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INSTRUMENTOS DE LEITURA E PARTICIPAÇÃO

NA PRODUÇÃO SOCIAL DA MORADIA


UC DE PROJETO DE HABITAÇÃO I PROF. ME. GUSTAVO REIS MACHADO
ARQ. ESP. MATHEUS MENDONÇA DOS REIS | MATHEUS.MR2@PUCCAMPINAS.EDU.BR
INTRODUÇÃO

Apresentar e debater
soluções de produção
participativa da moradia
popular no contexto de
subdesenvolvimento e
luta de classes.

Fomentar com alguns


instrumentos e materiais
de apoio para a
elaboração de projetos
em que o protagonismo
seja a ação colaborativa
entre os envolvidos no
desenho de soluções
possíveis.

Mas antes, um pequeno


exercício de reflexão...
DOIS CONTEXTOS:
JARDIM BASSOLI
2.420 UNIDADES
MCMV-E
Campinas
2010-2012

ALEXIOS JAFET
1104 UNIDADES
MCMV-E
São Paulo
2016-2021
DUAS SOLUÇÕES:
JARDIM BASSOLI
2.420 UNIDADES
Moradores são de
diversas localidades da
cidade, em situação de
vulnerabilidade

ALEXIOS JAFET
1104 UNIDADES
Moradores são das
associações do bairro
JARDIM BASSOLI - CAMPINAS
20km do centro – linear
25km do centro – transporte
público

ALEXIOS JAFET – SÃO PAULO


21km do centro – linear
26km do centro – transporte
público
DUAS CONSEQUÊNCIAS:
Qual o elo criado entre
eles e o local que foram
levados a habitar?

Qual o legado e benefício de


um empreendimento
organizado de tal forma?
UMA RESPOSTA
(possível):
UMA RESPOSTA
(possível):

Processos e
instrumentos
participativos na
produção de moradia
Para pôr um fim a essa escassez
de moradia só existe um meio:
eliminar totalmente a
espoliação e a opressão da
classe trabalhadora pela
classe dominante. O que hoje
se entende por escassez de
moradia é o peculiar
agravamento das más
condições de moradia dos
trabalhadores em razão da
repentina afluência da
população às metrópoles; é a
aglomeração ainda maior de
moradores nas casas
particulares; e, para alguns, é a
total impossibilidade de
encontrar alojamento.
(38) Engels, Frierich.
E quanto a figura dos
arquitetos? Qual o peso de
sua atuação nas
disparidades que incidem
sobre a própria prática?
Estamos no caminho certo?
“O arquiteto aparece com nossa
figura tutelar, o Brunelleschi, no
primeiro canteiro de obras em
que a exploração do trabalho se
torna evidente”. Sergio Ferro
(2005)
Sergio Ferro – Genealogia do arquiteto https://youtu.be/D_fGl4KTOUQ
UMA AUTOCRÍTICA:
Portanto, o arquiteto deve
enxergar-se como um
integrante de uma obra coletiva
e de um canteiro transformador.
Sim, transformador, porque se
hoje reconhecemos que a
arquitetura não tem o poder de
modificar a sociedade por
inteiro, devemos ao menos
reivindicar para que possa
transformar a si mesma.

Queremos muito mais do que


construir casas. Queremos
construir os cidadãos e cidadãs
que vão morar dentro delas.

Projetos participativos também


são uma forma de colocar o
poder de decisão na mão de
quem vive o problema e propõe
a solução, é uma mudança de
cultura na gestão da coisa Devemos aprender como
pública e uma forma de funcionam as coisas e que nós
combater a corrupção e o podemos mudá-las. A moradia é
clientelismo. só o primeiro passo.
PRODUÇÃO PARTICIPATIVA DA
MORADIA: A EXPERIÊNCIA
LATINO-AMERICANA
O CONTEXTO DA URBANIZAÇÃO NA AMÉRICA
LATINA
INDUSTRIALIZAÇÃO TARDIA
CONCENTRAÇÃO DE TERRAS
MECANIZAÇÃO DO CAMPO

