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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DA BAHIA
MODALIDADE INTEGRADA
TÉCNICO EM PETRÓLEO E GÁS NATURAL

ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL E ENSINO


PROFISSIONAL COMO SOLUÇÃO PARA A
MARGINALIZAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS

Simões Filho
2013
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DA BAHIA
MODALIDADE INTEGRADA
TÉCNICO EM PETRÓLEO E GÁS NATURAL

ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL E ENSINO


PROFISSIONAL COMO SOLUÇÃO PARA A
MARGINALIZAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS

Trabalho apresentado em cumprimento da


disciplina de Sociologia, IFBA, conforme
solicitação da Professora Fabiana Costa à
turma do 4º ano de Petróleo e Gás.

Simões Filho
2013
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 04
2. BREVE HISTÓRICO DAS ESCOLAS.................................................................. 05
3. BREVE HISTÓRICO DA MARGINALIZAÇAO ................................................... 09
4. A PROBLEMÁTIC NO SISTEMA EDUCACIONAL ............................................. 09
5. SOLUCIONANDO O PROBLEMA....................................................................... 12
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 15
INTRODUÇÃO

O presente trabalho propõe um estudo sobre a problemática da


marginalização de crianças e jovens em decorrência da educação sucateada, falta
de oportunidades, falta de perspectiva de vida e tempo ócio.

O presente artigo tem por objetivo mostrar à realidade de crianças e


adolescentes que por enfrentarem problemas e dificuldades acabam recorrendo a
marginalização. A Escola também será analisada aqui, visto que, ela deveria agir
como solucionador de injustiças e espaço formador de homens dignos.
BREVE HISTÓRICO DAS ESCOLAS

O conceito de unir estudantes em um local separado para a aprendizagem


existe desde a Antiguidade Clássica. O ensino fundamental existe provavelmente
desde a antiga, Roma, Índia antiga e China antiga. O Império Bizantino tinha um
sistema de ensino criado a partir do nível primário. De acordo com Bentley (2006), a
fundação do sistema de educação primária começou em 425 dC quando "... o
pessoal militar geralmente tinha pelo menos o ensino primário ...". Apesar de
Bizâncio ter perdido muito da grandiosidade da cultura romana, o Império enfatizou a
eficiência nos seus manuais de guerra. O sistema de ensino bizantino continuou até
o colapso do império em 1453 AD.

O Islã foi outra cultura que desenvolveu um sistema escolar, no sentido


moderno da palavra. Na Europa, foi durante os séculos XIV e XV que ocorreu a
expansão das escolas devido, em grande parte, aos esforços catequistas da Igreja
na busca de fiéis. "(...)é preciso estudar a Bíblia para chegar a Deus, e as palavras
da liturgia não toleram imprecisão. Cabe à Igreja atrair fiéis, que devem conhecer as
preces e os preceitos.". Assim, os dois últimos séculos da Idade Média presenciam a
expansão da escrita, tanto em latim quanto na língua vulgar.

Destinadas a crianças entre sete e quatorze anos, aos poucos a escola traz o
livro do domínio eclesiástico e político para o uso quotidiano. Expande-se para os
estabelecimentos comerciais ("livros de contas") e chega à zona rural nos contratos
de venda ou locação, mesmo para posses pequenas. Também nas profissões, a
escola exerce grande influência: frequentar a escola constitui uma prova de
honradez, útil para conseguir um bom casamento, tornar-se administrador dos bens
da paróquia ou magistrado municipal: scolae scalae ("a escola é uma escada").

