Termologia 3- Principais escalas termométricas:
Nos países de língua latina é mais comum usar a
1. Conceito de temperatura:
De forma cotidiana e também qualitativa, podemos
descrevê-la de um objeto como aquela que determina a
sensação de quanto ele está quente ou frio quando
entramos em contato com ele.
Os conceitos de quente e frio são recorrentes em nosso
cotidiano. Apesar de o conceito de frio ser fisicamente
inexistente, ao mesmo se atribui uma temperatura menor
em relação a outro sistema em análise. Por exemplo, em uma
sala com o ar condicionado ligado onde a temperatura é
25°C e a temperatura externa for 30°C , habitualmente se
coloca aquele ambiente como mais frio com relação a este.
Fisicamente, falamos em temperaturas (medidas de
agitação das moléculas).
Temperatura é medida do estado de
agitação das partículas do corpo.
2- Termômetros: são corpos utilizados para
determinação de temperatura. Para que a temperatura
possa ser considerada uma grandeza física, é necessário
que saibamos medi-la, de modo que tenhamos um conceito
quantitativo dessa grandeza. Essa medida da temperatura é
feita com os termômetros. Existem vários tipos de
termômetros, cada um deles utilizando a variação de uma
certa grandeza, provocada por uma variação de
temperatura. Há termômetros baseado nas de comprimento
de uma haste metálica, no volume de um gás, na resistência
elétrica de um material, na cor de um sólido muito aquecido,
etc.. O tipo mais comum de termômetro, é aquele que
relaciona a temperatura com a altura de um líquido no
interior de um tubo capilar de vidro, normalmente o
mercúrio (Hg). Quando em
Contato com o corpo de uma
pessoa, se aguarda um
tempo afim de que
ocorra o equilíbrio
entre as tempe- O termômetro clínico de mercúrio é o mais usado
raturas da entre nós. Ele consiste bàsicamente de um tubo capilar (fino
pessoa e do
como cabelo) de vidro, fechado a vácuo, e um bulbo (espécie
de bolha arredondada) em uma extremidade contendo
termômetro. mercúrio. O mercúrio, como todos os materiais, dilata-se
quando aumenta a temperatura. Por ser extremamente
sensível, ele aumenta de volume à menor variação de
temperatura.
Mais moderno que o termômetro clínico comum são os
termômetros digitais, também utilizados para a medida da
temperatura do corpo humano. É baseado no acréscimo ou
decréscimo de tensão em componentes elétricos, causados
pela variação de temperatura.
escala Celsius (0ºC a 100ºC). 0ºC representa o PG (ponto
de gelo) e 100ºC o PV (ponto de vaporização). Nos países
de língua inglesa utiliza-se a escala Fahrenheit (32ºF a
212ºF). Entretanto, no S.I. (Sistema Internacional de
Unidades), a unidade de medida de temperatura é dada
em Kelvin, chamada também de escala absoluta. Kelvin
considerou como ponto inicial de sua escala, a
temperatura mínima que teoricamente se pode obter (o
zero absoluto: 0K = 273,15ºC).
Pontos fixos: São estados térmicos bem caracterizados
por determinados fenômenos físicos. Pontos fixos (PF)
fundamentais:
1º Ponto Fixo ou ponto do gelo (PG): estado térmico do
gelo fundente (gelo se derretendo).
2º Ponto Fixo ou ponto do vapor (PV): estado térmico
do vapor de água em ebulição, sob pressão normal.
100 ºC
0 ºC
Na construção de uma escala determinada, são
adotadas convenções arbitrárias. Por isso, várias escalas
termométricas diferentes surgiram. Essa variedade de
escalas acarretava um série de inconvenientes ao trabalho
científico. Para superar essas dificuldades, os cientistas
sugeriram a adoção de uma escala única, baseada em
convenções internacionais – a escala Celsius
(anteriormente chamada de escala centígrada),
atualmente é adotada em quase todos os países do mundo.
Outra escala usada universalmente,
principalmente nos meios científicos, foi proposta pelo
físico irlandês Lord Kelvin (1824-1907) e denominada
escala Kelvin ou escala absoluta. Essa escala é baseada no
limite mínimo que pode alcançar a temperatura de um
corpo. Esse limite vem dos estudos sobre máquinas
térmicas, que demonstraram ser impossível uma
temperatura menor ou igual a -273 ºC, que foi
denominado zero absoluto.
O limite para a temperatura de um corpo
é -273 ºC. Esta temperatura é
denominada zero absoluto
Pág 2
 2.1 - Relação entre as escalas Exercícios
1 - A temperatura em uma sala de aula é 25°C. Qual
será a leitura na escala Fahrenheit? E na escala Kelvin?
Como exemplo, para uma dada temperatura
C F  32 K  273
Celsius tc ou simplesmente C, haverá uma  
5 9 5
correspondente na escala Fahrenheit F ou t 2 - Uma determinada quantidade de água está a uma
simplesmente F, e outra correspondente na temperatura de . Essa temperatura corres-
escala Kelvin tk ou simplesmente K. ponde a:
Poderemos estabelecer uma relação a)
matemática entre as escalas: b)
C F  32 K  273
c)  
d) 5 9 5
e)

3 - Quando uma enfermeira coloca um termômetro

clínico de mercúrio sob a língua de um paciente, por
exemplo, ela sempre aguarda algum tempo antes de
Fora da escala real. Somente ilustrativo. fazer a sua leitura. Esse intervalo de tempo é
tC tF tK necessário,
a) para que o termômetro entre em equilíbrio
térmico com o corpo do paciente.
b) para que o mercúrio, que é muito pesado, possa
subir pelo tubo capilar.
c) para que o mercúrio passe pelo estrangulamento
do tubo capilar.
d) devido à diferença entre os valores do calor
específico do mercúrio e do corpo humano.

