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O TABERNÁCULO DE DEUS

1 O TABERNÁCULO

1.1 Por que construir um Tabernáculo no deserto?

Antes da construção do Tabernáculo propriamente, Moisés já havia fabricado no


deserto a chamada “tenda do encontro”, uma tenda rudimentar onde o Senhor
se encontrava com Moisés e ali falava com ele. Mas prestemos atenção aos
detalhes na descrição bíblica desse lugar:

“Ora, Moisés costumava pegar a tenda e armá-la para si, fora, bem
longe do arraial. Ele a chamava de ‘tenda do encontro’. Todo aquele
que buscava o SENHOR saía à tenda do encontro, que estava fora do
arraial” (Êx 33.7)

A tenda do encontro de Moisés ficava fora e bem longe do arraial. Certamente


Moisés tomara a iniciativa de construir essa tenda porque precisava estar em
comunhão com Deus num espaço reservado, onde pudesse receber dEle suas
orientações para comunicá-las ao povo; e construí-la fora e distante do arraial
certamente foi uma decisão motivada pela profunda reverência para com a
santidade de Deus. Onde Deus se manifesta, “é terra santa” (Êx 3. 5).
Entretanto, Deus parecia não estar satisfeito revelando-se a Moisés fora e bem
longe do arraial, então lhe diz:

“Diga aos filhos de Israel que me tragam uma oferta. De todo homem
cujo coração o mover para isso… E farão para mim um santuário, para
que eu possa habitar no meio deles” (Êx 25.8)

Portanto, pode se dizer que o Tabernáculo foi construído por ordem de deus
para que Deus pudesse estar no meio do seu povo e assim estabelecer uma
comunhão, comunicar sua vontade e se revelar a Israel.

1.2 Definição
O Tabernáculo é, na Bíblia, descrito com várias acepções e uma delas é a de
“tenda”, “habitação”.
O tabernáculo Mosaico era portátil, porque os filhos de Israel mudavam-se
frequentemente enquanto estavam no deserto, desta forma ele podia armardo
e desarmado.

1.3 O Tabernáculo um projeto de Deus

O Tabernáculo do deserto foi idealizado por Deus e construído sob suas ordens e
diretrizes. A construção do Tabernáculo foi feita conforme o que foi revelado a
Moisés no monte Sinai, suas dimensões, seus utensílios e materiasi s serem
utilizados e até mesmo os artífices foram escolhidos por Deus.
“Vê, pois, que tudo seja feito segundo o modelo que te foi mostrado”.
(Êxodo 25:40, 26:30)

“Segundo tudo o que eu mostrar a você como modelo do tabernáculo e


modelo de todos os seus móveis, assim vocês o farão”, disse Deus a
Moisés (Êx 25.9).

Deus não apenas disse a Moisés o que fazer e como fazer, mas mostrou a Moisés
o que deveria ser feito.

1.4 Função

A sua função principal era servir como o lugar de encontro entre Deus e o
homem. Neste recinto, relativamente simples, que Deus encontrava-se com seu
povo:

“…à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, onde vos


encontrarei, para falar contigo ali” (Êxodo 29.42).

Este lugar era santo, consagrado ao culto do Deus vivo e eterno. O Tabernáculo
era o lugar permanente da Presença de Deus.

“Meu tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão
o meu povo”. (Hb. 8:5)

“E farão um santuário para mim, e Eu habitarei no meio deles” . (Êxodo


25:8)

O texto declara “e habitarei no meio deles”, para enfatizar que o propósito do


Santuário era trazer Deus para dentro da vida do Seu povo.
Deus não precisava de um “Santuário feito por mãos de homem”. O ser humano,
este sim, por causa da sua imaturidade e inabilidade de se relacionar com o
Criador.
O Tabernáculo, com todas as suas simbologias, por meio do sacrifício expiatório,
através do ungido do Senhor, o sumo-sacerdote, trazia uma nova oportunidade
para o povo se aproximar de Deus. Deus desejava ardentemente se fazer
acessível ao homem, e perdoá-lo. Restabelecer o relacionamento original que
havia no Éden.

1.5 Outros nomes dados ao tabernáculo segundo a bíblia

Vários outros nomes são atribuídos ao Tabernáculo entre eles:

a) Santuário - Lugar santo do palácio do Grande Rei. (Êx. 25: 8) – “E me


farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles”.
b) Tabernáculo – Lugar de habitação. (Êx. 25:9) – “Segundo tudo que eu
te mostrar como modelo do Tabernáculo”.
c) Tabernáculo do Senhor. (Js. 22:19 –“ ...onde habita o tabernáculo do
Senhor...”
d) Tenda - Cobertura do Tabernáculo (Êx. 40:2) “... levantarás o
tabernáculo da tenda da congregação”.
e) Tenda da Congregação (Êx. 33:7) “... e lhe chamava a Tenda da
Congregação...”. Era o centro do culto (Nm. 18:14).
f) Tenda do Testemunho – Refere-se à Arca onde estava a Lei (Nm. 9:15 )
g) Casa de Deus – Chamada assim na terra de Canaã. (Jz. 18:31)
“ ...estabeleceram por si todos os dias que a Casa de Deus...”
h) Templo do Senhor - (I Sm. 3:3) – “E tendo-se deitado também Samuel,
no templo do Senhor...”
i) Santuário terrestre ou material. - Pertence à dispensação das
cerimônias tipo de Jesus. (Hb. 9:1).
j) Lugar de encontro - (II Cor. 5:18) – “E tudo isso provém de Deus, que
nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da
reconciliação . Em que Cristo, Deus e o homem se encontram”.
k) Lugar de Revelação - (Jo. 1:18) – “Deus nunca foi visto por alguém. O
Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer”.
l) Habitação de Jeová - (Js 22.19,29; Jz 19.18; 1Sm 1.7,24; 3.15) - “E
assim o fazia ele de ano em ano; quando ela subia à Casa do SENHOR...”

2 OS MATERIAIS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO


2.1 A madeira de acácia ou cetim:
Simboliza a humanidade de Cristo. A madeira é terrena.
“... como raiz de uma terra seca...”( Is 53:2)
Era uma madeira dura, cheia de nós, a Septuaginta a descreve como
incorruptível, por possuir uma resina suportava o ouro quente para o seu
revestimento.
A incorruptibilidade desta madeira tipifica o corpo e o caráter de Jesus,
representa sua humanidade de Jesus, o Verbo que se fez carne.
Nós também somos comparados a árvores. Nós como essa madeira retorcida,
vamos sendo talhados à medida que Deus trabalha em nós.
“O justo florescerá como palmeiras crescerá como o cedro no Líbano plantado na
casa do Senhor, florescerão no átrio do nosso Deus. (Sl 92:13,13)

2.2 Ouro:
Representa a divindade e o celestial, a cidade Santa, coroa de ouro. O ouro é
símbolo de realeza. Foi o primeiro dos materiais a ser descrito dentre as ofertas
para construção do tabernáculo.
Foi usado dentro do tabernáculo, nas colunas, na arca da aliança, o candelabro, o
altar de incenso, o castiçal e mesa dos pães da proposição. (Êx 25:34)

2.3 Prata:
A prata fala de redenção, preço a ser pago. (Êx 30:11-16 e Nm3:40-51).
A moeda do tabernáculo era ciclo de prata, representa o resgate e propiciação
dos nossos pecados. ( Is 53:4)

"Quando você fizer o recenseamento dos israelitas, cada um deles terá que
pagar ao Senhor um preço pelo resgate por sua vida quando for contado. Dessa
forma nenhuma praga virá sobre eles quando você os contar...”

“...Os ricos não contribuirão com mais, nem os pobres darão menos que seis
gramas, quando apresentarem a oferta ao Senhor como propiciação por suas
vidas”.
“Receba dos israelitas o preço da propiciação e use-o para o serviço da Tenda do
Encontro. Será um memorial perante o Senhor em favor dos israelitas, para
fazerem propiciação por suas vidas”. (Êxodo 30:12-16)

O valor dispensado era igual para ricos e pobres, o preço pago por Jesus é
único, o seu sangue, que cobre qualquer um que o aceita como Senhor e
Salvador, o que mostra que Deus valoriza cada um de nós igualmente (1Pe 1:18).
E ainda falando de resgate vemos que:
José foi vendido por 20 moedas de prata
Jesus foi vendido por 30 moedas de prata.
Estava presente nos ganchos e vigas das colunas do átrio. As bases das quatro
colunas que sustentavam o véu do lugar santíssimo (Êx36:35).

2.4 Bronze:
Representa o que é terreno, desta geração. Fala também de juízo e julgamento
contra o pecado (Jr 1:18,).
“E os teus céus … serão de bronze” Dt 28.15,23, A serpente de bronze Nm 21:9.

Quem está em Cristo, tem a salvação. Ele é vitorioso sobre o julgamento de Deus
“Pois quebrou as portas de bronze, e despedaçou os ferrolhos de ferro” Sl
107.16.

Estava presente nas peças do átrio, altar de holocausto, na pia, nas bases que
sustentavam as colunas do átrio, as estacas e os pregos , as bases das 5 colunas
da porta da tenda que davam acesso ao santo lugar (Ex38:20 e 27:17).

2.5 Linho

Justiça, Cristo é o Justo, e os que são d’Ele tem a Sua justiça, II Coríntios 5.21; I
Coríntios 1.30.

“E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente;


porque o linho fino são as justiças dos santos.” Apocalipse 19:8

2.6 Pêlos de Cabras


Útil para servir. Tecido para fazer pano das cortinas para servirem de tenda sobre
o tabernáculo, (Êxodo 26.7; 36.14). É também crido que os profetas usavam
roupa feita de pêlos de cabra, (Zacarias 13.4,5).

2.7 Peles de carneiro tingidas de vermelho


Expiação de Cristo, ou a devoção do Sacerdote no seu oficio.

