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1 Rodada
1 Rodada
1ª RODADA - 09/02/2018
CEI-PGE/SP
1ª RODADA - 09/02/2018
DURAÇÃO
09/02/2018 A 10/05/2018
MATERIAL ÚNICO
Questões totalmente inéditas
ACESSÍVEL
Computador, Tablet, Smartphone
12 QUESTÕES DISSERTATIVAS
total
6 PEÇAS OU PARECERES
total
IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI CEI-PGE/SP
possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. 2018
O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela
sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.
60,00
em até 3x
Lançamento!
Páginas: 190
sem juros Edição: 3ª
+ Ano: 2018
ISBN: 978-85-93614-02-6
FRETE GRÁTIS
Dimensões: 14x21cm
60,00
em até 3x
Lançamento!
Páginas: 190
sem juros Edição: 1ª
+ Ano: 2018
ISBN: 978-85-93614-01-9
FRETE GRÁTIS
Dimensões: 14x21cm
PROFESSORES
IURI QUADROS. Advogado da União, aprovado em 11º lugar no último concurso da carreira,
obtendo a 2ª maior nota do Brasil na prova discursiva. Ex-assessor jurídico da Secretaria
de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, aprovado nos concursos da Procuradoria-
Geral do Município de Canoas, Especialista em Regulação da Ancine (13º lugar), Advogado
da FINEP e Residência Jurídica da PGE/RJ. Bacharel em direito pela UFRJ.
RAVI PEIXOTO. Professor de Direito Processual Civil. Doutorando em direito processual pela
UERJ. Mestre em Direito pela UFPE. Procurador do Município de João Pessoa. Advogado.
Aprovado nos concursos da PGM-JP, PGDF e PGM-Recife.
WOLKER VOLANIN BICALHO. Procurador do Estado de São Paulo. Exerce suas atribuições
na Subprocuradoria Geral da Consultoria Geral. Coordenador e professor do curso
“Direito Previdenciário Público” na Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado de
São Paulo em 2015 (ESPGE). Mestrando em Direito do Trabalho e Previdência Social
pela Universidade de São Paulo (USP).
SUMÁRIO
PROFESSORES............................................................................................................................................3
APRESENTAÇÃO........................................................................................................................................6
CRONOGRAMA..........................................................................................................................................8
QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO............................................................9
DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................................................................9
DIREITO PROCESSUAL CIVIL....................................................................................................15
DIREITO CIVIL............................................................................................................................... 20
DIREITO ADMINISTRATIVO..................................................................................................... 24
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO...................................................... 30
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................. 36
DIREITO TRIBUTÁRIO................................................................................................................. 43
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO.................................................. 49
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO................................ 55
GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS........................................................................................... 61
QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO....................................................... 62
DIREITO CONSTITUCIONAL.................................................................................................... 62
DIREITO PROCESSUAL CIVIL................................................................................................... 80
DIREITO CIVIL............................................................................................................................... 97
DIREITO ADMINISTRATIVO....................................................................................................133
DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO.....................................................158
DIREITO AMBIENTAL................................................................................................................ 181
DIREITO TRIBUTÁRIO...............................................................................................................204
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO................................................ 229
DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO...............................261
APRESENTAÇÃO
É com enorme satisfação que damos início a mais um curso de Rodadas de Questões para o
concurso de Procurador do Estado de São Paulo.
Neste curso, teremos 6 Rodadas de questões. A cada Rodada, vocês encontrarão 90 questões
objetivas, divididas em 9 disciplinas, cada qual contendo 10 questões, além de 1 peça ou
parecer e 2 questões discursivas.
Ao final do curso, vocês terão realizado 540 questões objetivas e lido seus respectivos
comentários, além de terem feito 6 peças ou pareceres e 12 questões discursivas.
Desse modo, para que vocês bem cumpram o objetivo ao qual se propuseram e, em razão
de que a publicação do edital para o concurso de Procurador do Estado de São Paulo se
aproxima, sugiro que vocês não negligenciem os estudos. Para isso, recomendo que realizem
as questões objetivas e discursivas no tempo sugerido – de 15 dias entre a liberação de uma
Rodada e outra, atentando ao prazo de envio das discursivas, bem como leiam atentamente
os comentários, inclusive – e principalmente – das assertivas incorretas, pois essa conjunção
de ideias e conhecimento fará com que vocês consigam sair do pensamento linear rumo ao
pensamento complexo de modo que tenham excelente aproveitamento na prova do concurso
ao qual serão submetidos.
Se possível, não deixem de ler eventuais artigos, dissertações ou teses elaborados por
membros integrantes da banca do concurso da PGE-SP, eis que já estão definidos (Drª Patricia
Ulson Pizarro Werner - Direito Constitucional; Drª Alessandra Obara Soares da Silva - Direito
Administrativo; Drª Juliana de Oliveira Duarte Ferreira - Direito de Pessoal e Previdenciário
Público; Dr. Lucas de Faria Rodrigues - Direito Ambiental; Dr. João Carlos Pietropaolo - Direito
Tributário; Drª Claudia Polto da Cunha - Direito Financeiro, Econômico e Empresarial Público;
Dr. Valter Farid Antonio Junior - Direito Civil; Dr. Marcelo José Magalhães Bonizzi - Direito
Processual Civil; Dr. Vinicius Teles Sanches - Direito do Trabalho e Processual do Trabalho).
Na medida do possível, nossos professores trarão nas questões matérias afeitas a cada um
dos membros designados a compor a banca, eis que, não raro, eles possuem predileção por
temas com os quais trabalham em suas atividades diárias. Portanto, atentem! A VUNESP
será a banca organizadora do concurso, porém o concurso terá suas questões realizadas por
comissão própria. Isso confere um viés especial à prova, eis que, provavelmente, veremos
temas relativos ao cotidiano dos membros da banca nas questões trazidas, o que lhe trará
identidade e peculiaridade fugindo do geral e se debruçando sobre situações específicas do
Estado de SP, caso sigam a característica da última prova. Portanto, recomendo fortemente a
leitura das legislações do Estado de SP, conforme constam no último Edital, eis que possuem
grande probabilidade de virem a ser requisitadas.
Reitero que não basta a realização e correção das Rodadas, mas, sim, um estudo conjugado
de modo que vocês consigam, nesta reta final, realizar a leitura tanto da legislação, eis que
vocês serão cobrados a respeito de texto de lei – famosa “lei seca” –, quanto da doutrina, das
súmulas e da jurisprudência pertinente ao conteúdo estudado.
Quanto à organização do estudo, de antemão, sugiro que iniciem pelas matérias que vocês
não dominam seja porque nunca tiveram contato seja porque não possuem conhecimento.
Deixem para estudar, nos dias prévios à prova, conteúdos que vocês gostam ou têm facilidade,
pois, inevitavelmente, nesse período, vocês estarão mais cansados.
Ademais, não esgotem todas as suas forças no pré-prova, mas, sim, guardem energia suficiente
para realizar uma prova tranquilamente.
De nossa parte, posso adiantar que a cada Rodada estaremos nos esforçando para trazer um
material inédito e de qualidade ímpar, com correções de questões discursivas individualizadas
que auxiliarão vocês a corrigir eventuais equívocos que possuam no momento da escrita.
Ademais, todo nosso trabalho se pauta pelo conteúdo programático do último Edital e, em
alguns casos, já antevê eventuais assuntos que poderão vir a ser incluídos no Edital pendente
de publicação.
Ainda, uma vez publicado o Edital, abordaremos temas relevantes e novos que ele trará de
modo que o estudo de vocês seja, senão completo, o mais próximo da completude possível e
que vocês consigam estudar e revisar o maior número de pontos do Edital até a data da prova.
Desejo que vocês se sintam tão satisfeitos com o curso quanto nós ficamos em elaborá-lo e
disponibilizá-lo a vocês.
Abaixo, segue o cronograma esperado de nosso curso, o qual poderá sofrer modificação, caso
a data da prova seja anterior ao dia 10/5/2018.
Um forte abraço,
CRONOGRAMA
DIREITO CONSTITUCIONAL
C) Os direitos sociais são caracterizados por exigir uma prestação estatal positiva
ao passo que os direitos individuais normalmente requerem um comportamento
negativo por parte do Estado.
Fonte: Wikipédia
Identifique, entre as proposições a seguir, quais configuram requisitos para a criação de
novos Estados-membros na federação brasileira:
I. Consulta à população do território que pretende configurar o novo Estado.
IV. Aprovação por lei complementar estadual do Estado originário cujo território
será subdividido.
A) Apenas I e II.
B) I, II e IV.
C) I, II e III.
D) I, III e IV.
D) Por ser laico, o Estado brasileiro não pode estabelecer cultos religiosos ou
igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles
ou com seus representantes relações de dependência ou aliança, podendo,
todavia, colaborar, na forma da lei, com as religiões nacionalmente majoritárias
em atividades de interesse público.
7. O Estado de São Paulo entende ser inconstitucional uma lei municipal que proíbe, no
perímetro do Município “X”, a construção de quaisquer estabelecimentos prisionais,
federais ou estaduais. Para tanto, a competente Ação Direta de Inconstitucionalidade
poderá ser proposta perante o(a):
A) Supremo Tribunal Federal.
B) Havendo conflito entre duas coisas julgadas, prevalecerá a que se formou por
último, enquanto não desconstituída mediante ação rescisória.
B) É cabível a tutela da evidência quando a petição inicial for instruída com prova
suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova
capaz de gerar dúvida razoável.
C) Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for despachada pelo juiz
ou quando distribuída, onde houve mais de uma vara.
16. Marcos estava andando de carro na cidade de Ribeirão Preto, quando foi atropelado
e teve de ser atendido em um hospital da rede pública do Estado de São Paulo, pois teve
fratura exposta na perna esquerda. Ocorre que houve um erro médico e amputaram a
perna direita do paciente.
Após a recuperação, Marcos voltou para a sua cidade natal, Vitória, capital do Espírito
Santo e resolveu ajuizar uma ação contra o Estado de São Paulo e contra o Médico por
erro médico. Destaque-se que esse Médico, no momento em que foi proposta a ação, já
havia se mudado para a cidade do Rio de Janeiro.
Tendo em vista essa situação assinale a resposta correta acerca da competência.
A) A ação deverá ser proposta em São Paulo.
B) A ação poderá ser proposta em Vitória, São Paulo, Ribeirão Preto ou no Rio de
Janeiro.
DIREITO CIVIL
22. A respeito dos defeitos do negócio jurídico previstos no Código Civil, assinale a
resposta correta:
A) A anulação do negócio por dolo exige a prova do prejuízo.
E) Por não se admitir a posse dos bens incorpóreos, tais bens são insuscetíveis de
aquisição por usucapião.
D) De acordo com a teoria da perda de uma chance, aplicada pelo STJ, exige-se
que o dano seja real, atual e certo, dentro de um juízo de probabilidade, e não mera
possibilidade.
C) A cláusula penal moratória pode ser compensada com perdas e danos. De outro
lado, a cláusula penal compensatória não pode ser compensada com perdas e
danos.
D) O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios
convencionados, se previstos na Convenção de Condomínio, e mais multa de até
três por cento sobre o débito.
E) Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos a alteração
da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade imobiliária,
depende da aprovação pela unanimidade dos condôminos.
DIREITO ADMINISTRATIVO
31. Maria, que possui um terreno na cidade de Registro/SP, celebrou um contrato com a
empresa Olá!, prestadora de serviço público de telecomunicações, de interesse coletivo,
para que esta empresa instalasse uma torre naquela área, de modo que a cobertura
da empresa pudesse chegar àquela localidade. Quatro meses depois, a empresa Olá!
permitiu, sem o consentimento de Maria, que a empresa Hello!, que também é prestadora
de serviço público de telecomunicações, utilizasse a estrutura montada para instalar
seus equipamentos, mediante pagamento de preço justo e razoável. Diante da situação
narrada, assinale a alternativa correta:
A) No caso, a instalação de equipamentos da empresa Hello! no terreno de Maria
fere seu direito à propriedade, na medida em que ela não consentiu com a operação.
Assim, Maria pode pleitear indenização em face da empresa Hello!, ainda que não
haja redução do potencial de exploração econômica do bem imóvel.
32. A Empresa X venceu uma licitação na modalidade pregão, para prestar serviço de
limpeza à União. Dentro do prazo de validade da proposta, a vencedora foi convocada,
porém apresentou documentação falsa, o que foi prontamente percebido pelo servidor
responsável pela conferência do documento. Diante disso, além das providências penais
cabíveis, a empresa X ficou impedida de contratar com a União pelo período de cinco
anos, tendo sido inscrita no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas,
mantido pela Controladoria-Geral da União. Três anos após o ocorrido, a Empresa X
pretendia participar de licitação no Estado de São Paulo, mas verificou, junto ao Portal
da Transparência, que permanecia inscrita no Cadastro desabonador mencionado.
Por isso, adotou medida judicial contra a União, a fim de retirar seu nome do referido
Cadastro e, ainda, obter indenização por danos morais. Diante da situação narrada,
assinale a alternativa correta.
e Suspensas gera dano moral in re ipsa, cuja indenização pode ser demandada à
União, responsável pela publicação.
33. Sobre a ação civil pública por improbidade administrativa, indique o item correto:
36. Maria, servidora pública de autarquia estadual, pediu reclassificação a que teria
direito por força de clara disposição de lei, a qual lhe foi negada pelo dirigente máximo,
mediante ciência inequívoca, no dia 02.01.2018. Inconformada, Maria apresentou,
administrativamente, pedido de reconsideração, o qual foi indeferido, dando-se-lhe
ciência deste último indeferimento no dia 02.02.2018. Novamente irresignada, Maria
impetrou, perante o juízo de uma das varas da fazenda pública, mandado de segurança
com pedido de medida liminar em face do Governador do Estado de São Paulo no dia
20.05.2018, visando obter sua reclassificação, que considera direito líquido e certo.
Na petição inicial, requereu, além disso, a condenação do Estado no pagamento de
honorários de sucumbência. Ante o exposto, indique a alternativa correta:
A) No caso, o pedido de reconsideração apresentado por Maria tem o condão
de interromper o prazo para impetração do writ, razão por que não ocorreu a
decadência.
37. No Município de São José dos Campos/SP, Maria construiu um shopping center sem
a apresentação do projeto arquitetônico no departamento competente na Prefeitura,
o que era exigido pela lei que instituiu o plano diretor municipal. Diante da situação
narrada, aponte a alternativa correta:
A) A Administração Pública municipal, no caso, realizou exigência que, apesar de
ter amparo legal, é inconstitucional, pois incompatível com o direito fundamental
à propriedade.
B) O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de 15 (quinze) mil habitantes.
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Apenas I.
E) Apenas II.
40. Sobre as empresas estatais, indique a alternativa que contém, precisamente, o(s)
item(ns) correto(s):
I. As sociedades de economia mista podem assumir qualquer forma societária
admitida em lei.
II. Em regra, compete à justiça comum estadual julgar as causas em que é parte
sociedade de economia mista.
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e III.
E) II e III.
41. Para o Supremo Tribunal Federal, a contribuição para o Regime Próprio de Previdência
Social do servidor inativo e do pensionista, instituída pela Emenda Constitucional nº
41/2003, é:
A) Inconstitucional, uma vez que a instituição de contribuição para o aposentado
e pensionista desnatura a natureza jurídica da contribuição previdenciária, porque
simplesmente reduz o valor final da aposentadoria e da pensão, sem qualquer
contrapartida, em evidente violação ao princípio da irredutibilidade do valor do
benefício.
E) Não poderá se aposentar de forma especial, tendo em vista que, para o Supremo
Tribunal Federal, o tempo prestado fora da sala de aula não se computa para efeito
de aposentadoria especial de professores.
46. Para o Supremo Tribunal Federal, a alusão, no edital do concurso público, a parâmetros
do tamanho da tatuagem para admissão do candidato aos quadros da polícia militar do
Estado é:
A) Constitucional, tendo em vista que o edital do concurso estabeleceu parâmetros
objetivos para a admissão dos candidatos no cargo.
B) Constitucional, tenho em vista que a polícia militar é uma carreira cuja restrição
de tatuagens se justifica pela natureza das atribuições.
48. De acordo com a postura do Supremo Tribunal Federal, a greve dos servidores
públicos civis:
A) É possível após a edição de lei específica, uma vez que o Poder Judiciário
somente pode declarar a existência ou não de mora legislativa, diante do princípio
da separação dos Poderes, previsto no art. 2º da Constituição Federal.
B) Não é possível, uma vez que aos funcionários públicos é vedado, pela
Constituição Federal, exercer o direito de greve.
49. De acordo com a Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo,
assinale a alternativa correta:
I - O Procurador Geral do Estado, responsável pela orientação jurídica e
administrativa da instituição, será nomeado pelo Governador, em comissão, entre
os Procuradores em atividade confirmados na carreira;
DIREITO AMBIENTAL
52. A Constituição Federal de 1988 trata como patrimônio nacional a Floresta Amazônica
brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira.
Em relação à Mata Atlântica, assinale a alternativa INCORRETA:
55. Dentre os tipos de unidade de conservação de proteção integral criados pelo SNUC,
assinale a alternativa que indica qual não necessita ser integralmente de dominialidade
pública, a depender da anuência dos proprietários das áreas sobrepostas:
B) Parque Nacional.
C) Monumento Natural.
D) Reserva de Fauna.
E) Reserva Biológica.
ecológica e, por fim, caso as formas anteriores não sejam possíveis de serem
implementadas, a indenização pecuniária.
60. Em relação aos conceitos jurídicos relativos ao meio ambiente, julgue os seguintes
itens:
II. Qualquer poluição constitui degradação ambiental, mas nem toda degradação
DIREITO TRIBUTÁRIO
61. Partindo do suposto de que o tributo tem a finalidade precípua de suprir os cofres
públicos com os recursos necessários para o atendimento das atividades estatais, ao
passo em que o Direito Tributário de efetivar o controle deste poder de tributar, analise
as proposições abaixo:
A) Os princípios constitucionais tributários figuram como nortes à delimitação
do poder de tributar, sendo empregados pela Constituição Federal para fazer a
repartição da força tributante entre os entes da federação. As normas jurídicas de
competência tributária, por seu turno, albergam comandos principiológicos que
servem de verdadeiras garantias constitucionais do contribuinte contra a força
tributária do Estado.
B) Com o Novo CPC, a devolução da carta citatória pelos correios é suficiente para
caracterizar os indícios de dissolução irregular requeridos pela Súmula nº 435 do
STJ, autorizando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio gerente.
lei apta a justificar o redirecionamento da execução fiscal para o sócio que tenha
se retirado da sociedade muito antes do fato gerador do tributo cobrado no feito
executivo.
A) I e V estão corretas.
B) II e IV estão erradas.
D) I e II estão erradas.
II. José, cujo inventário foi processado fora do país, era proprietário de salas
comerciais localizadas no bairro Itaim Bibi da capital paulista, as quais seriam
partilhadas entre seus herdeiros, todos americanos com domicílio em Recife-PE.
A) No caso de Flávio, não haverá o fato gerador do ITCMD, eis que o ato de
transferência ocorreu no exterior e o bem é incorpóreo, não podendo se falar em
tributação para nenhum estado brasileiro.
C) A relevância da natureza do objeto dos atos praticados e dos seus efeitos afasta
a interpretação objetiva do fato gerador.
80. A Lei nº 13.467/2017 inseriu procedimento de jurisdição voluntária na CLT, tendo por
objeto a homologação de acordo extrajudicial na seara trabalhista. Assinale a alternativa
correta acerca do referido procedimento:
A) A deflagração do processo de homologação de acordo extrajudicial interrompe
o prazo para pagamento das verbas rescisórias.
E) O prazo prescricional retomará seu curso a contar do dia útil seguinte à prolação
B) Poderia ser efetuada caso o DER/SP promovesse prévia licitação para ceder o
crédito e a CPP fosse vitoriosa do certame.
83. Acerca do Novo Regime Fiscal instituído pela Emenda Constitucional n. 95/2016, assinale
a alternativa incorreta:
A) Suponha que o Poder Executivo Federal deseje efetuar despesas de capital em
um determinado exercício em patamar que ultrapasse o gasto com despesas da
mesma categoria do exercício anterior, já corrigidas pelo IPCA, e também que as
despesas correntes, por sua vez, não ultrapassem aquelas do exercício anterior,
também corrigidas pelo IPCA. Nessa situação, não haverá violação ao limite de
despesas previsto no artigo 107 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
já que o limite foi instituído para conter gastos correntes e não despesas voltadas a
investimentos.
B) No exercício fiscal de 2019 o Poder Executivo ainda poderá compensar com redução
equivalente em sua despesa primária excesso de despesas primárias em relação ao
limite de gastos em que incorrerem os demais poderes.
forma individualizada o limite de gastos, ainda que o Poder Judiciário Federal como
um todo não ultrapasse o limite.
84. Suponha que uma nova linha de trem será construída pelo poder público estadual através
de um contrato de parceria público-privada e, como consequência, sua implantação trará
uma valorização aos imóveis localizados próximos às estações. Nesse cenário, assinale
a alternativa que descreve corretamente a utilização de um mecanismo que capture a
valorização imobiliária decorrente do projeto:
A) A contribuição de melhoria poderia ser instituída para fazer face ao custo da obra, de
modo que o poder público utilize o tributo arrecadado para pagar as contraprestações
públicas devidas ao concessionário. Para determinação da contribuição que cada
beneficiário deverá pagar, o custo da obra deve ser dividido pelos proprietários dos
imóveis beneficiados pela construção.
D) Caso a obra faça parte de uma operação urbana consorciada, o Estado poderá
emitir certificados de potencial adicional de construção, a serem alienados pelo
concessionária, de forma a permitir que os respectivos adquirentes os utilizem na
construção de áreas que superem os padrões estabelecidos pela legislação de uso e
ocupação do solo.
III – A fim de evitar conflitos de interesses, nos casos em que um advogado público
tiver oficiado na defesa de um órgão público, não deve ser responsável pela mediação
em câmara de mediação da administração pública.
A) Apenas II.
B) II e III.
C) I e III.
D) Apenas III.
E) A limitação do número de itens que cada participante pode ganhar não pode ser
inserida em um edital de licitação, por restringir a participação no certame.
87. Com relação aos indicadores fiscais do setor público, assinale a alternativa correta:
A) Ente da federação que ultrapassar o limite da dívida consolidada não poderá obter
crédito para refinanciar a própria dívida.
II) Empresa B: captação de 400 milhões via emissão de debêntures com taxa de
remuneração de 12% ao ano.
Nesse cenário:
B) O empenho deve corresponder exatamente à despesa futura, não podendo ser feito
por estimativa.
1 C 31 D 61 C
2 E 32 D 62 B
3 E 33 A 63 D
4 D 34 E 64 E
5 C 35 D 65 A
6 C 36 C 66 E
7 C 37 C 67 C
8 D 38 E 68 B
9 A 39 C 69 E
10 A 40 E 70 C
11 A 41 E 71 D
12 D 42 A 72 A
13 D 43 C 73 B
14 C 44 A 74 E
15 B 45 B 75 C
16 B 46 C 76 B
17 D 47 B 77 E
18 C 48 D 78 A
19 E 49 A 79 E
20 C 50 E 80 B
21 C 51 D 81 D
22 D 52 D 82 A
23 E 53 B 83 A
24 B 54 E 84 C
25 A 55 C 85 D
26 A 56 A 86 B
27 D 57 C 87 E
28 C 58 C 88 C
29 D 59 D 89 E
30 E 60 C 90 E
DIREITO CONSTITUCIONAL
Caros alunos, é com grande satisfação que damos início às rodadas do CEI PGE-SP na
disciplina Direito Constitucional! As questões a seguir foram elaboradas com base no edital de
2012 e privilegiando os temas de maior incidência nos concursos mais recentes da PGE. Há
questões fáceis, médias e difíceis, como em todo concurso público. Caso fique em dúvida em
alguma alternativa, tome nota e, na hora da correção, consulte os nossos comentários – eles
servirão como um guia para que você entenda o porquê de cada resposta. Por isso, evite ficar
restrito à alternativa que você assinalou. Sobre indicações bibliográficas, há diversos bons
manuais de Direito Constitucional disponíveis no mercado. Eu, particularmente, gosto muito
das obras dos professores Bernardo Gonçalves Fernandes, André Ramos Tavares e José
Afonso da Silva (que, inclusive, é Procurador do Estado aposentado!). O mais importante é
que você encontre um livro com linguagem agradável e – o mais importante – que favoreça
o seu entendimento. Fico aqui na esperança de sermos futuros colegas na PGE-SP e espero
que o material elaborado possa ser útil para a sua aprovação! Bons estudos!
COMENTÁRIO
C) CORRETA: Com efeito, foi durante a vigência da Constituição de 1946 que, por intermédio
da Emenda Constitucional nº 16, de 26 de novembro de 1965, surgiu a chamada “representação
de inconstitucionalidade” que tornou possível, pela primeira vez, o exame in abstracto de
normas pelo Supremo Tribunal Federal. Por esse motivo, o instituto é hoje considerado como
o predecessor da moderna Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).
D) INCORRETA: Não obstante a Constituição de 1891 realmente tenha criado o STF e adotado
a república como forma de governo, a alternativa está incorreta. O habeas corpus, embora
tenha sido introduzido no ordenamento jurídico pátrio pelo Código de Processo Criminal do
Império, em 1832, só se tornou garantia constitucional em 1891 (art. 72, § 22). O elástico
cabimento do writ que, na ausência de outros remédios constitucionais, passou a ser aceito
pelo Poder Judiciário para tutelar pretensões muito mais amplas do que o direito de “ir e
vir”, deu origem à chamada “doutrina brasileira do habeas corpus”, distorção que viria a ser
corrigida com o advento do mandado de segurança pela Constituição de 1934 (art. 113, 33),
que criou também, pela primeira vez, a ação popular (art. 113, 38).
GABARITO: C
COMENTÁRIO
GABARITO: E
C) Os direitos sociais são caracterizados por exigir uma prestação estatal positiva
ao passo que os direitos individuais normalmente requerem um comportamento
negativo por parte do Estado.
COMENTÁRIO
A) CORRETA: Segundo o STF, a “(...) cláusula da reserva do possível – que não pode ser
invocada, pelo Poder Público, com o propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar a
implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição – encontra insuperável
limitação na garantia constitucional do mínimo existencial, que representa, no contexto
de nosso ordenamento positivo, emanação direta do postulado da essencial dignidade
da pessoa humana. (...) A noção de ‘mínimo existencial’, que resulta, por implicitude, de
determinados preceitos constitucionais (CF, art. 1°, III e art. 3°, III), compreende um complexo
de prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de garantir condições adequadas de
existência digna, em ordem a assegurar, à pessoa, acesso efetivo ao direito geral de liberdade
e, também, a prestações positivas originárias do Estado, viabilizadoras da plena fruição de
direitos sociais básicos, tais como o direito à educação, o direito à proteção integral da criança
e do adolescente, o direito à saúde, o direito à assistência social, o direito à moradia, o direito
à alimentação e o direito à segurança” (ARE 639.337, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em
21.06.2011).