4 - Duas escalas termo-

métricas lineares estão
representadas na
C  0 F  32 K  273 Dividindo a diferença entre a temperatura t e
figura a seguir.
  valor inicial da escala pelo número de divisões
100 180 100 de cada uma delas, e simplificando os Uma em °C, outra
denominadores por 20
em °Y. Quando a
C F  32 K  273
  Forma mais simples da equação para converter escala Celsius marca 50°C,
5 9 5 temperatura entre as escalas Celsius,
a escala Yuri marca, em °Y:
Fahrenheit e Kelvin

Exemplo 1 a) ( ) 30º b) ( ) 40º c) ( ) 50º d) ( ) 60º

Uma pessoa com febre de 40º C teve sua temperatura
4- Dilatação Térmica
medida com um termômetro na escala Fahrenheit, qual o valor
É a variação nas dimensões de um sólido (nas 3
indicado nesta escala?
C F  32 8 . 9  F  32 dimensões) causada pelo aquecimento ou resfriamento.
 Exemplo
A dilatação de um sólido com o aumento de temperatura
5 9 72  F  32 ocorre porque, com o aumento da energia térmica
40 F  32   (energia de agitação –
 72 32 F
5 9 104  F ou cinética – de todas as
F  32 partículas do corpo),
8 F  104 º
9 aumentam as vibrações
dos átomos e moléculas
Exemplo 2
que formam o corpo,
Qual seria a temperatura do exemplo anterior lida na escala
fazendo com que passem
Kelvin?
C K  273 40  273  K para posições de equilíbrio
 Exemplo
5 5 313  K ou mais afastadas que as
C  K  273 originais. Esse afastamento
K  313
maior dos átomos e das
40  K 273
Pág 3
moléculas do corpo produz sua dilatação em todas as
direções.
A dilatação ocorre em todas as dimensões de um corpo
mas, para facilitar, é feito o estudo separado em três
formas, a dilatação linear (do comprimento), a
superficial (da área) e a volumétrica ( do volume).
5- Dilatação Linear
É aquela em que predomina a variação em uma única
dimensão (o comprimento). A variação no comprimento
de um corpo é diretamente proporcional a variação da
temperatura e depende também do material que o
constitui ( t f  t i )
A expressão que define dilatação linear é:
l é a dilatação
l é o comprimento inicial
l  li . . t   i
 o coeficiente de dilatção liner
t a var iação de temperatura
 coeficiente de dilatação linear (constante
característica do material que constitui o corpo e cuja
unidade é ºC-1) e t a variação da temperatura,
temperatura final menos a inicial.
6- Dilatação Superficial
É aquela em que predomina a variação em duas
dimensões, ou seja, a variação da área.
A expressão que define dilatação superficial é:
S é a dilatação
S é a área inicial
S  S i .  . t   i
 o coeficiente de dilatção liner
t a var iação de temperatura
, o coeficiente de dilatação superficial
(constante característica do material que constitui o
corpo e cuja unidade é ºC-1)
  2.
Obs.: quando se aquece uma chapa com um orifício, ela
se dilata como se fosse inteiriça, isto é, o orifício se
dilata, aumentando um pouco, como se fosse
constituído do mesmo material da chapa.
Sf
Si
7- Dilatação Volumétrica
A dilatação volumétrica se divide em dois casos, a
dilatação do volume de um sólido e a dilatação do
volume de líquidos.
7.1- Dilatação Volumétrica de sólidos
É aquela em que ocorre a variação das 3 dimensões
de um corpo.
A expressão que define dilatação volumétrica é:
V Vi . . t  onde
V é a dilatação volumétrica
V é o volume inicial
 i

 o coeficiente de dilatção volumetrico
t a var iação de temperatura
 o coeficiente de dilatação volumétrica
(constante característica do material que constitui o
corpo e cuja unidade é ºC-1)
  3.
(Temperatura
(Temperatura final)
inicial)
A diferença entre os dois volumes V f e Vi é a
dilatação volumétrica V após o aquecimento.
7.2- Dilatação Volumétrica de líquidos
Os líquidos se dilatam obedecendo às mesmas leis
que estudamos para os sólidos. No entanto, para
estudarmos a dilatação de um líquido, ele deve estar
contido em um recipiente, que também se dilata. Por
esse motivo, ao observarmos um líquido se dilatando em
um frasco, o que estamos vendo é a sua dilatação
aparente, que é a diferença entre sua dilatação real e
a dilatação do frasco.
Quando um frasco contendo um líquido é
aquecido, ocorre o seguinte: o frasco é aquecido
primeiro, se dilata e observa-se uma ligeira redução na
altura da coluna de líquido; em seguida, o líquido
também se aquece, e como os líquidos em geral se
dilatam mais que os sólidos, podemos observar uma
elevação na altura da coluna de líquido.
Pág 4
 8 - Coeficientes de Dilatação Linear de alguns
Essa elevação portanto, é devido à dilatação aparente
do líquido, não expressa a dilatação total ou real do
materiais
mesmo, uma vez que o recipiente já dilatou e mascara Realizando-se experiências com barras feitas de
(esconde) parte de sua dilatação real. Sendo assim: matérias diferentes, verifica-se que o valor de  (
coeficiente de dilatação linear) é diferente para cada um
dos matérias. Isso pode ser entendido se lembrarmos que
Dilatação
Dilatação real = + Dilatação do as forças que ligam os átomos e as moléculas variam de
aparente recipiente uma substância para outra, fazendo com que as
recipiente substâncias se dilatem de maneira diferente. A tabela
VRe al  VAparente  VRe cipiente seguinte mostra os coeficientes de dilatação linear de
alguns materiais.
Essa relação vale também para os coeficientes: Coeficientes de Dilatação Linear
(ordem decrescente)
 Re al   Aparente   Re cipiente Substância  ( o C 1 )
Chumbo 29 .10 6
Zinco 25 .10 6
Alumínio
Essa relação vale também para os 23 .10 6
coeficientes:
Cobre 17.10 6
Aço 11.10 6
Vidro (comum) 9,0.106
Tungstênio 4.106
Vidro (pirex) 3,2.106
Diamante 0,9.106
Invar * 0,7.106
Exemplo 3
Sílica 0,4.106

Uma ponte feita de aço, de 800 m de comprimento, * Invar são ligas à base de Ni (Níquel) e Fe (Ferro), que apresentam
está sobre uma avenida, cuja temperatura passa de a propriedade de um baixo coeficiente de dilatação térmica.

24°C, no inverno, para 40° C no verão. Calcule a vaiação Observe que, na tabela acima, os coeficientes
do comprimento (a dilatação linear) dessa ponte e seu representam a variação do comprimento para cada grau
comprimento final no verão. de variação de temperatura. Isso significa que uma
Dado:  aço 11.106 oC 1 barra de cobre, por exemplo, de 1 metro de
Exemplo 6
comprimento, aumenta em 17.10 m ou 0,000017 m
Solução
quando sua temperatura se eleva 1 ºC.
L  Li . . t L f  Li  l É possível notar também que o Chumbo dilata mais que o
L  800 .11.10 6 . (40  24) L  800  0,1408 Zinco, e este mais que o Alumínio, e assim por diante.

