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Revisão ENEM

Funções e Figuras
de Linguagem
Professor: Lauro
Funções da Linguagem
Existem três coisas importantes a serem revisadas sobre as
funções da linguagem:
A) quais são elas e seus elementos centrais.
B) quais palavras-chave identificam cada função.
C) como elas podem ser cobradas na prova do Enem.

Todos os anos, sem exceção, aparece no Enem pelo menos uma questão
sobre funções da linguagem. Portanto, esteja preparado para garantir
essa questão em qualquer cenário.
Funções da Linguagem
FUNÇÃO REFERENCIAL FUNÇÃO POÉTICA

Elemento central: contexto Elemento central: mensagem

Palavras-chave: contexto, Palavras-chave: mensagem,


referente, objetividade, estética, subjetividade, efeito
informação, impessoalidade. poético, surpresa.

A função referencial predomina A função poética predomina


quando a intenção da comunicação quando o objetivo é causar um
é a de informar, da maneira mais efeito no leitor, por meio de uma
clara e objetiva possível. linguagem que privilegia a estética.
Funções da Linguagem
FUNÇÃO EMOTIVA FUNÇÃO CONATIVA

Elemento central: emissor Elemento central: receptor

Palavras-chave: emissor, autor, Palavras-chave: receptor, leitor,


enunciador, subjetividade, interlocutor, persuasão,
sentimento, ponto de vista. convencimento, conscientização.

A função emotiva predomina A função conativa predomina


quando a voz do autor se sobrepõe quando o foco da comunicação é o
ao texto, com uso expressivo de leitor, com o uso de imperativos,
pronomes e verbos de 1ª pessoa. vocativos e pronomes.
Funções da Linguagem
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA FUNÇÃO FÁTICA

Elemento central: código Elemento central: canal

Palavras-chave: código, próprio, Palavras-chave: comunicação,


fazer artístico, construção, escrita, interação, compreensão,
leitura, texto. manutenção, eficiência.

A função metalinguística A função fática predomina quando


predomina quando houver uma ocorre um teste do canal de
autorreferência, isto é, quando o comunicação ou a tentativa de
texto usa “X” para se referir a “X”. manutenção do diálogo.
Exercício
(Enem)

LAERTE. Mapa-múndi. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 24 out. 2021.

Nesse cartum, a predominância da função poética da linguagem manifesta-se na

a) ênfase dada à dificuldade de compreensão de um atlas.


b) articulação entre a expressão verbal e as imagens representadas.
c) singularidade da percepção da autora sobre a área de geografia.
d) construção de uma representação cartográfica diferente.
e) forma de organização das informações do mapa-múndi.
Exercício
(Enem)

LAERTE. Mapa-múndi. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 24 out. 2021.

Nesse cartum, a predominância da função poética da linguagem manifesta-se na

a) ênfase dada à dificuldade de compreensão de um atlas.


b) articulação entre a expressão verbal e as imagens representadas.
c) singularidade da percepção da autora sobre a área de geografia.
d) construção de uma representação cartográfica diferente.
e) forma de organização das informações do mapa-múndi.
Exercício
(Enem) Trechos do discurso de Ulysses Guimarães na promulgação da Constituição
em 1988
Senhoras e senhores constituintes.
Dois de fevereiro de 1987. Ecoam nesta sala as reivindicações das ruas. A Nação
quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. São palavras constantes do
discurso de posse como presidente da Assembleia Nacional Constituinte.
Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou. A
Constituição mudou na sua elaboração, mudou na definição dos Poderes. Mudou
restaurando a federação, mudou quando quer mudar o homem cidadão. E é só cidadão
quem ganha justo e suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e remédio, lazer
quando descansa.
A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o fizemos com amor, aplicação e
sem medo.
A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa ao admitir a
reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la,
nunca.
Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o Estatuto do Homem, da
Liberdade e da Democracia, bradamos por imposição de sua honra.
Nós, os legisladores, ampliamos os nossos deveres. Teremos de honrá-los. A Nação
repudia a preguiça, a negligência e a inépcia.
O povo é o superlegislador habilitado a rejeitar pelo referendo os projetos aprovados
pelo Parlamento.
Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora.
Termino com as palavras com que comecei esta fala.
A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende
ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança.
Que a promulgação seja o nosso grito.
Mudar para vencer. Muda, Brasil!

