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JOGOS

DESPORTIVOS
COLETIVOS:
investigação e prática pedagógica

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VALMOR RAMOS
MICHEL ANGILLO SAAD
MICHEL MILlSTETD
Organizadores
A Coleção Temas em Movimento é uma publicação da Editora da UDESC,
composta por um conselho editorial interinstitucional, que objetiva divulgar
as pesquisas realizadas sob diferentes perspectivas na área de Educação Física
e Esportes, para aprofundar aspectos conceituais e metodológicos da profis-
são, bem como contribuir para a aproximação entre a comunidade científica e
à prática pedagógica em diferentes contextos de intervenção.

Conselho Editorial
Adriana Coutinho Azevedo Guimarães - UDESC
Christi Noriko Sonoo - UEM
Flávio Medeiros Pereira - UFPEL
Joice Mara Facco Stefanello - UFPR
Luiz Sérgio Peres - UNIOSTE
Marcos Augusto Rocha - UEL
Viktor Shigunov - UFSC
Zenite Machado - UDESC

Edição revisada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 16 de


dezembro de 1990.

J82 Jogos desportivos coletivos: investigação e prática pedagógica I


Valmor Ramos, Michel Angillo Saad, Michel Milistetd (Orgs.)
Florianópolis: UDESC, 2013 -- (Coleção temas em movimento; 3)
289 p. : il. ; 2\ em

ISBN: 978-85-8302-008-0
Inclui Bibliografia

\. Esportes. 2. Jogos em grupo. 2. Jogos. I. Ramos, Valmor. 11.


Saad, Michel Angillo. lIl. Milistetd, Miehel.

CDD. 794 - 20. ed.

Ficha elaborada pela Biblioteca Central da UDESC

Projeto gráfico, diagramação e capa


Rita Motta - Ed. Tribo da Ilha
Formação no futebol: ensino e .
avaliação do comportamento tático

Prof. Dr.lsrael Teoldo da Costa'


Prof. Felippe Cardoso'

Introdução
107
o processo de desenvolvimento e formação
de jovens futebolistas, na perspectiva de rendi-
mento, implica que as instituições de fomento
da prática esportiva (clubes, escolas, projetos
sociais, iniciativas privadas e estatais) façam in-
vestimentos, principalmente na construção de
infraestruturas e na contratação de profissio-
nais visando propiciar as condições necessárias
para que os jovens jogadores aperfeiçoem as
suas capacidades e, concomitantemente, sejam
~ capazes de integrar as equipes profissionais.
Na prática, todo esse esforço empreendedor
é orientado pelas expectativas e projeções

1 Universidade Federal de Viçosa I UFV


dos administradores dessas instituições que visualizam de fazer melhores negócios, já que o processo de formação
benefícios econômicos com a venda de jogadores para pode ser otimizado pela economia de tempo e de recursos
outras agremiações ou com o aproveitamento de um jo- financeiros, e pela qualificação das condições de desenvol-
vem jogador no time principal (LAURIN; NICOLAS; vimento do jogador, de forma a assegurar que o mesmo
LACASSAGNE, 2008; RELVAS et al., 2010). Entretanto, integre a equipe profissional do-clube e/ou, posteriormen-
a aplicação de qualquer recurso financeiro para esses fins te, seja negociado.
pode ser totalmente perdida ou ter sua rentabilização redu- No contexto acadêmico-científico, as discussões sobre
zida se, no fim do processo, o jovem jogador não conseguir os aspectos inerentes ao processo de desenvolvimento es-
dar sequência a sua carreira em uma equipe profissional. portivo e sobre as formas de avaliação se concentram, sobre-
Por se tratar de um percurso difícil e restrito, onde tudo, nas etapas do processo de formação, nas meto dolo-
gias de treino e em fatores que podem condicionar a apren-
poucos jogadores conseguem chegar à carreira profissio-
dizagem e o desempenho dos jogadores (CâTÉ; BAKER;
nal, afigura-se importante e necessário à realização de
ABERNETHY, 2003; HOLT; STREAN; BENGOECHEA,
avaliações periódicas dos jogadores nos diferentes domí-
2002; METZLER, 2000; WILLIAMS; HORN; HODGES,
nios do desempenho desportivo. A realização deste acom-
2003). No que diz respeito ao processo de ensino e treino,
panhamento assegura mais conhecimento sobre os níveis
verifica-se certo consenso entre os pesquisadores a respei-
de desenvolvimento dos praticantes e pode reduzir as si-
108 to dos anos iniciais se concentrarem na formação multi- 109
tuações de fracasso no processo de formação esportiva.
lateral embasada nas características do desporto e que, à
Além disso, este procedimento faculta informações a res-
medida que ocorra aumento da idade e da experiência do
peito da necessidade de alteração nos planejamentos e nas
praticante, ela passe a ser mais específica para propiciar
estruturas de treino, com o objetivo de adequar as exigên-
evolução do conhecimento e do nível de desempenho téc-
cias e as dificuldades às características dos jovens despor- nico e tático (CâTÉ; BAKER; ABERNETHY, 2003; GRECO,
tistas (VAEYENS; COUTTS; PHILIPPAERTS, 2005). Esse 1998a; MARQUES; OLIVEIRA; PRISTA, 2000). Especifi-
contínuo monitoramento também fornece a possibilidade camente sobre a componente tática, pesquisadores afir-
de conhecer e ajustar os aspectos pedagógicos do treino mam que para se atingir um elevado nível, o jogador deve
às potenciali.dades dos desportistas, levando-os a respon- passar durante anos por uma experiência diversificada,
derem melhor às exigências da modalidade (MARQUES, de forma a aliar as suas capacidades de avaliação ótico-
2006). Desta forma, é possível afirmar que o controle e -motoras ao esforço e desenvolvimento técnico específico
o conhecimento dos aspectos inerentes ao treino, e das às ações táticas (GRECO et al., 1998; LEE; WARD, 2009;
variáveis intervenientes aos processos de seleção e forma- MAHLO, 1980).
ção de jogadores propiciam maiores possibilidades para o Assim, investigadores apontam particularidades e
desenvolvimento e atualizaçãodo talento dos jovens joga- ixigências conectadas à aprendizagem e ao conhecimento
dores. Como consequência, os clubes têm a possibilidade do jogo para cada uma dessas fases (SILVA; FERNANDES;