2.8 Peles de texugos


Humanidade ou a aparência de Cristo. A santidade que repele toda forma de
iniqüidade, Hebreus 7.26. A pele de texugo era sem revelo, manifestando o fato
que o homem natural não vê em Cristo nenhuma formosura (Isaías 53.2); a
capacidade de Cristo proteger o Seu Povo, (João 10.27,28).
2.9 Pano de Saco
Lamento, arrependimento, tristeza profunda, luto…

“Então Jacó rasgou as suas vestes, pôs saco sobre os seus lombos e lamentou a
seu filho muitos dias”. (Gn 37:34)

“Então vieram as servas de Ester, e os seus camareiros, e fizeram-na saber, do


que a rainha muito se doeu; e mandou roupas para vestir a Mardoqueu, e tirar-
lhe o pano de saco; porém ele não as aceitou”. (Et. 4:4)

“E tornarei as vossas festas em luto, e todos os vossos cânticos em lamentações;


e porei pano de saco sobre todos os lombos, e calva sobre toda cabeça; e farei
que isso seja como luto por um filho único, e o seu fim como dia de amarguras”.
(Am 8:10)

Outros Materiais

Azeite

O Espírito Santo, ou Sua unção, I João 2.27.


O Espírito Santo foi dado a Cristo sem medida, João 3.34.
Cristo fez as Suas obras pela virtude do Espírito Santo, Hebreus 9.14; Sal 45.7;
Isaías 11.2-4; Efésios 1.19.
Cristo a Luz do mundo, João 8.12;
Sua sabedoria divina, I Cor 1.30.

Ervas (Especiarias)

Fragrância agradável diante de Deus, II Coríntios 2.14-17.

Pedras (ônix e pedras de engaste)

A preciosidade dos Cristãos a Deus por Cristo, Malaquias 3.17;


A representação das 12 tribos de Israel.
As perfeições de Cristo como Sacerdote.

3 AS CORES DO TABERNÁCULO
 Azul: céu, Espírito Santo, Revelação Divina, (Nm 15:38, Ex 24:10).
Usado na porta de entrada, nos véus do tabernáculo e nos tecidos que
cobriam algumas peças do tabernáculo para transporte: arca, o
candelabro altar de incenso e todos os utensílios. ( Nm 4:5-12)

 Purpura: realeza, majestade, reinado, autoridade. (Dn 5:7, Lc 16:19, Jo


19:2)

 Vermelho: sangue, pecado, sacrifício, purificação. (Lv 17:11, Hb 9:22, Tg


2:21). Estava presente no tecido do véu, que separava o santo lugar do
santíssimo, no tecido que era colocado sobre o altar, para condução dos
utensílios usados no serviço do altar. Também o tecido que era colocado
sobre a mesa dos pães da proposição era vermelho. ( Nm 4:13)

 Branco: Justificação. Presente nas cortinas do átrio.

“Foi-lhe dado para vestir-se linho fino, brilhante e puro. O linho fino são
os atos justos dos santos” (Apocalipse 19.8).

“O vencedor será igualmente vestido de branco. Jamais apagarei o seu


nome do livro da vida, mas o reconhecerei diante do meu Pai e dos seus
anjo.” (Apocalipse 3:5).

4 TABERNÁCULO DE DEUS: ORDENAÇÃO E CONSTRUÇÃO


O tabernáculo de Deus era constituído ou ordenado por três áreas de construção: A
estrutura externa do pátio, o Santo Lugar e o Santo dos Santos ou Lugar Santíssimo.
Orientações dadas quanto a sua construção e reconstrução do templo, já que este
era desmontável e acredita-se que foi montado cerca de quarenta vezes no deserto.

4.1 A direção do tabernáculo

Deveria sempre ser montado com a sua entrada voltada para o oriente ou leste, isto
é, a direção do nascer do sol.
a) O tabernáculo recebia as primícias dos raios solares.
b) A cada amanhecer, os hebreus poderiam ter a convicção e que as misericórdias de
Deus estavam sendo renovadas sobre eles (Lm 3.22,23).
c) Certamente, essa direção para o nascer do sol também apontava para Cristo,
aquele que é “o sol da justiça” (Ml 4.2).

4.2 A localização do pátio entre as tribos de Israel

4.2.1 A maior proximidade dos levitas:

Os descendentes de Levi estavam mais próximos do tabernáculo, acampando-se em


sua volta, filhos de Coate, Gérson e Merari, rodeavam o santuário, a fim de protegê-
lo, carregar, armar e desarmar o tabernáculo (Nm 3.21-39).
Os gersonitas ficavam atrás do tabernáculo, ou seja, ao ocidente cuidavam do
exterior da tenda como vigias.
Os coatitas ficavam ao sul eram aos seus cuidados estavam Arca, o candelabro, o
altar de incenso, a mesa de pães e todos os vasos sagrados.
Os meraritas estabeleciam-se ao norte, eram os responsáveis pelas tábuas, travessas,
bases, cordas, colunas e estacas do tabernáculo. O número total de levitas (homens)
contados a partir de um mês de vida somava vinte e dois mil (Nm 3.39).

Moisés, Arão (responsável pelo sacerdócio) e suas respectivas famílias acampavam


bem à entrada do tabernáculo. A advertência era clara:

“o estranho que se aproximar morrerá” (Nm 3.38).

Assim, devido à exigência do serviço sacerdotal eles ficavam mais próximos da tenda
da congregação. Embora, fossem os levitas quem carregassem as peças do
tabernáculo, não era permitido a eles vê-las ou tocá-las, por ordem do próprio Deus
deviam os sacerdotes acondicionar tudo em tecidos, para que não morressem os
filhos de Levi, pois eram coisas santíssimas.
“Eles ficarão a seu serviço e cuidarão também do serviço da Tenda, mas
não poderão aproximar-se dos utensílios do santuário ou do altar; se o
fizerem, morrerão, tanto eles como vocês.” Lv. 18:30

4.2.2 A tribo de Judá bem à entrada do tabernáculo

Além da razão numérica (Judá era a maior tribo, com 74.000l homens adultos, além
de mulheres e crianças), cremos que havia uma razão tipológica e profética para esta
tribo estar posicionada bem à frente do tabernáculo, na direção do oriente. Voltando
à benção de Jacó ministrada sobre seu filho Judá, lemos:

“Judá é leãozinho… encurva-se e deita-se como leão… O cetro não se


arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés…” (Gn 49.9,10).

Essa predição de Jacó apontava para a força e a liderança futura de Judá, donde
viriam os reis de Israel. Jesus, que era descendente de Judá, é identificado como “o
Leão da Tribo de Judá” (Ap 5.5). É Jesus que tem o cetro em suas mãos (Hb 1.8; Ap
19.15), ele é o Rei de reis e Senhor sobre senhores eternamente (Ap 19.16).

4.2.3 A organização das tribos

A organização das tribos dos hebreus em torno do tabernáculo foi orientada pelo
Senhor que disse a Moisés:
“ao redor, de frente para a tenda da congregação” (Nm 2.2).

Assim, ao saírem da tenda a primeira coisa que viam era o tabernáculo, era glória de
Deus (Kabod), indicando que eles deveriam ter um coração voltado para Deus e que
Deus era o centro da vida deles.
A descrição desse arranjo das tribos em volta do átrio se encontra no segundo
capítulo de Números. A imagem abaixo resume e ilustra esse acampamento:
A distribuição das tribos foi feita da seguinte maneira:
 Ao norte ficava Dã, Aser, Naftali
 Ao sul Ruben, Simeão, Gade
 Ao oeste Efraim, Manasses, Benjamim
 Ao leste Judá, Issacar, Zebulon

Cada tribo possuía uma insígnia e o estandarte pertencia à tribo mais ampla
(Nm 2:3,10,18,25). A tradição judaica faz crer que os emblemas tribais, as cores, as
doze pedras no peitoral do sumo sacerdote (Êx 28:15.21), se relacionavam.
A tradição sustenta também que, a bandeira da tríade liderada por Judá tinha a figura
de um leão, a de Rubem a figura de homem, a de Efraim a de um boi e a de Dã a figura
de uma águia. Aqui se faz uma correlação aos quatro seres viventes descritos em Ez
1:10 e Ap 4:7.
Existe ainda interpretação que inclui os quatro evangelhos a estas figuras,
relacionando-as a aspectos do ministério de Jesus, na forma como os evangelista
apresentam Cristo:

 Realeza - Leão: Mateus mostra Jesus como o Rei (Mt 1.1; 9.27; 12.23).
 Humanidade - Homem: Lucas apresenta Jesus como o homem perfeito.
 Serviço - Boi: Marcos fala de Jesus como o servo.
 Divindade - Águia: João revela Jesus como Deus.
5 O PÁTIO ou ÁTRIO

5.1 O cortinado

O átrio do tabernáculo media aproximadamente 45m x 22,5m, e era cercado de


cortinas de linho fino retorcido, possivelmente de cor branca, medindo 2,30 metros de
altura, penduradas em varas de prata, e sustentado por 60 colunas, feitas de madeira
de acácia ou cetim e revestidas de bronze. Todas essas colunas estavam firmadas em
bases de bronze. Havia ainda ganchos (ou colchetes) de prata que ostentavam as
cortinas do tabernáculo, além de capitéis ou faixas que ornamentavam essas cortinas.
Os pregos que garantiam a firmeza e sustentação das colunas eram igualmente feitos
em bronze (ou cobre – Êx 27.19).
O cortinado tinha uma tríplice função:
 Demarcar os limites do território sagrado para que nenhum desavisado fosse
além do permitido;
 Preservar o santuário com sua mobília quer fosse contra a ação humana ou
contra animais do deserto;
 Mostrar ao homem pecador que ele está separado de Deus, embora Deus esteja
tão perto do homem pecador. O pecado é que faz essa separação.

