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FIGURAS DE LINGUAGEM

1. (ENEM 2022)

PALAVRA

As gramáticas classificam as palavras em substantivo, adjetivo,


verbo, advérbio, conjunção, pronome, numeral, artigo e preposição.
Os poetas classificam as palavras pela alma porque gostam de
brincar com elas, e para brincar com elas é preciso ter intimidade
primeiro. É a alma da palavra que define, explica, ofende ou elogia,
se coloca entre o significante e o significado para dizer o que quer,
dar sentimento às coisas, fazer sentido. A palavra nuvem chove. A
palavra triste chora. A palavra sono dorme. A palavra tempo passa. A
palavra fogo queima. A palavra faca corta. A palavra carro corre. A
palavra "palavra" diz. O que quer. E nunca desdiz depois. As palavras
têm corpo o alma, mas são diferentes das pessoas em vários pontos.
As palavras dizem o que querem, está dito, e pronto.
Falcão, A. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo: Salamandra, 2013
(Adaptado)

Esse texto, que simula um verbete para a palavra “palavra”, constitui-se


como um poema porque

a) tematiza o fazer poético, como em “Os poetas classificam as palavras


pela alma”.
b) utiliza o recurso expressivo da metáfora, como em “As palavras têm
corpo e alma”.
c) valoriza a gramática da língua, como em 'substantivo, adjetivo, verbo,
advérbio, conjunção”.
d) estabelece comparações, como em "As palavras têm * corpo e alma,
mas são diferentes das pessoas”.
e) apresenta informações pertinentes acerca do conceito de “palavra”,
como em “As gramáticas classificam as palavras”.

FIGURAS DE LINGUAGEM E FUNÇÕES DA LINGUAGEM


2. (ENEM 2022)

Urgência emocional

Se tudo é para ontem, se a vida engata uma primeira e sai em


disparada, se não há mais tempo para paradas estratégicas, caímos
fatalmente no vício de querer que os amores sejam igualmente resolvidos
num átimo de segundo. Temos pressa para ouvir “eu te amo”. Não vemos
a hora de que fiquem estabelecidas as regras de convívio: somos
namorados, ficantes, casados, amantes? Urgência emocional. Uma
cilada. Associamos diversas palavras ao AMOR: paixão, romance, sexo,
adrenalina, palpitação. Esquecemos, no entanto, da palavra que
viabiliza esse sentimento: “paciência”. Amor sem paciência não vinga.
Amor não pode ser mastigado e engolido com emergência, com fome
desesperada. É uma refeição que pode durar uma vida.
MEDEIROS, M Disponível em: http://porumavidasimples.blogspot.com.br. Acesso em: 20
Ago. 2017 (Adaptado)

Nesse texto de opinião, as marcas linguísticas revelam uma situação


distensa e de pouca formalidade, o que se evidencia pelo(a)

a) impessoalização ao longo do texto, como em: “se não há mais


tempo”.
b) construção de uma atmosfera de urgência, em palavras como
"pressa"
c) repetição de uma determinada estrutura sintática, como em: “Se tudo
é para ontem”.
d) ênfase no emprego da hipérbole, como em: "uma refeição que pode
durar uma vida”.
e) emprego de metáforas, como em: “a vida engata uma primeira e sai
em disparada”.

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3. (ENEM 2020)
O ouro do século 21

Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário, térbio e


disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de nomes esquisitos e pouco
conhecidos pode parecer a escalação de um time de futebol, que ainda
teria no banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio, európio,
escândio e ítrio. Mas esses 17 metais chamados de terras-raras, fazem
parte da vida de quase todos os humanos do planeta. Chamados por
muitos de “ouro do século 21", "elementos do futuro" ou “vitaminas da
indústria", eles estão nos materiais usados na fabricação de lâmpadas,
telas de computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos,
baterias e até turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil,
dono da segunda maior reserva do mundo desses metais, parou de
extraí-los e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em retomar sua
exploração.

SILVEIRA. E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br Acesso em: 6 dez 2017


(adaptado)

As aspas sinalizam expressões metafóricas empregadas


intencionalmente pelo autor do texto para

a) imprimir um tom irônico à reportagem.


b) incorporar citações de especialistas à reportagem.
c) atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
d) esclarecer termos científicos empregados na reportagem.
e) marcar a apropriação de termos de outra ciência pela reportagem.

4. (ENEM 2007)

O açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café


nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim

FIGURAS DE LINGUAGEM E FUNÇÕES DA LINGUAGEM


nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.

Este açúcar veio


da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
[dono da mercearia.

Este açúcar veio


de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana


e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.

(...)

Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.

Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro:


Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8.

A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho na


sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição entre a
doçura do branco açúcar e

a) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar.

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b) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na boca.
c) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o
açúcar.
d) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale.
e) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.

5. (ENEM 2004)

As figuras de linguagem são comumente encontradas nos textos


literários, bem como em charges e tirinhas.

Nessa tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas


figuras de linguagem para

a) condenar a prática de exercícios físicos.


b) valorizar aspectos da vida moderna.
c) desestimular o uso das bicicletas.
d) caracterizar o diálogo entre gerações.
e) criticar a falta de perspectiva do pai.

6. (ENEM 2004)

Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.

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Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.

(Carlos Drummond de Andrade)

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria


linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com
intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido
próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas,
atribuindo-lhes vida.

7. (Fuvest) A catacrese, figura que se observa na frase “Montou o cavalo


no burro bravo”, ocorre em:
a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo.
b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e
sepultura.
c) Apressadamente, todos embarcaram no trem.
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.
e) Amanheceu, a luz tem cheiro.

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FUNÇÕES DA LINGUAGEM

8. (Fuvest 2004)

Observe, ao lado, esta gravura de Escher: Na linguagem verbal,


exemplos de aproveitamento de recursos equivalentes aos da gravura
de Escher encontram-se, com frequência,

a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência que lhe parece
extremamente intrigante.
b) nos textos publicitários, quando se comparam dois produtos que têm
a mesma utilidade.
c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção e
distanciamento a experiência de que trata.
d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para expor
procedimentos construtivos do discurso.

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e) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza uma
determinada sequência de operações.

9. (Enem 2012)

Desabafo

Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida


hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica
manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci
ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária
eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem.
Estou nervoso. Estou zangado.

CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).

Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias


funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as
outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem
predominante é a emotiva ou expressiva, pois

a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.


b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da
comunicação.

10. (Enem 2014)

O telefone tocou.
— Alô? Quem fala?
— Como? Com quem deseja falar?
— Quero falar com o sr. Samuel Cardoso.
— É ele mesmo. Quem fala, por obséquio?
— Não se lembra mais da minha voz, seu Samuel?
Faça um esforço.
— Lamento muito, minha senhora, mas não me lembro. Pode dizer-me
de quem se trata?

(ANDRADE, C. D. Contos de aprendiz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.)

Pela insistência em manter o contato entre o emissor e o receptor,


predomina no texto a função

FIGURAS DE LINGUAGEM E FUNÇÕES DA LINGUAGEM


a) metalinguística.
b) fática.
c) referencial.
d) emotiva.
e) conativa.

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