-
Sem essas habilidades, o trabal- de jogo. pe.
ho geral da equipe - tanto tático
quanto estratégico - poderia ser Com relação às habilidades espe- Habilidades específicas para o
afetado. cíficas, elas são entendidas como futebol de praia são listadas no
os padrões de movimento espe- anexo “Classificação Técnica”.
Essas técnicas gerais precisarão cíficos para realizar a tarefa mo-
ser aprimoradas constantemen- tora com precisão.
É importante projetar a metodologia para o ensino de habilidades técnicas e levar em consideração o seguinte:
21
Classificação da técnica
Técnica Técnica Técnica
INDIVIDUA L INDIVIDUA L DEFENSIVA INDIVIDUA L OFENSIVA
Técnica individual
Corrida e controle do corpo na areia
Devido à irregularidade do campo de jogo, os jogadores precisam de uma ambientação na superfície. É difí-
cil para o jogador adquirir um gesto técnico correto se ainda não tiver o controle de seu corpo na areia. Por
isso, para se adaptar e continuar incorporando os diferentes gestos técnicos, serão realizados exercícios e
jogos com e sem bola.
Condução
A condução visa controlar e dirigir a bola em todo o campo de jogo, com as diferentes partes do pé. A su-
perfície faz com que a bola role em diferentes direções e fique presa nos buracos que se formam no campo
de jogo.
22
Finalização
É a ação técnica pela qual um
Posição do pé de Posição do pé de
jogador chuta na direção do gol
Equilíbrio corporal apoio próximo à bola apoio longe da bola
adversário, concluindo um mo- em um chute direto em chutes altos
vimento de ataque. É a técnica
mais ofensiva quando se busca
vencer uma partida.
Posição do pé em Coordenação da
Evitar parar a bola
contato com a maior batida na bola
Para executar uma boa finali- para evitar que ela
superfície da bola quando ela está no
zação, os seguintes fatores de- entre em um buraco
para maior precisão ponto mais alto da
vem ser levados em conside- e prevenir lesões
na trajetória areia
ração:
Tipos de finalização
Rasante sobre a É a finalização mais procurada. Cria dificuldade para o goleiro adversário devido aos
areia diferentes rumos que a bola toma ao entrar em contato com a areia.
Depois de
Dá vantagens ao nível pessoal e táctico, gerando um leque de possibilidades: passes
levantar
para os companheiros, chute ao gol, jogadas estratégicas.
a bola
É um gesto técnico que permite retirar facilmente a bola que está presa na areia e
Com metatarso
dar mais dinamismo ao jogo.
É um chute direto ao gol sem que haja uma barreira em frente às traves. Na prepa-
Em tiro livre ração para o tiro livre, o uso das mãos é proibido pelos regulamentos. No entanto,
isso pode ser feito com os pés ou com a bola.
Tabela 5 - Tipos de finalização
23
Levantar a bola da areia com o pé
Este gesto técnico é de crucial importância e benefício, pois muitas vantagens serão obtidas ao jogar a bola
no ar.
24
Habilidade e Proteção Cabeçada
destreza de bola Ação de acertar a bola com a ca-
beça mantendo os olhos bem
Consegue-se com o controle da Manter a posse de bola na frente abertos para não a perder de vista:
bola no ar, utilizando todas as de um adversário que marca di-
partes do corpo, tentando não retamente. É necessário posicio- Cabeçada defensiva: prote-
deixar que caia na areia. nar-se entre o adversário e a bola gendo o gol ou interceptando um
usando o tronco e o braço para passe.
É uma técnica muito utilizada pe- cobertura, controlando a posse
los goleiros na saída da área de da bola e afastando-a do adver- Cabeçada ofensiva: dando
um passe ou finalizando para o
jogo. sário com o pé oposto ao braço
gol.
que a está cobrindo. Este é um
recurso amplamente utilizado
pelos pivôs.
Passe
É o componente básico para o jogo em equipe. Consiste em passar a bola para outro companheiro. Os joga-
dores devem definir com que parte do corpo vão realizar o passe de acordo com a circunstância específica
em que se encontram no jogo.
Existem dois passes:
Tipos de passes
De acordo com o De acordo com a De acordo com a De acordo com De acordo com a De acordo com o
jogador distância trajetória o jogo habilidade tipo
Depois de levantar
b Em movimiento Média Meia altura Paralelo Tórax
a bola
d Frontal Ombro
e Recuado Calcanhar
26
Técnica defensiva
Se denominam técnicas individuais defensivas os movimentos de
proteção que realizam os jogadores para tomar e manter a posse de
bola.
Não importa em que posição os jogadores estejam, é imperativo que eles se oponham às ações ofensivas
da equipe adversária. Nesta técnica defensiva estão:
Interceptação ou antecipação
É a ação que permite prever o passe do adversário para que este não receba a bola. A interceptação ou
antecipação pode ser:
Defensiva: Ofensiva:
A partir desta jogada é possível obter a posse É executada por um atacante e pode gerar uma
da bola e gerar uma ação ofensiva a favor, por meio chance de gol.
de um passe, drible ou finalização.
27
Técnica ofensiva
São todos os movimentos e gestos técnicos que um jogador realiza
individualmente durante uma partida, com ou sem a bola, em direção
ao gol adversário.
Quando um jogador está com a técnico e impactar a bola de ma- desmarque, apoios, criação de es-
posse de bola, é preciso levar em neira eficaz. paços livres, entre outros.
consideração o uso do domínio
técnico a favor de sua equipe, por Quando o jogador está sem a bola, Ao executar técnicas ofensivas in-
exemplo: é importante ter uma ele deve oferecer opções ao cole- dividuais, é importante:
boa postura corporal, construir ga que está com a posse da bola.
uma boa composição do gesto Isso se realiza mediante ações de
A tomada de decisões
É a ação de escolher entre opções adaptativa e se realiza em milési-
para resolver diferentes situações, mos de segundo. É muito importante sa-
projetá-las e executá-las com a ber o que será feito com
bola de forma rápida, eficiente Para resolver essas situações, os
e eficaz, sem sentir a pressão do jogadores devem entender ra- a bola mesmo antes de
ambiente. pidamente as características do recebê-la, para anteci-
jogo e as dificuldades da situação, par a jogada. Este pri-
Devido à complexidade da su- utilizando o poder de observação,
perfície de jogo que este espor- análise, detecção de opções possí-
meiro contato permitirá
te possui, a tomada de decisão é veis e execução rápida das ações. passar, finalizar ou exe-
cutar algum outro gesto
técnico para gerar uma
ação técnica ofensiva
28
Controle orientado
O jogador deve dominar e orientar a bola em um único movimento para continuar jogando e realizar uma
ação subsequente mais rapidamente.
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Exercícios técnicos
Adaptação ao terreno
Materiais: bolas. Variação: com uma única bola para ambas as equi-
Duração: 3 a 5 minutos. pes. A equipe que fizer 10 passes consecutivos com
Desenvolvimento: A equipe é dividida em 2 grupos, seu grupo vence. Se a bola cair ou for interceptada,
cada uma na metade da quadra, com uma bola para ela passa para a outra equipe. Podemos variar os
cada equipe. A bola é jogada com a mão e passada passes com diferentes partes do corpo ao comando
entre os membros do grupo, caminhando, trotan- do treinador.
do e depois correndo livremente em diferentes di-
reções, variando os passes com as diferentes partes
do corpo.
Condução
Materiais: bolas, cones. Outra variação será que um jogador permanece es-
Duração: 5 a 10 minutos. tático e seu oposto se move.
Desenvolvimento: Dois jogadores, frente a frente a
uma distância de cinco metros, vão passar e rece- Por fim, eles passarão e receberão com os dois joga-
ber usando as diferentes partes do pé. A distância dores em movimento total.
vai aumentando a cada comando do treinador.
Cabeceio
Materiais: bolas, cones. Dois pares de jogadores são colocados frente a fren-
Duração: 5 a 10 minutos. te a cinco metros de distância, com duas bolas. Os
Desenvolvimento: Diante de um colega à distância que têm a posse da bola funcionam como um poste
de cinco metros, farão passes de cabeça utilizando e lançam-na com a mão para que os jogadores da
as diferentes superfícies de contato (frontal e pa- frente possam cabecear usando diferentes partes
rietal). da cabeça, e irão alternando nessa posição.
31
Drible
32
Finalização
Controle de bola no ar
Materiais: bolas, cones.
Duração: 5 a 10 minutos.
Desenvolvimento: Aos pares, frente a frente a uma
distância de três metros, eles passam a bola no
ar com diferentes partes do corpo. A distância vai
sendo aumentada. É realizada a brincadeira “1, 2, 3”.
Consiste em ficar frente a frente a uma distância de
3 metros. O primeiro jogador, com a posse da bola,
deve dizer um número (de 1 a 3) antes que o parceiro
receba a bola. Ele deve fazer o número de toques
no ar de acordo com o número indicado pelo seu
colega e então passar a bola usando a mesma es-
tratégia.
33
Jogos de aplicação
Gol de cabeça Superioridade Metade com a mão
dentro da área numérica e metade com o pé
Objetivo: desenvolvimento dos
Objetivo: aperfeiçoar o gesto gestos técnicos. Objetivo: facilitação técnica ao
técnico e o jogo aéreo defensivo atacante. Experiências de golei-
e ofensivo. Materiais: bola, traves, coletes, ros para jogadores de linha.
cones
Materiais: bolas, coletes e traves. Materiais: bola, colete, cones.