B) CORRETA: Os direitos sociais são direitos humanos de segunda geração – ainda que
venham a ser enunciados por meio de normas programáticas, o artigo 5º, § 1º, da Constituição
C) CORRETA: Os direitos sociais são caracterizados por exigir uma prestação estatal comissiva.
Configuram-se como direitos humanos de segunda geração, realizáveis por meio de políticas
públicas estatais, e normalmente descritos em normas programáticas. Já os direitos individuais
classicamente demandam do Estado uma prestação negativa, limitando o poder político para
que o indivíduo possa exercer plenamente algumas das suas liberdades.
E) INCORRETA: Nos termos da súmula vinculante nº 4, o salário mínimo só pode ser utilizado
como indexador nos casos expressamente previstos na Constituição, e não em lei ordinária.
GABARITO: E
nato.
COMENTÁRIO
A) CORRETA: Maria é considerada brasileira nata, pois, nos termos do art. 12, I, “c”, da
Constituição da República, são brasileiros natos os nascidos no estrangeiro (no caso, na
Argentina) de pai ou mãe brasileira, desde que sejam registrados na repartição consular
brasileira competente.
C) CORRETA: Muito embora não conste expressamente do rol do artigo 12, § 3º, vale lembrar
que o Presidente e o Vice-Presidente do TSE são eleitos exclusivamente dentre Ministros
do Supremo Tribunal Federal (art. 119, parágrafo único, da Constituição).
DICAS
Presidente e Vice-Presidente da
Cargos privativos de BRASILEIROS
Ministro da Defesa
de destaque que ocupa perante as
Forças Armadas.
D) INCORRETA: é privativo de brasileiro nato o cargo de oficial das Forças Armadas, mas não
o de praça, nos termos do art. 12, § 3º, VI, da Lei Maior.
GABARITO: D
Fonte: Wikipédia
Identifique, entre as proposições a seguir, quais configuram requisitos para a criação de
novos Estados-membros na federação brasileira:
I. Consulta à população do território que pretende configurar o novo Estado.
IV. Aprovação por lei complementar estadual do Estado originário cujo território
será subdividido.
A) Apenas I e II.
B) I, II e IV.
C) I, II e III.
D) I, III e IV.
COMENTÁRIO
IV) INCORRETA: Não é necessária a edição de lei complementar estadual porque, em relação
ao tema, a Constituição privilegia mecanismo de democracia direta (plebiscito) em detrimento
da democracia indireta, manifestada pela Assembleia Legislativa do Estado originário cujo
território se pretende subdividir.
GABARITO: C
D) Por ser laico, o Estado brasileiro não pode estabelecer cultos religiosos ou
igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles
ou com seus representantes relações de dependência ou aliança, podendo,
todavia, colaborar, na forma da lei, com as religiões nacionalmente majoritárias
em atividades de interesse público.
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: A União é pessoa jurídica de direito público interno que exerce a soberania
sob o ponto de vista do direito internacional. Por este motivo é que lhe compete assegurar a
defesa nacional e permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente (art. 21, IV). Os
Estados não têm, portanto, competência para tanto, ainda que estejam situados nas fronteiras.
E) INCORRETA: Está incorreto, pois, de acordo com o artigo 144, § 8°, da Constituição, os
Municípios poderão constituir guardas municipais conforme dispuser a lei ordinária (e não
complementar). Sobre as guardas, vale notar que o STF já entendeu “(...) constitucional a
atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para
imposição de sanções administrativas legalmente previstas”. (RE 658.570, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 06.08.2015).
GABARITO: C
7. O Estado de São Paulo entende ser inconstitucional uma lei municipal que proíbe, no
perímetro do Município “X”, a construção de quaisquer estabelecimentos prisionais,
federais ou estaduais. Para tanto, a competente Ação Direta de Inconstitucionalidade
poderá ser proposta perante o(a):
A) Supremo Tribunal Federal.
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: O STF não tem competência para analisar ADI proposta em face de lei
municipal, nos exatos termos do artigo 102, I, “a”, da Constituição. É importante lembrar que,
no sistema brasileiro, o controle abstrato compete somente ao STF (tendo como parâmetro a
Constituição Federal) e aos Tribunais de Justiça (tendo como parâmetro as respectivas Cartas
estaduais).
D) INCORRETA: Assim como o STJ, o TRF só atua no controle difuso, devendo igualmente
observância à cláusula de reserva de plenário.
E) INCORRETA: A ADI não é admissível em face de legislação municipal, como já se disse supra.
Contudo, em uma questão aberta, o candidato poderia eventualmente sustentar o cabimento
de ADPF perante o STF para levar à Corte a norma que se pretende reconhecer incompatível
com a Constituição da República. É importante, contudo, ressaltar que há entendimento
jurisprudencial reconhecendo que, cabendo ADI estadual em face da lei municipal, a ADPF
não seria cabível em virtude do princípio da subsidiariedade: “A possibilidade de instauração,
no âmbito do Estado-membro, de processo objetivo de fiscalização normativa abstrata de leis
municipais contestadas em face da Constituição Estadual (CF, art. 125, § 2º) torna inadmissível,
por efeito da incidência do princípio da subsidiariedade (Lei nº 9.882/99, art. 4º, § 1º), o acesso
imediato à arguição de descumprimento de preceito fundamental. É que, nesse processo de
controle abstrato de normas locais, permite-se, ao Tribunal de Justiça estadual, a concessão,
até mesmo “in limine”, de provimento cautelar neutralizador da suposta lesividade do diploma
legislativo impugnado, a evidenciar a existência, no plano local, de instrumento processual
de caráter objetivo apto a sanar, de modo pronto e eficaz, a situação de lesividade, atual
ou potencial, alegadamente provocada por leis ou atos normativos editados pelo Município”
(ADPF 100 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 15/12/2008). Contudo, essa posição
é bastante questionável, já que os legitimados ativos da ADI estadual não são os mesmos
legitimados ativos da ADPF (um Governador não pode mover ADI estadual em outro Estado,
por exemplo).
GABARITO: C
COMENTÁRIO
GABARITO: D
COMENTÁRIO
2995, julgada em 2006 e relatada pelo Ministro Celso de Mello: “Por entender caracterizada
a ofensa ao art. 22, XX, da CF, que confere à União a competência privativa para legislar
sobre sistemas de consórcios e sorteios, o Tribunal, por maioria, julgou procedente pedido
formulado em ação direta ajuizada pelo Procurador-Geral da República, para declarar
a inconstitucionalidade da Lei 12.343/2003 e, por arrastamento, do Decreto 24.446/2002,
ambos do Estado de Pernambuco, que dispõem sobre o serviço de loterias no âmbito da
referida unidade federativa”.
E) INCORRETA: Diferentemente da ADI e da ADC, a ADPF, prevista no art. 102, § 1°, da Lei
Maior, pode realizar juízo de recepção constitucional para analisar a compatibilidade do
direito infraconstitucional anterior com a Constituição vigente (art. 1°, parágrafo único, inciso
I, da Lei nº 9.882/1999). A ADPF também é a única ação do controle abstrato que admite, em
seu objeto, o exame de lei ou ato normativo municipal em face da Constituição da República
(art. 1°, parágrafo único, I, da Lei no 9.882/1999).
GABARITO: A
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: De acordo com o art. 164, § 3°, da Lei Maior, as disponibilidades de caixa da
União serão depositadas no Banco Central ao passo que as dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e dos órgãos ou entidades por eles controladas devem ser depositadas em
instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
B) CORRETA: Com efeito, a Constituição veda que o Banco Central conceda, direta ou
indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional ou a qualquer órgão ou entidade que não
seja instituição financeira (art. 164, § 1°). Essa disposição busca evitar abusos da chamada
“conta-movimento”, comuns nas décadas de 1960 e 1970. “A conta era um mecanismo pelo
qual, diariamente, o Banco do Brasil nivelava suas aplicações e recursos. Se tivesse déficit – o
que era mais frequente – ou superávit, essa conta era automaticamente creditada ou debitava
(...) Na prática, portanto, isso representava um ‘direito de saque’ do Banco do Brasil contra o
Banco Central” (ALÉM, Ana Cláudia. GIAMBIAGI, Fábio. Finanças Públicas: teoria e prática no
Brasil. 4ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. p. 90).
D) CORRETA: Vale lembrar que, além das metas, a LDO também deve conter as orientações
para a elaboração da Lei Orçamentária Anual, a LOA (art. 165, § 2°, da CF).
GABARITO: A
B) Havendo conflito entre duas coisas julgadas, prevalecerá a que se formou por
último, enquanto não desconstituída mediante ação rescisória.
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 15. Coisa julgada. Limites. Eficácia. Formas de impugnação e des-
constituição.
A) INCORRETA: Note que o CPC alterou a redação do art. 485 do CPC/1973 para afirmar,
no caput, do art. 966, que “A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida
quando”. Em outros termos, não só a sentença de mérito pode ser alvo de ação rescisória,
mas também a decisão interlocutória de mérito, a exemplo da mencionada no art. 356
do CPC. Essa conclusão é idêntica a que chegou o enunciado n. 336 do FPPC “Cabe ação
rescisória contra decisão interlocutória de mérito”.
C) CORRETA: Essa assertiva reproduz entendimento do STF, segundo o qual, “Não cabimento
de ação rescisória de decisões proferidas em harmonia com a jurisprudência do STF, ainda
que viesse a ocorrer alteração posterior do seu entendimento sobre a matéria. Em especial
caso fundada exclusivamente em possível e eventual alteração na jurisprudência do STF
sobre o tema (STF, Tribunal Pleno, AR 2.199/SC, rel. Min. Marco Aurélio, rel. p/ o acórdão Min.
Gilmar Mendes, 23/04/2015, info. 782). No mesmo sentido: STF, Tribunal Pleno, AR 2572 AgR,
Relator Ministro Dias Toffoli, j. 24.2.2017, DJe de 21.3.2017.
E) CORRETA: Impõe-se, como regra, o depósito de 5% sobre o valor da causa para o ajuizamento
da ação rescisória (art. 968, II). No entanto, de acordo com o seu § 1º, que aumentou os entes
dispensados de tal depósito, dentre eles a defensoria, “ Não se aplica o disposto no inciso
II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias
e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham
obtido o benefício de gratuidade da justiça”.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
E) INCORRETA: A assertiva troca o valor máximo da multa a título de má-fé, pois a lei se refere
ao décuplo: “Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas processuais que tiver
deixado de adiantar e pagará, em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de multa,
que será revertida em benefício da Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita
em dívida ativa” (art. 100, parágrafo único, CPC).
GABARITO: D
B) É cabível a tutela da evidência quando a petição inicial for instruída com prova
suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova
capaz de gerar dúvida razoável.
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: De acordo com o art. 311, IV, a tutela da evidência será concedida quando “a
petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito
do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável”. Note-se a exigência
da prova documental, que não foi mencionada pela assertiva.
C) INCORRETA: Inexiste qualquer vedação a priori para a concessão da tutela da evidência nos
procedimentos especiais. Inclusive o enunciado n. 422 do FPPC chegou a mesma conclusão,
ao afirmar que “a tutela da evidência é compatível com os procedimentos especiais”.
D) CORRETA: De acordo com o art. 311, II, a tutela da evidência pode ser concedida quando
“as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante”. Note-se que ela só cabe
quando baseada em casos repetitivos ou em súmula vinculante, não havendo coincidência
com os provimentos do art. 927.
GABARITO: D
C) Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for despachada pelo juiz
ou quando distribuída, onde houve mais de uma vara.
COMENTÁRIO
A) CORRETA: Trata-se de uma novidade inserida pela Lei 13.363/2016, fazendo com que o
processo seja suspenso “quando o advogado responsável pelo processo constituir o único
patrono da causa e tornar-se pai” (art. 313, X, CPC).
D) CORRETA: De acordo com o art. 315, caput, do CPC, “Se o conhecimento do mérito
depender de verificação da existência de fato delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do
processo até que se pronuncie a justiça criminal”. O § 2º, aponta que “Proposta a ação penal,
o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de 1 (um) ano, ao final do qual aplicar-se-á
o disposto na parte final do § 1º.
E) CORRETA: De acordo com o art. 313, VII, do CPC, “Suspende-se o processo (...)
“quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de
competência do Tribunal Marítimo”.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 11.1. Procedimento ordinário. Fases. Petição inicial. Citação. Efei-
tos. Despacho inicial. Condutas do réu. Providências preliminares. Julgamento
conforme o estado do processo. Provas. Teoria geral das provas. Provas em es-
pécie. Audiência de instrução e julgamento. Sentença. Tutela específica e meios
assecuratórios do resultado.
A) CORRETA, eis que, de acordo com o art. 357, III, do CPC, “Não ocorrendo nenhuma das
hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do
processo: (...) III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373”.
B) INCORRETA: Ocorre que, de acordo com art. 1.015, XI, do CPC, “Cabe agravo de
instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: (...) XI - redistribuição do
ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º”. Note-se que será cabível o agravo de instrumento
apenas da decisão que dinamiza o ônus da prova, mas não da decisão que a rejeita. No
segundo caso, a decisão apenas será recorrida com base nos arts. 1.009, §§ 1º e 2º: “§ 1º
As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar
agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar
de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. § 2º Se
as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado
para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas”.
C) CORRETA: De acordo com o art. 373, § 2º, do CPC, “A decisão prevista no § 1º (que trata
da dinamização) deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo
pela parte seja impossível ou excessivamente difícil”. Portanto, a dinamização não pode ser
utilizada quando a prova seja duplamente diabólica, ou seja, quando seja igualmente difícil sua
produção por ambas as partes.
D) CORRETA: De acordo com o art. 373, § 1º, do CPC, “Nos casos previstos em lei ou diante
de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato
contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do
ônus que lhe foi atribuído”. Houve basicamente reprodução da parte final do texto normativo.
E) CORRETA: Note-se que, de acordo com o art. 6º, VIII, do CDC, “São direitos básicos do
consumidor: (...) VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação
ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências”. Nesse caso,
a inversão ocorre apenas do consumidor para a empresa. No entanto, se for observado, no art.
373, § 1º, do CPC, quando é mencionada a dinamização, apenas se afirma que “poderá o juiz
atribuir o ônus da prova de modo diverso”, em outros termos, a dinamização pode ocorrer do
réu para o autor ou do autor para o réu, o que não pode ocorrer no caso do CDC.
GABARITO: B
16. Marcos estava andando de carro na cidade de Ribeirão Preto, quando foi atropelado
e teve de ser atendido em um hospital da rede pública do Estado de São Paulo, pois teve
fratura exposta na perna esquerda. Ocorre que houve um erro médico e amputaram a
perna direita do paciente.
Após a recuperação, Marcos voltou para a sua cidade natal, Vitória, capital do Espírito
Santo e resolveu ajuizar uma ação contra o Estado de São Paulo e contra o Médico por
erro médico. Destaque-se que esse Médico, no momento em que foi proposta a ação, já
havia se mudado para a cidade do Rio de Janeiro.
Tendo em vista essa situação assinale a resposta correta acerca da competência.
A) A ação deverá ser proposta em São Paulo.
B) A ação poderá ser proposta em Vitória, São Paulo, Ribeirão Preto ou no Rio de
Janeiro.
COMENTÁRIO
A questão envolve mais de um tema sobre a competência. Veja-se que, do ponto de vista do
Estado de São Paulo, tem-se a aplicação do art. 52, parágrafo único, do CPC, que traz uma
novidade em relação ao CPC/1973, eis que, de acordo com o texto normativo, “Se Estado ou
o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor,
no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital
do respectivo ente federado”. Em outros termos, se o Estado for o réu, o autor pode escolher
entre ajuizar a ação em: i) no seu domicílio; ii) no de ocorrência do ato ou fato que originou a
demanda; iii) no de situação da coisa; ou iv) na capital do respectivo ente federado.
A questão ainda levava em conta um outro dispositivo, qual seja, o art. 46, § 4º, do CPC,
segundo o qual “Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados
no foro de qualquer deles, à escolha do autor”, afinal, o médico também foi inserido no polo
passivo.
Portanto, o autor poderia escolher em ajuizar a ação tanto em Vitória, que seria o seu domicílio,
quanto em São Paulo, capital do ente federado, Ribeirão Preto, que seria o foro de ocorrência
do fato e ainda Rio de Janeiro, devido ao domicílio do médico, o segundo réu.
A) INCORRETA: Veja-se que, de acordo com a legislação, será possível a Marcos ajuizar
a ação tanto em Vitória, que seria o seu domicílio, quanto em São Paulo, capital do ente
federado, Ribeirão Preto, que seria o foro de ocorrência do fato e ainda Rio de Janeiro, devido
ao domicílio do médico, o segundo réu. Portanto, ao apontar que cabe apenas o ajuizamento
da ação em São Paulo, a assertiva está incorreta.
B) CORRETA: Veja-se que, de acordo com a legislação, será possível a Marcos ajuizar a ação
tanto em Vitória, que seria o seu domicílio, quanto em São Paulo, capital do ente federado,
Ribeirão Preto, que seria o foro de ocorrência do fato e ainda Rio de Janeiro, devido ao domicílio
do médico, o segundo réu. Portanto, correta a assertiva.
C) INCORRETA: Veja-se que, de acordo com a legislação, será possível a Marcos ajuizar
a ação tanto em Vitória, que seria o seu domicílio, quanto em São Paulo, capital do ente
federado, Ribeirão Preto, que seria o foro de ocorrência do fato e ainda Rio de Janeiro, devido
ao domicílio do médico, o segundo réu. Portanto, incorreta a alternativa, ao apontar que cabe
apenas o ajuizamento da ação em São Paulo ou no Rio de Janeiro.
D) INCORRETA: Veja-se que, de acordo com a legislação, será possível a Marcos ajuizar
a ação tanto em Vitória, que seria o seu domicílio, quanto em São Paulo, capital do ente
federado, Ribeirão Preto, que seria o foro de ocorrência do fato e ainda Rio de Janeiro, devido
ao domicílio do médico, o segundo réu. Portanto, incorreta a alternativa, ao apontar que cabe
apenas o ajuizamento da ação em Vitório ou em Ribeirão Preto.
E) INCORRETA: Veja-se que, de acordo com a legislação, será possível a Marcos ajuizar
a ação tanto em Vitória, que seria o seu domicílio, quanto em São Paulo, capital do ente
federado, Ribeirão Preto, que seria o foro de ocorrência do fato e ainda Rio de Janeiro, devido
ao domicílio do médico, o segundo réu. Portanto, incorreta a alternativa, ao apontar que cabe
apenas o ajuizamento da ação no Rio de Janeiro.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Recursos. Teoria geral. Recursos em espécie. Outros meios de
impugnação das decisões judiciais. Duplo grau obrigatório.
A) INCORRETA: Nos casos em que a apelação não tem o efeito suspensivo ope legis, ao
contrário do indicado na assertiva, “o apelado poderá promover o pedido de cumprimento
provisório depois de publicada a sentença” (art. 1.012, § 2º, CPC), não precisando esperar
findar o prazo recursal.
B) INCORRETA: De acordo com o art. 1.012, § 1º, III, do CPC, “§ 1º Além de outras hipóteses
previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença
que: (...) II - condena a pagar alimentos;”. Em outros termos, se a decisão de alimentos for no
sentido de excluir o seu pagamento, haverá efeito suspensivo, o que só não ocorre quando a
decisão é para determinar seu pagamento.
Note-se que essa lógica pode ser extraída dos §§ 1º e 2º do art. 1.013, que tratam da
profundidade do efeito devolutivo da apelação: “§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e
julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que
não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. § 2º Quando o
pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação
devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais”.
E) INCORRETA: Não cabe ao juiz de primeiro grau analisar pedido de concessão de efeito
suspensivo da apelação, mesmo que esta ainda não tenha sido remetida ao tribunal. De
acordo com o art. 1.012, § 3º, do CPC, “§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas
hipóteses do § 1º Poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I - tribunal, no período
compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator
designado para seu exame prevento para julgá-la; II - relator, se já distribuída a apelação”.
No caso da assertiva, o pedido de efeito suspensivo deveria ser dirigido ao tribunal e não ao
juiz do primeiro grau.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 13. Recursos. Teoria geral. Recursos em espécie. Outros meios de
impugnação das decisões judiciais. Duplo grau obrigatório.
B) INCORRETA: O único erro da assertiva está na porcentagem da multa, que é de dois e não
de um por cento sobre o valor atualizada da causa, nos termos do art. 1.026, § 2º: “Quando
manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão
fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois
por cento sobre o valor atualizado da causa”.
D) INCORRETA: A legislação vai em sentido oposto ao da assertiva, eis que, de acordo com
o art. 1.024, § 2º, do CPC, “Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão
de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão
embargada decidi-los-á monocraticamente”.
GABARITO: C
de precatório.
COMENTÁRIO
A) CORRETA: Esse é justamente o entendimento recente do STF, que decidiu que “Incidem
juros da mora entre a data da realização dos cálculos e a da requisição ou do precatório”. (STF,
Tribunal Pleno, RE 579.431, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 19/04/2017, regime de repercussão
geral, DJe 30/06/2017).
B) CORRETA: Por mais que os Conselhos de Fiscalização sejam entes públicos, de acordo
com o STF “A execução de débito de Conselho de Fiscalização não se submete ao sistema de
precatório”. (STF, Tribunal Pleno, RE 938.837, Rel. Min. Edson Fachin, Rel. p/ Acórdão: Min.
Marco Aurélio, j. 19/04/2017, regime de repercussão geral, DJe 25/09/2017).
Como destacado pelo Ministro Marco Aurélio, esse posicionamento decorre do fato de tais
entes não terem orçamento ou receberem aportes da União e, por isso, não estão submetidos
às regras constitucionais do capítulo de finanças públicas (artigos 163 a 169 da Constituição),
o que inviabiliza sua submissão ao regime de precatórios. O ministro ainda salientou que a
inexistência de orçamento inviabiliza o cumprimento de uma série de regras dos precatórios,
como a exigência de dotações orçamentárias específicas para este fim ou a consignação
direta de créditos ao Poder Judiciário.
C) CORRETA: De acordo com o art. 100, § 3º, da CF, “O disposto no caput deste artigo
relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações
definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em
virtude de sentença judicial transitada em julgado”. Esse texto é complementado pelo § 4º,
segundo o qual, “Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias,
valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades
econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de
previdência social”.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: Nos termos do art. 960, caput, do CPC, “A homologação de decisão estrangeira
será requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial
em sentido contrário prevista em tratado”. Destaque para a parte final, ou seja, é possível
a dispensa da referida ação, desde que haja disposição especial em sentido contrário
prevista em tratado.
B) INCORRETA: De acordo com o art. 960, § 2º, “A homologação obedecerá ao que dispuserem
os tratados em vigor no Brasil e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça”. A
assertiva falha ao não mencionar a possibilidade de regulação pelos tratados.
D) INCORRETA: De acordo com o art. 962, § 3º, do CPC, ocorre exatamente o contrário, pois
“O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à autoridade jurisdicional
prolatora da decisão estrangeira”.
GABARITO: C
DIREITO CIVIL
COMENTÁRIO
*Caros alunos, primeiramente, parabéns pela aquisição do curso. Como ex-aluno CEI posso
afirmar, com toda certeza, que a feitura das questões e leitura das atas de correção serão de
enorme valia para a preparação de todos. Façam as questões objetivas sem qualquer tipo de
consulta e não tenham medo de errar, pois agora é a hora para isso e os comentários estão
aí para ajudar. Ademais, é necessário ter um panorama honesto de quais temas constituem
nossos pontos fracos, para ali reforçarmos a preparação de última hora. Pensando nisso, esta
rodada foi elaborada de forma a explorar, de forma horizontalizada, vários temas de direito civil
Quanto a esta primeira questão, em que pese o tema não constar do último edital da PGE/SP,
considero-o de extrema relevância para os concursos de procuradorias, sendo o tratamento
da matéria indissociável de qualquer atuação fazendária que envolva processo de execução.
Desta forma, e tendo em vista que a matéria é reiteradamente cobrada em concursos de alto
nível, optei por elaborar uma questão a respeito. Vejamos os comentários:
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo
casal ou pela entidade familiar;
Não é necessário que a hipoteca seja registrada no cartório de Registro de Imóveis. “A ausência
de registro da hipoteca em cartório de registro de imóveis não afasta a exceção à regra de
impenhorabilidade prevista no art. 3º, V, da Lei nº 8.009/90.” (Nesse sentido: STJ, REsp
1.455.554-RN, 3ª Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 14/6/2016).
Assim, ainda que a hipoteca não tenha sido registrada, esse fato não poderá ser utilizado
como argumento pelo devedor para evitar a penhora do bem de família.
Portanto, atualmente, o bem de família não pode mais ser penhorado para pagamento de
dívidas de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias.
Como exemplo, colha-se o caso de um empregador doméstico que está sendo executado
por dívidas trabalhistas relacionadas a ex-empregados domésticos ou dívidas referentes às
contribuições previdenciárias decorrentes deste vínculo. Nessa hipótese, não é mais possível
penhorar o bem de família.
C) CORRETA: Trata-se da transcrição literal da Súmula 205 do STJ, muito exigida em provas:
Súmula 205, STJ: A Lei 8.009/90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência.
CUIDADO: Entretanto, é preciso ter atenção especial, pois, embora o STJ permita que a
indisponibilidade de bens possa recair sobre o bem de família, o mesmo tribunal não aceita
que os bens impenhoráveis sejam alvo da medida de indisponibilidade:
“1. As verbas salariais, por serem absolutamente impenhoráveis, também não podem
ser objeto da medida de indisponibilidade na Ação de Improbidade Administrativa,
pois, sendo impenhoráveis, não poderão assegurar uma futura execução. 2. O uso
que o empregado ou o trabalhador faz do seu salário, aplicando-o em qualquer fundo
de investimento ou mesmo numa poupança voluntária, na verdade, é uma defesa
contra a inflação e uma cautela contra os infortúnios, de maneira que a aplicação
dessas verbas não acarreta a perda de sua natureza salarial, nem a garantia de
impenhorabilidade. 3. Recurso especial provido.” (STJ, REsp 1164037 RS. Data de
publicação: 09/05/2014).
impenhoráveis, não poderão assegurar uma futura execução.” (STJ. 1ª Turma. REsp
1164037/RS, Rel. p/ Ac. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/02/2014).
Nos dizeres do Tribunal: “Firme em tal pensamento, esta Corte passou a abrigar também o
imóvel de viúva sem filhos, de irmãos solteiros e até de pessoas separadas judicialmente,
permitindo, neste caso, a pluralidade de bens protegidos pela lei 8.009/90”. Para o relator do
acórdão, o ministro Villas Bôas Cueva, jurisprudência do STJ vem há tempos entendendo que
a impenhorabilidade prevista na lei 8.009/90 não se destina a proteger a família em sentido
estrito, mas, sim, a resguardar o direito fundamental à moradia, com base no princípio da
dignidade da pessoa humana. “O conceito de entidade familiar deve ser entendido à luz das
alterações sociais que atingiram o direito de família. Somente assim é que poderá haver sentido
real na aplicação da lei 8.009/90”.
GABARITO: C
22. A respeito dos defeitos do negócio jurídico previstos no Código Civil, assinale a
resposta correta:
A) A anulação do negócio por dolo exige a prova do prejuízo.
