Aula 2º

Trabalho em equipe e
rede do Assistente Social

Bem-vindos(as) á segunda aula. Nesta, abordaremos o

trabalho do Assistente social em equipe e também o trabalho em
rede. Enfatizaremos a importância destes trabalhos na atualidade,
onde cobra-se cada vez mais das pessoas com formações
polivalentes, multifuncionais para enfrentar uma sociedade em
constante mudança. O trabalho em rede e a intersetorialidade
nas políticas públicas surge como possibilidade de superação de
práticas fragmentadas na relação com os usuários. Destacaremos
que a forma multiprofissional ou multidisciplinar possibilita ao
profissional ter uma panorâmica e o entendimento amplo da
realidade, o que leva a perceber e entender a comunidade e o
indivíduo de forma integral e não fragmentada, com a obtenção
de subsídios para uma prática mais eficaz.

Boa aula!
Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• conhecer o trabalho do Assistente Social de forma individual e coletiva;

• compreender as técnicas utilizadas e os cuidados no atendimento particularizado, e os fundamentos e formas de temas
socioeducativos a serem desenvolvidos nos atendimentos grupais.
 Estágio Supervisionado em Serviço Social III
Seções de estudo
1 – Trabalho do Assistente Social em equipe
2 – Trabalho do Assistente Social em rede
1 - Trabalho do Assistente Social em
equipe
Figura 1 - Estágio Supervisionado III
Fonte: http://www.knowledgeatwharton.com.br/article/o-crowdfunding-
espanhol-no-contexto-europeu-a-legislacao-freara-essa-atividade-incipiente/.
Acesso em: 07 de agosto de 2019.
De acordo com a Norma Operacional Básica de
Recursos humanos do Sistema Único de Assistência Social
(NOB-RH/SUAS, 2006) a equipe de trabalho de um
Centro de Referência da Assistência social (CRAS) deve ser
constituída de forma multiprofissional ou multidisciplinar,
isto é, deve apresentar em seu quadro funcional: técnicos
de nível superior (assistentes sociais, psicólogos, pedagogos
e cientistas sociais/antropólogos) e técnicos de nível médio
(cuidadores e auxiliares administrativos).
Segundo a Política Nacional de Assistência Social –
PNAS a forma de trabalho proposta está referenciada com
base no sufixo “inter” as instâncias de atuação na política de
descentralização e regionalização dos serviços assistenciais
(BRASIL, 2004).
Segundo o manual de orientações técnicas para os CRAS,
a metodologia do trabalho proposto para a equipe técnica de
nível superior (assistentes sociais e psicólogos) deve ser de
forma interdisciplinar, forma que possibilita o profissional ter
uma visão e compreensão mais abrangente da realidade, com
obtenção subsídios para uma prática mais eficaz (BRASIL,
2006).
1.1 O ideário de trabalho
interdisciplinar
Encontrar uma definição para o termo
Interdisciplinaridade não é uma tarefa nada fácil. Trata-se de
um conceito, um movimento, uma prática em processo de
desenvolvimento e construção. Além de complexa, a palavra
envolve possibilidades variadas e equívocos, que reflete um
12
conjunto muito distinto de realidades, experiências, projetos
e hipóteses, não havendo um consenso entre os estudiosos
do tema e nem entre os autores que realizam esta discussão
capaz de unir epistemólogos, filósofos e educadores (ALVES
et al., 2004).
Para termos uma visão amplificada, podemos voltar um
pouco na história da ciência moderna, ou seja, foi no século
XX que se deu início a interdisciplinaridade. Ela surge com
empenho de superar a fragmentação do conhecimento e
a especialização da ciência iniciado com o renascimento no
século XV, que levou a impossibilidade de se abarcar o todo
a partir do estudo do micro. Com isso, a interdicisplinaridade
surge propondo o inverso, partir do micro e retornar ao
todo, para que começam o surgimento de agregação de
áreas específicas para obter a compreeensão de fenômenos
complexos, o que não seria viável a partir do conhecimento
de apenas uma área.
Segundo apresenta Yared (2008, p. 161) é nesse âmbito de
encontros de diferentes disciplinas que a interdisciplinaridade
constitui-se criando novos campos disciplinares, com
métodos, objetivos e conceitos próprios, “não é um conceito
fechado em si mesmo, pois desta forma já não seria inter =
movimento”.
Trindade (2008) diz também que a interdisciplinaridade
resgata caminhos esquecidos que propõem um novo olhar e
pensar sobre o homem e o mundo, no qual é mais importante.
A forma conceitual dada ao tema por esses entendimentos
converge na ideia de homem e de mundo, num sentido de
integração, globalidade, interação, totalidade, sendo sempre
envolvidos num constante e dinâmico movimento, num
processo de construção permanente, embasado num refletir
sobre pensamentos e atitudes.
Ao investigar um atendimento da equipe de um CRAS
é possível observar opiniões diversas, formas diferentes de
interpretação sobre o assunto abordado, mas complementares
em alguns momentos, que não escaparam integralmente ao
tema abordado, caracterizando a equipe como primariamente,
no trabalho interdisciplinar, preparada para dar início a um
processo ou metodologia.
Quanto a isto, não quer dizer que não seja necessário um
entendimento mais profundo, ao contrário, este deve e pode
ser realizado na discussão de casos e reuniões de avaliação,
com trocas de saberes, experiências e opiniões essenciais ao
trabalho interdisciplinar, e que devem também ter espaço
para a atualização constante do conhecimento, construção e
reconstrução, conforme já falado antes, a interdisciplinaridade
é movimento, é processo em construção e em evolução, uma
vez que ainda não se encontra ainda totalmente definida.
1.2 Possibilidades e limites
de desenvolvimento do trabalho
interdisciplinar na assistência social
através do cras como referência
Os CRAS (Centros de Referência da Assistência Social)
são os executores dos serviços de proteção básica, tendo por
finalidade atuar com famílias e indivíduos em seu contexto
comunitário, visando a orientação e o convívio sócio familiar

