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Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto

Instituto Politécnico do Porto

Biotecnologia Medicinal

Laboratórios de Biotecnologia I

Ricardo Ferraz

Ricardo Ferraz | Laboratórios de Biotecnologia I | Biotecnologia Medicinal |


Biotecnologia Medicinal

Índice

Conteúdo
0. Gastronomia Molecular. Unidades de medida – Muffins de Microondas ................................. 2

Relatório 0. Gastronomia Molecular. Unidades de medida – Muffins de Microondas ................. 6

1. Segurança no laboratório de Química. Análise qualitativa e quantitativa. Os sistemas de


unidades. Medições e cálculos: erros associados às grandezas. Algarismos significativos .............. 8

Relatório 1. Segurança no laboratório de Química. Análise qualitativa e quantitativa. Os sistemas


de unidades. Medições e cálculos: erros associados às grandezas. Algarismos significativos ..... 11

2. Preparação e padronização de uma solução de HCl e de uma solução de NaOH Determinação


da concentração de ácido acético em vinagre e da concentração de amónia num limpador
doméstico ................................................................................................................................................ 16

Relatório 2. Preparação e padronização de uma solução de HCl e de uma solução de NaOH


Determinação da concentração de ácido acético em vinagre e da concentração de amónia num
limpador doméstico ........................................................................................................................... 25

3. Preparação de soluções tampão simples e complexas ............................................................... 30

Relatório 3. Preparação de soluções tampão simples e complexas ............................................... 39

4. Química dos aminoácidos: Titulação de ácido-base de aminoácidos. Determinação de valores


de pKa, pKb e pI .....................................................................................................................................44

Relatório 5. Química dos aminoácidos: Titulação de ácido-base de aminoácidos. Determinação


de valores de pKa, pKb e pI. ..............................................................................................................49

5. Análise de pastilhas antiácidas ..................................................................................................... 53

Relatório 5. Análise de pastilhas antiácidas ..................................................................................... 57

6. Doseamento do peróxido de hidrogénio na água oxigenada ....................................................60

Relatório 6. Doseamento do peróxido de hidrogénio na água oxigenada. ...................................66

7. Separação de compostos orgânicos: extração da cafeína do chá, análise qualitativa por TLC e
análise quantitativa por espectrofotometria ....................................................................................... 70

Relatório 7. Separação de compostos orgânicos: extração da cafeína do chá, análise qualitativa


por TLC e análise quantitativa por espectrofotometria ................................................................. 78

8. Análise qualitativa de compostos inorgânicos e orgânicos ....................................................... 82


Relatório 8. Análise qualitativa de compostos inorgânicos e orgânicos ..................................... 100

9. Ferramentas de design molecular e plataformas de pesquisa avançada ................................ 109

Relatório 10. Ferramentas de design molecular e plataformas de pesquisa avançada ................ 111

10. Determinação de compostos de azoto ................................................................................... 112

Relatório 10. Determinação de compostos de azoto ...................................................................... 118

11. Ácido benzoico: purificação de substâncias por cristalização e por extração reativa. ...... 122

Relatório 11. Ácido benzoico: purificação de substâncias por cristalização e por extração reativa
..............................................................................................................................................................131

12. Equilíbrio ácido base na homeostasia. Papel dos sistemas respiratório e renal na
manutenção do pH no corpo. ..............................................................................................................136

Relatório 12. Equilíbrio ácido base na homeostasia. ......................................................................145

Papel dos sistemas respiratório e renal na manutenção do pH no corpo. ..................................145

13. Volumetria de complexação. O EDTA como agente quelante de excelência. ................... 152

Relatório 13. Volumetria de complexação. O EDTA como agente quelante de excelência. .......158

14. Cinética química: determinação da ordem de uma reação e respetivos parâmetros cinéticos
162

Relatório 14. Cinética química: determinação da ordem de uma reação e respetivos parâmetros
cinéticos............................................................................................................................................. 168

PÁGINA 1
|Biotecnologia Medicinal

0. Gastronomia Molecular. Unidades de


medida – Muffins de Microondas

I. Objectivos:

Reconhecer a das unidades de medida

II. Introdução teórica

Medidas e unidades

O progresso científico baseia-se na recolha e interpretação de cuidadosas observações.


Estas observações podem ser expressas de uma forma qualitativa (que envolvem termos como
quente, rápido ou pesado) ou expressas de uma forma quantitativa (que usam um número para
descrever uma propriedade e transmitem muito mais informação).

Para que as medidas tenham significado, devem definir-se padrões para comparação, de
modo a que os números referidos para certas quantidades como a distância, o tempo, o volume e a
massa tenham o mesmo significado para qualquer pessoa.

É de notar que duas quantidades físicas supostas com dimensões diferentes, não podem em
nenhuma circunstância ser somadas, subtraídas, igualadas ou comparadas e o seu quociente não é
um simples número.

Assim, as unidades são padrões usados para comparações quantitativas entre mediadas do
mesmo tipo de grandeza.

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|Biotecnologia Medicinal

A comunidade científica adotou as unidades SI (Système International d’Unités) para


exprimir medidas do mesmo tipo de grandeza.

Embora a maioria das unidades SI tenham sido aceites pela comunidade científica, algumas
não o foram; algumas unidades não sistemáticas são ainda usadas correntemente para certas
medidas (como é o caso do litro ou o caso da milha).

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III. Materiais e reagentes:

Bolo na Caneca

Precisa de:

Procedimento:

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1 - Numa caneca ou tigela (que possa ir ao micro-ondas) misture bem a farinha com o açúcar e
o cacau. Se a farinha não contiver fermento, adicione uma colher de café.

2 - Junte o ovo, o óleo e o leite. Misture bem com um garfo.

3 - Leva ao micro-ondas cerca de dois minutos (potência máxima). Se verificar que não está
ainda cozido, deixe mais um bocadinho.

4 – Improvise, junte coco, chocolate em pedacinhos, frutos secos...

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Relatório 0. Gastronomia Molecular. Unidades de medida –


Muffins de Microondas

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

Qual a unidade de medida?

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______________________________________________________________________

Quais as dificuldades desta unidade?


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Qual a técnica para preparar o chá?

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________________________________________________________________________________

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Consegue determinar o rendimento destas reações?

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Quais as principais diferenças entre a cozinha e um laboratório de biotecnologia?

_____________________________________________________________________________________

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_____________________________________________________________________________________

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Que conclusões retiram deste trabalho?

________________________________________________________________________________

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________________________________________________________________________________

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1. Segurança no laboratório de Química.


Análise qualitativa e quantitativa.
Os sistemas de unidades.
Medições e cálculos: erros associados às
grandezas. Algarismos significativos

I. Objectivos:
Reconhecer a importância da implementação das normas de segurança química e de
biossegurança num laboratório químico-biológico em qualquer contexto educacional, hospitalar
ou comunitário.

Manipular material de laboratório tendo em conta as regras de segurança química.

Executar com rigor e precisão as diferentes técnicas analíticas de medição de pH, pesagem
de massa e medição de volumes.

II. Introdução teórica


Os laboratórios de Química são locais que se podem considerar como áreas de trabalho
muito perigosas. Por vezes são palco de acidentes, a maior parte sem gravidade, mas alguns bastante
sérios. Não considerando para já, os eventuais perigos de intoxicação, a grande maioria destes
acidentes não acontece por acaso, resultando normalmente de atuações pouco cuidadosas ou
incorretas. O cumprimento sério dos cuidados a seguir apontados, evitará muitos contratempos e
ajudará a adquirir hábitos de segurança de valor inestimável, com aplicação não só no laboratório,
mas também em qualquer local onde esteja.

Medidas e unidades

O progresso científico baseia-se na recolha e interpretação de cuidadosas observações.


Estas observações podem ser expressas de uma forma qualitativa (que envolvem termos como

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quente, rápido ou pesado) ou expressas de uma forma quantitativa (que usam um número para
descrever um propriedade e transmitem muito mais informação).

Para que as medidas tenham significado, devem definir-se padrões para comparação, de
modo a que os números referidos para certas quantidades como a distância, o tempo, o volume e a
massa tenham o mesmo significado para qualquer pessoa.

É de notar que duas quantidades físicas supostas com dimensões diferentes, não podem em
nenhuma circunstância ser somadas, subtraídas, igualadas ou comparadas e o seu quociente não é
um simples número.

Assim, as unidades são padrões usados para comparações quantitativas entre mediadas do
mesmo tipo de grandeza.

A comunidade científica adotou as unidades SI (Système International d’Unités) para


exprimir medidas do mesmo tipo de grandeza.

Embora a maioria das unidades SI tenham sido aceites pela comunidade científica, algumas
não o foram; algumas unidades não sistemáticas são ainda usadas correntemente para certas
medidas (como é o caso do litro ou o caso da milha).

Expressão de Resultados

Ao efetuar uma análise quantitativa deve-se ter o máximo “cuidado”, tanto na execução de
ensaios, como na expressão dos resultados, de modo a eliminar o mais possível os erros que
possamos cometer.

Propagação da incerteza

Geralmente podemos medir ou fazer uma estimativa do erro aleatório associado a uma
medição. Sempre que possível, a incerteza é expressa como desvio padrão ou como intervalo de
confiança. Estes parâmetros são baseados numa série de medições em replicado. Para o que é
referido em seguida, presume-se que os erros sistemáticos foram detetados e corrigidos, isto é, só
aplicável aos erros aleatórios.

Na maioria das experiências é necessário efetuar operações matemáticas com vários


números, cada um deles poderá ter associado um erro aleatório. Quando se obtém um resultado
calculado, a incerteza associada mais provável não é a simples adição dos erros individuais porque
alguns serão positivos e outros negativos. Podemos esperar que haja algum cancelamento de erros.

Para estimarmos os valores da incerteza associada a um resultado calculado temos á nossa


disposição dois tipos de métodos: estatísticos e não estatísticos. Sempre que seja possível é
preferível utilizar um método estatístico, mas serão necessárias várias medições da mesma
quantidade. Quando apenas temos um único valor calculado teremos de recorrer a um método não
estatístico (lei da propagação da incerteza).

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III. Materiais e reagentes:

Materiais e Equipamentos Reagentes

 Cadinho para pesar  NaOH


 Espátulas  K2Cr2O7

IV. Procedimento experimental:


1. Pese o cadinho na balança analítica e na balança ordinária
2. Pese uma pequena quantidade de dicromato de potássio (K2Cr2O7) de dicromato de
potássio
3. Pese o NaoH, na balança ordinária, observe o que acontece ao NaOH.
4. Dissolva essa massa num volume indicado (perguntar ao professor).

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Relatório 1. Segurança no laboratório de Química.


Análise qualitativa e quantitativa.
Os sistemas de unidades.
Medições e cálculos: erros associados às grandezas.
Algarismos significativos

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

Exercícios

1 – Segurança

1.1 – Indique o que significa cada símbolo.

1.2 Procure quais os símbolos que o dicromato de potássio e o hidróxido de sódio deveriam ter e
indique os cuidados a ter..

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1.3 – Um aluno não trouxe bata para aula de Laboratórios de Biotecnologia I, o que acontece?

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2 – Medidas e unidades

2.1 – Indique o volume lido na bureta.

2.2 – Resultados experimentais:

Balança analítica Balança ordinária

Cadinhos Cadinhos

Massa de K2CrO7 Massa de K2CrO7

Massa de NaOH Massa de NaOH

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2.2.1 – Calcule as concentrações da solução preparada em 2.2 em g/dm3.

2.2.3 – Diga o que teria que fazer para diluir a solução 1000x num volume de 10mL. Apresente uma
dessas concentrações nas seguintes unidades: mg/L; mg/mL e µg/mL.

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3 – Medidas e erros

3.1 – Qual a diferença entre uma balança analítica e uma balança ordinária.

3.2 – Determine o erro de uma das concentrações calculadas em 2.2.1.

Dados:

3.3 – Para se dosear o Peróxido de Hidrogénio na água oxigenada, fez-se o seguinte procedimento:

Fez o doseamento do peróxido de hidrogénio na água oxigenada utilizando uma solução de Tiossulfato de sódio
de concentração 0,1002+/0,0004mol/dm . 3

Antes da titulação dilui-se a solução de água oxigenada dez vezes (retirou-se 10,00±0.03mL da solução comercial
e dilui-se num volume de 100,0±0,1mL) depois retirou-se 10mL da solução diluída e titulou-se. Os resultados
estão na tabela em baixo. Determine o valor da concentração de água oxigenada e o respectivo erro.

H2O2 + calor  H2O + ½O2

H2O2 + 2I- + 2H+  I2 + 2H2O

I2 + 2S2O32-  2I- + S4O62-

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Vsol Vol
H2O2diluído/mL (Na2S2O3)/mL

10,00+/-0,03 18,50+/-0,03

10,00+/-0,03 18,42+/-0,03

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2. Preparação e padronização de uma solução


de HCl e de uma solução de NaOH
Determinação da concentração de ácido
acético em vinagre e da concentração de
amónia num limpador doméstico

I. Objectivos:

Preparação de soluções com concentração aproximada e com concentração rigorosa.


Utilizando as técnicas laboratoriais adequadas.

Realização de titulações ácido base utilizando a bureta para a medição de volume e


indicador ácido base para a detecção do ponto final da titulação.

Quantificação do ácido acético no vinagre (titulação ácido fraco-base forte) e de amónia


num limpador doméstico (titulação ácido forte-base fraca).

II. Introdução teórica

A análise volumétrica corresponde a um procedimento em que é medido o volume de


reagente necessário para reagir com um determinado analito. Para isso, são adicionados
incrementos de solução reagente (titulante) ao analito (titulado) até reação completa. Da
quantidade de titulante utilizada calcula-se a quantidade de analito presente.

No momento em que a quantidade de titulante adicionado é exatamente a necessária para


a reação estequiométrica com o analito diz-se que chegou ao ponto de equivalência (que
corresponde ao ponto final ideal da titulação). O que na realidade é medido é o ponto final da
titulação (que está afetado do erro da titulação, correspondente à diferença entre o ponto final e o

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ponto de equivalência da titulação). O ponto final é detetado por uma súbita mudança de uma
propriedade física da solução (cor, pH, etc.).

A validade do resultado analítico depende de sabermos com rigor a quantidade utilizada


de reagente. Por um lado, teremos de ter à disposição um método de detecção do ponto final da
titulação o mais próximo possível do ponto de equivalência, por outro lado e, por outro lado, saber
com o máximo de rigor a concentração do titulante (solução padrão e o volume utilizado para
chegar ao ponto final da titulação.

Os métodos de detecção do ponto final incluem:

 Detecção de mudança brusca de potencial ou corrente entre um par de elétrodos;

 Observação de mudança de cor de uma substância auxiliar (indicador);

 Monitorização da absorção de luz;

Um indicador é um composto com uma propriedade física (normalmente a cor) que muda
bruscamente perto do ponto de equivalência devido ao desaparecimento do analito ou
aparecimento do excesso de titulante.

A concentração de titulante é conhecida se for preparada por dissolução de uma


quantidade rigorosamente medida de reagente (que seja considerado padrão primário) num
volume conhecido. Quando o reagente não corresponde a um padrão primário torna-se necessário
efetuar a padronização através de titulação com um padrão primário ou através de titulação com
uma solução padrão.

Titulação ácido-base

A reação entre um ácido e uma base é chamada reação de neutralização e é o tipo de reação
utilizada pela titulação ácido base. Um exemplo é a reação entre o ácido clorídrico e o hidróxido de
sódio:

HCl (aq) + NaOH (aq)  NaCl (aq) + H2O (l)

Como o Na+ e o Cl- não participam da reação fica: H+ + OH-  H2O

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Esta equação química balanceada diz-nos o nº de moles de ácido necessárias para reagir
completamente com um determinado nº de moles de base.

Na titulação ácido-base utiliza-se esta informação para determinar a concentração de uma


base (ou um ácido) numa solução fazendo-a reagir com um volume conhecido de solução de ácido
(ou base) de concentração conhecida.

Genericamente,

C a  Va Cb  Vb

na nb

onde C e V correspondem à concentração e ao volume de ácido e de base (índice a e b) e na e nb são


os coeficientes estequiométricos do ácido e da base considerada. Na reação de cima na = nb = 1.

No caso de uma titulação ácido forte – base forte o pH (pH = -log [H+]) no ponto equivalência é 7
porque nesse momento o ácido (ou base) foi completamente neutralizada pela base (ou ácido).
Assim, a concentração de H+ existente na solução provêm apenas da dissociação da água. Havendo
um ligeiro excesso de ácido ou de base leva a que o valor de pH seja bastante diferente de 7,
consequentemente próximo do ponto de equivalência assiste-se a uma mudança brusca e abrupta
do pH da solução. Esta circunstância é aproveitada na detecção do ponto final pela utilização de
um indicador que mude de cor com essa mudança brusca do pH.

No caso de uma titulação ácido fraco – base forte ou ácido forte – base fraca no ponto de
equivalência a concentração de H+ existente não é só a correspondente à dissociação da água porque
haverá sempre que considerar o equilíbrio da dissociação do ácido fraco ou da base fraca e portanto
o pH será diferente de 7 e a alteração que se verifica no valor de pH próximo do ponto de
equivalência não será tão brusca nem tão abrupta como na situação anterior. Relativamente ao
indicador que pode ser usado, será também necessário que a zona do pH (zona de viragem do
indicador) coincida com a zona de mudança de pH da titulação próximo do ponto de equivalência.

Por exemplo, na titulação do ácido acético com hidróxido de sódio:

CH3COOH(l) + Na+ (aq) + OH-(aq)  H2O(l) + CH3COO-(aq) + Na+ (aq)

CH3COO-(aq) + H2O(l)  CH3COOH(l) + OH-(aq)

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Neste caso, o ácido acético liberta o anião carboxilato, que reage com as moléculas de água
do meio, regenerando uma pequena parte do ácido original e libertando aniões hidróxido para o
meio, gerando a alcalinidade no ponto de equivalência.

Preparação e padronização de uma solução de HCl

A solução de HCl é preparada a partir da solução de HCl concentrado (cerca de 12M). Trata-
se de uma solução saturada que tem cerca de 37 em massa de HCl e densidade 1,18g/cm 3. Nestas
condições o HCl concentrado não é um padrão primário e será necessário padronizar a solução
através de uma volumetria de ácido-base utilizando como substância primária o bórax
(tetrahidroxiborato de sódio). O boráx utilizado na titulação tem como fórmula molecular
Na2B4O7.10H2O. Para se conseguir obter o bórax decahidratado é necessário condicionar o boráx
num ambiente com humidade controlada. O boráx em solução aquosa dá origem ao anião
tetrahidroxiborato, [B(HO)4]-, e ao ácido ortobórico, H3BO3:

Na2B4O7.10H2O (s)  2 H3BO3 (aq) + 2[B(HO)4]- (aq) + 2Na+ (aq) +3H2O

O anião tetrahidoxiborato é a base conjugada do ácido ortobórico, cuja a protólise é assim


representada:

H3BO3 (aq) + H2O  [B(HO)4]- (aq) + H+ (aq) Ka = 5,7 x 10-10 M

Atendendo a este valor de constante de acidez pode inferir-se que o ácido ortobórico é um
ácido muito fraco, deste modo a base conjugada será uma base intermédia. O anião
tetrahidroxiborato será, assim, a partícula que irá reagir com a solução ácida a titular. Atendendo
às equações referidas na dissolução do bórax e à reação de titulação pode concluir-se que:

1 mole Na2B4O7.10H2O  2 moles [B(HO)4]-  2 moles H+

Nesta titulação o indicador utilizado será o vermelho de metilo com azul de metileno. Este
indicador apresenta uma viragem de verde (cor característica quando existe excesso do anião

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tetrahidroxiborato, a solução é básica) para rosa (cor característica quando passa a existir excesso
de H+, a solução é ácida).

Preparação e padronização de uma solução de NaOH

O hidróxido de sódio, muitas vezes apresentado na forma de palhetas ou de pastilhas, não


é uma substância primária pois para além de ser deliquescente reage facilmente com o dióxido de
carbono do ar formando Na2CO3 cuja concentração aumentará com o aumento do tempo de
exposição ao ar, diminuindo a concentração de hidróxido.

Existem vários padrões primários que podem servir para padronizar soluções de NaOH,
como é o caso do hidrogenoftalato de sódio, mas como teremos já padronizado a solução de HCl
vamos utilizá-la para padronizar a solução de NaOH.

Para preparar soluções diluídas de NaOH com concentração aproximada de uma forma
expedita pode recorrer-se a uma solução concentrada de NaOH a 50% em massa (e densidade 
1,50), em que o Na2CO3 é insolúvel, usando o líquido sobrenadante. As soluções alcalinas devem
estar protegidas do ar (para não absorverem CO2) e guardadas em frascos de polietileno. Não devem
estar em contacto prolongado com o material de vidro já que o atacam facilmente. Ou então utilizar
o hidróxido de sódio sólido.

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III. Materiais e reagentes:

Materiais e Equipamentos Reagentes

 Buretas  HCl concentrado (37%)


 Matrazes  NaOH (em pastilhas)
 Balões volumétricos  Bórax
 Pipetas graduadas  Indicador alaranjado de metilo;
 Pipetas volumétricas  Indicador de fenolftaleína;
 Balança analítica  Indicador de vermelho de metilo com azul
de metileno;
 Vinagre
 Limpador doméstico

Atenção: As soluções de HCl e NaOH são corrosivas!!!