JOGOS DESPORTlVOS COlETIVOS: INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO fUTEBOL
CELANI, 2001). Dentre as exigências, a percepção e a in- 997;2006; GRECO, 1998b). Assim, o desempenho motor
terpretação da informação essencial do contexto de jogo, e os recursos técnicos utilizados pelo jogador, durante uma
juntamente com a resposta apropriada às suas exigências, partida, são condicionados pela simultaneidade das ações
constituem-se, de acordo com a literatura, no aspecto cha- individuais e coletivas realizadas em congruência com as
ve do desempenho em esportes coletivos, como o Futebol ações dos adversários. Pelo fato de reunirem muitos fatores
(BAKER; CÔTÉ; ABERNETHY, 2003; GARGANTA, 2006; interdependentes, são reduzidas as chances de se executar
GRÉHAIGNE; GODBOUT; BOUTHIER, 1997; MCPHER- ações de sucesso que levam ao gol, o que implica, na maioria
SON, 1994). Baseados nestes motivos, e pela vantagem das vezes, uma supremacia da defesa sobre à ataque.
de facilitar a tomada de decisão e a organização coletiva Para Júlio e Araújo (2005), essa supremacia pode ser
da equipe, os autores supracitados têm sugerido que as es- explicada pelo fato da organização defensiva se beneficiar
truturas dos treinos devem se basear em aspectos táticos dos erros e das ações defasadas do objetivo dos adversá-
e em princípios de jogo.
rios e também pela defesa conseguir, em alguns momen-
tos, ser mais eficaz em suas ações coletivas e táticas. Para
eles, seria também mais fácil atingir os objetivos se as
Futebol: um jogo de essencialidade tática equipes fossem encorajadas a serem menos previsíveis e
110 mais inventivas na procura da criaçãode maiores dificul-
Cientificamente, a expressão popular "caixinha de 111
dades à defesa adversária.
surpresa", utilizada pelos torcedores para mencionar a im-
Por esses motivos, não é raro assistir um jogo e per-
previsibilidade do jogo de Futebol, pode ser explicad., pelo
ceber que a equipe que se sobressaiu técnica e taticamente
fato do Futebol se desenvolver em um contexto de relações
durante o mesmo foi derrotada ou a equipe que passou
abertas, nos quais a ação de um jogador' é consequência da
maior parte do tempo com a posse de bola marcou menos
interação das suas capacidades táticas, técnicas, físicas e
gols. Por vezes é possível observar uma equipe atingir a
psicológicas, que coordenadas juntamente com todas as
vitória no jogo com menos posse de bola e com um único
ações de outros jogadores (adversários e companheiros),
chute a gol, simplesmente porque aproveitou o momen-
possibilitará recuperar, conservar e mover a bola para
to de desequilíbrio ou de perturbação na organização da
atingir o objetivo do jogo.
equipe adversária.
êxito dessa ação dependerá, em grande escala, da Diante de um contexto de evolução permanente,
precisão com que os diferéntes intervenientes se relacio-
o Futebol atual requer um ritmo mais acelerado e exige
nam com as distintas intenções e atuações dos participan-
dos jogadores um empenho permanente para se tomar
tes, das situações características de confronto competitivo,
as decisões, pelo fato das crescentes exigências implica-
do nível de conhecimento e de experiências similares vivi-
rem maior velocidade de processamento da informação
das até o momento (BUSCÀ; RIERA, 1999; GARGANTA,
e de execução (GARGANTA, 1999; RAMOS, 2006). Estas