Disponível em: www.senadofederal.br. Acesso em: 30 out. 2021


O discurso de Ulysses Guimarães apresenta características de duas funções da
linguagem: ora revela a subjetividade de quem vive um momento histórico, ora busca
informar a população sobre a Carta Magna. Essas duas funções manifestam-se,
respectivamente, nos trechos:
a) “São palavras constantes do discurso de posse como presidente da Assembleia
Nacional Constituinte.” e “A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade
política da sociedade rumo à mudança”.
b) “Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo.” e “A Constituição mudou na sua
elaboração, mudou na definição dos Poderes”.
c) “Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o Estatuto do
Homem, da Liberdade e da Democracia, bradamos por imposição de sua honra.” e
“Nós, os legisladores, ampliamos os nossos deveres. Teremos de honrá-los”.
d) “O povo é o superlegislador habilitado a rejeitar pelo referendo os projetos
aprovados pelo Parlamento.” e “Termino com as palavras com que comecei esta fala”.
e) “Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora.” e “Que a
promulgação seja o nosso grito”.
O discurso de Ulysses Guimarães apresenta características de duas funções da
linguagem: ora revela a subjetividade de quem vive um momento histórico, ora busca
informar a população sobre a Carta Magna. Essas duas funções manifestam-se,
respectivamente, nos trechos:
a) “São palavras constantes do discurso de posse como presidente da Assembleia
Nacional Constituinte.” e “A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade
política da sociedade rumo à mudança”.
b) “Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo.” e “A Constituição mudou na
sua elaboração, mudou na definição dos Poderes”.
c) “Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o Estatuto do
Homem, da Liberdade e da Democracia, bradamos por imposição de sua honra.” e
“Nós, os legisladores, ampliamos os nossos deveres. Teremos de honrá-los”.
d) “O povo é o superlegislador habilitado a rejeitar pelo referendo os projetos
aprovados pelo Parlamento.” e “Termino com as palavras com que comecei esta fala”.
e) “Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora.” e “Que a
promulgação seja o nosso grito”.
Figuras de Linguagem
Existem somente duas figuras de linguagem diretamente
cobradas na prova de Linguagens do Enem:
A) Metáfora = identificada com uma determinada intenção.
B) Ironia = caracterizada em alternativas isoladas.

As demais figuras de linguagem geralmente não fazem parte da prova.


Quando aparecem, estão em questões interpretativas, nas quais não se faz
necessário o conhecimento acerca do conceito dessa figura para que se
chegue à alternativa correta.
Quantos pontos
serão necessários
para ser campeão
brasileiro em
2024?
Exercício
(Enem) O corrupião

Escaveirado corrupião idiota, A gaiola aboliu tua vontade.


Olha a atmosfera livre, o amplo éter belo, Tu nunca mais verás a liberdade!...
E a alga criptógama e a úsnea e o Ah! Tu somente ainda és igual a mim.
cogumelo,
Que do fundo do chão todo o ano brota! Continua a comer teu milho alpiste.
Foi este mundo que me fez tão triste,
Mas a ânsia de alto voar, de à antiga rota Foi a gaiola que te pôs assim!
Voar, não tens mais! E pois, preto e
amarelo,
Pões-te a assobiar, bruto, sem cerebelo ANJOS, A. Eu e outras poesias. Disponível em:
www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 30 out.
A gargalhada da última derrota! 2021.
Nesse soneto, a imagem e o comportamento do pássaro são utilizados
pelo eu lírico para metaforizar o
a) sofrimento provocado pela solidão.
b) instinto de revolta perante as injustiças.
c) contraste entre natureza e civilização.
d) declínio relacionado ao envelhecimento.
e) gesto de resignação ante as privações diárias.
Nesse soneto, a imagem e o comportamento do pássaro são utilizados
pelo eu lírico para metaforizar o
a) sofrimento provocado pela solidão.
b) instinto de revolta perante as injustiças.
c) contraste entre natureza e civilização.
d) declínio relacionado ao envelhecimento.
e) gesto de resignação ante as privações diárias.
Existe percepção irônica nesta tirinha?