IV. Procedimento experimental:

Parte 1:

Preparação da solução de HCl

1. Calcular o volume de HCl concentrado necessário para preparar uma solução de HCl 0,1M num
volume de 100 mL, 250 mL e 500 mL;
2. Transferir, cuidadosamente, com a pipeta graduada, esse volume calculado de HCl concentrado
para o respetivo balão volumétrico, contendo já água destilada (cerca de 1/5 do seu volume).
Homogeneizar a solução e completar o volume com água destilada;
3. Transferir a solução obtida para um frasco limpo, seco e rotulado;

Padronização da solução de HCl

4. Preparar 4 matrazes de 250 mL, lavando-os convenientemente e passando-os por água


destilada. Numerá-los para posterior identificação.
5. Pesar, com rigor, para cada matraz uma amostra de bórax de cerca de 0,400g;
6. Para cada matraz, transferir cerca de 50 mL de água destilada e aquecer ligeiramente os
matrazes até à dissolução completa e depois deixar arrefecer até à temperatura ambiente. Se
necessário, mergulhá-los em água fria;

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7. Preparar uma bureta de 25 mL com a solução de HCl a titular;


8. Juntar a cada matraz 5 gotas de vermelho de metilo com azul-de-metileno. As soluções deverão
ficar verdes;
9. Adicionar, da bureta, a solução de HCl até a solução do matraz alterar a cor para rosa (a cor
deve ser resistente à agitação). Anotar o volume de HCl gasto;
10. Repetir o procedimento para os outros matrazes.
11. Terminados os ensaios, esvaziar a bureta para o frasco de “Restos de HCl”, lavá-la com água da
torneira e deixá-la tapada, com a torneira aberta.

Parte 2:

Preparação da solução de NaOH

12. Calcular a massa de NaOH necessária para preparar uma solução de NaOH 0,1M num volume
de 100 mL, 250 mL e 500 mL;
13. Dissolver essa massa em água destilada, completando o volume do balão volumétrico;
14. Homogeneizar bem a solução e transferi-la para um frasco de plástico limpo, seco e rotulado.

Padronização da solução de NaOH

15. Para 2 matrazes de 250 mL, medir, rigorosamente, 20 mL (pipeta volumétrica) da solução de
HCl padronizada anteriormente. Juntar cerca de 100 mL de água e 3 gotas de indicador de
fenolftaleína a cada matraz;
16. Preparar uma bureta de 25 mL com a solução de NaOH≈0,1M preparada;
17. Proceder à titulação até ao aparecimento da primeira cor rósea persistente à agitação (esta
coloração deve ser o mais ténue possível; uma coloração intensa é indicadora de excesso de
NaOH);
18. Repetir o ensaio até à obtenção de volumes concordantes. Utilizar o seguinte critério de
concordância:

|V2 – V1|  0,10mL

Terminados os ensaios, esvaziar a bureta para o frasco de “Restos de NaOH” e lavá-la bem, primeiro
com água da torneira e, de seguida, com água destilada. Não esquecer que a solução de NaOH ataca
o vidro, pelo que a lavagem adequada da bureta tem extrema importância para a manter funcional.

Parte 3:

Determinação de ácido acético em vinagre

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19. Medir 10mL de vinagre com a pipeta volumétrica. Transfira para um balão volumétrico de
100mL e complete o volume com água destilada. Homogeneíze a solução;
20. Para 3 matrazes de 250ml retirar 25ml da solução do vinagre com pipeta volumétrica;
21. Junte duas gotas de fenolftaleína (viragem de incolor para rosa claro);
22. Repetir o ensaio até à obtenção de volumes concordantes. Utilizar o seguinte critério de
concordância:

|V2 – V1|  0,10mL

Calcular a acidez do vinagre (massa de ácido acético por 100mL de vinagre);

Atenção: A viragem do indicador é mais gradual. Espere que a cor após a viragem do indicador
permaneça por mais de 30 segundos antes de considerar esse volume como o volume do ponto final
da titulação.

Parte 4:

Determinação da amónia num limpador doméstico

23. Medir 10mL de limpador doméstico com a pipeta volumétrica. Transfira para um balão
volumétrico de 100mL e complete o volume com água destilada. Homogeneíze a solução;
Nota: Evitar muita agitação para minimizar a formação de espuma!
24. Retire alíquotas (amostras) de 10mL da solução do produto de limpeza com a pipeta
volumétrica para 3 matrazes de 250mL;
25. Junte três gotas de indicador alaranjado de metilo (viragem de amarelo para laranja);
26. Titule com a solução de HCl padronizada até à viragem do indicador
27. Repetir o ensaio até à obtenção de volumes concordantes. Utilizar o seguinte critério de
concordância:

|V2 – V1|  0,10mL

Calcule o teor de amónia no produto, em termos de percentagem de hidróxido de amónio.

Calcule o teor de amónia conforme a expressão:

massa NH 3
teoramónia  x100
massa de det ergente original

Laboratório de Biotecnologia 1 23
|Biotecnologia Medicinal

Considere a massa volúmica do detergente como 1g/cm3

Laboratório de Biotecnologia 1 24
|Biotecnologia Medicinal

Relatório 2. Preparação e padronização de uma solução de


HCl e de uma solução de NaOH
Determinação da concentração de ácido acético em vinagre
e da concentração de amónia num limpador doméstico

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

Resultados:

1 – Preparação e padronização da solução de HCl 0,1M:

Volume de solução a preparar :__________mL

Volume de HCl concentrada a utilizar: __________mL

Ensaio Massa de Bórax usado Volume de HCl Molaridade da solução de


gasto HCl

1
2
3
4
Média

Concentração da solução de HCl: ___________ ± __________ M

(apresente o desvio padrão da amostra e a incerteza do valor médio com um grau de confiança de
95%)

Laboratório de Biotecnologia 1 25
|Biotecnologia Medicinal

2 – Preparação e padronização da solução de NaOH 0,1M:

Volume de solução a preparar: __________ mL

Massa de NaOH: ___________ g

Concentração da solução padrão (HCl):___________ ± __________ M

Volume da solução padrão a utilizar: __________ mL

Ensaio Volume de
NaOH gasto

Média dos valores


concordantes

Concentração da solução de NaOH:

___________ ± __________ M

(erro calculado através do método da equação de propagação da incerteza)

3 – Determinação do ácido acético em vinagre:

Ensaio Volume de
NaOH gasto

Média dos valores


concordantes

Laboratório de Biotecnologia 1 26
|Biotecnologia Medicinal

Concentração de Ácido acético no vinagre:

___________ ± __________ M

(erro calculado através do método da equação de propagação da incerteza)

Acidez média: ___________ ± __________ %

(erro calculado através do método da equação de propagação da incerteza)

4 – Determinação da amónia num limpador doméstico:

Ensaio Volume de HCl


gasto

Média dos valores


concordantes

Concentração de amónia num limpador doméstico:

___________ ± __________ M

(erro calculado através do método da equação de propagação da incerteza)

Teor de amónia: ___________ ± __________ %

(erro calculado através do método da equação de propagação da incerteza)

Laboratório de Biotecnologia 1 27
|Biotecnologia Medicinal

Exemplo de cálculos:

Discussão de Resultados:

Laboratório de Biotecnologia 1 28
|Biotecnologia Medicinal

Conclusão:

Laboratório de Biotecnologia 1 29
|Biotecnologia Medicinal

3. Preparação de soluções tampão


simples e complexas

I. Objetivos:

Compreensão da equação de Handerson-Hasselbach

Preparação de soluções tampão simples, a partir de um ácido fraco e da respetiva base


conjugada

Compreender o que são soluções tampão complexas

Preparação de soluções tampão complexas.

II. Introdução teórica

Uma solução-tampão consiste, basicamente, num par ácido fraco – base conjugada, que
resiste a variações de pH quando pequenas quantidades de ácidos ou bases lhes são adicionadas ou
quando ocorre diluição.

Os Químicos utilizam tampões sempre que é necessário manter o pH de uma solução num
valor constante e pré-determinado. Os Bioquímicos, por sua vez, interessam-se particularmente em
tampões, uma vez que os sistemas biológicos e o seu funcionamento são criticamente dependentes
do pH.

A equação central para o estudo e compreensão das soluções tampão é a equação de


Handerson-Hasselbach, que consiste num rearranjo da expressão da constante de equilíbrio, K a,
para a dissociação de um ácido fraco.

HA  H+ + A-

Laboratório de Biotecnologia 1 30
|Biotecnologia Medicinal

H     A  
Ka     
HA 

Colocando H   em evidência, obtém-se o logaritmo da expressão resultante da seguinte

forma:

𝐾𝑎 [𝐻𝐴]
[𝐻 + ] =
[𝐴− ]

 A   
 log H     log K a  log    
 HA  
 

Usando a notação p, a partir desta expressão obtém-se:

 A   
pH  pK a  log    
 HA  
 

Esta última expressão corresponde, então, à expressão de Handerson-Hasselbach.

Quando uma solução tampão é preparada a partir de uma base fraca, B, e do seu ácido
conjugado, BH+, a equação de Handerson-Hasselbach toma a forma:

[𝐵]
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + log ( )
[𝐵𝐻 + ]

A partir da equação de Handerson-Hasselbach é possível calcular o pH de uma solução


composta por um par ácido fraco/base conjugada, desde que se conheça o valor de pK a da forma

Laboratório de Biotecnologia 1 31
|Biotecnologia Medicinal

ácida e a razão entre as concentrações da base conjugada e do ácido. Note-se que o pKa é aplicado
às formas ácidas HA e BH+.

A adição de ácido ou base a uma solução tampão composta por um ácido fraco e pela sua
base conjugada interfere com os equilíbrios exemplificados a seguir:

HA +H2O H3O+ + A-

A- + H2O HA + OH-

Na prática, quando se misturam quantidades calculadas de um ácido fraco e da sua base


conjugada, para preparar um tampão, o pH da solução resultante não é exatamente o esperado. A
principal razão desta discrepância prende-se com o facto de o pH ser dependente das atividades do
ácido e da base conjugada e não propriamente da sua concentração. Por este motivo, após a
preparação de uma solução tampão é necessário ajustar o pH, até ao valor pretendido, pela adição
de pequenas quantidades de ácido ou de base.

Neste trabalho experimental serão preparadas soluções tampão acetato. Estas soluções
consistem no par conjugado CH3COOH e CH3COOK.

As soluções tampão podem ser simples, mas também podem ser constituídos por misturas
complexas de solutos, como acontece com o soro sanguíneo humano ou a fase líquida do interior
das células, em que se verifica a existência de múltiplos pares de ácido-base, conjugados, fracos.

Nos espaços intracelulares o sistema ácido/base principal é o dos H2PO4-/ HPO42- (com pKa
= 7,2). Aqui os fosfatos orgânicos como o ATP, o ADP, o AMP, o fosfato-6-glicose, etc. também
participam no efeito tampão do pH.

No plasma e nos líquidos intersticiais, o principal sistema tamponante é o H 2CO3/ HCO3-


(com pKa = 3,8). Este sistema é compatível com o efeito tamponante nesses líquidos (na realização
do pH=7), porque, por um lado, o H2CO3 se encontra em equilíbrio com o CO2 dissolvido e este
com o CO2 no espaço gasoso dos pulmões e, por outro, sendo o pH desse meio de aproximadamente
7,4, se estabelece o equilíbrio com o sal (o catião mais abundante é o Na+).

No dinamismo fisiológico o sistema está racionalizado na seguinte forma:

Laboratório de Biotecnologia 1 32
|Biotecnologia Medicinal

CO2(g)  CO2(aq) + H2O  H2CO3(aq)  H+ + HCO3-(aq)

Portanto na fase líquida, teremos:

Compreende-se, a partir daqui, que o CO2 dissolvido e o seu produto hidratado (H2CO3)
funcionem como um conjunto, um compartimento. Por isso, poderemos escrever:

Ora, o pK do sistema completo do CO2 é 6,1. Como para determinadas condições, a


concentração pode ser substituída pelo respetivo valor de pressão, afetado por um fator adequado,
iremos utilizar aqui o valor de pCO2.

Considerando o HCO3- expresso em mmol/dm3 (e não em mol/dm3) nas condições de


temperatura 38º C e de força iónica 0,15, o fator será 0,03. Então:

Em termos médios, teremos para o valor de pH 7,40 e de pCO 2 40mmHg. O valor de [HCO3-] pode
então ser calculado, obtendo-se, nessas condições 24mmol/dm3.

Tampões complexos usados nas Ciências da Saúde

Laboratório de Biotecnologia 1 33
|Biotecnologia Medicinal

Dos tampões complexos mais usados nos laboratórios vamos dar o exemplo de 4 (TAE,
TBE, PBS e SSC), todos eles com funções diferentes e sabendo que existem mais.

Tampões complexos porquê? Como já foi referido, para além de possuírem o par ácido/base
conjugados fracos, possuem outros elementos. A sigla destes tampões indica os seus constituintes

Tampão TAE (pH=8,0) – Tampão Tris-Acetato-EDTA é o tampão mais comum usado em


eletroforese de gel de agarose para a análise do DNA obtido nas mais diversas técnicas, PCR
(amplificação), purificação ou clonagem. Este tampão tem uma baixa força iónica e baixa
capacidade tamponante (existe um rápido consumo dos iões disponíveis), no entanto é muito fácil
de preparar. É mais indicado para eletroforese de partículas de DNA com tamanho superior a 20kb.

É constituído por Tris, Ácido acético e EDTA. O Tris é a abreviatura usada para denominar
o Tris(hidroximetil)aminometano ((HOCH2)3CNH2, um composto com um grupo amino (base) e
utilizado especialmente para soluções de ácidos nucleicos. O ácido acético é um composto orgânico
com um grupo carboxilíco (ácido fraco) e é utilizado em muitos tampões. O EDTA é a abreviatura
para o ácido etilenodiamino tetra-acético (Ethylenediamine tetraacetic acid) é um composto
orgânico que funciona como agente quelante 1 forma um complexo um o ião metálico (complexo
metal ligando).

O EDTA liga-se a catiões divalentes especialmente de Magnésio (Mg2+). Qual é a


importância do EDTA? Os catiões divalentes são cofatores importantes em muitas enzimas, entre
as quais as nucleases (enzimas contaminantes). O papel de EDTA é proteger os ácidos nucleicos da
ação das enzimas de degradação.

Tampão TBE (pH=8,0) – Tampão Tris-Borato-EDTA é um tampão muito semelhante ao


tampão TAE, utilizando o borato em vez de ácido acético. Este tampão é muito usado por duas
razões. Permite que as amostras de DNA que sejam sujeitas a eletroforese mantenham a sua
integridade e permite obter uma excelente e resolução e definição de fragmentos de DNA separados
por eletroforese em gel de agarose. No entanto o tampão TAE é preferível nas manipulações de gel
e em recuperação das bandas, quando se pretende continuar a trabalhar com o DNA.

Tampão PBS (pH=7,4) – Solução salina de tampão fosfato (Phosphat Buffered Solution).
Os sais utilizados são principalmente o cloreto de sódio e fosfato de sódio, mas também se usa

1
Agente quelante – designação dada a ligandos como o EDTA

Laboratório de Biotecnologia 1 34
|Biotecnologia Medicinal

cloreto de potássio e fosfato de potássio. A concentração destes sais procura ser próxima das
concentrações encontradas para o organismo, daí ser uma solução isotónica. Esta propriedade
(isotónica) em conjunto com a sua não toxicidade para as células dá-lhe diversas aplicações: como
solução de limpeza de células; solução de armazenamento de biomoléculas.

Tampão SSC (pH=7,0) – Solução salina de tampão citrato de sódio (Saline Sódios Citrate
buffer). Esta solução tampão é constituída por cloreto de sódio e citrato de sódio. É especialmente
usado em hibridizações e blotting de ácidos nucleicos

Laboratório de Biotecnologia 1 35
|Biotecnologia Medicinal

III. Materiais e reagentes:

Materiais e Equipamentos Reagentes

 Pipetas volumétricas  Glacial acetic acid


 Gobelés  Acetato de potassio
 Matrazes de 250 mL  Solução de ácido clorídrico 1,0 M
 Vidros de relógio  Solução de NaOH 1,0 M
 Espátulas  Água destilada
 Potenciómetro
 Agitadores magnéticos
 Placas de aquecimento
 Balança analítica

IV. Procedimento experimental:

Parte 1: Preparação de soluções tampão

1. Para cada uma das soluções abaixo, determinar o pH, recorrendo à equação de Handerson-
Hasselbach;

a) 0,002 M em CH3COOK e 0,588 M em CH3COOH

b) 0,020 M em CH3COOK e 0,580 M em CH3COOH

c) 0,100 M em CH3COOK e 0,500 M em CH3COOH

d) 0,360 M em CH3COOK e 0,300 M em CH3COOH

e) 0,500 M em CH3COOK e 0,100 M em CH3COOH

f) 0,580 M em CH3COOK e 0,020 M em CH3COOH

A partir do acido acetico concentrado, preparar uma das soluções tampão acima (a designar pelo
professor), com um volume total de 250 mL;

2. Determine o pH da solução preparada com um potenciómetro.

Parte 2: Determinação da capacidade tamponante das soluções tampão

Laboratório de Biotecnologia 1 36
|Biotecnologia Medicinal

4. Transferir 50 mL da solução tampão preparada anteriormente para um matraz;


5. Adicionar 1 mL de HCl 1,0 M;
6. Considerando o equilíbrio

CH3COO-(aq) + H+ (aq) ↔ CH3COOH (aq)

calcular o pH esperado após a adição do ácido;

7. Completar a tabela do ponto 2 do relatório;


8. Medir o pH da solução, com o potenciómetro, e comparar com o valor calculado. Discutir
o resultado;
9. A partir dos valores experimentais de pH, calcular a variação de pH da solução tampão após
a adição do ácido;
10. Transferir 50 mL da solução tampão preparada para um matraz;
11. Adicionar 1 mL de NaOH 1,0 M;
12. Considerando a reação de hidrólise seguinte, calcular o pH esperado para a solução, após a
adição da base;

CH3COOH (aq) + OH- (aq)→ CH3COO- (aq) + H3O+

13. Completar a tabela do ponto 2 do relatório;


14. Medir o pH da solução, com o potenciómetro, e comparar com o valor calculado. Discutir
o resultado;
15. A partir dos valores experimentais de pH, calcular a variação de pH da solução tampão após
a adição da base.

Parte 3: Efeito da diluição sobre a capacidade tamponante

16. A partir da solução tampão preparada, preparar duas soluções diluídas, utilizando os
fatores 1:2 e 1:10;
17. Determinar o pH das soluções diluídas, utilizando o potenciómetro, e comparar o valor
obtido com o valor de pH da solução tampão concentrada;
18. Discutir as diferenças observadas e utilize a equação de Handerson-Hasselbach para as
explicar.
19. Preencha a tabela do ponto 3 do relatório.

Parte 4: Tampões complexos

Laboratório de Biotecnologia 1 37
|Biotecnologia Medicinal

20. Preparar o tampão TAE (5x) num volume de 100,0mL:


a. 2,4 g de Tris
b. 0.6mL de ácido acético glacial
c. 1mL de solução de EDTA dissódico 0,5M (pH=8)

21. Preparar o tampão TBE (5x) num volume de 100,0mL


a. 5,4 g de Tris
b. 2,8 g de Ácido bórico
c. 1mL de solução de EDTA dissódico 0,5M (pH=8)

22. Preparar o tampão PBS (1x) num volume de 100,0mL (pH=7,4)


a. 0,8g de NaCl
b. 0,02g KCl
c. 0,144g de Na2HPO4
d. 0,024g de Na2HPO4

23. Preparar o tampão SSC (5x) num volume de 100,0mL (pH


a. 0,75M de NaCl
b. 75mM de Citrato de sódio

Laboratório de Biotecnologia 1 38
|Biotecnologia Medicinal

Relatório 3. Preparação de soluções tampão simples


e complexas

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

1 – Preparação de soluções tampão:

Volume de CH3COOH:__________ mL

Massa de CH3COOK: __________ g

pH da solução preparada: ___________

2 – Determinação da capacidade tamponante das soluções tampão:

Volume de solução: __________ mL

Volume de HCl: ___________ mL

CH3COO- H+ CH3COOH

Moles iniciais

Moles finais

Variação de pH para a solução tampão, após a adição do ácido:

ΔpH = pHfinal – pHinicial = _______

Laboratório de Biotecnologia 1 39
|Biotecnologia Medicinal

Volume de solução: __________ mL

Volume de NaOH: ___________ mL

CH3COOH OH- CH3COO-

Moles iniciais

Moles finais

Variação de pH para a solução tampão, após a adição da base:

ΔpH = pHfinal – pHinicial = _______

3 – Efeito da diluição sobre a capacidade tamponante:

Solução 1: Diluição 1:2:

Volume de solução tampão:__________ mL

Volume de água:______________ mL

Solução 2: Diluição 1:10:

Volume de solução tampão:_________ mL

Volume de água:___________ mL

Solução Diluição 1:10


Diluição 1:2
tampão

pH pH inicial pH final ΔpH pH inicial pH final ΔpH

Laboratório de Biotecnologia 1 40
|Biotecnologia Medicinal

4 – Cálculos (deve apresentar todos os cálculos efectuados)

Laboratório de Biotecnologia 1 41
|Biotecnologia Medicinal

5 – Discussão/Conclusão

6 – Questionário

6.1 – Explique como se pode determinar, experimentalmente, o pKa de uma solução tampão.

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

6.2 - Se volumes iguais de NaH2PO4 0,05 M e H3PO4 0,05 M forem misturados, qual das seguintes
alternativas melhor descreve a solução resultante? (os valores de pK a do ácido fosfórico são 2,0,
6,8 e 12,0). Justifique a sua opção.

A. pH 2 – solução tampão

B. pH 2 – não é uma solução tampão

C. pH 6,8 – solução tampão

D. pH 12 – não é uma solução tampão

Laboratório de Biotecnologia 1 42
|Biotecnologia Medicinal

E. pH 6,8 – não é uma solução tampão

6.3 – Na preparação da solução TAE está entre parênteses 5x, o que significa?