Duração: 3 ou 4 minutos.
Duração: 3 a 5 minutos. Duração: 3 ou 4 min.
Desenvolvimento: Duas equipes
Desenvolvimento: É jogado jogam. Uma trave é colocada no Desenvolvimento: Se joga com a
fazendo passes com a mão, pro- meio do espaço de jogo. Cada mão no próprio campo, e ao pas-
curando finalizar de cabeça den- equipe pode marcar gols de di- sar para o campo oposto a bola
tro da área. Não vale realizar um ferentes lados da trave. A equipe é colocada na areia e jogada com
passe para si mesmo (auto passe). atacante deve sempre ter supe- o pé. A equipe defensora tenta
Se a bola for tocada com a mão rioridade numérica, pois a equipe roubar com a mão, e a equipe
na defesa, será punida com um defensora deve sempre deixar atacante deve roubar com a mão
pênalti. Este deve ser executado um jogador defendendo em seu na quadra do adversário e rapida-
desde a marca do pênalti com próprio campo (pode ser sempre mente colocá-la no chão para jo-
um auto passe. Se a bola cair no o mesmo ou girar). Ao redor da gar. Se o defensor a tocar com o
chão, a posse é da outra equipe. trave deve haver uma área onde pé, um tiro livre será concedido. É
Se o gol for realizado após uma a bola não possa ser interceptada permitido correr livremente com
sequência de cabeçadas, valerá na defesa. Se isso acontecer, será a bola e fazer um auto passe para
o número de cabeçadas seguidas cobrada uma penalidade. O gol passar ao campo adversário e se-
dadas. vale de fora da área. guir jogando com os pés. É joga-
do sem goleiro, já que todos os
defensores jogam com as mãos.
34
Jogo aéreo Cobrindo buracos Roubo de bola
Objetivo: controle aéreo - pre- Objetivo: velocidade e jogo de Objetivo: controlar e recuperar a
cisão na definição - equilíbrio no revezamento. bola.
ar.
Materiais: cones de treino. Materiais: cones ou estacas, bo-
Materiais: bola, cones, coletes, las (uma a menos que o número
estacas altas Duração: até chegar no cone ou de jogadores).
30 segundos no máximo.
Duração: a cada 3 minutos modi- Duração: 3 ou 4 min.
ficar a regra de toques máximos. Em desenvolvimento: Cada jo-
gador é colocado próximo a um Desenvolvimento: Cada jogador
Desenvolvimento: A bola é jo- cone, exceto aquele que será o conduz sua bola dentro de um
gada somente no ar, sem usar as jogador “cobridor” que se move espaço limitado. Um jogador sem
mãos. Marcação passiva, somen- para longe da área (um cone é bola tenta roubar alguma. Quan-
te um passe pode ser intercepta- deixado sem ninguém). Ao co- do a bola é roubada de um joga-
do para a recuperação. Pode ser mando, o cobridor deve chegar dor, ele deve correr para um dos
reproduzido com 1, 2 ou 3 toques. até o cone vazio e os demais jo- cones que o treinador preparou,
Também podem ser feitos toques gadores - em forma de reveza- e então retornará e tentará recu-
livres e marcação ativa. Se a bola mento - devem alcançar o cone perar a bola novamente.
cair no chão, a posse é da ou- vazio, evitando que seja ocupa-
tra equipe. Recomenda-se jogar do pelo cobridor. O jogo termina
sem goleiro. A meta pode ser o quando o cobridor “tapa” o cone
próprio gol, as traves, travessão vazio ou após um tempo deter-
ou alguma estaca alta. minado.
35
1 vs 1 com receptores externos Evitar passar a bola para
Objetivo: ação dinâmica na técnica de passe, re-
frente/trás
cepção, drible e mobilidade.
Objetivo: estimula o drible e o jogo ofensivo.
Materiais: bola, cones, coletes.
Materiais: bolas, cones.
Duração: 1 ou 2 minutos.
Duração: 3 a 5 min.
Desenvolvimento: É jogado 1 contra 1 em um pe-
Desenvolvimento: É jogado de modo a não passar
queno espaço. Do lado de fora há quatro recepto-
a bola para a frente. Caso ocorra para a frente, será
res: dois para cada jogador. Os receptores podem
penalizado com um tiro livre. Também se joga ao
receber apenas fora do quadrado. Quando o joga-
não passar a bola para trás, e se for passada para
dor de dentro toca a bola para um jogador de fora,
trás é penalizado com um tiro livre. Exceção para o
ele deve tomar o lugar do jogador que a recebeu.
escanteio.
Quando o jogador externo pega a bola, ele deve
entrar com a bola dominada. O número de toques
pode ser limitado. Pode ser jogado com pares fixos
sem sair do quadrado.
36
Cuidando da bola Soma de passes na sua área
Objetivo: proteção de bola, recreativo. Objetivo: passe e recepção, marcação e proteção,
controle de bola.
Materiais: bola, cones, coletes.
Materiais: bola, coletes, cones.
Duração: termina quando só resta um.
Duração: 3 a 5 min.
Desenvolvimento: Em um espaço delimitado cada
jogador se coloca com uma bola. Cada um deve Desenvolvimento: Duas equipes jogam em um es-
manter o controle de sua bola dentro do espaço paço dividido em duas metades. O objetivo de cada
sem que outro parceiro a roube e chute para fora do equipe será somar uma certa quantidade de passes
campo. Vence o jogador que conseguir ficar dentro realizados no seu campo correspondente. Quando a
do espaço com a bola. bola for recuperada, deverá ser passada ao próprio
campo com um passe ou por meio de condução.
37
4DESENVOLVIMENTO
TÁTICO DO
JOGO
38
Tática de futebol de praia
Tática coletiva
Conceito geral de tática de futebol de praia
Táticas são todas as ações de ataque e defesa realizadas pelos jogadores de uma equipe para surpreender
(princípios ofensivos) ou neutralizar (princípios defensivos) os adversários durante o jogo. É organizar o jogo
de forma ofensiva e defensiva.
Os princípios táticos
A equipe com a bola: Tenta abrir espaços por meio de ações individuais do portador da bola e movendo seus
jogadores.
A equipe sem bola: Procura estreitar e fechar os espaços, os marcadores (bloco defensivo) recuam - por
marcação individual e coletiva, dependendo da situação de jogo e da área do campo de jogo.
39
Comportamentos
táticos, físicos, técnicos e
psicológicos de um jogador
de futebol de praia
Antes de começar a falar sobre sistemas de jogo e formações ofensi-
vas, vamos falar um pouco sobre como construir um time de acordo
com a necessidade do(s) sistema(s) ideal(is) para seu time de futebol
de praia, conhecer as posições, funções e qualidades que buscamos
nos nossos jogadores na hora de armar nosso time.
Té
s
s
c
c
ca
ca
ni
ni
si
si
ca
ca
Fí
Fí
Antecipação
s
Iniciativa
ca
ca
gi
gi
Tá
Tá
Decisão
ló
ló
ti
ti
co
co
ca
ca
i
i
s
s
Ps
Ps
40
Alas Pivô
No futebol de praia, os alas são os jogadores que O pivô é o jogador mais avançado ou ofensivo de um
ocupam as laterais do campo. São jogadores que time de futebol de praia. É um especialista em bicicle-
atacam e defendem com a mesma qualidade e in- tas e normalmente recebe a bola de costas para a de-
tensidade (dupla função) e devem movimentar-se fesa adversária, para dar assistências, girar ou definir.
constantemente com ou sem bola. O drible é o prin- Deve movimentar-se constantemente para criar es-
cipal fundamento técnico e, por serem especialistas paços na defesa do adversário, já que é o jogador com
em contra-ataque, os alas apresentam a agilidade maior poder de finalização da equipe.
e a velocidade como suas principais características
físicas.
Té
s
s
c
c
ca
ca
ni
ni
si
si
ca
ca
Fí
Fí
Drible Passe
s
s
Agilidade Passe Desmarque
Coordenação Desmarque Agilidade
Condução
Força Condução Potência
Recepção
Resistência em Passes (lateral e peito do pé) Velocidade de reação
Facilidade de jogo
velocidade Finalização (direta e de Força
Antecipação
bicicleta)
Finalização
as
Finalização Controle do espaço de
jogo
ic
ic
Criatividade
Tá
Tá
óg
óg
Visão de jogo
ti
ti
l
l
co
co
ca
ca
i
i
s
s
Ps
Ps
No futebol de praia atual, devido ao seu dinamismo, é comum a mudança de posições e o acúmulo de
funções dos jogadores.
O jogador tem funções, e não apenas posições.
41
Conceitos táticos da
organização ofensiva
Tipos de ataque
Ataque posicional
Realização de movimentos organizados desde o iní-
cio da jogada, trabalhar a bola em circulação e en-
contrar espaços no campo de defesa do adversário
para finalização é o objetivo principal. Manter a pos-
se de bola é essencial.
Ataque rápido
Ataque com a clara intenção de velocidade, para
surpreender a marcação do adversário, antecipan-
do a organização defensiva do adversário. Ataques
rápidos são ataques verticais; chegar ao gol do ad-
versário o mais rápido possível é o objetivo princi-
pal, sem muita posse de bola e sem muitos passes.