JOGOS OESPORTlVOS COLETIVOS: INVESTIGAÇÃO E PRATICA PEDAGÓGICA


INVESTIGAÇÃO E PRATICA PEDAGÓGICA NO FUTEBOL
velocidades devem ser concebidas na perspectiva de in- Entretanto, para se posicionar e movimentar durante o
terligação das valências perceptivas, decisionais e moto- jogo, os jogadores precisam avaliar as situações e decidir
ras, de forma que sobre valoriza a importância da leitu- qual a melhor direção a seguir ou local a ocupar. Para isto,
ra e velocidade de jogo, a entendê-Ia com uma grandeza eles necessitam ter bem desenvolvidos alguns aspectos
tático-técnica, perceptiva e informacional. Assim, qualita- cognitivos, especialmente o conhecimento (WILLIAMS
tivamente, a velocidade no Futebol está relacionada com et al., 1993).
o ajustamento temporal e espacial das execuções, onde a Assim, os jogadores com melhores prestações despor-
correspondência entre a velocidade física e mental é de- tivas possuem um conhecimento declarativo e processual
terminante na forma de se alternar soluções inteligentes mais organizado, capacidades perceptivas mais eficientes,
às exigências de jogo. reconhecimento de padrões de jogo mais rápido e eficaz.
Essas exigências são tão elevadas que obrigam os joga- Além disso, demonstram conhecimento tático superior,
dores a observarem, processarem e avaliarem as situações, maior capacidade de leitura da situação e, consequen-
e ao mesmo tempo elegerem a melhor solução para sur- temente, de antecipação dos acontecimentos do jogo,
preender o adversário tanto técnica, quanto taticamente. melhor conhecimento das probabilidades situacionais,
Um lapso de tempo nessa tomada da decisão pode com- capacidade de decisão mais rápida e eficaz e habilidades
prometer todo o resultado da ação. Por exemplo, um joga- técnicas bem apuradas para corresponder às exigências
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dor que no momento de recepção da bola se encontra em táticas (LÁZARO; OLIVEIRA, 2002; SILVAet aI., 2002).
excelente posição para rematar ou penetrar, se demorar
em tomar a decisão, mesmo que esta seja correta, quando
a executar já não será a mais ajustada ao enquadramento Formação de jogadores: o ensino da tática baseado em
particular em que momentaneamente se encontra. princípios de jogo
Este entendimento da importância da cognição para
o esporte se consubstancia no fato dos jogadores necessi- Os princípios de jogo se originam de uma construção
tarem continuamente dos processos cognitivos para ava- teórica e se concretizam nos comportamentos dos joga-
liar as situações de jogo e tomarem decisões que influen- dores. Eles têm por característica a simplicidade de trans-
ciam diretamente o comportamento e o desempenho tá- missão dos conceitos, a consciência dos jogadores sobre os
tico no jogo (GRECO; BENDA, 1998). Neste contexto, o mesmos e a seleção e execução da ação em relação estreita
conceito de tática pode ser entendido como sendo a gestão com as capacidades motoras (CASTELO, 1994). Quando
do espaço de jogo, que se dá através do posicionamento associados à componente tática, estes princípios trazem
e das movimentações dos jogadores em campo, buscan- normas de base através das quais os jogadores, em grupo,
do ocupar áreas estratégicas para se atingir o objetivo individual ou coletivamente, orientam seus comporta-
(marcar gols) (BUSCÀ; RIERA, 1999; CASTELO, 1994). mentos durante o desenvolvimento das fases (ofensiva e

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defensiva) e as transições de jogo (ataque-defesa e defesa- Princípios Táticos do Jogo de Futebol

-ataque). Principios Gerais Tentar criarsuperiorídade numêrica Evitar a igualdade numenca Não permitir a inlenoridade numérica

Os princípios táticos possuem certo grau de Fases Ataque (com~possedebola) Defesa(sempossede bola) -I
Conservara bola Jmpediia progressãodo ecversénc
Principios consms- ações creosrves Recuzu () espaço de jOgo eovesãnc
generalização das movimentações e relacionam-se com as õperactonats Progredir pelo can'lp(! de Jogo advefSátio Proteçer a baliza
Criar situações de finalizllção Anular as ssuações de fina/ilação

ações dos jogadores, com os mecanismos motores e com :;~::~obahZa adversâna : I. i-,~~."'~n!~;n=~,,:::2.'.:::bo~"c......-------:,----I
. Desestebfizer a organização defensiva advefsána,: -Dsninuir o espaço de ação ofensiva do portador dl..bola,
a consciência e o conhecimento tático (CASTELO, 1994). - Atacar dlfetarrw:nte () eoversénc ou a reaza;
-críer snueçôes \lllntajosas para o ataque em
-Oneraer a croeressêo do pottador da bola
_Parar ou atrasar o ataque ou contra-ataque ecverséoc:
e:
Para Garganta e Pinto (1994), os princípios táticos podem
termos nurnericos espiICiais
éob&rtur3 Ofensiv.;·' . _~~_e__~,_ ~-_. :
.,: _Propciar rneor tempo para organização delensrva;
Restnnglf as possibilidades de passe a outro Jogador
-Der apoio ao portador da bola oferecendo-lhe : adversàrjo,
'" o~ões para a SêQuencia do jOgO', : _ Evitar o drfb!e que favoreça prGgress30 pelo campo de}09o em
ser definidos como uni conjunto de normas sobre o jogo ~ ;!:~IOtJ:r a pressão edverséna sobre o portador da: direção ao gol

