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Descrição
Propósito
Objetivos
Módulo 1
Módulo 2
Módulo 3
Módulo 4
meeting_room
Introdução
Os povos africanos foram escravizados pelos europeus durante o
processo de colonização das Américas. Homens e mulheres, de
diferentes idades, tiveram suas vidas arrancadas do seu local de
origem e na travessia do Atlântico viveram um tempo de morte.
Os que sobreviveram à violência do trajeto tiveram que recriar
formas de vida e de convivência, ainda sob o jugo da escravidão.
Escravidão moderna
Escravismo
Objetificação do humano
Perda de identidade
A economia escravista
Os africanos que chegaram ao Rio de janeiro foram destinados aos
engenhos de açúcar, especialmente os localizados na região chamada
de “recôncavo da Guanabara”, e atuaram junto aos indígenas
escravizados.
Curiosidade
celebration
Cultura
Religião
build
Modos de trabalho
As menções a “pretos minas” e “nação mina” indicam grupos de
africanos, escravos ou libertos, de procedência da costa ocidental
africana conhecida como Costa da Mina, por causa do Castelo de São
Jorge da Mina. No entanto, tal denominação não correspondia
exatamente à origem de muitos homens e mulheres que partiram dessa
região para as Américas.
directions_boat
A trajetória de um navio negreiro, a sua origem, as paradas feitas por ele,
o seu destino, no Brasil ou nas Américas.
groups
Quantos homens e mulheres embarcaram e quantos chegaram vivos ao
fim da travessia.
Saiba mais
Tal banco de dados hoje está disponível no site Slavevoyages.com. Nele,
os interessados nos dados estatísticos sobre o comércio transatlântico
de pessoas conseguem informações preciosas, mas apenas de um
tempo em que esse comércio gozava de uma legalidade perante as
autoridades do Império do Brasil ou de outros países.
Sistema Econômico
A economia dependente da
escravidão?
Um complexo debate vem da forma e viabilidade do comércio de
homens. Valendo-se dos pensamentos dos séculos XVIII e XIX, afirma-
se ao menos uma superioridade material e intelectual para defender o
sucesso da empreitada escravista.
Eurocentrismo
Reflete a ideia de que a Europa é o centro cultural e a referência a todas as
outras sociedades do mundo.
video_library
A escravidão foi um modelo
econômico?
Professor Rodrigo Rainha e Renan Bayer fazem um videocast discutindo
o olhar para os estudos de escravidão como um modelo econômico.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Questão 2
Quilombos
O processo de escravização dos africanos ocorreu simultaneamente à
resistência que homens e mulheres empreenderam contra essa
dominação.
Formas de luta
De acordo com João José Reis, nem todas as revoltas eram destinadas
a destruir o regime escravocrata. Algumas eram para reduzir excessos
da tirania de senhores ou reivindicar benefícios específicos (REIS, 2018).
Resistir é recuperar
A discussão sobre os olhares que as escolas construíram para a
escravidão é muito importante. Na ordem do discurso, devemos debater
sobre pessoas de culturas diferentes que por fatores econômicos foram
escravizados. Lutaram contra sua condição e conseguiram por meio
dessas lutas sua liberdade.
Mas esse não é o discurso que dominamos da escola. Ali ele aparece da
seguinte forma:
Os europeus escravizaram
os africanos, que eram
atrasados e ainda viviam
em condição tribal, por isso
foram vencidos.
Converteram-se e contaram
com a assistência e a
proximidade dos donos de
fazenda.
Exemplo
Querelas sobre a compra de direitos de liberdade, alforrias não
cumpridas e levadas à Justiça. Fugas são amplamente noticiadas nos
jornais, com prêmios e grupos especializados em capturas. Grupos de
quilombos menores, urbanos, formação de comunidades, mudanças de
estados são documentadas de forma frágil, mas demonstram a
existência. As ordem religiosas de homens pretos que escondia e
financiavam fugas, também não o fazem de maneira clara, mas é
presente ao longo de toda a história.