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: De acordo com a definição dada por Clóvis Beviláqua, “o dolo é o artifício
ou expediente astucioso, empregado para induzir alguém à prática de um ato jurídico, que o
prejudica, aproveitando ao autor do dolo ou a terceiro”. Assim, o dolo tem em vista aproveitar
de um individuo. A prática do dolo é ato ilícito, nos termos do art. 186 do Código Civil. Para que
se configure o dolo, são necessários dois requisitos. O primeiro é a intenção de prejudicar por
parte de quem o pratica. O segundo diz respeito aos artifícios fraudulentos utilizado pela parte
que age com dolo. Nesse sentido, para que o negócio jurídico seja anulado por dolo, não se
exige a prova do prejuízo, sendo necessário, apenas, que o dolo seja a causa determinante
para realização do negócio, e, sem ele, o negócio jamais seria celebrado.
B) INCORRETA: Nos termos do art. 106 do Código Civil, a impossibilidade inicial do objeto não
invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele
estiver subordinado.
GABARITO: D
COMENTÁRIO
(...)
§ 5º Em cinco anos:
As cotas condominiais são líquidas desde o momento em que seu valor é definido na assembleia
geral de condôminos.
Como não existe um dispositivo específico no Código Civil tratando sobre o tema, aplica-se
o prazo de 10 anos, conforme o art. 205 do CC: Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos,
quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Atenção: Se o fato ocorreu na vigência do CC/1916, mas a ação somente foi proposta quando
vigorava o Código Civil de 2002, deve-se analisar a situação particular para verificar se, quando
entrou em vigor o CC/2002, já havia se passado mais da metade do prazo prescricional, de
acordo com a regra de direito intertemporal prevista no art. 2.028 do CC/02: Art. 2.028. Serão os
da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em
vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.
Nessa ordem de ideias, há que se definir se a conclusão inversa também pode ser tida como
verdadeira, isto é, se o ato interruptivo da prescrição, resultante da citação do fiador no âmbito
da execução de título extrajudicial, se estende ao devedor principal.
Com efeito, verifica-se que, em regra, a interrupção operada contra o fiador não prejudica o
devedor afiançado, haja vista que o principal não acompanha o destino do acessório e, por
conseguinte, a prescrição continua correndo em favor deste. Não se pode olvidar, ademais,
que, como disposição excepcional, a referida norma deve ser interpretada restritivamente,
e, como o legislador previu, de forma específica, apenas a interrupção em uma direção –
a interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador – não seria de boa
hermenêutica estender a exceção em seu caminho inverso.
De outro turno, e apesar de a regra geral apontar para uma responsabilidade de natureza
subsidiária do fiador – que apenas será responsabilizado caso o devedor principal não tenha
patrimônio suficiente para garantir a execução – excepcionalmente, a interrupção em face do
fiador poderá, sim, acabar prejudicando o devedor principal, nas hipóteses em que a referida
relação for reconhecida como de devedores solidários.
Sendo assim, caso renuncie ao benefício ou se obrigue como principal pagador ou devedor
solidário, a sua obrigação, que era subsidiária, passará a ser solidária, e, a partir de então,
deverá ser norteada pela sistemática estabelecida nos arts. 275 a 285 da lei civil. Por fim,
apesar de afastada a exceção do § 3° do art. 204, verifica-se que haverá a subsunção do fato
com a previsão do § 1°, segundo a qual “a interrupção efetuada contra o devedor solidário
envolve os demais e seus herdeiros”. (Nesse sentido: STJ, Resp 1.276.778, Informativo n.
602).
Para o STJ, a garantia por evicção está relacionada com a “responsabilidade negocial” do
alienante, que tem a obrigação de indenizar o adquirente evicto pelo fato de não ter transmitido
a propriedade do bem isenta de vícios. Dessa forma, trata-se de uma ação de reparação
civil decorrente de inadimplemento contratual (o alienante descumpre uma das obrigações do
contrato, qual seja a de transmitir a propriedade isenta de vícios).
(...)
§ 3º Em três anos:
E) CORRETA: Nos termos da jurisprudência do STJ, o mecânico que não possui conhecimento
técnico e formação intelectual suficiente não pode ser qualificado como “profissional liberal”.
Logo, não se aplica o art. 206, § 5º, II, do CC, que prevê o prazo prescricional de cinco anos
para a pretensão de profissionais liberais.
Vejamos a decisão:
(...)
GABARITO: E
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: A responsabilidade civil “effusi et dejects” consiste na reparação por ato ilícito
oriundo de responsabilidade civil de coisa lançada ou caída de prédio ou de ruína de edifício
ou construção. Essa responsabilidade abrange duas hipóteses, ambas previstas no Código
Civil: art. 937 (ruína de edifício ou construção) e art. 938 (coisas caídas ou arremessadas de
prédio). Segundo Carlos Roberto Gonçalves, a responsabilidade “effusi et dejects” é puramente
objetiva: “A responsabilidade, no caso, é puramente objetiva. Não se cogita da culpa. Já no
direito romano, a actio effuis et dejectis se destinava a definir a responsabilidade em face do
dano causado por uma coisa lançada de uma habitação para o exterior. Não se indagava se
foi lançada propositadamente à rua ou se caiu acidentalmente. Se havia despejado uma coisa
líquida (effusum) ou lançado um objeto (dejectum) de um edifício sobre um lugar destinado
C) CORRETA: Nos termos do artigo 932, inciso I, do Código Civil, os pais respondem
objetivamente pelos danos causados a terceiros por seus filhos menores, que se encontrem
sob sua autoridade e em sua companhia. É necessário, entretanto, que se prove a culpa
dos filhos no ato ilícito, para que sobrevenha a responsabilidade objetiva dos pais, sendo
esta responsabilidade denominada objetiva impura ou objetiva indireta. Assim, de acordo
com Flávio Tartuce, enuncia o art. 933 do CC que a responsabilidade das pessoas antes
elencadas independe de culpa, tendo sido adotada a teoria do risco-criado. Nesse sentido,
as pessoas arroladas, ainda que não haja culpa de sua parte (responsabilidade objetiva),
responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Mas, para que essas pessoas
respondam, é necessário provar a culpa daqueles pelos quais são responsáveis. Por isso a
responsabilidade é denominada objetiva indireta ou objetiva impura, conforme a doutrina de
Álvaro Villaça Azevedo. CC, Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os
pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; Art. 933. As
pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua
parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
D) CORRETA: O art. 950, § único, do CC prevê que a vítima que sofrer uma ofensa que resulte
em lesão pode exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. Se a vítima pedir
para receber a indenização de uma só vez, o magistrado não deve, necessariamente, acatar
o pedido. Nos termos decididos pelo STJ, nos casos de responsabilidade civil derivada de
incapacitação para o trabalho (art. 950 do CC), a vítima não tem o direito absoluto de que a
indenização por danos materiais fixada em forma de pensão seja arbitrada e paga de uma só
vez. É preciso ponderar que, se por um lado é necessário satisfazer o crédito do beneficiário,
por outro não se pode exigir o pagamento de uma só vez se isso puder levar o devedor à
ruína. Nesse sentido: STJ. 3ª Turma. REsp 1.349.968-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 14/4/2015 (Informativo n° 561). Julgado correlato: “Os credores de indenização por
dano morte fixada na forma de pensão mensal não têm o direito de exigir que o causador do
ilícito pague de uma só vez todo o valor correspondente. Isso porque a faculdade de “exigir
que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez” (parágrafo único do art. 950 do CC)
é estabelecida para a hipótese do caput do dispositivo, que se refere apenas a defeito que
diminua a capacidade laborativa da vítima, não se estendendo aos casos de falecimento.
Precedentes citados: REsp 1.230.007-MG, Segunda Turma, DJe 28/2/2011; REsp 1.045.775-
ES, Terceira Turma, DJe 4/8/2009.” REsp 1.393.577-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado
em 20/2/2014.
E) CORRETA: Em julgado recente, a Corte Especial entendeu que a privação da liberdade por
policial fora do exercício de suas funções e com reconhecido excesso na conduta caracteriza
dano moral “in re ipsa”. Vejamos a decisão: “O contexto delineado pelo Tribunal de origem
revela que, ao largo do debate acerca da prática de eventual crime de desacato, houve
uma atuação arbitrária por policial ao algemar pessoa idosa, no interior do condomínio onde
moram, em meio a uma discussão, o que lhe causou severas lesões corporais, caracterizando-
se, assim, a ofensa a sua liberdade pessoal e, consequentemente, a sua dignidade. Com
efeito, por se tratar de medida extremamente gravosa, a prisão, quando não decorrente de
sentença penal condenatória transitada em julgado, é autorizada pelo Estado no flagrante
delito ou em hipóteses excepcionais, mediante ordem escrita e fundamentada do juiz, na qual
fiquem demonstradas a sua necessidade e a adequação às circunstâncias que a justificam.
Nesse sentido, o respeito pela condição fundamental de liberdade é consectário natural do
postulado da dignidade da pessoa humana, que, por sua vez, como um dos fundamentos da
República Federativa do Brasil, constitui, segundo a doutrina, verdadeira “cláusula geral de
tutela e promoção da pessoa humana, tomada como valor máximo pelo ordenamento”. Não
por outro motivo, a ordem jurídica brasileira qualifica a prisão ilegal como crime, e, na esfera
cível, como ato ofensivo à liberdade pessoal (art. 954, parágrafo único, II, do CC/02). Sob essa
ótica, porque constitui grave violação da integridade física e psíquica do indivíduo, e, portanto,
ofensa a sua dignidade enquanto ser humano, a privação indevida da liberdade, sobretudo por
preposto do Estado e fora do exercício das funções, caracteriza dano moral “in re ipsa.” (STJ,
3ª Turma. REsp 1.675.015-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/9/2017. Informativo n°
612).
GABARITO: B
COMENTÁRIO
A) CORRETA: Desde que não haja disposição transacional ou judicial em sentido contrário, o
aviso prévio não deve integrar a base de cálculo da pensão alimentícia.
Para a melhor doutrina, o aviso prévio é o “pagamento que vai ser efetuado pelo empregador
ao empregado pela prestação de serviços durante o restante do contrato de trabalho, ou a
indenização substitutiva pelo não cumprimento do aviso prévio por qualquer das partes”.
Essa parcela pode ter cunho indenizatório (art. 487, § 1º, da CLT) – quando o empregado é
dispensado do labor durante o período do aviso prévio – ou salarial (art. 488 da CLT) – quando
destinada a remunerar o trabalhador pela continuação dos serviços no referido lapso temporal.
Não obstante essa natureza dúplice, trata-se, em qualquer das hipóteses, de verba rescisória,
e, por conseguinte, de caráter excepcional –, razão pela qual se mostra infensa à incidência
da pensão alimentícia, desde que não haja disposição transacional ou judicial em sentido
contrário.
Turma, DJe 2/4/2001). REsp 1.332.808-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
em 18/12/2014.
Ademais, o próprio STJ já confirmou essa possibilidade: Nos contratos celebrados por
instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, posteriormente à edição da MP nº
1.963-17/00 (reeditada sob o nº 2.170-36/01), admite-se a capitalização mensal de juros, desde
que expressamente pactuada. (STJ. 3ª Turma, REsp 894.385/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, j.
27.03.2007, DJ 16.04.2007)
Nesse sentido, os bancos podem fazer a capitalização de juros com periodicidade inferior a um
ano, desde que expressamente pactuada. A capitalização dos juros em periodicidade inferior à
anual deve vir pactuada de forma expressa e clara.
contrato preveja que a taxa de juros anual será superior a 12 vezes a taxa mensal para que o
contratante possa deduzir que os juros são capitalizados.
Desse modo, os bancos não precisam dizer expressamente no contrato que estão adotando a
“capitalização de juros”, bastando explicitar com clareza as taxas cobradas.
A cláusula com o termo “capitalização de juros” será necessária apenas para que, após vencida
a prestação sem o devido pagamento, o valor dos juros não pagos seja incorporado ao capital
para o efeito de incidência de novos juros.
A tese fixada pelo STJ foi a seguinte: É permitida a capitalização de juros com periodicidade
inferior a um ano em contratos BANCÁRIOS celebrados após 31 de março de 2000, data
da publicação da MP 1.963-17/2000 (atual MP 2.170-36/2001), desde que expressamente
pactuada (STJ. 2ª Seção. REsp 973.827/RS, Rel. p/ Acórdão Min. Maria Isabel Gallotti, julgado
em 08/08/2012).
Em resumo:
Portanto, um banco tem autorização legal para cobrar juros com capitalização inferior a um
ano, desde que o contrato assinado preveja expressamente.
A capitalização de juros, seja qual for a sua periodicidade, somente será considerada válida se
estiver expressamente pactuada no contrato.
houver expressa pactuação. Isso significa que a capitalização de juros, seja qual for
a sua periodicidade (anual, semestral, mensal), somente será considerada válida se
estiver expressamente pactuada no contrato. A pactuação da capitalização dos juros
é sempre exigida, inclusive para a periodicidade anual. O art. 591 do Código Civil
permite a capitalização anual, mas não determina a sua aplicação automaticamente.
Não é possível a incidência da capitalização sem previsão no contrato.” STJ. 2ª
Seção. REsp 1.388.972-SC, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 8/2/2017 (recurso
repetitivo) (Info 599).
Podemos resumir o que foi decidido pela Corte Especial da seguinte forma:
a) Se o suicídio ocorreu ANTES dos DOIS primeiros anos do contrato: O beneficiário NÃO
terá direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de
vigência inicial do contrato ou nos dois primeiros anos depois de o contrato ter sido reiniciado
(recondução) depois de um tempo suspenso (art. 798 do CC).
Atenção: o beneficiário não terá direito à indenização, mas receberá o valor da reserva técnica
já formada, ou seja, terá direito à quantia que o segurado pagou a título de prêmio para a
seguradora.
b) Se o suicídio ocorreu DEPOIS dos dois primeiros anos do contrato - Será devida a
indenização, ainda que exista cláusula expressa em contrário.
O legislador estabeleceu um critério objetivo para regular a matéria, sendo, portanto, irrelevante
a discussão a respeito da premeditação da morte. O art. 798 adotou critério objetivo temporal
para determinar a cobertura relativa ao suicídio do segurado, afastando o critério subjetivo da
premeditação.
Acontecendo o suicídio nos dois primeiros anos de contrato, o beneficiário não terá direito à
indenização, quer tenha sido o suicídio premeditado, quer tenha ocorrido sem premeditação.
Essa escolha do legislador teve como objetivo conferir maior segurança jurídica evitando
discussões sobre o elemento subjetivo, ou seja, a respeito da intenção do segurado. Esse é
o entendimento do STJ.” STJ, 2ª Seção. AgRg nos EDcl nos EREsp 1076942⁄PR, Rel. para
acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado em 27⁄5⁄2015.
II- A exegese conferida pelas instâncias ordinárias às referidas normas internas não
se mostra passível de análise em se tratando de recurso especial (Enunciado 5 da
Súmula/STJ).
III – Fixado, com base em interpretação levada a efeito, que somente animais
que causem incômodo ou risco à segurança e saúde dos condôminos é que não
podem ser mantidos nos apartamentos. Descabe, na instância extraordinária, rever
conclusão, lastreada no exame da prova, que conclui pela permanência do pequeno
cão. (STJ –Resp 10.250; 4.a T.; DJU 26.04.1993; p. 7.212; unânime).”
Para que se chegue a uma solução justa que beneficie a todos os moradores, é preciso verificar
o caso concreto para buscar um equilíbrio entre os direitos de todos os envolvidos.
GABARITO: A
E) Por não se admitir a posse dos bens incorpóreos, tais bens são insuscetíveis de
aquisição por usucapião.
COMENTÁRIO
O registro da usucapião no cartório de imóveis serve não para constituir, mas para
dar publicidade à aquisição originária (alertando terceiros), bem como para permitir o
Esse lapso temporal necessário para a aquisição da propriedade imóvel é aquilo que a doutrina
denomina de “Prescrição Aquisitiva”.
Ademais, o artigo 1.244 do Código Civil estabelece que se aplicam a usucapião as mesmas
hipóteses que suspendem ou interrompem a prescrição do devedor (Art. 202, I, do CC).
Nesse sentido, a citação válida ou, o despacho do juiz que determina a citação, em ação
possessória, seria suficiente para interromper a prescrição aquisitiva, impedindo o possuidor
de adquirir a propriedade do bem por meio da usucapião.
Com isso, prevalece o entendimento de que a posse “ad usucapionem” não perde seu caráter
de pacífica e inconteste nos casos que a demanda possessória ajuizada por quem se julga
proprietário do bem for julgada improcedente ou extinta sem o julgamento do mérito. Em outras
palavras, somente haverá a interrupção da prescrição aquisitiva, impedindo-se, assim, o agente
de adquirir o bem mediante usucapião, nos casos em que a demanda possessória for julgada
PROCEDENTE. (Nesse sentido: STJ, AgRg no Resp 944.661/MG e Resp 1.088.082/RJ).
CC. Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição,
possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de
título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual
servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Assim, com essas características, a lei defere a aquisição do domínio pela usucapião
extraordinária, independentemente de título e boa-fé (CC, art. 1.238).
E) INCORRETA: Consoante a súmula 193 do STJ, o direito de uso de linha telefônica pode ser
adquirido por usucapião: Súmula 193: O direito de uso de linha telefônica pode ser adquirido
por usucapião.
Atenção: Essa afirmativa, entretanto, gera divergências em sede doutrinária, pois, apesar de
a doutrina clássica entender impassíveis de posse os bens incorpóreos, numerosos autores
defendem a possiblidade, incluindo, por exemplo, Sílvio Venosa. Outros julgados dos quais se
extrai esse entendimento: STJ, REsp 1.412.529, REsp 769.731.
GABARITO: A
D) De acordo com a teoria da perda de uma chance, aplicada pelo STJ, exige-se
que o dano seja real, atual e certo, dentro de um juízo de probabilidade, e não mera
possibilidade.
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: Para o STJ, a teoria da perda de uma chance pode ser utilizada como critério
para a apuração de responsabilidade civil ocasionada por erro médico na hipótese em que o
erro tenha reduzido possibilidades concretas e reais de cura de paciente que venha a falecer
em razão da doença tratada de maneira inadequada pelo médico:
“A teoria da perda de uma chance pode ser utilizada como critério para a apuração
de responsabilidade civil ocasionada por erro médico na hipótese em que o erro
tenha reduzido possibilidades concretas e reais de cura de paciente que venha a
falecer em razão da doença tratada de maneira inadequada pelo médico.
Deve-se notar, contudo, que a responsabilidade civil pela perda da chance não
atua, nem mesmo na seara médica, no campo da mitigação do nexo causal. A
perda da chance, em verdade, consubstancia uma modalidade autônoma de
indenização, passível de ser invocada nas hipóteses em que não se puder apurar a
responsabilidade direta do agente pelo dano final.
Nessas situações, o agente não responde pelo resultado para o qual sua conduta
pode ter contribuído, mas apenas pela chance de que ele privou a paciente. A chance
em si – desde que seja concreta, real, com alto grau de probabilidade de obter um
benefício ou de evitar um prejuízo – é considerada um bem autônomo e perfeitamente
reparável. De tal modo, é direto o nexo causal entre a conduta (o erro médico) e o dano
(lesão gerada pela perda de bem jurídico autônomo: a chance). Inexistindo, portanto,
afronta à regra inserida no art. 403 do CC, mostra-se aplicável a teoria da perda de
uma chance aos casos em que o erro médico tenha reduzido chances concretas e
reais que poderiam ter sido postas à disposição da paciente”. Nesse sentido: STJ,
REsp 1.254.141-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/12/2012.
Vale dizer, não é o só fato de o advogado ter perdido o prazo para a contestação,
como no caso em apreço, ou para a interposição de recursos, que enseja sua
automática responsabilização civil com base na teoria da perda de uma chance.
D) CORRETA: A teoria da perda de uma chance, aplicada pelo STJ, “exige que o dano seja
REAL, ATUAL e CERTO, dentro de um juízo de probabilidade, e não mera possibilidade,
porquanto o dano potencial ou incerto, no espectro da responsabilidade civil, em regra, não é
indenizável” (REsp 1.104.665-RS, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 9/6/2009).
E) INCORRETA: Na teoria da perda de uma chance não se paga como indenização o valor
do resultado final que poderia ter sido obtido, mas sim uma quantia a ser arbitrada pelo juiz,
levando em consideração o caso concreto (REsp 821.004/MG, Rel. Min. Sidnei Beneti, Terceira
Turma, julgado em 19/08/2010).
GABARITO: D
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: É válida a fiança prestada durante união estável sem anuência do companheiro,
conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
O STJ considerou que não é nula nem anulável a fiança prestada por fiador convivente em
união estável, sem a outorga uxória, mesmo que tenha havido a celebração de escritura pública
entre os consortes. A outorga uxória apenas é necessária em relação ao casamento, quanto à
união estável não é exigida.
(...)
3. Assim, o casamento, tido por entidade familiar, não se difere em nenhum aspecto da
união estável - também uma entidade familiar -, porquanto não há famílias timbradas
como de “segunda classe” pela Constituição Federal de 1988, diferentemente do que
ocorria nos diplomas constitucionais e legais superados. Apenas quando se analisa
o casamento como ato jurídico formal e solene é que as diferenças entre este e
a união estável se fazem visíveis, e somente em razão dessas diferenças entre
casamento - ato jurídico - e união estável é que o tratamento legal ou jurisprudencial
diferenciado se justifica.
5. Desse modo, não é nula nem anulável a fiança prestada por fiador convivente
em união estável sem a outorga uxória do outro companheiro. Não incidência da
Súmula n. 332⁄STJ à união estável.
B) INCORRETA: Não é válida a cláusula que estipula efeitos retroativos ao contrato de união
estável: “Não é lícito aos conviventes atribuírem efeitos retroativos ao contrato de união
estável, a fim de eleger o regime de bens aplicável ao período de convivência anterior à sua
assinatura”. STJ. 3ª Turma. REsp 1.383.624-MG, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 2/6/2015
(Info 563). Assim, o contrato de união estável é válido, mas somente gera efeitos para o futuro,
ou seja, o STJ não admitiu a atribuição de efeitos pretéritos.
C) CORRETA: De acordo com o artigo 1.723, § 1º, do Código Civil “A união estável não
se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521 (que trata das hipóteses de
impedimentos para o casamento); não se aplicando a incidência do inciso VI (impedimento
decorrente de vínculo matrimonial anterior) no caso de a pessoa casada se achar separada de
fato ou judicialmente”.
Código Civil. Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre
o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e
estabelecida com o objetivo de constituição de família.
VI - as pessoas casadas;
“A discussão dos autos está em definir sobre a possibilidade de partilha dos direitos
à concessão de uso em imóvel público, decorrente de programa habitacional voltado
à população de baixa renda.
Trata-se de hipótese, cuja natureza contratual foi afastada pela doutrina, por ser uma
atividade vinculada, voltada a reconhecer ao ocupante, preenchidos os requisitos,
o direito subjetivo à concessão para moradia. No caso analisado, a concessão feita
pelo Estado voltou-se a atender a morada da família, havendo, inclusive, expedição
de instrumento em favor do casal, para a regularização do uso e da posse do imóvel.
Nesse ponto, fato é, que a concessão permitiu à família o direito privativo ao uso do
bem. Diante desse contexto, é plenamente possível a meação dos direitos sobre o
imóvel em comento. Apesar de não haver a transferência de domínio, a concessão
também se caracteriza como direito real, oponível erga omnes, notadamente com
a inclusão do inciso XI ao art. 1.225 do Código Civil. Com efeito, a concessão de
uso de bens destinados a programas habitacionais, apesar de não se alterar a
titularidade do imóvel e ser concedida, em regra, de forma graciosa, possui, de fato,
expressão econômica.
Segunda corrente: o primeiro relacionamento será tratado como união estável e o segundo
receberá a mesma disciplina do casamento putativo. Nesse sentido: Flávio Tartuce.
Terceira corrente: estabelece que nenhum dos relacionamentos será reconhecido como união
estável, uma vez que a relação deve ser exclusiva por força do princípio da monogamia. Nesse
sentido: Maria Helena Diniz.
GABARITO: C
C) A cláusula penal moratória pode ser compensada com perdas e danos. De outro
lado, a cláusula penal compensatória não pode ser compensada com perdas e
danos.
COMENTÁRIO
Nos termos do art. 409 do Código Civil de 2002, a cláusula penal, também chamada de pena
convencional ou simplesmente multa contratual, pode ser classificada em duas espécies:
De outro turno, as arras se relacionam à quantia ou bem entregue por um dos contratantes ao
outro, por ocasião da celebração do contrato, como sinal de garantia do negócio. De acordo
com os arts. 417 a 420 do Código Civil de 2002, a função indenizatória das arras se faz presente
não apenas quando há o lícito arrependimento do negócio (art. 420), mas principalmente
quando ocorre a inexecução do contrato. Isso porque, de acordo com o disposto no art.
418, mesmo que as arras tenham sido entregues com vistas a reforçar o vínculo contratual,
tornando-o irretratável, elas atuarão como indenização prefixada em favor da parte “inocente”
pelo inadimplemento do contrato, a qual poderá reter a quantia ou bem, se os tiver recebido,
ou, se for quem os deu, poderá exigir a respectiva devolução, mais o equivalente.
Outrossim, de acordo com o que determina o art. 419 do CC/02, a parte prejudicada pelo
inadimplemento culposo pode exigir indenização suplementar, provando maior prejuízo,
“valendo as arras como taxa mínima”, ou, ainda, pode requerer a execução do acordado com
perdas e danos, se isso for possível, “valendo as arras como o mínimo da indenização”.
B) CORRETA: De acordo com o artigo 412 do Código Civil, o valor da cominação imposta
na cláusula penal NÃO pode exceder o da obrigação principal: CC/02 - Art. 412. O valor da
cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal.
C) CORRETA: A cláusula penal moratória pode ser compensada com perdas e danos. De
outro lado, a cláusula penal compensatória não pode ser compensada com perdas e danos.
Nesse sentido: STJ. 3ª Turma. REsp 1.335.617 SP.
Vale lembrar que a cláusula penal pode prever cominação igual à obrigação principal, devendo
ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação tiver sido cumprida em parte.
Código Civil, Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode
exceder o da obrigação principal.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for
manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Em resumo:
Por fim, nada impede que se estipulem, em um mesmo acordo, cláusula penal compensatória
(vinculado ao total inadimplemento) e moratória (atrelada à mora no cumprimento determinadas
cláusulas).
D) INCORRETA: Muita atenção com a cobrança da letra da lei em provas objetivas. De acordo
com o Código Civil, a cláusula penal pode ser estipulada conjuntamente com a obrigação ou
em ato posterior:
Código Civil, Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação,
ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de
alguma cláusula especial ou simplesmente à mora.
Ademais, a relação entre advogado e cliente é pautada pela confiança, fidúcia, sendo um
a) é lícita para situações de mora e/ou inadimplemento (ex: multa pelo atraso no pagamento
dos honorários).
Nesse sentido: STJ. 4ª Turma. REsp 1.346.171-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
11/10/2016 (Informativo n° 593).