~ -Cn:Wsuperiondade númenca; i g !-.;;:'m':::p:;"";::":.::':ii''"::;':-:'''::;'';::ào;-:á;.;ba;;;hz;;;''- -j


que proporcionam aos jogadores a possibilidade de atingir {l - Criar desequflib!io na organQ<lÇão cereosíve :l Cobertur .. Oefenslv:I
~
c
u,
adversáne:
Garantrra manutenção da asse de bQlll 1;1
~ -Servir de nove obstáculo ao portador da bola, caso esse passe
pejo jOgader de comerçêc:
rapidamente soluções táticas para os problemas advindos '"ã.o Mobilid.ld@ : O -jransmen segumnça e connança ao Jogador de començão para
-Crier ações de ruptura da orgamzaçâo defensiva : que ele tenha iniciativa de combate as eções ofensivas do

da situação de jogo que defrontam. Por possuírem esse 'g eove-sana, : O portador da bola. !

't: -Acresemer-se em um espaço mlllto propicio para a i m.. Equilíbrio


Q.
consecução cc
gol; .. ~ m -Assecurar a esteoüceoe defensiva na região de disputa de bola
caráter, os princípios táticos precisam ser subentendidos -Cnar linhas de passe em profundidade
.cooseçur o domínio da bela para dar seeaênce a
: tp

-Apmer 0$ ccmcenberos
cobertura defenSiva;
que executem as ações de contenção e

ação ofensiva ( asse ou fmalJZar:ão [&r .cotxs eventcars linhas de passe;


e estar presentes nos comportamentos dos jogadores du- Espaço :.g -Marcar potenciais jogadores ooe podem receber a bola,
.utéaar e ampliar o espaço de Jogo ereuvc da i ro -Fezecrecuperação oetensrve sobre o portador da bola-

rante uma partida, para que sua aplicação facilite a concre- equipe,
·Expandir as dislânciaslpoSJClonamenlos entre os
:
: ro
.Rf!Cuperar ou afastar a bola da zona onde ela se encontra.
Concenlraç1io
joceocres ecversênos. i Õ' -Aumentar a proteção ao gol,
tização de objetivos que conduzam à marcação de um gol .Drtcunar as ações de marcação
ecversana,
da eqcme :
:
c _Condicionar o jogo ofensivo adversário pata zonas de menor
nsco do campo de jogo

114
ou ao seu impedimento
Para facilitar a transmissão
(TEOLDO et al., 2009a).
dos princípios por parte
·FacMar as ações olensivas da eoupe

~~::hn;~=·a ;a~:~~
dar secuérca ao JOgo;
:Procurar opç~
=:~P:::;:,
~e
mais. seguras,. através
1
do ~
para ~

ffi !
.ProplClar aumento de pressão no centro de iogo,

E !~;~~:; ~::~:elenderemunidadeouem«cec
·Garantir estaoãõaoe espacial e stocrcnta dinâmica erre as
6!
linhas longitudinai~ e transversas da equipe em ações ofensivas.
115

dos treinadores e a compreensão dos mesmos pelos jogado-


J{l9adores Il~SlCwna<losrnes cerensrvenente.
óar seqüêncm ao jooo
Unidade oreresva .
cera ; ro I·Dlmmuír
I
a amplitude ctensrva da equipe ecversaoe na sua
: <D' largura e profundidade;
i~
-Assegurar' linhas crenteccres . básicas que infiuenciti:l'l1 as
-Fecínar o ocaccamentc da eqmpe para o campo: !
atltude:.e os comportamentos tétcc-têcréccs dos lOGadoresque
res, torna-se imprescindível o entendimento da organiza-
~:m~::v:::: atecer em lUlIdade ou em beco,
-orerecer mais segurança as ações otenstvas ]:
[ !~;~::;:~ r::~I~b~:~t:!~~eme a repartição de forças
t da orgamzação defensiva consoante ás sausções mcmenterees
ção e da estrutura destes princípios em categorias. Na lite- realizadas no centro do lOgo; : 1 de)Ogo,
,p'.OPlciar Que mas ./ogadorcs se posconem no i I·RedUZir o espaço de jogo utilizando a regra do impedimento,
ratura, podem-se encontrar diferentes designações para se centro do JOgo; , -Obsfnnr possfvers tubas de passe para jOiJadorC5 que se
0
·Dlmlrlulf e espaço de 109 n° campo defensivo : ! :::::,r:f::~=~
~:~<I ação oererswa scteeqceree,

referir e caracterizar os princípios táticos (CASTELO, 1994; L, •. , !-Pfopicrar que mais jogadores se pcsccnem no centro do jogo