Por fim, uma relação como ganho, ainda que não seja uma resistência
direta, mas um processo de resistir dentro das brechas do sistema. Note
que não é só pela venda, mas também pelas trocas. Muitas religiões
afro-brasileiras são frutos das memórias reconstruídas nas ruas dos
grandes centros. Tradições de povos diversos dialogavam, as
potencialidades e os acordos entre os escravizados começavam a criar
e organizar uma nova identidade, coletiva, construída e que é matriz do
próprio movimento.
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Resistências dos descendentes de
africanos no Brasil
Por favor, se habitue, não falamos de escravos, mas de grupos que
passaram pelo processo de escravidão, lutaram, se organizaram e
mesmo negados pela suas características físicas constituíram uma
cultura singular e importante. Professor Renan Bayer e Rodrigo Rainha
te apresentam um pouco mais da resistência dos descendentes de
africanos no Brasil.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Questão 2
E As milicias de capoeiras.
Africanos Livres
Vozes
A escravidão e a forma como eram trazidos homens e mulheres do
continente africano criou uma categoria singular: “africanos livres”,
aqueles que foram resgatados da escravização ilegal após o fim do
tráfico em 1831.
calendar_today 1810
calendar_today 1815
calendar_today 1826
N t t ó i d dê i B il I l t
No contexto pós independência, Brasil e Inglaterra
assinaram um tratado que proibiria todo o comércio
de escravos para o Brasil, a partir da vigência em
março de 1830. A lei de 7 de novembro de 1831
confirmava essa proibição e declarava livres todos
os que entrassem no país a partir dessa data.
calendar_today 1850
Após a lei de 1850, que novamente proibiu o tráfico, aqueles que fossem
apreendidos estariam por conta do governo, sob sua tutela e atuando
em serviços do Estado sem poder estar sob a tutela de particulares. As
fraudes com o “uso” dessa mão de obra eram constantes, o que impedia
que os direitos desses africanos fossem respeitados, principalmente o
de reexportação.
Funcionários públicos?
Esse caso demonstra a noção que muitos desses homens tinham sobre
a condição em que viviam no Brasil, semelhante a de escravos, mesmo
não estando legalmente sob o regime da escravidão. A reivindicação da
liberdade não era feita apenas por meio de fugas e revoltas, mas
também utilizando meios legais, como a solicitação feita ao juiz da
região. Assim, é visível por esse estudo que a realidade da escravização
africana no Brasil, até na sua ilegalidade, produziu inúmeras formas de
resistência e conceitos sobre trabalho e liberdade.
Exemplo
Para que tenhamos ideia sobre esse papel, eles garantiam influências e
trocas. Recompensas e, muitas vezes, registros literários e jornais
reforçam que os médicos eram vistos com mais ressalvas do que os
donos desses conhecimentos.
Outro papel utilizado pelos setores públicos era a força. Temos que
pensar em capoeiras, em serviços de proteção, carregadores e
armadores do porto, libertos que atuavam no saneamento e na limpeza
da cidade, além de funcionários que faziam papéis de cobranças e
papéis públicos.
Ofícios
Barbeiros e quitandeiras
Outro caso interessante de mencionar é a respeito dos africanos que
viveram no Brasil, detentores de um ofício. Entre eles estão os barbeiros
sangradores.
Mulheres em barbearia.
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Debret e os africanos no Brasil
Conheça Jean Baptiste Debret e a forma como foram retratados os
africanos no Brasil.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
Questão 2
E
libertos participavam da relação complexa do
império, tendo formas diversas.
Um novo mundo
O fim da escravidão em 1888 representou o início de um novo tempo
para homens e mulheres africanos escravizados e seus descendentes.
Esse fim somente ocorreu por causa das inúmeras lutas empreendidas
por esses sujeitos e combinado com uma conjuntura desfavorável para
a escravidão.
