Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. INTRODUÇÃO
As soluções analíticas para problemas de transferência de calor condutivo geral-
mente envolvem somas de termos de funções próprias, valores próprios e outras
propriedades e parâmetros térmicos que caracterizam esses problemas. Considera-
mos um problema unidimensional em uma placa de espessura L com condições de
contorno do tipo II, fluxo zero em uma superfície e condições do tipo III na outra
superfície. A solução da equação não pode ser expressa por uma função elementar
sendo que, a equação possuir uma função que é irredutível, ou seja, como a incóg-
nita aparece tanto como no argumento, a equação é denominado transcendental.
Normalmente as equações do tipo não apresentam soluções exatas por ter essa ca-
racterística. Portanto, recorrem-se aos métodos numéricos para obtenção de raízes
que são os autovalores dessa equação transcendental βm tan(βm L) − H2 = 0, com
m = 1, 2, ... . Porém, nosso objetivo é descrever rotina computacional para obten-
ção das seis primeiras raízes da equação que são os autovalores da placa utilizando
o método da bisseção e o método de Newton, variando o valor de H2 e fixando a
espessura L igualando-a a 1.
1 Programa de Pós-graduação em Modelagem Computacional, IPRJ/UERJ, Nova Friburgo, RJ,
Brasil – E-mail:antonio.monteiro@iprj.uerj.br
2 E-mail:lucas.santos@grad.iprj.uerj.br
1
2. METODOLOGIA
O atual trabalho consiste em dois algoritmos, são as rotinas computacionais(apêndice
A) para os métodos da bisseção e de Newton, as rotinas computacionais foram escri-
tas na linguagem C++17(-std=c++17), compiladas com o compilador g++(versão
6.3.0) no terminal do sistema operacional Windows 11 Home(versão 10.0.22) utili-
zando o processador Intel i3 10º geração(I3-10100F) 3.60GHz com 4 núcleos físicos
e 8 lógicos e 16GB de memoria RAM.
Ambos os métodos tem como objetivo encontrar as raízes de uma mesma fun-
ção que possuem infinitas raízes, logo, queremos encontrar apenas as raízes que se
encontram no intervalo [0, 18), com a função dada por
βm tan(βm L) = H2
f (βm ) = βm tan(βm L) − H2 = 0
Com L = 1 e variando H2 no conjunto {0, 0,5, 1,0, 10,0, 100,0} alterando assim
seu comportamento, e para cada raiz βm obtida informamos as estimativas iniciais
de acordo com o H2 , e a taxa de convergência sendo Dif = |xk − β6 |.
2
Seja f (x) um função contínua com raiz no intervalo [a, b] representamos com
expansão de Taylor, sendo x ≤ ξk ≤ xk , e suponha α a solução de f (α) = 0
1 ′′
f (x) = f (xk ) + f ′ (xk )(x − xk ) + f (ξk )(x − xk )2
2!
1 ′′
0 = f (xk ) + f ′ (xk )(α − xk ) +
f (ξk )(α − xk )2
2!
Suponha α suficientemente próximo à xn , podemos desconsiderar o termo 2!
1 ′′
f (ξn )(α−
xn ) , observe que já havíamos descartado os termos seguintes da expansão de Tay-
2
3. RESULTADOS
3.1. Autovalores obtidos pela bisseção e Newton
As tabelas a seguir apresentam as aproximações das raízes reais da equação variando
H2 , com L fixo, para os dois métodos discutidos, juntamente com a tabela de
suas estimativas iniciais, observamos o comportamento da função ao alterar H2
que influenciava na convergência do método, quanto maior H2 , mais a função se
comportar como uma assintota passando pela raiz, como na figura 1, logo há uma
necessidade de um maior refinamento em suas estimativas, como observamos na
tabela 2.