GABARITO: D
D) O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios
convencionados, se previstos na Convenção de Condomínio, e mais multa de até
três por cento sobre o débito.
E) Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos a alteração
da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade imobiliária,
depende da aprovação pela unanimidade dos condôminos.
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: A princípio, deve-se ressaltar que o enunciado trata do artigo 504 do Código
Civil e este possui aplicação somente ao condomínio tradicional e não ao edilício. Entretanto,
para evitar qualquer tipo de pegadinha em provas, o tema foi abordado na presente questão.
No mais, o direito de preferência tratado no enunciado existe tão somente na venda entre um
condômino e terceiro e NÃO entre condôminos, o que torna a alternativa incorreta.
De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, o direito de preferência previsto no art. 504
do CC aplica-se ao contrato de compra e venda celebrado entre condômino e terceiro, e não
àquele ajustado entre condôminos.
Nos termos do artigo 504 do código civil, não pode um condômino em coisa indivisível vender
a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não
se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida
a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. Nesse
sentido: STJ. 4ª Turma. REsp 1.137.176-PR, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 16/2/2016
(Info 577).
Assim, a literalidade do art. 504 demonstra que o direito de preferência deve ser observado
somente nos casos em que o contrato de compra e venda seja celebrado entre o condômino e
um estranho. Não se aplica, portanto, às hipóteses de venda entre condôminos.
O objetivo da lei foi o de estimular que a propriedade permaneça somente com os titulares
originários, evitando desentendimentos com a entrada de um estranho no grupo.
CC - Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a
estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não
se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte
vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de
decadência.
Por fim, “a regra do art. 504 do CC aplica-se somente ao condomínio tradicional e não ao
condomínio edilício. Um condômino em prédio de apartamentos não precisa dar preferência
aos demais proprietários. Mas se a unidade pertencer também a outras pessoas, estas devem
ser notificadas para exercer a preferência legal, pois instaurou-se, nesse caso, um condomínio
tradicional dentro do horizontal” (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil. Vol. 3. São Paulo:
Saraiva, 2012, p. 242).
B) INCORRETA: Nos termos do art. 1.333 do CC/02, a convenção que constitui o condomínio
edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais:
Código Civil. Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve
ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-
se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para
quantos sobre elas tenham posse ou detenção.
C) INCORRETA: Trata-se da exceção prevista no art. 1.331, § 1°, do CC/02. Os abrigos para
veículos não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo
autorização expressa na convenção de condomínio:
D) INCORRETA: A multa prevista no CC/02 no caso de o condômino não pagar a sua contribuição
é de até dois por cento sobre débito. Mais uma vez é preciso dominar a literalidade da lei, já
que as bancas de concurso adoram modificar apenas números ou quóruns previstos em lei.
Código Civil. Art. 1.336, § 1º. O condômino que não pagar a sua contribuição ficará
sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por
cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito.
Art. 1337, § único: O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento
antissocial, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou
Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos
a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade
imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos condôminos.
Art. 1.354. A assembleia não poderá deliberar se todos os condôminos não forem
convocados para a reunião.
GABARITO: E
DIREITO ADMINISTRATIVO
Que alegria começar este curso com vocês! Sejam todos muito bem-vindos ao nosso ambiente
de debate virtual.
Desejo a todos vocês um excelente proveito na resolução das questões e na elaboração das
peças. Estamos todos muito envolvidos e na torcida pela aprovação de vocês.
Sei que muitos já vêm de vários outros concursos, de anos de estudo; outros acabam de sair
da faculdade. Em todo caso, o conselho é o mesmo: persistam e tenham coragem. Às vezes
o caminho é demorado, mas, por mais clichê que seja, deve-se ir um passinho de cada vez.
Compartilho com vocês um pequeno trecho que descobri de um discurso feito por Churchill,
durante a Segunda Guerra Mundial, referindo-se à característica dos britânicos que lhe
parecia, naquele momento, ser definitiva para vencer a guerra: “quando eles [os britânicos]
muito lentamente fazem a sua cabeça de que a coisa precisa ser feita e o trabalho finalizado,
então, mesmo que demore meses - mesmo demore anos - eles o fazem”1.
1 O parágrafo inteiro, no original é: “but we must learn to be equally good at what is short and sharp and
what is long and tough. It is generally said that the British are often better at the last. They do not expect to move
31. Maria, que possui um terreno na cidade de Registro/SP, celebrou um contrato com a
empresa Olá!, prestadora de serviço público de telecomunicações, de interesse coletivo,
para que esta empresa instalasse uma torre naquela área, de modo que a cobertura
da empresa pudesse chegar àquela localidade. Quatro meses depois, a empresa Olá!
permitiu, sem o consentimento de Maria, que a empresa Hello!, que também é prestadora
de serviço público de telecomunicações, utilizasse a estrutura montada para instalar
seus equipamentos, mediante pagamento de preço justo e razoável. Diante da situação
narrada, assinale a alternativa correta:
A) No caso, a instalação de equipamentos da empresa Hello! no terreno de Maria
fere seu direito à propriedade, na medida em que ela não consentiu com a operação.
Assim, Maria pode pleitear indenização em face da empresa Hello!, ainda que não
haja redução do potencial de exploração econômica do bem imóvel.
COMENTÁRIO
from crisis to crisis; they do not always expect that each day will bring up some noble chance of war; but when they
very slowly make up their minds that the thing has to be done and the job put through and finished, then, even if it
takes months—if it takes years—they do it.”
Assim, na situação descrita, ocorre uma servidão administrativa, pois a relação entre a empresa
Olá! e a empresa Hello! rege-se, dentre outros, pelo dispositivo transcrito, não se caracterizando
relação de sublocação. Assim, o consentimento de Maria, no caso, é dispensável e ela não tem
direito de obter indenização da empresa Hello!
Como veremos em seguida, por tratar-se, de acordo com o entendimento do STJ, de intervenção
do Estado na propriedade, relativiza-se o caráter exclusivo deste direito.
C) INCORRETA: Pessoal, estou sempre repetindo isso, então quem já foi meu aluno vai ler de
novo essas duas linhas. Cuidado com as assertivas que contêm “em nenhuma hipótese”/”em
nenhuma ocasião”/”sempre”, etc., pois, geralmente, elas trazem informações equivocadas.
GABARITO: D
32. A Empresa X venceu uma licitação na modalidade pregão, para prestar serviço de
limpeza à União. Dentro do prazo de validade da proposta, a vencedora foi convocada,
porém apresentou documentação falsa, o que foi prontamente percebido pelo servidor
responsável pela conferência do documento. Diante disso, além das providências penais
cabíveis, a empresa X ficou impedida de contratar com a União pelo período de cinco
anos, tendo sido inscrita no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas,
mantido pela Controladoria-Geral da União. Três anos após o ocorrido, a Empresa X
pretendia participar de licitação no Estado de São Paulo, mas verificou, junto ao Portal
da Transparência, que permanecia inscrita no Cadastro desabonador mencionado.
Por isso, adotou medida judicial contra a União, a fim de retirar seu nome do referido
Cadastro e, ainda, obter indenização por danos morais. Diante da situação narrada,
assinale a alternativa correta.
COMENTÁRIO
Inclusive, vale salientar que o prazo máximo previsto para cada uma das sanções é diferente.
Enquanto o “impedimento de licitar e contratar” previsto no artigo 7º da Lei do Pregão pode
durar até cinco anos, a “suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração” do artigo 87, inciso III, da Lei nº 8.666/93 dura, no máximo,
dois anos.
B) INCORRETA: Como acabo de afirmar, o prazo máximo previsto pelo artigo 7º da Lei nº
10.520/2002 é de cinco anos. Esta era uma alternativa que poderia ser facilmente eliminada
pela recordação do dispositivo legal, como costuma ocorrer em provas objetivas. Assim,
procurem não deixar de lado a leitura do texto da lei. Este artigo 7º já transcrevo para vocês,
pois nos servirá, ainda, nos comentários seguintes:
Esse foi, inclusive, o fundamento que o Ministro Relator utilizou para enfatizar a ausência de
dano pela simples divulgação.
E) INCORRETA: Para eliminar esta alternativa, também bastaria conhecer o artigo 7º da Lei
nº 10.520/2002, acima transcrito. É curioso ressaltar que a Lei do Pregão inovou tanto na
descrição das condutas puníveis quanto na ampliação do sujeito passivo, e que, além disso,
permitiu o sancionamento por atos cometidos no curso do certame licitatório. Nesse sentido,
aliás, Ronny Charles Lopes de Torres salienta: “necessário perceber que, diferentemente do
disposto pelo artigo 87 da Lei nº 8.666/93, na Lei do Pregão o sancionamento é admissível
em razão de atos ilícitos praticados tanto no certame licitatório como no transcorrer da
execução contratual” (Op. Cit., p. 966). Aliás, esse sancionamento para o comportamento
inidôneo na fase de habilitação é necessário e justificado ante a característica de inversão de
fases dessa modalidade licitatória.
GABARITO: D
33. Sobre a ação civil pública por improbidade administrativa, indique o item correto:
COMENTÁRIO
Além disso, o julgado mencionado se baseou no fato de que, “por aplicação analógica da
primeira parte do art. 19 da Lei n. 4.717/65, as sentenças de improcedência de ação civil
pública sujeitam-se indistintamente ao reexame necessário”.
B) INCORRETA: O artigo 7º, caput, da Lei nº 8.429/1992, dispõe que “quando o ato de
improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a
autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para
a indisponibilidade dos bens do indiciado.” Interpretando o referido dispositivo, o STJ decidiu
que “para a decretação da referida medida, embora se exija a demonstração de fumus boni
iuris - consistente em fundados indícios da prática de atos de improbidade -, é desnecessária
a prova de periculum in mora concreto - ou seja, de que os réus estariam dilapidando
efetivamente seu patrimônio ou de que eles estariam na iminência de fazê-lo (colocando
em risco eventual ressarcimento ao erário). O requisito do periculum in mora estaria
implícito no referido art. 7º, parágrafo único, da Lei 8.429/1992, que visa assegurar “o integral
ressarcimento” de eventual prejuízo ao erário, o que, inclusive, atende à determinação contida
no art. 37, § 4º, da CF” (REsp 1.366.721-BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para
acórdão Min. Og Fernandes, julgado em 26/2/2014, veiculado no Informativo nº 547).
Dessa forma, havendo indícios significativos do cometimento de ato de improbidade que cause
lesão ao erário ou enriquecimento ilícito, é possível a decretação da indisponibilidade de bens,
desde que seja realizada mediante decisão judicial especificamente fundamentada.
C) INCORRETA: Ao contrário do que afirma a assertiva, o artigo 17, § 1º, da Lei nº 8.429/1992
dispõe que “é vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.”
Contudo, é interessante notar a ponderação doutrinária no sentido de que, “não obstante o
caráter peremptório da regra, na tutela coletiva não só é possível, como frequente, a transação,
como se pode notar pela quantidade razoável de TACs (termos de ajustamento de conduta)
celebrados pelos legitimados a defender o direito coletivo lato sensu. O que deve ficar claro é
que, nessas soluções de conflito por autocomposição, não é o direito material em si o objeto
da transação, mas sim a forma de seu exercício. Significa que serão objetos da transação
apenas a forma, o modo e os prazos de cumprimento de obrigações que tutelem o direito
material, que nunca será em si mesmo o objeto da transação” (OLIVEIRA, Rafael Carvalho
Rezende. Op. Cit., p. 876). Para a prova, vocês, futuros Procuradores do Estado de São Paulo,
devem conhecer tanto a dicção legal quanto a interessante posição doutrinária (que pode, por
exemplo, ser relevante em uma prova discursiva).
Como se sabe, o rito da ação de improbidade prescreve que, antes de recebida a petição
inicial, o juiz notifique o réu para apresentar defesa prévia. Dessa defesa prévia, pode resultar o
indeferimento da petição inicial. É, aliás, o próprio artigo 17, § 8º, da Lei nº 8.429 que prevê que
“recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a
ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
inadequação da via eleita.”
As hipóteses de rejeição são restritas, pois, de acordo com o STJ, nessa fase processual,
vigora o princípio in dubio pro societate.
E) INCORRETA: Como alertei antes, cuidado com os absolutos! De acordo com a Lei de
Improbidade Administrativa, o Ministério Público atuará como fiscal da lei quando não for
autor da ação. É o que dispõe o artigo 17, § 4º, do referido diploma normativo: “O Ministério
Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal
da lei, sob pena de nulidade.”
Acerca da intervenção do Parquet nas ações de improbidade ajuizadas por outros legitimados,
Rafael Oliveira ensina (Op. Cit., pp. 850-851) que “nesse caso, se o autor desistir da ação,
o Ministério Público poderá assumir o polo ativo (sucessão processual), tendo em vista a
aplicação analógica (microssistema das ações coletivas) do art. 9º da Lei 4.717/1965 (LAP) e
no art. 5º, § 3º, da Lei 7.347/1985 (LACP)”.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
Pessoal, antes de adentrar nos comentários específicos da questão, vamos lembrar juntos
que, seguindo a classificação proposta pelo Código Civil, em seu artigo 99, os bens públicos
podem ser divididos em: a) bens de uso comum do povo; b) bens de uso especial; e c) bens
dominicais. Ao longo do curso, exploraremos tópicos referentes a todos os tipos de bens
públicos. Nesta questão, contudo, vamos falar, especificamente, sobre os bens dominicais.
Vamos lá!
A) CORRETA (portanto, não é a resposta): Como dispõe o artigo 99, inciso III, do Código
Civil, os bens dominicais são aqueles “que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de
direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.” A
principal característica que destaca os bens dominicais dos bens de uso comum do povo e dos
bens de uso especial é a sua desafetação, ou seja, a ausência de vinculação a uma utilização
pública imediata. O entendimento clássico era no sentido de que os bens dominicais teriam
uma função patrimonial, submetendo-se, assim, a regime de direito privado. Mediatamente,
contudo, é certo que a finalidade da boa administração dos bens dominicais há de ser
a persecução do interesse público. Por isso, Maria Sylvia Zanella Di Pietro entende que a
administração correta dos bens dominicais poderia ser equiparada a um “serviço público sob
regime de gestão privada”. Para a autora, “o duplo aspecto dos bens dominicais justifica a
sua submissão a regime jurídico de direito privado parcialmente derrogado pelo direito
público” (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Forense, 2017,
p. 851).
C) CORRETA (portanto, não é a resposta): Para saber que esta era uma das assertivas
corretas, bastaria conhecer o disposto no artigo 188, §§ 1º e 2º, da Constituição da República,
pelos quais, respectivamente, “a alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras
públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica,
ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional”
e “excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de
terras públicas para fins de reforma agrária.”
avaliação e demonstração do interesse público, além de, ressalvados os casos que excepciona
(além disso, v. comentários da letra “e” infra), prévia licitação na modalidade concorrência.
Para alienação de bens imóveis, exige-se, ainda, autorização legislativa.
E) INCORRETA (portanto, é a resposta): Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Op. Cit., p. 857)
explica que “para os bens imóveis, a forma de licitação adotada é a concorrência (arts. 17, I e
23, § 3º), ressalvada a hipótese prevista no artigo 19; ela é, no entanto, dispensável nos casos
previstos no artigo 17, inciso I, da Lei nº 8.666 (...) Às hipóteses previstas nesse dispositivo,
pode-se acrescentar outra em que a licitação é incompatível com a própria natureza do instituto:
a retrocessão”.
Por outro lado, tratando-se de bens móveis, aplica-se a regra contida no artigo 22, § 5º, da
Lei nº 8.666/1993, de acordo com o qual “leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no
art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.” Portanto, a
alternativa está incorreta, pois, tratando-se de alienação de bens móveis, a modalidade de
licitação tecnicamente apropriada é o leilão.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
ALERTA: (para o pessoal que já está na luta dos concursos há muito tempo, que estuda pelos
cadernos antigos e às vezes se esquece de atualizar – se não é o seu caso, pode passar direto
para as alternativas!)
Prestem redobrada atenção nas modificações trazidas à Lei da Arbitragem pela Lei nº
13.129/2015, pois o artigo 1º, § 1º, da Lei da Arbitragem, dirimindo a dúvida doutrinária que
havia anteriormente, estabeleceu que “a administração pública direta e indireta poderá utilizar-
se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimonais disponíveis”. Na verdade,
é importante conhecer todos os dispositivos que mencionarei a seguir, mas, conhecendo este,
já seria suficiente para responder à questão corretamente.
Além disso, o artigo 2º, § 3º, da Lei da Arbitragem passou a prever que “a arbitragem que
envolva administração pública será sempre de direito e respeitará o princípio da publicidade”.
Ou seja, não se admite a arbitragem de equidade, quando a Administração Pública estiver
envolvida.
Nesse sentido, a Lei nº 8.987/95, com alteração realizada em 2005, passou a contar com o artigo
23-A, que dispõe que “o contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos
privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive
a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei no
9.307, de 23 de setembro de 1996.”
afirmar que o interesse público é indisponível. Mas isto não significa que todos os direitos
patrimoniais, no âmbito do direito público, sejam indisponíveis. Por vezes, a disponibilidade de
um patrimônio público pode ser de mais interesse da coletividade do que a sua preservação”
(Op. Cit., p. 1055).
C) CORRETA (portanto, não é a resposta): O artigo 11, inciso III, da Lei nº 11.079/2004
também prevê, expressamente, que o instrumento convocatório poderá prever “o
emprego dos mecanismos privados de resolução de disputas, inclusive a arbitragem, a
ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro
de 1996, para dirimir conflitos decorrentes ou relacionados ao contrato”. Lembro a vocês
que, diante da previsão geral contida na Lei de Arbitragem, seria possível o emprego dessa
forma de resolução de conflito, ainda que não houvesse previsão nas leis específicas que
estamos estudando, porém, a previsão contida nessas leis (especificamente a das PPP) foi
determinante na guinada de entendimento do TCU pela admissão da arbitragem, a qual se
baseou na existência de previsão legal.
GABARITO: D
36. Maria, servidora pública de autarquia estadual, pediu reclassificação a que teria
direito por força de clara disposição de lei, a qual lhe foi negada pelo dirigente máximo,
mediante ciência inequívoca, no dia 02.01.2018. Inconformada, Maria apresentou,
administrativamente, pedido de reconsideração, o qual foi indeferido, dando-se-lhe
COMENTÁRIO
C) CORRETA: A alternativa reflete, perfeitamente, o que dispõe o artigo 7º, § 2º, do Lei nº
12.016, segundo o qual “não será concedida medida liminar que tenha por objeto a
compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes
do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de
aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.” O § 1º do
mesmo dispositivo dispõe que, em caso de deferimento ou indeferimento da liminar, cabe
agravo de instrumento. No mesmo sentido, o STJ já tinha entendimento no sentido de que
“cabe agravo de instrumento da decisão de primeiro grau de jurisdição em liminar em mandado
de segurança.” (REsp 1.101.740-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/11/2009).
GABARITO: C
37. No Município de São José dos Campos/SP, Maria construiu um shopping center sem
a apresentação do projeto arquitetônico no departamento competente na Prefeitura,
o que era exigido pela lei que instituiu o plano diretor municipal. Diante da situação
narrada, aponte a alternativa correta:
A) A Administração Pública municipal, no caso, realizou exigência que, apesar de
ter amparo legal, é inconstitucional, pois incompatível com o direito fundamental
à propriedade.
B) O plano diretor é obrigatório para cidades com mais de 15 (quinze) mil habitantes.
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: De acordo com o artigo 182, § 1º, da Constituição da República, “o plano diretor,
aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é
o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.” Assim, é possível
que uma cidade com 15 (quinze) mil habitantes possua plano diretor. Contudo, não existe
obrigatoriedade, que só ocorre para cidades com mais de 20 (vinte) mil habitantes. Essa era
uma questão simples, que exigia, apenas, o conhecimento deste dispositivo constitucional.
GABARITO: C
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Apenas I.
E) Apenas II.
COMENTÁRIO
Pessoal, vocês precisam saber o conteúdo de todas as súmulas vinculantes. Nesta questão,
nós cobramos algumas, para alertá-los disso. Para o examinador, uma questão baseada em
súmula vinculante é tão à prova de recurso quanto uma questão baseada em letra de lei.
I. Incorreta. A assertiva viola, frontalmente, o que dispõe a Súmula Vinculante nº 37, segundo a
qual “não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos
de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.” Se o Poder Judiciário aumentar
vencimentos de servidores públicos, estará agindo fora de sua função constitucional e atuando
como verdadeiro legislador positivo, o que é condenado fartamente pela jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal.
II. Correta. A alternativa reproduz parte do teor da Súmula Vinculante nº 42, que dispõe que
“é inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais
ou municipais a índices federais de correção monetária.” O Supremo considera que essa
vinculação seria ofensiva ao artigo 37, inciso XIII, do Texto Constitucional, que dispõe que
“é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito
de remuneração de pessoal do serviço público”, além de ferir a autonomia dos demais entes
federativos.
III. Incorreta. A Súmula Vinculante nº 16 estabelece que “os artigos 7º, IV, e 39, § 3º
(redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida
pelo servidor público.” Esses dispositivos referem-se ao salário mínimo. Assim, o Supremo
entende que a garantia do salário mínimo diz respeito ao total da remuneração do servidor,
que engloba o vencimento básico e as demais vantagens pecuniárias. Se um servidor público
ocupar um cargo cujo vencimento seja inferior ao salário mínimo, ele receberá um abono,
para “completar” o salário e não receber remuneração inferior ao salário mínimo. Contudo,
se este mesmo servidor fizer jus a alguma gratificação, a base de cálculo para a gratificação
será o valor do vencimento básico, excluído o abono (que só serve mesmo para impedir que
o servidor receba menos que o salário mínimo). É o que dispõe a Súmula Vinculante nº 15:
“o cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono
utilizado para se atingir o salário mínimo.”
Há, ainda, duas súmulas vinculantes sobre salário mínimo, que transcrevo para conhecimento/
revisão de vocês:
Súmula Vinculante nº 04: “salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não
pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
empregado, nem ser substituído por decisão judicial.”
A) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
B) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que as alternativas I e III estão corretas, o
que destoa dos comentários feitos acima.
C) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa III está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
D) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
E) CORRETA: Este é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa II está correta, o que
corresponde aos comentários feitos acima.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
setoriais ou especiais: são aqueles que se aplicam a determinado tema, capítulo ou título
da Constituição (ex.: princípios da Administração Pública previstos no art. 37 da CRFB:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência)” (Op. Cit., p. 35). Assim, o
erro da questão está em afirmar que a legalidade só pode ser princípio setorial, quando, em
realidade, além de princípio especial, é também princípio geral da Administração Pública.
No mesmo sentido, Celso Antônio Bandeira de Mello ensina que “a função administrativa se
subordina à legislativa não apenas porque a lei pode estabelecer proibições e vedações à
Administração, mas também porque esta só pode fazer aquilo que a lei antecipadamente
autoriza”. (MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo:
Malheiros, 2010, p. 101).
É certo que essa noção clássica de vinculação positiva, fruto do lugar e dos contornos que a
Constituição conferiu ao princípio da legalidade e que ainda prevalece, tem sido mitigada pela
constitucionalização do direito administrativo. É o que defende, por exemplo, Juan Alfonso
Santamaría Pastor, que, segundo Rafael Oliveira (Op. Cit., p. 37), afirma que “a vinculação
positiva da lei seria exigida apenas para as atuações administrativas ablativas, quer dizer,
naqueles casos que restringem ou extinguem direitos fundamentais”.
burguesia e campesinato). O autor afirma, nesse sentido, que “com efeito, o Direito, que, nas
sociedades de classe, custodiava os interesses do estamento hegemônico, ou, no máximo, em
fase mais recente, que refletia o equilíbrio político entre duas, no máximo três, classes de maior
expressão, perdeu, nas sociedades pluralistas, esse papel, para garantir quaisquer interesses,
desde que fossem recolhidos pela ordem jurídica como valiosos. Em outros termos: a fria
interpretação dogmática que prestigiava a exegese gramatical e lógica, perdeu expressão para
a interpretação finalística, que perquire os fins da norma e sustenta os seus valores sociais.
No quadro do Estado Pluriclasse, a sociedade política perde a exclusividade da representação
hegemônica que detinha e passa a repartir o poder com a sociedade civil, que, teoricamente,
como ‘povo’, deveria ser a própria origem de qualquer poder, mas que, na verdade, funcionava
apenas como órgão de legitimação periódica dos governantes. Dilarga-se, com isso, o conceito
juspolítico de povo, para corresponder, no máximo de amplitude possível, ao próprio conceito
de sociedade.”2
Nessa linha, Rafael Oliveira afirma que a crise da concepção tradicional da legalidade
advém da junção de diversos fatores: “a) advento da ‘sociedade técnica; b) crescente
‘inflação legislativa’; c) desprestígio da democracia representativa; e d) heterogeneidade
dos interesses (“Estado pluriclasse”). (Op. Cit., p. 37).
E) INCORRETA: A maior parte da doutrina afirma que o direito administrativo surgiu com a
noção de Estado de Direito, ou seja, com a ideia de que a Administração Pública, assim como
os cidadãos, deve submeter-se aos ditames legais. Celso Antônio Bandeira de Mello (Op.
Cit., p. 100) afirma que “para avaliar corretamente o princípio da legalidade e captar-lhe o
sentido profundo cumpre atentar para o fato de que ele é a tradução jurídica de um propósito
político: o de submeter os exercentes do poder em concreto – o administrativo – a um
quadro normativo que embargue favoritismos, perseguições ou desmandos. Pretende-
se através da norma geral, abstrata e por isso mesmo impessoal, a lei, editada, pois,
pelo Poder Legislativo – que é o colégio representativo de todas as tendências (inclusive
minoritárias) do corpo social –, garantir que a atuação do Executivo nada mais seja
senão a concretização desta vontade geral”.
GABARITO: C
40. Sobre as empresas estatais, indique a alternativa que contém, precisamente, o(s)
item(ns) correto(s):
I. As sociedades de economia mista podem assumir qualquer forma societária
admitida em lei.
II. Em regra, compete à justiça comum estadual julgar as causas em que é parte
sociedade de economia mista.
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I e III.
E) II e III.
COMENTÁRIO
II. Correta. O foro competente para as causas que envolvam empresas públicas e sociedades
de economia mista é outra diferença entre essas entidades. Nos termos do art. 109, I, da
Constituição, compete à Justiça Federal de 1ª instância julgar “as causas em que a União,
entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras,
rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas
à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;”. As demais empresas públicas, ou seja, as
estaduais, distritais e municipais, são julgadas perante a Justiça Estadual. As sociedades de
economia mista, por outro lado, independentemente da esfera federativa, são julgadas
na Justiça Estadual, pois foram deixadas de fora das hipóteses, constitucionalmente
previstas, de competência da Justiça Federal. Nesse sentido, o enunciado nº 556, da Súmula
do STF: “É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de
economia mista”. ATENÇÃO À EXCEÇÃO: as sociedades de economia mista federais serão
processadas e julgadas perante a Justiça Federal se a União intervier como assistente ou
opoente, conforme o enunciado nº 517 da Súmula do STF: “As sociedades de economia mista
só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente”. Por
fim, também serão julgados pela Justiça Federal os mandados de segurança contra ato de
dirigente de sociedade de economia mista federal, quando investido em função administrativa
(art. 109, VIII, da Constituição).
