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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG


FACULDADE DE DIREITO – FADIR
CAMPUS DE SANTA VITÓRIA DO PALMAR
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

1 – DISCIPLINA DE TEORIA GERAL DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS II


Código / Turma : 08498 / U
Professor: Dr. Raphael Spode
Carga horária: 72 horas / aula – 4 créditos
Semestre / Ano: 1 / 2024

2 – EMENTA
O debate racionalistas/positivistas X reflexivistas/pós-positivistas nas Relações Internacionais. Abordagens reflexivistas/pós
positivistas. Construtivismo(s). Pós-colonialismo. Feminismo(s). Teoria Crítica. Pós-estruturalismo. Novas abordagens
racionalistas/positivistas. Realismos Ofensivo e Neoclássico. Intergovernamentalismo liberal.

3 – OBJETIVOS
A disciplina apresenta à reflexão dos alunos e à discussão em sala os principais desenvolvimentos da Teoria das Relações
Internacionais desde as últimas décadas do século passado até o seu momento atual, enfatizando o estudo das novas
abordagens teóricas, a discussão epistemológica das décadas recentes e as questões de identidade, discurso, raça e gênero nas
Relações Internacionais.

OBJETIVO GERAL: Conhecer os principais debates e perspectivas teóricas das relações internacionais na contemporaneidade
e refletir sobre as suas implicações epistemológicas, ontológicas, práticas e éticas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Os objetivos específicos são familiarizar os estudantes com alguma literatura sobre os debates
teóricos das últimas décadas, discutindo-os à luz das transformações históricas que os contextualiza; desenvolver a capacidade
analítica dos estudantes, a partir da discussão crítica e da aplicação prática dos principais conceitos, abordagens e autores de
TRI; e incentivar a busca de novos conhecimentos teóricos, em paralelo à realização do curso ou em momento posterior.

4 – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Unidade 1: Pós-positivismo e Relações Internacionais


- Para além do positivismo em RI
- O "terceiro debate" em RI

Unidade 2: Teoria Crítica


- Teorias de solução de problemas e teorias críticas
- Gramsci e hegemonia em RI
- Ética, emancipação e cosmopolitismo

Unidade 3: Construtivismo
- A construção social da política de poder
- Identidade e intersubjetividade

Unidade 4: Pós-estruturalismo/pós-modernismo
- O problema do sujeito
- Saber-poder e análise do discurso
- O moderno internacional

Unidade 5: Perspectivas de Gênero nas RI


- Realismo político e estrutura masculinizada das RI
- Feminismo negro e interseccionalidade

Unidade 6: Pós-colonialismo
- Pós-colonialismo, racismo e imperialismo nas RI
- Existem teorias não ocidentais de Relações Internacionais?
- O pensamento de Frantz Fanon e Edward W. Said
5 – METODOLOGIA
A disciplina será ministrada por meio de aulas expositivas, debates e atividades em sala (em grupos), indicação de vídeos,
documentários e Podcasts, bem como quaisquer outras práticas didático-pedagógicas que favoreçam o processo ensino-
aprendizagem. A leitura dos textos obrigatórios é fundamental ao andamento do curso. A participação dos alunos em sala é
recomendada e desejável.
ATENÇÃO: Todas as atividades em sala e as leituras obrigatórias estão previstas no Plano de aulas (abaixo), disponível na
sala de aula virtual, onde também será disponibilizada a bibliografia e um link de acesso aos textos do curso.

6 – AVALIAÇÃO
A avaliação será feita por meio de:

(i) Três Atividades em Sala (avaliação por grupo): as quais consistirão em questões sobre as leituras obrigatórias, e visam à
fixação da aprendizagem teórica e aprofundamento da discussão dos textos vistos em sala de aula. Tais atividades formam uma
média simples e constituem a 1° nota parcial.

(ii) Seminário discente (avaliação individual): o qual consistirá em apresentações orais de capítulos das obras "Writing
Security", de David Campbell; "Bananas, Beaches and Bases", de Cynthia Enloe; "Os Condenados da Terra", de Frantz Fanon;
e "Orientalismo", de Edward W. Said. Tais seminários constituem a 2° nota parcial.

As atividades em sala serão corrigidas de acordo com os seguintes critérios: demonstração de domínio dos textos estudados;
desenvolvimento lógico das ideias; e organização do texto. Os seminários discentes serão apresentados por grupos e avaliados
individualmente conforme os seguintes critérios: domínio do texto apresentado; articulação, clareza e espontaneidade da fala; e
respeito ao tempo de apresentação.