Estas escolas eram presididas por um eclesiástico, scholasticus, subordinado


ao bispado, daí o nome de escolástica dado à doutrina e à prática de ensino. Há,
porém, uma forte demanda por elas, menos para moças, camponeses e pequenos
vendedores, do que para moços, citadinos e mercadores. Apesar do estímulo na
formação de cléricos por Carlos Magno (768-814), (e em 1215 o Concílio de
Latrão fez referência a ela), não há uma estrutura escolar uniforme, como uma
escola por paróquia.
O magistério tem maior concentração nas regiões mais desenvolvidas.
Os mosteiros beneditinos recebem rapazes e moças e os jovens pensionistas
sempre se tornam monges. Os conventos e confrarias também podem manter
escolas, assim como hospitais e orfanatos. Fundar, subvencionar e manter uma
escola constitui um ato de misericórdia. A escola pode funcionar ainda, sobretudo
naItália, como empresa privada subvencionada pela comuna. Em uma escala mais
reduzida, os mercadores ensinam a seus aprendizes as bases da escrita e
do cálculo.

A oferta assume várias formas, bem adaptada à demanda dos pais e inserida
na continuidade da educação familiar, centrada na aprendizagem dos valores, na
socialização e na aquisição de competências precisas. Este tipo de oferta tem seus
inconvenientes: a flexibilidade de suas estruturas resulta em um funcionamento
aleatório; se o pároco muda ou o mestre decide viajar, a escola para de funcionar.

Na França, as escolas elementares só surgiram na segunda metade do século


XIII, e se multiplicaram entre 1350 e 1450. As escolas rurais são relativamente bem
conhecidas no norte, na Champanha e na Normandia, ou em toda região rica e
urbanizada que tem muitos clérigos a formar e muitos monges para formá-los. No
norte, em 1449, das 156 aldeias de Flandres, 152 possuem uma escola. Na zona
rural, a escola raramente ensina a escrever: "saber ler é uma função intelectual
valorizada, saber escrever é uma habilidade manual vagamente desprezada". Na
cidade, há todos os tipos de escola (cursos em latim ou em língua vulgar) assim
como todos os níveis de ensino. No norte, Lille e Saint-Omer trinta escolas, quase
uma por paróquia e Douai possui sete escolas. Em Valenciennes, que conta com
vinte escolas em 1337 e quarenta e nove em 1388, há, nessa data, 516 crianças
(145 meninas) escolarizadas entre sete e dez anos.

No Brasil Quando os exploradores portugueses descobriram


o Brasil no século XV e começaram a colonizar suas novas terras no Novo Mundo,
encontraram um território que era habitado por diversos povos e
tribos indígenas que não tinham desenvolvido um sistema de escrita e nem a
educação escolar.

A Companhia de Jesus (Jesuítas), foi criada desde o seu início, em 1540, com
um fim missionário. A evangelização foi uma das principais metas dos Jesuítas, mas
o ensino e a educação também eram metas da Companhia, tanto na Europa como
no exterior. As atividades missionárias, tanto nas cidades quanto no campo, foram
complementadas por um forte compromisso com a educação. Este assume a forma
da abertura das escolas para os jovens rapazes, em primeiro lugar na Europa, mas
rapidamente alargado à América e Ásia. A fundação de missões católicas, escolas
e seminários foram outra consequência do envolvimento dos jesuítas com a
educação. Como os países e culturas onde os jesuítas estiveram presentes eram
muito diferentes, seus métodos de evangelização mudavam de um lugar para outro.
No entanto, o envolvimento
da sociedade nocomércio, arquitetura, ciência, literatura, idiomas, artes, música e
debate religioso correspondiam, na realidade, para a mesma finalidade principal
da cristianização. Em meados do século XVI os jesuítas estavam presentes
na África Ocidental, América do Sul, Etiópia, Índia, China e Japão. Este alargamento
da atividade missionária tomou forma, em grande medida, no auge do Império
Português.

Em um período da história onde o mundo tinha grande parte da


população analfabeta, o Império Português, foi lar de uma das primeiras
universidades fundadas na Europa - a Universidade de Coimbra, que atualmente
continua a ser uma das mais antigas universidades em funcionamento contínuo.
Durante a dominação portuguesa, os estudantes brasileiros, principalmente os
graduados em missões jesuítas e seminários, foram permitidos e até incentivados a
ingressarem no ensino superior em Portugal.