“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e


os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.”
(Is 59.1,2)

Somente entrando pela porta, que é Cristo, e mediante o sacrifício vicário


(substitutivo) é que o homem poderia aproximar-se de Deus.

5.2 A porta de entrada

Para acesso ao tabernáculo havia apenas uma porta na direção oriental. Suas medidas
eram de aproximadamente 2,30 metros de altura (seguindo a altura do cortinado) por
nove metros de largura. Quatro colunas de bronze bem ao centro sustentavam a
diferente cortina da entrada, que se distinguia do restante do cortinado, pois era feita
de linho fino torcido e tingida de nas cores branco, azul, púrpura e carmesim. Eram
bordadas e penduradas em vara de prata. A imagem abaixo é bastante ilustrativa:
Esta única porta de entrada para o tabernáculo é uma rica representação de Jesus
Cristo, que nos diz que Ele é aquela porta no templo ou tabernáculo de Deus, a porta
da salvação e o único caminho para o Pai (Jo 14.6).

“Eu sou a porta do reino de Deus: quem entrar por esta porta, será salvo”. (Jo 10.9)

5.2.1 As cores da cortina de entrada

As quatro cores da cortina de entrada podem prefigurar o caráter e o ministério de


Cristo encarnado, e também um paralelo com os evangelhos de Cristo, segundo a
teologia bíblica. Vejamos:
(1) A púrpura – cor aproximada ao nosso roxo obtida de um molusco. Por ser um
produto caro, era utilizado pelos reis e pelas pessoas ricas. Assim, ao se relacionar com
a realeza, a púrpura aponta para o Cristo Rei, conforme tema central do evangelho de
Mateus, dirigido aos judeus para apresentar Jesus como o “filho de Davi” (Mt 1.1; 9.27;
12.23), legítimo rei de Israel. Sim, Jesus é o Rei dos reis. (Ap 19.16)

(2) O carmesim – cor vermelha, cor de sangue. Prefigura o Cristo sofredor, cujo sangue
vertido na cruz do calvário é poderoso para salvar o mundo inteiro. O evangelho de
Marcos, escrito para os romanos, apresenta Jesus do ponto de vista da cruz, como
servo sofredor. Ninguém tem entrada à presença de Deus a não ser por meio deste
sangue carmesim.

(3) Linho fino (branco) – a cor branca do linho fino aponta para a perfeição do caráter
de Cristo e a justificação por meio do seu sangue. Lucas, que escreveu para os gregos,
é o evangelho do Homem perfeito, destacando a integridade, pureza e justiça de Jesus
Cristo.
6 UTENSÍLIOS DO ÁTRIO

Dentro deste pátio interno ficava o altar de holocausto onde eram queimados os
sacrifícios e ofertas à Deus, ficava em frente a porta de entrada. Era também no pátio
externo que estava a pia de bronze, usada para que os sacerdotes se lavassem antes
de entrar no tabernáculo (Ex 30:18).

Podemos dizer que o pátio é lugar de julgamento e redenção: o pecado é julgado na


vítima sacrificada e o pecador é redimido da culpa; na expiação dos pecados dos
homens, o amor de Deus se evidencia, livrando os pecadores arrependidos da
condenação da morte.

6.1 O altar para holocausto

O termo holocausto vem de um termo hebraico que significa “ascendente” ou “aquilo


que sobe” onde a fumaça subia como cheiro agradável ao Senhor (Lv 1:27), pois a
adoração e obediência do povo agrada a Deus.
O altar de holocausto localizava-se em frente a porta de entrada, feito de madeira de
acácia coberto com folhas de bronze, que media aproximadamente 2,25 metros de
comprimento e largura e 1,35 de altura, com chifres nos quatro cantos. Neste altar
eram queimados os sacrifícios e ofertas a Deus.

O altar é o lugar símbolo da reconciliação de Deus com o povo de Israel, ali uma vítima
inocente era oferecida para redenção do homem pecador. Jesus por meio da sua
morte leva consigo nossas transgressões e somos então redimidos.
6.1.1 Como eram as Ofertas de Sacrifícios
Quando se fala de adoração no antigo Testamento, logo nos vêm à memória o
tabernáculo e as ofertas de sacrifícios oferecidas nele. A Adoração (Ofertas) no
tabernáculo era constante.
Quando houve a inauguração dos trabalhos do tabernáculo pela consagração
de Arão e seus filhos, fogo caiu do céu sobre o altar dos sacrifícios. (Êxodo 40:1-38)

“E ACONTECEU, ao dia oitavo, que Moisés chamou a Arão e seus filhos, e os anciãos de
Israel, E disse a Arão: Toma um bezerro, para expiação do pecado, e um carneiro para
holocausto, sem defeito; e traze-os perante o SENHOR. Depois falarás aos filhos de
Israel, dizendo: Tomai um bode para expiação do pecado, e um bezerro, e um cordeiro
de um ano, sem defeito, para holocausto. Também um boi e um carneiro por sacrifício
pacífico, para sacrificar perante o SENHOR, e oferta de alimentos, amassada com
azeite; porquanto hoje o SENHOR vos aparecerá. […] E disse Moisés a Arão: Chega-te
ao altar, e faze a tua expiação de pecado e o teu holocausto; e faze expiação por ti e
pelo povo; depois faze a oferta do povo, e faze expiação por eles, como ordenou o
SENHOR.” (Levítico 8:1-36)

6.1.2 As Ofertas de Sacrifícios no Tabernáculo eram oferecidas continuamente

Todos os dias os sacerdotes ofereciam no altar de bronze dois cordeiros, um pela


manhã e o outro à noite. Juntamente com cada cordeiro, eles ofereciam farinha, óleo e
vinho (Êxodo 29:38-43; Números 28.1-8).
Para isso eles deveriam manter aceso o fogo do altar continuamente (Levítico 6.12,13).
Eles também deveriam manter continuamente acesos o candelabro de ouro no lugar
santo (Levítico 24.1-3). O incenso também era oferecido diariamente.
Os pães da presença eram postos “diante do Senhor todo o sábado, continuamente”
(Levítico 24:5-9).

6.1.3 Os Tipo de ofertas de Sacrifícios no Tabernáculo

O holocausto
O holocausto era um sacrifício de um animal totalmente consumido sobre o altar de
bronze (Levítico 1:1-17).
A oferta de cereal
Somente parte da oferta de cereal se queimava, e o restante dela pertencia a Arão e
seus filhos (Levítico 2:1-16).
A oferta de comunhão
Parte da oferta de comunhão se queimava no altar, e o restante se comia pelos
sacerdotes e pelo adorador (Levítico 3:1-17; Levítico 7:11-38).
A oferta pelo pecado
Parte da oferta pelo pecado se queimava no altar e o restante se queimava fora do
acampamento (Levítico 4:1- 35).
A oferta pela culpa
A oferta pela culpa se oferecia de modo semelhante à oferta pelo pecado (Lv 7:1-7).
Ela diferenciava-se de todas as outras ofertas porque uma restituição deveria ser feita
pelo adorador a quem havia defraudado. (Lv 5.1-19; Lv 6.1-7 e Lv 7.1- 7).
“FALOU mais o SENHOR a Moisés, dizendo: Quando alguma pessoa pecar, e
transgredir contra o SENHOR, e negar ao seu próximo o que lhe deu em guarda,
ou o que deixou na sua mão, ou o roubo, ou o que reteve violentamente ao seu
próximo, Ou que achou o perdido, e o negar com falso juramento, ou fizer
alguma outra coisa de todas em que o homem costuma pecar; Será pois que,
como pecou e tornou-se culpado, restituirá o que roubou, ou o que reteve
violentamente, ou o depósito que lhe foi dado em guarda, ou o perdido que
achou, Ou tudo aquilo sobre que jurou falsamente; e o restituirá no seu todo, e
ainda sobre isso acrescentará o quinto; àquele de quem é o dará no dia de sua
expiação”. ( Levítico 6:1-5)

6.2 A pia ou Lavacro

Também era no átrio que ficava a pia de bronze, usada para que os sacerdotes se
lavassem antes de entrar no tabernáculo (Ex 30:18), que estava entre o altar e o
tabernáculo.
A pia era feita de bronze puro, e usada pelos sacerdotes para purificar suas mãos e
pés. Somente após esta purificação que os sacerdotes podiam entrar no Santo Lugar
do Tabernáculo de Deus ou ir ao altar oferecer sacríficios.
O significado profético da pia, é a fonte de água viva que é Jesus Cristo, que nos
purifica de todo pecado e nos faz nascer de novo ao receber seu Espírito Santo:

“Na verdade, Em verdade vos digo que quem não nascer da água e do
Espírito não pode entrar no reino de Deus...” João 3:5

Há ainda a relação da pia com a palavra de Deus, pois devemos ser lavados
pela palavra e assim então sermos limpos.

Jo 15:3 " Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado."

Tito 3:5 "Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a
sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação
do Espírito Santo"

Hb 10:22 " Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de


fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com
água limpa"
7 A TENDA DO TABERNÁCULO

7.1 As divisões da Tenda

O tabernáculo internamente era dividido por um véu em dois cômodos:

 O lugar sagrado: Primeira área da tenda, também chamado de lugar santo,


apenas os sacerdotes podiam acessá-la através de uma cortina ou primeiro véu,
voltada para o nascer do sol (leste). Nele estavam: O altar do incenso, a mesa dos
pães da proposição e o candelabro ou menoráh.

 O santo dos santos: A segunda e última área da tenda, a área mais sagrada do
santuário chamada de santo dos santos, o santíssimo lugar e segundo
tabernáculo (Êxodo 28:29; Hebreus 9:3,7).
Somente o sumo sacerdote podia acessar o Santo dos Santos e apenas uma vez
por ano, no grande dia da expiação, nesta área ficava a arca da aliança. Ali se
manisfestava a estava a presença de Deus, sob a arca, entre os querubins.