III. Correta. Rafael Oliveira (Op. Cit., p. 121) ensina que “nas empresas públicas, apenas
as pessoas administrativas participam da formação do capital. Qualquer pessoa
administrativa, pública ou privada, pode participar da formação do capital da empresa pública.
(...) É possível, por exemplo, que uma sociedade de economia mista, mesmo que possua
parcela do seu capital com caráter privado, participe do capital de empresa pública”. Por outro
lado, nas sociedades de economia mista o capital é público e privado, desde que o controle
acionário continue com o Estado.
A) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
B) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa II está correta, o
que destoa dos comentários feitos acima.
C) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que apenas a alternativa III está correta, o
que destoa dos comentários feitos acima.
D) INCORRETA: Este não é o gabarito, pois afirma que a alternativa I está correta, o que
destoa dos comentários feitos acima.
E) CORRETA: Este é o gabarito, pois afirma que as alternativas II e III estão corretas, o que
decorre dos comentários feitos acima.
GABARITO: E
41. Para o Supremo Tribunal Federal, a contribuição para o Regime Próprio de Previdência
Social do servidor inativo e do pensionista, instituída pela Emenda Constitucional nº
41/2003, é:
A) Inconstitucional, uma vez que a instituição de contribuição para o aposentado
e pensionista desnatura a natureza jurídica da contribuição previdenciária, porque
simplesmente reduz o valor final da aposentadoria e da pensão, sem qualquer
contrapartida, em evidente violação ao princípio da irredutibilidade do valor do benefício.
COMENTÁRIO
GABARITO: E
COMENTÁRIO
A) O caput do artigo 40 da Magna Carta foi alterado pela Emenda Constitucional nº 20/1998,
para estabelecer que somente aqueles servidores titulares de cargos efetivos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações,
seriam vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social. O art. 1º, I, da Lei Complementar
estadual nº 1.010/07, dispõe que são segurados do Regime Próprio de Previdência Social “os
titulares de cargos efetivos, assim considerados os servidores cujas atribuições, deveres e
responsabilidades específicas estejam definidas em estatutos ou normas estatutárias e que
tenham sido aprovados por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos ou de
provas de seleção equivalentes”. Portanto, tal assertiva está CORRETA.
A Emenda Constitucional nº 20/1998, conforme leciona Maria Sylvia Zanella Di Pietro, criou um
sistema híbrido de filiação previdenciária dos servidores públicos na atual Constituição Federal,
sendo os ocupantes de cargos efetivos vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social
(art. 40) e os servidores ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão, os empregados
públicos e os temporários vinculados ao Regime Geral de Previdência Social (art. 195 e 201).
(Fonte: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23ª ed. São Paulo: Atlas, 2010,
p. 560.)
B) A assertiva esta INCORRETA, porque vários servidores estatutários não possuem vínculo
efetivo com os entes federados, por exemplo: os servidores ocupantes de cargos exclusivamente
comissionados e os temporários.
No Estado de São Paulo há um porém. Havia nos quadros os servidores temporários contratados
pela Lei 500/74, que eram recontratados durantes anos a fio. Tais servidores portanto, sob o
título de servidores temporários, desenvolviam um papel permanente e seguiam um vinculo
estatutário bem semelhante ao dos servidores efetivos.
Desse modo o art. 2º, § 2º, da Lei Complementar estadual 1.010/2007 prevê que, por terem
sido admitidos para o exercício de função permanente, inclusive de natureza técnica, são
titulares de cargos efetivos os servidores ativos e inativos que até a data de promulgação desta
lei complementar, tenham sido admitidos com fundamento nos incisos I e II do art. 1º da Lei nº
500/74, in verbis:
[...]
GABARITO: A
COMENTÁRIO
A) A aposentadoria por invalidez permanente, em regra, nos termos do art. 40, § 1º, I, e
§ 3º, da Constituição Federal e art. 1º, caput, da Lei federal 10.887/2004, é calculada de
forma proporcional ao tempo de contribuição multiplicado pela média aritmética simples das
maiores remunerações, utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes
de previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o
período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição,
se posterior àquela competência. Portanto, esta assertiva está INCORRETA.
D) A aposentadoria compulsória, nos termos do art. 40, § 1º, II, e § 3º, da Constituição Federal
e art. 1º, caput, da Lei federal 10.887/2004, é calculada de forma proporcional ao tempo de
contribuição multiplicado pela média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas
como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado,
correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo desde a competência
julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela competência. Portanto,
esta assertiva esta INCORRETA.
GABARITO: C
E) Não poderá se aposentar de forma especial, tendo em vista que, para o Supremo
Tribunal Federal, o tempo prestado fora da sala de aula não se computa para efeito
de aposentadoria especial de professores.
COMENTÁRIO
C) Nos termos do art. 40, § 5º, da Constituição Federal, o requisito de idade reduz em 5 (cinco)
anos para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. Desse modo o professor
D) Nos termos do art. 40, § 5º, da Constituição Federal, o requisito de tempo de contribuição
reduz em 5 (cinco) anos para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
Desse modo o professor deve comprovar 30 (trinta) anos e a professora 25 (vinte e cinco) anos
de tempo de contribuição. Diante disso, a assertiva está INCORRETA.
E) O Supremo Tribunal Federal editou a Súmula nº 726, com a seguinte redação: “Para efeito
de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora
da sala de aula.”. Contudo, houve jurisprudência posterior ao enunciado que deve ser levada
em consideração quando da análise de casos semelhantes e que relativizam o teor da Súmula
726. Como dito na explicação da letra A, a Suprema Corte interpretou que algumas funções,
mesmo fora da sala de aula, poderão ser computadas para efeito de aposentadoria especial
do professor, nos termos do art. 40, § 5º, da Constituição Federal, por exemplo, a função de
diretor de unidade escolar que é desempenhada por professor de carreira em estabelecimento
de ensino básico (Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3772). Diante disso, a assertiva está
INCORRETA.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
Para melhoria da gestão da coisa pública, o Regime Próprio de Previdência Social deve ser
gerido, portanto, por uma unidade única e, no Estado de São Paulo, a Lei Complementar
Estadual nº 1.010/07, criou São Paulo Previdência – SPPREV, autarquia sob regime especial,
para essa finalidade.
Além da atribuição de gerir o Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos titulares de
cargos efetivos, a SPPREV tem a incumbência de administrar o Regime Próprio de Previdência
dos Militares do Estado de São Paulo (art. 1º da Lei Complementar Estadual nº 1.010/07).
Nesses casos a SPPREV funciona como órgão pagador e gestor, sem qualquer poder decisório
sobre o ato de concessão dos benefícios previdenciários. Entretanto, apesar da realidade
estrutural e normativa ser ainda distante, o ideal é que a autarquia previdenciária conceda
e gerencie todos os benefícios de todos os beneficiários do Regime Próprio de Previdência
Social, conforme previsto no art. 3º, II, da Lei Complementar Estadual nº 1.010/07. Portanto a
resposta está INCORRETA.
C) As demais atribuições estão nos demais incisos do art. 3º da Lei Complementar Estadual
nº 1.010/07. No inciso IV há previsão expressa da gestão dos fundos e recursos arrecadados.
A previsão do fundo específico com finalidade previdenciária está nos arts. 31 a 34, deste
diploma normativo. Portanto, a assertiva está CORRETA.
GABARITO: B
46. Para o Supremo Tribunal Federal, a alusão, no edital do concurso público, a parâmetros
do tamanho da tatuagem para admissão do candidato aos quadros da polícia militar do
Estado é:
A) Constitucional, tendo em vista que o edital do concurso estabeleceu parâmetros
objetivos para a admissão dos candidatos no cargo.
B) Constitucional, tenho em vista que a polícia militar é uma carreira cuja restrição
de tatuagens se justifica pela natureza das atribuições.
COMENTÁRIO
A) Apesar de o edital do concurso público ter estabelecido critérios objetivos para a restrição
aos candidatos para os quadros da polícia militar do Estado, é cediço que o art. 37, I, da
Constituição Federal prevê, expressamente, que “os cargos, empregos e funções públicas são
acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei”. Desse modo, para
o Supremo Tribunal Federal é inconstitucional a restrição contida em editais, regulamentos e
portarias que não tenham amparo legal (Precedentes: RE 898450/2016; RE 593198 AgR/2013;
ARE 715061 AgR/2013; RE 558833 AgR/2009; RE 398567 AgR/2006). Portanto, a assertiva
está INCORRETA.
B) O Supremo Tribunal Federal permite que haja restrições a determinadas carreiras, desde
que sejam compatíveis com a função exercida e proporcionais. A Suprema Corte, no RE
898450/2016, com repercussão geral reconhecida, asseverou que o legislador não pode criar
barreiras legais arbitrárias e desproporcionais para o acesso às funções públicas, ou seja,
os “requisitos legalmente previstos para o desempenho de uma função pública devem ser
compatíveis com a natureza e atribuições do cargo”. (No mesmo sentido: ARE 678112/2013).
Essa análise, no caso, nem se aplica, tendo em vista que não houve qualquer lei estabelecendo
restrições, mas somente o edital do concurso público. Portanto, a assertiva está INCORRETA.
C) Tendo em vista a explicação da letra A e B, bem como o art. 37, I, da Constituição Federal
prevê, expressamente, que “os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei”. Assim somente a lei poderá
estabelecer restrições ao acesso ao cargo público, desde que proporcionais e compatíveis
com o desempenho das funções. Portanto, a assertiva está CORRETA.
D) Apesar de o art. 5º, caput, da Constituição Federal estabelecer que “todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, tal comando legal deve ser interpretado de
forma razoável de modo a evitar um tratamento desigual não justificado constitucionalmente.
Ao Estado é legítimo estabelecer desigualdades onde estas não restarem arbitrárias ou sem
nenhum fundamento racional, por exemplo: concurso público somente para mulheres para
concorrer ao cargo de agente em penitenciária feminina.
No caso em tela, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “os editais de concurso publico não
podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão
de conteúdo que viole valores constitucionais”, por exemplo: símbolos ou inscrições alusivas a
ideologias que exteriorizem valores excessivamente ofensivos à dignidade dos seres humanos,
Cabe recordar, nesse ponto, o teor da Súmula 683 do Supremo Tribunal Federal, que permite a
discriminação razoável: “O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima
em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido.” . Portanto, a assertiva está INCORRETA.
E) A Polícia Militar, apesar de ser uma carreira baseia no binômio hierarquia e disciplina, não
poderá se sobrepor à Constituição Federal e, portanto, suas decisões e atos são passíveis de
debates judiciais, nos termos do art. 5º, XXXV, da Constituição Federal. Portanto, a assertiva
está INCORRETA.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
A) CORRETA: O art. 37, III, da Constituição Federal estabelece que a Administração Pública
poderá estabelecer, como prazo máximo para a validade do concurso, o período de 2 (dois)
anos. Podendo prorrogar o concurso por igual período ao previsto no edital, sendo, portanto, o
máximo possível mais 2 (dois) anos.
Corte decidiu que, “uma vez publicado o edital do concurso com número específico de vagas,
o ato da Administração que declara os candidatos aprovados no certame cria um dever de
nomeação para a própria Administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo
candidato aprovado dentro desse número de vagas”. Pode, neste caso, a Administração
Pública escolher o momento no qual se realizará a nomeação dentro do prazo de validade do
concurso.
E) CORRETA: Os cargos públicos efetivos e os empregos públicos, de acordo com o art. 37,
II, da Constituição Federal serão precedidos de concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou da função. O preenchimento
dos cargos em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração, será realizado
por meio de ato da autoridade competente.
GABARITO: B
48. De acordo com a postura do Supremo Tribunal Federal, a greve dos servidores
públicos civis:
A) É possível após a edição de lei específica, uma vez que o Poder Judiciário
somente pode declarar a existência ou não de mora legislativa, diante do princípio
da separação dos Poderes, previsto no art. 2º da Constituição Federal.
B) Não é possível, uma vez que aos funcionários públicos é vedado, pela
Constituição Federal, exercer o direito de greve.
COMENTÁRIO
Com o direito de greve dos servidores civis não foi diferente. A mera declaração da existência
de mora legislativa (MI nº 485/2002; MI nº 585/2002) foi suplantada pelo entendimento de que
havia a possibilidade de aplicação, por analogia e até edição de lei específica. Isso porque, o
direito de greve dos servidores civis por um longo período ficou sem receber o devido tratamento
legislativo, o que legitima o Supremo Tribunal Federal, até que haja manifestação do Poder
Legislativo, adote medidas “normativas” como alternativa para a omissão inconstitucional, sem
configurar ofensa ao princípio da separação dos Poderes, previsto no art. 2º da Constituição
Federal. Diante disso a alternativa está INCORRETA.
B) A Constituição Federal, no art. 37, VII, assevera que o direito de greve dos servidores civis
será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. Cabe lembrar que antes da
Emenda Constitucional nº 19/1998, havia necessidade de lei complementar, mas foi alterado
para exigir somente lei ordinária. Diante disso a alternativa está INCORRETA.
C) As normas constitucionais, segundo José Afonso da Silva, podem ser divididas, quanto
à eficácia, em: plenas, contidas e limitadas. As de eficácia plena e aplicabilidade imediata
são aquelas que estão aptas a produzir todos os seus efeitos, independentemente de norma
integrativa infraconstitucional. As de eficácia contida e aplicabilidade imediata estejam aptas
a produzir todos os seus efeitos quando da promulgação da Constituição Federal, contudo
poderá a norma infraconstitucional reduzir a sua abrangência. A norma de eficácia limitada
e aplicabilidade mediata, por sua vez, não produz todos os efeitos quando da promulgação
da Constituição Federal, necessitando de lei integrativa infraconstitucional. O art. 37, VII, da
Constituição Federal que disciplina acerca do direito de greve dos servidores públicos civis
estão inseridas nesta última categoria e, portanto, dependem de forma a ser estabelecida em
lei. Diante disso a alternativa está INCORRETA.
D) O Supremo Tribunal Federal decidiu, por meio do Mandado de Injunção nº 708-DF, que
os servidores podem exercer o direito de greve, conforme aplicação analógica das Leis nº
7.701/88 e 7.783/89, no que couber, que discorre a respeito da greve dos servidores em geral.
Diante disso a alternativa está CORRETA.
GABARITO: D
49. De acordo com a Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo,
assinale a alternativa correta:
I - O Procurador Geral do Estado, responsável pela orientação jurídica e
administrativa da instituição, será nomeado pelo Governador, em comissão, entre
os Procuradores em atividade confirmados na carreira;
COMENTÁRIO
A) CORRETA:
I - O art. 100, parágrafo único, da Constituição Estadual, seguido do art. 6º da Lei Complementar
1.270/2015 (Nova Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado), optou, que no Estado de São
Paulo, o Procurador Geral do Estado, responsável pela orientação jurídica e administrativa da
instituição, será nomeado pelo Governador, em comissão, entre os Procuradores em atividade
confirmados na carreira e terá tratamento, prerrogativas e representação de Secretário de
Estado, devendo apresentar declaração pública de bens, no ato da posse e da exoneração.
Essa opção constitucional, que veda a escolha de membros fora da carreira para exercerem o
cargo de Procurador Geral do Estado, mesmo que em comissão, já foi analisada pelo Supremo
Tribunal Federal. Por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2581/2008, a Suprema
Corte entendeu que preceito da Carta estadual prevendo a escolha do Procurador-Geral do
Estado entre os integrantes da carreira está em harmonia com o comando da Constituição
Federal.
Todavia, não se pode olvidar que a Suprema Corte também tem julgados no sentido de que
o cargo de Procurador Geral do Estado é de livre nomeação e exoneração pelo Governador
do Estado, que pode escolher o Procurador Geral entre membros da carreira ou não (ADI
291/2010). Por todo o exposto, a opção I está CORRETA.
Estado (art. 93, VIII; art. 95, II; art. 128, § 5º, “b” e art. 134, parágrafo único da Constituição
Federal). O Supremo Tribunal Federal, nesse sentido, já asseverou que é inconstitucional a
atribuição, por normas infraconstitucionais, da garantia da inamovibilidade aos membros da
Procuradoria Geral do Estado (ADI nº 291/2010).
A Lei Orgânica do Estado de São Paulo, porém, prevê uma certa inamovibilidade em relação
aos órgãos de execução dos integrantes da carreira, ao dispor acerca das prerrogativas e
das garantias dos Procuradores do Estado. De acordo com o art. 118, XIII, “são prerrogativas
e garantias do Procurador do Estado, além das previstas em lei, notadamente a que dispõe
sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB: [...] ter garantida a
inamovibilidade em relação ao órgão de execução em que estiver classificado, ressalvadas as
hipóteses de remoção, nos termos dos artigos 103 e 104 desta lei complementar.”
a) concurso de remoção;
a) de ofício;
Geral, da qual constará a relação de vagas, podendo haver a reserva de até ¼ (um
quarto) destas para provimento por futuros integrantes da carreira aprovados no
respectivo concurso de ingresso.
A remoção de ofício e compulsória, conforme visto acima, será deliberada pelo Conselho da
Procuradoria Geral do Estado (art. 15 da Lei Complementar nº 1270/2015), por deliberação
motivada de 2/3 dos seus membros (art. 103, II, da Lei Complementar nº 1270/2015). Por todo
o exposto, a opção II está INCORRETA.
III - A autonomia funcional, administrativa é garantida aos Membros do Ministério Público (art.
127, § 2º, da Constituição Federal) e à Defensoria Pública (art. 134, § 2º, da Constituição
Federal). A Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo nada dispôs a respeito
da autonomia funcional e administrativa dos Procuradores do Estado de São Paulo, até
porque o Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 291/2010, já
asseverou que as atribuições dos Procuradores do Estado não guardam pertinência com as
dos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública, que têm deveres e atribuições
próprios, inconfundíveis com as de agentes sujeitos ao princípio hierárquico. Mesmo sentido,
Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 217/2002.
Não se pode olvidar, contudo, que a Lei Orgânica do Estado de São Paulo, no art. 118, I, dispõe
como prerrogativa e garantia dos Procuradores do Estado: “não ser constrangido, por qualquer
modo ou forma, a agir em desconformidade com a sua consciência ético-profissional”, que,
todavia, não pressupõe a existência de autonomia administrativa e funcional para a carreira.
Por todo o exposto, a opção III está INCORRETA.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
da Constituição Federal.
Em que pese tal alteração ter sido feita em 1998 (há quase vinte anos) o Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado, Lei estadual nº 10.261/1968, não teve a redação
alterada e dispõe que “é assegurada a estabilidade somente ao funcionário que, nomeado por
concurso, contar mais de 2 (dois) anos de efetivo exercício” (art. 217), redação que não mais
se coaduna com as normas constitucionais. Desse modo, o aluno deve tomar muito cuidado ao
ler as leis estaduais para verificar se o texto se coaduna com as normas constitucionais. Diante
disso a alternativa está INCORRETA.
C) De acordo com o Supremo Tribunal Federal, “o estágio probatório não protege o funcionário
contra a extinção do cargo” (Súmula 22). Desse modo, o servidor em estágio probatório não
pode ser posto em disponibilidade remunerada, com proventos proporcionais ao tempo de
serviço, mas sim exonerado ex officio do cargo que ocupa, ainda que aprovado no concurso
Contudo, com a promulgação da Emenda Constitucional nº 19/1998, essa discussão teve fim,
pois o art. 41, § 3º, da Lex Maior passou a prever expressamente que “extinto o cargo ou
declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.”. Diante
disso, a alternativa está INCORRETA.
GABARITO: E
DIREITO AMBIENTAL
COMENTÁRIO
ALTERNATIVA A - CORRETA
ALTERNATIVA B – CORRETA
ALTERNATIVA C – CORRETA
A prevenção constitui a principal meta do direito ambiental, mormente porque o dano ambiental
é ordinariamente irreversível e irreparável. Foi expressamente adotado no artigo 225, “caput”,
da Constituição Federal, por meio da locução “proteger e preservar”. Não se confunde com
o princípio da precaução, pois ainda que ambos os princípios pretendam evitar a ocorrência
do dano ambiental, no princípio da prevenção trabalha-se com a certeza científica de que
ALTERNATIVA D - INCORRETA
O princípio da precaução impõe que sejam tomadas medidas acautelatórias para determinadas
atividades, ainda que não haja certeza científica sobre os possíveis danos que delas possam
advir. Funda-se, basicamente, na aplicação do adágio in dubio pro natura, diante da incerteza
cientifica. Consta da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(1992 e do tipo penal definido pelo artigo 54, § 3º, da Lei de Crimes Ambientais. Há, em linhas
gerais, três concepções a respeito do conteúdo, extensão e acepção deste princípio. Para uma
linha de pensamento mais radical, não se admite o risco, sua mera probabilidade já é suficiente
para paralisar ou impedir o início da atividade. Exige-se, ainda, que o empreendedor comprove
que sua atividade não causará o dano que se supôs, invertendo-se o ônus de probatório.
Outra linha de pensamento, minimalista, exige que os riscos sejam sérios e irreversíveis, não
admite a moratória da atividade e não conduz à inversão do ônus da prova. Por fim, uma
corrente de pensamento intermediário, requer um risco científico crível, isto é, atestado por
parte significativa da doutrina científica.
ALTERNATIVA E – CORRETA
GABARITO: D
52. A Constituição Federal de 1988 trata como patrimônio nacional a Floresta Amazônica
brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira.
Em relação à Mata Atlântica, assinale a alternativa INCORRETA:
A) A Constituição do Estado de São Paulo estabelece que a Mata Atlântica, ao lado
da Serra do Mar, da Zona Costeira, do Complexo Estuarino Lagunar entre Iguape e
Cananéia, dos Vales dos Rios Paraíba, Ribeira, Tietê e Paranapanema e as unidades
de conservação do Estado são espaços territoriais especialmente protegidos e
sua utilização far-se-á na forma da lei, dependendo de prévia autorização e dentro
de condições que assegurem a preservação do meio ambiente.
COMENTÁRIO
PONTO DO EDITAL: 1
ALTERNATIVA A – CORRETA
Art. 196. A Mata Atlântica, a Serra do Mar, a Zona Costeira, o Complexo Estuarino
Lagunar entre Iguape e Cananéia, os Vales dos Rios Paraíba, Ribeira, Tietê e
Paranapanema e as unidades de conservação do Estado são espaços territoriais
especialmente protegidos e sua utilização far-se-á na forma da lei, dependendo de
prévia autorização e dentro de condições que assegurem a preservação do meio
ambiente.
A Constituição Federal, por sua vez, elenca a Mata Atlântica à condição de patrimônio nacional:
A Lei 11.428/06, que deu diretrizes para valorizar a noção de patrimônio nacional, acrescentou
a o termo “bioma” à locução Mata Atlântica. Bioma “é um ecossistema de larga escala que
cobre grande área de continente, em que prevalece um tipo de vegetação e habita certo tipo
de clima ou determinado segmento de um gradiente de clima”.3
ALTERNATIVA B – CORRETA
3 Marilza C. Marino, João S. Furtado e Yara s. de Vuono (coords), Glossário de Termos Usuais em Ecologia,
São Paulo, Academia de Ciências do Estado de São Paulo, 1980, p. 18.
4 Art. 4º A definição de vegetação primária e de vegetação secundária nos estágios avançado, médio e
inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica, nas hipóteses de vegetação nativa localizada, será de iniciativa
definidas pela Resolução CONAMA n° 1/94, convalidada pela resolução 388/07, ambas do
CONAMA. O regime jurídico geral do bioma da Mata Atlântica proíbe o corte ou a supressão
de vegetação primária ou secundária em estágio avançado e médio de regeneração quando
proteger o entorno das unidades de conservação (artigo 11 da Lei 11.248/06).
ALTERNATIVA C – CORRETA
As delimitações do Bioma da Mata Atlântica foram relegadas aos mapas do IBGE. Isso
inviabiliza que os institutos oficiais dos Estados e Municípios possam diminuir sua área. Houve
clara deferência ao prestígio científico desse instituto, cuja delimitação goza de observância
obrigatória.
ALTERNATIVA D – INCORRETA
O artigo 5° da Lei n° 11.428/06 não estabelece qualquer exceção no que toca ao status da
vegetação atingida - A vegetação primária ou a vegetação secundária em qualquer estágio de
regeneração do Bioma Mata Atlântica não perderão esta classificação nos casos de incêndio,
desmatamento ou qualquer outro tipo de intervenção não autorizada ou não licenciada. Isso
é muito importante, tendo em vista a necessidade de se preservar tão importante bioma que
apesar de tão degradado, uma vez que os remanescentes primários e em estágio médio/
avançado de regeneração estão reduzidos a apenas cerca de 7% da cobertura florestal original,
constitui um dos mais representativos em termos de biodiversidade do mundo. Referida previsão
normativa também tem o condão desestimular a prática de condutas simuladas, pois é comum
que proprietários de áreas bem preservadas tentem se desvencilhar das normas protetivas
incentivando a invasão e o consequente desmatamento de seus terrenos por terceiros, fato
que não os escudará da obrigação de recompor a área.
ALTERNATIVA E – CORRETA
GABARITO: D
COMENTÁRIO
ALTERNATIVA A – CORRETA
Muito embora diversas matérias atinentes ao meio ambiente estejam previstas no rol do artigo
24 da Constituição Federal, que prevê a competência legislativa concorrente da União, dos
Estados-Membros e do Distrito Federal, as matérias elencadas na alternativa em comento
estão reservadas à competência legislativa privativa da União, ou seja, não admitem a
concomitância entre um texto normativo federal e estadual (ou distrital). Em linhas gerais, a
competência legislativa privativa só admite delegação aos Estados para tratarem de matéria
específica mediante a edição de lei complementar autorizativa, em que pese nem sempre se
admita tal delegação, como nos casos previstos nos artigos 51 e 52 da CF.
ALERNATIVA B – INCORRETA
ALTERNATIVA C – CORRETA
Na ADI 350/SP, o Supremo Tribunal Federal assentou que a Lei 5.197/67, recepcionada pela
CF/88, estabeleceu, como princípio geral, por meio do seu artigo 1°, a vedação da caça,
autorizando sua prática, excepcionalmente, se as peculiaridades regionais comportarem
seu exercício, o que se daria, nos termos da lei, mediante regulamento do Poder Público
Federal. Neste último ponto, o STF, atento ao regime de repartição de competências dos entes
federativos e ao fato de a Constituição Federal estabelecer a competência suplementar dos
Estados-Membros e do Distrito Federal, deu interpretação conforme ao § 1° do artigo 1° da
Lei 5.197/67, de modo a substituir a expressão “regulamento do Poder Público Federal” para
“a devida permissão em ato regulamentador do poder público competente”, neste caso, o
Estadual.
ALTERNATIVA D – CORRETA
O fato de um Parque Estadual ser de domínio do Estado de São Paulo não afasta a competência
comum, de cunho administrativo, prevista no artigo 23 da Constituição Federal, que estabelece
o dever dos Municípios em preservar as florestas, a fauna e a flora.