Por volta de 1700, refletindo uma maior transformação do Império Português,


os jesuítas tinham se deslocado da Índias Orientais para o Brasil. No século
XVIII, Marquês de Pombalatacou o poder da nobreza privilegiada e da Igreja e
expulsou os jesuítas de Portugal e seus departamentos ultramarinos. Pombal fechou
as escolas jesuítas e introduziu reformas educacionais em todo o Império. No Brasil,
as reformas possibilitaram o surgimento de várias instituições de ensino, existentes
até os dias atuais.

Uma carta real de 20 de novembro de 1800 escrita pelo Rei João VI de


Portugal estabeleceu a Aula Prática de Desenho e Figura, no Rio de Janeiro. Foi a
primeira instituição no Brasil sistematicamente dedicada ao ensino das artes.
Durante a época colonial, as artes eram principalmente de natureza religiosa ou
utilitária e foram aprendidas em um sistema de aprendizagem. Um decreto de 12 de
agosto de 1816 criou a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, que criou um
funcionário da educação nas artes plásticas e construiu os alicerces da atual Escola
Nacional de Belas Artes.

No século XIX, a Família Real Portuguesa, chefiada por D. João VI, chegou
ao Rio de Janeiro, fugindo do exército de Napoleão que invadia Portugal em 1807.
D. João VI deu o impulso para a expansão da civilização europeia no Brasil. Em um
curto período (entre 1808 e 1810), o Governo Português fundou a Real Academia
Naval e da Academia Militar Real (ambas as escolas militares), a Biblioteca
Nacional, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a Escola de Medicina da Bahia, e a
Escola de Medicina do Rio de Janeiro (Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Rio de Janeiro).

O Brasil alcançou a independência em 1822, e até o século XX, foi uma


grande nação rural, com baixos padrões sociais e econômicos em comparação com
a média de norte-americanos e europeus da época. Sua economia era baseada
no setor primário, possuindo uma população ativa cada vez maior e menos
qualificada, composta por descendentes de europeus, indígenas e escravos ou seus
descendentes diretos. Entre as primeiras escolas de direito fundadas no Brasil,
estão as de Recife e São Paulo, em 1827, mas por muitas décadas, a maioria dos
advogados brasileiros ainda estudava em universidades europeias, tal como na
antiga Universidade de Coimbra.

Com a maciça expansão do pós-guerra, que dura até hoje, o governo do


Brasil centrou seus investimentos na educação superior e, consequentemente,
negligenciou a assistência aos ensinos básico e secundário.

Hoje, o Brasil se esforça para melhorar a educação pública oferecida em fases


anteriores e manter os altos padrões que a população espera das universidades
públicas.

Apesar das suas deficiências, o Brasil avança substancialmente desde


a década de 1980. A nação assistiu a um aumento da matrícula escolar para
crianças com idades compreendidas entre os sete e quatorze anos, de 80,9% em
1980 para 96,4% no ano 2000. Na idade entre quinze e dezessete anos esta taxa
subiu, no mesmo período, de 49,7% para 83%. As taxas de literacia subiram, de
75% para 90% em 2007.

BREVE HISTÓRICO SOBRE MARGINALIZAÇÃO

Em sociologia, marginalização é o processo social de se tornar ou ser


tornado marginal(relegar ou confinar a uma condição social inferior, à beira ou à
margem da sociedade). Ser marginalizado significa estar separado do resto da
sociedade, forçado a ocupar as beiras ou as margens e a não estar no centro das
coisas. Pessoas marginalizadas não são consideradas parte da sociedade.

Na cultura brasileira, marginal refere-se a pessoas que por algum motivo não
estejam inseridas no convívio social, como os delinquentes, os assaltantes, os
mendigos e pessoas que tem grande pobreza e escassez de recursos.

Marginalização social é a discriminação que ocorre a maioria da sociedade


pobre ou com deficiência. A marginalização social é uma questão ambígua, inerente
a controvérsias, assumindo significados diferentes. A marginalização social é um
fenômeno que designa a exclusão de grupos sociais, fazendo com que estes não
pertençam à sociedade vigente.

