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í78 Histórias e memórias da educação no Brasil -- Vol.

20-07
LEITURAS COMPLEMENTARES

BOTO, Carlota. O enciclopedismo de Ribeiro Sanches: pedagogia e medi­


cina na confecção do Estado. História da Educação, vol. 2, n. 4, set./1998
107-117. Pelotas: UFPel [ISSN 1414-3518]. 12
CARVALHO, Laerte Ramos de. As reformas pombalinas da instrução AS AULAS RÉGIAS NO �RASIL
pública. São Paulo: Saraiva/Edusp, 1978.
FALCON, Francisco José Calazans. A época pombalina: política econô­ Tereza Fachada Levy Cardoso
mica e monarquia ilustrada. São Paulo: Ática, 1982.
GAUER, Ruth Maria Chittó. A modernidade portuguesa e a Reforma
Pombalina de 1772. Porto Alegre: Edipucrs, 1996.
NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colo­
nial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1985. Vivemos numa sociedade que considera a educação um fator de desen­
volvimento da cidadania e onde a escola figura como um local onde se
aprende a conquistá-la. Mas embora a ideia de uma educação para todos,
pública, seja uma herança do século XVIII, do Iluminismo, ainda hoje o
povo brasileiro luta para ter acesso a uma escola pública de boa qualidade.
Mas quando e como começa entre nós essa história da escola pública?
É sobre esse tema que trata o presente capítulo, sobre o momento da
criação da escola pública em todo o reino português, no qual se incluía o
Brasil, e seu desenrolar durante o período de vigência do sistema de ensino
inaugurado com as Aulas Régias.
Segundo a historiografia da educação, o período compreendido entre
meados do século XVI (1549) e meados do século XVIII (1759) é conheci­
do corno período "jesuítico", uma vez que o ensino ficava ao encargo da
Companhia de Jesus, instituição religiosa que ministrava um ensino básico
nas "escolas de ler, escrever e contar", corno eram denominadas então as
escolas do ensino fundamental.
Embora gratuito, pois os padres da Companhia de Jesus eram remune­
rados por El-rei, o ensino destinava-se primordialmente aos filhos da clas­
se dominante, representada pelos donos de terras em geral, mas incluíam
também os índios, dentro dos objetivos práticos da ação missionária dos
jesuítas no Novo Mundo, ou seja, no sentido de recrutamento de fiéis e ser­
vidores. O saber era reservado à formação de religiosos, fossem do clero
secular ou conventual, ou então servia para encaminhar os alunos à Uni­
versidade de Coimbra. Excluídos da educação estavam os escravos, a po­
pulação desprovida de posses e as mulheres.
Entretanto, pela lei de 3 de setembro de 1759, os jesuítas, cuja presença
foi marcante em todos os aspectos da vida portuguesa, são expulsos de

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