A separação destes dois cômodos era feita por um véu feito por uma cortina dupla da
melhor qualidade, nele havias querubins bordados, ficavam penduradas em quatro
colunas de ouro fixadas em bases de prata.
7.2 Utensílios da tenda

7.2.1 A mesa dos pães da proposição


Estava localizada a direita no lugar santo do tabernáculo de Deus. A mesa era feita de
madeira de acácia revestida de ouro. Sobre ela havia 12 pães. Esses pães receberam a
denominação de proposição porque simbolizavam como o povo diante da presença de
Deus.
O pão da proposição foi apresentado diante de Deus:
 Sem fermento: Símbolo que o povo aparecerá diante de Deus, inteiro,
puro e sem a mistura de fermento (pecado) em suas vidas.
 Com incenso sobre eles: Para que exalassem um cheiro agradável, o
incenso representa as orações, os louvores e a adoração do povo a Deus.
É assim que devemos nos apresentar a Deus com um aroma perfumado:

“Porque somos como o cheiro de incenso que Cristo oferece a


Deus, e que se espalhe tanto entre os salvos como entre os
perdidos.” 2 Coríntios 2:15 (NVI)

 Constantemente e permanentemente: Assim, devemos buscar a Deus


permanentemente e não ocasionalmente.
 Foram renovados: Todos os sábados novos pães eram colocados e os
sacerdotes consumiam os que se retirava com vinho, este tipo de libação
significava a alegria de estar na presença de Deus. Além de significar a
renovação constante do povo de Deus.
 Na quantidade de doze: Representando as 12 tribos de Israel, hoje
simboliza a união de todo o povo de Deus como um só corpo, mesmo
com suas diversidades.

7.2.2 A significação da mesa: Cristo é o pão da vida


Visto tudo isso, o significado profético da mesa dos pães é a representação de
Jesus Cristo. Jesus Cristo é o pão puro, o pão vivo que desceu do céu, verdadeiro
e permanente que nos renova constantemente, que nos une nEle e cujo
sacrifício exalava o maior e melhor aroma agradável para Deus.
Jesus Cristo é o verdadeiro pão que devemos comer constantemente, para nos
apresentarmos santos e sem mácula diante da presença de Deus. Alimentar-se
deste pão da vida representa a alegria de nunca mais sentir fome ou sede:

“Jesus disse a eles: “Eu sou o pão que dá vida. Aquele que confia em
mim nunca mais terá fome; quem crê em mim nunca mais terá sede.”
João 6:35 (NVI)

7.3 O Candelabro

Deus ordenou que o candelabro ou Menorah fosse feita de ouro puro


batido. No candelabro não podia ter qualquer emenda. O seu pedestal, a sua
haste, os seus cálices, as suas maçanetas e os seus adornos florais formavam
uma só peça (Êxodo 25:31).
Esta lâmpada possui sete braços ou hastes, todos unidos por um tronco
central. Na ponta de cada uma das sete hastes havia uma base em forma de taça
dentro da qual uma lâmpada era colocada, totalizando sete lâmpadas. Apesar de
o tamanho exato da Menorah do Tabernáculo ser desconhecido, sabe-se que em
sua fabricação foi utilizado um talento inteiro de ouro puro batido. Isso significa
que o candelabro do Tabernáculo tinha cerca de trinta e quatro quilos.
As sete lâmpadas da Menorah eram abastecidas pelos sacerdotes com
azeite puro de oliveira (Êxodo 27:20). As lâmpadas do candelabro deviam ficar
acessas continuamente (Êxodo 27:20; Levítico 24:1-4), cuja chama representa
simbolicamente a orientação de Deus.
7.3.1 Significado do castiçal

Há várias interpretações relativas ao candelabro, entre elas:

I. Os sete espíritos de Deus:


 Espírito de poder
 Espírito de sabedoria
 Espírito de conselho
 Espírito de entendimento
 Espírito do Senhor
 Espírito de conhecimento
 Espírito de temor

“Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará
sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o
Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do
SENHOR.” (Is 11:1-2).

II. A vara de Arão:


A vara de Arão que brotou, floresceu e deu frutos (Nm 17), estruturas estas que
aparece no candelabro, botão, flores e taças em formas de amêndoa Êx 25:31-40

III. O candelabro simbolizando a frutificação do Espírito


Havia 9 flores de cada lado do castiçal, que podem representar a manifestação dos
frutos e dos dons do Espírito.

DONS FRUTOS

1. Dom da fé 1. O amor
2. Dom de milagres 2. O gozo
3. Dom de cura 3. A paz
4. Dom de profecia 4. A longanimidade
5. Dom de línguas 5. A benigdade
6. Dom de interpretação de línguas 6. A bondade
7. Palavra de conhecimento 7. A fidelidade
8. Palavra de sabedoria 8. A mansidão
9. Discernimento de espíritos 9. O domínio próprio

IV. Jesus Cristo, luz do mundo:


O candelabro Uma sombra que aponta para Cristo, a sua Igreja e cada um de nós. No
Apocalipse, o Senhor Jesus anda livremente entre os candelabros (Ap1.12,13). Na
descrição do Evangelista, observamos que somente a luz do Cordeiro é capaz de levar
os castiçais a refulgirem.
“Jesus falou ao povo novamente: “Eu sou a luz que ilumina todos os que
vivem neste mundo. siga-me e Eles não vão andar no escuro terão a luz
que lhes dá vida”. João 8:12

“A cidade não precisa do sol ou da lua para iluminá-lo, porque o


resplendor de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua lâmpada.” Apocalipse
21:23 (NVI).

V. As festas do povo de Israel:


O povo de Israel deveria comparecer perante o Senhor, obrigatoriamente três vezes
ao ano, a saber:
 Na Páscoa
 Na Festa das Semanas
 E na Festa dos Tabernáculos (Êxodo 23.14-19; Levítico 23:1-44).

Nestas festas se ofereciam muitos sacrifícios e ofertas a Deus. (Nm 28:16-31; Nm 29:1-
40). Elas se dividiam em sete festas: Páscoa, Asmos, Primícias, Pentecostes,
trombetas, expiação e Tabernáculos.

Fonte:www.gracaeconhecimento.com.br

Deus escolheu Israel para anunciar a salvação ao mundo desejando dessa forma,
que Israel fosse o instrumento através do qual Ele traria a redenção as nações. Ele
preparou o povo ensinar os princípios eternos, e o seu modo de vida e assim,
proclamar a Bendita Semente, Cristo, o Salvador. (João 4:22)
Esse plano redentor está bem demostrado nas Festas que Ele ordenou para o
Seu povo. Estas festas bíblicas são chamadas de “convocações” ou “ensaios gerais”
(hebraico: moed) – Levítico 23:4 – indicando que se trata do instrução de Deus para o
Seu povo. Então podemos ver que cada uma das festas aponta para o Redentor, o
Messias Jesus.
As quatro primeiras festas, camadas de Festas de Primavera, simbolizam eventos
que se cumpriram na primeira vinda do Messias ao mundo. As três últimas, Festas de
Outono, se cumprirão na Sua segunda vinda. Veremos que posteriormente o
entendimento revelado dessas Solenidades foi dado à Igreja (os nascidos em Cristo),
depois da descida do Espírito Santo. Nas cartas do Novo testamento há algumas
menções dessas festas e seus significados.
Desta forma, o Messias Jesus é assim o cumprimento de cada uma das Festas do
Senhor. Ele é o propósito final da existência delas. Tal como toda a Escritura é
inspirada e proveitosa, estas “sombras” são relevantes para os seguidores de Jesus,
pois nunca deixam de apontar para Ele!

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por


causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são
sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.” (Colossenses
2:16-17.)

As sete festas eram:

1 A Páscoa (Lv 23:5; Ex 12:3-11)


Festa que traz a memoria a saída do Egito, onde cada família deveria ofertar e
comer 1 cordeiro. Essa Festa foi a primeira a ser instituída, quando o povo de Israel foi
libertado da escravidão do Egito (Ex. 12). Um cordeiro era morto no dia quatorze do
primeiro mês (Abib) do calendário hebraico. Cumpriu-se de forma precisa no dia da
crucificação. Era a Festa da Páscoa, quando Cristo foi pregado na cruz às 9 horas, na
hora do sacrifício da manhã, e expirou às 15hs, momento do sacrifício da tarde. Cristo
foi morto como um cordeiro pascal, na Festa da Páscoa (I Cor. 5:7; I Ped. 1:18 e 19).

2 A Festa dos Pães Ázimos (Lv 23:6-8; Nm 28:19)


No dia seguinte à Páscoa (15 de Abib) começava um período de sete dias onde o
povo deveria comer pão sem fermento e oferecer oferta queimada ao Senhor. No
verso sete o texto dizque no primeiro dia, ou seja, o dia seguinte a Páscoa, o povo não
poderia trabalhar. Essa festa se cumpriu a partir do dia seguinte à morte de Cristo,
quando em Lucas 23:54 a 56 diz que as mulheres na sexta-feira de Páscoa
embalsamaram o corpo de Jesus e então no Sábado (dia seguinte) descansaram.
Começa então o período de consagração daqueles que eram povo de Deus, na
esperança da ressurreição de Cristo, que morreu sem pecado, tipificado pelo pão sem
fermento (Fermento representa o pecado, leia Mat. 16:6).

3 A Festa das Primícias (Lv 23:9-14; Lv 23:12)


Acontecia no dia imediato à festa dos pães asmos (16 de Abib) e festejava o início
da colheita. Sem entrarmos em detalhes sobre sua contagem, que divergia entre os
Fariseus e Saduceus, vamos esboçar seu significado profético no plano de redenção.
Jesus morreu e ressuscitou ao terceiro dia, “como primícias dos que dormem” (I Cor.
15:20). Ele foi o primeiro. Assim como o povo dedicava ao Senhor os primeiros frutos
da colheita, Jesus dedica ao Pai os primeiros frutos da salvação, quando na Sua morte
muitos ressuscitaram (Mat. 27:51 a 53).