São vários os fatores que causam a marginalização na sociedade, dentre


esses sem dúvida a pobreza é o principal. Pois pela insuficiência orçamentária o
individuo entra para a marginalização cultural e social, porque fica sem acesso
à saúde, alimentação, moradia e educação. Isso é bastante evidente nas grandes
cidades, em que muitas pessoas vivem à margem do contexto social sem desfrutar
das oportunidades e privilégios. Esses indivíduos acabam vivendo alienados da
sociedade. A pobreza causa também exclusão social em que o individuo tem
dificuldades ou problemas sociais levando-o até a discriminação de um determinado
grupo da sociedade.

A PROBLEMÁTICA NO SISTEMA EDUCACIONAL


Se questionarmos a população sobre os problemas existentes em nosso país,
a principal resposta, ou ao menos uma das principais, será a ausência de uma
educação pública de qualidade, a ponto de se tornar um consenso a frase “o
problema do Brasil é a falta de educação”. Em outras palavras, a educação é vista
como a grande solução aos problemas estruturais existentes no Estado brasileiro.
Contudo, apesar desta idéia tender à generalização, ela nos traz uma grande
verdade, qual seja, a ausência de uma educação básica de qualidade capaz de
formar pessoas cidadãs. Aliás, esta é uma das principais contradições deste início
de século, pois, se por um lado vivemos na era do conhecimento, em que há uma
imensa difusão de informações, por outro assistimos à ausência de uma educação
básica de qualidade e universal, acessível a toda a sociedade. Considerando o atual
público da vasta maioria das escolas públicas, não há como pensar em políticas
educacionais sem prestar atenção à situação de marginalização na qual estes
alunos se encontram, pois, de fato assistimos a uma nítida exclusão social das
crianças e adolescentes matriculados em tais escolas. É certo que um dos graves
problemas da educação é o pequeno tempo de permanência do aluno na escola,
mas há outros tão graves quanto este, como por exemplo: a superlotação das salas
de aula, que redunda em evasão e repetência e que pode ser solucionado
independentemente da extensão da escolaridade; o salário do professor, que perde
motivação, não se aperfeiçoa e tem que trabalhar em vários lugares; a pré variedade
de instalações; a escassez de material didático

Por sua vez, em relação aos argumentos relativos à idéia de socialização, os


críticos “consideraram que na escola real a instrução tem sido reduzida a mínimos
insignificantes e a socialização tem se consistido de práticas autoritárias que
recalcam a cultura do dominado, até que essas crianças sejam expulsas da escola
sem aprender o mínimo necessário. O que se divisava por trás do caráter formador
da escola voltada para as classes trabalhadoras era a concepção de pobreza como
problema moral, que devia ser eliminado através da educação integral”
Apesar de ter expandido seu sistema educacional em todos os níveis, o Brasil
encontra grandes dificuldades em melhorar sua qualidade e eficiência. As
necessidades da educação brasileira não são muito distintas das do país como um
todo: desenvolver a competência, o uso eficiente do recursos públicos, e a criação
de mecanismos efetivos para corrigir os problemas de iniqüidade econômica e
social. A falta de uma população educada e competente é um freio para o
crescimento econômico, e a limitação de recursos não é o único fator que afeta a
capacidade de resolver os problemas educacionais. O estudo examina a educação
brasileira em todos os seus níveis, as políticas educacionais recentes, e sugere
alguns ítens de uma agenda de transformação: o fim do uso predatório recursos da
educação; a descentralização radical dos sistemas educativos, levada ao nível dos
estabelecimentos educacionais; e o fortalecimento do papel de integração e
coordenação dos governos centrais e regionais.

