Você está na página 1de 3

AO JUÍZO DE DIREITO DA ....

VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO


MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS ESTADO DO MARANHÃO

A ASSOCIAÇÃO CACHORRO FELIZ, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ Nº...., com sede no endereço na rua..., número..., bairro..., no município de
São Luís, Maranhão, CEP...., endereço eletrônico...., legalmente constituída há mais
de 5 anos, com finalidade institucional a defesa dos cachorros de rua, por seu
advogado (procuração em anexo), com escritório no endereço ..., onde receberá as
intimações devidas, vem perante V. Exa., com fundamento no art. 1º e 5º, inciso V,
da Lei 7.347/85, propor

AÇÃO CIVIL PÚBLICA (com pedido de liminar)

em face do Município de São Luís, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ
Nº, representada por seu prefeito ou procurador, com sede no endereço ... pelas
razões de fato e direito que passa a expor:

I – DOS FATOS

A Associação Cachorro Feliz, associação civil em defesa dos animais de rua,


recebeu uma denúncia que os cachorros que eram recolhidos pelo canil municipal
da cidade de São Luís, capital do Maranhão, eram vítimas de maus tratos e
situações de higiene e hospedagem deploráveis.

Diante do exposto só restou a autora a propositura da presente Ação Civil


Pública, com pedido de liminar, para o enfretamento do problema, de modo que
sejam recolhidos os animais do canil público e seja garantido e protegido os direitos
dos animais.

II – DO CABIMENTO

De acordo com o art. 1º, I da Lei 7.347/85, a Ação Civil Pública, é o


instrumento contra as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais
causados ao meio ambiente.
III – DA LEGITIMIDADE

A associação constituída há mais de um ano e que tem entre suas finalidades


institucionais a proteção e defesa dos animais, possui legitimidade ativa para propor
a presente ação, conforme o artigo 5º, V da Lei 7.347/85.

IV – DO DIREITO

A Constituição Federal de 1988 veda de forma expressa a crueldade contra


os animais, conforme reza o artigo 225, § 1º, VII. Essa vedação não dar margem a
outra interpretação se não a de que os animais são seres sencientes e de que seu
sofrimento (físico ou psíquico) é moralmente significante a ponto de ser protegido a
nível constitucional. Assim o citado mandamento constitucional não se limita a
garantir a variedade das espécies ou a função ecológica da fauna, ela adentrou ao
campo moral.

Ao impor expressa vedação a crueldade, permite considerar os animais como


sujeitos jurídicos. Cabe frisar, que o art. 32 da Lei 9.605/98, tipifica como crime ato
de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos.

No presente caso, a denúncia recebida relata que os cachorros, recolhidos


pelo canil municipal são vítimas de maus tratos e situações de higiene e
hospedagem deploráveis.

Diante do exposto, a propositura da presente Ação Civil Pública, conforme o


regramento da Lei 7.347/85, visa garantir a defesa e proteção dos animais, como
responsabilizar o Município de São Luís – MA por danos causados ao meio
ambiente, tendo como obrigação de “fazer” do município, garantindo condições
dignas e salubres aos animais do canil, de modo a cessar os maus tratos sofridos
pelos animais.

V – DA LIMINAR

De acordo com o art. 300 do Código de Processo Civil, a tutela de urgência


será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito
(fumus boni iuris) e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo
(periculum in mora). No referido caso, a autora tem direito à tutela de urgência, pois
os requisitos estão presentes, a probabilidade do direito é evidente, pois as
alegações dos autos lesam o direito tutelado dos animais. O perigo de dano ou da
ausência de resultado útil do processo também está comprovado, pois sem a tutela,
o ilícito continuará ocorrendo e o dano ser irreparável ou de difícil reparação.

No mesmo sentido, conforme a Lei 7.347/85, no art.4º poderá ser ajuizada


ação cautelar, a fim de evitar danos ao meio ambiente, e o art. 12 da referida lei, diz
que o juiz poderá conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em
decisão sujeita a agravo.

VI - DOS PEDIDOS

Conforme exposto, requer:

A) citação do réu para, querendo, apresentar defesa, sob pena da revelia (arts. 238
do CPC);

B) a procedência da ação para condenar o município de São Luís – MA,


confirmando o pedido a tutela de urgência (art. 300 do CPC), nos termos da
fundamentação, a fim de cessar os maus tratos e cumprimento da obrigação de
fazer (art. 3º e 12 da Lei 7.347/85);

C) a intimação do representante do Ministério Público (art. 5º, § 1º da Lei 7.347/85);

D) a produção de todas as provas em direito admitidas (art. 369 do CPC);

E) a juntada dos documentos (art. 320 do CPC);

F) a condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários


advocatícios (arts. 82 e 85, ambos do CPC);

G) a condenação do réu ao pagamento de multa diária em caso de descumprimento


da decisão (art. 11 da Lei 7.347/85).

Dá-se a causa o valor de ....

Nestes termos,

pede e espera deferimento.

Local, data.

Advogado/OAB

Você também pode gostar