4 A Festa das Semanas ou Pentecostes (Lv 23:15-22; Nm 28:27)


Era o dia em que os judeus comemoravam com uma grande festa a entrega das
tábuas da Lei a Moisés sobre o monte Sinai que fumegava e tinha línguas de fogo. Ela
se dava cinquenta dias (penta)s depois da festa das primícias também era chamada de
festas da semanas porque se contavam sete semas após a festa das primícias. Parece
haver uma ligação desta festa com as anteriores, como sendo uma continuação (v. 15
e 16). Essa festa comemorava o fim da colheita, uma espécie de segunda festa das
primícias.
O Pentecostes cumpriu-se cronologicamente em tempo exato (Atos 2:1) e com a
descida do Espírito Santo, os seguidores de Deus entregaram “quase três mil pessoas”
(Atos 2:41) como frutos da grande colheita desde a morte e ressurreição de Jesus
(contrastante com o primeiro Pentecoste do povo Hebreu, quando receberam a Lei de
Deus e quebraram a aliança logo depois adorando o bezerro de ouro, ao que Moisés
quebra as tábuas e o pecado deles causa a morte de cerca de 3000 homens). Essa festa
ensina a ter compromisso com Deus e com a comunidade, a repartir os dons e sermos
gratos; reflete maturidade espiritual. Depois da Festa do Pentecostes havia um
intervalo até a próxima festa. Assim acontece na história, temos um grande intervalo
desde o Pentecostes até a retomada dos cumprimentos proféticos prefigurados pela
festa.

5 A Festa das Trombetas (Lv 23:23-25; Nm 29:2-5)

No primeiro dia do sétimo mês era tocada a trombeta para anunciar o primeiro dia
do ano civil, ou ano novo, seguindo o calendário lunar (lua nova). Os sacerdotes
ficavam de prontidão e vigiando o céu, ao primeiro sinal da Lua Nova, o shofar era
tocado e todo o povo era avisado de imediato. A trombeta também alertava ao povo
da proximidade do Dia da Expiação, que era dia de juízo onde se exigia preparação e
solenidade.
A Festa das Trombetas era um dia de descanso e consagração, representado pelas
ofertas queimadas oferecidas a Deus neste dia. Sua representação profética se dá no
anúncio da proximidade do grande Dia da Expiação, claramente estampado na
Primeira Mensagem Angélica: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do
Seu juízo” (Ap 14:7).
O toque do shofar simboliza, primeiro, a provisão de Deus. Conforme Gn 22:13, foi
justamente um carneiro preso pelos chifres num arbusto que Deus proveu para morrer
no lugar de Isaque, filho de Abraão. Esta provisão levou Abraão a chamar aquele lugar
de Javé-Jireh. Todas as vezes que se toca um shofar, anuncia-se a bondade de Deus,
que proveu Jesus Cristo para morrer em nosso lugar.
Em segundo lugar, simboliza o socorro sobrenatural de Deus. Em Nm 10:9, o
Senhor determinou: Quando em sua terra vocês entrarem em guerra contra um
adversário que os esteja oprimindo, toque os shofares; e o Senhor, o Deus de vocês, se
lembrará de vocês e os libertará dos seus inimigos. O verso 10 deste mesmo texto
acrescenta a necessidade de tocar shofares também nas festas e celebrações a Deus.
Além disto, o toque do shofar também anuncia a volta do Messias, Jesus Cristo.
Basta observar a revelação dada pelo Senhor em Mt 24:31, onde Ele anuncia que no
dia da Sua volta triunfal, os anjos tocarão shofares. O apóstolo Paulo, ao ensinar os
tessalonicenses acerca da volta de Cristo, avisou que shofares celestiais anunciarão o
exato instante do retorno do Senhor (I Ts 4:16). No décimo dia após a Festa das
Trombetas ocorre o dia do Yom Kipur, o dia do perdão, ou Dia da Expiação (Lv 23:26 ).
No 15º dia deste mesmo mês, é a vez da última das sete festas bíblicas, a Festa
dos Tabernáculos (Lv 23:33). As Escrituras falam-nos de um tempo em que Israel será
reunido na sua Terra através do toque de “uma grande trombeta” – Isaías 27:13 – e, na
Nova Aliança, o apóstolo Paulo explica este mistério numa altura em que todos os
crentes serão reunidos ao Messias – 1 Coríntios 15:51, 52; 1 Tessalonicenses 4:16-18. E
porque nenhum de nós sabe o exato tempo deste “soprar da trombeta”, a Festa das
Trombetas deve motivar-nos à preparação e ao serviço.

6 O Dia da Expiação (Lv 23:26-32; Nm 29:8)

Este, certamente, era o dia mais importante do calendário hebreu. Acontecia no


décimo dia do sétimo mês. Que se segue após 10 dias da Festa das Trombetas é
segundo a tradição judaica o dia estabelecido para que cada judeu “acerte as suas
contas com Deus.” Este era biblicamente o dia em que Israel se deveria reconciliar com
Deus como nação serva do Senhor – Levítico 16, 23:26-32.
Profeticamente, esta Festa aponta para o tempo em que Israel como nação será
reunida ao Messias Jesus. No final do tempo da Grande Tribulação, Israel como nação
olhará para o Messias “Eu, a Quem trespassaram”, e “chorarão por Ele como aquele
que chora pelo primogênito” (Zacarias 12:10). Nesse Dia Israel receberá a “remoção do
pecado e da impureza” (Zacarias 13:1), será enxertada de novo na sua própria oliveira
natural, e então “todo o Israel será salvo” (Romanos 11:23-26).
Os sacrifícios do dia da expiação iniciava-se pela manhã onde se apresentava o
sacrifício (Êxodo 28:38-42), uma oferta especial era feita, consistindo em um novilho,
sete cordeiros, um carneiro, um cabrito, acompanhados por ofertas de cereais de
farinha amassada com óleo (Números 29:7-11).
O sumo sacerdote retirava o sangue do novilho da oferta do pecado e aspergia-o
sobre a Arca da Aliança e sete vezes sobre o chão diante do trono da graça. Esta era a
oferta pelo pecado por si próprio e por sua família.
Após ter feito essa expiação por si mesmo e por sua família, ele sacrificava o
bode como oferta de pecado pelo povo. Ele então retirava seu sangue e aspergia-o
dobre a Arca da Aliança sete vezes sobre o chão diante do trono da graça.
Após sair do santo dos santos, ele colocava um pouco do sangue do bode nos
chifres do altar do incenso e nos chifres do altar de bronze. Então ele igualmente
aspergia sangue com seus dedos sobre o altar de bronze por sete vezes. Essa expiação
era feita pelos sacerdotes, pelo tabernáculo e pelo povo.
O segundo cordeiro sacrificial era a oferta pelo pecado do povo que se chamava
de bode expiatório. O sumo sacerdote confessava os pecados do povo sobre o bode
colocando suas mãos em sua cabeça. A seguir, se soltava o bode no deserto por um
homem escolhido para essa tarefa. Levando os pecados para longe da presença de
Deus.
O altar era o símbolo de reconciliação entre Deus e o povo de Israel, ali uma
vítima totalmente inocente era consumida em favor do pecador.

7 A Festa dos Tabernáculos (Cabanas) (Lv 23:33-43; Nm 29:38)

Este festival da colheita de Outono é chamado de “cabanas”, porque Deus mandou


que Israel vivesse todos estes dias de Festa em cabanas, como um memorial do tempo
passado no deserto em cabanas e sob a proteção e segurança do Senhor. Da mesma
forma que eles tabernacularam no Deserto, e no meio deles estava a Tenda de Deus
(Tabernáculo), o Messias veio e tabernaculou entre os homens. Depois de sua morte e
ressurreição, Ele passou a fazer morda dentro de nós, seus templos terrenos,
edificados por Ele mesmo, através do Espirito Santo.
Esta Festa é também chamada de “Festa da recolha” – Êxodo 23:16. Esta Festa é hoje
celebrada como o festival do fim da colheita, acompanhada de grande alegria na
provisão de Deus para o Seu povo. Zacarias profetizou que as nações serão um dia
“recolhidas” pelo Senhor Jesus. Vemos este sétimo mês apontando para o tempo em
que Deus irá completar o Seu plano redentor, reunindo o Corpo d e Cristo (Festa das
Trombetas), ajuntando a nação de Israel (Dia da Expiação), e juntando para Si todas as
nações (Festa dos Tabernáculos).

“E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os
homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará
com eles, e será o seu Deus.” (Apocalipse 21:3)

VI. O candelabro simbolizando as sete igrejas:

As sete igrejas representadas no castiçal devem, resplandecer a Luz da Palavra de


Deus, testemunhando ao mundo o viver em Cristo.
 Éfeso
 Esmirna
 Tiátira
 Pergamo
 Sardes
 Filadélfia
 Laodícea

“Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de


ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a homem, com vestes
talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro.(…) Escreve,
pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois
destas. (…) os sete candeeiros são as sete igrejas” Apocalipse 1:12-20

João relata que Jesus diz que os castiçais, ou a Menorá, representa a Congregação do
Senhor, composta de judeus e gentios, sobre a qual as portas do inferno não
prevalecem. As sete igrejas representadas na Menorá devem, então, resplandecer a
Luz da Palavra de Deus, testemunhando ao mundo os Seus caminhos. O próprio Jesus
disse aos seus discípulos:

“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre
um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do
alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa.
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5:14-
16).

VII O candelabro representando os olhos do Senhor

O profeta Zacarias teve uma visão de um candelabro de ouro com sete lâmpadas e
sete bicos para as lâmpadas. Havia um reservatório para o azeite na parte superior e
duas oliveiras ao lado do candelabro (Zacarias 4:1-2). Ao perguntar o que significavam
as lâmpadas, o anjo disse a Zacarias:

"Estas sete lâmpadas são os olhos do Senhor, que sondam toda a terra".