A educação brasileira passou por grandes transformações nas últimas


décadas, que tiveram como resultado uma ampliação significativa do número de
pessoas que têm acesso a escolas, assim como do nível médio de escolarização da
população. No entanto, estas transformações não têm sido suficientes para colocar
o país no patamar educacional necessário, tanto do ponto de vista da eqüidade, isto
é, da igualdade de oportunidades que a educação deve proporcionar a todos os
cidadãos, quanto da competitividade e desempenho, ou seja, da capacidade que o
país tem, em seu conjunto, de participar de forma efetiva das novas modalidades de
produção e trabalho deste fim de século, altamente dependentes da educação e da
capacidade tecnológica e de pesquisa.

Diferentes situações apontam aspectos da crise da instituição escolar: a não


aprendizagem ou a saída extemporânea dos alunos especialmente jovens de
classes populares, o adoecimento e licenciamento expressivo dos professores de
suas funções docentes, a altura dos muros que separam a escola da comunidade, a
ausência de diálogo entre pais e professores, entre outros. O isolamento de
qualquer um destes aspectos conduz a uma espécie de cegueira que induz à
percepção de incapacidades e impossibilidades no lugar de possibilidades e
oportunidades. Numa perspectiva caleidoscópica insistimos, portanto, em uma
leitura que não isole nenhum destes fatores, mas que busque compreendê-los na
complexa teia de significados e práticas que caracteriza a instituição escolar e que
coloca em oposição atores que poderiam/deveriam cooperar: alunos x professores,
professores x pais, pais x gestores,
etc.
A crise da instituição escolar é, desde este ponto de vista, a crise que se
institui desde meados do século XVIII no advento do Estado Moderno e que prima
pela separação entre os processos educativos realizados no âmbito das
relações sociais/familiares/comunitárias e aqueles realizados sob as determinações
do poder público, na instituição escolar, através do rígido ordenamento dos campos
de conhecimento, da assepsia em relação à vida cotidiana e da hierarquização dos
tempos da vida, divididos em etapas quase intransponíveis. A oposição entre
saberes populares (considerados irracionais, pois não baseados em evidências, mas
em crenças, tradições, costumes, práticas sociais), operados no âmbito dos
primeiros, e os saberes considerados legítimos operados no âmbito escolar constitui
um dos fatores centrais desta crise.

SOLUCIONANDO O PROBLEMA

A violência surge em contextos e em situações bem conhecidos. Torna-se


imperiosa uma intervenção educativa, não só dirigida aos jovens mas a todos os
cidadãos, pois todos, enquanto sociedade global somos culpados e deveremos ser
chamados a intervir para contribuirmos para uma sociedade mais justa e igualitária.
De acordo com Arregi Goenaga (1998: 60), a violência afigura ser uma rede
complexa que se pode sobrevir a partir da educação. Esta é importante pois ensina
a criança a adquirir determinados valores tais como a compaixão e a dor alheia, bem
como valorizar a vida não só a sua como a dos outros. Já Rousseau afirmava que os
Homens não nascem naturalmente maus, a sociedade é que os transforma. De
facto, nenhum ser humano nasce violento, ou criminoso, o seu destino não está
traçado após a nascença. Os seus comportamentos são fruto do ambiente a que são
expostos.

Numa sociedade tecnológica, consumista e competitiva, que valoriza a


aquisição de bens de qualquer forma, que só dá oportunidades aqueles que já
possuem algo, o comportamento desses jovens poderá ser considerado como
adaptativo. A este propósito o aludido "Jornal de Notícias" de 3 de Maio de 2004,
relata o caso de um adolescente de 13 anos, que quando o jornalista lhe pergunta o
porquê de tanta agressividade, o jovem responde simplesmente: " É assim que a
malta vive no bairro". De facto, estes jovens não têm muitas opções, pois o meio
onde se inserem, fornece-lhes a aprendizagem necessária para sobreviverem à sua
maneira e assumirem atitudes que são observadas nos bairros onde vivem. É
imperioso mudar o enfoque sobre a questão da marginalidade, e,
consequentemente, sobre os direitos humanos. As medidas tutelares educativas só
deverão ser tomadas se outras ações preventivas tiverem sido já executadas e
tiverem falido. A solução última não passa somente pela colocação desses jovens
em famílias de acolhimento ou lares, esperando que o sistema mude per si.. Não
adianta tratar um sintoma sem primeiramente investigar a sua causa. É muito fácil
rotular os atores de violência de desequilibrados, de maus, de desestruturados e não
fazer nada para alterar estes comportamentos.