GARGANTA; PINTO, 1994; TEOLDO et al., 2009a). Con-


Figura 1: Princípios Táticos do Jogo de Futebol propostos por Teoldo
tudo, percebe-se certa harmonia das ideias em volta dos et aI. (2009a)
constructos teóricos os quais relacionam a organização tá-
tica dos jogadores no campo de jogo com base em quatro
categorias de princípios: gerais, operacionais, fundamen- Nesta organização, destacam-se características im-
tais e específicos. A figura abaixo apresenta a proposta de portantes para cada categoria de princípios táticos. Os
Teoldo et al. (2009a) para três das quatro categorias de princípios táticos gerais recebem essa denominação, pelo
princípios táticos. to dos comportamentos a ele relacionados serem comuns
as diferentes fases do jogo e às regras de ação presentes em
vários esportes coletivos de invasão e às outras categorias

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de princípios - operacionais, fundamentais, e específicos A quarta categoria de princípios refere-se aos prin-
(TEOLDO et al., 2009A). Assim, as regras de ação destes cípios específicos. Estes princípios, como o próprio nome
princípios são pautadas em três conceitos advindos das diz, advêm de uma forma específica de se jogar e conceber
relações espaciais e numéricas entre os jogadores da equi- o jogo, estando diretamente relacionados com as ideias de
pe e os adversários nas zonas de disputa pela bola; sendo jogo do treinador/professor e com o modelo de jogo ado-
eles: i) não permitir a inferioridade numérica, ii) evitar a tado por uma equipe. Assim, não há contornos definitlvos
igualdade numérica e iii) procurar criar a superioridade que permitem organizá-Ios e classificá-los como os demais
numérica (GARGANTA; PINTO, 1994; QUElROZ, 1983). princípios presentes nas primeiras três categorias (gerais,
Os princípios operacionais"se relacionam a conceitos operacionais, fundamentais). Os princípios táticos espe-
e atitudes pré-definidas e comuns para as duas fases do cíficos terão sua gênese no conhecimento e entendimen-
jogo, sendo na defesa: i) anular as situações de finaliza- to de jogo dos intervenientes de uma equipe (jogadores,
ção, ii) recuperar a bola, iii) impedir a progressão do ad- treinadores, dirigentes, entre outros), e sua construção
versário, iv) proteger a baliza e v) reduzir o espaço de jogo se dará, em primeiro momento, em uma forma mais ele-
adversário; e no ataque: i) conservar a bola, ii) construir mentar, mas que, posteriormente, ficará enriquecida pe-
ações ofensivas, iii) progredir pelo campo de jogo adversá- las qualidades individuais de todos os envolvidos na sua
rio, iv) criar situações de finalização e v) finalizar a baliza aplicação em jogo e em treino.
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adversária. Esta categoria também apresentará os princípios as-
Já os princípios fundamentais representam um con- sociados à subprincípios e sub-subprincípios, de forma a
junto de regras básicas que orientam espacialmente as facilitar a orientação e compreensão por parte dos jogado-
ações dos jogadores e da equipe nas duas fases do jogo (de- res. Por exemplo, se em uma equipe o treinador adota para
fesa e ataque). Eles objetivam desequilibrar a organização a fase defensiva o princípio de marcação pressão por zona,
da equipe adversária, promover a organização da própria com o objetivo de condicionar, direcionar e pressionar a
equipe e permitir que os jogadores intervenham de ma equipe adversária para facilitar a recuperação da posse de
neira apropriada nos espaços mais críticos do campo, que bola através do erro adversário e/ou potencialização das
dizem respeito ao local onde estão a bola e o centro de jogo qualidades defensivas da sua equipe. Para este princípio, o
(CASTELO, 1994; GARGANTA; PINTO, 1994; HAINAU'I'; treinador poderá ter como subprincípio fazer a marcação
BENOIT, 1979; QUEIROZ, 1983; WORTHINGTON, 1974), pressão por zona, através da organização posicional dos
Os princípios fundamentais são: i) contenção, ii) cobertu Jogadores ou pelo direcionamento do adversário ou pres-
ra defensiva, iii) equilíbrio, iv) concentração e v) unidade ionando diretamente o adversário. Nestes três subprincí-
defensiva, para a fase defensiva; e: i) penetração, ii) mohl pios mencionados, o treinador poderá estabelecer alguns
lidade, iii) cobertura ofensiva iv) espaço e v) unidade ofen ub-subprincípios, de forma a facilitar a compreensão e
siva, para a fase ofensiva. vimentação por parte dos jogadores. Por exemplo, para