L  800 .11.10 16 6 L  800 ,1408 m Exemplo

Exemplo 4
6
L  8800 . .10 .16 Comprimento final da a) Porque um copo de vidro comum provavelmente se
ponte. Note que no
quebrará se você o encher parcialmente de água
L 140800 . 10 6 verão ela aumenta
aproximadamente fervendo? :
L 140800 . 0,000001
14 cm Resposta
L  0,1408 m Porque apenas parte do copo em contato com a água se
aquece mais e se dilata, causando seu rompimento.
Dilatação
b) Porque um copo não se quebrará se for de vidro
pirex?

Resposta
Porque o coeficiente de dilatação do vidro
pirex é pequeno.

Pág5
 Exercícios
5. Sabendo-se que alumínio  2ferro, se um disco de ferro 9. Quando um frasco completamente cheio de líquido é
envolvido por um anel de alumínio for aquecido aquecido, transborda um pouco. O volume do líquido
uniformemente (se somente o disco for aquecido): transbordado mede:
a) a dilatação absoluta do frasco.
a) o anel e o disco dilatarão igualmente e continuarão na b) a dilatação aparente do frasco.
mesma posição.
b) somente o disco de ferro dilatará e comprimirá o anel c) a dilatação absoluta do líquido.
mais fortemente. d) a dilatação aparente do líquido.
c) somente o anel de alumínio dilatará e comprimirá o anel
e) a dilatação do frasco mais a do líquido.
mais fortemente.
d) o anel de alumínio dilatará mais que o disco de ferro,
que se soltará facilmente. 9 - Dilatação Anômala ou Irregular da Água
Os sólidos e líquidos, em geral, têm seu volume
aumentado conforme elevamos a temperatura.
Entretanto existem algumas substâncias que em
determinados intervalos de temperatura, apresentam
um comportamento inverso, ou seja, diminuem de
volume quando sua temperatura aumenta. Assim essas
Anel de substâncias têm o coeficiente de dilatação negativo
Disco
alumínio nesses intervalos.
de ferro
Um exemplo destas substâncias é a água, que
apresenta essa anomalia no intervalo de 0ºC a 4ºC, isto
é, neste intervalo de temperatura o volume da água
6 Considere os seguintes coeficientes de dilatação linear:
diminui após 4ºC ela se dilata normalmente como todos
os líquidos. À isso chamamos de dilatação anômala da
Material Coeficiente de dilatação
água. Se medirmos o volume de 1 litro de água em
linear, 
Alumínio 2,4 x 10-5 ºC-1 diferentes temperaturas, vamos observar variações
Bronze 1,8 x 10-5 ºC-1 nesse valor, obtendo o seguinte gráfico, volume x
Cobre 1,7 x 10-5 ºC-1 temperatura:
Ferro 1,2 x 10-5 ºC-1
Se você tiver quatro barras desses materiais, de mesmo
comprimento inicial l i , e submetê-las à mesma variação
de temperatura t , qual delas se dilatará mais?
a) cobre
b) alumínio
c) ferro
Se o volume diminui e a massa é mantida constante, há
d) bronze um aumento de densidade, ou seja, a substância fica
mais “pesada”, sendo assim, a á água nessa faixa de
7. Uma chapa com um orifício circular é aquecida de 50°C temperatura é mais densa, mais “pesada” que o gelo. É
para 100°C. Como conseqüência desse aquecimento, o por este motivo que, em alguns países onde o inverno é
diâmetro do orifício: rigoroso, os lagos e rios se congelam apenas na
superfície, enquanto que, no fundo, encontra-se a água
a) dobra.
de máxima densidade, isto é, água a 4ºC. Este fato é
b) não varia. fundamental para a preservação da fauna e flora
c) diminui um pouco. destes lugares. Se a água não apresentasse esta
d) aumenta um pouco. irregularidade na
dilatação, os rios e
lagos se congelariam
8. Um pino metálico, a uma dada temperatura, ajusta-se
totalmente, causando
perfeitamente em um orifício de uma placa metálica. Se danos irreparáveis as
apenas a placa for aquecida, verifica-se que: plantas e animais
a) o pino não passará pelo orifício. aquáticos.
b) o pino passará mais facilmente pelo orifício.
c) haverá contração apenas do orifício da placa.
d) a placa dilatará; por isso o orifício diminuirá

Pág 6
 Calorimetria Portanto, fornecendo a mesma quantidade de calor a
corpos diferentes, eles, em geral, apresentam diferentes
9 - Calor é Energia variações de temperatura . Para caracterizar este
A idéia de que o calor é energia foi introduzida comportamento dos corpos , defini-se uma grandeza,
por Rumford, um engenheiro militar, em 1798, trabalhava denominada capacidade térmica, do seguinte modo:
na perfuração de canos de canhão. Observando o se um corpo recebe uma quantidade de calor Q e
aquecimento das peças a serem perfuradas, Rumford
sua temperatura varia de t , a capacidade térmica
teve a idéia de atribuir este aquecimento, ao trabalho
desse corpo é dada por
que era realizado contra o atrito, na perfuração. Em
Q
outras palavras, a energia empregada na realização C (cal/ºC)
daquele trabalho era transferida para as peças, t
provocando elevação de temperaturas. Modernamente,
considera-se que, quando a temperatura de um corpo é Exemplo 4
aumentada, a energia que ele possui em seu interior,
energia interna, também aumenta. Se este corpo é t  20º C t  30º C
colocado em contato com outro, de temperatura mais
baixa, haverá transferência de energia do primeiro para o Corpo
segundo, energia esta que é denominada calor. Corpo
Portanto:
Calor é a energia transferida de um corpo para
A B
outro em virtude, unicamente, de uma diferença de
temperatura entre eles.