e comunitário, também, são responsáveis pela organização e
coordenação da rede de serviços sócio assistenciais, locais da
política de assistência social. Por isso devem ser implantados
em áreas que favoreçam o acesso às famílias em estado de
vulnerabilidade social e demais indivíduos que necessitem
de orientações a respeito de seus direitos como cidadãos
(BRASIL, 2006).
O objetivo do CRAS é o desenvolvimento local, de um
modo geral, busca potencializar o território a partir da lógica do
trabalho em rede, articulado no reconhecimento da realidade
local, na sua complexidade, fomentar o diálogo constante com
as demais políticas, serviços públicos, privados e filantrópicos,
setores e serviços governamentais e não governamentais,
buscando fortalecer laços e parcerias no enfrentamento de
superação das contradições sociais, seguindo uma rotina de
desnaturalização da violação de direitos, visando articular com
os moradores das regiões as ações já existentes realizadas pelos
mesmos. Porém, esta articulação muitas vezes se demonstra
como desafio, o mesmo se dá como a articulação com a rede
intersetorial e socioassistencial no desenvolvimento de forma
complementar e integrada de ações, o que leva a perceber
e atender a comunidade e o sujeito de forma integral e não
fragmentada.
A partir destes pontos, pode-se discutir, na Assistência
Social, as possibilidades e limites dos trabalhos interdisciplinares
que reflete na prática, pois pressupõe uma ruptura, uma
desconstrução com o tradicional e com o cotidiano tarefeiro.
Este depende de pessoas formadas em disciplinas definidas,
que buscam em determinados momentos estabelecer formas
de cooperação e conhecimentos com pessoas de outras áreas.
Mas é um engano achar que ela pode por si mesma, acabar
com as diferenças e os abismos de comunicação existentes
entre várias tradições de trabalho.
As práticas interdisciplinares no trabalho, não quer dizer
que os profissionais precisam saber tudo, agregar vários e
amplos conhecimentos genéricos, mas que com o tempo um
pouco disso possa acontecer, ou seja, o saber dos envolvidos
se amplia com a troca de saberes, como apresenta Santomé
(1998) quando diz “[...] que a cooperação entre várias
disciplinas provoca intercâmbios reais, isto é, existe verdadeira
reciprocidade nos intercâmbios e, consequentemente,
enriquecimentos mútuos [...] modificação de conceitos”, mas
o importante é que cada um conheça a sua área e contribua
com o seu saber para compor um todo, como sugere Araújo
(2007) em suas análises.
Figura 2 - Estágio Supervisionado III
Fonte: http://www.coren-es.org.br/coren-es-articula-a-reestruturacao-do-
forum-da-enfermagem-capixaba-para-fortalecer-as-lutas-pela-valorizacao-
da-profissao_17355.html. Acesso em: 07 de agosto de 2019.
13
No entendimento de Gattás et al. (2006), a
interdisciplinaridade é vista como: uma postura profissional
que permite transitar o “espaço da diferença” com sentido
de busca e de desvelamento das diferentes formas de se
abordar a realidade. Nenhuma profissão e conhecimentos são
absolutos e a interdisciplinaridade é um princípio constituinte
da diferença e da criação. É uma alternativa para transpor
as fronteiras das profissões, sem perda de autonomia, de
oportunidades de conhecer outras formas de ação, de superar
idiossincrasias, de deixar de falar só com seus pares e de
aprender a conviver.
No PAIF (Programa de atendimento integral a família),
a proposta de trabalho interdisciplinar, segundo opiniões
colhidas e observadas entre os profissionais que formam
equipe do Cras, não se apresenta como algo fácil e nem mesmo
simples a sua execução, tanto pela demanda que muitas vezes