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o subprincípio "organização posicional dos jogadores", o através da disseminação e compreensão dos seus con-
treinador poderá ter os seguintes sub subprincípios: fe- ceitos, os alunos sejam capazes de aprender o jogo e de-
chamento de Espaços tanto em largura quanto em pro- senvolvê-lo em contexto formal e informal (GALLAHUE;
fundidade e ocupação de espaços dentro e fora do centro OZMUN, 1998; PIAGET, 1964).
de jogo. Já para o subprincípio "pressionando diretamen- Na sequência, os princípios fundamentais do jogo
te o adversário", o treinador poderá ter os seguintes sub devem ser introduzidos no processo de ensino do j~go
subprincípios: pressão em função dos momentos/situações de Futebol. Como estes princípios requerem pensamento
(bola nos corredores laterais, passes errados, más recep- abstrato e testagem de hipóteses para o preenchimento de
ções, passes em trajetórias aér~as, entre outros) ou por espaço e movimentação em campo, os mesmos devem ser
organização coletiva, intersetorial, setorial, grupal ou in- ensinados por volta dos 12/13 anos, quando o estágio de
dividual. desenvolvimento cognitivo da criança já estará maduro ou
Uma vez conhecidas estas quatro categorias de prin- em fase final de maturação (GALLAHUE; OZMUN, 1998;
cípios, o professor deve, então, organizar os seus conteú- PIAGET,1964).
dos para o processo de ensino nas diferentes fases de for- O ensino das regras de ação destas três categorias de
mação dos jovens jogadores. Assim, recomenda-se que os princípios permitirá aos jovens jogadores uma base sólida
princípios gerais sejam ensinados a partir dos 6/7 anos de de conhecimento sobre a lógica do jogo e sobre a movi-
118 119
idade, quando as crianças em seus processos maturacional
mentação e preenchimento dos espaços de jogo. A partir
e de desenvolvimento motor, cognitivo e social, deixam a
da compreensão destes aspectos, os jogadores estarão
fase egocêntrica e passam para a uma fase de maior so-
mais aptos a aprender e a incorporar o modelo de jogo de
ciabilidade (GALLAHUE; OZMUN, 1998; PIAGET, 1993).
equipes específicas, ou seja, estarão melhor preparados
Como estes princípios têm por base conceitos que neces-
para iniciar o processo de aprendizagem dos princípios tá-
sitam da presença de outras crianças (colegas/ companhei-
ticos específicos.
ros de equipe e adversários) para sua operacionalização e
Este momento do processo de ensino dos princípios
compreensão, seria improdutivo tentar ensinar-lhes du-
táticos específicos coincidirá com a fase de direção preco- .
rante a fase egocêntrica (da criança).
nizada pela literatura para a formação esportiva de um jo-
Aliados aos princípios gerais, os princípios operacio-
gador (GRECO; BENDA, 1998) e também com a estrutura
nais também devem ser ensinados nos primeiros anos de
esportiva disponível nos clubes de futebol que prevê, a
experimentação esportiva da fase de maior socialização
partir da categoria sub-14, uma melhor estrutura de for-
da criança; isto porque as regras de ação presentes nes-
mação (comissões técnicas específicas para cada categoria,
tas duas categorias de princípios são responsáveis por fa-
cilitar a compreensão da lógica do jogo. Por se tratar de
alojamento nos clubes, staff médico e social) para os jo-

regras que utilizam operações concretas, espera-se que vens talentos.