Ataque direto
Muito utilizado no futebol de praia já que, mais do
que qualquer outro esporte, o goleiro tem papel
fundamental e é responsável por mais de 50% dos
passes que criam jogadas ofensivas através de pas-
ses longos, entre 20 e 30 metros de distância, atin-
gindo um grande espaço sem ter que transportar a
bola pela areia, uma técnica muito difícil no futebol
de praia).
42
Principais características dos
ataques de futebol de praia
POSICIONAL RÁPIDO DIRETO
Desmarque
É um movimento ofensivo que jogador (individual) ou 2 ou mais melhor e mais rápida, com am-
visa o desequilíbrio do sistema jogadores (coletivo) permite a plitude e profundidade da equipe,
defensivo adversário, visto que criação de espaços livres para gerando vantagens para a exe-
a mobilidade sem a bola de um fazer uma transição ofensiva cução do passe ou finalização.
43
Velocidade de jogo
Maior ou menor velocidade na finalização ao gol e aumentar a muito pesado e exige um esforço
execução de movimentos por um pressão sobre os defensores. maior, os jogadores sofrem mais
ou mais jogadores da equipe que desgaste físico. Assim, manter o
tem posse de bola, onde o obje- É importante ressaltar que no mesmo nível (forte e intenso) por
tivo principal é criar situações de futebol de praia, como o piso é muito tempo é muito difícil.
Contra-ataque
É a ação ofensiva onde a equipe recupera a bola no ataque do adversário, e tenta chegar rapidamente ao gol
oposto antes que a outra equipe consiga reagir, fazer a transição e se organizar na defesa.
Verticalidade
Passes precisos
Velocidade na execução
Roubar de bola
44
Construindo um modelo
de jogo
Um modelo de jogo é um conjunto de princípios estimulados no
treinamento sobre uma ideia de como a equipe deve se comportar.
Esses princípios dão organização à equipe nos processos defensivos
e ofensivos individuais e, principalmente, a organização coletiva nos
diferentes momentos do jogo.
Estruturar o treinamento de forma simples e objetiva, esclarecendo ideias no dia a dia para que os jo-
gadores as entendam e as reproduzam nos jogos.
45
Momentos do jogo no futebol de praia
O treinador deve garantir que seus jogadores pos-
sam reproduzir a filosofia e os padrões organizacio-
nais da equipe.
Organização ofensiva
Transição ofensiva
46
Organização defensiva no futebol de praia
Organização defensiva: Consiste nas ações técnico-táticas necessárias para que a equipe impeça o
adversário de finalizar ou retomar a posse da bola, variando com o modelo de jogo estabelecido pelo trei-
nador.
Compactação defensiva
Evitar a inferioridade
Cobertura numérica
Fechamento dos
Organização corredores laterais e Organização Impedir o avanço e
Defensiva central Defensiva finalização do
(Características)
adversário
Pressão alta, média ou (Objetivos)
baixa Recuperar a posse de
bola
Pressing
47
Transição ofensiva no futebol de praia (defesa-ataque)
Recuperamos a bola, o que fazer agora?
As transições ofensivas são o momento em que, ao recuperar a bola, a equipe busca rapidamente le-
var o adversário à desorganização defensiva, criando desequilíbrio na defesa rival e criando o mais rápido
possível chances de finalizar a gol.
Mudança de atitude
(marcar - atacar) Desorganizar o
Verticalidade adversário
Transição Transição
Ofensiva Avançar rápido à meta
Ofensiva Geração de adversária
(Características) superioridade numérica (Objetivos)
A transição defensiva é o momento em que a equipe perde a posse da bola exigindo uma rápida mu-
dança de comportamento que permite, após uma desorganização ofensiva, buscar estar o mais rápido
possível na organização defensiva. É importante a análise e conhecimento das estratégias ofensivas do
adversário, necessárias para cancelar toda e qualquer transição ofensiva do rival.
48
Sistemas de jogo do futebol
de praia
Podemos definir o sistema de jogo como o po- tramos em nossos atletas e como os aperfeiçoa-
sicionamento dos jogadores e a forma como se mos, ou seja, o sistema de jogo predominante na
distribuem em campo, com o objetivo de anular equipe depende do material humano que encon-
as manobras ofensivas da equipe adversária (de- tramos e produzimos a partir dos jogadores que
fesa) e confundir defensivamente os rivais para compõem a equipe.
converter um gol (ataque), ou seja, a distribuição
ordenada dos jogadores em campo. A variação do sistema é importante para jogar
contra equipes diferentes que tenham sistemas
A eficiência de qualquer sistema de jogo no fu- de jogo diferentes.
tebol de praia depende da qualidade que encon-
Sistema 1x2x2
Características
É o mais simples e o primeiro sistema a ser
descoberto (2 defensores e 2 atacantes). Utilizado
para equipes iniciantes (fácil de entender) e tam-
bém equipes de alto nível (com as variações que o
sistema exige).
49
Sistema 1x3x1
Características
Um dos sistemas mais utilizados no futebol de
praia.
Paralela Diagonal
50
Sistema 1x1x2x1
Características
Usado por equipes de alto nível.
51
Sistema 1x4x0
Características
É o sistema mais moderno do futebol de praia,
embora pouco utilizado.
Sistema 1x1x3
Características
Sistema “suicida” e muito arriscado.
52
Sistema 3x2 (goleiro-linha)
Características
É o goleiro que assume o papel de goleiro-linha Seu uso é perigoso e requer cuidado para evitar
ou um jogador que substitui o goleiro. sofrer gols.
Este sistema é utilizado quando uma equipe A utilização do goleiro-linha traz mais riscos
está perdendo um jogo ou quando deseja ganhar a para quem utiliza esse sistema para atacar do que
posse da bola e precisa aumentar suas opções ofen- para a equipe defensora.
sivas.
Com a evolução do futebol de praia, os jogado-
É uma variação do sistema 2-2 com o golei- res assumem mais de uma função (polivalência) e o
ro (linha) participando da organização das jogadas goleiro neste contexto tornou-se mais uma opção
ofensivas. para que as ações ofensivas encontrassem linhas de
passe e finalização.
53
Conceitos táticos da fase
defensiva do jogo
É o posicionamento com que a pensa no futebol de praia, se pensa valorizados pelo que executam
equipe estará localizada dentro em jogadas ofensivas, jogadas de na parte tática e, principalmente,
do campo de jogo, quando esta efeito e grandes espetáculos, mas pela capacidade de ataque, mas
estiver sem a posse da bola. No para cada nova jogada ofensiva, sobretudo pela defesa eficaz.
futebol de praia, os sistemas sempre há uma ação defensiva Alguns fatores influenciam o tipo
ofensivos predominam sobre os pensada. Hoje, no futebol de praia de marcação, tais como:
sistemas defensivos. Quando se moderno, os jogadores são muito
54
Marcação por zona
Características gerais
Cada jogador ocupa e é responsável por uma É utilizado quando a equipe adversária tem
determinada área ou setor do campo. bom toque e passe.
O adversário que estiver naquele setor é quem Requer um jogo inteligente e muita comuni-
será marcado. cação entre os atletas.
2x2 ou “Quadrado”
(usado contra times que jogam no sistema 2x2 ou
4x0).
Vantagens da marcação por zona (pontos positi- Desvantagens da marcação por zona (pontos nega-
vos): tivos):
Facilidade na cobertura e recuperação da bola Permite a finalização de longa distância (no fu-
quando ocorre um drible. tebol de areia é muito arriscado).
Menor desgaste físico dos defensores, não Requer muito tempo de treinamento.
sendo necessário seguir o adversário pelo campo.
Aumenta o tempo de posse de bola da equipe
Excelente para proporcionar contra-ataques. adversária.
56
Marcação mista
Características gerais
Pressing
Características gerais
Muito utilizado no futebol de praia, principalmen- Visa comprimir intensamente o adversário, re-
te quando o goleiro não tem a opção de pegar a bola duzindo o tempo e o espaço de ação do jogador com a
com as mãos. posse da bola, para recuperar a posse desta.
57
Marcação diagonal
Assim é conhecida a marcação do jogador adver-
sário com a posse da bola em uma diagonal forma-
da pelos três jogadores participantes da marcação.
Técnicas de marcação
58
O desarme
Ação que um defensor realiza contra um adversário com a intenção de arrebatar a bola.
Recuo tático
É quando um jogador (recuo individual) ou mais jo- outras posições mais próximas de quem perdeu a
gadores (recuo coletivo), ao perder a posse da bola, posse de bola (recuo individual), sem deixar espaços
executam uma manobra defensiva com o objetivo livres e sem dar tempo à equipe adversária para se
de retornar, retomando as posições defensivas ori- organizar em situações de contra-ataque.
ginais o mais rápido possível (recuo posicional) ou
59
Coberturas
Características
60
Permuta
É a movimentação do jogador
superado (driblado) para ocupar
o lugar ou a função defensiva
deixada pelo companheiro que,
para dar cobertura, sai para en-
frentar o adversário. É feito como
um complemento à cobertura
anterior de um colega. O fixo que
cobre o jogador driblado por sua
vez sai para cobrir o companhei-
ro, criando solidariedade entre os
jogadores da equipe, compartil-
hando assim os esforços defen-
sivos.