Q A  120Cal QB  120Cal

Solução Exemplo
(Corpo A inicialmente com maior temperatura que B)

Q 120 cal
Unidade de medida de Calor CA    C  6 cal / º C
No S.I. (Sistema Internacional de unidades), calor é t 20 º C
medido em joule (J) por se tratar de um tipo de energia, Q 120 cal
porém, é comum medir também em calorias (cal) ou CB    C  4 cal / º C
quilocalorias (kcal), 1 kcal = 1000 cal.
t 30 º C
Por definição, 1 caloria é: Calculando as capacidades térmicas dos corpos
A e B, acima, observamos que, o corpo A
1 cal = 4,18 J sofreu uma menor variação de temperatura
para a mesma quantidade de calor recebida.
A quantidade de calor  Q, é então, a quantidade Sendo assim, esse corpo possui maior
de energia transferida ou subtraída de um corpo, capacidade térmica.
elevando ou diminuindo a sua temperatura. É calculado
assim: 11 - Calor Específico
m  massa ( g )

Q  m . c . t c  calor específico (cal / g º C ) Calor específico é uma grandeza física que
t  var iação de temperatura (º C ) define a variação térmica de determinada substância ao

receber determinada quantidade de calor. É constante
10 – Capacidade Térmica para cada substância em cada estado físico. Pode-se
Suponha que uma quantidade de calor de 100 cal dizer que o calor específico caracteriza uma substância
fosse fornecida a um corpo A e que sua temperatura (em determinado estado físico). A unidade de medida
elevasse 20ºC. Se a mesma quantidade de calor (100cal) cal
usada é ou cal / g º C (calorias por grama por
for fornecida a um corpo B, poderemos observar uma gº C
elevação de temperatura diferente, por exemplo, de grau Celsius).
10 ºC.
Pág 7
 Exemplo 5
Obs.:
 Sendo o calor específico característico de cada
Tomando-se um bloco de chumbo cuja massa é m= 170 g,
material, para cada substância, são determinados
verificamos que sua capacidade térmica é C = 5,0
cuidadosamente nos laboratórios e apresentados
cal/ºC. Consequentemente, o calor específico do chumbo
em tabelas, como abaixo.
vale:
 Importante saber que 1 cal é a quantidade de
Solução Exemplo
calor que deve ser fornecida a 1 g de água para
que sua temperatura se eleve de 1 ºC. A calor C  m .c 
específico da água é portanto, c= 1 cal/gºC C 5,0 cal /º C 5 170
c  
m 170 g 500 170
A tabela abaixo apresenta o calor específico de 0,029
cal
algumas substâncias à pressão constante de 1 atm.
c  0,029 ou c  0,03
Calor Específico gºC
Substância
(cal/g.°C)
água 1,0
álcool 0,6
alumínio 0,22 Exemplo 6
ar 0,24
carbono 0,12
chumbo 0,031 Qual a quantidade de calor necessária para elevar a
cobre 0,094 temperatura de 200g de cobre de 25°C para 70°C? O
ferro 0,11 calor específico do cobre é igual a 0,093 cal/g • °C.
gelo 0,5 Dado: Q = m  c  t = m  c  (tf - ti)
hélio 1,25
hidrogênio 3,4 Solução Exemplo
latão 0,092
madeira 0,42 Q  m.c.t
mercúrio
nitrogênio
0,033
0,25
Q  200 .0,093. (70  25)
ouro 0,032 Q  200 . 0,093. 45
oxigênio 0,22
prata 0,056 Q 18,6 . 45
rochas
vidro
0,21
0,16
Q  837 cal
zinco 0,093
Observando a tebela, concluimos que: 12 - Equilíbrio térmico
- a água precisa receber 1 caloria para cada 1 grama
Quando dois ou mais sistemas estão em contato
possa ter sua temperatura aumenteda de 1 ºC.
térmico entre si tendem a chegar ao equilíbrio térmico.
- o ferro precisa receber 0,11 calorias para cada 1
grama possa ter sua temperatura aumanteda de 1 ºC.
"Se encostarmos corpos, ou sistemas, que estejam com
temperaturas diferentes, haverá troca de calor entre
Ou seja, a água precisa receber uma quantidade de calor
eles. E mais, o calor sempre passará do corpo de maior
maior que o ferro, por exemplo, para ter a mesma
temperatura para o corpo de menor temperatura, até que
variação de temperatura.
ambos atinjam a mesma temperatura, ou seja, atinjam o
“A água demora mais pra se aquecer que uma mesma
equilíbrio térmico", Quando os corpos estão em equilíbrio
massa de ferro, e também demoraria mais pra se
térmico não há diferença em suas temperaturas, ou seja,
esfriar”
a diferença é igual a zero.
Se um corpo de massa m tem capacidade térmica
C, o calor específico, do material que constitui o corpo Então, quando encostamos dois corpos com
é dado por: temperaturas diferentes, ou seja, com níveis de energia
interna diferentes, a tendência é que parte da energia do
c  calor específico (cal / g º C )
C  corpo de maior temperatura passe para o corpo de menor
c m  massa ( g )
m C  capacidade térmica (cal /º C ) temperatura.


Pág 8
 Exercícios Exercícios
10 A temperatura de uma panela de ferro de massa 16. Um sistema A está em equilíbrio térmico com outro
igual a 500g se elevou de 20°C para 60°C, quando ela B, e este não está em equilíbrio com um outro C. Então
podemos dizer que:
absorveu 240cal. A capacidade térmica dessa panela
a) os sistemas A e B possuem a mesma quantidade de
vale (em cal/°C): calor.
a) 6 b) a temperatura de A é diferente da de B.
b) 4 Q
C c) os sistemas A e B possuem a mesma temperatura.
c) 3 t d) a temperatura de B é diferente da de C, mas C pode
d) 12 ter temperatura igual à do sistema A

11. Uma esfera metálica encontra-se a uma 17. Para que haja troca de calor entre 2 corpos é
temperatura inicial ti = 10°C. Fornecendo-se a esse necessário que:
corpo uma quantidade de calor Q = 400cal, sua a) tenham massas diferentes.
temperatura final tf passa a ser de 50°C. A capacidade b) estejam a temperaturas diferentes.
térmica (C) dessa esfera é (em cal/°C): c) sejam constituídos de substâncias diferentes.
a) 10 d) exista um meio condutor de calor entre ambos.
b) 11 Q
C
c) 0,1 t
d) 0,4 13 – Estados da matéria – mudança de estado