dificulta o diálogo interprofissões para se decidir quanto pela
construção de planos e encaminhamentos com as famílias
atendidas, como pelo fato de ainda estar se apropriando dessa
área de atuação, a área de psicologia. Para operacionalizar a
prática de trabalho interdisciplinar, segundo informações
colhidas em reuniões de supervisão geral e reuniões com
técnicos, a maioria dos cursos de graduação dessa área, não
possuem disciplinas que capacitem criticamente ou de forma
teórico-prática para atuação na assistência, como acontece no
curso de Serviço Social.
Para Furtado (2007), ao invés de se ter profissionais
de referência nos serviços, equipamentos e instituições, que
se tenham “equipes de referência”, as quais deverão ter um
espaço sistemático de encontro para discussão de casos
novos, avaliação dos já em acompanhamento e definição
de ações, espaço que deve ser usado também para análise
dos “inevitáveis conflitos”, afinal o modelo interdisciplinar
representa “trabalho com e entre muitos”, com “maior
frequência e intensidade de relações”.
Sobre a atuação interdisciplinar no espaço de atendimento
do CRAS, levantou-se junto à equipe, a importância dada ao
trabalho em equipe, como forma de iniciar o processo de
reflexão sobre a questão deste estudo. Os resultados das
respostas foram positivos, demonstrando clareza quanto ao
sentido de equipe, e uma predisposição ao diálogo e troca de
saberes necessários para se iniciar a construção do modelo
interdisciplinar.
Na questão da interdisciplinaridade propriamente dita e
já discutida anteriormente, o entendimento do que seja forma
de trabalho e conceito, no princípio se mostraram suficientes,
mesmo tendo clareza da necessidade de investir teoricamente
para uma aprofundação qualitativa sobre a questão, mas como
os estudiosos do tema afirmam, este processo está sempre em
construção, não seria possível um entendimento definitivo
e fechado, o que foi bem expressado pela Coordenadora do
CRAS. Vejam:
O trabalho interdisciplinar ainda não
está acontecendo em todos os setores
profissionais. É uma metodologia nova que
está caminhando e sendo cada vez mais
aprofundada e necessária nos dias atuais.
Quanto à importância da implantação dessa forma de
 Estágio Supervisionado em Serviço Social III
trabalho, a pessoa que melhor se expressou foi a Cuidadora
Social, provavelmente por ter formação na área de educação
onde o tema apresenta uma maior incidência teórica:
a partir do momento em que profissionais
de diversas áreas se propõem a trabalhar
coletivamente a intervenção será mais eficaz,
pois cada um poderá contribuir de forma
efetiva trazendo as especificidades de sua área.
As teorias pesquisadas e debatidas, quanto ao
envolvimento de toda a equipe nessa metodologia de trabalho,
visam isto como imprescindível, bem como a participação de
toda a equipe no processo, conforme mostram as falas da
equipe:
Coordenadora: “Deve compreender toda
a equipe de trabalho para que todos façam
parte desta interdisciplinaridade, onde todos
possam compreender e interagir neste sentido,
em relação à sua função e no exercício de seu
trabalho”. Psicóloga: “Deve compreender toda
a equipe, pois na minha opinião a equipe não
é formada apenas pelos técnicos”. Assistente
Social: “Entendo que deva compreender toda
a equipe, porque considero o trabalho de
todos importante para que os objetivos sejam
alcançados”.
Cuidadora Social: “Acredito que deve
compreender toda a equipe, pois sem dúvida
cada profissional poderá contribuir de alguma
forma”.
Auxiliar Administrativo: “Toda a equipe,
pois eu acho que todos devem participar
(apesar que a equipe técnica é quem participa
mais)”. Auxiliar de Serviços Gerais: “Poderia