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________

6.3.1 Explique o conceito de solução de stock e solução de trabalho.

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

Laboratório de Biotecnologia 1 43
|Biotecnologia Medicinal

4. Química dos aminoácidos: Titulação de


ácido-base de aminoácidos. Determinação
de valores de pKa, pKb e pI

I. Objectivos:

Determinação do pKa de um aminoácido.

Determinar a curva de titulação de aminoácidos.

Conhecer as propriedades ácido-base dos aminoácidos

II. Introdução teórica


Os aminoácidos são moléculas que contém simultaneamente um grupo carboxilo e um
grupo amina. Em bioquímica, este termo é usado como termo geral para referir os aminoácidos alfa
(α). Aminoácidos em que os grupos amino e carboxilo estão ligados ao mesmo carbono, carbono α.

Os aminoácidos apresentam-se na forma de zwiteriões (+NH3CHRCOO-) quando estão


num meio a pH neutro e são moléculas anfotéricas que podem ser tituladas quer com soluções
ácidas, quer com soluções básicas. A forte carga positiva presente no grupo amina (-NH3+) induz
uma tendência para que o grupo ácido (-COOH) perca um protão, pelo que podemos considerar os
aminoácidos como ácidos fortes. Alguns aminoácidos têm, nas suas cadeias laterais, outros grupos
ionizáveis que também podem ser titulados.

O conhecimento das propriedades ácido-base dos aminoácidos é extremamente


importante para a análise e compreensão das propriedades das proteínas. De facto, a determinação
da composição e sequência das proteínas baseia-se na capacidade de separar, identificar e
quantificar os diferentes aminoácidos. O comportamento ácido-base dos aminoácidos pode ser
simplesmente formalizado em termos dos ácidos e das bases de Brönsted-Lowry. Um aminoácido
monoamino, monocarboxílico sem grupo lateral R ionizável, como por exemplo a Glicina, é um
ácido dibásico na sua forma completamente protonada podendo doar dois protões durante a sua
titulação completa com uma base. As espécies envolvidas na titulação com uma base, como por

Laboratório de Biotecnologia 1 44
|Biotecnologia Medicinal

exemplo NaOH, podem ser descritas pelos seguintes equilíbrios com as respetivas constantes de
dissociação, K1 e K2.

K1
+
NH3CHRCOOH +
NH3CHRCOO- + H+
A B

K2

NH2CHRCOO- + H+
C

Resolvendo estas equações em ordem ao pH obtêm-se as equações de


Henderson-Hasselbach, válidas apenas nos patamares (zonas tampão) da curva de titulação do
aminoácido.

Equação 1

Equação 2

Na Figura 1 encontra-se a curva de titulação completa da Glicina, curva esta que apresenta um
comportamento bifásico (dois patamares). Adicionando meio equivalente de base à forma
totalmente protonada do aminoácido (A) atinge-se um ponto (D) em que [+NH3CHRCOOH] =
[+NH3CHRCOO-] e pH = pK1 (primeiro equilíbrio, Eq. 1). Do mesmo modo, quando se adiciona
meio equivalente de base à forma Zwitteriónica (B) atinge-se o ponto (E), em que [+NH3CHRCOO-
] = [NH2CHRCOO-] e pH = pK2 (segundo equilíbrio, Eq. 2).

Laboratório de Biotecnologia 1 45
|Biotecnologia Medicinal

Figura 1 – Curva da titulação da Glicina

Nas curvas de titulação de aminoácidos com grupos R ionizáveis, tais como a Histidina, a
Lisina ou o Ácido glutâmico, há a considerar um equilíbrio suplementar. A dissociação do grupo R
poderá ocorrer numa gama de pH totalmente distinta dos dois equilíbrios anteriores, fazendo
aparecer um terceiro patamar na curva de titulação, ou ocorrer em regiões sobrepostas à região em
que ocorre a dissociação do grupo α-amino ou do grupo α-carboxílico tornando as curvas de
titulação mais complexas. A titulação de qualquer dos aminoácidos pode ser feita com uma base a
partir da forma totalmente protonada (A) ou com um ácido a partir da forma totalmente
desprotonada (C).

Neste trabalho vamos titular dois aminoácidos que se encontram já na sua forma totalmente
protonada. Na tabela seguinte são apresentados os valores de pKa e pontos isoleléctricos (pI) da
literatura de alguns aminoácidos.

Aminoácido pKa1 (α-COOH) pKa1 (α-NH3) pKa3 (R) pI

Ala 2,35 9,87 - 6,11

Pro 1,99 10,96 - 6,48

Glu 2,10 9,47 4,07 3,09

His 1,80 9,33 6,04 7,69

Lis 2,16 9,06 10,54 9,80

Laboratório de Biotecnologia 1 46
|Biotecnologia
Medicinal

III. Materiais e reagentes:

Materiais e Equipamentos Reagentes

 Pipetas volumétricas  Alanina 0,01M (em 0,1M KNO3)


 Matrazes de 250 mL  Histidina 0.01 M (em 0.1 M KNO3)
 Vidros de relógio  Lisina 0.01 M (em 0.1 M KNO3)
 Espátulas  Ácido glutâmico 0.01 M (em 0.1 M KNO3)
 Potenciómetro  Solução de NaOH 0,1M
 Balança analítica  HCl 0,1M
 Agitadores magnéticos
 Placas de aquecimento

Nota: O nitrato de potássio é utilizado para manter a força iónica constante durante a titulação.

IV. Procedimento experimental:

Parte 1: Preparação da solução de aminoácidos na sua forma totalmente protonada

Para se obter o aminoácido na forma totalmente protonada é necessário adicionar um número


exacto de equivalentes de ácido clorídrico, que varia consoante a forma predominante do
aminoácido em questão em solução aquosa. Podemos supor que em água a forma predominante
será +NH3CHRCOO-,para os aminoácidos utilizados, pelo que será necessário adicionar um
equivalente de ácido para obter a forma totalmente protonada

1. Calcule o volume necessário de ácido clorídrico concentrado para protonar completamente


50,00mL de cada solução de aminoácido.

Parte 2: Calibração do medidor de pH

2. Calibrar o medidor de pH de acordo com as instruções.

Laboratório de Biotecnologia 1 47
|Biotecnologia
Medicinal

Parte 3: Titulação dos aminoácidos

3. Antes de iniciar a titulação, faça uma estimativa de volume de um equivalente de modo a


poder escolher corretamente os volumes de NaOH a adicionar antes de cada leitura de pH.
Tenha o cuidado de adicionar volumes menores junto aos pontos de equivalência, de modo a
definir bem as curvas.
4. Meça rigorosamente 20,00 ml de solução de aminoácido para o matraz.
5. Lavar a bureta e encher com a solução de NaOH da ordem do 0,1M (valor rigoroso indicado no
rótulo)
6. Medir o valor do pH da solução
7. Titular a solução com a solução titulante (que está na bureta). Para isso, adicionar pequenos
volumes da solução titulante contida numa bureta de 25 mL e, após cada adição, ler e tomar
nota do valor do pH.
8. Terminar a titulação quando tiver adicionado cerca de 14 mL de solução titulante (atingir-se
pH ~ 12).
9. Representar os pares de valores volume de titulante adicionado, pH numa folha de papel
milimétrico. Representar o volume de titulante adicionado em abcissas e o pH em ordenadas.
10. Examinar o andamento da curva de titulação e identificar, assinalando com setas, os pontos de
equivalência (→ ←) e os pontos de meia titulação (↓).
11. Estimar os valores de pKa para os aminoácidos por inspeção da curva de titulação.

Laboratório de Biotecnologia 1 48
|Biotecnologia
Medicinal

Relatório 5. Química dos aminoácidos: Titulação de ácido-


base de aminoácidos. Determinação de valores de pKa, pKb
e pI.

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

1 – Determinação do número de equivalentes para ter o aminoácido na forma totalmente protonada:

Volume de
Concentração do Equivalentes de Volume de ácido
Aminoácido solução de
aminoácido ácido necessário
aminoácido

2 – Determinação do pKa e do pI

Trace os gráficos de pH = f(VNaOH adicionado) e anexe-os a este relatório. No gráfico indique os


pontos importantes referidos no procedimento e calcule o pH.

Laboratório de Biotecnologia 1 49
|Biotecnologia
Medicinal

3 – Exercício

Apresente as fórmulas químicas estruturais para as formas predominantes dos aminoácidos


em solução aquosa aos seguintes valores de pH:

pH = 1 pH = 3

pH = 8 pH = 11

Laboratório de Biotecnologia 1 50
|Biotecnologia
Medicinal

4 – Exemplo de cálculos

Laboratório de Biotecnologia 1 51
|Biotecnologia
Medicinal

5 – Discussão/Conclusão

Laboratório de Biotecnologia 1 52
|Biotecnologia
Medicinal

5. Análise de pastilhas antiácidas

I. Objectivos:
Compreensão da titulação de retorno

Comparar eficácia de diferentes marcas de pastilhas antiácidas.

II. Introdução teórica


O suco gástrico, constituído principalmente por ácido clorídrico, HCl, apresenta um pH=1. Esta
forte acidez é essencial para que as proteínas sejam desnaturadas, perdendo a sua conformação
nativa, facilitando a ação da pepsina, que também é ativada por pH muito baixo. A forma inativa
da pepsina, pepsinogénio, é convertida à forma ativa por remoção de uma porção, de 42
aminoácidos, da sua cadeia. Esta remoção só ocorre em ambientes fortemente ácidos, por
autocatálise.

No entanto, demasiado ácido no estômago não é benéfico. Na ausência de comida, o HCl desnatura
as proteínas constituintes da parede estomacal, podendo promover, em casos de persistência,
úlceras no estômago e duodeno.

Este excesso de ácido é sentido, normalmente sendo descrito como “sensação de ardor” ou “azia”.
Para aliviar, são usados antiácidos em forma de pastilhas ou géis. Este termo, “antiácido”, é um
termo médico que descreve uma substância neutralizadora de um ácido e, dependendo da marca,
pode conter diferentes ingredientes ativos, quase todos sendo bases hidróxido e/ou carbonatos. A
tabela 1 lista alguns dos antiácidos comercializados e respetivos ingredientes ativos:

Tabela 1. Tabela 1: ingredientes ativos de algumas marcas comerciais de antiácidos.

MARCA Ingredientes ativos


Alka-Seltzer Bicarbonato de sódio e citrato
Reni Carbonato de cálcio e Carbonato de magnésio
Kompensan Carbonato de diidróxido de alumínio e sódio
Ulcermin para-hidroxibenzoato de metilo sódico e para-hidroxibenzoato de propilo
sódico

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Gastrox Hidróxido de alumínio


Tums Carbonato de cálcio

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O HCl do suco gástrico é neutralizado pelos ingredientes ativos segundo as reações seguintes:

NaHCO3 + HCl → NaCl + H2O + CO2

CaCO3 + 2HCl → CaCl2 + H2O + CO2

Al(OH)3 + 3HCl → AgCl3 + 3H2O

Mg(OH)2 + 2HCl → MgCl2 + 2H2O

AlNa(OH)2CO3 + 4HCl → AgCl3 + NaCl + 3H2O + CO2

Além destes ingredientes ativos, os antiácidos apresentam na sua constituição excipientes


(ingredientes inativos), como por exemplo o amido, que atuam como ligante ou preenchedor.

A eficácia de um antiácido está na sua capacidade de neutralizar o ácido gástrico, pelo que quanto
mais ácido neutralizar, mais eficaz será o produto. No entanto, os antiácidos não são inofensivos.
A produção de HCl é regulado com base no pH do estômago. Excesso de antiácido implica aumento
excessivo de pH, induzindo sobreprodução de HCl para compensar este aumento.

No presente trabalho ir-se-á determinar a quantidade de HCl neutralizado por diferentes antiácidos
do mercado, por recurso à técnica de titulação de retorno. Ao adicionar excesso de HCl ao antiácido,
toda a quantidade de ingrediente(s) ativo(s) disponível irá neutralizar parte do HCl. Com uma
solução de hidróxido de sódio, NaOH, poder-se-á titular o HCl que não foi neutralizado pelo
antiácido. O volume de HCl neutralizado pelo antiácido será calculado pela diferença entre o
volume inicial de HCl e o volume gasto na titulação de retorno com o NaOH. Desta forma será
possível comparar eficácia entre as diferentes marcas usadas.

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III. Materiais e reagentes:

Materiais e Equipamentos Reagentes

 Bureta 25 mL  Solução de ácido clorídrico 0,2 M


 Balança  Solução de NaOH 0,2 M
 Matrazes 250mL  Indicador azul de timol ou vermelho de
metilo com azul de metileno
 Antiácidos de diversas marcas
 Água destilada

IV. Procedimento experimental:


1. Obtenha dois antiácidos diferentes do professor. Anote a marca e informação que achar
pertinente.
2. Meça, com rigor, uma pastilha ou conteúdo de uma saqueta e anote a sua massa.
3. Coloque cada um dos antiácidos num matraz de 250mL e adicione cerca de 10mL de água
destilada. Solubilize a amostra.
4. Adicione exatamente 50mL de HCl a 0,2M a cada matraz. Agite suavemente para
homogeneizar a solução e adicione 3 gotas de indicador. A solução deverá ficar vermelha, no
caso de azul de timol, ou roxa, no caso do vermelho de metilo com azul de metileno. Caso não
apresente esta coloração, adicionar mais 10mL de HCl a 0,2M.
5. Prepare uma bureta com NaOH 0,2M.
6. Titule a solução de antiácido + HCl até esta passar de vermelho, ou roxo, a amarelo, ou verde
claro, respetivamente.
7. Anote o volume gasto de NaOH gasto na titulação de cada antiácido.
8. Calcule o volume de HCl gasto na titulação de retorno.
9. Calcule o volume de HCl neutralizado pelo antiácido.
10. Calcule os grama de HCl neutralizado por cada grama (ou mL) de antiácido.

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Relatório 5. Análise de pastilhas antiácidas

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

Volume HCl
Marca Antiácido Massa ou volume Volume NaOH gasto
adicionado

Volume de HCl gasto na titulação de retorno: ________ ± ________ mL

Quantidade de HCl neutralizado pelo antiácido: ________ mol

Grama de HCl neutralizado por cada grama (ou mL) de antiácido: ________ ± ________ g

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Cálculos (deve apresentar todos os cálculos efetuados)

Laboratório de Biotecnologia 1 58
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5 – Discussão/Conclusão

6 – Explique o conceito volumetria de retorno e a pertinência da sua aplicação a este trabalho.

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6. Doseamento do peróxido de hidrogénio na


água oxigenada

I. Objectivos:
Compreender o método iodométrico.

Determinar a concentração de uma água oxigenada comercial.

II. Introdução teórica


O peróxido de hidrogénio, conhecido comercialmente como água oxigenada, é um líquido claro de
fórmula química H2O2 e um poderoso agente oxidante. É encontrado em concentrações baixas (3-
9%) em muitos produtos domésticos, como clareador da roupa e do cabelo ou até desinfetante de
lentes de contacto. Na indústria, o peróxido de hidrogénio é usado em concentrações mais elevadas
para clarear tecidos, pasta de papel, e combustível para ajuste e correção nas trajetórias e órbitas de
satélites artificiais no espaço. Na área médica é usado como desinfetante ou agente esterilizante em
autoclave de plasma. Na área química é usado como componente da espuma de borracha orgânica
e outras substâncias químicas.

Em investigação, é comummente usado em estudos metabólicos relacionados com stresse


oxidativo. O stresse oxidativo representa um desequilíbrio entre espécies reativas de oxigénio e os
antioxidantes. Por si só o H2O2 não é muito reativo mas é o percursor de um dos radicais livres
mais lesantes para o organismo, o ião hidroxilo, HO-, formado por reações de Fenton. Por sua vez,
os radicais livres como o HO-, promovem a degradação de macromoléculas como proteínas, lípidos
e ADN. Deste modo, é usado como indutor de stresse oxidativo, de forma a compreender os efeitos
dos danos da oxidação ao nível celular, metabólico ou tecidular.

Assim se compreende que a concentração de peróxido de hidrogénio que se usa seja fundamental,
mediante o propósito do seu uso, de modo a retirar o máximo de eficiência com o mínimo de danos.

Doseamento do Peróxido de Hidrogénio por oxidação-redução

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O peróxido de hidrogénio, também conhecido por água oxigenada, é, normalmente,


encontrado na forma de uma solução aquosa, contendo cerca de 3, 6 ou 30% de peróxido de
hidrogénio. Estas soluções são, frequentemente, designadas de “10 volumes”, “20 volumes” e “100
volumes”, respetivamente. Esta terminologia é baseada no volume de oxigénio que se liberta
quando a solução é decomposta por aquecimento. Assim, 1 cm 3 de peróxido de hidrogénio a 100
volumes produzirá 100 cm3 de oxigénio, medido nas condições normais de pressão e temperatura.

H2O2 + calor  H2O + ½O2

A água oxigenada comercial pode ser titulada pelo método iodométrico ou pelo método
permanganimétrico. Sob aspetos práticos, a titulação com KMnO4 é menos indicada, devido às
interferências causadas pelos produtos preservativos e estabilizantes presentes, tais como o ácido
bórico, o ácido salicílico ou o ácido benzóico e o glicerol. Desta forma, o método iodométrico é a
melhor escolha.

Neste procedimento, o peróxido de hidrogénio reage com os iões iodeto, em meio ácido,
segundo a equação:

H2O2 + 2I- + 2H+  I2 + 2H2O

Determinações iodométricas

Os métodos volumétricos que envolvem a oxidação de iões iodeto (iodometria) ou a


redução de iodo (iodimetria) são baseados na seguinte semi-reação:

I2 + 2e-  2I- Eº = 0,535 volt

A iodometria (método indireto) refere-se à titulação do iodo libertado em reações. A


titulação direta designa-se iodimetria e envolve a titulação com solução padrão de iodo. Utilizam-
se substâncias com potenciais de redução menores que o sistema I2/I-, que são oxidadas pelo iodo.

Nota: Duas importantes fontes de erro em titulações iodométricas e iodimétricas são a


oxidação de uma solução de iodeto pelo ar e a perda de iodo por volatilização. Esta perda pode ser

Laboratório de Biotecnologia 1 61
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evitada pela adição de um grande excesso de iões iodeto, que reagem com o iodo, para formar iões
triiodeto, segundo a equação:

I- + I2  I3- K = 7,68 x 102

Em titulações à temperatura ambiente (T ~ 25º C), as perdas de iodo por volatilização são
insignificantes se a solução contiver cerca de 4% (m/v) de iodeto de potássio.

A formação da espécie I3- não altera nem introduz erros mensuráveis no método
iodométrico, porque os potenciais-padrão de elétrodo das semi-reações são muito próximas e,
como consequência, a formação dos iões I3- pouco afeta o par I2/I-.

I2 + 2e-  2I- Eº = 0,535 volts

I3- + 2e-  3I- Eº = 0,536 volts

O peróxido de hidrogénio reage com o iodeto, em solução ácida, de acordo com a equação:

H2O2 + 2H+ + 2I-  I2 +2H2O

Devido à formação de iodo é possível fazer o doseamento do peróxido de hidrogénio de


uma forma indireta quantificando o iodo por titulação com solução padrão de tiossulfato de sódio
(Na2S2O3). A reação envolvida na titulação é:

I2 + 2S2O32-  2I- + S4O62-

O tiossulfato de sódio não é um padrão primário, portanto, é necessário preparar uma


solução com concentração aproximada e, de seguida, padronizá-la. A padronização pode ser
efetuada recorrendo a vários padrões primários como, por exemplo, o dicromato de potássio, mas
também por titulação com solução padronizada de permanganato de potássio como padrão
secundário. Na padronização com o dicromato é utilizada uma iodometria. Em meio ácido, os iões
dicromato reagem com o iodeto de acordo com a reação:

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Cr2O72- + 14H+ + 6I-  3I2 +2Cr3+ 7H2O

Com estes dados calcula-se a concentração da solução-padrão, sabendo que cada mole de
K2Cr2O7 (massa molar = 294,19g/mol) produz 3 moles de I2, que reagem com 6 moles de Na2S2O3.
Deste modo, a quantidade de matéria de Na 2S2O3 é igual à quantidade de matéria de K2Cr2O7
multiplicado por 6.

A detecção do ponto final da titulação do iodo com o tiossulfato é feita através de um


indicador da solução de amido. O amido reage com o iodo na presença de iodeto, formando um
complexo de cor azul intenso, que é visível quando a concentração de iodo é de 2x10 -5M e a de
iodeto maior do que 4x10-4M a 20 ºC. Se for usada a solução solúvel, só se deverá adicionar o
indicador próximo do final da titulação, quando a cor começa a desmaiar, porque o amido tem a
desvantagem de poder formar com o iodo um complexo insolúvel na água. Uma forma de contornar
esta dificuldade seria usar um derivado do amido, como a solução de amidoglicolato de sódio.

O objetivo deste trabalho será avaliar diferentes amostras de soluções de peróxido de hidrogénio,
de forma a averiguar se será uma solução adequada ao uso comercial.

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III. Materiais e reagentes:

Materiais e Equipamentos Reagentes

 Balança analítica
 Balões volumétricos de 500 mL  Água oxigenada (10 volumes)
 Vidros de relógio  Solução de iodeto de potássio, KI 20%
 Provetas  Solução de amido solúvel a 1%
 Gobelés  Ácido sulfúrico
 Pipetas Pasteur  Carbonato de sódio
 Buretas  Tiossulfato de sódio
 Matrazes de 250 mL  Água destilada
 Pipetas volumétricas de 10 mL
 Frasco escuro
 Agitadores magnéticos
 Placas de aquecimento

IV. Procedimento experimental:


Doseamento do Peróxido de Hidrogénio por volumetria de oxidação-redução

1.1: Preparação de uma solução de tiossulfato de sódio, Na2S2O3 ~ 0,1 M

1. Calcular a massa de Na2S2O3·5H2O necessária para preparar uma solução a 0,1 M, num volume
de 500 mL;
2. Dissolver essa quantidade em 500 mL de água destilada e adicionar 0,050 g de Na2CO3;
3. Deixar repousar a solução pelo menos durante um dia, num frasco escuro e fechado, antes de
padronizar.