12. Uma barra metálica com 200g de massa tem Na natureza, as substâncias podem ser
capacidade térmica C = 40cal/°C. O calor específico encontradas em três diferentes estados, as quais são
(c) do metal que constitui a esfera é de (em cal/g•°C): denominados de estado sólida, estado líquido e estado
a) 0,2 gasoso. Os fatores que determinam o estado em que as
b) 0,5 C  m.c substâncias se encontram são a temperatura e a
c) 2,0 pressão. Ou seja, para cada estado, as substâncias
d) 5,9 possuem temperatura e pressão diferentes. Por
exemplo, o ferro em condições normais apresenta-se
13. Na tubulação de um aquecedor solar há 1500g de no estado sólido, mas se elevarmos a sua temperatura e
água à temperatura de 20°C. A quantidade de energia atingir seu ponto de fusão, passará a ser líquido. O
recebida pelo conjunto, para que a temperatura mesmo acontece com a água. Em condições normais esta
atingisse 60°C, foi de (em Kcal): substância se encontra no estado líquido, contudo, se
Dado: cágua = 1cal/g •°C
Q  m.c.t abaixarmos a sua temperatura até seu ponto de
a) 30 solidificação (0º), passará para o estado sólido.
b) 60 1000 cal = 1Kcal
c) 90 Quando a substância muda de um estado para
d) 120 outro como, por exemplo, do sólido para o líquido,
dizemos que ela sofreu uma mudança de
14. O calor específico de uma substância é igual a 0,50
estado ou mudança de fase. Isso acontece sempre
cal/g •°C. Para que a temperatura de uma amostra de
que a substância ganha ou perde calor até atingir seu
10g dessa substância varie de 10°C é preciso que a
ponto de mudança de fase. Ao fazer isso,
amostra absorva, no mínimo (em cal):
provocamos o aumento ou redução no grau de
a) 0,50
b) 5,0 Q  m.c.t agitação dos átomos que constitui a substância, e
c) 25 esse aumento ou essa redução, faz com que a força
d) 50 de ligação entre eles seja alterada, provocando,
dessa forma, a mudança de fase.
15. Uma peça de alumínio de 20g de massa encontra-se Todavia, essa mudança de estado também pode
à temperatura de 10°C. A quantidade de calor acontecer quando se altera a pressão sobre a
necessária para elevar sua temperatura até 40°C, vale, substância.
em cal: Dado: calumínio = 0,22cal/g •°C
a) 120
b) 132 Q  m.c.t
c) 150
d) 182,

Pág 9
As mudanças possíveis e seus respectivos nomes são:
A água quando está fervendo está à temperatura de
100ºC (temperatura de vaporização ou ebulição da água
ao nível do mar), e permanece nessa mesma temperatura
até ser transformada em vapor.

sólido líquido gasoso

Estado Sólido
É quando os átomos das moléculas constituintes da
matéria estão em um estado de agitação baixo, podendo O gelo derretendo-se encontra-se a 0ºC (temperatura
ser concentrados mais átomos em um mesmo espaço físico. de fusão do gelo ao nível do mar), e permanece nessa
mesma temperatura até ser transformado em líquido.
A sua forma e volume são fixos.

Estado Líquido
Os átomos de uma substância líquida se apresentam
mais afastados uns dos outros do que no estado sólido e,
consequentemente, as forças de ligação entre eles são
mais fracas. Assim, o movimento de vibração dos átomos se
faz mais livremente, permitindo que eles sofram pequenas
translações no interior do líquido. É por esse motivo que os Como informação, observe a tabela a baixo o ponto de
líquidos podem escoar com facilidade, não oferecem fusão de algumas substâncias, e respectivo calor latente
resistência à penetração e tomam a forma do recipiente de fusão LF .
onde são colocados.
Substância Ponto de fusão Calor Latente de

Estado Gasoso (°C) Fusão LF (cal/g)

Na estrutura interna de um gás, a separação entre os água 0 80

álcool -114 25
átomos ou as moléculas, é muito maior do que nos sólidos e
alumínio 659 95
nos líquidos, sendo praticamente nula a força de ligação cloreto de sódio 800 124
entre estas partículas. Por esse motivo, elas se cobre 1 083 49
movimentam livremente em todas as direções, fazendo com chumbo 327 6
que os gases não apresentem forma definida e ocupem enxofre 119 13
sempre o volume total do recipiente onde estão contidos. ferro 1 535 64
ouro 1 063 15
13 - Calor de fusão ou calor latente Nesta próxima tabela se verifica o ponto de
Calor latente é a grandeza física relacionada à vaporização de algumas substâncias e respectivo calor
quantidade de calor que uma unidade de massa de latente de vaporização.
determinada substância deve receber ou ceder para mudar
Substância Ponto de Calor Latente de
de estado, ou seja, passe do sólido para o líquido, do líquido
Vaporização (°C) Vaporização (cal/g)
para o gasoso e vice versa. Durante a mudança de fase a água 100 540
temperatura da substância não varia (permanece álcool 78 204
constante), mas seu estado de agregação se modifica. O alumínio 2.519 2569
calor latente pode assumir tanto valores positivos quanto cloreto de sódio 1.465 -
negativos. Se for positivo quer dizer que a substância está
cobre 2.562 1288
chumbo 1.749 209
recebendo calor, se negativo ela está cedendo calor. A
enxofre 445 78
unidade usual é caloria por grama (cal/g). Para calcular o ferro 2.861 1508
calor latente de uma substância, basta dividir a quantidade ouro 2.856 376
de calor Q que a substância precisa ganhar ou perder para
Exemplo 7
mudar de estado pela massa m da mesma. Exemplo
 L  calor latente (cal / g )
Qual a quantidade de calor necessária para fundir
m  massa ( g )
 (derreter) 20g de gelo a 0°C. O calor latente de fusão

Q  quantidade de calor do gelo é igual a 80 cal/g.
 Dado: Q = m  L Pág 10
(cal )
 Solução Exemplo 8
Exemplo
Exemplo
Q  m. L
O gráfico a seguir é a curva de aquecimento de 10g de
Q  200
20.80
.80 uma substância inicialmente no estado sólido, à pressão
de 1 atm.
Q 1600 cal / g ou Q 1,6 Kcal / g
T (ºC)
F
120
Exercícios D E
18. Um bloco de gelo de massa 200g encontra-se a 0°C. 90
Calcule a quantidade de calor que se deve fornecer a
esse bloco para que se transforme totalmente em água
a 0°C.
0
Dados: Lf = 80cal/g; Q = m  L; 1Kcal = 1000cal 100 300 500 800 900
-20 Q(cal)
B C