compreender toda a equipe, porém nos casos
onde ela pudesse atuar para dinamizar o
andamento dos atendimentos (ALVES et al.,
2004; ARAÚJO, 2007; SCHWARTZMAN,
1997).
Segundo os autores, analisando as respostas, de forma
geral, é possível perceber a apreensão do sentido da temática
por parte da equipe do CRAS, bem como o interesse de todos
em efetivar essa proposta de trabalho, o que é de grande
importância para a construção da proposta de trabalho
interdisciplinar, a qual também prescinde de, como alguns
autores indicam, abertura, humildade, diálogo, compromisso,
atitude, criticidade, pensar reflexivo, vontade de cooperação,
colaboração, ousadia, tolerância, predisposições que os
membros da equipe demostram ter e estar dispostos a
empreender na busca de resultados sólidos.
No Programa de atendimento Integral a Família
(PAIF), o trabalho na forma interdisciplinar visa capacitar os
profissionais, através de conciliação de saberes e troca, com
o objetivo de construir uma visão mais ampla, caracterizada
pela quebra de paradigmas, com ações e atuação de caráter
abrangente, pois as famílias apresentam questões múltiplas
como: comportamentais, culturais, pedagógicas, psicológicas
e sociais entre outras. Assim será possível a desconstrução de
uma visão burguesa, pautada pelos valores também burgueses,
14
sobre um social estático e padronizado, que foi alimentado
historicamente, ao longo do tempo, por interesses próprios
da elite, mas que vem sendo contestado por uma realidade
sócio-histórica em constante transformação.
Figura 4 - Estágio Supervisionado III
Fonte: https://childdiary.net/pt/blog/2017/07/24/9-dicas-para-manter-
equipa-feliz/team-of-8-blue-people-holding-up-connected-pieces-to-a-colorful.
Acesso em: 07 de agosto de 2019.
Essa elaboração de uma visão amplificada e crítica do
real possibilita que se alcancem os objetivos do PAIF, que
são: contribuir para superar a abordagem fragmentada e
individualizadora dos programas tradicionais; articular e
integrar ações públicas e privadas em rede, a fim de assegurar
o acesso e a qualidade dos serviços para as famílias atendidas;
garantir a convivência familiar e comunitária; contribuir para
o processo de autonomia e emancipação social das famílias;
e viabilizar a formação para a cidadania; entendendo-se por
atendimento e/ou acompanhamento todas as atividades
socioeducativas e psicossociais desenvolvidas com as famílias
e que compreendem: realização de palestras, encontros
formativos, reuniões temáticas, oficinas pedagógicas, entre
outras (BRASIL, 2006a).
Esse processo interdisciplinar busca o desenvolvimento
de uma consciência mais crítica entre as profissões, busca
também uma visão ampla e total, proporcionando uma
atuação mais eficaz e eficiente frente aos problemas
apresentados no cotidiano do trabalho. As várias expressões
dessa questão social, nos trazem em seu bojo complexidade
das mais variadas formas.
Essa metodologia de trabalho interdisciplinar não
significa acabar com as disciplinas e especialidades, mas sim
respeitar cada campo de conhecimento e ter consciência dos
limites, inerentes a cada um e, principalmente, exercitar a
humildade.
Segundo os autores, é preciso frisar que apostar na
interdisciplinaridade significa defender um novo tipo de
pessoa, mais aberta, mais flexível, solidária, democrática. O
mundo atual precisa de pessoas com uma formação cada
vez mais polivalente para enfrentar uma sociedade na qual a
palavra mudança é um dos vocábulos mais frequentes e onde
o futuro tem um grau de imprevisibilidade como nunca em
outra época da história da humanidade (SANTOMÉ, 1998
apud TRINDADE, 2008, p. 72 ; IAMAMOTO, 2000).