1.2: Padronização da solução de Na2S2O3 com dicromato de potássio

4. Pesar cerca de 0,10 g e não mais de 0,12 g de K 2Cr2O7, seco em estufa a 120ºC por 2,5 horas.
Anotar o valor até ± 0,0001 g;
5. Transferir o sal para um matraz e adicionar cerca de 25 mL de água destilada, 2 mL de H 2SO4
concentrado e 5 mL de KI a 20%. A solução deve tornar-se castanho escuro, devido à formação
de I2;
6. Colocar o matraz no escuro entre 10 a 15 minutos;
7. Preencher a bureta com a solução Na2S2O3 e proceder à titulação até que a solução do matraz
passe de cor castanha para cor verde-amarelada;

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8. Adicionar cerca de 3 mL de solução de amido a 1% (ou de solução de amidoglicolato de sódio).


A solução deve ficar azul;
9. Continuar a adição de Na2S2O3 até que a solução do matraz passe de azul intenso para verde.
Anotar o volume de solução de Na2S2O3, para o cálculo da concentração;
10. Repetir o procedimento com outro matraz e comprovar se os ensaios são concordantes. Em
caso negativo, repetir o ensaio até à obtenção de volumes concordantes. O critério de
concordância será:

conc 1  conc 2 
5
x
conc 1  conc 2 
1000 2

Parte 1.3: Doseamento de H2O2 com a solução padronizada de Na2S2O3

11. Diluir a água oxigenada comercial 10 vezes: transferir 10,00 mL de água oxigenada comercial a
10 volumes para um balão volumétrico de 100 mL e completar o volume com água destilada.
Homogeneizar a solução;
12. Retirar uma amostra de 10,00 mL da solução diluída de água oxigenada e transferir para um
matraz. Adicionar cerca de 20 mL de água destilada;
13. Adicionar 2 mL de H2SO4 concentrado, 5 mL de KI a 20% e 3 gotas de uma solução neutra de
molibdato de amónia a 3%. A solução deve tornar-se castanho escuro devido à formação de I2;
14. Proceder à titulação com a solução de Na2S2O3;
15. Quando a solução começar a perder a sua cor (perto do ponto final da titulação), adicionar
cerca de 3 mL de solução de amido a 1% (ou solução de amidoglicolato de sódio). A solução
deve tornar-se azul intenso;
16. Continuar a adição de Na2S2O3 até que a coloração da solução do matraz passe de azul intenso
para incolor;
17. Anotar o volume de solução de Na2S2O3 para o cálculo da concentração;
18. Repetir o ensaio até à obtenção de ensaios concordantes. Utilizar o seguinte critério de
concordância:

|V2 – V1|  0,10mL

19. Calcular a concentração (em volumes e em %) de H 2O2 na água oxigenada.

Atenção:

 Não adicione a solução de amido no início da titulação.


 Ao adicionar amido, se a solução não ficar azul intenso, se ficar violeta, deve
preparar-se outra solução de amido.

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Relatório 6. Doseamento do peróxido de hidrogénio na água


oxigenada.

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

Doseamento do Peróxido de Hidrogénio por volumetria de oxidação-redução

1 – Padronização da solução de Na2S2O3 com K2Cr2O7:

Massa de Na2S2O3 = ________ ± ________g

Massa de
Volume de Na2S2O3 ~ 0,1 Molaridade da solução de
Ensaio K2Cr2O7 usado /
M / mL Na2S2O3 / M
g

Média dos valores


concordantes

Concentração da solução de Na2S2O3: ___________ ± __________ M

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2 – Doseamento de H2O2 com a solução padronizada de Na2S2O3:

Concentração da solução de NaOH:___________ ± __________ M

Volume de Na2S2O3 gasto


Ensaio
/ mL

Média dos valores


concordantes

Concentração de H2O2 na água oxigenada comercial: ___________ ± __________ M

Concentração de H2O2 na água oxigenada comercial: ___________ ± __________ Volumes

Concentração de H2O2 na água oxigenada comercial: ___________ ± __________ %

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3 – Exemplo de cálculos

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4 – Discussão/Conclusão

5 – Questionário

5.1 – Descreva o que entende por oxidação e redução de espécies químicas. Indique para cada reação
qual o para oxidante/redutor.

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7. Separação de compostos orgânicos:


extração da cafeína do chá, análise
qualitativa por TLC e análise quantitativa
por espectrofotometria

I. Objetivos

 Conhecer técnicas de separação de substâncias;


 Conhecer as propriedades dos compostos e utilizá-las para a sua purificação;
 Compreender a técnica de extração líquido-líquido;
 Aplicar técnicas de cromatografia em camada fina na identificação de substâncias;
 Conhecer o conceito de reta de calibração;
 Dosear a cafeína por espectrofotometria.

II. Introdução
Muitas substâncias orgânicas são obtidas a partir de produtos naturais, sendo necessário extraí-las
e purificá-las. A extração é a técnica mais usada quando se pretende isolar um produto natural das
substâncias em que aparece na natureza.

A extração líquido-líquido é uma operação básica de separação de compostos com diferentes


características de solubilidade face a solventes orgânicos e aquosos imiscíveis entre si. Assim, é
possível isolar os dois componentes de uma mistura, A e B, em que A é muito solúvel em água e
pouco solúvel num solvente orgânico imiscível com a água, ao passo que B tem o comportamento
exatamente oposto. Colocando um sistema de dois solventes imiscíveis, como água e clorofórmio,
por exemplo, em contacto com a mistura A+B e misturando bem as duas fases (orgânica e aquosa)
por agitação vigorosa, poder-se-á atingir um estado de equilíbrio (equilíbrio de partição líquido-
líquido) no qual a maior parte de A se encontra na fase aquosa e a maior parte de B se encontra na
fase orgânica. A repetição do processo extrativo conduz, em último caso, ao isolamento da
totalidade de A, isento de B, na fase aquosa e, do mesmo modo, à recuperação da totalidade de B,
isento de A, na fase orgânica. Deste modo, após simples eliminação dos solventes, consegue-se
obter A e B separados e puros.

Laboratório de Biotecnologia 1 70
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Dependendo da solubilidade de cada composto, quando se agita uma solução aquosa de


determinado composto com um solvente orgânico em que o composto é pelo menos razoavelmente
solúvel, haverá distribuição do soluto por ambas as fases. Teremos, portanto, uma concentração
(quantidade de soluto por unidade de volume) do soluto na fase aquosa (Cágua) e uma concentração
de soluto na fase orgânica (Corg), que é aproximadamente igual às suas solubilidades, S org e Ságua, a
uma dada temperatura.

À razão entre as concentrações do soluto nos dois solventes em equilíbrio chama-se coeficiente de
distribuição (KD):

C org S org
KD  
C água S água

Neste trabalho, vai isolar-se um composto natural existente em produtos naturais como o chá e o
café, o 1,3,7-trimetil-2,6-dioxopurina ou cafeína.

A cafeína existe numa percentagem de 2 a 5% em massa nas folhas do chá. A cafeína é solúvel em
água a ferver, mas muito mais solúvel em clorofórmio, estes serão então os dois solventes a utilizar
na extração.

Juntamente com a cafeína (Fig. 1), extraem-se ácidos tânicos que não nos interessam neste trabalho,
estes compostos formam sais de cálcio insolúveis em água que precipitam e podem ser e removidos
por filtração. Para promover a formação destes sais ir-se-á utilizar carbonato de cálcio.

O
CH3

H3C
N
N

N
O N

CH3
Fig. 1 Cafeína

Cromatografia em camada fina

A terceira parte deste trabalho será a identificação da cafeína extraída por cromatografia em
camada fina (CCF ou TLC – Thin Layer Cromathography). A CCF é frequentemente usada em
química orgânica para monitorizar o progresso de uma reação ou identificar os componentes de
uma mistura. Na CCF, uma pequena gota do composto a identificar é aplicada próximo da

Laboratório de Biotecnologia 1 71
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extremidade de uma placa fina recoberta com uma fase estacionária sólida adsorvente (por
exemplo, gel de sílica). A extremidade da placa é então mergulhada numa câmara contendo uma
pequena quantidade do eluente apropriado (fase móvel), o qual sobe por capilaridade. À medida
que o eluente sobe pela placa (eluição), arrasta consigo os componentes da mistura a diferentes
velocidades, dependendo da tendência de cada componente para ficar “agarrado” à placa (fase
estacionária) ou dissolver no eluente. A velocidade de fluxo de determinado componente, sob
as condições de análise, pode ser traduzida através do parâmetro Rf (rate of flow ou velocidade de
fluxo), que se define como:

d distância percorrida pela mancha desde a linha de aplicação 


Rf 
D distância percorrida pelo solvente 

O Rf é característico de determinada substância sob determinadas condições. No entanto, depende


fortemente de parâmetros experimentais como temperatura, humidade atmosférica, condições de
eluição, entre outros, pelo que não é um parâmetro tabelável. Assim, e apesar de ser útil na
identificação de substâncias por comparação com os valores de Rf de compostos padrões
conhecidos, tal comparação só tem significado se for garantida a medição dos R f em condições
rigorosamente iguais. Na prática, tal assegura-se mediante a análise simultânea dos padrões e da
mistura em análise, colocados na mesma placa, que será submetida a um único processo de eluição.

Uma vez efetuada a eluição, será necessário revelar o cromatograma obtido, o que se consegue
quer por métodos químicos (aplicação de reagentes que formem derivados corados com os
compostos impregnados na placa), quer por métodos radioativos (irradiação da placa com luz de
comprimento de onda adequado, para que se possam visualizar as manchas devidas aos
compostos). Neste trabalho, a revelação será feita por irradiação com luz ultravioleta. As placas de
CCF usadas têm um indicador fluorescente (pelo que se apresentam como um fundo brilhante
quando irradiadas com luz UV), ao passo que as manchas correspondentes a compostos aparecerão
ou como manhas escuras (absorção total da radiação incidente) ou como manchas muito brilhantes
(absorção da radiação seguida de fluorescência).

Lei de Lambert-Beer

Embora a CCF nos indique a presença ou não de uma substância, não nos permite fazer uma análise
rigorosa. A espectrofotometria é um método instrumental, que nos permite superar essa
dificuldade.

Os métodos espectrofotométricos baseiam-se na absorção ou emissão de radiação por parte das


moléculas. Quando a radiação monocromática de comprimento de onda adequado passa através
de uma amostra em solução, a luz emergente terá menor intensidade que a luz incidente. A perda
de intensidade (isto é, a absorvância) está diretamente relacionada com a capacidade que a amostra

Laboratório de Biotecnologia 1 72
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tem de absorver radiação de comprimento de onda utilizado, com a concentração da amostra em


solução e com a distância que a radiação tem que atravessar através da solução. Esta relação é
traduzida pela lei de Lambert-Beer, que se representa por:

A=xlxC

onde A é a absorvância,  é a absortividade molar ou coeficiente de extinção molar (a medida da


capacidade da substância para absorver radiação do comprimento de onda considerado. O l
representa o comprimento do caminho ótico ou passo ótico da solução (distância que a radiação
atravessa através da solução) e C representa a concentração da solução na solução analisada. É, pois,
evidente a utilidade desta lei na determinação da concentração de substâncias em amostras
desconhecidas, por comparação com as absorvâncias medidas para soluções-padrão (isto é, de
concentração conhecida) da mesma substância. Tal é conseguido através do uso de radiação de
comprimento de onda específico e um par de cuvetes iguais de comprimento ótico constante, nas
quais serão colocadas as soluções de concentração conhecida. Nestas condições as duas equações

Aconh= x l x Cconh

Adesc= x l x Cdes

podem se combinar dado que  e l, resultando

Aconh/ Adesc = Cconh/Cdes

Quando as absorvâncias das duas soluções tiverem sido determinadas no espectrofotómetro (Fig.
2), a concentração da solução desconhecida pode ser calculada.

Fig. 2 Espectrofotómetro

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O método mais frequente de análise quantitativa baseia-se na construção de uma curva de


calibração, construída por representação gráfica dos pontos experimentais obtidos por leitura da
absorvância de diversas soluções da substância de interesse com concentrações conhecidas
(soluções-padrão). A relação entre a absorvância e a concentração da substância é linear em
condições adequadas (há limites para a linearidade da Lei da Lambert-Beer), pelo que na maioria
das análises espectrofotométricas quantitativas, os pontos experimentais podem ser ajustados a
uma reta, da qual se pode obter, por intrapolação, o valor da concentração da mesma substância
numa amostra desconhecida cuja absorvância seja determinada nas mesmas condições.

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III. Materiais e reagentes

Materiais e Equipamentos Reagentes

Balança analítica Água destilada


Balão volumétrico 100, 50, 25 mL Cafeína Pura
Bomba de vácuo Carbonato de cálcio
Borracha de adaptação para o funil Clorofórmio
Capilares Chá
Cuvetes quartzo (UV) Acetato de etilo:hexano (1:1)
Espetrofotómetro Hidróxido de cálcio
Gobelés Medicamentos contendo cafeína
Funil de Buchner
Funil de separação
Funil de vidro
Kitasato
Matraz
Papel de filtro
Pipetas de Pasteur
Placa de aquecimento
Placas de sílica gel
Pipetas graduadas
Pompete
Porcelana porosa
Provetas
Régua
Suporte de argola para funis de separação
Suporte para funis
Tina de CCF
Tubos de ensaio
Vidro de relógio

Laboratório de Biotecnologia 1 75
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IV. Procedimento experimental


Análise da cafeína por cromatografia em cama fina (CCF)

1. Preparar a tina cromatográfica, introduzindo uma tira retangular de papel de filtro e


adicionando o eluente (acetato de etilo:hexano 1:1) até que atinja uma altura de 0,5cm no
interior do copo. Tapar a tina.
2. Manuseando a placa de CCF com cuidado para não dobrar nem sujar, marcar a lápis uma
linha transversal a cerca de 1cm de uma das extremidades, com o auxílio de uma régua.
3. Ainda com a ajuda de uma régua, marcar o número de pontos necessários (cafeína pura e
amostra), equidistantes, sobre a linha desenhada em 1.2, legendando-os.
4. Dissolver num tubo de vidro cada amostra com clorofórmio.
5. Com o auxílio de um tubo capilar, colocar 3 gotas da solução no ponto respetivo,
previamente marcado e legendado na placa de CCF. Repetir para as outras amostras.
6. Colocar cuidadosamente a placa de CCF dentro da tina, mergulhando a extremidade em
que se marcam as amostras no eluente (o nível de eluente deve ser inferior ao da linha
marcada a lápis!). Tapar a tina com a tampa.
7. Deixar o eluente subir a placa por capilaridade, até atingir cerca de 1cm da extremidade
superior, altura em que se deve retirar a placa e marcar a lápis a linha de solvente.
8. Deixar evaporar o eluente e observar a placa sob a lâmpada de luz UV e contornar as
manchas observadas a lápis.
9. Retirar a placa da lâmpada de UV e determinar os valores de Rf para todos as manchas
registadas.

Fig. 1 Esquema CCF.

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2. Análise da cafeína por espetrofotometria

1. Preparação da infusão de chá


1.1. Pesar 1 g de café e 0,5 g de hidróxido de cálcio para um gobelé e adicionar 50 mL de água.
1.2. Deixar ferver durante 10 minutos.
1.3. Deixar arrefecer e filtrar a vácuo.
1.4. Passar a solução para um balão volumétrico de 100 mL e perfazer o volume com água
destilada até à marca.
1.5. Transferir 10,00 mL da solução para a ampola de decantação.
1.6. Adicionar 5 ml de clorofórmio à ampola. Tapar, agitar cuidadosamente, destapar e
aguardar a separação das duas fases.
1.7. Recolher a fase mais densa e transferi-la novamente para a ampola de decantação. Repetir
a extração mais duas vezes.
1.8. Por fim, recolher a fase mais densa para um balão volumétrico de 20 ml separada por
filtração por gravidade.
1.9. Perfazer o volume de 20,00 mL com clorofórmio.
2. Construção da curva de calibração
2.1. Preparar uma solução padrão de cafeína de concentração 10,00 g/L, por dissolução
rigorosa de 0,5 g de cafeína em 50 mL de clorofórmio.
2.2. Preparar 4 soluções em clorofórmio, de 25,00 mL cada, contendo, respetivamente, 0,1mL,
0,2 mL, 0,4 mL e 0,5 mL da solução preparada em 2.2.1 e calcular as respetivas
concentrações em cafeína.
2.3. No espetrofotómetro de duplo feixe, medir a absorvância a 273 nm do solvente puro
(branco) e clicar “branco”.
2.4. Posteriormente medir a absorvância de cada uma das 4 soluções-padrão preparadas em
2.2.2 Representar os pontos num gráfico de Abs vs. Conc. e traçar a melhor reta
correspondente a esses pontos.
3. Determinação da concentração de cafeína no chá
3.1. Encher uma cuvete com a solução preparada em 2.1 e medir o valor de absorvância.
3.2. Determinar o valor de concentração de cafeína no gráfico de calibração.

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Relatório 7. Separação de compostos orgânicos: extração


da cafeína do chá, análise qualitativa por TLC e análise
quantitativa por espectrofotometria

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

Reta de calibração

Preencha a tabela seguinte com os dados necessários para a construção


da reta de calibração.

Tabela 1: Reta de calibração.

Concentração Absorvância ( = 273 nm)

Branco

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Apresente o gráfico da reta de calibração.

1.1.
Determinação da quantidade de cafeína na amostra.
Concentração de cafeína na Concentração de cafeína na
Amostra Absorvância
solução diluída (g/mL) amostra (g/mL)

1.2. Apresente todos os cálculos realizados na alínea 1.3.

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2. Cromatografia em camada fina. Faça o esquema da placa obtido e calcule os


respetivos Rf:

DISCUSSÃO/CONCLUSÃO

QUESTÕES

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1. Porque é que o clorofórmio fica sempre na camada inferior quando comparado com a água?

2. Qual a diferença entre curva de calibração e reta de calibração?

3. O que entende por branco?

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8. Análise qualitativa de compostos


inorgânicos e orgânicos

I. Objectivos:
Conhecer algumas funções químicas e a importância biológica de diversos compostos
inorgânicos e orgânicos.

Identificar um conjunto de soluções contidas em frascos não etiquetados, recorrendo


apenas às próprias soluções e não a outros reagentes.

Relacionar as funções químicas com as suas características.

II. Introdução teórica

Compostos inorgânicos
A separação e identificação de catiões são, geralmente, conseguidas usando as diferenças
de solubilidades de diversos sais e a tendência dos iões para formar complexos ou para serem
reduzidos ou oxidados.

A estratégia de desenvolvimento de um esquema de análise qualitativa apoia-se na


observação do comportamento dos catiões e aniões com vários reagentes e, depois, em tentar
construir um esquema lógico de análise.

Este trabalho coloca um tipo de problema algo diferente. Tendo à disposição N soluções
diferentes e conhecendo a sua composição (mas não os frasco onde estão contidas), a tarefa será
identificar o conteúdo que corresponde a cada frasco sem usar reagentes ou instrumentos. Uma ou
mais soluções desconhecidas servem como reagentes para identificação de outra solução
desconhecida. Esta tarefa pode parecer impossível pois, de início, todas as soluções são
desconhecidas e será mesmo bastante difícil efetuar todas as identificações se, à priori, não for feita
uma preparação cuidada da sequência de passos a seguir.

Para resolver este quebra-cabeças químico será necessário apelar aos conhecimentos sobre
solubilidade de sais e cores dos seus precipitados, odores de substâncias voláteis (tais como NH 3,
H2S, SO2, halogéneos), a possibilidade de formação de iões complexos e a possibilidade de reações
de oxidação redução.

Laboratório de Biotecnologia 1 82
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É essencial fazer uma preparação do que se irá fazer antes da ida para o laboratório e,
principalmente, o que é esperado acontecer pela junção das várias soluções (para volumes
aproximadamente iguais).

Para alguns iões poderemos excluir certos tipos de reações. Por exemplo, Na +, K+ e Ba2+
dificilmente se oxidarão pois têm apenas um estado de oxidação estável, assim como não sofrerão,
também, redução em solução aquosa. Por contraste, os iões I- e S2- podem ser oxidados até por
agentes oxidantes moderadamente fortes como o Fe3+.

Para ajudar a identificação, existe um conjunto de regras para diversos tipos de compostos
que serão descritas de seguida. Para além disso, também serão dadas tabelas com características de
reações para alguns iões, tal como tabelas com constantes de solubilidades.

 Todos os cloretos, brometos e iodetos são solúveis, exceto os de Ag+, Pb2+ e Hg2+;
 Os sulfatos (SO42-) são solúveis exceto os de Ba2+, Pb2+, Hg2+;
 Sais dos metais alcalinos e do ião amónio (NH4+) são solúveis;
 Sais dos iões nitratos (NO3-), Clorato (ClO3-), perclorato (ClO4-) e acetato (CH3COO-) são
solúveis;
 A maioria dos hidróxidos de metal é insolúvel. As exceções são os hidróxidos dos metais
alcalinos e dos metais alcalino-terrosos mais pesados (Ca, Sr, Ba);
 Todos os carbonatos (CO32-) e fosfatos (PO43-) são insolúveis, exceto os dos iões dos metais
alcalinos;

Laboratório de Biotecnologia 1 83
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Reagentes HCl NH3 NaOH H2SO4 KI K2CrO4

3 mol/L 6 mol/L 10% 2 mol/L 5 g/L 0,5 mol/L


Catiões

pp branco
pp castanho
insol. em água pp pp amarelo
Ag+ solúvel em pp branco pp tijolo
quente, solúvel castanho pálido
excesso
em NH3(aq)

pp branco

solúvel em pp branco
pp branco pp amarelo pp
Pb2+ água quente, solúvel em pp branco
gelatinoso canário amarelo
solúvel em excesso

NH3(aq)

pp branco
pp azul claro,
pp azul que fica pp
Cu2+ --- solúvel em ---
claro acastanhad castanho
excesso
o

pp castanho
pp ---Solução
avermelhado
Fe3+ --- acastanhad --- acastanhad ---
insolúvel em
o o de I2
NaOH

pp em
Ca2+ --- --- pp branco soluções --- ---
concentr.