19. A quantidade de calor necessária para derreter -50 A

A) Qual a temperatura deSolução
fusão da substância?
100g de gelo a 0°C é, em cal:
Dados: Lfgelo = 80cal/g; Q=mL Nas mudanças de estado a temperatura é constante, ou seja,
a) 0,8 b) 8,0 c) 80 nos patamares do gráfico. Como o corpo era inicialmente
d) 800 e) 8000 sólido, então de B até C se dá a fusão, a -20ºC.
T = -20 ºC
B) Qual a temperatura de vaporização da substância?
De C até D o corpo está em estado líquido, então, de D até E
se dá a vaporização, a 90ºC.
20. Um corpo de alumínio de massa 6g em estado sólido, T = 90 ºC
é aquecido até o ponto de fusão. Sabendo que o calor C) Quantas vezes a substância mudou de estado?
latente do corpo é de 95 cal/g, determine a quantidade Mudou de estado 2 vezes, de B até C e de D até E.
de calor recebida pelo corpo.
Dado: Q=m.L D) Quantas calorias foram gastas na vaporização?
A vaporização se dá entre D e E, 500 a 800 cal.
∆Q = 800 – 500  ∆Q = 300 cal

E) Determine o calor específico da substância na fase

21. Na mudança de estado de uma substância, qual sólida, líquida e gasosa.
grandeza permanece constante? sólida: A até B
a) Temperatura
Q  m.c.t 100  300.c
b) Volume
c) A quantidade de calor 100  10.c.(20  (50)) c
100 1

d) Sua densidade 100  10.c.(20  50) 300 3
100  10.c.30 c  0,33 cal / g º c
22. Ao se observar a ebulição (fervura) de um litro de líquida: C até D
água, é possível concluir que sua temperatura é: 200  1100.c
a) certamente menor que 100 ºC Q  m.c.t
200
b) de aproximadamente 100 ºC 200  10.c.(90  (20)) c 
1100
c) de 0 ºC
d) certamente maior que 100 ºC 200  10 .c.110 c  0,18 cal / g º c
gasosa: E até F

23. Um banhista (nadador), ao sair da água num dia de 100  300.c

Q  m.c.t
vento, tem uma acentuada sensação de frio porque: 100 1
100  10.c.(120  90) c 
a) o vento rouba calor do corpo. 300 3
b) a evaporação é favorecida pelo vento. 100  10.c.30 c  0,33 cal / g º c
c) a água possui grande calor específico. F) Determine o calor latente de fusão e vaporização da
d) a temperatura ambiente é menor que a da água. substância.
De B até C
e) a temperatura ambiente é menor que a do corpo do Q  m.l l  20 cal / g
banhista. 200  10.l
200
l 
10
Pág 11
 Exercícios Transmissão de calor
Já sabemos que o calor é uma forma de energia
transferida de um corpo para outro devido à diferença
24. Um corpo, inicialmente sólido, de massa 80g, de temperatura entre eles. Essa transferência de
recebe calor e sofre variação de temperatura energia (calor) pode ocorrer de três formas distintas:
conforme indica o gráfico a seguir. condução, convecção e irradiação.
t (ºC)
Transmissão de calor por condução
300
D
200
B C Ao aquecermos uma barra metálica colocando uma de
suas extremidades no fogo, veja na figura abaixo, os
100 A
átomos ou moléculas dessa extremidade, aquecida pela
0 100 300 600 Q (Cal ) chama, adquirem uma maior energia de agitação. Essa
energia é transmitida para os átomos mais próximos, e
as regiões vizinhas também se aquecem. Dessa forma, a
Determine:
pessoa que segura a barra na outra extremidade terá a
a) a temperatura de fusão da substância;
sensação de elevação de temperatura após um intervalo
b) o calor latente de fusão do corpo;
de tempo. Houve, portanto, uma transmissão de calor ao
c) o calor específico do corpo no estado sólido;
longo da barra por condução. O mesmo foi conduzido
d) o calor específico no estado líquido.
pelo material.
e) quantas vezes o corpo mudou de estado?
A condução térmica é a propagação do calor na qual a
25. Qual é a quantidade de calor necessária para energia (térmica) se transmite de partícula para
transformar 1/2 litro (500 g) de água a 100 ºC em partícula. É conduzido pelo material.
vapor de água a 100 ºC?
São dados:
calor latente de vaporização da água: l=540 cal/g
Q  m.l

Calor
26. O Gelo-seco é o nome popular para o dióxido de
Transmissão de calor por convecção
carbono solidificado ao ser resfriado a uma
temperatura inferior a -78 °C. Ao ser aquecido na
Quando um recipiente contendo água, é aquecido
pressão atmosférica torna-se imediatamente gás de
sobre uma chama, recebe calor no fundo por condução.
dióxido de carbono, sem passar pelo estado líquido.
Consequentemente, o volume dessa camada de líquido
Esse processo recebe o nome de:
mais profunda aumenta, diminuindo de densidade (fica
mais leve) e sobe para parte superior do recipiente,
a) Fusão
sendo substituída por água mais fria e mais densa (mais
b) Solidificação
pesada). O processo continua, com uma circulação
c) Sublimação
contínua de correntes de água mais quente para cima, e
d) Liquefação
mais fria para baixo, denominados de correntes de
convecção.

27. Uma pedra de enxofre, de massa igual a 200g,

Na convecção térmica, a
encontra-se à temperatura de 119 ºC. Consulte na
propagação do calor se dá pelo
tabela o calor latente de fusão do enxofre, calcule e
movimento de matéria de uma
responda: 2300 cal é suficiente para se derreter
região para outra. Ela só corre
completamente essa pedra de enxofre?
nos fluidos, ou seja, nos
Dado: Q  m.l
líquidos e gases.

Pág 12
 Nos refrigeradores, Na irradiação térmica, a
o congelador (parte propagação do calor se dá pelo
mais fria) encontra- espaço vazio sem que haja um meio
se na parte material condutor O calor se
superior, facilitando propaga através de ondas eletro
a formação de magnéticas.
correntes de ar no
sentido descendente
A figura seguinte ilustra os três processos de
(de cima para
transmissão do calor em uma fogueira. Na barra
baixo).
metálica o calor flui por condução, acima da
Essas correntes se formam quando o ar se contrai
fogueira haverá o movimento do ar quente, em que
(esfria), ficando mais denso (mais pesado),
o calor flui por convecção, e lateralmente o calor é
ocasionando a descida da corrente de ar para as
sentido por irradiação, mesmo que esteja a uma
partes baixas da geladeira.
certa distância da fogueira.