2 - Trabalho do Assistente Social em
rede
Figura 5 - Estágio Supervisionado III
Fonte: https://sp.depositphotos.com/7455980/stock-photo-conceptual-image-
of-teamwork-isolated.html. Acesso em: 07 de agosto de 2019.
As políticas públicas são programas de conjuntos,
atividades e ações desenvolvidas pelo Estado indiretamente e
diretamente, os quais participam os entes públicos e privados,
visando assegurar determinado direito de cidadania, de forma
difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico
ou econômico.
Ainda, segundo Eduardo Appio:
Políticas públicas podem ser conceituadas [...]
como instrumentos de execução de programas
políticos baseados na intervenção estatal
da sociedade com a finalidade de assegurar
igualdade de oportunidades aos cidadãos,
tendo por escopo assegurar as condições
materiais de uma existência digna a todos os
cidadãos (2009, p. 136).
Sendo assim, entende-se que as políticas públicas
representam o planejamento de uma sociedade ideal, que
se constrói com a execução de ações governamentais
direcionadas para esta finalidade.
O surgimento do trabalho em rede se deu na ideia de que
seria interessante a troca de informações e saberes do Estado,
de empresas privadas e da sociedade civil. No decorrer dos
anos, a globalização tem papel importante nas mudanças
ocorridas nas últimas décadas a um nível mundial, no qual
existem mais variáveis a serem tratadas na relação desses três
ramos para que a rede possa se desenvolver, onde ainda o
Estado parece ter o papel principal (PEREIRA; TEIXEIRA,
2013, p. 115-117).
As questões das proteções sociais são quesitos muito
relevantes, tanto a forma de prevenir uma situação de violação
de direitos, quanto uma situação de risco social ou pessoal.
Sobre isso, vejamos alguns exemplos: abandono, situação
de rua: violência psicológica, física e negligência; violência
sexual; desabrigo; trabalho infantil e; afastamento do convívio
15
familiar, entre outras.
A Rede de Proteção no âmbito do Serviço
Social, ao longo dos últimos anos, se torna
e transforma cada vez mais importante para
a operacionalização das Políticas Públicas.
Podemos notar que os profissionais da área
do Serviço Social estão compreendendo a
importância do trabalho em rede, com uma
visão voltada a intersetorialidade. Esta ideia
de articular setores distintos referente as
políticas públicas, tem se tornado importante,
na qual a população é a principal beneficiada
em relação ao acesso aos seus diretos sociais.
(CAVALCANTI et al., 2013).
Nas políticas públicas a intersetorialidade se
constitui em espaço de execução de direitos sociais
prevendo a articulação entre as políticas públicas por
meio do desenvolvimento de ações conjuntas, destinadas
à Proteção Social. Na articulação entre os diversos
setores envolvidos, desde o planejamento, execução
e avaliação destas políticas, as ações são integradas,
fortalecendo o trabalho em rede, buscando a garantia do
atendimento na sua integralidade em favor dos usuários,
e acesso a serviços de qualidade.
A ação intersetorial é um processo de
aprendizagem e de determinação dos sujeitos,
que deve resultar em uma gestão integrada,
capaz de responder com eficácia à solução dos
problemas da população de um determinado
território, saindo, entretanto, do âmbito da
necessidade para o da liberdade. O homem é
considerado na sua integralidade, superando
a autonomização e a fragmentação que têm
caracterizado a gestão das políticas sociais para
uma dimensão intersetorial (JUNQUEIRA,
2001, p. 3).
Na atualidade, o desafio das políticas sociais está em
conseguir estabelecer uma conexão com os diversos setores.
Para a eficácia e eficiência das ações vem sendo pensada,
como alternativa, a integração e desenvolvimento das diversas
políticas públicas. O trabalho em rede e a intersetorialidade nas
políticas públicas surgem como possibilidade de superação de
práticas fragmentadas na relação com os usuários.
Para Pereira (2012), no trabalho do Assistente Social, a
intersetorialidade faz parte de sua rotina e é ainda uma tarefa
por fazer. Para sua execução é perceptível os diversos entraves,
nas gestões das políticas em meio à organização dos setores e
posicionamento de diferentes profissionais. No entendimento
acerca da intersetorialidade, ela é um [...] instrumento de
otimização de saberes; competências e relações sinérgicas em
prol de um objetivo comum; e pratica social compartilhada,
que requer pesquisa, planejamento e avaliação para realização
de ações conjuntas.
O Assistente Social, profissional do Serviço Social,
tem competência teórico-metodológico, técnico-operativo e
ético-político, isso o torna extremamente estratégico para se
articular com instituições e usuários a fim de garantir que
 Estágio Supervisionado em Serviço Social III
seus direitos sejam efetivados.
Figura 6 - Estágio Supervisionado III
16
os usuários. O trabalho em rede faz parte do cotidiano do
Assistente Social. O profissional tem competência teórico-
metodológico, técnico-operativo e ético-político, e essa
bagagem o torna extremamente estratégico para se articular
com usuários e instituições com a finalidade de garantir que
seus direitos sejam efetivados.