61
Bola parada
Conceitos
As situações de bola parada No futebol de praia, as jogadas Devemos treinar as bolas para-
constituem um dos 5 momentos de bola parada ocorrem quando das tanto ofensivamente (joga-
do jogo, como vimos no início a bola é colocada em jogo na co- das ofensivas) quanto defensiva-
do manual. São ações repetiti- brança de uma falta, um lateral, mente (marcação).
vas que ocorrem durante uma um escanteio ou um chute do
partida, e cerca de 40% dos gols meio do campo para iniciar ou
se originam neste momento do reiniciar o jogo, com movimentos
jogo. preparados.
Treinar os jogadores que terão funções específicas (passe, chute, cabeceio, barreira, etc.).
Qualidade no passe
Calma
Visão periférica
Qualidades
Leitura de jogo
do batedor
Capacidade de tomada
de decisões
Noção de tempo, força
e espaço
62
Tipos de jogada de bola parada
1. Início ou reinício de jogo. 3. Tiros livres - no campo oposto ou no próprio
campo.
2. Cobrança de lateral (chute ou arremesso):
ofensivo (campo de ataque – 18m a 36m da própria 4. Pênaltis - 9 metros.
trave). Cobrança no campo de defesa (1m - 18m da
própria baliza). 5. Escanteios
63
Tiro livre
No campo oposto
É o tiro livre concedido no
campo de defesa da equipe ad-
versária.
No próprio campo
É o tiro livre concedido no
próprio campo de defesa.
64
Escanteios
Ideal para jogadas ensaia-
das.
Cobrança de lateral
Podem ser realizados com os Devem ser executados no Um jogador com um bom
pés ou com as mãos. máximo 4 segundos após a autori- passe e tomada de decisão rápida
zação do árbitro é essencial para uma cobrança de
lateral.
Pênaltis
São os tiros livres concedidos dentro da grande área de 9 metros.
A equipe defensora deve posicionar os jogado- Cada jogador deve ser responsável por um se-
res de maneira a proteger seu gol. tor do campo.
65
Tipos de marcação em laterais (zona 01 ofensiva) e
escanteios
Por zona
Individual
66
Criação de tarefas
Tiro livre inicial (jogadas ensaiadas)
Atividade 1 Atividade 2
Exercícios gerais
Construindo uma jogada ensaiada (1x3x1) (passo a passo)
Passo 1
Duas filas de jogadores localizadas na linha ima-
ginária de 9 metros, um de cada lado da quadra,
conforme mostra a figura.
Passo 2
Incorporar um quarto jogador (o pivô) que terá
a função de mover-se do mesmo lado em que o
goleiro inicia a jogada (Cria espaços).
Passo 3
Incorporar um quinto jogador, que terá a função
de apoio ofensivo ao pivô.
67
Atividades de organização ofensiva
(ataque posicional)
Atividades para vários sistemas
68
Organização defensiva
Construindo a marcação diagonal
Atividade 1
Passo 1
Bola com os alas: uma linha diagonal é formada en-
tre os três jogadores (2, 3 e 4). O jogador 4 fecha a
pista lateral (esquerda), o jogador 3 fecha também,
evitando o passe na pista central e o jogador 4 co-
bre o passe longo.
Passo 2
Bola no meio da linha de 9 metros: Os jogadores (2,
3 e 4) formam um triângulo onde o jogador 3 pres-
siona o dono da bola e os jogadores 3 e 4 fecham a
linha central, evitando o passe para o pivô
Passo 3
Bola com os alas: uma linha diagonal é formada en-
tre os três jogadores (2, 3 e 4). O jogador 2 fecha
a pista lateral (direita), o jogador 3 fecha também,
evitando o passe no corredor central e o jogador 4
cobre o passe longo.
69
Transição ofensiva
Atividade 1
Exercício - 3x2 e 4x3
Exercício de transição ofensiva e transição defen-
siva.
Transição defensiva
Atividade 1
70
Cobrança de lateral (jogada ensaiada)
Atividade 1 Atividade 2
Escanteio
Atividade 1 (jogada ensaiada) Atividade 2 (rotação ofensiva)
71
Goleiro-linha
Jogando com o goleiro-linha Marcando o goleiro-linha
72
5
PREPARAÇÃO
FÍSICA DO
JOGADOR DE
FUTEBOL DE
PRAIA
73
Desenvolvimento físico do
jogador de Futebol de areia
Futebol de Praia - Características:
O futebol de praia é uma variante muito jovem do Por fim, é importante destacar também a grande
futebol clássico e do futsal. evolução tática ocorrida nos últimos tempos, o que
torna o esporte ainda mais dinâmico e intenso.
Do ponto de vista físico, desenvolve-se em terre-
nos irregulares, soltos e altamente desgastantes; Aqui estão alguns efeitos gerados pelas característi-
além disso, geralmente é disputado em tempera- cas da modalidade descritas acima:
turas muito altas, o que cria uma combinação de
efeitos externos e internos altamente exigentes.
Por tudo isso, falar de futebol de praia significa es- Um grande número de partidas é definido nos últi-
tar preparado fisicamente de forma adequada não mos minutos do jogo, o que mostra a relevância de
só para disfrutar da partida, mas também para uma condição física adequada na preparação integral
prevenir qualquer tipo de dificuldade relacionada à do futebolista.
integridade física do jogador.
74
Estatísticas de competição
Distâncias percorridas durante uma partida:
Para saber um pouco mais sobre seu grau de cansaço, a situação Alguns treinadores tendem a rea-
as diferentes distâncias e inten- pela qual o jogo está passando, a lizar substituições seguindo um
sidades que um jogador de fute- posição que ocupa e a exigência determinado tempo e buscando
bol de areia desenvolve durante a tática que o treinador propõe. uma ação puramente físico-táti-
partida, na tabela a seguir pode- co-estratégica.
mos observar alguns dados obti-
dos durante a competição.
Distâncias percorridas durante a competição masculina
É muito importante ter em men- de futebol de praia
te que tanto a areia quanto as Ação Caminhada Trote Corrida Arrancada
dimensões do campo não permi-
Carga Muito baixa Baixa Média Alta/Muito alta
tirão o desenvolvimento de altas
velocidades de deslocamento, Velocidade Até 3 m/s 3 a 4 m/s 4 a 5,5 m/s > 5,5 m/s
(m/s) (km/h) 10 km/h 10 a 15 km / h 15 a 20 km/h > 20 km/h
deve-se também considerar que
a troca ilimitada de jogadores é Porcentagem 75% 15% 8% 2%
75
Tempos de jogo que cada jogador desenvolve
Minutos jogados durante a competição | Futebol de praia masculino
Jogador Minutos jogados (6 partidas) Média de minutos por jogo
6 88 min. 15 min.
7 88 min. 15 min.
8 79 min. 13 min.
9 71 min. 11 min.
10 63 min. 10 min.
12 (Goleiro) 13 min. 2 min.
11 7 min. 1 min.
Jogadores substitutos | Média: 10 minutos por jogo
8,1 m/seg.
11 Km 90 min. 253 162 6,4 km 2,2 km 1,7 km 0,45 km 0,25 km
29,1 km/h
FUTEBOL DE PRAIA
5,9 m/seg
3 Km 36 min. 141 96 2,2 km 0,47 km 0,27 0,06 km -
21,2 km/h
Tabela 9: Comparações dos dados obtidos durante a competição entre jogadores de futebol 11 e jogadores de futebol de praia medidos
com GPS/Referência de velocidade: Zona 1: Caminhada - Zona 2: Trote - Zona 3: Corrida - Zona 4: Arrancada - Zona 5: Máxima
76
Métodos de treinamento
Necessidades físicas do jogador de futebol
Resistência
Capacidade psicofísica de resistir à fadiga durante os esforços
prolongados.
Corrida contínua: corridas de duração média (10 Esforço intermitente (HIIT): são ações de alta
a 40 min - realizadas na grama ou areia) em baixa in- intensidade (80% -90%) realizadas na areia com curta
tensidade (menos de 60%), visando melhorar a capa- duração (até 15 segundos) e pausas passivas e incom-
cidade aeróbia. Método utilizado como aquecimen- pletas (10-15 segundos) que podem ser realizadas
to, treinamento regenerativo pós-lesão e nas férias preferencialmente com uma bola e visam melhorar a
como repouso ativo para manter a capacidade aeró- resistência específica (anaeróbio alático/láctico). Mé-
bia. todo projetado para ser executado durante a etapa
de preparação específica.
Corrida intervalada: são corridas de média in-
tensidade e duração (60% -80% / 20 a 40 segundos Circuito: treino realizado em estações, que po-
- preferencialmente realizadas na grama) alternadas dem ter uma orientação física e/ou técnica, e cujo
com pausas que podem ser em trote (ativas) ou es- objetivo visa melhorar a atividade cardiorrespiratória
táticas (passivas). O benefício mais importante des- do jogador de futebol, ao trabalhar em ações técni-
te tipo de treinamento encontra-se no momento do cas ou físicas específicas (recomenda-se a realização
descanso e na potência aeróbia (consumo de oxigê- na areia). Trabalho orientado para a fase de prepa-
nio). Método orientado a ser realizado na fase de pre- ração.
paração e, em menor medida, na fase de competição.
Jogo de aplicação: é o treino mais importante e
completo, é orientado para treinar com ações semel-
hantes ao jogo real. Método orientado a ser executa-
do em qualquer momento da preparação e durante a
fase de competição.