Na figura abaixo, temos o aquecimento de uma sala

por uma lareira. O ambiente é aquecido tanto pelo
processo de irradiação quanto por convecção, mas o
aquecimento mais acentuado é pelo processo de
convecção.

Aplicações da transmissão de calor

Transmissão de calor por irradiação Garrafa térmica

Vimos que a transferência de calor por condução e
convecção exige a presença de um meio material
condutor para que ela ocorra. A irradiação, ao
contrário, pode se fazer através do espaço vazio.
Pense no calor que o sol continuamente transfere para
a Terra, como não há um meio material entre eles,
esse calor se propaga através de ondas
eletromagnéticas. A esse terceiro processo de
transmissão de calor chamamos de irradiação ou
radiação.
As garrafa térmica possui um funcionamento bastante
interessante. As paredes da garrafa térmica são
duplas e prateadas. As paredes duplas são separadas
por praticamente um vácuo, de tal forma que as trocas
de calor por condução ou convecção, são minimizadas,
pois elas precisam de um meio material para ocorrer.
Já as paredes prateadas minimizam as trocas de calor
por radiação, fazendo com que o liquido dentro da
garrafa não perca nem receba calor.

Pág 13
Estufa de cultivo de plantas
Uma estufa é uma estrutura que tem como objetivo
absorver o calor proveniente do Sol e, mantê-lo
condicionado em seu interior. A estufa de plantas,
além de proteger a planta contra possíveis ameaças
externas, mantém a temperatura interna controlada
de acordo com a entrada de radiação solar. Ela é
construída por materiais transparentes, que permitem
a passagem de praticamente toda a radiação solar.
Esta radiação aquece o solo da estufa e, sabemos que
todo corpo aquecido emite radiação infravermelha. A
radiação infravermelha aquece o ar das camadas
inferiores da estufa, formando correntes de
convecção (massas de ar quente sobe e massas de ar
frio descem) que vão levar o ar quente para as
camadas superiores da estufa, sendo que, este ar é
impedido de se propagar para o ambiente externo. A
radiação infravermelha também é impedida de se
propagar para o ambiente externo pelas paredes da
estufa. Numa estufa onde a fonte de calor é o sol
normalmente utilizada para cultivar (plantas,árvores
etc.),o aquecimento dá-se essencialmente por
irradiação pois, a convecção é suprimida. Não há troca
de ar entre o interior e o exterior, sendo assim a
energia que entra pela radiação solar que aquece o
ambiente interno não é perdida com as correntes
ascendestes que carregariam o calor, normalmente
feita de materiais semitransparentes
Efeito estufa
A terra sofre um processo parecido com o da
estufa. Determinados gases na atmosfera terrestre
como o dióxido de carbono ( CO2 ), o óxido nitroso
( N 2O ), o metano ( CH 4 ), e os hidrofluorcarbonos
(HFCs), entre outros, absorvem parte da radiação
infravermelha emitida pela superfície terrestre pela
reflexão dos raios solares. Como conseqüência, o
planeta perde pouco calor para o espaço por radiação e
fica mais aquecido, fenômeno denominado efeito
estufa.
O efeito estufa é um fenômeno natural que mantém a
temperatura da Terra estável e em valores que
possibilitam a vida no planeta.
Nos últimos anos, a concentração de dióxido de
carbono na atmosfera tem aumentado cerca de 0,4%
anualmente; esse aumento se deve à utilização de
petróleo, gás e carvão e à destruição das florestas
tropicais. A concentração de outros gases que
contribuem para o efeito estufa, tais como o metano e
os clorofluorcarbonetos, também aumentou
rapidamente. O efeito conjunto de tais substâncias
pode vir a causar um aumento da temperatura global
(aquecimento global) estimado entre 2ºC e 6 ºC nos
próximos 100 anos. Um aquecimento dessa ordem de
grandeza não só irá alterar os climas a nível mundial
como também irá aumentar o nível médio das águas do
mar, pelo menos 30 cm, o que poderá interferir na vida
de milhões de pessoas habitando as áreas costeiras
mais baixas.
(http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/ee/Efeito_Estufa.html
- acesso em set/2012)
Aquecedor solar
Os componentes principais do sistema de aquecimento
solar são: coletor solar de alto desempenho e
reservatório térmico. No primeiro ocorre a
transmissão do calor por meio de três processos:
condução, convecção e radiação. A energia solar que
incide por radiação (ou irradiação) é absorvida pelas
placas coletoras. Estas transmitem essa energia para a
água (por condução) que circula no interior de suas
tubulações de cobre (através da convecção). Uma
pequena parte da energia é refletida para o ar que
envolve a chapa. A eficiência do coletor é dada pela
proporção dessas três parcelas de energia (absorvida,
transmitida e refletida) em relação à quantidade total
de energia incidente.
Nos sistemas convencionais, a água que entra por
baixo, ao absorver calor, sobe pela tubulação, por
convecção, sendo armazenada no reservatório.
Pág 14
Nesse sistema, a circulação faz-se por convecção
natural, em que o fluido térmico aquece tornando-se
menos denso, mais leve, e sobe do coletor para o
depósito, esfria, e desce novamente para o coletor. O
processo é contínuo desde que haja radiação solar
disponível e a temperatura no coletor seja superior à
do reservatório.
O uso de coletores solares tem sido cada vez mais
difundido, tendo em vista a economia de energia que
eles apresentam, seu baixo custo de manutenção e sua
eficiência.
Asa delta e as correntes de convecção
Os praticantes de asa delta, procuram as correntes
de ar quente ascendentes (correntes de convecção),
para que possam ficar por mais tempo no ar.
Exercícios
28. Assinale a alternativa correta:
A ( ) A radiação é um processo de transmissão do calor
que só se verifica em meios sólidos
B ( ) A convecção térmica só ocorre nos fluidos, ou
seja, não se verifica no vácuo nem em materiais
no estado sólido
C ( ) A condução térmica só ocorre no vácuo; no
entanto, a convecção térmica se verifica
inclusive em matérias no estado sólido
D ( ) A condução e a convecção térmica só ocorrem no
vácuo
29. “Uma cozinheira está aquecendo um litro de água
em uma panela de alumínio na chama de um bico de gás.
A panela se aquece porque o calor se propaga por
________; o aquecimento da água ocorre por
_________ e a cozinheira, mesmo a certa distância,
sente ‘calor’ porque o calor se propaga por ________.”
As palavras que completam, corretamente e pela
ordem, as lacunas do texto acima são:
a) convecção; irradiação; condução.
b) irradiação; condução; convecção.
c) condução; irradiação; convecção.
d) condução; convecção; irradiação.
e) convecção; condução; irradiação.
30. Considere 3 fenômenos simples:
I – circulação de ar em geladeira.
II – aquecimento de uma barra de ferro.
III – variação da temperatura do corpo humano no banho
de sol.
Os principais tipos de transferência de calor que
ocorrem nos fenômenos acima, na mesma ordem são:
a) convecção, condução, irradiação
b) convecção, irradiação, condução
c) condução, convecção, irradiação
d) irradiação, convecção, condução
e) condução, irradiação, convecção
31. Uma pessoa próxima a uma fogueira de festa junina é
aquecida principalmente por:
a) evaporação.
b) irradiação.
c) condução.
d) convecção.
32. No inverno, as lareiras são usadas para aumentar a
temperatura no interior das residências. Esse
aquecimento é feito principalmente por:
a) radiação.
b) condução.
c) ebulição.
d) convecção.
Pág 15
e) evaporação.
 Exercícios Exercícios