INSERÇÃO DA POPULAÇÃO RURAL


NAS CIDADES
PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO
PERIFERIZAÇÃO
AUTOCOSTRUÇÃO
PERU
PREVI (Proyecto
Experimental de Vivienda)
A primeira (?) grande mudança
produzida em relação à
mentalidade repressiva aos
bairros marginais consolidou-
se na década de 1960 no
Peru, quando não apenas os
conjuntos habitacionais
autoconstruídos foram
aceitos, mas o próprio
presidente do país, Fernando
Belaúnde Terry, arquiteto de
profissão, promoveu uma
competição, com a ONU
(1966), de habitacional
experimental e crescente.
Montaner, 2015
https://caravanserai.org.uk/2017/10/participatory-design-the-previ-project/
URUGUAI
COOPERATIVAS DE
HABITAÇÃO
A partir da aprovação da lei
conhecida como “Lei
Nacional da Habitação” no
Uruguai, foram construídos
em todo o país inúmeros
projetos de habitação,
objetivando atender as
necessidades de muitas
famílias de uruguaios. A lei
contemplava como uma
das formas de acesso à
habitação a solicitação
através de sociedades
cooperativistas. Nesse
modelo foi construído o
“Complejo Bulevar Artigas”.

http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/bulevar-artigas#gallery
https://www.archdaily.com.br/br/947330/a-experiencia-cooperativista-de-habitacao-no-uruguai-um-breve-panorama-historico
https://www.archdaily.com.br/br/947330/a-experiencia-cooperativista-de-habitacao-no-uruguai-um-breve-panorama-historico
BRASIL
AS ASSESSORIAS TÉCNICAS
Entre o final da década de 1980 e
início da década de 1990, na
cidade de São Paulo, alguns
profissionais que se identificavam
com luta dos movimentos sociais
por moradia passaram a se
organizar em assessorias
técnicas. Algumas surgiram em
espaços acadêmicos, outras
foram compostas por técnicos
que atuavam com os movimentos,
ou mesmo no poder público, na
área de habitação.

O foco das assessorias permeava


a luta pela Reforma Urbana, pelo
direito à cidade, e pelo direito à
moradia digna, defendendo a
qualidade da vida cotidiana em sua
amplitude.
https://autogestao.unmp.org.br/wp-content/uploads/2019/09/cartilha_autogestao.pdf
https://www.athis.org.br/assessorias-tecnicas/
Entretempos – Mutirão Paulo Freire https://vimeo.com/44237516
METODOLOGIAS:
INSTRUMENTOS DE LEITURA E
PARTICIPAÇÃO
PODEMOS APLICAR TAIS INSTRUMENTOS EM
DIVERSAS MODALIDADES DE ATUAÇÃO SOCIAL
AUTOGESTÃO
MELHORIAS HABITACIONAIS
REGULARIZAÇAO FUNDIÁRIA
INSTRUMENTOS DE LEITURA
INSTRUMENTOS DE PARTICIPAÇÃO

https://institutoelos.org/o-elos/#acao
CICLOS DE APRENDIZAGEM E PROCESSOS PARTICIPATIVOS

https://institutoelos.org/o-elos/#acao
Instituto Elos – Escola de Transformação https://www.youtube.com/watch?v=dTb1zbVo328
INSTRUMENTOS APLICADOS A MELHORIAS HABITACIONAIS
CRITÉRIOS SUBJETIVOS PARA SELEÇAO DO QUE É
CONSIDADO / CONSOLIDÁVEL E NÁO CONSOLIDÁVEL
DIAGNÓSTICOS NA CLASSIFICAÇÃO DE ASSENTAMENTOS
CATEGORIAS DE ASSENTAMENTOS E PROGRAMAS SUGERIDOS DE INTERVENÇÃO

Fonte: Prefeitura de São Bernardo do Campo


LACUNAS E RESPONSABILIDADES: ACESSO A MORADIA NO CAMPO

Como inserir o campo e seus


conflitos nos projetos e discussões
sobre moradia:

a) o histórico de conquista dos territórios;


b) os agentes inseridos nos conflitos territoriais
(como usinas dos setores energéticos,
empresas produtoras de eucalipto), bem como
seus impasses e desdobramentos;

c) as condições e demandas das famílias por


infraestruturas, serviços e equipamentos
públicos;

d) as condições habitacionais e suas demandas


por novas construções ou reformas;

e) as condições de produção da agricultura


camponesa, desde o plantio até a
comercialização;

f) o acesso a políticas e programas sociais


setoriais;

g) as ações de solidariedade praticadas pelas


famílias

h) a trajetória de vida de ao menos uma família,


em cada território.
http://www.peabirutca.org.br/?painel_projetos=athis-rural
UC DE PROJETO DE HABITAÇÃO I PROF. ME. GUSTAVO REIS MACHADO
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