Ba2+ --- --- --- pp branco --- ---

Mg2+ --- --- pp branco --- --- ---

Liberta
NH4+ --- --- --- --- ---
NH3

K+ --- --- --- --- --- ---

Quadro 1 - Reações de alguns catiões

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Reagentes H2SO4 FeCl3


AgNO3 1% BaCl2 Pb(NO3)2
(m/V) 10%(m/V) 1 mol/L 0,2mol/L 0,2 mol/L
Aniões

Cl- pp branco --- --- pp branco ---

Br- pp creme --- --- pp branco ---

I- pp amarelo --- --- pp amarelo ---

NO2- pp branco --- Liberta NO2 --- ---

CO32- pp branco pp branco Liberta CO2 pp branco pp castanho

PO43- pp branco pp branco --- ---

NO3- --- --- --- ---

SO42- --- pp branco pp branco ---

Quadro 2 - Reações de alguns aniões

Esquematização do trabalho prático:

Antes da ida para o laboratório, preencha numa tabela uma breve descrição dos resultados
esperados, sabendo que as soluções a usar serão:

Solução de NaOH 0,5M


Solução de AgNO3 0,1M
Solução de NaBr 0,1M
Solução de KI 0,1M
Solução de NH4Cl 0,3M
Solução de Na2SO4 0,5M
Solução de Fe(NO3)3 0,1M

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Compostos orgânicos

Aldeídos, álcoois e aminas

O grupo aldeído, caracterizado pela presença na sua estrutura, do grupo H-C=O caracteriza
as aldoses, e o grupo cetona, caracterizado pela presença do grupo carbonilo (-C=O), ligado a dois
grupos alquilo e/ou arilo caracteriza as cetoses.

R H R R

O O
Grupo ceto Grupo aldeído

Algumas aldoses ou cetose são funções do segundo grau de oxidação do carbono2 e outras
são também poliálcoois.

Os glícidos são extremamente importantes na estrutura celular, principalmente na forma


de glicoproteínas. Em menor escala, desempenham funções importantes no processo de
crescimento celular, na regulação dos fluxos metabólicos e no reconhecimento celular

A identificação destas substâncias deverá ser feita pelas suas reações químicas. As que
vamos referir não são específicas dos glícidos, porque, podem ser apresentados por proteínas sem
componentes glicéricos, e, como estas reações são dependentes do pH o resultado final observado,
a cor dos produtos, vai depender do pH do meio em que se encontram. No entanto, devem ser
conhecidas, porque são habitualmente utilizadas na identificação histoquímica destas substâncias.

Os álcoois podem considerar-se derivados dos hidrocarbonetos pela substituição de um


átomo de hidrogénio por um grupo hidroxi (-OH). Trata-se, por isso, de funções do primeiro grau
de oxidação do carbono. Chamam-se primários, secundários ou terciários, consoante a classificação

2
Grau de oxidação do carbono – Número de ligações que o carbono faz a átomos eletronegativos
como o oxigénio (Uma ligação dupla conta como duas).

Laboratório de Biotecnologia 1 86
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do carbono3 a que se fixa o hidroxi. Do ponto de vista metabólico são substâncias muito
importantes.

As aminas podem considerar-se derivadas do amoníaco (NH3), por substituição de um ou


mais dos seus átomos de hidrogénio por grupos alquilos ou arilos. Trata-se, por isso, também, de
funções do primeiro grau de oxidação do carbono. Chamam-se primárias, secundárias ou terciárias,
consoante o número de hidrogénios substituídos. As poliaminas desempenham papéis importantes
na estabilização dos ácidos nucleicos e noutros processos. Os aminoácidos devem a esta função o
carácter básico.

Revelação de aldeídos e poliálcoois

A existência de grupos aldeídos pode revelar-se pela cor vermelha dos seus produtos de
reacção com a fucsina descorada.

A fucsina básica tradicional é uma mistura de corantes – rosalinina, para-rosanilina e


magenta II- do tipo triamínico, trifenilmetano (Esquema 1). As suas soluções têm cor púrpura.
Reagindo com o ácido sulfuroso, dão novos produtos, incolores, cuja reação com aldeídos dá origem
a produtos de cor vermelha púrpura.

No Esquema 1 mostra-se a sequência das referidas reações para a para-rosanilina.

A estrutura cromófora destes materiais é devido à presença dos anéis aromáticos.

3
A classificação de carbono primário, secundário, terciário ou quaternário depende do número de
carbonos que o está a ser classificado está ligado.

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NH2

H2N p-rosanilina

NH2

3HSO3-

SO3H
H2N Ácido leucossulfónico

HN SO2H

N
H SO2H
2RCHO
2RCHO = 2 grupos aldeídos

NH SO2 CHOH R

H2N Produtos corados

NH SO2 CHOH R

Esquema 1 – Esquema da reação de Schiff.

Estas reações são utilizadas em histoquímica, principalmente para revelar os aldeídos. É


também utilizada, nos tecidos, para revelar a desoxirribose dos ácidos nucleicos, a seguir à hidrólise
ácida destes materiais. Os ácidos ribonucleicos não reagem deste modo, porque o grupo -OH da
ribose fica ligado ao grupo fosfato.

Os álcoois são oxidados a aldeídos e a carboxilos por oxidantes fortes como o ácido
periódico. Após a oxidação, estes podem ser identificados pela fucsina descolorada, como foi dito
anteriormente. A estes materiais que apresentam a coloração dos referidos produtos finais da
reacção, após tratamento com Ácido Periódico, diz-se que são PAS (de periodic acid – Schiff)
positivos (nota 2).

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Revelação da função álcool

A solução de hexanitrato de cério (IV) e amónio (ou nitrato duplo de cério e amónio) em
ácido nítrico diluído é amarela. A reação daquele composto com grupos álcool dá origem a um
complexo de cor vermelha. A reação verifica-se com álcoois primários, secundários e terciários,
contendo até um máximo de 10 carbonos. Também se observa a formação de um complexo
vermelho com glicóis4, poliálcoois, glicídos, hidroxi-aldeídos e hidroxi-cetonas.

A cor vermelha indica a formação inicial de um intermediário da oxidação dos álcoois pelo
cério (IV) em solução. Numa segunda fase, a cor vermelha desaparece, porque se dá a oxidação do
composto alcoólico de coordenação, sendo o cério (IV) reduzido a cério (III), de acordo com as
seguintes reações:

a) (NH4)2Ce(NO3)6 + R-CH2-OH [álcool + reagente]


Amarelo Complexo de cor vermelha

b) [álcool + reagente] .
Complexo de cor vermelha R-CH2-O + (NH4)2Ce(NO3)5 + HNO3
Incolor
. (NH4)2Ce(NO3)6
c) R-CH2-O + R-CHO + (NH4)2Ce(NO3)5 + HNO3
Amarelo Incolor

A velocidade da oxidação representada nos passos b) e c) é determinada pela estrutura do


composto hidroxilado, e pode auxiliar na identificação de compostos orgânicos.

A oxidação é muito rápida para alguns glícidos (frutose, sacarose, glicose e galactose),
hidroxi-ácidos (ácido láctico), hidroxi-aldeídos e hidroxi-cetonas.

Diazotização das aminas

As aminas primárias alifáticas e aromáticas reagem com o ácido nitroso, originando os sais
diazónicos correspondentes. Contudo estes sais são instáveis, especialmente os alifáticos,
originando o azoto gasoso e o respetivo álcool, além de outros produtos. Os sais aromáticos são
estáveis a 0º C, libertando o azoto, após ligeiro aquecimento.

4
Chamam-se glicóis os di-hidroxiálcoois que contêm dois grupos -OH em carbonos adjacentes.

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R-NH2 + HNO2 + +HCl → [R-NN]+Cl- + 2H2O → R-OH + N2 + HCl

O composto diazónico aromático formado pode reagir com fenóis em meio alcalino, dando
origem a compostos corados (Esquema 2).

OH
+ NaOH

O-Na+
Cl
N N +

N N

O-Na+

Esquema 2 – Reação de um composto diazónico com um fenol em meio alcalino.

As aminas secundárias reagem com o ácido nitroso, formando nitrosoaminas que são óleos
ou sólidos amarelos:

R2-NH + HNO2 → R-N-N=O + H2O

Com as aminas terciárias, a reação apenas ocorre em condições especiais.

As aminas podem ser separadas e caracterizadas pela reação de Hinsberg através da


formação de sulfonamidas

As oses como funções complexas

Designam-se por oses, ou igualmente por monossacáridos, as moléculas que obedecem à


fórmula empírica Cn(H2O)n possuindo n-1 grupos hidroxi e um grupo carbonilo. Em função do
número de átomos de carbono, que nunca pode ser inferior a três, assim se designam por trioses,

Laboratório de Biotecnologia 1 90
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tetroses, pentoses, hexoses, etc. Por sua vez, dependendo da natureza da função carbonilo ser um
aldeído ou uma cetona, assim se designarão por aldoses ou por cetoses.

Os monossacarídeos, a partir da tetrose (na série das aldoses) e da pentose (na série das
cetoses) podem, em solução aquosa, sofrer uma ciclização e formar anéis de cinco (furanoses) ou
de seis lados (piranoses). Esta ciclização ocorre por eliminação de uma molécula de água, entre o
OH que ficou ligado ao carbono 1 das aldoses (ou carbono 2 das cetoses) e o OH ligado ao penúltimo
ou ao antepenúltimo da estrutura.

Esta ciclização implica o aparecimento de mais um carbono quiral, e por isso o


aparecimento de mais um par de isómeros óticos que se chamam anómeros. Um dos anómeros é o
alfa () e o outro é o beta (), consoante a posição do grupo -OH ligado ao carbono anomérico,
relativamente ao plano do anel.

Podemos reconhecer nas oses um grande número de propriedades físicas, químicas e


biológicas relacionadas com as suas estruturas químicas. O equilíbrio das diversas formas (Esquema
3) é inferido pelo conhecimento de algumas das propriedades reconhecidas: mutarrotação, o poder
redutor das cetoses e a formação de alditióis. Quer o estado de equilíbrio quer os seus desvios
dependem do pH do sistema e da energia interna deste.

Esquema 3 – Ciclização de uma hexose (D-Glucose), em piranose (A) e furanose (B)

Por oxidação, redução, aminação e combinação, quer com outras oses quer com substâncias
diferentes, as oses dão origem a um grande número de substâncias com interesse biológico.

Poder redutor

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As aldoses têm poder redutor, uma que vez que podem transformar-se, com facilidade, em
ácidos.

As cetoses, em certos meios, têm também poder redutor; dada a possibilidade de a dupla
ligação se deslocar, nas respetivas moléculas, podem sofrer isomerização em aldoses, com passagem
pela forma enedióloca, e por isso participar em reações de acordo com as propriedades das aldoses.

Numa dada solução, consideradas as suas condições atuais, haverá então, uma mistura de
isómeros, incluindo epímeros do carbono 2, e daí, em muitos casos, a obtenção de um mesmo
produto quando partimos de qualquer deles.

O poder redutor pode pesquisar-se pelo licor de Fehling, que se obtém juntando volumes
iguais de uma solução aquosa de sulfato de cobre (II) (azul) e uma solução de hidróxido de sódio e
tartarato duplo de potássio (incolor).

Depois dessa mistura, a cor do conteúdo do tubo modifica-se, e torna-se mais intensa – é
azul violácea. Este facto indica a formação de composto diferente (o di-hidróxido de cobre (II)):

CuSO4 (aq.) + 2NaOH (aq.)  Na2SO4 (aq.) + Cu(OH)2 (aq.)

Para ensaiar sucessivamente o efeito das duas variáveis que vão ser introduzidas (o
aquecimento, para a rapidez do ensaio, e a adição da amostra, para a pesquisa do seu efeito) verifica-
se primeiro que o simples aquecimento do licor de Fehling não produz qualquer efeito visível, e só
depois se juntam umas gotas da amostra a ensaiar, voltando a levar à ebulição. Quando a amostra
tem poder redutor, verifica-se o aparecimento da cor amarela do hidróxido de cobre I e logo depois
a vermelha do óxido de cobre I (Esquema 4).

Cu HO O
HO OH H O Cu OH
+ H2O
+
HO O H + Cu O H
Cu R
R

Cu Cu + H 2O
O

Esquema 4 – Reação de redução do cobre por uma aldose.

Laboratório de Biotecnologia 1 92
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A fixação do hidróxido de cobre (I), que vai persistindo sem sofrer redução, ao tartarato de
sódio e potássio, impede a produção do óxido de cobre (II) que se formaria pelo aquecimento na
ausência daquele sal, e que pela sua cor negra impediria a observação do efeito que nos interessa.

Reações de produtos de desidratação das oses com fenóis

Particularmente para o estudo das pentoses, das hexoses e dos ácidos urónicos, existem
algumas reações que se fundamentam na sua desidratação por certos ácidos em determinadas
condições, e na condensação das substâncias obtidas desse modo, com fenóis, dando lugar ao
aparecimento de produtos que conferem colorações características.

Com o ácido sulfúrico concentrado, a desidratação pode ser total, conduzindo nesse caso à
formação de carvão. Com o ácido clorídrico, em condições apropriadas, as pentoses produzem
furfural, e as ceto-hexoses, assim como as aldo-hexoses, produzem hidroximetilfurfural que, por
ulterior aquecimento, pode transformar-se em ácido levulínico e outros produtos de decomposição,
embora as aldo-hexoses produzam menor quantidade de hidroximetilfurfural do que as ceto-
hexoses (Esquema 5).

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H H

HO C C Orcinol

HO C H H+ H C
O Produtos de condensação
O 3H2O + azul-esverdeados
HO C H H C

H C

CH2OH CHO

Pentose Furfural

CH2OH CH2OH

HO C C Orcinol

HO C H H+ H C
O Produtos de condensação
O 3H2O + azul-esverdeados
H C OH H C

H C

CH2OH CHO

Frutose hidroximetilfurfural

Esquema 5 – Reação de formação do furfural e hidroximetilfurfural.

As diferenças verificadas nas desidratações e nas decomposições ulteriores em meio ácido


e a quente, condicionam a diversidade de produtos e a consequente variação nas colorações obtidas,
que, não obstante, permitem distinguir um dos outros tipos de oses, como se refere no Tabela 2.

Tabela 2 – Reações clássicas das colorações das oses.

Positividade
Desidratantes Fenóis Designação
Cor Substâncias

OH

Vermelha ou
H2SO4 Todos os glícidos Reação de Molish
violeta

1-naftol

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OH

HCl Vermelha Cetoses e sacarose Reação de Seliwanoff


OH

2-Resorcinol ou meta-
-di-hidroxibenzeno

OH

Azul ou azul Pentoses e ácidos


HCl Reação de Bial
H3C OH esverdeado urónicos

Orcinol ou 1,3-di-
-hidroxi-5-metilbenzeno

OH

HCl Violeta Ácidos Urónicos Reação sw Tollen


OH

Nafto-resorcinol ou 1,3--
di-hidroxinaftaleno

Parte 1: Identificação das soluções inorgânicas desconhecidas

Laboratório de Biotecnologia 1 95
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III. Materiais e reagentes:

Materiais e Equipamentos Reagentes

 Tubos de ensaio pequenos  Solução de NaOH 0,5M


 Suporte para tubos de ensaio  Solução de AgNO3 0,1M
 Espátulas  Solução de NaBr 0,1M
 Balança analítica  Solução de KI 0,1M
 Agitadores magnéticos  Solução de NH4Cl 0,3M
 Placas de aquecimento  Solução de Na2SO4 0,5M
 Solução de Fe(NO3)3 0,1M

IV. Procedimento experimental:


1. Para misturar as soluções, colocar 5 a 10 gotas de uma das soluções num tubo de ensaio e de
seguida juntar gota a gota um volume igual de outra das soluções. Como a ordem de adição
pode alterar a natureza da reação poderá ser conveniente e experimentar também na ordem
inversa;
2. Registe os resultados nas tabelas indicadas no relatório;

Com base nas observações, identificar o máximo de soluções que seja possível. Mal comecem a ser
identificadas algumas das soluções poderemos usar essa informação para a identificação das
restantes. Por exemplo, podemos misturar 3 soluções diferentes ou misturar 1 gota ou 2 gotas de
um reagente com 1mL de outro. Se se planear bem, podemos chegar à conclusão de não ser
necessário experimentar todas as combinações binárias possíveis;

Laboratório de Biotecnologia 1 96
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Parte 2: Análise qualitativa de compostos orgânicos

III. Materiais e reagentes:

Materiais e Equipamentos Reagentes

 Tubos de ensaio  Reagente de Schiff  Glicose


 Pipetas  HCl concentrado,  Etanolamina
 Pipetas volumétricas HCl a 6 e 1mol/dm3  Dietilamina
 Banho-Maria  Ácido Periódico  Butanol
 Agitadores magnéticos 5g/dm3  Éter dietílico
 Placas de aquecimento  Fucsina básica  Solução A de
5g/dm3 Fehlinhg – Solução de
 Solução de sulfito de sulfato de cobre a
sódio 70g/dm3
 Formol 40%  Solução B de Fehling
 Glicerol – Solução de 100g de
 Solução de alanina hidróxido de sódio e 346g
50g/dm3 de Tartarato duplo de
 Solução de albumina Sódio e Potássio
bovina  Solução de 1-Naftol
 Amido 20g/dm3 em etanol.
 Solução de Ácido  Ácido glicurónico
nítrico a 2mol/dm3  Ácido Sulfúrico
 Solução de nitrito de 15mol/dm3
sódio a 100g/dm3  Solução de frutose
 Solução de 1-naftol 10g/dm3
 Solução de ácido  Solução de glicose
láctico 10g/dm3
 Acetato de etilo  Solução de Ribose
 Álcool isopropílico 10g/dm3
 Anilina  Solução de sacarose
 Etanol 10g/dm3

IV. Procedimento experimental:


1. Preparar a solução de 1-Naftol em meio alcalino:
a. Dissolver 0,7g de 1-Naftol em 70mL de solução de
hidróxido de sódio a 0,5mol/dm3.
2. Preparar a solução de 1-Naftol
a. Preparar 100mL de de solução 20g/dm3 em etanol.

Reação de Schiff e Método de PAS

3. Prepare duas séries de 7 tubos de ensaio.


4. Na primeira série, em cada tubo, coloque:
a. Formol
b. Glicerol

Laboratório de Biotecnologia 1 97
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c. Solução de Alanina
d. Solução de albumina bovina
e. Solução de clara de ovo
f. Solução de amido
g. Controlo
5. Faça o mesmo para a segunda série.
6. À primeira série junte uma gota de ácido Periódico
7. À segunda série junte uma gota de água.
8. Deixe em repouso durante 5 minutos.
9. Junte uma gota de reagente de Schiff a todos os tubos.
10. Anote os resultados

Diazotização das aminas.

11. Dissolver cerca de 20mg (uma gota), das seguintes substâncias em cerca de 3mL de HCl a
1mol/dm3:

a. Etanolamina
b. Anilina
c. Trietilamina

12. Lentamente adicione 2 mL de Nitrito de Sódio. Observe a libertação de gás


13. Adicione a cerca de 1 mL da solução anterior, 2 mL de solução de α-Naftol. Observe a
formação de um composto corado.
14. Quando se utiliza a anilina, o composto corado é solúvel em 1mL Acetato de Etilo

Poder redutor

15. Preparar cinco tubos de ensaio.


16. Colocar 1mL da solução de Fehling em cada um dos tubos de ensaio.
17. Aquecer um dos tubos de ensaio.
18. Em cada um dos outros tubo colocar duas a três gotas das seguintes soluções:
a. Solução de frutose 10g/dm3
b. Solução de glicose 10g/dm3
c. Solução de Ribose 10g/dm3
d. Solução de sacarose 10g/dm3
19. Aquecer os tubos de ensaio novamente.
20. Anote os resultados.

Laboratório de Biotecnologia 1 98
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Medicinal

Reações de produtos desidratados das oses com fenóis – Reação de Molish


21. Preparar 4 tubos de ensaio.
22. Em cada tubo de ensaio colocar 4 gotas de uma das soluções referidas no ponto 18 acima e 4
gotas da solução de Naftol.
23. Misture bem.
24. Junte com cuidado cerca de 8 gotas de ácido sulfúrico (deixe escorrer pelas paredes do tubo).
25. Observe o aparecimento de um anel, caso seja positivo.
26. Agite para misturar as duas fases. Anote os resultados.

Laboratório de Biotecnologia 1 99
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Medicinal

Relatório 8. Análise qualitativa de compostos inorgânicos e


orgânicos

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

Parte 1: Identificação das soluções inorgânicas desconhecidas

Na tabela abaixo indicada escreva as equações que são esperadas para cada par de soluções
misturadas. Anote qualquer mudança de cor que seja esperada ou de formação de gases com odores
característicos. Anote também se é esperada alguma reação de precipitação ou não, ou se é esperada
alguma de oxidação-redução. Para as reações de precipitação procure e registe o valor da
solubilidade de qualquer composto insolúvel que se forme.