Vale a pena

Vale a pena ler

PEREIRA, K. Y. L.; TEIXEIRA, S. M. Redes e
intersetorialidade nas políticas sociais: reflexões sobre sua
concepção na política de assistência social. Textos e
Contextos (Porto Alegre), v. 12, n. 1, jan./jun., 2013.
Fonte: https://www.google.com/search?q=trabalho+em+rede+em+servi%C3
%A7o+social&tbm=isch&tbs=rimg:CVrA3KF2dsmNImD9JhNwnluTXQRPH-46Du YAZBEK, M. C. Classes Subalternas e Assistência Social.
uKZWQGzbx40OWRxrjDgDzh20EpqeEJ3CImK6HeOSZrCFVmGgrV4oVfA1E5t
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São Paulo, Cortez Editora, 2007 (6ª edição).
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gQIARAs&biw=1366&bih=667&dpr=1#imgrc=eGvTSQ2QNnSRxM. Acesso em: 04 de
setembro de 2019.
Vale a pena assistir
YOUTUBE. https://www.youtube.com/
Retomando a aula watch?v=oS6TGvr-3xY. Publicado em: 3 de janeiro de
2018.

Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar

esse tópico, vamos recordar?
Minhas anotações

1 – Trabalho do Assistente Social em equipe

Nessa seção, vimos que a forma de trabalho interdisciplinar

proporciona o encontro de diferentes disciplinas em cooperação
mútua, recíprocas que provocam intercâmbios entre si, que
possibilitam uma visão e compreensão mais ampla da realidade,
adquirindo subsídio para uma prática mais eficiente. Quando os
profissionais de diversas áreas se propõem trabalhar em equipe,
cada um com sua especificidade, a intervenção será mais eficaz.

2 – Trabalho do Assistente Social em rede

Nessa seção, estudamos que o trabalho em rede é

uma forma de gestão de políticas públicas relacionado ao
enfrentamento de situações concretas. Tem como ponto de
partida o respeito às particularidades e a diversidades de cada
setor e posicionamento de diferentes profissionais. É um
trabalho que requer otimização de saberes em prol de ações
que possam superar práticas fragmentadas na relação com