Cuidado: não há ironia nesta tirinha!


Exercício
(Enem) O voluntário
Quem não sabe o efeito produzido à beira do rio pela notícia da declaração da guerra
entre o Brasil e o Paraguai?
Nas classes mais favorecidas da fortuna, nas cidades principalmente, o entusiasmo foi
grande e duradouro. Mas entre o povo miúdo o medo do recrutamento para voluntário da
Pátria foi tão intenso que muitos tapuios se meteram pelas matas e pelas cabeceiras dos
rios, e ali viveram como animais bravios sujeitos a toda a espécie de privações.
[...]
Coisa terrível que era então o recrutamento!
Esse meio violento de preencher os quadros do exército era ao tempo da guerra posto em
prática com barbaridade e tirania, indignas dum povo que pretende foros de civilizado.
Suplícios tremendos eram infligidos aos que, fugindo a uma obrigação não compreendida,
ousavam preferir a paz do trabalho e o sossego do lar à ventura de se deixarem cortar em
postas na defesa das estâncias rio-grandenses e das aldeolas de Mato Grosso.
SOUZA, I. Contos amazônicos. Jundiaí: Cadernos do Mundo Inteiro, 2018 (fragmento).
Para descrever o modo como indígenas e ribeirinhos eram recrutados
para lutarem como “voluntários da Pátria”, o texto de Inglês de Souza

a) enfatiza a capacidade de resiliência dos tapuios.


b) põe em evidência a brutalidade do alistamento compulsório.
c) ironiza a importância atribuída à guerra pelas elites da época.
d) relativiza a prevalência da disputa bélica sobre a natureza pacífica.
e) critica a incompreensão da população acerca das motivações do
conflito.
Para descrever o modo como indígenas e ribeirinhos eram recrutados
para lutarem como “voluntários da Pátria”, o texto de Inglês de Souza

a) enfatiza a capacidade de resiliência dos tapuios.


b) põe em evidência a brutalidade do alistamento compulsório.
c) ironiza a importância atribuída à guerra pelas elites da época.
d) relativiza a prevalência da disputa bélica sobre a natureza pacífica.
e) critica a incompreensão da população acerca das motivações do
conflito.
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Conhecimento máximo.
Tempo mínimo!
QUESTÕES
QUESTÃO 1
(Enem 2022) PALAVRA – As gramáticas classificam as palavras em substantivo, adjetivo, verbo,
advérbio, conjunção, prono - me, numeral, artigo e preposição. Os poetas classificam as palavras
pela alma porque gostam de brincar com elas, e para brincar com elas é preciso ter intimidade
primeiro. É a alma da palavra que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e
o significado para dizer o que quer, dar sentimento às coisas, fazer sentido. A palavra nuvem
chove. A palavra triste chora. A palavra sono dorme. A palavra tempo passa. A palavra fogo
queima. A palavra faca corta. A palavra carro corre. A palavra “palavra” diz. O que quer. E nunca
desdiz depois. As palavras têm corpo e alma, mas são diferentes das pessoas em vários pontos. As
palavras dizem o que querem, está dito, e pronto.
FALCÃO, A. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo: Salamandra, 2013 (adaptado).
Esse texto, que simula um verbete para a palavra “palavra”, constitui-se como um poema porque
a) tematiza o fazer poético, como em “Os poetas classificam as palavras pela alma”.
b) utiliza o recurso expressivo da metáfora, como em “As palavras têm corpo e alma”.
c) valoriza a gramática da língua, como em “substantivo, adjetivo, verbo, advérbio,
conjunção”.
d) estabelece comparações, como em “As palavras têm corpo e alma, mas são diferentes das
pessoas”.
e) apresenta informações pertinentes acerca do conceito de “palavras”, como em “As
gramáticas classificam as palavras”.
QUESTÃO 2
(Enem 2020) Vou-me embora p’ra Pasárgada foi o poema de mais longa gestação em toda a
minha obra. Vi pela primeira vez esse nome Pasárgada quando tinha os meus dezesseis anos e foi
num autor grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que significa “campo dos persas” ou “tesouro dos
persas”, suscitou na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delícias, como o de
L’invitation au Voyage, de Baudelaire. Mais de vinte anos depois, quando eu morava só na minha
casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da mais aguda sensação de tudo o
que eu não tinha feito em minha vida por motivo da doença, saltou-me de súbito do
subconsciente este grito estapafúrdio: “Vou-me embora p’ra Pasárgada!” Senti na redondilha a
primeira célula de um poema, e tentei realizá-lo, mas fracassei. Alguns anos depois, em idênticas
circunstâncias de desalento e tédio, me ocorreu o mesmo desabafo de evasão da “vida besta”.
Desta vez o poema saiu sem esforço como se já estivesse pronto dentro de mim. Gosto desse
poema porque vejo nele, em escorço, toda a minha vida; [...] Não sou arquiteto, como meu pai
desejava, não fiz nenhuma casa, mas reconstruí e “não de uma forma imperfeita neste mundo de
aparências’, uma cidade ilustre, que hoje não é mais a Pasárgada de Ciro, e sim a “minha”
Pasárgada.