Como já se focou anteriormente, a educação deverá registar-se


imediatamente à nascença, baseada em valores, normas e modelos de conduta, que
serão inculcados no sentido de formar a personalidade do indivíduo.

Vários modelos de intervenção educativa foram aplicados de acordo com o


grupo e o meio social envolvente. O citado autor, elucida que este é um campo de
ação dos educadores sociais (1998: 62) e por essa razão enumera alguns aspectos
que se prendem com o ato de educar como sejam os programas baseados
no modelo de conhecimento e de conduta; programas de ações interventivas em
relação ao meio (informação e formação sanitária, cívica, segurança…);
programa de educação para a saúde, para a paz, para a convivência, e
o programa mais determinante seria a terapia grupal, onde famílias desajustadas
poderiam conjuntamente desenvolver projetos de realização pessoal, familiar e
mesmo de bairro por ordem a combater os problemas existentes.
Nestes programas também estaria a escola, que concomitantemente com a família e
as equipas de intervenção lutariam neste trabalho educativo com coerência e
contundência. Uma parceria eficaz, desejável, mas talvez utópica.

As equipas de intervenção e as autarquias deveriam fomentar a participação


efetiva dos cidadãos como protagonistas do seu próprio bairro, ou seja
cidadãos ativos e implicados no seu próprio desenvolvimento. Porém, a realidade é
que as equipas são constituídas por um número de técnicos insuficientes, que têm a
seu cargo inúmeros processos de famílias problemáticas, tentando resolver os
problemas com medidas paliativas, que a médio e longo prazo não vão surtir efeitos
positivos. A título de exemplo, o Rendimento Mínimo de Inserção (anteriormente
designado de Rendimento Mínimo Garantido) constitui uma medida paliativa,
levando os cidadãos a uma subsidio-dependência, quando este tinha inicialmente
pressupostos louváveis com vista à inserção na vida ativa, através da formação e
trabalho.

Mediante estes aspectos podemos citar a Escola de Tempo Integral como


melhor solucionador para tal problema, uma escola que ofereça um excelente ensino
de qualidade e no turno oposto ao seu turno de estudo ofereça ao jovem um curso
profissionalizante, que além de ter como principal objetivo dar um caminho ao jovem
para o mercado de trabalho, sirva como elo de ligação entre o jovem e a
permanência na escola, tal trabalho deverá ser desenvolvido no Ensino médio desde
o primeiro no até o terceiro ano, logo, o jovem poderá aprender três profissões.

Outras medidas devem ser tomadas aliadas a Escol de Tempo Integral como:
introdução de psicólogos, maior atuação dos pais, palestras e oficinas da policia no
ambiente escolar, possibilitar o ingresso dos jovens no mercado de trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

 http://guiadobebe.uol.com.br/a-importancia-das-atividades-extracurriculares-
para-os-pequenos/ < Acesso em 27 de Fevereiro de 2013 >

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_no_Brasil < Acesso em


27 de Fevereiro de 2013 >

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Marginaliza%C3%A7%C3%A3o < Acesso em 27 de


Fevereiro de 2013 >

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Marginaliza%C3%A7%C3%A3o < Acesso em 27 de


Fevereiro de 2013 >

 http://www.artigonal.com/educacao-artigos/inclusao-escolar-um-desafio-
constante-4640798.html < Acesso em 25 de Fevereiro de 2013 >

 http://www.istoe.com.br/reportagens/30635_PERIGO+ESCOLA < Acesso em


22 de Fevereiro de 2013 >

 http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/FAEC-87JHNK?
show=full < Acesso em 25 de Fevereiro de 2013 >

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