Laboratório de Biotecnologia 1 100


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Medicinal

Tabela 2: Esquematização das observações no laboratório

_______

_______

_______

_______

_______

_______

Laboratório de Biotecnologia 1 101


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Medicinal

Tabela 2: Classificação das reações observadas

Soluções misturadas Reação Classificação

Identificação das soluções:

Número da solução Identificação

4 – Discussão/Conclusão

Laboratório de Biotecnologia 1 102


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Laboratório de Biotecnologia 1 103


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Parte 2: Análise qualitativa de compostos orgânicos

1 – Reação de Schiff e Método PAS

Amostra Série 1 Resultados

Laboratório de Biotecnologia 1 104


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Amostra Série 2 Resultados

4 – Diazotização das aminas

Amostra Resultados

Laboratório de Biotecnologia 1 105


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5 – Poder Redutor

Amostra Resultados

6 – Reações de produtos de desidratação com fenóis – Reação Molish

Amostra Resultados

Laboratório de Biotecnologia 1 106


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7 – Discussão/Conclusão

8 – Questionário

8.1 – Em que grupo se transforma o aldeído ao sofrer oxidação?

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________

8.2 – O método PAS é muito usado em histoquímica, para revelar a presença de que tipo de
compostos?

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________

Laboratório de Biotecnologia 1 107


|Biotecnologia
Medicinal

8.3 – Em que grupo se transforma o álcool ao sofrer oxidação?

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________

8.4 – Na diazotização das aminas, as aminas são oxidadas ou reduzidas? Justifique.

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________

8.5 – No teste do poder redutor, porque é que se aqueceu um tubo de ensaio apenas com o Licor de
Fehling?

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________

8.6 – Nos últimos dois testes (Poder redutor e Reação de Molish), quais as diferenças entre os
diversos açucares utilizados?

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________

Laboratório de Biotecnologia 1 108


|Biotecnologia
Medicinal

9. Ferramentas de design molecular e


plataformas de pesquisa avançada

I. Objectivos:
Conhecer plataformas de pesquisa simples e avançada

Conhecer ferramentas de design molecular.

II. Introdução teórica


Em investigação, as plataformas de pesquisa são fundamentais pois permitem a partilha
de bases de dados que comprimem milhares de estudos científicos, ficando a par das últimas
descobertas em qualquer parte do mundo. Qualquer que seja a área, molécula ou patologia, as
plataformas de pesquisa permitem acompanhar a comunidade científica, promovendo a conquista
de obstáculos e melhor compreensão do passado, presente e futuro, quer a micro- ou macro-
dimensão. A plataforma NCBI (National Center for Biotechnology Information) é uma plataforma
que permite pesquisa simples ou avançada, na área da biotecnologia, da biomédica à genómica,
comprimindo centenas de milhares de estudos de todas as partes do mundo.

Em design molecular, o uso de ferramentas avançadas de design permite expor ou


demonstrar, com rigor científico, conhecimentos adquiridos ou novas descobertas.

Neste trabalho iremos usar a plataforma NCBI como plataforma de pesquisa e o ChemDraw
como ferramenta de design molecular para estudar a molécula da cafeína.

A cafeína, de nome IUPAC 1,3,7-trimetil-2,6-dioxopurina e fórmula molecular C8H10N4O2,


é o composto do grupo das xantinas que mais atua sobre o sistema nervoso central, atuando ainda
sobre o metabolismo basal e produção de suco gástrico. É facilmente encontrado em produtos
naturais como o chá e o café e consumido globalmente e essencialmente como estimulante.

Laboratório de Biotecnologia 1 109


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Medicinal

III. Materiais e reagentes:


Computador com acesso à internet e programa ChemDraw 12.0

IV. Procedimento experimental:


1. Abra o programa ChemDraw e explore as ferramentas 2D e 3D; Usando as ferramentas
desenhe a molécula da cafeína em diferentes formatos e perspetivas.
2. Aceda à internet e, no motor de busca, insira o link PubMed. Neste, pesquise artigos
relacionados com a cafeína, explorando a base de dados. Escolha um artigo para redigir um
resumo sucinto do mesmo.

Laboratório de Biotecnologia 1 110


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Relatório 10. Ferramentas de design molecular e


plataformas de pesquisa avançada

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

1. Desenho da molécula de cafeína por ChemDraw

2. Resumo do artigo

Laboratório de Biotecnologia 1 111


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10. Determinação de compostos de azoto

I. Objetivos

 Determinação de nitratos em amostras de água;


 Compreensão do método espectrofotométrico.

II. Introdução teórica


O maior reservatório de azoto é a atmosfera, sendo este elemento cerca de 79% da composição
total. É indispensável aos seres vivos, uma vez que é parte integrante das biomoléculas –
aminoácidos, proteínas e ácidos nucleicos.

A água possui, geralmente, compostos de azoto dissolvidos, que podem ter origem natural ou serem
provenientes da atividade humana.

O azoto com origem natural provém de erupções vulcânicas, da fixação biológica por ação de
microrganismos específicos e da fixação não biológica, que ocorre no momento das descargas
elétricas originadas por tempestades com trovoadas.

A atividade humana pode provocar um grande aumento da quantidade de azoto dos meios
aquáticos, através da precipitação (devido à existência de poluentes atmosféricos), de poeiras, de
escorrimentos de águas ao longo de solos agrícolas ou urbanos, e das águas residuais domésticas e
industriais.

O excesso de azoto em meios aquáticos naturais origina um desequilíbrio no ecossistema


(eutrofização), levando ao desenvolvimento descontrolado de algas e plantas, à diminuição de
oxigénio dissolvido e ainda a problemas de toxicidade.

O principal motivo para a presença de compostos de azoto nas águas poluídas é a poluição orgânica.
No entanto, atualmente, outro grande motivo prende-se com a poluição atmosférica, proveniente
da emissão de gases (NOx) dos veículos motorizados.

O azoto pode existir em diferentes estados de oxidação:

NH 3  N 2  N 2O  NO  N 2O3  NO 2  N 2O5

Laboratório de Biotecnologia 1 112


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Figura 1: O ciclo do azoto

As formas com maior destaque na composição da água são os nitratos (NO3-), os nitritos (NO2-), o
azoto amoniacal (NH4+) e o azoto orgânico. Estas diferentes formas constituem o azoto total de
uma água, variando apenas as proporções de cada uma das formas, dependendo da proveniência
da água.

O ciclo normal, por ordem de idades e grau de oxidação do azoto é:

Azoto orgânico → Azoto amoniacal → Óxidos de azoto (nitratos e nitritos)

O azoto presente em águas poluídas recentes é combinado, principalmente, em matéria proteica e


ureia. A decomposição, através das bactérias, é rápida e transforma essa forma em azoto amoniacal
(NH4OH). A “idade” de um efluente é determinada pela quantidade relativa de azoto amoniacal
presente. Num ambiente aeróbio, as bactérias podem oxidar o azoto amoniacal a nitritos e nitratos.

Laboratório de Biotecnologia 1 113


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Medicinal

A predominância de nitratos nos efluentes indica que este foi estabilizado, relativamente à carência
de oxigénio.

Os nitritos são instáveis e facilmente oxidados a nitratos. Apesar de estarem presentes em baixas
concentrações, os nitritos podem ser muito importantes em estudos de poluição de águas ou
efluentes, uma vez que são extremamente tóxicos para a maioria dos peixes e outras espécies
aquáticas.

Os nitratos são a forma mais oxidada do azoto encontrada nas águas e são mais estáveis que os
nitritos, aparecendo, normalmente, em quantidades mais elevadas. Em águas superficiais, os
nitratos ocorrem em pequenas quantidades, atingindo valores mais elevados para águas
subterrâneas. Nas águas residuais, é normal encontrarem-se pequenas quantidades de nitratos,
exceto se estas tiverem origem em efluentes com tratamento biológico. As águas de abastecimento
que apresentem grandes quantidades de nitratos podem causar meta-hemoglobinémia nas
crianças.

A nível analítico, os nitratos podem ser determinados pelo método do elétrodo ou por métodos
espetrofotométricos, entre os quais o método espetrofotométrico no UV, redução prévia com zinco,
redução prévia com cádmio, ácido fenoldissulfónico, etc.

Espetrofotometria

A espetrofotometria designa um método de análise baseado em medidas de absorção de radiação


eletromagnética. A técnica está restrita a uma pequena região de comprimento de radiação
eletromagnética, que corresponde à luz visível ou UV: faixa entre, aproximadamente, 200 e 700 nm
(1 nanómetro = 10-9 metro, 700 nm = 0,7 µm).

Os comprimentos de onda que uma certa substância absorve são característicos da sua estrutura.
Assim, cada substância tem um espetro de absorção característico, podendo a identificação de
substâncias ser feita a partir da espetrofotometria.

Uma vez conhecido o espetro de absorção de uma dada substância, pode também conhecer-se a
quantidade em que essa substância se apresenta em solução. Esta determinação é realizada através
da medida da intensidade de luz que atravessa a amostra.

Laboratório de Biotecnologia 1 114


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Figura 2: Representação da absorção de radiação

Lambert estudou a transmissão de luz por sólidos homogéneos. Beer estendeu o trabalho de
Lambert ao estudo de soluções. Podem-se apresentar as conclusões dos dois investigadores na
forma de uma lei, que se designa Lei de Lambert-Beer.

Através dessa lei podem relacionar-se intensidades de radiação incidente e emergente com as
concentrações das substâncias presentes em solução. Para o efeito, consideram-se desprezáveis os
efeitos de reflexão, refração e espalhamento da radiação. A radiação incidente deve ser
monocromática, ou seja, conter apenas um comprimento de onda.

Na Figura 2, I0 e I são, respetivamente, as intensidades da radiação incidente e transmitida pela


amostra. Muitas vezes, a intensidade de radiação transmitida decai exponencialmente com o
percurso ótico (l na Figura 2) e com o aumento da concentração, c.

I  I 0 10  lc

Na expressão acima, c corresponde à concentração da substância presente em solução, l


corresponde ao percurso ótico e ε corresponde ao coeficiente de extinção molar, que é um fator
característico da substância absorvente (e solvente) e depende do comprimento de onda da
radiação.

A grandeza medida experimentalmente é a transmitância (T), que corresponde à razão entre a


intensidade da radiação incidente e transmitida:

T  I /I0

A lei de Lambert-Beer assume, então, a forma:

T  10 lc

A absorvância é definida como:

A   log10 T

Assim, em relação à absorvância, a lei de Lambert-Beer assume a forma:

   10 lc 
A   log10 T  log10 1  log10
T

Logo:

A   lc

Laboratório de Biotecnologia 1 115


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Medicinal

Nas condições da validade da lei de Lambert-Beer, a absorvância é uma quantidade proporcional à


concentração. O espetrofotómetro torna-se um medidor de concentração seletivo para cada
substância, através da relação c  A /  l .

De um modo geral, para uma solução de uma determinada substância, num determinado solvente,
analisada a um dado comprimento de onda, pode traçar-se uma curva de absorvância, A, em função
da concentração, c. A partir dessa curva será possível determinar a concentração de qualquer
amostra dessa solução.

Laboratório de Biotecnologia 1 116


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III. Materiais e reagentes


Materiais e Equipamentos Reagentes

Funis Nitrato de potássio


Balões volumétricos de 1000, 100 e 50 mL Água destilada
Matrazes de 250 mL Água a analisar
Provetas
Espectrofotómetro e acessórios
Papel de filtro

IV. Procedimento experimental

Parte 1: Colheita de amostras

1. As amostras devem ser recolhidas em frascos pyrex ou de plástico;


2. As amostras que não forem analisadas imediatamente podem ser preservadas por 24 horas pela
adição de H2SO4 até pH<2 e refrigeração a 4 ˚C;
3. Ligar o espetrofotómetro;
4. Ajustar o comprimento de onda desejado (220 nm);
5. Ajustar o zero do aparelho;
6. Encher meia célula com branco (água destilada) e fechar a tampa;
7. Ajustar a absorvância.

Parte 2: Análise espetrofotométrica

1. Preparar 1000 mL de solução de nitrato de potássio, dissolvendo 0,1629 g deste composto puro
em água destilada;
2. Pipetar 10,00 mL da solução preparada para um balão volumétrico de 100,0 mL e aferir. Esta
solução contém 1,0x10-5 g de ião nitrato por mL de solução;
3. Pipetar 0,5 mL; 1,0 mL; 2,5 mL e 5,0 mL da solução preparada em 2 para cada um dos balões de
50,0 mL e aferir;
4. Exprimir a composição das soluções preparadas (soluções-padrão de nitratos) em mgNO3-/dm3;
5. Ler, a 220 nm, a absorvância das soluções preparadas no ponto 3;
6. Fazer a leitura da amostra. Caso o valor de absorvância obtido se encontre fora do intervalo das
soluções padrão, diluir a amostra;

7. Traçar o gráfico da absorvância em função dos padrões de nitrato de potássio ( Abs  f  NO 



3

);
8. Determinar a concentração em nitratos da amostra por leitura no gráfico traçado.

Laboratório de Biotecnologia 1 117


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Relatório 10. Determinação de compostos de azoto

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

1. Identificação da amostra:

Identificação da amostra: _____________


Data de recolha:___/___/___

2. Preparação das soluções padrão de nitrato:

Solução de KNO3 1,0x10-5 gNO3-/mL:

Massa de KNO3: __________g

Volume da solução: ___________mL

Volume de KNO3 (1,0 x 10-5 gNO3-/mL)


Padrão Concentração obtida / (mgNO3-/dm3)
/mL

Laboratório de Biotecnologia 1 118


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Laboratório de Biotecnologia 1 119


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3. Análise espectrofotométrica

Comprimento de onda: __________nm

Percurso ótico das cuvetes: ___________cm

Padrão Absorvância

Amostra

Concentração de nitratos presente na amostra: _________ mgNO3-/dm3

3.1. Apresente o gráfico Abs = f (|NO3-|)

Laboratório de Biotecnologia 1 120


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Cálculos

DISCUSSÃO/CONCLUSÃO

Laboratório de Biotecnologia 1 121


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11. Ácido benzoico: purificação de


substâncias por cristalização e por
extração reativa.

I. Objetivos
 Conhecer técnicas de separação de substâncias;
 Conhecer as propriedades dos compostos e utilizá-las para a sua purificação;
 Compreender quais as características que um solvente para cristalização deve ter.

II. Introdução

Purificação por cristalização

Muitos compostos orgânicos apresentam impurezas, sendo muitas vezes necessário proceder à sua
purificação. A cristalização é a operação mais frequentemente utilizada para purificar compostos
sólidos. Apesar de frequente é, por vezes, difícil de executar, consistindo essencialmente na
dissolução do sólido a purificar num solvente apropriado, à temperatura de ebulição, seguida de
filtração da solução a quente para a remoção de partículas insolúveis e de posterior promoção da
cristalização do composto puro por arrefecimento da solução filtrada.

Para que a purificação por cristalização seja bem-sucedida, é essencial a escolha de um solvente
adequado. Esta escolha deverá satisfazer as seguintes condições:

a) Dissolver a substância muito mal a frio e muito bem a quente;


b) Dissolver as impurezas ou muito bem ou muito mal;
c) Originar cristais bem formados e não gomas ou óleos;
d) Deve ser de fácil remoção dos cristais;
e) Não deve reagir quimicamente com o composto a purificar.

Na primeira parte deste trabalho ir-se-á fazer a escolha do melhor solvente para purificar um
composto, atendendo às condições descritas anteriormente e na segunda parte iremos purificar
esse composto com o solvente escolhido.

Purificação por extração reativa

Neste trabalho ir-se-á fazer a purificação de uma amostra de ácido benzoico que se presume
contaminada por outra substância. A purificação será efetuada recorrendo a uma extração reativa

Laboratório de Biotecnologia 1 122


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que consiste na separação de um constituinte de uma mistura por utilização de um solvente


seletivo.

A extração líquido-líquido é um método comum na purificação de compostos, e pode ser realizada


de forma a tornar possível uma extração diferencial e seletiva de compostos semelhantes, tirando
partido das ligeiras diferenças que estes possam apresentar ao nível das suas propriedades químicas
(por exemplo ácido-base). Por exemplo, o ácido benzoico tem uma solubilidade em água de
0,34g/100cm3, mas se for convertido no respetivo sal sódico (benzoato de sódio) a solubilidade
aumenta para 50g/100cm3. Esta alteração da solubilidade irá permitir a purificação do ácido
benzoico, quando ele se encontra contaminado por substâncias muito pouco solúveis em água.

Dissolve-se então a amostra a purificar em éter e adiciona-se à solução obtida uma solução aquosa
de hidrogenocarbonato de sódio. O ácido benzoico reagirá com o hidrogenocarbonato (reação de
ácido-base) formando benzoato de sódio, composto muito solúvel em água, e libertando dióxido
de carbono. O éster, muito pouco solúvel em água, tenderá a permanecer na camada do éter. A
reação descrita é representável pela seguinte equação química:

C6H5COOH (s) + NaHCO3 (aq)  C6H5COONa (aq) + CO2 (g) + H2O (l)

Se a extração for suficientemente eficaz cada composto ficará na sua camada, e se estas estiverem
separadas, os compostos estarão separados também. Na prática, no entanto, verifica-se a
necessidade de repetir o processo várias vezes para que se obtenha uma purificação eficiente.

Em seguida, será necessário recuperar o ácido benzoico da camada aquosa. Para tal, acidifica-se a
solução com um ácido forte, o que levará à precipitação do ácido benzoico purificado, reação
representada pela seguinte equação química:

C6H5COONa (aq) + H+ (aq)  C6H5COOH (s) + Na+ (aq)

Anexos

Laboratório de Biotecnologia 1 123


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Fig. 1 Montagem para as filtrações. Em cima, preparação do filtro de pregas e esquema de filtração
por gravidade. Em baixo, esquema da filtração a pressão reduzida.

NOTA: Não se esqueça de trazer para a aula um esquema das operações que vai realizar durante a
execução do trabalho prático.

Laboratório de Biotecnologia 1 124


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Fig. 2 Esquema da extração líquido-líquido

Laboratório de Biotecnologia 1 125


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Tabela 3 – Características físicas de alguns solventes usados em cristalização

Nome Fórmula p. e./ºC Inflamabilidade Toxicidade

Água H2O 100 Não Não

Etanol C2H5OH 78 Sim Não

Metanol CH3OH 65 Sim Sim

Propanona CH3COCH3 56 Sim Não

Clorofórmio CHCl3 61 Não Sim

Tetracloreto de carbono CCl4 77 Não Sim

Acetato de etilo CH3COOC2H5 77 Não Sim

Benzeno C 6 H6 81 Sim Sim

Ác. Acético (glacial) CH3COOH 118 Não Sim

Éteres de petróleo 40-60 Sim Não

(ligroína) 60-80 Sim Não

80-100 Sim Não

100-120 Sim Não

Éter dietílico C2H5OC2H5* 35 Sim Sim

Sulfureto de carbono CS2* 46 Sim Sim

Piridina 116 Sim Sim

Tetrahidrofurano 65 Não Sim


O

p-dioxano O O 102 Sim Sim

N,N-dimetilformamida
HC CH3 153 Não Sim
N
CH3

Acetonitrilo CH3CN 82 Sim Sim


Pontos de ebulição à pressão de 1 atm
* Estes solventes formam misturas explosivas com o ar

Laboratório de Biotecnologia 1 126


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1ª parte: Purificação do ácido benzoico por cristalização


Materiais e Reagentes

Balança Papel de filtro

Bomba de vácuo Placa de aquecimento

Borracha de adaptação para funil Proveta

Estufa Vareta de vidro

Funil de Büchner Vidro de relógio

Funil de vidro Substância a cristalizar

Kitasato Solventes para cristalização

Matraz

Procedimento experimental

Escolha dos solventes para cristalização

Atendendo às regras descritas, escolha o melhor solvente para cristalizar a substância a purificar.
Aconselha-se a consulta da tabela nº 1 e o registo de resultados num quadro como o que se segue:

Tabela 1: Quadro exemplo

Dissolução
Solvente Cristalização
A frio A quente

Água N S S

Etanol S - -

Metanol N S N

Etc. Etc. Etc. Etc

Laboratório de Biotecnologia 1 127


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Parte 2: Purificação por cristalização


Depois de escolhido o solvente, siga o seguinte procedimento:

1. Pesar num vidro de relógio cerca de 0,5 g do composto a purificar. Anote o peso da amostra.
2. Transferir o composto para um matraz de 100 mL e adicionar uma pequena quantidade de água
(30 mL, medida com uma proveta).
3. Preparar um filtro de pregas e colocá-lo, juntamente com o funil de vidro, na estufa.
4. Aquecer a mistura na placa de aquecimento, se a substância não se dissolver por completo, será
necessário adicionar mais água (novamente tomar nota do volume adicionado) e voltar
aquecer.
5. Após a dissolução completa do composto, retirar o matraz da placa de aquecimento.
6. Seguidamente filtrar a solução para outro matraz, utilizando o funil e o filtro de pregas
preparado anteriormente.
7. Após a filtração, deixar a solução em repouso, se a quantidade de solvente utilizada não foi
exagerada, deverão surgir os primeiros cristais. Colocar o matraz num banho de gelo e deixar
passar o tempo necessário para a completa cristalização do produto (~15 min).
8. Filtrar sob pressão reduzida os cristais obtidos, utilizando o funil de Büchner e um kitasato
ligado a um sistema de vácuo.
9. Lavar os cristais obtidos com pequenas quantidades de água destilada fria (2x), molhando
uniformemente os cristais. Deixar secar os cristais por sucção.
10. Colocar o filtro a secar por completo na estufa. Este deve ser pesado para que se possa
determinar o rendimento da purificação.

massa do produto cristalino


Rendimento   100
massa do produto bruto

Laboratório de Biotecnologia 1 128


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2ª parte: Purificação do ácido benzoico por extração


reativa
III. Materiais e reagentes

Materiais e Equipamentos Reagentes

Borracha de adaptação para o funil de Ácido benzóico


Büchner
Éter dietílico
Funil de separação
HCl (solução concentrada)
Funil de Büchner
NaHCO3 (solução aquosa a 5%)
Funil de vidro

Kitasato

Matraz

Papel de filtro

Proveta

Suporte de argola para o funil de


separação

Vidro de relógio

IV. Procedimento experimental


1. Verificar o estado do funil de separação: se a torneira não apresenta fugas e se está corretamente
lubrificada.
2. Pesar cerca de 1 g de ácido benzoico impuro e, utilizando um gobelé, dissolver o ácido em 25
mL de éter.
3. Utilizando um filtro de pregas, filtrar a solução que preparou diretamente para o funil de
separação.
4. Adicionar à solução anterior 10 mL de uma solução aquosa de NaHCO3 a 5%. Segurando o funil,
como foi indicado no princípio da aula (a mão esquerda na rolha e a direita na torneira,
mantendo-o invertido), agitar bem, não esquecendo a necessidade de abrir a torneira várias
vezes durante a operação de agitação, para que se possa libertar o CO 2 formado durante a
reação.