JOGOS DESPORTlVOS COLETIVOS: INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO FUTEBOL
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Avaliação do comportamento tático no futebol aceder, com maior especificidade e objetividade, às infor-
mações que refletem comportamentos táticos desempe-
A concepção de um instrumento de avaliação do nhados pelos jogadores em situações de jogo (TEOLDO
comportamento tático se fazia necessária para o Futebol, et al., 2011). A sua estrutura conceptual está alicerçada
uma vez que os métodos e instrumentos disponíveis na nos princípios táticos fundamentais do jogo de Futebol
literatura que permitiam descrever aspectos táticos do (TEOLDO et al., 2009b; WORTHINGTON, 1974). Estes
jogo estavam centrados em quatro pontos principais: i) princípios foram eleitos por representarem os aspectos
na descrição e quantificação de eventos de jogos (REILLY; centrais do processo de ensino e treino das capacidades
THOMAS, 1976); ii) na descrição e avaliação de com- táticas. Além disso, esse conjunto de princípios possui
portamentos específicos do jogador (MEMMERT, 2002; medidas objetivas da movimentação dos jogadores conso-
SUZUKI;NISHIJIMA, 2004); iii) na quantificação e des- ante à gestão do espaço de jogo por eles realizada. Além
crição da interação dos jogadores ou dos sistemas de jogo disto, a presença destes princípios na estrutura central
(FRENCKEN;LEMMINK,2009; SHESTAKOVet al., 2007; do FUT-SATajuda a compreender a organização tática do
TENGAet al., 2009); e iv) na junção de indicadores multi- jogo, uma vez que a dinâmica das suas interações e aplica-
fatoriais do jogo para a construção de índices de desempe- ções operacionaliza e caracteriza tanto o modelo quanto o
nho (GRÉHAIGNE;MAHUT;FERNANDEZ,2001; OSLIN; nível de jogo das equipes.
120 Assim, o FUT-SAT é um instrumento que permite 121
MITCHELL;GRIF;FIN,1998).
Contudo, apesar dos diversos focos de análise dos as- a avaliação dos comportamentos e desempenhos táticos
pectos táticos e também do desempenho desportivo, uma dos jogadores de futebol em situações de jogo. Permite,
corrente de pesquisadores tem afirmado que os instru- ainda, a avaliação da qualidade dos comportamentos rea-
lizados, o local de realização das ações no campo de jogo e
mentos disponíveis na literatura possuem limitações no
seus respectivos resultados para a equipe.
que se refere à descrição e quantificação dos indicadores
O teste de campo utilizado neste sistema pode ser
táticos que expressam o desempenho no Futebol (OLSEN;
aplicado em quaisquer situações de configuração, partindo
LARSEN,1997). Além disso, Gréhaigne e Godbout (1998)
sempre da configuração mínima de GR+3 VS. 3+GR (golei-
salientam a necessidade de desenvolvimento de instru-
ro + 3 jogadores VS. 3 jogadores + goleiro) até a máxima de
mentos que permitam estabelecer uma conexão entre os
GR+11 VS. 11+GR (goleiro + 11 jogadores VS. 11 jogadores
conteúdos ministrados no processo de ensino e treino e os
+ goleiro). Na maioria das vezes, este teste é aplicado com
comportamentos desempenhados pelos jogadores no jogo
sua configuração mínima GR+3 VS. 3+GR e em um espaço
de Futebol.
reduzido de 36 metros de comprimento por 27 metros de
Neste cenário, o Sistema de Avaliação Tática no Fu-
largura, com duração de 4 minutos. Durante a sua aplica-
tebol (FUT-SAT)foi concebido com o intuito de propiciar
ção, solicita-se aos jogadores que joguem de acordo com as
aos treinadores, professores e investigadores um meio de
regras oficiais do jogo de Futebol.

JOGOS DESPORTIVOS COLETIVOS: INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA


INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA NO FUTEBOL
o recurso a esta configuração numérica GR+3 vs. Football Association Board e no cálculo de proporção de uti-
3+GR preserva o princípio da economia, de que é: vão lização do espaço de jogo pelos jogadores de linha.
fazer com o mais o que se pode fazer com menos. Além Em relação aos aspectos estruturais e funcionais do
disso, a escolha decorre do entendimento de que esta es- FUT-SAT, cabe ressaltar que este instrumento é composto
trutura garante a ocorrência de todos os princípios táti- por duas Macro-Categorias, seté categorias e 76 varitveis
cos inerentes ao jogo formal. Essa configuração permite, que estão organizadas em função dos tipos de informa-
em termos ofensivos, que as opções do portador da bola ções tratadas pelo sistema (vide Figura 2). A Macro-Cate-
passem de uma escolha binária a uma escolha múltipla, goria Observação comporta três categorias e 24 variáveis,
preservando assim a noção de jogo sem bola. Do ponto de e a Macro-Categoria Produto possui quatro categorias e
vista defensivo, possibilita uma estrutura que contenha 52 variáveis. A Macro-Categoria Produto recebe essa de-
um defensor direto ao portador da bola (1 ° defensor) para nominação pelo fato de suas variáveis estarem vincula-
realizar a contenção e, dois defensores (2° e 3°), relativa- das a informações oriundas das variáveis que compõem a
mente mais afastados do portador da bola, para realizarem Macro-Categoria Observação.
eventuais coberturas, dobras e compensações, respeitan-
do os outros princípios táticos defensivos (GARGANTA;
GRÉHAIGNE, 1999). Por fim, cabe ressaltar que esta con-
Prtnatptos Táticos
Macro-Categoría

T
Observação
Localização da Ação
no Campo de Jogo
r Resultado da Açi!o

122 Ofensivos: MeioC"mpo Ofensivo Ofell~jvl1


123
figuração gera uma crise no que se refere à ocupação de "Penetração
-ccbertura Ofensiva
-Acões Táticas Ofensivas
-Ações Tétíces Defensívas
-Reahzar finalizaçêc à baliza
-Continuar- coma posse de bol
-Esp aço -Sofrer falta, ganhar lateral
espaços no campo de jogo, uma vez que na configuração -Mobilidade ou escanteio
-trnidede Ofensiva -Ccmeter falta. cederlateral
de linha (3 vs. 3), os jogadores jogam sobre "crise de es- ou escanteio
"Perder a posse de bola

paço", ou seja, eles têm de preencher espaços e jogar em Dctênsivos lVlelô Campo Defensivo Defensiva
-Ccntençãc "Ações Táticas Ofensivas 'Recuperara posse de bola
'Cobertura Defensiva
diversos locais do campo, não tendo a possibilidade de -Equiltbric
-Ações Téticas Defenaivas 'Sofrer falta, ganhar lateral
ou escanteio
-Ocncentrae -cometer falta, ceder lateral
desempenhar uma função específica nas fases defensiva e -Umdade D ou escanteio
-Continuar- sem a posse de bct ..
-Scfrer- flnalização ao gol
ofensiva e nas transições.
Em relação ao tempo de jogo, o mesmo foi estabele-
I Macro-Categoria