ALTERNATIVA E – CORRETA
GABARITO: B
COMENTÁRIO
PONTO DO EDITAL: 7
ALTERNATIVA A – CORRETA
Trata-se de texto expresso no §° 3° do artigo 31 do Decreto Federal n.° 4.240/02, que assenta
a possibilidade de cobrança dos valores atinentes à compensação ambiental, sem qualquer
abatimento, ainda que o empreendedor tenha custeado medidas mitigatórias para viabilizar
o licenciamento de sua atividade. Sobre a compensação ambiental prevista no SNUC, é
importante ter em mente a controvérsia doutrinária acerca da natureza jurídica do instituto,
podendo-se identificar, em linhas gerais, três correntes: natureza jurídica reparatória, natureza
jurídica tributária e, por fim, uma forma de compartilhamento entre o Poder Público e os
empreendedores por atividades com significativo impacto ambiental.
ALTERNATIVA B – CORRETA
O aluno deve ficar atento às disposições específicas sobre compensação ambiental no Estado
de São Paulo, razão pela qual a leitura do Decreto Estadual n° 60.070/14 é recomendada.
A alternativa encontra-se prevista no artigo 3° do Decreto Estadual referido e constitui uma
das condicionantes para a expedição da licença prévia, primeira fase do licenciamento
ambiental, seguida das licenças de instalação e operação, sucessivamente, segundo a qual o
empreendedor, para as obras ou atividades de significativos impactos ambientais e, portanto,
sujeitas à EIA-RIMA, deve firmar Termo de Compensação Ambiental, comprometendo-se a
implementar a compensação ambiental.
ALTERNATIVA C - CORRETA
ALTERNATIVA D – CORRETA
ALTERNATIVA E – INCORRETA
GABARITO: E
55. Dentre os tipos de unidade de conservação de proteção integral criados pelo SNUC,
assinale a alternativa que indica qual não necessita ser integralmente de dominialidade
pública, a depender da anuência dos proprietários das áreas sobrepostas:
B) Parque Nacional.
C) Monumento Natural.
D) Reserva de Fauna.
E) Reserva Biológica.
COMENTÁRIO
PONTO DO EDITAL: 7
FLORESTA
X
NACIONAL
Unidades de
desenvolvimento
sustentável
Área de Proteção
X
Ambiental
Área de Relevante
X
Interesse Ecológico
Reserva Extrativista X
Reserva de Fauna X
Reserva de
Desenvolvimento X
Sustentável
Reserva Particular
do Patrimônio X
Natural
GABARITO: C
COMENTÁRIO
PONTO DO EDITAL: 13
ALTERNATIVA A – INCORRETA
Ainda que tenha sido assegurada ao interessado a ampla defesa em regular procedimento
administrativo que impôs a pena de demolição, a garantia constitucional da inviolabilidade
do domicílio (artigo 5°, XI, CF - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial), impõe a necessidade de
ordem judicial para penetrar no imóvel privado e remover as pessoas e bens que se situem em
seu interior para, após, executar a pena administrativa de demolição.
ALTERNATIVA B – CORRETA
Neste caso, a construção não está protegida pela garantia constitucional da inviolabilidade
do domicílio, mormente porque abandonada ou em ruínas (o que pressupões mais do que
o abandono) e não seria razoável se exigir prévio processo administrativo na medida em
que a construção abandonada constitui res nulius e a aquela em ruínas coloca em risco a
incolumidade de terceiros, o que exige pronta atuação dos órgãos administrativos.
ALTERNATIVA C- CORRETA
Se a construção estiver sendo utilizada exclusivamente para fins ilícitos, a garantia constitucional
da inviolabilidade do domicílio não a socorre. Neste caso, prevalece a auto-executoriedade
do ato administrativo, de modo que a demolição pode ser realizada, independentemente de
autorização judicial, desde que o procedimento administrativo tenha comunicado sanção
ALTERNATIVA D – CORRETA
ALTERNATIVA E – CORRETA
Os motivos que justificam a incorreção da alternativa A são os mesmos que podem ser objetados
para justificar a correção da alternativa E.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
PONTO DO EDITAL: 8
ALTERNATIVA A – CORRETA
A área de preservação permanente, como o próprio texto diz, é uma área, e não mais floresta
como era exigido na redação original do Código Florestal de 1965. A área é protegida em vista
de sua função ambiental de preservação, de facilitação, de proteção e de asseguramento do
equilíbrio ecológico do meio ambiente e o fato de não estar coberta por vegetação não ilide a
sua proteção legal.
ALTERNATIVA B – CORRETA
ALTERNATIVA C – INCORRETA
ALTERNATIVA D – CORRETA
ALTERNATIVA E – CORRETA
Sobre esse tema é imperioso destacar a controvérsia judicial que está em curso na medida
em que a CETESB deixou de aplicar a resolução CONAMA n° 303/02, sob o argumento de
sua revogação em razão do novo Código Florestal, na medida em que este alterou o texto
do código anterior para consignar que outras áreas poderiam ser declaradas de preservação
permanente por ato do chefe do poder executivo e não mais ato do poder público, o que afastaria
referida resolução do CONAMA (ato do poder público). Referido entendimento foi suspenso,
liminarmente, no bojo da ação civil pública n° 0003010-38.2012.403.6135, que reconheceu a
manutenção da competência do CONAMA em deliberar sobre normas e padrões compatíveis
com o meio ambiente, e, portanto, a validade e eficácia de sua alínea “a”, inciso IX, artigo 3°,
que estabelece como APP a restinga em faixa mínima de trezentos metros, medidos a partir
da linha de preamar máxima.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
PONTO DO EDITAL: 13
ALTERNATIVA A - CORRETA
ALTERNATIVA B – CORRETA
[...] Todas as questões suscitadas pela parte foram apreciadas pelo acórdão
recorrido que concluiu pela inexistência de autorização ambiental para a construção
do restaurante em área de preservação permanente, bem como que seriam inócuas
as alegações de que à época da construção do restaurante, há mais de 25 anos, já
inexistia vegetação natural, o que não caracteriza a suposta contrariedade ao artigo
535 do CPC. 2. O aresto impugnado perfilha o mesmo entendimento desta Corte, o
qual considera que as infrações ao meio ambiente são de caráter continuado e que
as ações de pretensão de cessação de danos ambientais é imprescritível . (REsp
1223.092⁄SC, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 6.12.2012, DJe de
4.2.2013.). [...] 3. O Tribunal a quo entendeu que: “Não se pode aplicar entendimento
adotado em ação de direitos patrimoniais em ação que visa à proteção do meio
ambiente, cujos efeitos danosos se perpetuam no tempo, atingindo às gerações
presentes e futuras.” Esta Corte tem entendimento no mesmo sentido, de que,
tratando-se de direito difuso - proteção ao meio ambiente -, a ação de reparação
ALTERNATIVA C – INCORRETA
ALTERNATIVA D – CORRETA
ALTERNATIVA E – CORRETA
Não obstante a doutrina majoritária ser favorável à possibilidade de indenização pelo dano
moral coletivo, a jurisprudência do STJ é dividida em relação ao tema. Com efeito, enquanto a
segunda turma desse tribunal superior tem firmado o entendimento reconhecendo a indenização
pelo dano moral coletivo (Resp. n° 1367923/RJ, Resp. n.° 1.180.078/MG, Resp. n° 1.198.727/
MG), a primeira turma tem se posicionado pela sua inadmissibilidade, sob o argumento de que
a ideia de transindividualidade do bem ambiental se afasta do necessário vinculo de natureza
individual, de dor, de sofrimento psíquico que fundamenta e justifica sua indenização.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
PONTO DO EDITAL: 10
ALERNATIVA A – INCORRETA
A política nacional de recursos hídricos, Lei 9.433/97, assegura o uso múltiplo da água que
deve ser perseguido quando da edição do plano de recursos hídricos (art.7º, VIII, da Lei
9.433/97), mas estabelece sua prioridade, no caso de escassez, para o consumo humano
e para a dessedentação dos animais. No Estado de São Paulo, em razão da crise hídrica
vivenciada nos idos de 2014 – 2015, o CONSEMA, por meio da deliberação normativa n° 1/2015,
estabeleceu procedimento especial para o licenciamento ambiental para empreendimentos,
obras e atividades de abastecimento público de água em período de criticidade hídrica.
ALTERNATIVA B – INCORRETA
O regime de outorga dos recursos hídricos visa garantir o controle quantitativo e qualitativo
dos usos das águas e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água. Não se exige licitação
para a outorga dos recursos hídricos, o que não se confunde com a prestação e serviço público
que objetive seu fornecimento à população em geral, esta sim sujeita à licitação. A ausência de
outorga, quando obrigatória, sujeita o infrator às penas de advertência, multa, embargo provisório
e embargo definitivo. A lei, no entanto, excepciona a exigência de outorga para usos pouco
significativos, instituindo verdadeiro direito subjetivo para o usuário nas seguintes hipóteses: (i)
para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio
rural, (ii) para as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes e (iii) para
as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes (§ 1°, art. 14).
ALTERNATIVA C – INCORRETA
ALTERNATIVA D – INCORRETA
Sem dúvidas a outorga tem um valor econômico para quem a recebe, pois assegura o acesso
a um bem escasso e de grande valia para o processo produtivo e para o consumo humano.
Atento a isso, a legislação estabeleceu aprazo razoável de duração da outorga, 35 anos,
permitindo-se sua renovação, o que confere maior segurança e estabilidade às relações
jurídicas e comerciais que tem interface com o uso da água. No Estado de São Paulo,
excetuadas as hipóteses contidas no inciso III, do artigo 20 da CF (lagos e rios de propriedade
da União), compete ao Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE, nos termos do
decreto estadual n 41.258/96, conceder a outorga de usos dos recursos hídricos.
ALTERNATIVA E - CORRETA
Muito embora a Lei 11.455/07, que estabelece as diretrizes gerais para o saneamento básico,
estabeleça como princípio a integralidade no cumprimento de todas as etapas relativas aos
serviços que regula, dentre eles o tratamento integral de todos os efluentes, enquanto isso
ainda não se verifica, admite-se o lançamento de efluentes não tratados em cursos d´água,
mediante respectiva outorga. Isso, contudo, só pode ser realizado se a qualidade do curso
d’água receptor for de classificação compatível com o efluente que nele será despejado. É
importante destacar que: Os atos de outorga não eximem o usuário da responsabilidade
pelo cumprimento das exigências da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental -
CETESB, no campo de suas atribuições, bem como das que venham a ser feitas por outros
órgãos e entidades aos quais esteja afeta a matéria (art. 5°, Decreto estadual n. 41.258/96).
GABARITO: E
60. Em relação aos conceitos jurídicos relativos ao meio ambiente, julgue os seguintes
itens:
II. Qualquer poluição constitui degradação ambiental, mas nem toda degradação
ambiental pode ser considerada como poluição.
COMENTÁRIO
PONTO DO EDITAL: 1
Item I – CORRETO
O conceito jurídico de meio ambiente abrange três aspectos: o artificial, constituído pelo
espaço urbano formado pelos conjunto de edificações e equipamentos públicos, cuja disciplina
recai, prioritariamente, ao direito urbanístico; o cultural, formado pelo patrimônio histórico,
arqueológico, turístico, paisagístico, em regra, originado por obra do ser humano (vide, por
exemplo, o tombamento da Serra do Mar, que atribuiu valor cultural a um bem natural); e
o natural ou físico, constituído pelo água, solo ar atmosférico, fauna, flora, etc, e por toda a
interação desses com os seres vivos.
Item II – CORRETO
A degradação ambiental traduz conceito mais amplo na medida em que constitui qualquer
alteração adversa das características do meio ambiente (art. 3°, II, Lei 6.938/81), ao passo
que poluição é um modo mais pernicioso de degradação ambiental resultante de atividades
de atividades que direta ou indiretamente (i) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar
da população, (ii) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, (iii) afetem
desfavoravelmente a biota, (iv) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente
ou (v) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Item IV – CORRETO
A lei 6.938/81 considerou o meio ambiente como o conjunto de relações e interações que
condiciona a vida em todas as suas formas. Ao tratar o tema dessa maneira, o legislador
não apontou os elementos corpóreos que compõem o meio ambiente dentro de sua definição
jurídica elevando-o, portanto, à condição e um bem incorpóreo e imaterial. O texto constitucional,
por sua vez, inseriu o meio ambiente como res communes omnium (coisa comum a todos),
apartando o meio ambiente do conceito de um bem público estrito senso. Não por outro motivo,
HERMAN BENJAMIM ensina que o meio ambiente “enxergado como verdadeiro universitas
corporalis, é imaterial – não se confundindo com esta ou aquela coisa material (floresta, rio,
mar, sítio histórico, espécie protegida, etc.) que o forma, manifestando-se, ao revés, como o
complexo de bens agregados que compõem a realidade ambiental. Assim, o meio ambiente é
bem, mas, como entidade, onde se destacam vários bens materiais em que se firma, ganhando,
proeminência, na sua identificação, muito mais o valor relativo à composição, característica ou
utilidade da coisa do que a própria coisa”.
GABARITO: D
DIREITO TRIBUTÁRIO
Prezados alunos,
A prova de Direito Tributário da PGE-SP de 2012 foi marcada por duas características principais:
(1) cobrou a legislação tributária estadual (3 questões de 10), e (2) tem uma conotação bem
prática, exigindo que o aluno concatene os conceitos doutrinários e legais com casos práticos.
A despeito disso, a prova anterior, de 2009, trouxe questões mais teóricas, cobrando inclusive
a matéria tributária na Constituição, o que não foi objeto de cobrança na prova de 2012.
Assim, as rodadas observarão questões nestes estilos, tentando preparar o aluno para as duas
situações, sempre com a cobrança da legislação estadual. Ademais, traremos os julgados
mais relevantes do STJ e STF, que sempre são objeto de cobrança nos certames.
61. Partindo do suposto de que o tributo tem a finalidade precípua de suprir os cofres
públicos com os recursos necessários para o atendimento das atividades estatais, ao
passo em que o Direito Tributário de efetivar o controle deste poder de tributar, analise
as proposições abaixo:
A) Os princípios constitucionais tributários figuram como nortes à delimitação
do poder de tributar, sendo empregados pela Constituição Federal para fazer a
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: Sabe-se que é defeso à medida provisória tratar de matéria reservada à lei
complementar (art. 62, § 1º, III, da CF/88). Destarte, os tributos adstritos à ação normativa da
lei complementar não poderão ser instituídos ou majorados por medida provisória. Quanto
ao tema especificamente tratado na assertiva, está sob reserva de lei complementar fixar o
local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços (art.
155, § 2º, XII, “d”). Ademais, trata-se de competência da UNIÃO, e não dos Estados, a qual foi
exercida pelo art. 11 da LC nº 87/1996.
A isenção onerosa, por seu turno, é aquela que não pode, para quem fez jus ao seu gozo,
ser revogada (interpretação a contrario sensu do art. 178-A do CTN). Note-se que, a norma
legal em si pode sim ser revogada, evitando que novos contribuintes incluam-se na hipótese
isentiva.
De acordo com a doutrina, a isenção que não permite a sua revogação é aquela concedida sob
determinadas condições e por prazo certo.
Note-se, contudo, que, de acordo com o art. 153, § 3º, I, da CF/88, o IPI será seletivo, ao passo
em que o art. 155, § 2º, III, da CF/88, poderá ser seletivo.
O erro da assertiva, portanto, reside em dizer que a CF/88 expressamente estabeleceu que
ambos os impostos serão seletivos, quando admitiu apenas como possibilidade quanto ao
ICMS.
O entendimento corriqueiro, contudo, é de que tal princípio não se aplica aos impostos seletivos
(ICMS e IPI). Isto porque a seletividade é a técnica de incidência de alíquotas, calcada também
na capacidade contributiva, cuja variação ocorre em função da essencialidade do bem. Os
produtos de primeira necessidade, portanto, terão baixa tributação, ao passo em que se mostra
justificável eventual excesso no que tange à tributação dos produtos supérfluos.
A doutrina aponta, ainda, que a vedação ao efeito confiscatório não se aplica quanto aos
impostos extrafiscais, bem como aos casos de progressividade extrafiscal (IPTU e ITR).
GABARITO: C
B) Com o Novo CPC, a devolução da carta citatória pelos correios é suficiente para
caracterizar os indícios de dissolução irregular requeridos pela Súmula nº 435 do
STJ, autorizando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio gerente.
processo A, o sócio já contava com seu nome na CDA, é objeto de penhora online e
pretende alegar a sua ilegitimidade passiva. No processo B, o sócio, que não figura
na CDA, sofre, também, a penhora online, e pretende alegar a sua ilegitimidade
ativa, já que o redirecionamento da execução fiscal não observou o procedimento
previsto na Súmula 435 do STJ. Estando o valor cobrado garantido pela penhora
online em ambos os casos, é possível que a defesa dos sócios, em qualquer das
demandas, seja feita por embargos à execução fiscal, mas só o processo B pode
ser objeto de exceção de pré-executividade.
COMENTÁRIO
Situação distinta, contudo, é aquela em que a Fazenda Pública consegue comprovar nos autos
a realização de algum ato concreto pela pessoa jurídica que denote inexistência de situação
de crise, como é o caso da distribuição de dividendos, a despeito do não pagamento do crédito
tributário.
seria mais factível em uma questão aberta, mas que optamos por trazer na questão fechada
para melhor preparar o aluno.
A Súmula 435 do STJ estabelece a presunção iuris tantum de dissolução irregular da empresa
que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
admitindo o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
A despeito da preferência legal conferida pelo CPC para a citação por AR, certo é que mantém-
se o entendimento do STJ no sentido de que a simples devolução de carta citatória pelos
correios NÃO é suficiente para ensejar a presunção de dissolução irregular da sociedade, haja
vista a inexistência de fé pública para a informação lançada pelo carteiro.
Regra geral, considera-se não ser possível discutir a ilegitimidade passiva das partes por
meio de exceção de pré-executividade, posto que demandaria ampla cognição do material
probatório, o que é possível, apenas, em sede de embargos à execução fiscal, eis que, como
dito, a exceção de pré-executividade demanda prova pré-constituída. Anote-se, desde já, que
nas duas hipóteses previstas na assertiva seria possível a utilização dos embargos à execução,
já que garantido o débito.
Se verificado no caso concreto, contudo, que a questão da ilegitimidade foi líquida e certa,
passível apenas de prova documental, abre-se a via estreita da exceção de pré-executividade
(vide RESp 602249/MG).
1110925/SP, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos. Neste caso, apenas poderá
ser utilizado os embargos à execução fiscal.
No caso do processo B, contudo, o sócio redirecionado não tinha seu nome na CDA e sua
pretensão é calcada no fato da inexistência de indícios de dissolução irregular reclamada pela
Súmula 435 do STJ, fato que pode ser analisado objetivamente a partir dos próprios autos. É,
pois, nulidade absoluta passível de ser alegada em sede de exceção de pré-executividade ou
pelos embargos à execução fiscal.
O sócio que se retirou da sociedade muito antes do fato gerador cobrado na CDA executada,
contudo, não pode ser responsabilizado, eis a falta de liame subjetivo entre a cobrança e seus
atos de gestão.
O STJ decidiu em sede de recurso repetitivo (RESp 1.371.128-RS, Informativo 547), contudo,
a possibilidade de, verificada a dissolução irregular, redirecionamento da execução fiscal para
o sócio-gerente da pessoa jurídica executada, mesmo em se tratando de dívida ativa não
tributária, afastada a necessidade de provar a existência de dolo por parte do sócio. Aplica-se,
portanto, a Súmula 435 do STJ.
De acordo com o STJ, o art. 135, III, do CTN é substituído, no âmbito não tributário, pela
previsão contida nos arts. 10, do Decreto 3.708/19, e art. 158 da Lei nº 6.404/76, não havendo
em nenhum dos casos a exigência de dolo.
GABARITO: B
A) I e V estão corretas.
B) II e IV estão erradas.
D) I e II estão erradas.
COMENTÁRIO
I) INCORRETA: Haja vista a importância da atuação do Senado dentro dos impostos estaduais,
com vistas a buscar alguma uniformidade na diversidade e minoração dos efeitos de uma
guerra fiscal, foi cobrado na questão conhecimentos a respeito da competência do Senado
no estabelecimento de alíquotas máximas e mínimas quanto aos impostos estaduais, cuja
resposta pode ser obtida na Constituição Federal.
A hipótese I está incorreta, eis que o Senado estabelece as alíquotas mínimas do IPVA (art.
155, § 6º, I, CF/88), evitando que um Estado possa reduzir demasiadamente suas alíquotas, a
fim de incrementar abusivamente a arrecadação do imposto.
III) CORRETA: a assertiva está correta, conforme art. 155, § 1º, IV, da CF/88. O fundamento,
neste caso, é minimizar os efeitos predatórios da vontade arrecadatório dos estados-membros.
IV) CORRETA: de fato, o art. 155, § 2º, IV, estabelece a competência do Senado para
estabelecer as alíquotas do ICMS aplicáveis nas exportações. Ocorre que, com a exclusão
da incidência do ICMS sobre todas as exportações de mercadorias para o exterior pela EC nº
42/2003, a doutrina entende que houve a revogação tácita dessa competência.
GABARITO: D
II. José, cujo inventário foi processado fora do país, era proprietário de salas
comerciais localizadas no bairro Itaim Bibi da capital paulista, as quais seriam
partilhadas entre seus herdeiros, todos americanos com domicílio em Recife-PE.
A) No caso de Flávio, não haverá o fato gerador do ITCMD, eis que o ato de
transferência ocorreu no exterior e o bem é incorpóreo, não podendo se falar em
tributação para nenhum estado brasileiro.
COMENTÁRIO
A questão em análise cobrou o conhecimento do art. 4º da Lei estadual 10.705/2000, que tutela
os casos de incidência do ITCMD sobre bem corpóreo e incorpóreo, nas hipóteses em que o
doador residir ou tiver domicílio no exterior e, no caso de morte, quando o de cujus possuía
bens, era residente ou teve seu inventário processado fora do país.
Artigo 4º - O imposto é devido nas hipóteses abaixo especificadas, sempre que o doador
residir ou tiver domicílio no exterior, e, no caso de morte, se o “de cujus” possuía bens, era
residente ou teve seu inventário processado fora do país:
b) quando o ato referido na alínea anterior ocorrer no exterior e o herdeiro, legatário ou donatário
tiver domicílio neste Estado.
In casu, o doador reside no exterior e pretende doar bem incorpóreo. Não há informação do
local do ato de transferência, mas o donatário reside em Santo André/SP, razão pela qual
aplica-se o art. 4º, II, b, da lei em análise.
Alternativa incorreta.
B) INCORRETA: a assertiva afirma que herdeiros estrangeiros não podem ser contribuintes do
ITCMD, afastando, destarte, a incidência do tributo. O art. 7º da Lei estadual, contudo, dispõe
que serão contribuintes do imposto, na hipótese de herança, o herdeiro ou o legatário, sem
qualquer ressalva à eventual condição de estrangeiro dos mesmos.
Observe, a título de informação extra, que o parágrafo único do citado art. 7º estabelece que
se o donatário não for residente ou domiciliado no Estado de SP, o doador será o contribuinte
do tributo.
Alternativa incorreta.
urbano ou rural, cujo valor não ultrapassar 5.000 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo –
UFESPs e os familiares nele residam e não tenham outro imóvel haverá isenção do ITCMD.
No caso em análise, contudo, trata-se da transferência causa mortis de salas comerciais, que
não se amoldam, portanto, na isenção prevista na norma para imóveis residenciais.
Alternativa incorreta.
D) INCORRETA: conforme inciso II do art. 4º, se a hipótese for de transferência, por doação ou
causa mortis, de bem incorpóreo de doador que resida ou tenha domicílio no exterior ou de de
cujus possuía bens, era residente ou teve seu inventário processo fora do país, ocorrerá o fato
gerador do ITCMD para o Estado de SP quando: (a) o ato de sua transferência ou liquidação
ocorrer em SP; ou, (b) acontecendo o ato no exterior, o herdeiro, legatário ou donatário tiver
domicílio em SP.
A alternativa está incorreta, eis que limitou a ocorrência do fato gerador aos casos em que o
donatário resida no estado de SP.
A alternativa está correta, eis que os bens encontram-se na capital do estado de SP.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
O art. 155 do CTN é expresso ao afirmar que a concessão da moratória não importa em
direito adquirido, podendo ser revogada de ofício sempre que verificado que o beneficiado
não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os
requisitos para concessão do favor.
Revogada a moratória o crédito será cobrado acrescido dos juros de mora: (a) com imposição
da penalidade cabível, se verificado dolo ou simulação do beneficiado ou de terceiro em
proveito daquele; e, (b) sem imposição de penalidade nos demais casos.
O parágrafo único do art. 155 estabelece, ainda, que verificado dolo ou simulação, o tempo
decorrido entre a concessão da moratória e a sua revogação não será computado para efeito de
prescrição do direito à cobrança do crédito, razão pela qual está correta a assertiva. Se não for
verificado dolo ou simulação, contudo, a cobrança do crédito acrescido dos juros de mora (sem
imposição de penalidade) só poderá ocorrer se a cobrança for anterior ao aperfeiçoamento do
prazo prescricional do direito de cobrança.
C) INCORRETA: Trata-se de tema sobre o qual ainda não houve manifestação expressa do
STJ. Com efeito, a Súmula 409 do STJ dispõe que “em execução fiscal, a prescrição ocorrida
antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício”.
Note-se, portanto, que a prescrição poderá ser reconhecida de ofício, isto é, sem que o tema
tenha sido arguido pelo Executado, o que não retira do Judiciário o dever de ouvir o Exequente
previamente à extinção da dívida.
Sobre o tema saliente-se o quanto decidido a respeito pela Quarta Turma do STJ no RESp
1.280.825, de relatoria da Min. Isabel Gallotti: “Os fatos da causa devem ser submetidos ao
contraditório, não o ordenamento jurídico, o qual é de conhecimento presumido não só do
juiz (iura novit curia), mas de todos os sujeitos ao império da lei, conforme presunção jure
et de jure (artigo 3º da LINDB)”. A despeito da competência da Quarta Turma residir sobre o
Direito Privado, é interessante notar entendimento da Corte a respeito da aplicação do art. 10
do CPC/2015 quanto aos fatos da causa (o que demanda a oitiva da Fazenda a respeito de
eventuais causas de suspensão da prescrição, por exemplo), mas não quanto ao ordenamento
jurídico (o reconhecimento em si da prescrição é dever de ofício do Judiciário).
Com efeito, o CTN, que trata dos créditos tributários, foi recepcionado como lei complementar
e não prevê a inscrição em dívida ativa como hipótese de suspensão da prescrição, conforme
rol do art. 174, parágrafo único. A posição dominante, não obstante posicionamento contrário
da Fazenda Nacional, compreende que a Lei de Execução Fiscal não poderia, portanto, ter
modificado o tratamento do crédito tributário, estabelecendo nova hipótese de suspensão do
prazo prescricional, razão pela qual ele se aplica apenas ao crédito não tributário.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
C) INCORRETA: nos termos dos arts. 17 e 18 da Lei Estadual, o lançamento do IPVA é feito
pela modalidade de lançamento por homologação, conforme expressamente estipulado no
citado art. 17. Apenas se verificado que o contribuinte ou responsável deixou de recolher o
imposto, no todo ou em parte, no prazo legal, é que haverá o lançamento de ofício.