Laboratório de Biotecnologia 1 129


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5. Pousar o funil no suporte, destapar e observar a formação de 2 camadas distintas. Separar a


camada aquosa para um matraz.
6. Lavar novamente a camada orgânica com 10 mL de solução aquosa de NaHCO3. Repetir os
passos 5 e 6. Juntar a nova fração aquosa à que foi recolhida anteriormente.
7. Repetir o passo 6.
8. Despejar a camada orgânica num reservatório de “resíduos”.
9. Adicionar à fração aquosa 10 mL de uma solução aquosa de HCl 6 mol/L, verificar a formação
de um precipitado. Identificar o composto precipitado.
10. Filtrar a pressão reduzida.
11. Secar em estufa o produto obtido e pesar.
12. Calcular o rendimento da extração.

Laboratório de Biotecnologia 1 130


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Relatório 11. Ácido benzoico: purificação de substâncias por


cristalização e por extração reativa

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

I. RESULTADOS
1ª parte: Purificação do ácido benzoico por cristalização
1.1 Apresente os compostos utilizados e as respetivas fórmulas químicas:

1.2 Registe os dados na tabela seguinte:

Massa de composto a purificar

Quantidade de solvente utilizado

Quantidade obtida de produto


puro

Rendimento da purificação

Laboratório de Biotecnologia 1 131


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1.3 Apresente todos os cálculos realizados:

2ª parte: Purificação do ácido benzoico por extração reativa


1. Apresente os compostos utilizados e as respetivas fórmulas químicas:

2. Registe os dados na tabela seguinte:

Massa de composto a purificar


Quantidade de solvente
utilizado
Quantidade obtida de produto
puro
Rendimento da purificação

Laboratório de Biotecnologia 1 132


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3. Apresente todos os cálculos realizados:

DISCUSSÃO/CONCLUSÃO

Laboratório de Biotecnologia 1 133


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QUESTIONÁRIO

1. Explique a finalidade da filtração a quente e a razão pela qual é aconselhado o uso de um funil
de haste curta nesta operação.

2. Explique a finalidade da filtração sob pressão reduzida e compare-a com a filtração a quente
em termos do tipo de impurezas que se elimina numa e noutra operação.

3. A massa de ácido benzoico que vai pesar no fim do trabalho estará aproximada por excesso ou
por defeito? Justifique.

4. Qual a finalidade da colocação do funil e do filtro na estufa?

5. Se uma solução aquosa for tratada com cada um dos solventes presentes na tabela 1, indique
qual fase (superior ou inferior) será a orgânica.

Laboratório de Biotecnologia 1 134


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Tabela 1: Solventes.

Solvente Densidade (g.mL-1)

Água 1,000

Éter etílico 0,710

Clorofórmio 1,480

Acetona 0,788

Hexano 0,659

Benzeno 0,876

6. Pode usar-se etanol para extrair uma substância que se encontra dissolvida em água? Justifique
sua resposta.

Laboratório de Biotecnologia 1 135


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12. Equilíbrio ácido base na homeostasia.


Papel dos sistemas respiratório e renal na
manutenção do pH no corpo.

I. Objetivos:
Identificar o intervalo normal de pH no sangue humano;

Definir estado de acidose e alcalose e explicar a diferença entre acidose e alcalose


respiratória e acidose e alcalose metabólica;

Explicar as causas da acidose e alcalose metabólica e como o sistema respiratório compensa


estes desequilíbrios;

Explicar as causas da acidose e alcalose respiratória e como o sistema renal compensa estes
desequilíbrios;

II. Introdução teórica


A manutenção do pH corporal constitui um dos equilíbrios biológicos mais importantes e
é regulado de forma a manter o sangue e fluidos dentro de um intervalo restrito de pH,
normalmente entre 7,35 e 7,45. Em condições patológicas já foram detetados valores tão baixos
como 6,9 e tão altos como 7,8. Valores mais baixos ou mais altos que estes últimos, respetivamente,
não são compatíveis com a vida humana.

O intervalo [7,35; 7,45] é um intervalo bastante pequeno, quando consideradas as inúmeras


reações bioquímicas que ocorrem constantemente no organismo, e das quais resulta uma grande
quantidade de H+ produzido. Para manter a homeostasia do pH o corpo utiliza sistemas tampão,
tanto químicos como fisiológicos, que compensam o H+ produzido. Neste trabalho focar-se-á os
sistemas tampão fisiológicos. No entanto, os sistemas tampão químicos são os que atuam mais
rapidamente de forma compensatória devolvendo ao organismo os níveis normais de pH em frações
de segundos.

Os dois principais sistemas tampão fisiológicos no organismo são o sistema renal e


respiratório. O sistema renal é o mais lento dos dois, podendo demorar desde horas a dias para
normalizar um desequilíbrio. O sistema respiratório atua geralmente em minutos. No entanto não

Laboratório de Biotecnologia 1 136


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tem a mesma capacidade que o sistema renal de transportar H +. Estes sistemas atuam no pH
corporal controlando a saída de ácido, bases e dióxido de carbono do organismo. Por exemplo,
quando há excesso de ácido no organismo, o sistema renal compensa excretando mais H+ pela urina.
Do mesmo modo que, aquando de excesso de dióxido de carbono no sangue, o sistema respiratório
pode eliminar este excesso por aumento de atividade respiratória. Os níveis de dióxido de carbono
têm efeito direto no pH porque a sua presença no sangue gera formação de H+, segundo a equação:

CO2 + H2O ↔H2CO3 ↔H+ + HCO3- (equação 1)

Acidose e alcalose

As alterações do equilíbrio ácido-base dão-se para valores de pH abaixo de 7,35 ou acima de


7,45. Quando o pH está abaixo de 7,35, diz-se que o organismo se encontra num estado de acidose.
Para valores de pH acima de 7,45, o organismo encontra-se em estado de alcalose.

Acidose e alcalose respiratórias resultam de excesso ou falta, respetivamente, de dióxido de


carbono no sangue.

A acidose respiratória é o resultado de uma respiração diminuída, ou hipoventilação, que


conduz à acumulação de dióxido de carbono no sangue. Causas desta diminuição respiratória
incluem obstrução das vias respiratórias, depressão do centro respiratório no tronco encefálico,
doença pulmonar ou sobredosagem de drogas. Da acumulação de dióxido de carbono no sangue
resulta o aumento de ácido carbónico, que por sua vez se reflete num aumento de H + (equação 1),
baixando o pH do sangue.

Alcalose respiratória é o estado atribuído a uma deficiência nos níveis de dióxido de carbono.
Fatores que promovem esta condição incluem ambientes de ar rarefeito, típico de altitude elevada,
e hiperventilação, aquando de ansiedade e/ou febre. A hiperventilação elimina demasiado dióxido
de carbono do sangue, promovendo um aumento do pH do mesmo.

Acidose e alcalose metabólicas representam todas as outras condições de desequilíbrio de H + (os


que não resultam de problemas no sistema respiratório). O aumento ou diminuição do
metabolismo basal normal também pode dar origem a acidoses ou alcaloses partindo da mesma
equação química (equação 1).

Um aumento do metabolismo origina um aumento da produção de dióxido de carbono, resultando


na diminuição do pH plasmático. A formação de corpos cetónicos e dos ácidos: fosfórico, úrico e
láctico também se acumulam com o aumento do metabolismo. Inversamente, a diminuição do
metabolismo implica a diminuição dos compostos supramencionados, resultando num aumento
do pH no sangue. S causas do aumento do metabolismo basal pode ter múltiplos fatores, como a

Laboratório de Biotecnologia 1 137


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temperatura corporal e a ingestão de alimentos, bem como causas mais graves como doença de
Crohn.

A acidose metabólica caracteriza-se por baixa concentração de H+ e HCO3- no sangue e as causas


incluem:

 Cetoacidose, uma acumulação de cetoácidos que podem resultar da patologia diabetes


mellitus;
 Envenenamento por salicilato, uma intoxicação resultante da ingestão excessiva de aspirina
ou óleo de Gaulteria;
 Diarreia, que dá lugar a perdas de hidrogenocarbonato por eliminação do conteúdo
intestinal;
 Ingestão excessiva de álcool, que é metabolizado a ácido acético;
 Exercício vigoroso, que pode causar acumulação de ácido láctico devido ao metabolismo
anaeróbio muscular.

A alcalose metabólica caracteriza-se por alta concentração de H+ e HCO3- no sangue e as causas


incluem:

 Ingestão de antiácidos ou bicarbonatos;


 Vómito, que pode originar perda de H+;
 Prisão de ventre, que pode levar à reabsorção de níveis elevados de HCO 3-;

Este trabalho será dividido em 3 grupos de atividades. No primeiro grupo de atividades ir-
se-á centrar nas acidoses e alcaloses respiratórias. No segundo grupo ir-se-á averiguar como o
sistema renal compensa as acidoses e alcaloses respiratórias e no terceiro grupo ir-se-á estudar as
acidoses e alcaloses metabólicas.

Laboratório de Biotecnologia 1 138


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III. Materiais e reagentes:


Computador

IV. Procedimento experimental:


No menu principal, selecione Acid/base Balance. Na barra superior de opções, em “Experiment”
encontram-se as 3 experiências associadas ao primeiro grupo de atividades.

Atividades 1 a 4:

Por defeito está automaticamente selecionada a primeira atividade, “respiratory acidosis and
alkalosis”. Aparecerá a tela representada na figura 1.

Figura 1: tela associada às experiencias sobre alcalose e acidose respiratórias.

À esquerda encontra-se um simulador de pulmões, conectados por um tubo em formato de Y


invertido. O ar flui dentro e fora simulando as vias respiratórias dos pulmões. A plataforma abaixo
dos pulmões, em forma de barra negra simula o diafragma e o tubo, em forma de U, contém um
líquido vermelho, simula o sangue que atravessa os pulmões. No conto superior esquerdo encontra-
se um potenciómetro que mede a acidez do sangue ao longo da experiência.

À direita encontra-se um osciloscópio que mostra os volumes respiratórios. Estes volumes


respiratórios (volumes de ar respirados) estão em litros por segundo. Abaixo do osciloscópio estão
3 padrões de respiração, respiração normal, hiperventilação e respiração do ar expirado, e ao

Laboratório de Biotecnologia 1 139


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lado direito destes estão 3 indicadores de dados relacionados com a pressão parcial de dióxido
de carbono.

Cada experiência deste primeiro grupo de atividades inicia-se clicando no botão “start”

Atividade 1

1. Clique em start para iniciar a experiência. Por defeito o padrão de respiração normal
encontra-se selecionado. Repare que o osciloscópio apresenta medição ao longo de 60
segundos enquanto o potenciómetro lê o pH do sangue que circula os pulmões. Aponte o
valor de pH aos 20, 40 e 60 segundos. Findos os 60 segundos, clique em record data para
avaliar as medições efetuadas pelos dois aparelhos (osciloscópio e potenciómetro). Clique
em “clear tracings” se desejar limpar o gráfico do osciloscópio para as experiencias
seguintes.

Atividade 2a

2. Clique em start. Deixe o osciloscópio fazer a leitura durante 10 segundos e depois clique
em hiperventilação. Repare nas alterações de leitura do potenciómetro e dos valores de
pressão para o dióxido de carbono. Anote os valores de pH para os 20, 40 e 60 segundos.
Findos os 60 segundos, clique em record data para avaliar as medições efetuadas pelos dois
aparelhos (osciloscópio e potenciómetro). Clique em “clear tracings” se desejar limpar o
gráfico do osciloscópio para as experiencias seguintes.

Atividade 2b

3. Clique em start. Deixe o osciloscópio fazer a leitura durante 10 segundos e depois clique
em hiperventilação. Deixe passar mais 10 segundos e clique em respiração normal. Repare
nas alterações de leitura do potenciómetro e dos valores de pressão para o dióxido de
carbono. Findos os 60 segundos, clique em record data para avaliar as medições efetuadas
pelos dois aparelhos (osciloscópio e potenciómetro). Clique em “clear tracings” se desejar
limpar o gráfico do osciloscópio para as experiencias seguintes.

Atividade 3

4. Clique em start. Deixe o osciloscópio fazer a leitura durante 10 segundos e depois clique
em respirar o ar expirado (rebreathing). Repare nas alterações de leitura do potenciómetro
e dos valores de pressão para o dióxido de carbono. Anote os valores de pH para os 20, 40
e 60 segundos. Findos os 60 segundos, clique em record data para avaliar as medições
efetuadas pelos dois aparelhos (osciloscópio e potenciómetro).

Laboratório de Biotecnologia 1 140


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Em “Experiment” selecione um novo grupo de atividades: compensação do sistema renal. Neste


grupo de atividades ir-se-á estudar como o sistema renal compensa a acidose e a alcalose
respiratórias. Aparecerá a tela representada na figura 2. A variável principal será a pressão parcial
de dióxido de carbono (P CO2 ) e ir-se-á observar como a variação deste parâmetro afeta o pH e
concentração de ião hidrogenocarbonato na urina.

Figura 2: tela associada às experiencias sobre compensação do sistema renal em situação de alcalose e acidose
respiratórias.

Do lado esquerdo encontra-se um cilindro que representa o sangue que chega aos rins. Por defeito
a pressão encontra-se nos 40 mm Hg, que representa o valor de pressão para a primeira atividade
deste grupo. Do lado direito encontra-se um simulador de um nefrónio. Ao clicar em start, inicia-
se o processo de fornecimento de sangue ao nefrónio. À medida que o sangue atravessa o glomérulo
do nefrónio, verifica-se a filtração do plasma sanguíneo (água e solutos), sendo o resto recolhido
para o segundo cilindro.

Atividade 4

5. Fixe a pressão parcial de CO2 em 40 e verifique o pH sanguíneo. Clique em start e deixe a


experiência chegar ao fim. Depois clique em “record data” ou anote a avaliação dos valores

Laboratório de Biotecnologia 1 141


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de H+ e HCO3- na urina obtida da filtração do sangue. Clique em refill para repor o sangue
e passar à atividade seguinte.

Atividade 5

6. Repita o passo 5 fixando agora a pressão parcial de CO2 em 35, 30 e depois 20 e verifique o
pH sanguíneo. Clique em start e deixe a experiência chegar ao fim. Depois clique em
“record data” ou anote a avaliação dos valores de H+ e HCO3- na urina obtida da filtração
do sangue. Clique em refill para repor o sangue e passar à atividade seguinte.

Atividade 6

7. Repita o passo 5 fixando agora a pressão parcial de CO2 em 50, 60 e depois 75 e verifique o
pH sanguíneo. Clique em start e deixe a experiência chegar ao fim. Depois clique em
“record data” ou anote a avaliação dos valores de H+ e HCO3- na urina obtida da filtração
do sangue. Clique em refill para repor o sangue e passar à atividade seguinte.

Em “Experiment” selecione um novo grupo de atividades: acidose e alcalose metabólicas. Aparecerá


a tela representada na figura 3. Neste grupo de atividades começar-se-á por estudar a atividade
respiratória em condições metabólicas normais e servirá de referência par as atividades 8 e 9 (figura
3). A tela é semelhante à primeira, com a adição de uma caixa que representa um coração, tubos
representativos da das artérias e veias da pequena e grande circulação e um módulo representativo
das células corporais. O aumento ou diminuição do valor apresentado neste módulo será o que
representa a variação de metabolismo basal. Este grupo de atividades permitirá observar a resposta
respiratória à acidose e alcalose produzidas por aumento ou diminuição do metabolismo basal
corporal.

Laboratório de Biotecnologia 1 142


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Figura 3: tela associada às experiencias sobre alcalose e acidose metabólicas.

Atividade 7

8. Assegure-se que o metabolismo basal se encontra a 50Kcal/h, que será o valor arbitrário
considerado como normal;
9. Clique em start para começar a experiência. Repare o fluxo de sangue em movimento.
Aparecerá, no lado direito, um osciloscópio que medirá a atividade respiratória. Abaixo
deste apresentam-se alguns parâmetros metabólicos: BPM (breaths per minute), pH
sanguíneo, pressão parcial de dióxido de carbono e concentrações de H + e HCO3-. Clique
em “record data” ou anote os valores obtidos para cada parâmetro e depois “clear tracings”
para limpar o gráfico do osciloscópio.

Atividade 8

10. Aumente o metabolismo basal para 60 e depois para 70 e 80;


11. Clique em start para começar a experiência. Clique em “record data” ou anote os valores
obtidos para cada parâmetro e depois “clear tracings” para limpar o gráfico do osciloscópio.

Laboratório de Biotecnologia 1 143


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Atividade 9

12. Diminua o metabolismo basal para 40 e depois para 30 e 20;


13. Clique em start para começar a experiência. Clique em “record data” ou anote os valores
obtidos para cada parâmetro e depois “clear tracings” para limpar o gráfico do osciloscópio.

Laboratório de Biotecnologia 1 144


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Relatório 12. Equilíbrio ácido base na homeostasia.

Papel dos sistemas respiratório e renal na manutenção do


pH no corpo.

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

Atividade 1: Respiração normal

Aos 20 segundos, pH = ________

Aos 40 segundos, pH = ________

Aos 60 segundos, pH = ________

1. O pH sanguíneo variou durante o processo de respiração normal? Se sim, como?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

2. A pressão de CO2 variou durante o processo de respiração normal? Se sim, como?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Laboratório de Biotecnologia 1 145


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Atividade 2a: Hiperventilação

Aos 20 segundos, pH = ________

Aos 40 segundos, pH = ________

Aos 60 segundos, pH = ________

1. O pH sanguíneo variou durante a experiência? Se sim, como?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

2. O pH esteve sempre dentro do intervalo normal de pH no organismo humano? Se não,


quando esteve fora desse intervalo e que desequilíbrio ácido-base indicou esse valor de pH?

_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

3. A pressão de CO2 variou durante o processo de respiração normal? Se sim, como?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Atividade 2b: Hiperventilação

1. O que sucedeu após os 20 segundos, quando a hiperventilação foi retida? A respiração


voltou à normalidade imediatamente? Explique as observações.

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

Laboratório de Biotecnologia 1 146


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Atividade 3: Respirar o ar expirado

Aos 20 segundos, pH = ________

Aos 40 segundos, pH = ________

Aos 60 segundos, pH = ________

1. O pH sanguíneo variou durante a experiência? Se sim, como?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

2. O pH esteve sempre dentro do intervalo normal de pH no organismo humano? Se não,


quando esteve fora desse intervalo e que desequilíbrio ácido-base indicou esse valor de pH?

_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

3. A pressão de CO2 variou durante o processo de respiração normal? Se sim, como?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

4. Se observou um desequilíbrio ácido-base durante esta experiencia, como esperaria que o


sistema renal compensasse este estado?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

5. Quais as diferenças entre a respiração do ar expirado e a respiração normal? Há variação


dos volumes?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Laboratório de Biotecnologia 1 147


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Atividade 4: Resposta renal ao equilíbrio ácido-base normal

1. Qual a indicação relativa à concentração de H+ presente na urina para valores normais de


pressão de CO2 e pH?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

2. Qual a indicação relativa à concentração de ião hidrogenocarbonato na urina?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

3. Porque varia o pH conforme a pressão de CO2?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Atividade 5: Resposta renal à alcalose respiratória

1. Qual a indicação relativa à concentração de H+ presente na urina a cada um dos níveis de


pressão de CO2 /pH?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

2. Qual a indicação relativa à concentração de HCO3- presente na urina a cada um dos níveis
de pressão de CO2 /pH?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

3. No processo de compensação total do sistema renal para a alcalose respiratória, espera-se


um aumento ou diminuição da pressão de CO2? Espera-se aumento ou diminuição do pH?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

4. Recordando os resultados das primeiras atividades sobre alcalose e acidose respiratórias,


qual o tipo de respiração que deu valores de pressão de CO 2 mais próximos dos desta
atividade: respiração normal, hiperventilação ou respiração de ar expirado?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

5. Explique porque é que este tipo de respiração deu origem a alcalose?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Laboratório de Biotecnologia 1 148


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Atividade 6: Resposta renal à acidose respiratória

1. Qual a indicação relativa à concentração de H+ presente na urina a cada um dos níveis de


pressão de CO2 /pH?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

2. Qual a indicação relativa à concentração de HCO3- presente na urina a cada um dos níveis
de pressão de CO2 /pH?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

3. No processo de compensação total do sistema renal para a acidose respiratória, espera-se


um aumento ou diminuição da pressão de CO2? Espera-se aumento ou diminuição do pH?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

4. Recordando os resultados das primeiras atividades sobre alcalose e acidose respiratórias,


qual o tipo de respiração que deu valores de pressão de CO 2 mais próximos dos desta
atividade: respiração normal, hiperventilação ou respiração de ar expirado?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

5. Explique porque é que este tipo de respiração deu origem a acidose?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Atividade 7: Resposta respiratória ao metabolismo normal

1. Qual a velocidade respiratória?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

2. Quais os valores de pressão de CO2 e pH em condições normais?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Atividade 8: Resposta respiratória ao metabolismo aumentado

1. Como variaram os valores de [H+], [HCO3-], pressão de CO2 e pH?

Laboratório de Biotecnologia 1 149


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_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

2. Explique o porquê destas variações aquando do aumento do metabolismo basal.

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

3. Quais as variações no metabolismo basal que fizeram diminuir o pH a um estado de acidose


metabólica?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

4. Quais os valores de pH a cada uma das velocidades metabólicas?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

5. No momento em que o sistema respiratório compense completamente a acidose, que


alteração se pode esperar nos valores de pH?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Atividade 9: Resposta respiratória ao metabolismo diminuído

1. Como variaram os valores de [H+], [HCO3-], pressão de CO2 e pH?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

2. Explique o porquê destas variações aquando da diminuição do metabolismo basal.

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

3. Quais as variações no metabolismo basal que fizeram diminuir o pH a um estado de


alcalose metabólica?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

4. Quais os valores de pH a cada uma das velocidades metabólicas?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Laboratório de Biotecnologia 1 150


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5. No momento em que o sistema respiratório compense completamente a alcalose, que


alteração se pode esperar nos valores de pH?