β1 β2 β3
H2
biss. Newton biss. Newton biss. Newton
0 0 0,00877 3,14160 3,14159 6,28317 6,28319
0,5 0,65332 0,65327 3,29230 3,29231 6,36163 6,36162
1,0 0,86035 0,86033 3,42560 3,42562 6,43730 6,43730
10,0 1,42887 1,42887 4,30580 4,30580 7,22811 7,22811
100,0 1,55525 1,55525 4,66577 4,66577 7,77637 7,77637
β4 β5 β6
H2
biss. Newton biss. Newton biss. Newton
0 9,42477 9,42478 12,56640 12,56640 15,70800 15,70800
0,5 9,47748 9,47749 12,60600 12,60600 15,73970 15,73970
1,0 9,52930 9,52934 12,64500 12,64530 15,77100 15,77130
10,0 10,20026 10,20030 13,21419 13,21420 16,25936 16,25940
100,0 10,88713 10,88710 13,99809 13,99810 17,10931 17,10930
3
β1 β2 β3
H2
biss. Newton biss. Newton biss. Newton
0 [-1;1] 0,5 [2;4] 4,0 [6;7] 7,0
0,5 [-1;1] 1,0 [2;4] 4,0 [6;7] 7,0
1,0 [-1;1] 1,0 [2;4] 4,0 [6;7] 7,0
10,0 [1;1,5] 1,5 [4;4,5] 4,5 [7;7,5] 7,5
100,0 [1,55;1,56] 1,57 [4,66;4,67] 4,7 [7,76;7,78] 7,8
β4 β5 β6
H2
biss. Newton biss. Newton biss. Newton
0 [9;10] 10,0 [12;13] 13,0 [15;16] 16,0
0,5 [9;10] 10,0 [12;13] 13,0 [15;16] 16,0
1,0 [9;10] 10,0 [12;13] 13,0 [15;16] 16,0
10,0 [10;10,5] 10,5 [13;14] 13,5 [16;17] 16,5
100,0 [10,88;10,89] 10,9 [13,99;14] 14,0 [17,1;17,12] 17,2
4
Estimativa Diferença Estimativa Diferença
k
Bisseção (Dif ) Newton (Dif )
1 16,5 0,2406 16,5 0,2406
2 16,25 0,0094 16,305 0,0455609
3 16,375 0,1156 16,2608 0,00138611
4 16,3125 0,0531 16,2594 0
.. .. ..
. . .
17 16,25936 0,00004
4. CONCLUSÃO
A modelagem de fenômenos físicos e químicos é uma tarefa desafiadora devido à ne-
cessidade de discretizar as condições de contorno do domínio, buscando transformar
o problema original em um problema análogo expresso em uma equação algébrica.
Diante do presente estudo comparativo usando o método da bisseção e o de Newton
para obtenção e análises dos autovalores da equação transcendental do tipo trigono-
métrica, é comum a utilização de métodos numéricos na obtenção das raízes, uma
vez que, a sua irredutibilidade na forma fraccionária de modo geral, impossibilita a
existência de uma raiz exata.
Portanto, a escolha da utilização dos métodos numéricos escolhidos, deve-se a
uma questão de analisar a rapidez da convergência do método da bisseção em de-
trimento ao de Newton. Como constatamos nas secções anteriores, uma equação
transcendental possuir inúmeras soluções em diferentes condições impostas, vari-
ando os intervalos obtêm-se soluções diferentes chamados de autovalores da função,
uma cada vez mais próxima da outra embora, a ordem de convergência do método
de Newton seja maior e mais eficaz na busca de soluções aproximados da raiz exata
em relação ao da bisseção. Concluímos que, na busca de solução das raízes da
equação transcendental obtida de um problema unidimensional em uma placa de
espessura L com condições de contorno do tipo II, fluxo zero em uma superfície e
condições do tipo III na outra superfície, os autovalores obtidos usando o método
da bisseção em relação ao de Newton, variando os intervalos não divergem muito,
porém, Newton possui uma melhor taxa de convergência.
Referências
[1] P. A. Stark, Introdução aos Métodos Numéricos. Rio de Janeiro: Interciência,
1970.
[2] M. C. C. Cunha, Métodos Numéricos. 2ª edição, Campinas: Editora Unicamp,
2010.
[3] P. Albrecht, Analise Numérica, um curso moderno. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Ciêntificos Editora, 1973.
5
A.. Rotina Computacional - C++
#include <iostream>
#include <cmath>
#include <vector>
#include <iomanip>
media = (a+b) / 2;
std::cout << a << " " << func(a, H2) << ’\n’;
}
int main() {
int escolha;
float H2;
if(escolha == 1) biss(H2);
else newton(H2);
}