I
Produto

1
cido através de um estudo piloto, no qual se verificou que
quatro minutos, comparativamente
periores, seriam suficientes para que todos os jogadores
realizassem as ações relacionadas com todos os princípios
a outros tempos su-
-,
lndrce de
Pefbrmance Tática
(1FT)

Ofensivos
-Penetreção
Aç""sTáUcas

-Ccb ertura Ofensiva:


Defellsivo~
"Contenção
Percentual de Erros

I
Fas:edo Jogo
"Fase Ofensiva
-Oceertnra Defensiva "Fase Defensiva
"Jogo
Localização da
Açd'o Relativa aos
PnncloJQs(LARP}

"Espaço -Equütbric
táticos em avaliação (TEOLDO et al., 2011; TEOLDO et -Mob ilidade "Concentração-
nidade Ofensiva -trnidade Defensiva
al., 2009b). Já sobre as dimensões do campo de jogo, as
mesmas foram calculadas com base nas medidas oficiais Figura 2: Organização estrutural das variáveis do Sistema de Avalia-
do campo de Futebol estabelecidas pela International ção Tática no Futebol.

JOGOS DESPORTlVOS COLETIVOS: INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÚGICA INVESTIGAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÚGICA NO fUTEBOL
Esta organização das estruturas em categorias e va-
Referências
riáveis apresenta uma vantagem no que diz respeito à
flexibilidade do sistema, uma vez que a utilização destas BAKER, J.; CÔTÉ, J.; ABERNETHY, B. Sport-Specific practice
ocorre sempre consoante aos objetivos do treinador ou and the development of expert decision-making in team ball
sports. Journal of Applied SpO'rtPsychology, Abingdon,
pesquisador. ~
Assim, no que refere as necessidades que surgem so- v.15, n.L, p.12-25, novo 2003.
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informações objetivas sobre o.aprendizado tático durante n.2, p.271-276, mar. 1999.
este período, o Sistema de Avaliação Tática no Futebol -
FUT-SAT contempla, em grande parte, estas necessida- CASTELO, J. Futebol modelo técnico-táctico do jogo:
des. O FUT-SAT apresenta-se como um teste ecológico identificação e caracterização das grandes tendências evoluti-
e de fácil utilização, que pode ser utilizado conforme as vas das equipas de rendimento superior. Lisboa: Faculdade de
necessidades de avaliação de cada equipe/treinador/pro- Motricidade Humana. 1994.
fessor. Em outras palavras, o FUT-SAT é uma ferramenta CÔTÉ, J.; BAKER, J.; ABERNETHY, B. From play to practice:
de avaliação dos comportamentos táticos individuais e/ A developmental framework for the acquisition of expertise in 125
ou coletivos, que.serve como instrumento de acompanha- team sports. In: STARKES, J.; ERICSSON, A. Expert Perfor-
124
mento do desenvolvimento tático dos jogadores e equipes mance in Sports: Advances in Research on Sport Expertise.
ao longo do tempo. Ele permite conhecer a eficiência e a Champaign, IL: Human Kinetics Publishers, 2003, p.89-113.
eficácia do comportamento tático aprendido e desempe-
nhado pelos jogadores em um determinado período de FRENCKEN, W; LEMMINK, K. Team Kinematics of small-sided
tempo de treinamento, de forma ajustada ao modelo de soccer games. In: REILLY, T.; KORKUSUZ, F. Science and
Football VI - Proceedings on the Sixth World Congress of Sei-
jogo adotado pela equipe.
Neste contexto, é importante ressaltar que o conhe- ence and Football. London: Routledge, 2009, p.167-172.
cimento do treinador/professor é fundamental para a GALLAHUE, D.; OZMUN, J. Understanding motor develop-
aplicação, de forma adequada, dos resultados advindos do ment: infants, children, adolescents, adults. Boston: McGraw-
FUT-SAT no dia-a-dia dos treinamentos. Esta importân- -Hill, 1998.
cia advém da base teórica que permite que o treinador/
professor entenda os dados e aplique adequadamente os GARGANTA, J. Modelação táctica do jogo de futebol - es-
princípios táticos avaliados por este sistema nas sessões tudo da organização da fase ofensiva em equipas de alto rendi-
de treino, permitindo, assim, que o jovem jogador possa mento. 1997. 312 f. Tese (Doutorado). Faculdade de Ciências
absorver um conteúdo importante para a compreensão de do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto:
Porto, 1997.
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INVESTIGAÇÃO E PRÁT.ICA PEDAGÓGICA NO FUTEBOL


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