_________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

Laboratório de Biotecnologia 1 151


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13. Volumetria de complexação. O EDTA


como agente quelante de excelência.

I. Objetivos:

Compreender o conceito de dureza de uma água;

Explicar o conceito de quelatação;

Perceber a aplicação do EDTA devido às suas caraterísticas;

Determinar a dureza total de uma água de abastecimento público.

II. Introdução teórica


A água dura corresponde a uma água com um elevado conteúdo mineral, que corresponde,
normalmente, a níveis elevados de sais alcalino-terrosos de catiões metálicos, principalmente cálcio
(Ca) e magnésio (Mg), sob a forma de carbonatos. Pode, no entanto, conter outros tipos de metais
e também bicarbonatos, sulfatos e fosfatos.

A dureza é um parâmetro característico das águas de abastecimento industrial e doméstico, mas,


do ponto de vista da potabilidade, são admitidos valores máximos de dureza relativamente
elevados, típicos de águas duras ou muito duras. Além do sabor desagradável que este tipo de águas
apresenta, não causam qualquer tipo de problema a nível fisiológico.

Normalmente, consideram-se águas macias aquelas que apresentam uma dureza (expressa em mg
de carbonato de cálcio por litro) inferior a 75 mgCaCO3/L e águas duras aquelas que apresentam
durezas superiores àquele valor.

A dureza total de uma amostra de água é definida como a concentração total de catiões bivalentes,
principalmente cálcio e magnésio. Esta dureza total pode ser dividida em dois tipos: dureza
temporária, ou dureza de carbonatos, causada pela presença de sais carbonato e bicarbonato; e
dureza permanente, ou dureza de não-carbonatos, causada pela presença de outros tipos de sais,

Laboratório de Biotecnologia 1 152


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como os sulfatos e os fosfatos. A dureza temporária pode ser quase totalmente eliminada por
fervura.

Para muitos fins, é indiferente se uma água é dura ou macia. Por exemplo, para apagar fogos, regar
jardins, lavar ruas ou manter um barco a flutuar, a água teria que ser muito dura antes de causar
qualquer tipo de problema.

A água dura é considerada ideal para levedar determinados tipos de cerveja e o típico bourbon
whiskey do Kentucky deve, em partem, o seu sabor à elevada concentração de cálcio na água
existente no subsolo da região. Alguns produtos químicos presentes na composição de águas duras,
como os silicatos e o carbonato de cálcio, são bons inibidores de corrosão e podem prevenir danos
nas canalizações ou contaminações por produtos de corrosão potencialmente tóxicos.

No entanto, para operações que impliquem o uso de sabões, a água macia é a mais indicada.
Operações simples, como tomar banho, lavar a louça e a roupa, fazer a barba, etc, tornam-se mais
complicadas com uma água dura. As águas duras exigem quantidades consideráveis de sabão para
se conseguir produzir espuma, tanto que, no passado, a dureza da água era considerada uma
medida da sua capacidade de precipitar sabão.

Um grande inconveniente das águas duras é a deposição de iões carbonato e bicarbonato nas
canalizações e aparelhos, o que pode levar a graves problemas, quer a nível industrial, quer a nível
doméstico. Assim, foi necessário desenvolver métodos para controlar a dureza da água. O método
mais utilizado, a nível industrial, é o da adição de cal, que é o método mais económico. Outra forma
de controlar a dureza da água é através do uso de resinas permutadoras de iões, que prendem os
carbonatos e bicarbonatos, impedindo que estes se depositem.

A nível doméstico, é vulgar o uso de Calgon, que é composto, essencialmente, por EDTA (ácido
etilenodiaminatetracético, C10H16O8N2), que é o agente quelante mais utilizado na atualidade. O
EDTA é também utilizado como antídoto para o envenenamento por metais, como anticoagulante
e como ingrediente numa larga variedade de reagentes da indústria.

2.1 – Determinação da dureza total

Para a determinação da dureza total de uma amostra de água, utiliza-se o método volumétrico,
usando, como titulante, uma solução de um sal sódico de EDTA, o EDTA-Na (Na2C10H12O8N2·2H2O),

Laboratório de Biotecnologia 1 153


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previamente padronizada, e, como indicador, o negro de ericromo-T, que apresenta cor azul
intenso.

Um indicador é um composto com uma propriedade física (normalmente a cor) que muda
bruscamente perto do ponto de equivalência, devido ao desaparecimento do analito ou ao
aparecimento de excesso de titulante. Os indicadores são escolhidos de modo que a viragem de cor
se dê o mais próximo possível do ponto de equivalência. Assim compreende-se que o ponto em que
a titulação é interrompida corresponda ao ponto final da titulação. Quanto mais afastado este
estiver do ponto de equivalência, maior será o erro associado ao método volumétrico.

Os iões cálcio e magnésio formam um complexo com cor vermelho-vinho, com o indicador negro
de ericromo-T, a pH=10. Com a adição de uma solução de EDTA-Na, o cálcio e o magnésio formam,
com este, um complexo muito estável, desligando-se, portanto, do indicador. Quando for
adicionada uma quantidade suficiente de EDTA para complexar todo o cálcio e magnésio, a solução
passará da cor vermelho-vinho para a cor azul, sendo este aspeto que determina o fim da titulação.

2.2 – Ácido etilenodiaminotetracético (EDTA)

O EDTA é um composto orgânico que forma complexos muito estáveis com catiões
metálicos. Age como um ligando hexadentado, ou seja, pode formar seis ligações ao átomo central
(metal).

Figura 1: Representação esquemática do EDTA (ácido etilenodiaminotetracético)

2.3 – Aplicações terapêuticas do EDTA

Entre variadíssimas aplicações, como aquela que vai ser desenvolvida neste trabalho, o EDTA é
usado em terapias de quelatação. Este aminoácido é introduzido no organismo lentamente, por via
intravenosa. Este procedimento medicamente assistido é usado no tratamento e prevenção de
doenças cardiovasculares. Quando devidamente administrado, o EDTA melhora a função
metabólica e aumenta o fluxo sanguíneo. Os estudos existentes até à data descrevem a utilização
de alguns sais de EDTA, mas podem ainda ser estudadas outras composições e derivados na
aplicação terápica e outras. Este composto é também usado no tratamento de envenenamentos por

Laboratório de Biotecnologia 1 154


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metais pesados (mercúrio e chumbo), dada a sua capacidade de formar complexos estáveis com
estes metais. Em combinação com o crómio, o EDTA é também usado na monitorização da função
renal.

A nível de laboratório bioquímico e de biologia molecular, o EDTA é usado para desactivar enzimas
metalo-dependentes que podem danificar o DNA; é também usado como anticoagulante em
laboratórios de análises clínicas, sendo adicionado às amostras de sangue recolhidas.

Laboratório de Biotecnologia 1 155


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III. Materiais e reagentes:

Materiais e Equipamentos Reagentes

 Pipetas volumétricas  Solução de EDTA-Na 0,01 M


 Matrazes de 250 mL  Solução de NH4OH concentrada
 Espátulas  Solução padrão de CaCO3 0,01 M
 Bureta e suporte  Indicador negro de ericromo-T
 Vidros de relógio  Papel indicador universal
 Balança analítica  Água destilada
 Potenciómetro
 Placas de aquecimento
 Agitadores magnéticos

IV. Procedimento experimental:


Parte 1: Padronização da solução de EDTA-Na 0,01 M

1. Diluir 25,00 mL da solução padrão de CaCO3 0,01 M até um volume de 50,0 mL;
2. Adicionar 1 mL de NH4OH para obter um pH=10. Confirmar o pH com papel indicador
universal;
3. Adicionar 0,05 g de indicador negro de ericromo-T. A solução deve ficar cor vermelho-
vinho;
4. Preparar uma bureta de 25 mL com a solução de EDTA-Na a titular;
5. Titular a solução com EDTA-Na 0,01 M até ao aparecimento de uma coloração azul.
Adicionar as últimas gotas em intervalos mais espaçados. Anotar o volume gasto na
titulação;
6. Considerando que as soluções de CaCO3 e EDTA-Na reagem segundo a estequiometria 1:1,
calcule a concentração da solução a titular;
7. Repetir até obtenção de volumes concordantes.

|V2 – V1|  0,10mL

Parte 2: Determinação da dureza total de uma amostra de água

1. Transferir 100 mL da amostra para um matraz, utilizando pipeta volumétrica;

2. Adicionar 1 mL de NH4OH para obter um pH=10. Confirmar o pH com papel indicador


universal;

3. Adicionar 0,1 g de indicador negro de ericromo-T. A solução deve ficar cor vermelho-vinho;

Laboratório de Biotecnologia 1 156


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4. Preparar uma bureta de 25 mL com a solução de EDTA-Na;

5. Titular a solução com EDTA-Na 0,01 M, lentamente e com agitação, até ao aparecimento
de uma coloração azul. Adicionar as últimas gotas em intervalos mais espaçados. Anotar o
volume gasto na titulação;

6. Repetir até obtenção de volumes concordantes;

|V2 – V1|  0,10mL

7. Repetir o procedimento para a água destilada disponível no laboratório, que vai funcionar
como branco, para corrigir uma possível contaminação por Ca2+ e Mg2+.

Laboratório de Biotecnologia 1 157


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Relatório 13. Volumetria de complexação. O EDTA como


agente quelante de excelência.

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

1 – Padronização da solução de EDTA-Na 0,01 M:

Concentração da solução de CaCO3:________± ______M

Quantidade de Molaridade da solução de


Ensaio Quantidade de CaCO3/mol
EDTA-Na/mol EDTA-Na/mol∙dm-3

Média

Concentração da solução de EDTA-Na: ___________ ± __________ M

Laboratório de Biotecnologia 1 158


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2 – Determinação da dureza total de uma amostra de água:

Água de abastecimento:

Concentração da solução EDTA-Na:___________ ± __________ M

Volume de EDTA-Na gasto Volume de EDTA-Na gasto


Ensaio
na titulação da amostra/mL na titulação do branco/mL

Média dos ensaios


concordantes

Dureza total da amostra:

A dureza total é expressa em:

Va V b   EDTA  Na 
mgCaCO / L 
3
VA

Va – Volume, em mL, de solução de EDTA-Na gasto na titulação da amostra;

Vb – Volume, em mL, de solução de EDTA-Na gasto na titulação do branco;

VA – Volume da amostra, em mL

CaCO 3
Dureza total da amostra: __________ mg /L

Laboratório de Biotecnologia 1 159


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3 – Exemplo de cálculos

Laboratório de Biotecnologia 1 160


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4 – Discussão/Conclusão

5 – Questionário

5.1 – Explique como se formam os complexos metálicos e os tipos de ligações existentes neste tipo
de compostos.

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

5.2 – Explique porque se titulam os iões cálcio e magnésio em conjunto?

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________

Laboratório de Biotecnologia 1 161


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Medicinal

14. Cinética química: determinação da


ordem de uma reação e respetivos
parâmetros cinéticos

I. Objetivos:
Determinar a lei de velocidade para uma reação química;

Usar técnicas de representação gráfica na análise de dados experimentais;

Compreender os conceitos associados à técnica.

II. Introdução teórica


A cinética química busca compreender os princípios que podem influenciar a velocidade
de reações químicas. Há reações químicas que podem ser aceleradas para que aconteçam em tempo
útil de modo aos seus produtos serem usados pelo homem ou até mesmo serem retardadas, para
que os produtos finais não sejam alcançados.

Os princípios de cinética química são amplamente usados no quotidiano. O uso de


frigoríficos e arcas para conservar os alimentos por mais tempo, ao diminuir a temperatura na qual
os alimentos estão expostos, retarda as reações de decomposição destes alimentos, preservando-os
por muito mais tempo do que se estivessem a temperatura ambiente.

Na área da saúde, a conservação do sangue doado é feita separando os diferentes


componentes: os glóbulos vermelhos (concentrado de hemácias) são armazenados a 4º C (e quando
conservados em glicerol, podem ser congelados até 10 anos), as plaquetas em temperatura de 22º C
e o plasma em congeladores a -18º C. Ao nível da indústria, na área da metalúrgica usam-se diversos
compostos químicas para evitar corrosão de máquinas, na indústria farmacêutica vários
medicamentos são encapsulados/tratados para evitar a decomposição destes e na indústria
cosmética, são vários os processos usados para manter os cosméticos em composição estável de
forma a evitar alteração de produto e minimizar reações alérgicas.

Ao nível biológico, são inúmeras as reações bioquímicas cuja cinética depende de moléculas
específicas, como enzimas, para manter a homeostasia corporal.

Laboratório de Biotecnologia 1 162


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A velocidade de uma reação química pode ser medida em termos de velocidade de


desaparecimento de um dos reagentes ou em termos da velocidade de aparecimento de um dos
produtos. Por exemplo, na reação hipotética, A+2B  AB2 a velocidade pode ser medida em termos
de velocidade de desaparecimento do reagente A ou B, ou em termos do aparecimento do produto
AB2. A velocidade é quase sempre proporcional a cada concentração de reagente elevada a uma
certa potência. No exemplo acima isto significa que podemos escrever a seguinte relação:

Velocidade = k[A]p[B]q

Esta expressão é chamada lei de velocidade da reação. O valor de k chamada de velocidade


específica da reação, é única para uma reação específica e é dependente apenas da temperatura. Um
estudo da cinética de qualquer reação envolve a determinação dos valores de k, p e q.

Neste trabalho iremos determinar a lei de velocidade da reação do persulfato, K2S2O8, com
o iodeto de potássio. A reação é:

S2O82- + 2I-  2SO42- + I2

A lei da velocidade para esta reação será:

Velocidade = k[S2O82]p[I-]q

Na forma logarítmica esta equação fica:

ln(velocidade) = ln(k) + p.ln[S2O82] + q.ln[I-]

Para se determinar o valor de p teremos de medir a velocidade de uma série de reações a


concentração de ião iodeto enquanto a de ião persulfato varia e efetuar um gráfico de ln(velocidade)
vs. ln[S2O82]. O valor de p é o declive da reta deste gráfico (a representação gráfica corresponde a
uma reta da forma y = mx +b) já que a concentração constante de ião iodeto reduz a forma
logarítmica da lei da velocidade a:

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ln(velocidade) = p.ln[S2O82] + C

O valor de q pode ser determinado de forma semelhante.

A constante de velocidade (k) será determinada por substituição dos valores de p e q na lei
de velocidade, calculando k para cada ensaio e fazendo a média dos resultados.

A velocidade da reação será o tempo necessário para produzir uma certa quantidade iodo.
Como ajuda para determinar qual o momento em que estão produzidos 0,1mmoles de iodo faz-se
reagir o iodo produzido com o tiossulfato de sódio, Na2S2O3. Esta reação é:

2 S2O32- + I2  2I- + S4O62

A reação de Na2S2O3 com o I2 é muito mais rápida (várias ordens de magnitude) do que a
reação em estudo por isso a sua presença não tem influência significativa nos resultados. São
adicionados exatamente 0,1 mmoles de Na2S2O3 à mistura reacional para cada ensaio. O iodo em
excesso começará acumular e reagirá com o indicador de amido apenas quando todo o tiossulfato
tenha reagido. Como 0,1 mmol de Na2S2O3 consomem 0,05 mmoles de I2, o indicador de amido
muda para azul quando 0,1mmoles de iodo tenham sido produzidos pela reação em estudo. A
velocidade da reação pode ser calculada dividindo 0,05 mmoles de iodo pelo tempo em segundos
que demora a aparecer a cor azul.

Laboratório de Biotecnologia 1 164


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III. Materiais e reagentes:

Materiais e Equipamentos Reagentes

 Matrazes;  Iodeto de potássio, KI 0,3M;


 Termómetro;  Tiossulfato de sódio, Na2S2O3 0,02M;
 Cronómetro;  Persulfato de potássio, K2S2O8 0,1M;
 Pipetas volumétricas 100, 50, 20, 10mL;  Solução de amido
 Balança analítica
 Pipetas volumétricas
 Pipetas graduadas

IV. Procedimento experimental:


Parte 1: Preparação das soluções

Prepare as seguintes soluções:

a) Iodeto de potássio, KI 0,3M;


b) Tiossulfato de sódio, Na2S2O3 0,02M;
c) Persulfato de potássio, K2S2O8 0,1M;

Parte 2: Determinação da velocidade.

A tabela abaixo sumaria a preparação das soluções dos ensaios para a determinação da lei
de velocidade da reação química. Todos os volumes estão mL.

Solução A Solução B
Ensaio
Água KI 0,3M Amido Na2S2O3 0,02M K2S2O8 0,1M

1 74 5 1 5 15

2 69 10 1 5 15

3 64 15 1 5 15

4 54 15 1 5 25

5 44 15 1 5 35

Laboratório de Biotecnologia 1 165


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Laboratório de Biotecnologia 1 166


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1 - Prepare a solução A num matraz. Agitar bem a solução e registar a sua temperatura.

2 - A reação inicia-se quando metade da solução B é misturada com A, assim é a partir desse
momento que se deve cronometrar. Colocar o matraz em cima de uma folha branca de
papel para que a mudança de cor seja mais facilmente detetada.

Cálculos

1 - Determine a concentração inicial, após a mistura, dos iões persulfato e iodeto para todos
os ensaios;

2 - Determine a velocidade de reação para cada ensaio em moles de iodo por segundo;

3 - Usando os ensaios 1, 2, 3 faça um gráfico para representar ln(velocidade) vs. ln([I -]).
Determine q a partir deste gráfico;

4 - Usando os ensaios 3, 4, 5 faça um gráfico para representar ln(velocidade) vs. ln([S2O82-]).


Determine p a partir deste gráfico;

5 - Usando os valores de p e q determinados anteriormente e as velocidades calculadas,


substitua na lei de velocidade para cada ensaio e determine k. Calcule o valor médio de k.

Laboratório de Biotecnologia 1 167


Biotecnologia Medicinal

Relatório 14. Cinética química: determinação da


ordem de uma reação e respetivos parâmetros
cinéticos

RELATÓRIO

Autores Turno Grupo Contacto

1. 4.

2. 5.

3. Data da aula:

RESULTADOS

1 – Registe na tabela abaixo o tempo de reação de cada ensaio.

Solução A Solução B Dados obtidos

l
Ensaio
Na2S2O3
Água KI 0,3M Amido K2S2O8 0,1M Tempo de reação
0,02M
(s)

1 74mL 5mL 1mL 5mL 15mL

2 69mL 10mL 1mL 5mL 15mL

3 64mL 15mL 1mL 5mL 15mL

4 54mL 15mL 1mL 5mL 25mL

5 44mL 15mL 1mL 5mL 35mL

Laboratório de Biotecnologia 1 168


Biotecnologia Medicinal

2 – Coloque os resultados calculados na tabela, tendo em conta as concentrações de cada reagente


na mistura:

Ensaio [S2O82-] inicial [I-] inicial Velocidade


(M) (moles I2/s)
(M)

3 – Com os valores calculados das tabelas abaixo fazer os gráficos ln(velocidade)


vs.ln(concentração) para o iodeto e para o persulfato:

Ensaio ln([I-]) ln(velocidade)

Trace o respetivo gráficos anexe-o a este relatório.

Do gráfico calcule:

ln(velocidade) = _______________ ln([I-]) + _____________

Laboratório de Biotecnologia 1 169


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Ensaio ln([S2O82-]) ln(velocidade)

Trace o respetivo gráficos anexe-o a este relatório.

Do gráfico calcule:

ln(velocidade) = _______________ ln([S2O32-]) + _____________

Lei da velocidade:

Veloc. = k[I-]q[S2O32-]p p = _______ q = _________

Valor médio de k:

Temperatura média (Kelvin):___________

Ensaio Velocidade específica k

Valor médio de k = ______________ à temperatura média de __________K

Laboratório de Biotecnologia 1 170


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3 – Exemplo de cálculos

Laboratório de Biotecnologia 1 171


Biotecnologia Medicinal

4 – Discussão/Conclusão

5 – Questionário

5.1 – Quais os fatores que afetam a velocidade de uma reação? Justifique.

____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____

____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____

Laboratório de Biotecnologia 1 172


Biotecnologia Medicinal

Bibliografia

1. C. Hipólito-Reis, M. N. L. P. Alçada, I. Azevedo, Práticas de Bioquímica para as Ciências


da Saúde, LIDEL – Edições Técnicas, 2002
2. J. Cabral, M. F. Cabral, Química Analítica (Trabalhos Práticos), Faculdade de Ciências da
Universidade do Porto, Porto, 1984
3. Standard Methods, 4500 – PE, 19ª Edição, 1995
4. Wikipedia (informação on-line)
5. Journal of Chemical Education

Laboratório de Biotecnologia 1 173

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