BANDEIRA, M. Itinerário da Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Brasília: INL, 1984
Os processos de interação comunicativa preveem a presença ativa de múltiplos
elementos da comunicação, entre os quais se destacam as funções da linguagem. Nesse
fragmento, a função da linguagem predominante é

a) emotiva, porque o poeta expõe os sentimentos de angústia que o levaram à criação


poética.
b) referencial, porque o texto informa sobre a origem do nome empregado em um
famoso poema de Bandeira.
c) metalinguística, porque o poeta tece comentários sobre a gênese e o processo de
escrita de um de seus poemas.
d) poética, porque o texto aborda os elementos estéticos de um dos poemas mais
conhecidos de Bandeira.
e) apelativa, porque o poeta tenta convencer os leitores sobre sua dificuldade de
compor um poema.
QUESTÃO 3
(Enem 2022) Assentamento

Zanza daqui Quando eu morrer


Zanza pra acolá Cansado de guerra
Fim de feira, periferia afora Morro de bem
A cidade não mora mais em mim Com a minha terra:
Francisco, Serafim Cana, caqui
Vamos embora Inhame, abóbora
Onde só vento se semeava outrora
Ver o capim Amplidão, nação, sertão sem fim
Ver o baobá Ó Manuel, Miguilim
Vamos ver a campina quando flora Vamos embora
A piracema, rios contravim
Binho, Bel, Bia, Quim BUARQUE, C. As cidades. Rio de
Vamos embora Janeiro: RCA, 1998 (fragmento).
Nesse texto, predomina a função poética da linguagem. Entretanto, a função emotiva
pode ser identificada no verso:

a) “Zanza pra acolá”.


b) “Fim de feira, periferia afora”.
c) “A cidade não mora mais em mim”.
d) “Onde só vento se semeava outrora”.
e) “Ó Manuel, Miguilim”.
GABARITO
Questão 1
[B]
A escritora Adriana Falcão emprega a metáfora ao conceber o
termo "palavra" como dotado de sentimentos e emoções,
exemplificado por ações como "chorar", "dormir", "passar",
"queimar", "cortar" e "correr", destacando que as palavras
possuem tanto corpo quanto alma, como evidenciado na citação
"As palavras têm corpo e alma".
Questão 2

[C]
Manuel Bandeira, ao narrar o processo de criação do poema
"Itinerário de Pasárgada", discute sobre a prática poética,
introduzindo a função metalinguística da linguagem no texto.
Questão 3

[C]
A função emotiva se define pela subjetividade, refletindo a
perspectiva individual de quem cria a mensagem e empregando
o discurso na primeira pessoa do singular, como exemplificado
no verso presente na opção [C]: "A cidade não mora mais em
mim".
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