77
Os jogos podem ser classificados da seguinte forma:
Jogos
Carga Duração Pausa Volume Dificuldade Intensidade
Curta Mesma duração do tempo de trabalho Baixo
Baixa Sem dificuldade
Até 3 min Não menos de 1 min Somando até 15 min
Média Média Pouca
Média Mesma duração do tempo de trabalho Alta
3 a 6 min Somando até 30 min dificuldade
Alta Curta Alto Grande
Alta
de 5 a 15 min Até 1:30 min. Somando até 45 min dificuldade
Importante: Os jogos, por sua vez, podem ter uma orientação técnica, tática, física ou recreativa; e também
serão realizados em espaços formais ou reduzidos e com cargas cognitivas simples ou complexas.
78
Velocidade
Velocidade do jogador de futebol Metodologia para treinamento
de praia: de velocidade em jogadores de
Capacidade de realizar futebol de praia - Classificação:
ações do jogo no Para se mover em alta velo-
menor tempo possível cidade. Com e sem bola.
Com bola
Sem bola
Velocidade Velocidade
da bola de reação
Velocidade
Velocidade
de parada
79
Princípios metodológicos para o treinamento da velocidade:
O treinamento da velocidade deve começar desde criança.
Treinar velocidade com fadiga significará treinar a resistência à velocidade por meio de
estereótipos de movimentos inadequados.
Contraste neuromuscular:
Refere-se à combinação de exer- Exercícios – Contraste Neuromuscular
cícios de força nas pernas + ca- Zona Média
pacidade de salto + coordenação
para melhorar a predisposição
Força Membros Inf. Saltos Coordenação Velocidade
neuromuscular para o treina-
mento de velocidade.
81
Quais são esses músculos? Por que são importantes?
82
Como programar o treino de Core no jogador de futebol de praia?
Abdominais: até 160 por sessão em séries de 10 a 50 repetições (4 x 40, 8 x 20, etc.).
Glúteos: Eles serão treinados no trabalho de força da parte inferior do corpo (agachamento, lunges, etc.).
83
Recuperação
“Período que decorre entre um esforço e outro durante a partida
ou entre o final de uma partida e o início da seguinte”
84
Prevenção de lesões
Fatores que evitam lesões no jogador de futebol de praia:
85
Flexibilidade
“Capacidade do músculo de se alongar sem danos, evita lesões, melhora a ação
técnica e reduz as dores musculares pós-esforço”
Capacidade de
alongamento
Elasticidade Capacidade de
recuperar a posição
muscular inicial
FLEXIBILIDADE
Mobilidade
articular Grau de movimento
nas articulações
Facilitação neuromuscular
Alongamento Inibição própria Inibição recíproca proprioceptiva (FNP)
Se tensiona o músculo
Esticar e manter, agonista e o
antagonista
sem dor. Se realiza Se tensiona isometricamente de
tensionando isometricamente o maneira alternada, 10
Deixar desaparecer o isometricamente o músculo antagonista segundos cada um,
reflexo miotático e músculo, alongando ao focado e em alongando-se
após 10 segundos em seguida. seguida se alonga. posteriormente.
esticar mais. O músculo antagonista
deve sempre ser
tensionado por último.
Depois de exercícios ativos, a melhora da flexibilidade será mantida por mais tempo.
86
Como treinar o jogador de futebol de
praia?
“O jogador de futebol de praia é um atleta que necessita de uma
preparação atlética muito exigente para poder jogar e desfrutar
do esporte sem sofrer nenhuma deficiência técnica, tática e
obviamente física ...”
O treinamento do jogador de futebol de praia será organizado nas seguintes áreas:
Cada uma dessas áreas pode ser construída a partir da aplicação de treinamentos situacionais e integrati-
vos (jogos de aplicativos), além poder de isolar cada uma para conseguir “impactar” mais diretamente em
cada necessidade.
87
Área físico-motriz
Os requisitos físico-motores buscarão proporcionar
ao jogador de futebol os seguintes benefícios,
treinando da seguinte forma:
88
Recomendações para o condicionamento físico-
motor | Etapa infantil
89
Benefícios da areia no treinamento de jogadores de
futebol
Para jogar futebol de praia é ne- A areia é um meio que dificulta Ao jogar descalço, adquire-se
cessário estar em muito boas a movimentação do jogador de uma maior sensibilidade ao fazer
condições físicas, caso contrário futebol, essa dificuldade provoca contato com a bola, o que provo-
não conseguirá desfrutar do ajustes cinestésicos contínuos e ca uma maior sensibilidade técni-
jogo. permanentes, o que leva ao des- ca.
envolvimento de jogadores com
mais equilíbrio e maior desenvol- Sem dúvida, o nível de cansaço
vimento proprioceptivo. gerado por todas essas adversi-
No futebol de praia, dades tornará o jogador física e
durante o jogo, não Jogar futebol de praia requer al- mentalmente muito mais “com-
tos níveis de força na parte in- bativo”.
só as habilidades ferior do corpo para suportar o
técnicas e táticas aumento da coordenação intra-
são aprimoradas, muscular necessária para se mo-
ver, frear, pular e jogar.
mas também os
valores físicos
são aumentados
tremendamente ...
90
Conclusões do treino na areia de os jogadores de futebol
Maior força na parte inferior do corpo.
Aperfeiçoamento da técnica.
Fase de competição.
91
Estágio Competitivo
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
Competição
Fig. 12: Recomendação aplicável para o uso de areia no âmbito do futebol 11-futsal
Como se pode verificar na ta- provocará uma facilitação físi- será a combinação areia/grama,
bela, os jogadores juvenis terão co-técnica muito benéfica, capaz nessa ordem, buscando recrutar
dois estímulos semanais duran- de desenvolver uma transferên- grande número de unidades mo-
te a fase competitiva, na 1ª e 3ª cia futebolística adequada. toras e, em seguida, transferindo
sessões da semana, realizando esses benefícios para o terreno
em cada uma delas trabalhos No caso dos jogadores de fute- onde o jogo normalmente oco-
combinados na areia e na grama. bol juvenil e adulto, a proposta rre.
consiste na realização de um es-
Para o treino na areia, propõe-se tímulo semanal durante a fase de Deve-se lembrar que os golei-
a realização no 1º dia (1ª sessão competição, que será realizado ros devem utilizar a areia sob as
semanal) uma hora de trabalho durante a 2ª sessão da semana mesmas recomendações bási-
rápido na areia combinado com de um microciclo “típico”. cas acima, adequando o trabal-
exercícios técnicos (analíticos ho às ações técnicas específicas
e globais), enquanto para o 2º Este microciclo consiste em 2 ho- próprias de seu treinamento.
estímulo (3ª sessão semanal) a ras de trabalho na areia realizan-
proposta será ser para executar do ações de velocidade, técnica
técnica individual e jogos de apli- e jogos de aplicação, buscando “Sem dúvida, jogar
cação novamente. “aliviar” e transferir para gestos
específicos do futebol durante a
descalço na areia será
Será sempre mais vantajoso ini- sessão que será realizada no dia muito útil para qualquer
ciar o treino na areia, e depois seguinte em solo firme (3º estí- atleta, principalmente
terminar na grama ou em piso mulo semanal). crianças ...”
duro, pois, desta forma, as dificul-
dades geradas pelo terreno irre- É muito importante perder o
gular e “pesado” serão atenuadas medo do treino de areia, a reco-
ao mudar de terreno, o que o que mendação de trabalho sempre
92
Nutrição
Considerações especiais para torneios:
Alimentação pré-jogo: é aconselhável realizar dratos não é necessária durante o exercício. No en-
uma carga de carboidratos 24 horas antes para ga- tanto, se um jogador não foi capaz de realizar uma
rantir que as reservas hepáticas e musculares es- carga pré-jogo correta ou sente a necessidade de
tejam preenchidas. Então, algumas horas antes, fazê-lo, ele pode se beneficiar do consumo de pe-
deve-se comer a principal pré-refeição. Lembre-se quenas quantidades ou da aplicação de suplemen-
que para este esporte usamos puramente glicogê- tos de carboidrato.
nio (carboidratos) como fonte de energia, por isso
é essencial ter esse combustível para uma rápida Depois do jogo: As estratégias de recuperação
velocidade de reação. Se o jogador não tiver o com- são de extrema importância, pois permitem que os
bustível adequado, não conseguirá realizar os movi- músculos cansados dos jogadores se recuperem ra-
mentos de alta intensidade. pidamente para a próxima partida.
* Para mais informações sobre estratégias de alimentação pré, durante e pós jogo, você pode consultar o Manual Orientador.
93
Considerações especiais de hidratação:
A exposição dos jogadores a de- realizar exercício físico em con- mente na regulação da tempera-
terminadas condições climáticas dições de calor induz um aumen- tura corporal. Consequentemen-
próprias dos treinos ao ar livre, to da temperatura corporal, es- te, algumas recomendações e
como altas temperaturas, umi- tresse cardiovascular e alteração orientações especiais podem ser
dade, exposição contínua ao sol, do metabolismo que pode cau- fornecidas para o gerenciamento
são fatores que aumentam os sar desconforto e diminuição do eficaz da hidratação, otimização
riscos de desidratação e estresse desempenho físico. do desempenho e minimização
térmico. do risco de complicações devido
Essas manifestações podem ser ao calor e ao esforço.