As luzes atuam como a onisciência de Deus, que vê tudo que ocorre no mundo (2Cr
16.9; Pv 15.3). No contexto de Zacarias, onde o templo estava sendo reconstruído,
Deus sabia o que estava acontecendo ao seu povo, incluindo as dificuldades da obra e
o coração dos opositores da reconstrução. Assim, seu poder (v.6), associado ao
conhecimento onisciente, seria o fator determinante do sucesso da empreitada e a
causa da confiança tranquila que o povo deveria manter enquanto obedecia ao Senhor
no trabalho do templo.

Nos dias de hoje, nada mudou, Deus tem os seus olhos voltados para o Seu povo, e por
meio do Espírito Santo age em nosso favor. Esta visão do castiçal e as duas oliveiras,
simboliza como o Senhor dará poder a Seu povo por intermédio de Seu Santo Espírito.

Fonte:www.searagape.com.br
VII O Candelabro representando as duas testemunhas

Na visão de Zacarias (Zc 4) ele contemplava um pote de ouro (Jesus), um candelabro


(o corpo de jesus) como a coluna central da menorah e a igreja aqui na terra, as duas
oliveiras representando as duas testemunhas fiéis que se encontram em pé diante de
Deus, sem pecado, sem mácula (Ap 11:4). Essas testemunhas continuarão falando a
cerca de Cristo chamando o povo ao arrependimento, elas são postas ali no contexto
de Zacarias e Apocalipse, para acordar aos que dormem e avivar a igreja. Note que
elas se mantem cheias de azeite (Espírito Santo), e vertem este azeite aos demais
castiçais do candelabro que estão apagados.
Representam também a Igreja de Esmirna e Filadélfia, na qual corre o azeite de ouro,
o Espírito Santo, que irá despertar as outras igrejas adormecidas. Jr 42:5

7.4 O altar de ouro para incenso

O altar de incenso era feito de madeira de acácia revestido de ouro, ficava no santo
lugar, na frente da cortina que dava acesso para o santíssimo lugar do tabernáculo de
Deus.
Nele era oferecido, duas vezes ao dia, oferta de incenso ao Senhor, servia ao propósito
prático de perfumar agradavelmente o ar.
7.4.1 Significado do altar de ouro para incenso

A fumaça do próprio incenso, subindo constantemente do altar, passou a simbolizar as


orações do povo de Deus subindo constantemente diante do Senhor. No tabernáculo,
o incenso só podia ser oferecido pelos sacerdotes, que assim serviam como
mediadores entre o povo e Deus, trazendo simbolicamente suas orações à presença do
Todo-Poderoso. Essa ideia é expressa no Salmo 141.2, onde Davi ora ao Senhor:

“Suba à tua presença a minha oração, como incenso”.

“E se aproximou outro anjo e parou diante do altar. Ele tinha um incensário de


ouro e foi-lhe dado muito incenso para oferecer, juntamente com as orações de
todo o povo de Deus, no altar de ouro que está diante do trono. 4 e juntos Com
essas orações, a fumaça do incenso subiu da mão do anjo para a presença de
Deus”. Apocalipse 8:3-4

Então este altar era uma espécie de altar de intercessão. Nesse sentido, o significado
profético do altar de ouro para o incenso é Jesus Cristo como nosso único e verdadeiro
intercessor que esta diante do Trono da Graça intercedendo por nós:

“Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, o que é Jesus


Cristo”. 1 Timóteo 2:5

Agora não precisamos mais de mediadores sacerdotais para levar nossas orações e
petições a Deus, pois podemos nos aproximar do nosso Criador em nome de Cristo,
nosso grande Sumo Sacerdote.

7.5 O véu e seu significado

7.5.1 O Material Usado na Construção do Véu do Tabernáculo – Ex 26.31

O véu do Tabernáculo era feito de linho fino torcido com azul, púrpura, carmesim, com
a imagem de querubins de obra prima bordada nele. Desde que tudo no Tabernáculo
eram sombras ou tipos simbólicos de Cristo, esse material apontava ao Cristo.

7.5.2 As cores do véu e sua representação


 O azul representava: Natureza Celestial de Cristo, Cristo O Espiritual, ou
homem celestial, I Coríntios 15.47,48; João 1.18; Hebreus 7.26; a origem
celestial de Cristo.
 A púrpura representava: Realeza, Soberania de Cristo, o “Rei dos reis, e
Senhor dos senhores”, Apocalipse 19.16; Marcos 15.17-18.
 O carmesim representava: Sacrifício, Apocalipse 5.9-10; Números 19.6;
Levítico 14.4; Heb 9.11-14, 19, 23, 28.
 O linho fino representava: Justiça, Cristo é o Justo, e os que são dEle tem
a Sua justiça, II Coríntios 5.21; Apocalipse 19.8; I Coríntios 1.30. Sendo
torcido, era dobrado o fio seis vezes fazendo o véu grosso e pesado (Gill).
 O branco, do linho fino torcido representava: perfeição, pureza e
santidade de Deus em Cristo, e aos que são lavados no sangue de Cristo
(Ap 7.9-17; Sl 132.9).
 Os querubins representavam: somando tudo que fala dos querubins pela
Bíblia podemos resumir que eles representam a autoridade e poder
judicial de Deus (Gn 3.24). Não há como chegar a Deus sem responder
pelo julgamento dos pecados. Pelos querubins terem presença no véu do
Tabernáculo entende-se que a entrada à presença de Deus é somente
através do julgamento dos pecados.

Assim, o véu, aponta ao Cristo: O Espiritual com natureza celestial (azul), O Soberano
(púrpura), O Sacrifício idôneo (carmesim), O Justo (linho fino) e O Perfeito (branco do
linho fino). Cristo, nessas qualidades, deu-Se a Si mesmo na cruz, recebendo assim o
julgamento do pecado de todo pecador arrependido (II Co 5.21; Tt 3.5; I Pd 1.18-21) e
repassando à estes as Suas justiças (II Co 5.21; I Pe 3.18).

7.5.3 A Posição do Véu no Tabernáculo – Ex 26.32-35


O véu do Tabernáculo fazia separação entre o santo lugar e o lugar santíssimo.
Após o véu no santo dos santos estava a Arca do Testemunho. Fora do véu eram
a mesa e o candelabro.
O véu do Tabernáculo foi pendurado debaixo dos colchetes sobre quatro colunas
de madeira de Acácia, representando a humanidade incontaminável de Cristo.
Essas colunas eram cobertas de ouro, representando a divindade pura de Deus.
Cristo é tanto homem quanto Deus, fatos declarados pela simbologia destas
colunas que existem para que o véu do tabernáculo fosse pendurado.
As bases que fixava as colunas no lugar eram de prata. Prata representa a
redenção por ser ela a moeda da expiação (Levítico 5.15; 27.3; 6,16; Êxodo
30.12-16; Números 18.16).
O fundamento destas bases era a redenção. A redenção, representada pela
prata, é a base da encarnação de Cristo, representado pelas colunas. A entrada à
presença de Deus é somente pelo julgamento dAquele que é Celestial, Soberano,
o Puro Sacrifício Eterno e Justo, o Único que pode agradar a Deus, o Seu Filho
Unigênito, O Cristo.
7.5.4 A Representação do Véu do Tabernáculo – Hb 10.1-23; Is 53.10-12

O véu do tabernáculo de Deus, cumpria a função de separar o Santo Lugar do


Santo do santíssimo. Somente o sumo sacerdote tinha autoridade dada por Deus
para entrar no Santo dos Santos, e isso apenas uma vez por ano, no dia da
expiação “Yom Kipur”.

O véu representava assim a separação do pecado do homem da santidade de


Deus. O véu mostrava a maneira de aproximação do homem pecador para o
Santo e Glorioso Deus. Essa aproximação era somente por um sacerdote idôneo
e somente com sangue (Lv 16.14; Jo 9.7, 14).

Cristo é Quem foi representado pelo véu do Tabernáculo (Hb 10.19, 20, “Tendo,
pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e
vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,”; Ef 2.12-
16; Cl 2.13-15; 3.7-11). Cristo é a Entrada – Isa 53.10, 11. Por Ele, o pecador
arrependido e crente pela fé em Cristo Jesus, não apenas tem entrada à
presença de Deus, mas, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus
(Hb 10.19).

Este véu foi rasgado quando Jesus Cristo consumou o sacrifício perfeito,
pregando o pecado na cruz do Calvário para a salvação do mundo:

“...então jesus gritou alto novamente, desistiu de seu espírito. 51 Nesse


momento a cortina do santuário do templo se rasgou em duas, de alto a
baixo.. A terra tremeu e as rochas se partiram”. Mateus 27:50-51

Graças a este sacrifício perfeito do Cordeiro de Deus, aqueles de nós que cremos
em Jesus Cristo, os filhos de Deus, tornamo-nos seu povo santo e somos todos
sacerdotes. Portanto, não há mais um véu de separação, podendo estar na
presença de Deus a qualquer hora ou lugar através da oração, louvor ou
adoração:

Quando pecados já foram perdoados não precisa


mais de apresentar ofertas pelo pecado. 19 Irmãos, desde Podemos
entrar livremente no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus Cristo, 20
para o novo e vivo caminho que ele nos abriu através do véu, isto é, do
seu próprio corpo”. Hebreus 10:18-20:18

Deus através de seu Filho Jesus Cristo abriu os céus para podermos estar em sua
presença e não apenas em um único Lugar Santo, mas habitar em nossos
corações.