33. A charge representa, de modo metafórico, uma 35. O ventilador em funcionamento provoca no
grave consequência ambiental do fenômeno chamado ambiente uma sensação de frescor. Esse fenômeno se
“aquecimento global”. O calor é uma forma de energia explica pelo fato de que o ventilador:
que pode ser transferida de um corpo para outro. Este a) diminui a temperatura do ar.
processo de transmissão pode acontecer de uma b) altera o calor específico do ar.
molécula para outra, de um ponto para outro ou mesmo c) afasta o ar quente de perto da pele dos usuários.
do Sol para a Terra, por meio do espaço. A energia d) aumenta a pressão do ar sobre a pele dos usuários.
solar fornecida pode ser transformada em energia
térmica, aquecendo-se a água, ou em energia elétrica,
por meio de células fotovoltaicas. Observando-se a
figura, qual(is) das seguintes afirmações um dos
pinguins poderia fazer para seu amigo?

I - Por meio da transpiração, perdemos parte da

energia recebida do Sol.
II - Sentimos muito o efeito do calor em uma praia em
razão da energia do Sol, que é refletida pela areia.
III - O cáctus recebe a energia solar e a transforma
em energia cinética.

É válido o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

34. (UFRN) Matilde é uma estudante de Arquitetura

que vai fazer o seu primeiro projeto: um prédio a ser
construído em Natal (RN). Ela precisa prever a
localização de um aparelho de ar-condicionado para uma
sala e, por ter estudado pouco Termodinâmica, está em
dúvida se deve colocar o aparelho próximo do teto ou
do piso. Ajude Matilde, dando-lhe uma sugestão sobre a
escolha que ela deve fazer nesse caso. (Justifique a
sua sugestão.)

Pág 16
Respostas:

Questão 1) TC  77 º C e TK  298 K
Questão 2) D
Questão 3) A
Questão 4) C
Questão 5) B
Questão 6) B
Questão 7) D
Questão 8) B
Questão 9) D
Questão 10) A
Questão 11) A
Questão 12) A
Questão 13) B
Questão 14) D
Questão 15) B
Questão 16) C
Questão 17) B
Questão 18) Q = 16000 cal ou Q = 16 Kcal
Questão 19) Q = 8000 cal ou Q = 8 Kcal
Questão 20) Q = 570 cal
Questão 21) A
Questão 22) B
Questão 23) B
Questão 24) a) t = 200 ºC
b) l = 2,5 cal/g
c) c = 0,0125 cal/gºC
d) c = 0,0375 cal/gºC
e) uma vez
Questão 25) Q = 270 Kcal
Questão 26) C
Questão 27) Não. Seriam necessário 2600 cal.
Questão 28) B
Questão 29) D
Questão 30) A
Questão 31) B
Questão 32) D
Questão 33) B
Questão 34) Matilde deve colocar o
aparelho de ar-condicionado na parede, próximo ao
teto. O ar frio lançado pelo aparelho na sala deve
descer e o ar quente, que está embaixo, subir.
Questão 35) C

Pág 17
Bibliografia:

01 ÁLVARES, Beatriz Alvarenga; DA LUZ, Antônio Máximo. Curso de Física ;

volume 2. São Paulo: Editora Scipione. 361p.
02 DA SILVA, Cláudio Xavier; FILHO, Benigno Barreto. Coleção Física aula por aula. Ensino Médio ; volume 2
– São Paulo: FTD, 2010. 336p.

03 FILHO, Aurélio Gonçalves; TOSCANO, Carlos.Física e realidade. Volume 2. São Paulo: Editora Scipione,
2011. 56p.

04 SILVA,Paulo Estevão N.; DOS SANTOS, Roberto R. dos Santos. Física Cinemática Escalar - Belo
Horizonte: CESEC Maria Vieira Barbosa, 2010. 8p.

USP. Universidade de São Paulo. Licenciatura em Ciências Exatas. Efeito Estufa. Disponível
em http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/ee/Efeito_Estufa.html Acesso em set/2012.

METÁLICA. Aquecedor solar: utilização e vantagens. Disponível em:

http://metalica.com.br/aquecedores-solar-utilizacao-e-vantagens Acesso em set/2012.
BRASIL ESCILA. Termologia. Disponível em: http://www.brasilescola.com/fisica/termologia.htm . Acesso
em ago/2012.

SÓ FÍSICA. Manual de Apoio. Termologia. Disponível em:

http://www.sofisica.com.br/conteudos/Termologia/Termometria/temperatura.php. Acesso em ago/2012.

MUNDO EDUCAÇÃO. Física. Termologia. Disponível em http://www.mundoeducacao.com.br/fisica/termologia.htm

Acesso em ago/2012.

INFO ESCOLA. Navegando e aprendendo. Termologia. Disponível em: http://www.infoescola.com/fisica/termologia/.

Acesso em ago/2012.