O estresse térmico ambiental e parcialmente contrabalançadas
o exercício físico interagem de com a hidratação correta, uma
forma sinérgica. Desta maneira, vez que esta intervém positiva-
94
Como nos hidratamos adequadamente?
Hidratação antes do exercício:
É ideal para o jogador estar bem hidratado ao longo tação deve ser considerada uma parte importante
do dia, principalmente se houver mais de um treino da estratégia. Recomenda-se o consumo de 1,2 a
durante a jornada ou nos dias próximos à compe- 1,5 litro de líquido para cada quilograma perdido
tição. No dia da competição, principalmente se esta para compensar e repor totalmente as perdas.
for no período da tarde, é aconselhável distribuir a in- Além disso, é importante limitar a perda de peso a
gestão de líquidos durante o dia e iniciar a hidratação menos de 2% do peso corporal. Ou seja, uma pes-
pela manhã, e não esperar até o último minuto para soa com 75 kg não deve perder mais de 1,5 kg em
beber. Você pode aproveitar os aquecimentos para seu treinamento ou partida.
hidratação antes dos jogos, tomando entre 500 ml a
1 litro, e pode ser reforçado com alguns goles imedia- Substituição de eletrólitos que são perdidos no
tamente antes de entrar em campo. suor:
Os jogadores de futebol de areia podem apresen-
Hidratação durante o treinamento ou no intervalo tar grande perda de suor, por isso também devem
das partidas: tomar cuidado para repor os minerais perdidos
Durante os treinos, o ideal é que o treinador organi- durante o exercício. A perda de eletrólitos é mui-
ze pausas para a hidratação dos jogadores, principal- to difícil de quantificar, embora os principais ele-
mente em dias muito quentes, onde há aumento da trólitos presentes no suor sejam sódio, potássio,
perda de líquidos. Em dias de competição, você deve cálcio, magnésio e cloreto. Bebidas com quantida-
aproveitar cada pausa ou substituição para se hidra- des moderadas de carboidratos e eletrólitos, prin-
tar. cipalmente sódio, são superiores a beber apenas
água para se manter hidratado durante e após o
Reidratação pós-exercício: treino ou jogo, além de fornecer carboidratos para
É importante repor as perdas de fluidos para obter reabastecer o jogador. Os carboidratos nas bebi-
uma recuperação ideal. das podem aumentar o equilíbrio dos carboidratos
totais e manter os níveis de glicose no sangue para
A recuperação após o exercício faz parte da prepa- evitar o risco de fadiga precoce e lesões.
ração para a próxima sessão de exercícios e a reidra-
* No Manual Orientador você pode ver a receita de uma bebida hidratante caseira com minerais.
95
Pontos chave:
Os treinadores devem enfatizar continuamente a necessidade de carboidratos e líquidos e garantir que as
bebidas frescas estejam sempre ao alcance.
Ainda mais quando existem certas condições que Como medida de compensação para esses fatores,
podem piorar a desidratação e causar riscos aos os treinadores podem:
jogadores, tais como:
Diminuir a intensidade e/ou duração do treina-
Calor e/ou umidade elevados mento
Muito pouca ou nenhuma brisa Permitir horários mais frequentes para o consu-
mo de fluidos
Muito pouca ou nenhuma nebulosidade
Aumente a frequência e a duração das pausas
Segunda sessão do dia
Evite ou limite a participação se o jogador está
Jogadores não aclimatados ou esteve recentemente doente
Jogadores que estão acima do peso ou em
Monitore todos os jogadores quanto a sinais e
más condições físicas sintomas de desenvolvimento de complicações cau-
sadas pelo calor
Jogadores que estiveram doentes recente-
mente.
Reagende a prática em horários mais frescos se
o calor for extremo.
Muitas vezes o treinador não permite pausas frequentes de hidratação durante os treinos devido à “perda”
de tempo que isso acarreta. Além disso, em muitos clubes pode não haver o abastecimento correto de líqui-
dos: não há fontes de água doce ou há um único recipiente que tem que passar pela boca de todos, podendo
ser uma fonte de doenças. Para evitar isso, devemos exigir que cada jogador traga sua própria garrafa de
água para o treinamento e se organizar para que estejam à sua disposição o tempo todo. Não nos esqueça-
mos que a hidratação durante os treinos o ajudará a ter um melhor desempenho e isso se torna ainda mais
importante em esportes onde a exposição solar é maior.
96
6
O GOLEIRO DO
FUTEBOL DE PRAIA 97
História do goleiro do
futebol de praia
Podemos dizer que o Futebol de Praia como modalidade é mais um ramo do
Futebol, relativamente jovem se o compararmos com o Futebol de Campo
e o Futsal, embora seja praticado há muito tempo, foi organizado e regula-
mentado pela Beach Soccer Worldwide desde 1992, com a primeira copa do
mundo ocorrendo no Rio de Janeiro, Brasil, em 1994, sendo vencida pelo seu
anfitrião.
Organizado em 3 períodos de 12 Quatro jogadores e um go- Também é bom destacar que é um
minutos cada, com 2 intervalos leiro por equipe. dos esportes de maior interesse
de 3 minutos, onde sempre have- na mídia, pois sua estrutura é ideal
rá um vencedor, já que caso isso Substituição ilimitada de jo- para o formato de televisão padrão
não ocorra no tempo regulamen- gadores. de 1 hora, com 3 intervalos.
tar haverá um tempo adicional Todas as cobranças de falta
de 3 minutos, e se persistir o em- são diretas e os jogadores que Cabe destacar que as primeiras
pate, definição por pênaltis. Aqui sofrem falta devem cobrar, a me- equipes, para atrair um maior nú-
já podemos observar uma das nos que estejam lesionados. mero de adeptos, eram formadas
principais diferenças que existem por ex-futebolistas, profissionais
entre o Futebol de Praia, com as Um cartão vermelho signifi- de renome internacional, como
outras duas modalidades ante- ca a expulsão de um jogador e o Eric Cantona, Zico, Júlio Salinas,
riores, e isso o torna muito mais substituto não pode entrar antes Romário, Júnior, etc. E nesta ca-
dinâmico. Outra das principais di- de passados dois minutos (a me- tegoria podemos citar grandes
ferenças é o campo no qual jogo nos que um gol seja marcado no goleiros sul-americanos da Copa
é jogado: uma quadra com as di- intervalo). do Mundo que foram pioneiros,
mensões de 35-37 m por 26-28 m, dentro deste esporte, como Paulo
em uma superfície irregular de
Média de um chute a gol a Sergio (Brasil), Rodolfo Rodriguez
cada 30 segundos e de nove gols
areia. por jogo. (Uruguai), Sergio Goicoechea (Ar-
gentina).
98
Revisão histórica e evolução
Para entender melhor o papel tanto nos regulamentos quanto Dimensões do terreno:
dos goleiros do futebol de areia, nas melhorias físicas, técnicas e
é preciso entender seu processo táticas de seus participantes. 35-37m x 26-28m
evolutivo, uma vez que, sendo um Área de pênalti: nove me-
esporte jovem, os primeiros go- Assim, é imprescindível estar em tros de comprimento (delimi-
leiros vieram de outros ramos do sintonia com este processo de tados por bandeiras amarelas);
futebol, como o futsal e o hande- aperfeiçoamento de nossos go- bandeiras vermelhas marcam a
bol; trazendo técnicas de treina- leiros, bem como a captação de linha central.
mento das próprias modalidades, valores futuros, para poder gerar
enriquecendo a preparação dos goleiros genuínos do nosso es- Os gols têm 5,5 m de largura
goleiros do futebol de areia. porte, fortalecidos pelos conhe- por 2,2 m de altura, não havendo
cimentos adquiridos e apoiados nenhuma linha que dê continui-
Portanto, está em um processo por nossos valores sul-america- dade à linha de fundo debaixo das
de evolução quase constante, nos. traves.
99
Importância dos goleiros
No futebol de praia, por diferentes ganizado de posse de bola quanto a bola nos pés, tornando-o mais
motivos, o goleiro pode ser defi- em um jogo direto com finalização um jogador de linha, exigindo a
nido como o jogador mais impor- rápida. habilidade técnica de um jogador
tante. Porque é o mais utilizado, de linha.
tanto na função defensiva, como É também um regulador do ritmo
é o principal iniciador das ofensi- de jogo. Hoje podemos encontrar goleiros
vas da nossa equipe. tecnicamente iguais a qualquer
No futebol de praia, grande par- jogador de campo, com chute
É importante no papel defensivo te dos gols é feita com jogadas de longa distância; muitos deles
já que é o último jogador antes de dois ou três passes, a maioria marcando gols ou participando de
de nossa meta, não só pelas suas deles partindo de um lançamento jogadas coletivas.
defesas, mas também porque é o do goleiro.
apoio constante do restante dos
defensores da equipe. As alterações regulatórias apro-
vadas a partir de 2015, que con- Consequentemente, eles
A área de ação do goleiro é quase sistem na redução de cinco para
um quarto da superfície total do quatro segundos de posse de
são atualmente uma
campo. Em média, uma finalização bola, tanto do goleiro quanto de parte influente de todo
ocorre a cada 30 segundos. seus companheiros dentro da sistema tático,
área de penalidade aceleram os gerando inovações
Pelo regulamento, o tiro de meta processos de tomada de decisão,
é sempre feito com a mão, ao con- o que exige melhor preparação e táticas e contra-táticas
trário do futebol de campo, onde conhecimento das táticas ofensi- em torno da função do
é feita com o pé; posto isto, e da- vas de nossas equipes. goleiro.
das as dimensões do campo de
jogo, podemos dizer que o goleiro Outra modificação que envolve o
é o principal iniciador das jogadas goleiro é a proibição de voltar a
ofensivas, tanto em um jogo or- entrar na área após a saída com
100
Perfil do goleiro
Acreditamos que nossos goleiros sul-americanos possuem certas
características muito positivas que os caracterizam e os identificam
mundialmente em todos os ramos do futebol, com muitos sendo
reconhecidos como os melhores do mundo.