III - de um único veículo, de propriedade de pessoa com deficiência física, visual, mental
severa ou profunda, ou autista; (NR)
- Inciso III com redação dada pela Lei nº 16.498, de 18/07/2017, produzindo efeitos a partir de
sua regulamentação.
O erro consiste no fato de que o veículo utilizado para táxi só será isento quando for o único
veículo utilizado no transporte público de passageiros na categoria de aluguel (taxi) de
propriedade de motorista profissional autônomo, por ele utilizado em sua atividade profissional.
Artigo 9º - A alíquota do imposto, aplicada sobre a base de cálculo atribuída ao veículo, será
de:
§ 1º - A alíquota dos veículos automotores a que se refere o inciso IV deste artigo, destinados à
locação, de propriedade de empresas locadoras, ou cuja posse estas detenham em decorrência
de contrato de arrendamento mercantil, desde que registrados neste Estado, será reduzida em
50% (cinqüenta por cento).
GABARITO: E
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: o benefício da denúncia espontânea, além de exigir que seja realizado antes
do início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização relacionados
com a infração, tem como requisito essencial que seja acompanhado, se for a hipótese, do
pagamento do tributo devido e dos juros de mora (ou do depósito da importância arbitrada pela
autoridade administrativa), conforme art. 138 do CTN.
O STJ compreende que o parcelamento não se equipara ao pagamento, eis que este é forma
de extinção imediata do crédito tributário, ao passo em que aquele é meio de adimplemento
desmembrado da obrigação, tendo por efeito imediato a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário. A extinção da obrigação é apenas efeito mediato, a ser atingido após o adimplemento
total do parcelamento (neste sentido é o tema 101 dos Recursos Repetitivos do STJ, RESp
1.102.577/DF).
GABARITO: C
C) A relevância da natureza do objeto dos atos praticados e dos seus efeitos afasta
a interpretação objetiva do fato gerador.
COMENTÁRIO
gerador).
Os empréstimos compulsórios e as contribuições, por outro lado, não são definidos pelo seu
fato gerador, mas pela finalidade para a qual foram instituídos.
Em sentido análogo é o art. 143 do CTN: Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando
o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão
em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
A alternativa correta.
D) INCORRETA: de acordo com o art. 126, III, do CTN, a capacidade tributária passiva
independente de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure
uma unidade econômica ou profissional.
Assim, ainda que irregular a constituição de determinada pessoa jurídica, ocorrendo o fato
gerador haverá a imposição do tributo, o qual será exigido dos sócios da pessoa jurídica em
formação.
A sociedade em conta de participação, contudo, não é pessoa jurídica, nem mantém relações
jurídicas com terceiros, o que faz com que não possua capacidade tributária passiva. Atingir-
se-ão, portanto, os sócios, que são os credores e devedores de terceiros.
a) fato gerador instantâneo ou simples: aquele cujo aspecto material ocorre em um momento
único. Ocorre na grande maioria dos tributos.
b) fato gerador contínuo ou continuado: aquele cujo aspecto material retrata uma situação
jurídica, que permanece no tempo, de modo que o legislador escolhe um momento (fazendo-
se um corte temporal) para se considerar ocorrido o fato gerador. Ocorre com os três impostos
sobre a propriedade: IPVA, IPTU e ITR.
c) fato gerador periódico ou complexivo: aquele cujo aspecto material ocorre em um lapso de
tempo determinado, sendo caracterizado pela soma algébrica de “n” fatos isolados que ao final
do período devem ser globalmente considerados. Ex: ocorre com o IR.
O IPVA, portanto, está sujeito ao fato gerador contínuo ou continuado, razão pela qual a
alternativa está incorreta.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: nos termos do art. 2º, § 3º, da LEF, a inscrição do crédito em dívida ativa é
ato de controle administrativo de legalidade, que apura a liquidez e certeza da dívida para a
constituição do título executivo extrajudicial com a expedição da certidão do termo de inscrição.
Inscrito o crédito em dívida ativa, inicia-se a presunção de fraude prevista no caput do art. 185
do CTN: Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo,
por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente
inscrito como dívida ativa. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
Essa presunção, contudo, é absoluta (juris et de jure), não admitindo prova em sentido contrário.
termo de inscrição que lhe precede. O art. 202 do CTN estabelece os requisitos obrigatórios
do termo de inscrição em dívida ativa, entre eles a indicação do livro e da folha de inscrição:
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do
livro e da folha da inscrição.
Atualmente, contudo, as inscrições em dívida ativa não ocorrem de forma manual ou mecânica,
mas são armazenados em sistemas eletrônicos. A falta da indicação de tais dados, portanto,
não importam em nulidade absoluta, eis que não gera prejuízo para o executado promover a
sua defesa.
Neste sentido vide EDcl no AREsp 213903 / RS e AgRg no REsp 1172355 / SC.
Saliente-se, contudo, que, no caso da CDA já trazer o nome dos responsáveis, inverte-se o
ônus da prova, cabendo a eles a comprovação de que não há hipótese de redirecionamento.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 10. Processo judicial tributário: execução fiscal; ação anulatória de
débito fiscal; ação de repetição de indébito; ação de consignação em pagamento;
ação declaratória; medida cautelar fiscal; mandado de segurança.
Assim, oferecido bem a penhora pelo Executado, deverá o mesmo ser intimado da formalização
da penhora, a partir de quando iniciar-se-á a contagem do prazo de 30 dias para apresentação
de embargos à execução. Note-se, ainda, que a legislação fala em intimação da penhora e não
juntada aos autos do mandado cumprido.
Assim, o dia final para os embargos à execução fiscal é 06 de fevereiro, eis que foram feriados o
dia 08/12, recesso forense do TJSP de 20/12 a 06/01/2018, suspensão dos prazos processuais
pelo CPC de 07 a 20/01/2018 e feriado na cidade de São Paulo em 25/01/2018.
acertada, sob este viés, a rejeição liminar dos Embargos – Recurso improvido, com
observação. (TJSP; Apelação 0018123-33.2013.8.26.0344; Relator (a): Luiz Sergio
Fernandes de Souza; Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Público; Foro de Marília
- Vara da Fazenda Pública; Data do Julgamento: 18/12/2017; Data de Registro:
19/12/2017) .
A presunção de certeza diz respeito a sua existência regular, com origem e desenvolvimento
conhecidos a partir do fundamento legal. A liquidez, por seu turno, relaciona-se ao valor exigido
do devedor, pressupondo que o título executivo ostente elementos capazes de permitir o cálculo
do montante integral do débito, incluindo principal, juros, multa e demais encargos.
A presunção em questão, prevista nos arts. 3º da LEF e 204, parágrafo único, do CTN, é, todavia,
relativa, cabendo, pois, prova em contrário pelo executado, a fim de provar a inexigibilidade
total ou parcial do título em cobrança.
Os dispositivos em análise exigem, apenas, prova inequívoca para ilidir a presunção da CDA,
não exigindo início de prova documental para deferimento de prova pericial pelo Juízo.
GABARITO: C
Futuros procuradores,
Bem vindos ao nosso curso e, antes de iniciarmos as questões, preciso passar duas
informações básicas acerca da metodologia a ser empregada nas rodadas de trabalho
e processo do trabalho.
Em primeiro lugar, nossa prioridade será abordar todos os pontos relevantes da Reforma
trabalhista e da MP 808/2017, o que não é pouca coisa. Justamente por isso, e essa é a
segunda informação relevante, utilizaremos as alternativas erradas para explicar muitos
pontos relevantes. Portanto, peço que leiam atentamente os comentários a todas as
assertivas, pois, na maior parte das questões, haverá pontos relevantes comentados
mesmo nas assertivas erradas.
COMENTÁRIO
D) CORRETA: o TST firmou entendimento no sentido de que a justiça do trabalho NÃO TEM
competência para processar e julgar mandado de segurança impetrado em face de ato de
autoridade coatora que denega a concessão de seguro-desemprego. Segundo o TST, a
concessão do benefício constitui matéria de natureza estritamente administrativa, razão pela
qual não se submete à jurisdição trabalhista e, portanto, não se enquadra no disposto no art.
114,IV da CRFB/88. (Info 135. Maio/2016) Incompetência da Justiça do Trabalho. Mandado
de segurança. Ato do Superintendente Regional do Trabalho. Seguro-desemprego. Não
concessão. Matéria de natureza administrativa. A Justiça do Trabalho é incompetente para
processar e julgar mandado de segurança contra ato do Superintendente Regional do Trabalho
que obstou a concessão de seguro-desemprego. No caso, a pretensão ao pagamento de
parcelas do benefício em questão tem natureza administrativa, pois não decorre de vínculo de
emprego com o Estado, nem se caracteriza como obrigação atribuída ao empregador. Assim,
não se trata de matéria sujeita à jurisdição da Justiça do Trabalho, nos termos do art. 114, IV,
da CF.
E) INCORRETA: o art. 114, II da CRRFB/88 inclui demandas que vão além do simples dissídio
coletivo de greve, alcançando toda e qualquer demanda advinda do exercício desse direito.
Então, além do dissídio coletivo de greve, podemos destacar as seguintes espécies de ação: 1
– tutelas inibitórias oriundas do exercício do direito de greve; 2 - tutelas ressarcitórias oriundas
do exercício do direito de greve; 3 - tutelas possessórias oriundas do exercício do direito de
greve.
Exemplos:
1 – tutela inibitória O nome já está a indicar. Se o sujeito quiser inibir determinado ato da
greve, por exemplo, ele pode ajuizar uma ação cautelar, e essa ação cautelar é de competência
da justiça do trabalho, porque é oriunda do exercício do direito de greve, visa a inibir o exercício
desse direito em alguma medida.
2 – tutela ressarcitória O exemplo mais simples de todos. Basta imaginar uma greve deflagrada
por um sindicato em que os grevistas destroem todo o maquinário do empregador. Nesse caso,
o empregador vai ajuizar uma ação indenizatória em face do sindicato e, evidentemente, por
se tratar de danos advindos do exercício do direito de greve, a competência para processar e
julgar essa ação indenizatória será da justiça do trabalho.
Vale dizer que a competência da justiça do trabalho em relação às ações possessórias oriundas
do direito de greve está expressamente prevista na súmula vinculante nº 23 do STF, transcrita
a seguir: ”Súmula Vinculante 23.A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar
ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores
da iniciativa privada.”
GABARITO: D
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: Há dois erros na assertiva. Em primeiro lugar, o art. 477,§1º da CLT foi
revogado pela Reforma trabalhista. Esse dispositivo nos dizia que, quando o empregado
estivesse em determinado emprego por mais de 1 ano, se o empregador quisesse rescindir
seu contrato de trabalho, essa rescisão teria de ser feita com assistência do sindicato, ou
seja, o contrato era rescindido com supervisão do sindicato, justamente para que o sindicato
fiscalizasse se as verbas rescisórias haviam sido pagas corretamente. Esse dispositivo foi
revogado pela reforma trabalhista, de modo que, hoje, não é mais condição de validade para
a rescisão a homologação por sindicato ou Ministério do Trabalho e emprego. Em segundo
lugar, o TST decidiu em reiteradas oportunidades que a Comissão de Conciliação Prévia NÃO
TEM atribuição para homologar rescisão de contrato de trabalho, isso era competência do
sindicato, na forma do já citado art. 477,§1º da CLT, o qual, repita-se, está revogado. Confira
trecho de julgado sobre o tema: “Do contexto fático narrado no acórdão regional, é possível
concluir que, no caso, a Comissão de Conciliação Prévia foi utilizada pelo reclamado como
mero órgão homologador da quitação das parcelas rescisórias e suas diferenças, procedimento
que caracteriza desvio de finalidade desse valioso instituto de solução extrajudicial das lides
trabalhistas. Registra-se que a própria Portaria do Ministério do Trabalho - Portaria GM/MTE nº
329, de 14/08/2002, baixada com o propósito - de se traçarem instruções dirigidas às Comissões
de Conciliação Prévia com vistas a garantir a legalidade, a efetividade e a transparência de
seus atos, bem como resguardar os direitos sociais e trabalhistas previstos na Constituição
Federal, na CLT e legislação esparsa -, estabeleceu, em seu art. 3º, não ser possível a utilização
da Comissão como órgão de assistência e homologação de rescisão contratual. (TST - RR:
54001920035020063 5400-19.2003.5.02.0063, Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data de
Julgamento: 22/05/2013, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 31/05/2013)”.
“Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo
empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia
às partes. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
- Interpretação literal – Entende que eficácia liberatória deve ser compreendida na acepção
literal da palavra. Em outros termos, se não houver ressalva expressa acerca da parcela
específica que ainda restaria pendente de quitação, o acordo celebrado na CCJ abrange todo
e qualquer direito, inclusive aqueles que não constarem diretamente do termo de conciliação.
- Interpretação teleológica – Entende que a eficácia liberatória geral refere-se apenas aos
valores e parcelas discriminados no termo de conciliação, devido ao princípio da proteção e da
irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas. Essa corrente fundamenta sua posição, ainda, no
art 9º da CLT, segundo o qual: “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo
de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação”.
Ora, o dispositivo é claro, qualquer ato extrajudicial que vise a afastar/desvirtuar/fraudar a
aplicação dos preceitos da CLT é nulo de pleno direito, razão pela qual um acordo que induz o
empregado a erro deveria se enquadrar nesse regramento.
O TST adota a interpretação literal! Confira, abaixo, alguns julgados sobre o tema:
C) CORRETA: Assertiva perfeita. Conforme o já transcrito art. 625-E, p.u. da CLT, o termo de
conciliação pode ser executado na justiça do trabalho, sem necessidade de prévio processo de
conhecimento. O dispositivo confere expressamente eficácia de título executivo extrajudicial
ao Termo de conciliação, justamente porque as comissões de conciliação prévia não integram
a estrutura do poder judiciário, razão pela qual não se afiguraria possível atribuir ao termo
firmado perante a CCP natureza de título judicial.
D) CORRETA: Assertiva correta. Coloquei essa assertiva no material porque já vi cair em provas
diversas vezes. Lembrar que se trata de SUSPENSÃO de prazo, e não INTERRUPÇÃO. Tente
utilizar o mnemônico: “A Submissão à CCP suspende o prazo”, tudo se inicia com a letra “S”.
Conforme o art. 625-G da CLT: “O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da
Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa
frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F. (Incluído pela Lei
nº 9.958, de 12.1.2000)”
E) CORRETA: Assertiva perfeita. Atente para a parte final da questão. A estabilidade provisória
para membros de CCP é aplicável apenas aos representantes dos empregados, representante
do empregador não dispõe de tal prerrogativa!! (art. 652-B,§1º).
mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei. (Incluído pela Lei nº
9.958, de 12.1.2000)”
GABARITO: A
COMENTÁRIO
procuradoria. Essa súmula é muito didática, aduz que, se houver mudança no regime jurídico
de um empregado, e esse empregado deixar de ser celetista para ser estatutário, isso extingue
o contrato de trabalho. Assim, se o empregado pretender ajuizar reclamação que tenha por
objeto qualquer questão oriunda do contrato de trabalho, a partir dessa extinção, operada
pela mudança de regime, começa a correr o prazo prescricional de dois anos previsto no art.
da CRFB/88. Exemplo: sujeito trabalhava em uma empresa pública e essa empresa pública
foi transformada em autarquia (aconteceu com a Guarda Municipal do Rio de Janeiro). Esse
sujeito deixa de ser celetista e passa a ser estatutário, porque a autarquia segue regime jurídico
de direito público. Caso ele queira ajuizar ação para cobrar salários não pagos à época em que
era celetista, o prazo de dois anos se inicia da data em que a empresa pública se transformou
em autarquia, porque nessa data restou extinto o contrato de trabalho.
B) CORRETA: Enunciado da Súmula nº 372,I do TST. Esse item está revogado pelo novel art.
468,§2º da CLT, transcrito abaixo:
Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta
ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.
§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não
assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação
correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de
exercício da respectiva função. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
O atual artigo 468, §1º não traz qualquer novidade, já se entendia que o empregador poderia, a
qualquer tempo, retirar um empregado de função de confiança. Sem embargo, a súmula 372,I
garantia que, caso o empregado ocupasse a função de confiança por 10 anos, mesmo que o
empregador o revertesse ao cargo efetivo, destituindo da função de confiança, a gratificação
pelo exercício da função estaria incorporada ao seu salário. Isso acabou, atualmente, o
sujeito pode ocupar função de confiança pelo tempo que for, caso seja destituído, não haverá
incorporação salarial da gratificação, ou seja, ele perde a gratificação.
C) INCORRETA: Essa foi pegadinha do professor, apenas coloquei para te mostrar como o
examinador pode cobrar uma questão como essa. Essa súmula permanece válida, e, além de
tudo, é uma súmula vinculante do STF (SV nº 40 – A contribuição confederativa de que trata o
art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo). Portanto,
não é súmula do TST. O examinador pode fazer pegadinhas desse tipo em qualquer questão,
cobrar no enunciado alternativa que contenha súmula do TST e, em determinada assertiva,
colocar uma súmula de outro Tribunal Superior, ou até mesmo texto de letra de lei.
D) INCORRETA: Assertiva contém a literalidade do art. 58, §1º da CLT, que também constitui
a primeira parte da súmula nº 366 do TST, transcrita abaixo:
Então, em primeiro lugar, a assertiva está incorreta porque não é literalidade de súmula, trata
apenas de texto de novo dispositivo da CLT, que foi retirado de uma parte da súmula nº 366.
Em segundo lugar, cabe destacar que a segunda parte da súmula nº 366 também foi revogada
pela reforma trabalhista. A segunda parte da súmula afirma que, caso ultrapassado o limite de
cinco minutos, a totalidade do tempo que excedesse à jornada regular seria computado como
hora extra, independentemente da atividade exercida pelo empregado durante esse período
excedente. Isso está revogado porque o art. 4º,§2º listou um rol exemplificativo de atividades
que não são mais consideradas pela CLT como tempo à disposição do empregador. É ler e
conferir:
(...)
como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse
o limite de cinco minutos previsto no § 1º do art. 58 desta Consolidação, quando o
empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança
nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer
nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras:
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Note que o dispositivo representa diametral oposição à segunda parte da súmula, de modo
que os incisos inclusive trazem atividades nela previstas, como, higiene pessoal e troca de
uniforme. Assim, essa súmula será, no mínimo, alterada pelo TST, porque não há como manter
a atual redação.
E) INCORRETA: Traz a literalidade da súmula nº 367 do TST. A súmula permanece válida, não
se afigurando incompatível com o disposto no art. 458, caput da CLT, transcrito abaixo:
Esse dispositivo não foi alterado pela Reforma, trata-se de redação originária da CLT, que
versa sobre o salário in natura, ou seja, salário em utilidades, e não em dinheiro. A questão é
que, no dispositivo legal, as utilidades citadas são concedidas por liberalidade da empresa, é,
GABARITO: B
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: Essa era a redação do antigo art. 800 da CLT, único dispositivo que
disciplinava a exceção de incompetência relativa no processo do trabalho, anteriormente à
reforma trabalhista. Todavia, conforme explicarei no decorrer dos comentários acerca das
demais alternativas, vocês verificarão que ele foi bastante modificado, ganhando, inclusive
4 parágrafos que detalham o tema, os quais serão explorados a seguir, juntamente com a
nova redação do caput do art. 800 da CLT. De qualquer modo, recomendo que vocês façam
um estudo comparativo entre a legislação antes e após a reforma a fim de evitar cair nessas
armadilhas relacionadas a questões que se limitam a reproduzir artigos já revogados, induzindo
vocês a erro.
C) INCORRETA: O art. 800, §1º, dispositivo também inserido pela reforma, afirma expressamente
que a exceção de incompetência relativa suspende imediatamente o processo, de modo que
nem mesmo a audiência inaugural (art. 843 da CLT) se realizará. Portanto, o reclamado opõe
a exceção e a marcha processual é completamente interrompida para julgamento da referida
exceção.
O art. 799,§2º, já transcrito acima, nos diz que, se uma das partes opuser exceção de
suspeição ou incompetência do juízo, não caberá recurso da decisão proferida para resolver
tais incidentes, salvo se a decisão proferida na exceção de suspeição/incompetência resultar
em extinção do feito perante aquele Tribunal (terminativa do feito).
É exatamente por isso que o TST consagrou a exceção que estamos comentando. Imaginemos
que eu ajuízo uma ação no Rio de Janeiro (TRT 1ª Região) para cobrar salários não pagos,
porém, o juízo competente para julgar minha ação seja uma vara do trabalho localizada em São
Paulo (TRT 2ª Região). Pois bem, se o meu empregador opuser uma exceção de incompetência
no juízo do RJ, e essa exceção for acolhida, meu processo será “extinto” perante o TRT da 1ª
Região, porque terá de ser remetido a uma vara do trabalho de São Paulo, que se submete à
jurisdição do TRT da 2ª Região.
E) CORRETA: O juízo apontado como competente pelo excipiente poderá praticar atos
instrutórios relativos ao julgamento da exceção de incompetência, nos termos do art. 800,§3º
Como se vê, o juízo apontado como competente já presidirá, ainda que na qualidade de
juízo deprecado, eventual oitiva de testemunhas necessária para julgamento da exceção de
incompetência trabalhista. Esse dispositivo é muito bom para cair em prova, pode ser cobrado
de diversas formas.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
letra de lei. Nesse ínterim, cabe destacar que aproximadamente 70% da sua prova (se não
mais) conterá questões versando sobre letra de lei, algumas demandando maior exercício da
memória (famosa decoreba), outras menos, portanto, é impositivo buscar dispositivos da CLT
que possam ser explorados.
Vamos à questão elaborada. Talvez o ponto da Reforma que mais suscitou críticas tenha
sido a significativa mitigação ao princípio da norma mais favorável ao trabalhador, perpetrada
mediante autorização legal para que acordos e convenções coletivas - ainda que menos
benéficos ao obreiro - prevaleçam em detrimento da lei. Sem embargo, há limites à referida
prevalência, ou seja, a própria CLT trouxe hipóteses infensas à negociação coletiva, hipóteses
que não podem sequer constituir objeto de acordo ou convenção coletiva. A CLT estruturou
o tema da seguinte maneira: no art. 611-A da CLT, traz as hipóteses em que o acordo ou
convenção coletiva eventualmente existentes prevalecerão sobre a lei. No art. 611-B, por sua
vez, traz questões infensas à negociação coletiva, ou seja, casos que não podem ser objeto de
negociação coletiva. Os dois dispositivos são enormes, transcrevê-los ocuparia muito espaço
de nosso material. Porém, peço encarecidamente que você leia esses dispositivos à exaustão,
até ficar saturado, porque isso tem enorme potencial de cobrança em provas. Na questão
acima formulada, adotei uma das possíveis formas de cobrança da sistemática. Coloquei o
caput do art. 611-B da CLT no enunciado, razão pela qual a resposta correta será a literalidade
de um dos incisos do art. 611-B, mas coloquei, em quatro alternativas, incisos do art. 611-A da
CLT, ou seja, misturei os dois dispositivos e escolhi, estrategicamente, os casos que considero
mais “perigosos’.
A) INCORRETA: Art. 611-A,XII. O principal critério para definir se uma questão pode, ou
não, ser objeto de acordo ou convenção coletiva é seu status constitucional. Caso o direito
esteja plasmado no art. 7º da CRFB/88, indubitavelmente não poderá constituir objeto de
acordou/convenção coletiva. Por isso selecionei esse inciso do art. 611-A. O adicional de
insalubridade consta do art. 7º,XXVIII da CRFB/88, o que quer significar que, em relação
ao direito à percepção do adicional, não há espaço para disposição em norma coletiva, nem
acordo nem convenção coletivos podem retirar esse direito. Tanto é assim que os referidos
adicionais também constam do art. 611-B, XIII da CLT. Porém, o art. 611-A,XII autoriza que
convenção e acordo coletivos disponham acerca dos critérios de enquadramento do grau de
insalubridade (mínimo – adicional de 10%, médio – adicional de 20% e máximo – adicional
de 40%) e prorrogação de jornada em locais insalubres, isso pode ser veiculado em norma
coletiva, razão pela qual a assertiva está incorreta.
participação do empregado nos lucros da empresa, o que poderia te induzir a acreditar que
tal direito é infenso à negociação coletiva. Porém, assim como na assertiva acima, o que o
empregador não pode fazer é suprimir esse direito mediante acordo ou convenção coletiva,
mas pode dispor sobre formas de pagamento, percentual, periodicidade de pagamento e etc,
em normas coletivas, ou seja, a instrumentalização do direito pode ser prevista em norma
coletiva. Assertiva errada (art. 611-A, XV).
D) INCORRETA: Essa assertiva foi colocada para você não confundir o art. 611-A, IV com o
art. 611-B, II. Em suma, acordo e convenção coletiva podem dispor sobre adesão ao seguro-
emprego, mas não podem dispor acerca de seguro desemprego, porque seguro-desemprego
também é direito previsto no art. 7º da CRFB/88 (art. 7º, II).
E) INCORRETA: De todas as assertivas expostas nesta questão, essa seria a mais simples.
Todavia, não menos importante. A própria CRFB/88, em seu art. 7º, admite que a duração
do trabalho é tema que pode ser objeto de negociação coletiva, mesmo antes da Reforma
trabalhista:
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de
1943)
Desta feita, não haveria qualquer razão para que o intervalo intrajornada fosse infenso à
negociação coletiva, o que justifica a previsão do tema no art. 611-A, III da CLT.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
A) INCORRETA: O art. 843,§1º da CLT prescreve que o empregador pode se fazer representar
por preposto na audiência, desde que este preposto tenha conhecimento dos fatos que serão
discutidos em juízo, isso já constava da CLT “antiga” e permanece válido com a Reforma
Trabalhista. Porém, o TST firmou entendimento, plasmado na Súmula 377, no sentido de que,
além de conhecer os fatos postos em juízo, o preposto teria de ser necessariamente empregado
da empresa, salvo nas hipóteses de micro/pequena empresa e empregador doméstico.
Porém, essa é mais uma súmula expressamente revogada pela Reforma Trabalhista, face ao
disposto no novel §3º do art. 843.
(...)
Note que estamos utilizando as alternativas erradas para destrinchar a Reforma, vamos cobrir
todos os pontos objetos de alteração dessa forma no decorrer do curso.
Essa súmula também restou contrariada pela Reforma Trabalhista, porque o art. 844,§5º
prescreve que, caso o advogado da parte compareça munido de contestação, a contestação
e todos os documentos apresentados serão recebidos pelo juiz, ou seja, a defesa será
considerada, se afigurando impossível aplicar o efeito material da revelia, de presunção
da veracidade dos atos alegados. Por isso, é possível dizer que o §5º do art. 844 da CCLT
modificou o conceito de revelia no processo do trabalho.
C) INCORRETA: Essa questão é batida, mas cai tanto que resolvi abordar superficialmente.
O TST entende que a revelia se aplica sim à fazenda pública, conforme dispõe a OJ nº OJ nº
152 da SDI-1 do TST:
Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT.