7.6 A ARCA DO TESTEMUNHO – Êx 25:10-16

A Arca da aliança foi feita conforme a orientação do próprio Deus, até mesmo os
artesãos foram escolhidos por Ele (Êx 37:1-5). Foi confeccionada em madeira de
Acácia, revestida de ouro puro por dentro e por fora, possuía quatro argolas,
duas de cada lado, para colocação de uma vara também de ouro para
transportá-la. A Arca da Aliança também era chamada de:
 Arca do concerto
 Arca do Senhor
 Arca da Aliança
 Arca sagrada
 Santa Arca

7.6.1 O que havia dentro da Arca do Senhor

 As tábuas da lei: Os dez mandamentos dados a Moisés para o povo de


Israel. Ex25:16, Dt 10:5. Representava a aliança de Deus com o povo de
Israel, sua palavra e sua lei, ali, gravadas em pedra para que jamais fosse
apagada ou esquecida.

 Pote de ouro: O pote com uma porção de maná, para lembrar o povo da
provisão de Deus durante a caminhada no deserto. Êx 16:32-36, Ap 2:17.
O pote de ouro com o maná dentro nos fala do cuidado e da provisão de
Deus ao povo de Israel enquanto estiveram no deserto. Deus não deixou
faltar o pão para Israel durante sua jornada, o pote era um memorial dos
feitos de Deus aos israelitas que deveria ser visto e contado as geraçãoes
futuras, afim de confiassem no Senhor e vivesse na sua depedencia.

 A vara de Arão: A vara de Arão era um símbolo de advertência em Israel


contra os rebeldes. O contexto envolvendo a vara de Arão que floresceu
fala do episódio da rebelião suscitada em Israel contra a liderança de
Moisés e o sacerdócio de Arão (Números 16; 17). Mas isso revelava
simplesmente uma oposição dos israelitas contra o próprio Deus. A vara
de Arão floresceu como indicação da vontade e aprovação divina
concernente ao sacerdócio em Israel. A partir dali a vara de Arão seria
como sinal contra os filhos rebeldes de Israel, indicando a escolha de
Deus.
7.7 O PROPICIATÓRIO - A TAMPA DA ARCA DA ALIANÇA

A tampa que cobria a arca da aliança era chamada de propiciatório, foi feita de
ouro puro batido, sobre ela havia escultura de dois querubins, um de frente para
o outro, olhando para baixo, com as asas abertas voltadas para o centro da arca.
Era neste lugar sob os querubins que se manifestava a presença de Deus.
Durante a festa da expiação, que acontecia uma vez por ano, o sumo sacerdote,
devidamente purificado, entrava no santíssimo lugar e aspergia o sangue dos
animais sacrificados sobre a arca do testemunho, para expiação dos pecados do
povo e ali falava com Deus e transmitia sua mensagem a congregação.

Desta forma, a Arca da Aliança no Antigo Testamento era o símbolo máximo da


presença de Deus e da propiciação. Na Epístola aos Romanos, o apóstolo
Paulo nos ensina que Deus ofereceu Jesus como sacrifício para propiciação
mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça (Romanos 3:25). Não
necessitamos mais do propiciatório da Arca, pois Cristo é a propiciação perfeita
pelos nossos pecados. Agora que Cristo veio, a função de tutor da lei cerimonial,
juntamente com seus símbolos e rituais, foi encerrada.

“Assim a lei ficou tomando conta de nós até que Cristo viesse para podermos ser
aceitos por Deus por meio da fé. Agora chegou o tempo da fé e não precisamos
mais da lei pra tomar conta de nós. Pois, por meio da fé em Cristo Jesus, todos
vocês são filhos de Deus” (Gálatas 3:23-27).

O simbolismo profético é então o precioso sangue de Jesus que purificou todos


os nossos pecados. Sempre que nos apresentamos a Deus em atitude de
verdadeiro arrependimento e humilhação diante de sua presença, a Bíblia nos
diz:
“No dia seguinte, João viu Jesus se aproximando. Então ele disse a todas
as pessoas: Aqui vem o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo! Por meio dele, Deus perdoará todos os seus pecados. João 1:29

8 O SACERDÓCIO

Os líderes religiosos de Israel eram os sacerdotes, o sumo sacerdote e os levitas.


Eles eram especialistas em religião, responsáveis pelo bom relacionamento entre
Deus e o povo.
Tanto no AT quanto no NT encontramos três tipos de sacerdotes, cujos encargos
são diferentes, e cujos sacrifícios, como não poderia deixar de ser, são de tipos
diversos também.
O grau mais alto do sacerdócio é o ofício do Sumo-Sacerdote, do primeiro dentre
todos os sacerdotes. Ele é o centralizador do culto e é sob sua tutela que o culto
é realizado. No AT esta função é dada por Deus a Aarão (Lv 8:1). O grau
intermediário do sacerdócio é o sacerdócio ministerial. No AT este sacerdócio é o
encargo dos filhos de Aarão (Lv 8:1) e, subsequente, os levitas, ou seja, os
descendentes de Levi sendo eles: os Gersonitas (Gerson), os Coatitas (Coate), e
os merianitas (Meriate). Eram encarregados de tarefas e obrigações e
subordinados ao sacerdócio, mas não sendo capazes de oferecer sacrifícios (ou
seja, sacerdotes).

8.1 As funções dos sacerdotes e levitas

Livro de Números 18
1O Senhor disse a Arão: "Você, os seus filhos e a família de seu pai serão
responsáveis pelas ofensas contra o santuário; você e seus filhos serão
responsáveis pelas ofensas cometidas no exercício do sacerdócio.
2Traga também os seus irmãos levitas, que pertencem à tribo de seus
antepassados, para se unirem a você e o ajudarem quando você e seus filhos
ministrarem perante a tenda que guarda as tábuas da aliança.
3Eles ficarão a seu serviço e cuidarão também do serviço da Tenda, mas não
poderão aproximar-se dos utensílios do santuário ou do altar; se o fizerem,
morrerão, tanto eles como vocês.
4Eles se unirão a vocês e terão a responsabilidade de cuidar da Tenda do
Encontro, realizando todos os trabalhos necessários. Ninguém mais poderá
aproximar-se de vocês.
5"Vocês terão a responsabilidade de cuidar do santuário e do altar, para que não
torne a cair a ira divina sobre os israelitas.
6Eu mesmo escolhi os seus irmãos, os levitas, dentre os israelitas, como um
presente para vocês, dedicados ao Senhor para fazerem o trabalho da Tenda do
Encontro.

Somente os sacerdotes podiam oferecer sacrifícios e entrar no tabernáculo de


Deus para cuidado. Sendo reservado ao sumo sacerdote, a entrada no lugar
santíssimo no Dia da Expiação, uma cerimônia que acontecia uma vez por ano.
Deus chamavaos sacerdotes para o exercício de uma série de importantes
tarefas no tabernáculo tudo devia estar preparado, a fim de que o culto diário
nunca fosse interrompido.
Dentre as responsabilidades estavam:
 Deus ordenou aos filhos de Arão a não deixar o fogo de o altar apagar.

"O fogo que está sobre o altar arderá nele, não se apagará; mas o
sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem
o holocausto e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. O
fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará." (Levítico
6:12,13).

 Do fogo desse altar que nunca deveria se apagar, os filhos de Arão


deveriam tirar brasas para acenderem seus incensários e se
apresentarem a Deus (Lv 16:12).
 Manter permanentemente acesas as lâmpadas do candelabro.

 Fazer semanalmente, aos sábados, a troca dos pães da proposição.

 Oferecer os sacrifícios e ofertas perante o senhor: holocausto, oferta de


cereais, ofertas pacíficas, ofertas pelo pecado, ofertas pela culpa (Lv 1-7).

Destas ofertas, tinha o sacerdote a sua porção. Sendo que, algumas delas deveriam
ser totalmente queimadas ao Senhor seguindo o devido rito, havia também a proibição
de comer o sangue ou gordura das ofertas.

8.2 Os Levitas
Deus pediu aos levitas que fossem um exemplo e se tornassem líderes religiosos,
deveriam ensinar a Lei de Deus aos demais israelitas:
Ensinaram os teus juízos a Jacó, e a tua lei a Israel; puseram incenso
no teu nariz, e o holocausto sobre o teu altar Dt 33:10.

Atuavam nas decisões sobre casos difíceis de natureza ritual e legal (Dt 17.8-12).

Quando alguma coisa te for difícil demais em juízo, entre caso e caso
de homicídio, e de demanda e demanda, e de violência e violência, e
outras questões de litígio, então, te levantarás e subirás ao lugar que
o Senhor , teu Deus, escolher.
Virás aos levitas sacerdotes e ao juiz que houver naqueles dias;
inquirirás, e
Te anunciarão a sentença do juízo.