O goleiro do futebol de praia Fazemos uma seção especial para Para o ensino de fundamentos
deve ter uma condição física falar sobre aptidões psicológicas, técnicos individuais utilizaremos
ideal, que lhe permita fazer mo- que são comunicação, segurança, um método analítico, de repe-
vimentos sobre uma superfície dom de comando, liderança, soli- tição do gesto, para registrá-lo
irregular como a areia, para po- dariedade, companheirismo, co- na memória motora de nossos
der suportar as altas tempera- ragem, motivação, concentração, goleiros, indo do mais simples ao
turas às quais geralmente estão gerenciamento de pressão. mais complexo.
expostos. Velocidade, potência,
flexibilidade, resistência à força e Devemos fazer uma ressalva, Adaptando-os a situações reais
velocidade são destacadas como ou ter uma abordagem diferen- de jogo para alcançar o jogo pro-
aptidões físicas necessárias. te para com os goleiros de fu- priamente dito. Respeitando os
tebol de areia, e principalmente princípios básicos da formação
A grande maioria das ações reali- no processo de formativo, na como individualidade, especifici-
zadas pelos goleiros estão no pla- pressão que NÃO devemos exer- dade, progressão, continuidade,
no anaeróbico e são ações muito cer frente a certas jogadas, como etc.
repentinas e imprevistas. Devem as produzidas pela irregularida- Para a formação de goleiros ge-
ter o que comumente chamamos de do terreno onde praticamos: nuínos nesta disciplina, é impres-
de “reflexos”. Hoje em dia a neu- como receber um gol devido a cindível um trabalho de base,
rociência do esporte oferece uma um mau rebote da bola na areia, respeitando as fases sensíveis do
infinidade de trabalhos que nos uma jogada muito característica treinamento.
ajudam a melhorar a velocidade do nosso esporte. Em vez disso,
de reação de nossos goleiros. O devemos buscar forças mentais As fases sensíveis são os perío-
trabalho de propriocepção tam- e treinamentos que nos permi- dos em que a eficiência do trei-
bém nos ajuda a prevenir lesões, tam estar preparados para resol- namento é maior. Ou seja, são os
embora o trabalho na areia já vê-los. períodos nos quais o treinamen-
tenha um importante conteúdo to de uma determinada capacida-
nesse sentido. de tem que prevalecer para que a
evolução do goleiro seja máxima.
102
Na prática
Como treinar goleiros de futebol de praia
Saída de bola curta (por baixo)
103
Defesa (encaixada)
O goleiro pode agarrar a bola com
as mãos após um chute de um ad-
versário ou um passe de um com-
panheiro de equipe. Assim que a
bola for imobilizada, ele pode reini-
ciar o jogo imediatamente.
104
Defesa (espalmada)
É a técnica mais característica do
goleiro. Pode ser dividido em três
grandes grupos, de acordo com a
trajetória da bola; pode ser uma
defesa de um chute rasteiro ao
nível do chão, de altura média ou
com altura.
105
Jogo aéreo
No jogo aéreo do goleiro, é im-
prescindível controlar o tempo e
o espaço dentro de sua área, para
cortar lançamentos longos do
goleiro rival, cruzamentos eleva-
dos de qualquer tipo, cobranças
de escanteio e chutes laterais.
Dada a irregularidade do terreno
sobre o qual se move, a superfície
que pode cobrir para se defender
com as mãos e, mesmo em al-
guns casos, também cortar cru-
zamentos fora da área com um
cabeceio, torna este fundamento
um recurso fundamental. Essen-
cial para todo bom goleiro de fu-
tebol de praia.
106
Jogo 1 vs 1
No jogo 1 a 1, o goleiro tentará cor-
tar a possibilidade de gol adversário
encurtando a distância em relação
ao adversário que está com a bola,
diminuindo o ângulo. Embora seja
um movimento de alta velocidade,
deve ser feito com o cuidado de
não fazer contato direto com o ri-
val para evitar uma falta penal; além
disso, ele também deve se posicio-
nar para poder cobrir as possíveis
finalizações deste, mas, ao mesmo
tempo, que lhe permita reagir dian-
te de fintas e dribles, e continuar
com uma atitude defensiva en-
quanto o perigo for mantido.
Exercício 1
O goleiro, localizado no gol, en- Exercício 2 Variação
frentará um jogador que chuta do O goleiro, desde sua posição de
lado oposto da quadra, gerando um base, sairá para defender um chu- É possível variar o chute inicial para
duelo 1 contra 1. te frontal de um jogador localizado qualquer outro gesto técnico que
em um setor lateral do campo, e se queira melhorar, assim como
também adicionar qualquer exercí-
Variação a seguir enfrentará outro jogador
com uma segunda bola em um cio com conteúdo físico como difi-
O goleiro pode realizar uma saída duelo 1 a 1. culdade antes de ir para a defesa do
de bola alta à distância, ou um to- duelo.
que curto para o jogador que ele
enfrentará mais tarde.
107
Defesa
Em sua função defensiva, ao
atuar deve levar em consideração
a posição da bola, em que setor
do campo ela se encontra, a po-
sição dos adversários, qual joga-
dor possui a bola, se é o goleiro
rival ou jogador de campo; se
eles estão em posição de finalizar
ou passar, também a posição de
seus companheiros de equipe na
defesa.
108
Ataque
Hoje o goleiro tem um papel pre-
ponderante na função ofensiva,
em primeira instância porque é
sempre aquele que inicia o jogo
com um lançamento ou chute,
tornando-o participante direto
nas principais jogadas coletivas
ou num jogo de ataque direto de
velocidade, com poucos toques e
conclusões rápidas.
109
7 O CURRÍCULO E
A FORMAÇÃO DE
JOGADORES E
JOGADORAS
110
O currículo e a formação de
jogadores e jogadoras
Conforme observado neste ma- 20 anos) ou futebol de praia das que as instituições responsáveis
nual, o futebol de praia de alto categorias de base. pelos jovens inseridos no fute-
desempenho contemporâneo bol de praia infantil/iniciação e
requer habilidades em diferentes Além disso, o processo de for- base/juvenil definam claramente
dimensões do desempenho atlé- mação do jogador é complexo, as diretrizes que nortearão a for-
tico. Esse fato exige que essas ha- visto que ocorre em etapas da mação de seus jogadores, sendo
bilidades sejam aprendidas e des- vida humana que se caracterizam necessário para isso a presença
envolvidas ao longo da formação por constantes transformações de um currículo que promove o
dos jogadores em um processo físicas, psicológicas e sociais dos treinamento de forma sistemáti-
planejado e sistematizado de indivíduos, e requer atenção à ca e intencional. No nosso caso, o
longo prazo. Por ter uma duração formação integral e esportiva currículo é de extrema importân-
aproximada de 14 ou 15 anos (dos dos jovens que estão inseridos e cia no desenvolvimento do fute-
6 aos 20 anos), ocorre em duas visam atuar no futebol de praia bol de praia no continente, pro-
etapas: iniciação esportiva (dos 6 de alto rendimento. movendo a superação definitiva
aos 13 anos) e, principalmente, na do acaso na formação esportiva
especialização esportiva (de 14 a Diante disso, é imprescindível dos jogadores.
111
Características gerais do
currículo
Segundo a Unesco, o currículo inclui a descrição das justificativas, ob-
jetivos, métodos e meios pelos quais os estudantes são o instrumen-
to fundamental para uma aprendizagem de qualidade.