E para onde foram esses novos homens e mulheres livres?
Essa é uma pergunta constante por parte daqueles que leram uma
história republicana que apagou a presença de homens e mulheres
negros da sua história. Nas últimas décadas, novos pesquisadores se
debruçaram sobre o período conhecido como pós-abolição, a fim de
problematizar essa e outras questões.
location_city agriculture
Corte ou cidades Áreas rurais
Com um contingente
arrow_forward Buscando se distanciar
populacional vindo do do antigo local de
campo. escravização.
Porém, para a Corte, nos primeiros anos, o aumento demográfico no
pós-abolição indica a região como sendo alvo desses ex-escravizados
até os primeiros anos iniciais da República e se intensificando ao longo
da década de 1920.
Outro caso encontrado no pós-abolição por Ana Maria Rios foi daqueles
que ficaram mudando de fazenda em fazenda, com trabalhos
temporários e instáveis, gerando ainda mais pobreza, violência e sem
construir laços de parentescos extensos.
Curiosidade
Segundo a autora, os centros urbanos cresceram no pós-abolição,
principalmente pelas gerações (filhos e netos) de ex-escravizados que
não conseguiram se manter no campo.
Comentário
“Africano” era uma nacionalidade que não considerava a diversidade do
território do continente africano, não sendo contabilizado como
“europeu” os italianos, portugueses e espanhóis, por exemplo.
Exemplo
Uma dessas centenárias é Maria das Dores, africana, com 105 anos e
que chegou ao Brasil com 5 anos de idade. No censo não há detalhes
sobre sua chegada, nem a indicação de que veio para ser escravizada.
Lugares de memória
Raízes ancestrais
O pós-abolição no Brasil também é marcado pelas novas pesquisas que
identificaram os lugares de memória da escravidão africana, projeto
apoiado pela Unesco e que envolveu pesquisadores de diversas áreas
do Brasil. Essa identificação quebrou o silêncio existente sobre a
história do tráfico, principalmente no período da sua ilegalidade. O
grande volume de escravizados ilegais que entraram no Brasil e que
produziram as fortunas do Vale do Café foi exposto em pesquisas
recentes e alguns desses locais podem ser identificados por
pesquisadores que não pretendiam silenciar a violência da escravidão.
Observe uma importante justificativa para esse projeto.
A estratégia de dar
visibilidade a estes temas
através da visitação dos
locais de memória não só
consolidava novas formas de
rememoração, para públicos
que desconheciam ou se
recusavam a falar desse
passado, mas também abria
caminhos de sustentabilidade
para os grupos que sofriam o
peso do estigma de serem
descendentes dos antigos
escravizados.
(MATTOS; ABREU; GURAN, 2014)
Reflexão
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Memórias esbranquiçadas
Assista ao vídeo e pense um pouco sobre essa questão.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Questão 1
A indigência e abandono.
B organização de comunidades.
Questão 2
A política de perseguição.
B política de branqueamento.
C políticas afirmativas.
Considerações finais
O texto oferece caminhos para entender as diferentes formas como
homens e mulheres africanos e africanas viveram a vida na escravidão e
na liberdade do Brasil do século XIX e primeiros anos do XX.
headset
Podcast
Para encerrar, ouça sobre os principais aspectos dos quilombos e a
cultura africana no Brasil.
Explore +
Confira as indicações que separamos especialmente para você!
Conheça O cotidiano de Henriqueta nas ruas do Rio de Janeiro nos
anos de 1850, um story map de Sandra Lauderdale Graham e Alida
Christine Metcalf, com tradução de Ludmila de Souza Maia.
Referências
BOSI, A. A escravidão entre dois liberalismos. Instituto de Estudos
Avançados da Universidade de São Paulo, v. 2, n. 3, dez. 1988.
MATTOS, H.; ABREU, M.; GURAN, M. Por uma história pública dos
africanos escravizados no Brasil. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v.
27, n. 54, jul.-dez. 2014.
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