7 – CRONOGRAMA DE AULAS E ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS


Data Conteúdo Comentário/Bibliografia básica Apresentadores
1 06/03 Apresentação do plano de ensino R
2 13/03 Pós-positivismo em Relações Smith, 1996 R
Internacionais
3 20/03 Pós-positivismo em Relações Lapid, 1989 R
Internacionais
4 27/03 Teoria Crítica Cox, 1981 R
Nogueira e Messari, 2005 (capítulo 5)
5 03/04 Teoria Crítica Cox, 1981; Cox, 1983 R
Linklater, 1988 (Introdução e capítulo 1)
6 10/04 Atividade avaliativa em sala (1) Textos das Unidades 1 e 2 R
7 17/04 Construtivismo Wendt, 1992 R
Nogueira e Messari, 2005 (capítulo 6)
8 24/04 Construtivismo Ruggie, 1998 (Introdução) R
Steele, 2005
Mitzen, 2006
9 01/05 Dia mundial do Trabalho (feriado
nacional)
10 08/05 Atividade avaliativa em sala (2) Textos da Unidade 3 R
11 15/05 Pós-estruturalismo/pós-modernismo Milliken, 1999 R
Muñoz, 2015
Ashley, 1988
Der Derian, 1990
Nogueira e Messari, 2005 (capítulo 7)
12 22/05 Pós-estruturalismo/pós-modernismo S
Seminário discente 1: Campbell (caps. 1 e 2)
Seminário discente 2: Campbell (caps. 3 e 4)
Seminário discente 3: Campbell (capítulo 5 e 6)

13 29/05 Perspectivas de Gênero nas RI Tickner, 1988 R


Gonzalez, 1988
Hooks, 2015
14 05/06 Perspectivas de Gênero nas RI S
Seminário discente 4: Enloe (capítulo 1 e 2)
Seminário discente 5: Enloe (capítulo 3 e 4)
15 12/06 Pós-colonialismo Seth, 2011 R
Acharya e Buzan, 2010 (cap. 1)
Jatobá, 2013 (seção 4.3)
16 19/06 Pós-colonialismo Seminário discente 6: Fanon (Capítulo 1 e 2) S
Seminário discente 7: Fanon (Capítulo 3 e 4)
Seminário discente 8: Said (Capítulo 1 e 2)
17 26/06 Aula de encerramento
18 03/07 Término do período letivo Inserção de notas parciais da disciplina
19 10/07 Exame Prova presencial, dissertativa compreendendo o
conteúdo global da disciplina
O plano de aulas está sujeito à alteração.

8 - BIBLIOGRAFIA

8.1 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR (LIVROS PARADIDÁTICOS OU MANUAIS PARA O ACOMPANHAMENTO


DO CURSO):

JATOBÁ, Daniel (2013). Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Ed. Saraiva.
NOGUEIRA, João; MESSARI, Nizar (2005). Teoria das Relações Internacionais: correntes e debates. Rio de Janeiro: Elsevier.
6.2

8.2 BIBLIOGRAFIA DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS (VER SEQUÊNCIA DE LEITURAS OBRIGATÓRIAS NO


PLANO DE AULAS, ACIMA):

ASHLEY, Richard K. (1988). Untying the Sovereign State: a double reading of the anarchy problematique. Millenium: Journal
of International Studies, Vol. 17, No. 2, pp. 227-262.
ACHARYA, Amitav; BUZAN, Barry (2010). “Why Is There No Non-Western International Relations Theory? An
Introduction”. In: ACHARYA, Amitav; BUZAN, Barry (eds.). Non-Western International Relations Theory. London:
Routledge.
COX, Robert (1986). “Social forces, states, and world orders: beyond international relations theory”. In: Keohane, Robert
(ed.). Neorealism and its critics. New York: Columbia University Press.
COX, Robert W. (2007). “Gramsci, Hegemonia e Relações Internacionais: Um ensaio sobre o método”. In: GILL, Stephen
(org). Gramsci, materialismo histórico e relações internacionais. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ.
DER DERIAN, James (1990). The (s)pace of international relations: simulation, surveillance, and speed. International Studies
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FOUCAULT, Michel (1999). A ordem do discurso. Aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de
1970. Tradução Laura Fraga de Almeida Sampaio. 5ª edição. São Paulo: Edições Loyola.
GONZALEZ, Lélia (1988). “A categoria político-cultural da amefricanidade”. Revista Tempo Brasileiro, n. 92/93 (jan./jun.),
p. 69-82.
HOOKS, Bel (2015[2000]. “Mulheres Negras: moldando a teoria feminista”. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 16, p.
193-210.
LAPID, Yosef. The Third Debate: On the Prospects of International Theory in a Post-Positivist Era. International Studies
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LINKLATER, Andrew (1998). The transformation of political community: ethical foundations of the post-Westphalian era.
Cambridge: Polity Press.
LINKLATER, Andrew (1999). The evolving spheres of international justice. International Affairs (Royal Institute of
International Affairs 1944-), Vol. 75, No. 3, pp. 473-482.
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MITZEN, Jennifer. (2006) Ontological Security in World Politics: State Identity and the Security Dilemma. European Journal
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Anarchy is what states make of it: the social construction of power politics. International Organization, Vol. 46, No. 2, pp. 391-
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