Além disso, é importante desta- Na concepção do currículo de for- Ressalta-se que no Manual Orien-
car que o currículo é baseado nas mação de jogadores de futebol tador foram discutidos os ele-
realidades históricas, sociais, lin- de praia, é necessário conhecer mentos sugeridos para o currículo
guísticas, políticas, econômicas, o sistema de competição da mo- e apresentadas as diretrizes para
religiosas, geográficas e culturais dalidade, bem como os critérios o acessar os recursos do Progra-
de um país ou local que orientam objetivos de referência nas dife- ma Evolução. A seguir, são reco-
e especificam as ações de todo rentes dimensões do rendimen- mendados elementos para auxi-
um sistema educacional, com a to desportivo: histórico, social e liar a instituição na construção do
articulação das ações pedagógi- cultural; psicológico, estratégico, currículo, com exemplos do con-
cas e administrativas (Jonnarte, tático, técnico e físico, de forma texto do futebol de praia juvenil/
Ettayebi, Defise, 2010). Portanto, que seja possível avaliar o desem- de base.
o primeiro passo para a criação penho dos jogadores e o processo
de um currículo para a formação de treinamento proposto.
de jogadores de futebol é garantir
que ele esteja em conformidade Com base nas premissas apresen- É importante
com a Declaração dos Direitos da tadas, sugere-se que o currículo
Criança e a Convenção sobre os considere as características da
destacar que os
Direitos da Criança (1989) até os instituição esportiva proponente conteúdos a seguir
18 anos, bem como respeitar a le- e as referências para a formação não compõem um
gislação desportiva internacional integral e esportiva dos jogadores currículo, mas são ideias
e nacional para que os jogadores de futebol o futebol de praia, bem
tenham os seus direitos garanti- como outros que a instituição para materializar sua
dos. e seus profissionais considerem construção
importantes para a formação de
O currículo também deve estar jovens.
alinhado às diretrizes propostas
pelos órgãos reguladores do es-
porte a nível global, (FIFA), con- Dimensão
tinental (CONMEBOL), nacional e psicológica
112
A instituição esportiva
Valores, missão, visão da instituição
Objetivos
Objetivos de curto prazo Objetivos de médio prazo Objetivos de longo prazo
Até 1 ano Até 3 anos Após 3 anos
Realizar festivais de futebol de Ter uma jogadora da instituição Contar com jogadores e jogado-
praia para jogadores e jogadoras convocada em cada categoria ras que participam de compe-
de 6 a 20 anos em todas as re- das seleções femininas. tições nacionais e internacionais.
giões do país.
113
Recursos estruturais, materiais,
humanos e financeiros
Recursos estruturais Recursos Financeiros
Orçamento alocado ao processo de formação
2 campos de futebol de praia
anualmente ou em relação a cada jogador mensal-
2 vestiários com capacidade para 30 pessoas mente
1 sala de reuniões, etc.
Recursos materiais Formação multidisciplinar
60 bolas de futebol de praia
Áreas do conhecimento (formação multidisciplinar)
200 estacas de demarcação
que apoiam o processo de formação de jogadores.
100 coletes, etc.
Administrativo, financeiro, marketing, saúde (medi-
cina esportiva, fisioterapia, massoterapia, odonto-
Recursos Humanos logia, nutrição, biomecânica, fisiologia, etc.), educa-
cional (professores de apoio), psicológico, jurídico,
6 treinadores
social (assistência social), entre outros.
6 auxiliares
2 treinadores de goleiros
1 coordenador
Organograma Institucional
114
Posições e funções Apoio à inovação, tecnologia e
Formação, habilidades (conceituais: saber sobre; desenvolvimento institucional
procedimentais: saber fazer; e atitudinais: saber
ser), responsabilidades, carga horária, remuneração, Inovação e tecnologia: Acordo de cooperação com
critérios de avaliação do sistema de promoção e a universidade nacional para a análise estatística
qualificação. dos dados de controle da carga interna e externa
manifestada e atribuída aos jogadores.
Função: Treinador de categoria Sub-17
Desenvolvimento institucional: Programa de apro-
veitamento de águas pluviais, uso de energia solar,
Treinamento: Licença B
entre outros.
115
Formação integral
Educação formal Educação transversal
Acesso à educação formal (escolarização) Programa de educação transversal.
Convênios com escolas e faculdades da cidade, Curso de primeiros socorros, clínica culinária,
oferecendo transporte escolar, aulas de reforço, e reuniões familiares, cursos de planejamento finan-
idiomas, entre outras medidas. ceiro, etc.
116
Formação esportiva
Etapas, fases e perfil do egresso
Etapas de treinamento: iniciação e especialização.
Fases da especialização esportiva e objetivos gerais.
Perfil do egresso
Os jogadores formados pela instituição devem atuar como embaixadores do futebol de praia no mundo,
sendo capazes de praticar um jogo bonito, atuando de forma versátil e se dedicando a desenvolver o talen-
to e a paixão desta modalidade.
Tempo Disponível
Tempo total
Número de Número de Número de Tempo total
Anos na disponível
Categorias microciclos por sessões por sessões por disponível na
categoria na categoria
temporada microciclo microciclo categoria (min)
(horas)
Sub-20 48 6 90 3 77760 1296
117
Dimensões do desempenho esportivo, esferas do
conhecimento, meios e métodos
Dimensões de rendimento esportivo
O treinamento esportivo dos Dimensão tática: princípios/ esferas conceitual (saber definir),
jogadores inseridos no futebol conceitos táticos específicos, procedimental (saber fazer) e ati-
de praia se materializará com os modelo de jogo, desenho de tudinal (saber ser).
conteúdos ministrados nas dife- jogo, etc.
rentes dimensões do rendimento Conceitual (saber sobre): saber
esportivo distribuídas pelas dife- Dimensão técnica: técnicas definir marcação, saber definir
rentes fases/categorias do pro- com a bola (passe, condução, fi- carboidratos, etc.
cesso de formação. nalização, etc.) ou sem bola (des-
locamentos, saltos, giros, etc.). Processual (saber fazer): saber
Dimensão histórica, social e finalizar com os dois pés, saber
cultural: história da instituição, Dimensão física: sistemas de marcar por zona.
remuneração dos jogadores de fornecimento de energia (aeróbio
futebol de praia. e anaeróbio), capacidades físicas Atitudinal (saber ser): saber
(manifestações de força, mani- como agir com fair play, ser de-
Dimensão psicológica: auto- festações de velocidade), etc. dicado, etc.
conhecimento, controle da an-
siedade, concentração, etc. Esferas do conhecimento: In-
dependentemente da dimensão
Dimensão estratégica: atua do rendimento esportivo, o cu-
com vantagem no placar, plano de rrículo deve permitir que os con-
ataque com o goleiro-linha, etc. teúdos sejam desenvolvidos nas
118
Exemplos de organização de tópicos e conteúdos nas diferentes
dimensões do rendimento esportivo e esferas do conhecimento
Dimensiones Categorías
del Esferas del
rendimiento conocimiento
Sub-15 Sub-17 Sub-20
deportivo
História do futebol de O futuro do futebol de
Saber sobre História do clube
praia praia
Síntese do
Histórica, Participação em eventos Atuar como embaixador
Saber fazer desenvolvimento da
social e promovidos pelo clube da modalidade
modalidade
cultural
Compromisso com o
Interessado no estudo da Respeito pelas tradições
Saber ser desenvolvimento da
modalidade do clube
modalidade
A importância do Demandas emocionais
Os desafios da
Saber sobre desenvolvimento de esportes de alto
imprevisibilidade do jogo
intelectual e social rendimento
Desfrutar da atuação em As atividades com A promoção de um jogo
Psicológica Saber fazer
diferentes posições dedicação máxima bonito e competitivo
Dedicado a atividades
Curiosidade pelo Ser feliz praticando ou não
Saber ser esportivas, escolares e
conhecimento o futebol de praia
sociais
A influência dos fatores
Conceito de Regulamento das
Saber sobre ambientais na estratégia
estratégia Competições
de jogo
Estratégica. Planejamento de Avaliação da estratégia Aplicação da estratégia de
Saber fazer
ações pessoais das equipes adversárias jogo proposta
Confiante contra a
Estudioso dos times Cooperativo na definição
Saber ser superioridade do
adversários da estratégia do jogo
adversário
Tipos de defesa e suas
Saber sobre Conceito de tática Modelo de jogo
implicações
Princípios táticos
Sistemas táticos Defenda-se contra sob
Táctica Saber fazer ofensivos e defensivos
defensivos e ofensivos inferioridade numérica
específicos
Interessado em ações Proativo nas transições Concentrado nas
Saber ser
ofensivas e defensivas da equipe situações de adversidade
Implicações das regras Características das ações
Saber sobre Conceito de técnica do jogo nas técnicas em diferentes locais do
defensivas campo de jogo
Posicionamento do corpo
Uso de ambos os pés em Passagem precisa sob
Técnica Saber fazer nos diferentes tipos de
técnicas ofensivas pressão espacial
defesa
Seguro em
Autônomo para Corajoso para assumir
Saber ser enfrentamentos
desenvolver a técnica riscos em ações ofensivas
individuais
119
Sistema de competições
Número, tipo, duração, grau de dificuldade (regional, nacional e internacional) e objetivos da atividade com-
petitiva.
120
Sistema de avaliação do Sistema de avaliação da
rendimento esportivo preparação esportiva
Avaliação do rendimento esportivo Acompanhamento, controle e avaliação dos con-
Dimensão do desempenho esportivo: histórico, so- teúdos ministrados.
cial e cultural
Controle do tempo de treinamento para ações ofen-
Tipo: Qualitativa sivas, eficácia dos meios e métodos de treinamento
utilizados, etc.
Frequência: semestral
Método: Escrever sobre o tema: “A coisa mais Acompanhamento dos objetivos estabelecidos no
linda que já vi no futebol de praia”. processo de formação.
121
“Uma folha em branco”
Um convite a confederações,
federações, clubes e outras
instituições esportivas para construir
seu currículo de futebol de praia.
122
O que estamos sugerindo agora é que cada clube ou fede-
ração descreva cada um dos tópicos expostos com base
em sua realidade. É uma folha em branco a ser preenchida
de acordo com o contexto e a vocação de cada instituição.
Mãos à obra!
Bibliografia
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Projeto Específico de Assistência para Uso Operacional e Projeto
Específico de Apoio a Seleções Juvenis
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