Porém, em eventual prova discursiva de procuradoria, você deve sustentar que, mesmo que
se configure a revelia, o efeito material da revelia não se opera, porque o interesse público
é indisponível. Essa afirmativa é reforçada pela Reforma trabalhista, pois o art. 843,§4º,III,
acrescentado pela Reforma, aduz expressamente que o efeito material da Revelia não se
opera quando se estiver diante de direito indisponível.
“§ 4º A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se: (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
(...)
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)”
D) INCORRETA: A CLT não dispunha acerca do momento processual limite para que se
afigurasse possível desistir da contestação independentemente do consentimento do réu.
Porém, aplicava-se subsidiariamente o CPC para definir o momento de apresentação de
contestação em audiência como limite. Isso foi reforçado pela Reforma que acrescentou à CLT
o art. 841,§3º da CLT:
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo
judicial eletrônico até a audiência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
E) INCORRETA: Havia controvérsia para definir se o valor da causa era requisito da petição
inicial trabalhista, porque não estava previsto como tal na CLT. Entretanto, o TST já entendia
que o valor da causa era obrigatório, porque o valor da causa definirá o procedimento aplicável
no processo do trabalho (ordinário, sumário ou sumaríssimo), reconhecendo-se inclusive ao
juiz a possibilidade de atribuir/corrigir de ofício o valor da causa. Com a reforma trabalhista,
a discussão perdeu sentido, pois o art. 840,§1º da CLT prevê expressamente que o valor da
causa é requisito da petição inicial trabalhista.
GABARITO: B
COMENTÁRIO
Ponto do edital: Não havia ponto correspondente em 2012, porque a CLT vigia des-
de 1943. No entanto, com a extensa reforma operada em 2017, seria uma temerida-
de não abordar direito intertemporal em nenhuma questão do curso.
Eficácia Retroativa A Reforma trabalhista NÃO TEM eficácia retroativa, porque não se aplica
a contratos de trabalho já extintos na data de sua vigência, em respeito às garantias do ato
jurídico perfeito e do direito adquirido (art.5º,XXXVI da CRFB/88).
Eficácia imediata A celeuma residia em definir se a lei nº 13.467/17 teria eficácia imediata
nos contratos em curso, ou seja, se poderia ser aplicada a contratos de trabalho celebrados
antes de sua vigência, mas que ainda estivessem em vigor (e não extintos) por ocasião do
início da vigência da lei nº 13..467/17. Surgiram duas principais correntes acerca do tema:
1ª corrente Aplicação integral da Lei aos contratos em curso, porque, via de regra, a lei
produz efeitos em relação a atos vigentes sob sua égide.
Portanto, à luz da exposição supra, você consegue resolver essa questão, bem como eventual
discursiva sobre o tema.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Portanto, a abordagem “decoreba” foi proposital, acredito que essa alteração pode cair em
prova. Para te ajudar, lembre que há, atualmente, 13 bens jurídicos no art. 223-C, e foram
acrescentados pela MP nº 808 os bens jurídicos “Etnia”, “idade”, “nacionalidade”, “gênero” e
“”orientação sexual”. Também tome cuidado porque esses bens jurídicos se aplicam apenas
à pessoa física! Parece banal, mas o examinador pode perfeitamente colocar todos os bens
jurídicos tutelados e, no final, trocar apenas o termo “Pessoa natural” por “pessoa jurídica”,
transformado assertiva certa em errada.
“Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulativamente
com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
O que nos interessa, para essa questão específica, é o §2º, que prevê justamente que a
composição em relação aos danos materiais (perdas e danos) não abrange os danos
extrapatrimoniais (morais).
1 – O tabelamento não se aplica quando houver morte do empregado, trata-se da única lesão
I - para ofensa de natureza leve - até três vezes o valor do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Medida
Provisória nº 808, de 2017)
II - para ofensa de natureza média - até cinco vezes o valor do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Medida
Provisória nº 808, de 2017)
III - para ofensa de natureza grave - até vinte vezes o valor do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social; ou (Redação dada pela Medida
Provisória nº 808, de 2017)
D) INCORRETA: O art. 223-G, caput traz os critérios que devem nortear o juiz na apreciação
do dano extrapatrimonial e, dentre eles, contempla a situação econômica do empregado e do
empregador:
“Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017)
(...)
Gostaria de chamar a atenção para outros 4 critérios que considero menos “intuitivos” e que,
Note que, de fato, a reincidência faculta (termo “poderá”) ao juiz dobrar o valor da indenização
pelo dano experimentado. O importante, aqui, é o conceito de reincidência firmado pelo §4º,
terreno muito fértil para pegadinhas de prova. Vamos destacar dois aspectos do conceito:
1 – Só se configura reincidência caso a nova conduta ofensiva ocorra no prazo de até 2 anos
contados do trânsito em julgado da decisão condenatória anterior. Se ultrapassado esse prazo,
não haverá reincidência.
2 – Somente haverá reincidência caso a ofensa seja idêntica à anterior!!! Portanto, se houver
duas condutas distintas que acarretem dano moral, não haverá reincidência, segundo o
conceito da CLT. O bem jurídico tutelado é um excelente parâmetro para definir se a conduta
é idêntica. Assim, caso a primeira conduta vilipendie a orientação sexual do empregado, e a
segunda conduta ofenda sua etnia, haverá condutas distintas, não se cogitando de ocorrência
de reincidência. Essa é uma conclusão legalista, porque a Reforma é muito recente, temos de
aguardar a interpretação do TST sobre o tema.
GABARITO: A
COMENTÁRIO
2ª Corrente A arbitragem somente seria admitida nos dissídios individuais para direitos
disponíveis previstos na CLT. Essa corrente partia do pressuposto que direitos estritamente
patrimoniais, ainda que oriundos de relação de trabalho, seriam disponíveis, remanescendo a
indisponibilidade apenas para as demais questões (por exemplo, normas ligadas à saúde e
medicina do trabalho)
Esse tema, da forma como abordei até agora, já foi cobrado em prova de segunda fase de
procuradoria e, considerando que a Reforma Trabalhista encerrou toda essa celeuma no art.
507-A, optei por comentar o tema. Vamos às assertivas:
A) INCORRETA: Conforme exposto, essa assertiva estaria errada até mesmo antes da
Reforma, porque, nos dissídios coletivos, a própria CRFB/88 previa utilização de arbitragem.
B) INCORRETA: Essa assertiva veicula a primeira corrente exposta acima, mas, hoje, está
equivocada, por conta do novel art. 507-A da CLT, que será comentado na assertiva E.
C) INCORRETA: Essa assertiva veicula a terceira corrente exposta acima, mas, hoje, está
equivocada, por conta do novel art. 507-A da CLT, que será comentado na assertiva E.
D) INCORRETA: Essa assertiva é a mais próxima do comando inserto no art. 507-A da CLT,
porém, há duas condições para admitir a arbitragem nos dissídios individuais. Vamos comentar
na assertiva abaixo.
E) CORRETA: Assertiva se amolda ao novel art. 507-A da CLT, constante de capítulo integrante
do título “do contrato individual de trabalho”, abarcado pelo edital da PGE/SP.
Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a
duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem,
desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa,
nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996. (Incluído pela
Lei nº 13.467, de 2017)
O dispositivo encerra a discussão doutrinária, prevendo que a arbitragem é cabível nos dissídios
individuais, mediante utilização de cláusula compromissória, desde que:
1 – A remuneração versada no contrato seja SUPERIOR (Não pode ser igual) a 2 vezes o
limite máximo estabelecido para benefícios do RGPS. Esse dispositivo é objeto de muitas
críticas doutrinárias, pois subordina a indisponibilidade do direito à remuneração de seu titular,
presumindo que o empregado melhor remunerado é mais instruído e, portanto, teria maior
“capacidade” para dispor de seus direitos. O problema é que a indisponibilidade é predicado
que recai sobre o direito, e não sobre seu titular, há, portanto, evidente distorção no dispositivo.
GABARITO: E
80. A Lei nº 13.467/2017 inseriu procedimento de jurisdição voluntária na CLT, tendo por
objeto a homologação de acordo extrajudicial na seara trabalhista. Assinale a alternativa
correta acerca do referido procedimento:
A) A deflagração do processo de homologação de acordo extrajudicial interrompe
o prazo para pagamento das verbas rescisórias.
E) O prazo prescricional retomará seu curso a contar do dia útil seguinte à prolação
da decisão que negar a homologação do acordo.
COMENTÁRIO
COMENTÁRIO GENÉRICO SOBRE A QUESTÃO: Esse tema já foi explorado em uma das
únicas provas recentes que contava com a incidência da reforma trabalhista. A CLT prevê
(arts. 855-B a 855-E), agora, um procedimento de jurisdição voluntária para homologação de
acordos extrajudiciais, procedimento que contém peculiaridades que podem ser exploradas
em provas.
E) INCORRETA: O prazo prescricional só voltará a fluir pelo que restou (por se tratar de
suspensão, e não interrupção) no dia útil seguinte ao trânsito em julgado da decisão que negar
a homologação do acordo. É dizer, a mera prolação de decisão não tem o condão de retomar
a contagem do prazo prescricional.
GABARITO: B
B) Poderia ser efetuada caso o DER/SP promovesse prévia licitação para ceder o
COMENTÁRIO
A questão é feita em cima de um caso real que foi objeto de parecer da Procuradora Claudia
Polto da Cunha, que será a examinadora do concurso na disciplina de Direito Econômico,
Financeiro e Empresarial Público. Obviamente é sempre difícil prever o que vai cair numa prova,
ainda mais na PGE-SP em que as questões são elaboradas pelos próprios examinadores e
não pela banca organizadora. Porém, procurarei no curso inserir questões baseadas em casos
nos quais a examinadora atuou para maximizar as chances de vocês encontrarem na prova
um assunto com qual já se encontram familiarizados. Espero também que com essas questões
vocês possam conhecer mais a linha de pensamento da examinadora. Sugiro em especial aos
candidatos um estudo cuidadoso das questões econômico-financeiras que envolvem contratos
de longo prazo (o que certamente iremos explorar aqui), vez que a examinadora atuou na CPP
e domina a matéria (é possível ver as atribuições da CPP na Lei Estadual nº 11.688/04).
O caso trata de uma cessão de crédito, a qual, logicamente deve possuir os requisitos gerais
do Código Civil para a validade do negócio jurídico: capacidade das partes, objeto lícito,
possível, determinado e forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104). Lembrem-se também
que, conforme entendimento doutrinário, qualquer crédito pode ser objeto de cessão, desde
que a isso não se oponha a lei, a natureza da obrigação ou a convenção com o devedor.
Alguns créditos que não podem ser cedidos são aqueles oriundos de direitos personalíssimos,
vinculados a fins assistenciais, alimentícios ou sem valor patrimonial.
O crédito em exame não possui nenhuma dessas características. Cabe observar também que
tanto o DER/SP quanto a CPP são pessoas jurídicas de direito público. Podem, assim, decidir
por si próprias os negócios jurídicos que irão realizar. Ademais, os créditos não estão afetados
a qualquer finalidade, representam simplesmente um direito patrimonial do DER/SP.
B) INCORRETA: No caso, a situação foi tida como caso de inexigibilidade de licitação. Não é
possível inserir a hipótese como dispensa de licitação pois não há enquadramento no rol taxativo
do artigo 24. Tampouco, porém, foi verificada a imprescindibilidade de licitação, já que alguns
elementos apontavam para a inviabilidade de competição. A Procuradora Claudia Polto da Cunha
observou no caso que “a cessão de crédito (...) não constitui uma alienação pura e simples -
onde o procedimento licitatório seria o meio adequado para assegurar a obtenção da proposta
mais vantajosa para a Administração – mas sim uma operação que atende, simultaneamente,
a diversos interesses e finalidades públicas perseguidas pelas partes envolvidas, não sendo
passível de compartilhamento, ao menos nos moldes aventados, com particulares alheios à
Administração (...). Outra circunstância a ser considerada é a de que a cessão em exame
importará a substituição do DER na titularidade de direitos patrimoniais atrelados a contratos
de concessão rodoviária. Com efeito, na hipótese de cessão desses direitos creditórios a um
particular, não se poderia exigir do mesmo qualquer tipo de atuação afinada com os objetivos
de política pública subjacentes ao cumprimento dos contratos de concessão correspondentes.
Não seria possível, por exemplo, a previsão de compartilhamento de informações e avaliação
conjunta dos efeitos de medidas de reequilíbrio econômico-financeiro (...)”.
D) CORRETA: A alternativa está correta. Apesar do negócio cogitado ser possível, ele deve
ocorrer em condições vantajosas para ambas as partes, já que se tratam de pessoas jurídicas
distintas. Não se poderia cogitar, assim, da aquisição dos créditos por valor acima do mercado
(o que seria um meio transverso da CPP transferir recursos ao DER) ou da aquisição por valor
menor do que sua avaliação, pois nesse caso a operação seria desvirtuada. Como observou a
examinadora em seu parecer, “o negócio em questão deve contemplar condições equitativas
E) INCORRETA: A operação não representa uma tomada de crédito. Pela definição do artigo 29
da Lei de Responsabilidade Fiscal, operação de crédito é o compromisso financeiro assumido
em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de
bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços,
arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos
financeiros. No caso, o DER/SP não assumiu qualquer compromisso financeiro futuro perante
a CPP; está, em verdade, alienando seu ativo. Outrossim, sequer houve responsabilidade do
DER pela solvência das concessionárias (o que é a regra em cessão de crédito pelo artigo 296
do Código Civil).
GABARITO: D
COMENTÁRIO
Apesar do Poder Judiciário ainda não possuir um posicionamento definitivo sobre a questão,
a tese a ser defendida em provas para a advocacia pública é de que débitos com o poder
concedente, ainda que sem origem tributária, não devem fazer parte do plano de recuperação
judicial.
Isso porque multas administrativas, possuindo liquidez e certeza, podem ser inscritas em Dívida
Ativa e cobradas através de execução fiscal, sendo que a Lei de Execução Fiscal prevê que a
cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública “não é sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento” (art. 29).
Vale ressaltar, porém, que eventual pedido de recuperação judicial não inibe que o poder
concedente instaure processo para apurar eventual caducidade da concessão, caso presente
alguma causa prevista no artigo 38, § 1º, da Lei nº 8.987/95.
E) INCORRETA: importe notar que a Lei nº 13.448/17 vedou a recuperação judicial apenas
para contratos de parceria qualificados para fins de relicitação, conforme regramento trazido
na própria lei. Contratos de concessão que não se inserirem em tal regime não entram na
vedação, como é o caso dos contratos do Estado de São Paulo.
GABARITO: A
83. Acerca do Novo Regime Fiscal instituído pela Emenda Constitucional n. 95/2016,
assinale a alternativa incorreta:
A) Suponha que o Poder Executivo Federal deseje efetuar despesas de capital
em um determinado exercício em patamar que ultrapasse o gasto com despesas
COMENTÁRIO
A questão trata da chamada PEC do “Teto de Gastos”, instituída pela Emenda Constitucional
nº 95/2016.
Pela sistemática do teto de gastos, todo ano (exercício financeiro), a despesa primária de cada
Assim, a despesa primária do exercício de 2018 da União não deve superar a despesa primária
do exercício de 2017, corrigida pela variação do IPCA de julho de 2016 a junho de 2017.
Tal regramento consta do artigo 107, caput e § 1º, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.
O teto não abrange todas as despesas primárias, incluindo assim tanto as despesas correntes
quanto as despesas de capital. Por essa razão a alternativa A se encontra incorreta, devendo
ser aquela assinalada.
Outrossim, vale observar que o limite se aplica tanto às despesas totais de cada poder quanto
a cada órgão. Assim, por exemplo, no âmbito do Poder Judiciário, o limite deve ser respeitado
de maneira individualizada pelos seguintes órgãos: Supremo Tribunal Federal, do Superior
Tribunal de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça, da Justiça do Trabalho, da Justiça Federal,
da Justiça Militar da União, da Justiça Eleitoral e da Justiça do Distrito Federal e Territórios,
no âmbito do Poder Judiciário. Assim, a alternativa D se encontra correta. No entanto, pode a
lei de diretrizes orçamentárias prever a compensação entre os órgãos de cada poder, desde
que a soma da despesa dos órgãos que compõem o poder não ultrapasso o teto (art. 107, §
9º, ADCT).
Nos três primeiros exercícios de vigência do teto pode o poder executivo compensar, com
redução equivalente na sua despesa, o excesso de despesas em outros poderes (art. 107, §
7º, ADCT). Logo, em 2019 essa regra ainda estará válida, de modo que a alternativa B está
correta.
Apenas não se incluem na base de cálculo e nos limites previstos, para o cálculo do teto
de despesas: (i) as transferências constitucionais obrigatórias; (ii) as despesas com a polícia
civil, militar e corpo de bombeiros do Distrito Federal; (iii) as complementações necessárias
ao fundo nacional da educação básica; (iv) os créditos extraordinários; (v) as despesas não
recorrentes da Justiça Eleitoral para realização de eleições e (vi) as despesas com aumento
de capital de empresas estatais não dependentes (art. 107, § 6º, ADCT). Dado que o Banco
do Brasil e a Petrobras classificam-se como empresas estatais não dependentes (pois não
recebem recursos do ente controlador para pagamento de despesas com pessoal, custeio ou
de capital), é possível que eventual aumento de participação acionária dessas empresas não
seja computado no limite de gastos. Por tal razão, a alternativa C também está correta.
Em relação a concursos públicos, é possível a realização, desde que voltados para a reposição
de vacâncias. Assim, dado que a exoneração é uma hipótese de vacância, a alternativa E
também está correta.
GABARITO: A
84. Suponha que uma nova linha de trem será construída pelo poder público estadual
através de um contrato de parceria público-privada e, como consequência, sua
implantação trará uma valorização aos imóveis localizados próximos às estações. Nesse
cenário, assinale a alternativa que descreve corretamente a utilização de um mecanismo
que capture a valorização imobiliária decorrente do projeto:
A) A contribuição de melhoria poderia ser instituída para fazer face ao custo da
obra, de modo que o poder público utilize o tributo arrecadado para pagar as
contraprestações públicas devidas ao concessionário. Para determinação da
contribuição que cada beneficiário deverá pagar, o custo da obra deve ser dividido
pelos proprietários dos imóveis beneficiados pela construção.
D) Caso a obra faça parte de uma operação urbana consorciada, o Estado poderá
emitir certificados de potencial adicional de construção, a serem alienados pelo
concessionária, de forma a permitir que os respectivos adquirentes os utilizem
na construção de áreas que superem os padrões estabelecidos pela legislação de
uso e ocupação do solo.
COMENTÁRIO
podendo ser instituída “para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária”. Constitui-se, assim, de um mecanismo para capturar valorização imobiliária dos
imóveis beneficiados. Contudo, o uso da contribuição de melhoria foi questionado com muito
sucesso nos tribunais, pois as principais experiências brasileiras desrespeitaram premissas
que o judiciário acabou acolhendo, quais sejam: (i) a base de cálculo não pode corresponder
ao custo da obra, devendo ter por base a valorização imobiliária decorrente da obra (confiram
no âmbito do STF o RE nº 114.069 e o AI nº 694.836); e (ii) a comprovação da valorização
imobiliária compete à própria administração tributária (Cf. STJ/AgRg no AREsp nº 539760). No
caso específico, não seria possível que o custo da obra fosse simplesmente repartido entre os
proprietários beneficiados via contribuição de melhoria; a base de cálculo deveria corresponder
à valorização imobiliária dos imóveis próximos às estações.
construção, que serão alienados em leilão ou utilizados diretamente no pagamento das obras
necessárias à própria operação (art. 34 da Lei nº 10.257/01). A resposta está incorreta pois se
trata de um mecanismo municipal, que deve ser usado em consonância com a lei específica
que aprovar a operação urbana.
(...)
GABARITO: C
III – A fim de evitar conflitos de interesses, nos casos em que um advogado público
tiver oficiado na defesa de um órgão público, não deve ser responsável pela
mediação em câmara de mediação da administração pública.
A) Apenas II.
B) II e III.
C) I e III.
D) Apenas III.
COMENTÁRIO
Outrossim, o uso da arbitragem não é restrito aos entes estatais que estejam sob regime de
direito privado. Pode a administração direta e indireta utilizar-se da arbitragem, desde que o
litígio diga respeito a direitos patrimoniais disponíveis.
Por fim, a Lei nº 13.140/15 prevê no artigo 32 que a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios poderão criar câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos, no
âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde houver, com competência para (i)
dirimir conflitos entre órgãos e entidades da administração pública; (ii) avaliar a admissibilidade
dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de composição, no caso de controvérsia entre
particular e pessoa jurídica de direito público; e (iii) promover, quando couber, a celebração
de termo de ajustamento de conduta. Ou seja, quando devidamente instalada, a câmara do
Estado de São Paulo passará a funcionar no âmbito da PGE-SP. Ocorre que, caso um membro
da carreira esteja atuando na defesa de um órgão público em caso submetido à câmara,
a doutrina recomenda que outro membro conduza a conciliação, a fim de evitar conflito de
interesses.
GABARITO: D
E) A limitação do número de itens que cada participante pode ganhar não pode ser
inserida em um edital de licitação, por restringir a participação no certame.
COMENTÁRIO
A afirmativa se encontra errada, portanto, já que o consórcio pode ser um instrumento para a
prática de conduta anticompetitiva se for um meio para que empresas que pudessem concorrer
entre si se locupletem indevidamente. Para o consórcio ser aceito como lícito, assim, é essencial
que sua formação traga um ganho de eficiência para os participantes.
B) CORRETA: alternativa correta, pelos fundamentos expostos acima. Vale lembrar que as
infrações contra a ordem econômica estão previstas no artigo 36 da Lei nº 12.529/11.
GABARITO: B
87. Com relação aos indicadores fiscais do setor público, assinale a alternativa correta:
COMENTÁRIO
B) INCORRETA: o artigo 4º, § 1º, da LRF prevê que integrará o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias o Anexo de Metas Fiscais, no qual serão estabelecidas metas anuais, em
valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário
e montante da dívida pública. Assim, apesar do valor da meta ser ponto afeto à política fiscal
de cada governo, é obrigatória a previsão de uma meta no Anexo de Metas Fiscais da LDO.
C) INCORRETA: Neste ponto, vale lembrar que indicadores fiscais são medidas de evolução
das finanças do setor público que permitem avaliar o desempenho fiscal de um país ao longo
do tempo. Os principais indicadores são o resultado nominal, resultado primário, a dívida bruta
e a dívida líquida.
O resultado nominal é o conceito fiscal mais amplo e representa a diferença entre o fluxo
O resultado primário corresponde ao resultado nominal excluída a parcela referente aos juros.
É a diferença entre a receita e a despesa, sem computar na despesa os gastos com juros.
Dessa forma, o resultado primário evidencia o esforço fiscal feito pelo setor público para o
pagamento da dívida.
A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), indicador fiscal muito utilizado para efeitos de
comparação internacional, abrange o total das dívidas de responsabilidade dos governos
federal, estaduais e municipais (incluindo administração direta e indireta e INSS) junto ao setor
privado, ao setor público financeiro, ao Banco Central e ao resto do mundo.
A Dívida Líquida do Governo Geral (DLGG) é o balanço entre o total de créditos e débitos dos
governos federal, estaduais e municipais.
GABARITO: E
II) Empresa B: captação de 400 milhões via emissão de debêntures com taxa de
remuneração de 12% ao ano.
Nesse cenário:
COMENTÁRIO
O custo de capital deve ser calculado a partir de todas as fontes de recursos disponíveis para
uma determinada sociedade, ou seja, tanto o custo do capital próprio quanto o de terceiros
deve ser levado em conta na equação. Para o cálculo do custo de capital, utiliza-se uma média
ponderada.
No caso tratado, a empresa A possui um quarto do seu capital a um custo de 16% ao ano, e
três quartos a um custo de 10% ao ano. Assim, seu custo de capital é de:
A empresa B possui uma única fonte de financiamento no importe de 12% ao ano, o que
equivale então ao seu custo de capital total. Assim, a alternativa correta é a que diz que o custo
de capital da empresa B é maior.
A alternativa D está errada pois o fato do projeto render apenas 13% não significa que não
haja interesse por parte dos acionistas da empresa A. Como o rendimento supera o seu custo
de capital, a empresa poderia pagar a linha de financiamento com a taxa exigida pelo banco e
ainda remunerar seus acionistas, pelo capital próprio investido, em patamar acima do retorno
mínimo por eles exigido.
GABARITO: C
COMENTÁRIO
A doutrina dos insumos essenciais teve sua origem nos Estados Unidos e foi estendida à
prática antitruste de outros países, incluindo o Brasil.
Pela teoria, aquele que tenha posição dominante no mercado e que possua uma instalação
ou insumo essencial é obrigado a prover acesso e uso daquele insumo/instalação a seus
competidores, a menos que existam condições específicas para a negativa.
Os requisitos para que se caracterize uma prática anticompetitiva e abuso do poder econômico
são todos aqueles descritos nas alternativas, com exceção da alternativa E.
Com efeito, para a aplicação da doutrina não se faz necessário que a facilidade seja
compartilhada de modo gratuito. O detentor de posição dominante no mercado pode cobrar
pelo seu acesso, contando que não o faça de maneira discriminatória a seus concorrentes.
GABARITO: E
COMENTÁRIO
Ponto do edital: 1. Normas gerais sobre direito financeiro (Lei federal nº 4.320/64) e
5. Regime jurídico da despesa pública;
Lembremos que, na execução da despesa pública existem três etapas: (i) o empenho; (ii) a
liquidação; (iii) e o pagamento.
O empenho é o ato que cria para o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não de
implemento de condição (art. 58 da Lei nº 4.320/64).
A liquidação, por sua vez, consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, a qual tem
por objetivo apurar: a origem e o pagamento do que se deve pagar, a importância exata a pagar
e a quem se deve pagar a importância (art. 63, caput e § 1º da Lei nº 4.320/64). Vale ainda
ressaltar que a liquidação também deve ter por base o contrato, ajuste ou acordo respectivo; a
nota de empenho e os comprovantes da entrega do material ou da prestação efetiva do serviço
(art. 63, § 2º, da Lei nº 4.320/64).
A) INCORRETA: o fato do pagamento ser feito mensalmente não significa que o empenho
também deva ser mensal. Ao contrário, o empenho é feito uma única vez e deve englobar
a totalidade do crédito do contratado. Vale lembrar que o empenho é classificado em três
categorias. O empenho ordinário ocorre nos casos em que o montante a ser pago futuramente
é conhecido e o pagamento deve ser feito apenas uma única vez. O empenho global destina-
se aos casos em que o montante também é conhecido, mas o pagamento será feito por etapas,
como é o caso da alternativa. Finalmente, há o empenho por estimativa, o qual é feito nas
hipóteses em que o montante não pode ser devidamente determinado (art. 60, § 2º, da Lei nº
4.320/64). Os casos clássicos dizem respeito às despesas com água, energia elétrica, telefone
etc.
B) INCORRETA: como explanado acima, o empenho pode se dar por estimativa, conforme
expressa previsão legal.
GABARITO: E
CEI-PGE/SP
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