8.3 As vestes sacerdotais

Os sacerdotes vestiam basicamente calções, uma túnica ou manto, utilizavam um cinto


ou faixa, e na cabeça, usavam um gorro ou tiara que servia de adorno (Êx 28:40,42).
Já a veste do sumo sacerdote era diferenciada, e representava a santidade e o próprio
sacerdócio (Êx 28:2,4; 29:29; 31:10; etc.). Assim, a vestimenta do sumo sacerdote
incluía:

a) A Estola Sacerdotal ou Éfode:


Era uma peça parecida um avental, confeccionada nas cores "....azul, púrpura,
carmesim e o branco de linho fino retorcido..." (4), Êx 39.1-2, "1 Fizeram também de
azul, púrpura e carmesim as vestes, finamente tecidas, para ministrar no lugar santo, e
fizeram as vestes sagradas para Arão, como o Senhor ordenara a Moisés. 2 Assim se
fez o éfode de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido".

b) O Peitoral:
"Trata-se de uma placa de ouro, engastada com joias presas. O peitoral era de forma
quadrada, e também bordado com fios de ouro. Fixados em ouro no peitoral estavam
doze pedras preciosas, uma para cada uma das doze tribos de Israel. Cada uma tinha o
nome da respectiva tribo gravado sobre ela" (5). É bom lembrar que Arão levava os
nomes das doze tribos, para a presença do Senhor, todas as vezes que adentrava o
Tabernáculo. Era uma forma de identificar-se com o povo. Observe aqui o comentário
de Cole:
“Esta peça também era chamada de "peitoral do juízo", porque ai ficavam as duas
pedras - "Urim e Tumim", através das quais o julgamento divino poderia ser manifesto,
num tipo de "lançar sortes", como "sim" e "não", uma prática usada pelos judeus em
diversas ocasiões, Jó 6.27, Ml 4.24, Jo 19.24. O Peitoral do Juízo é uma representação
da orientação divina ao seu povo em situações difíceis, onde decisões importantes
precisavam ser tomadas. Lembre-se que era através das pedras "Urim" e "Tumim" que
a sorte era lançada e a questão era resolvida. O Peitoral do Juízo, portanto tem ver
com a direção de Deus.”
Precisamos ser guiados pelo Senhor, e pela sua Palavra, para trilharmos o caminho
seguro. É o Senhor, o Supremo Pastor de nossas almas, que nos guia a "águas
tranquilas", e também nos guia "nas veredas da justiça por amor de seu nome", Sl
23.2, 3. Convém observar o comentário de Cole com relação as pedras Urim e Tumim: )

c) O Manto do Éfode:
Era um tipo de manto confeccionado na cor azul (alguns estudiosos dizem violeta) com
uma abertura no meio para passar a cabeça. Esta abertura era arrematada com uma
tira de tecido mais forte, para evitar que se rasgasse com facilidade. Em volta de toda a
barra do manto, havia aplicações em forma de romãs, feitas de fios de lã azul, com
sinos de ouro entre as romãs. (Êx 28.33, 34)”. O significado da româ e das campainhas:
 As romãs: simbolizavam a frutificação.
 As Campainhas de Ouro: A função principal das campainhas era marcar os
movimentos do Sumo-Sacerdote, principalmente quando ele oferecia as
orações do povo no Altar do Incenso. Conforme nos fala Cole:

"Essas campainhas tinham, presumivelmente, a função de indicar ao povo os


movimentos do sumo sacerdote, que ficava oculto aos olhos da multidão. Assim, ao
ouvirem a campainha saberiam se sua oferta havia sido aceita, e que não fora
fulminado".
Conforme podemos ver, sobre o manto estava o simbolismo tanto da frutificação,
como também a certeza de que as orações dos israelitas estavam sendo ouvidas por
Deus.

e) A Mitra e a Lâmina de Ouro:


A mitra era uma cobertura para a cabeça do Sumo-Sacerdote, um tipo de turbante.
Amarrada à mitra havia uma lâmina de ouro gravada com frase "Santidade ao Senhor".
"Assim como o éfode servia principalmente para levar as joias, igualmente, o principal
propósito da mitra era levar a lâmina de ouro sobre a testa de Arão (vs. 36, 37)". )
Isto nos mostra que a santidade de Deus precisa ser lembrada e proclamada pelo seu
povo. Deus é Santo em toda essência de seu ser. Os serafins, na visão de Isaías
proclamavam : "... Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia
da sua glória", Is 6.3. Não somente Deus é Santo, mas exige também a santidade de
seu povo,

f) Os Calções de Linho:
Era um tipo de "roupa de baixo", cujo objetivo principal era "cobrir a carne nua", indo
dos ombros até às coxas, Êx 28.43, "Faze-lhes também calções de linho, para cobrirem
a carne nua; estender-se-ão desde os lombos até as coxas". O não uso destes calções
durante as ministrações na tenda da revelação, ou no lugar santo, poderia provocar a
morte fulminante do sacerdote, v. 43.
Isto os distinguia dos sacerdotes idólatras de outros povos, trata-se aqui de uma
reação contra a nudez ritual em outras religiões.
Fonte: http://blogdoisraelbatista.blogspot.com/

8.4 A figura do Sumo Sacerdote e sua representação

O Sumo-Sacerdote representa Cristo, o Sumo-Sacerdote por excelência,


conforme descreve Paulo em sua carta aos Hebreus:

"Pelo que, santos irmãos, participantes da vocação celestial, considerai o


Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus", (Hb 3.1).

Assim como o sacerdote representava o povo diante de Deus, quando adentrava


o Santo dos Santos para oferecer o sacrifício anual no dia da Expiação, pelos seus
próprios pecados e pelos pecados do povo, Jesus também nos representa diante
do Pai, e pelo seu sacrifício abriu o caminho de acesso direto a Deus, (Hb 10.19-
22):

"19 Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar,


pelo sangue de Jesus, 20 pelo caminho que ele nos inaugurou,
caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne, 21 e tendo
um grande sacerdote sobre a casa de Deus, 22 cheguemo-nos com
verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração
purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa".

Hoje, graças ao Grande Sacerdote de nossa confissão, não precisamos de


qualquer intermediário que nos represente diante do Todo-Poderoso. O acesso é
livre através do sangue de Cristo. Temos hoje "... um só Mediador entre Deus e
os homens, Cristo Jesus, homem", (1Tm 2.5).

9 O TABERNÁCULO E JESUS

“ E o verbo se fez carne e habitou (tabernaculou) entre nós...” João 1:14

Por todo o Antigo Testamento, o plano divino de Deus desde o Gênesis apontava
para a figura de Cristo, o Messias, seu enviado ungido. Nesse sentido, o
tabernáculo de Deus não está fora da mensagem profética divina.
No tabernáculo ofereciam-se sacrifícios para perdão dos pecados. Pois não há
remissão sem o sangue, já que o salário do pecado é a morte. Rm 6:23, Hb 9:18

“com efeito quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com


sangue e sem derramamento de sangue não há remissão “ Hb 9:22
“...mas o sumo sacerdote, ele sozinho , uma vez por ano, não sem
sangue...”Hb9:7

Assim, o sacrifício requerido como oferta, exigido pela justiça de Deus se cumpre
em Jesus Cristo pela misericórdia de Deus.
O sacrifício deveria ser feito pelos sacerdotes, alguns pelo sumo-sacerdote, ou
seja, homens escolhido e aptos para serem mediadores desta oferta. Jesus é
chamado de sumo-sacerdote vitalício visto que, mediante o seu sacrifício e
sangue derramado torna-se o único mediador entre Deus e os homens (Jo 14:6),
o único e vivo caminho. Antiga Aliança serviu como tutor para que tudo se
consumasse no nascimento, morte e ressureição de Cristo. (Gl 3:24). Com a
morte e ressureição de Cristo, abriu-se um novo e vivo caminho para chegarmos
a Deus.

O tabernáculo de Deus, que se movia no deserto guiando o povo de Israel, era


apenas uma sombra do que estava por vir (Hb10:1), Jesus Cristo, o Salvador,
viria. Aquele que tira o pecado do mundo, a nova aliança, nela o tabernáculo
não se moverá, mas Cristo habitará no coração daqueles que o amam e o
adoram em espírito e em verdade.

O sacerdócio levítico foi sombra daquele que seria um sacerdócio perfeito,


imutável superior e eterno que dispensa a figura de sacerdotes humanos que
possa representar o homem perante Deus. Jesus, como nosso sumo sacerdote
fez e faz isso por cada um de nós hoje. O altar do holocausto não mais existe,
pois o último altar foi a cruz, onde foi imolado o sacrifício perfeito em resgate do
homem. Na cruz Jesus derramou o seu sangue no cumprimento da lei que dizia
que sem derramamento de sangue não há remissão (Hebreus 9:15;22).

"Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado."


Hb 10:18
9.1 Jesus o sumo sacerdote e mediador dos homens

O sumo sacerdote era constituído, nas coisas concernentes a Deus a favor dos
homens, oferecia sacrifícios pelos pecados do povo e de si mesmo. Era um
mediador e trazia a palavra de Deus a toda congregação. Jesus veio em carne,
sendo Ele inculpável, sem mácula e santo ofereceu-se como sacrifício vivo,
sofreu em obediência, tornando-se autor da salvação eterna. “Tendo sido
nomeado por Deus sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Hb
5:10
O sangue de Cristo, o sacrifício perfeito, nos garante eterna redenção e eterna
aliança. Jesus, mediante sua carne, revogou e a lei nos deu livre acesso para
entrar no santo dos santos, e alcançarmos misericórdia e graça da parte de
Deus. HB 4:16

“Jesus porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos


pecados, assim assentou-se a destra de Deus” Hb 10:13.

“Nesta vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do


corpo de Jesus Cristo uma vez por todas” Hb 10:11

Fonte: https://explicandoasescrituras.blogspot.com

10 NOSSSO CORPO COMO TABERNÁCULO DE DEUS

No Velho Testamento, Deus se relacionava com o povo de Israel através das Leis
e dos Mandamentos dados por Ele a Moisés. O antigo povo de Deus e os Judeus
tinham um relacionamento baseados em méritos e obediências às leis.
Cristo nos chama para limpeza e purificação, por meio do seu sangue, para obra
do Espírito Santo e o seu derramar.

Antigo Testamento:
Tabernáculo = presença de Deus
Limpar e purificar a igreja

Novo Testamento:
Tabernáculo = Deus dentro de nós, nós somos o templo e sacerdotes do
Altíssimo.

Mas vós sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo
de Deus, para que anuncieis as maravilhas daquele que vos chamou
das trevas para a sua maravilhosa luz. 1 Pedro 2:9

A partir disso, Deus se relaciona conosco não mais pela Lei (Antiga Aliança), mas
pela nova aliança no sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo.

9 CONCLUSÃO
Como podemos ver a salvação e redenção do homem passa pelo sacrifício e pelo
sangue, visto que não remissão de pecados sem o sangue. O homem por si só
nada pode no que concerne a sua salvação e para nós era impossível o caminho
de volta para Deus.
Então, em seu infinito amor, Deus traçou um plano para resgate de toda
humanidade, o antigo testamento em várias passagens aponta para o Messias,
aquele que viria para reconciliar o homem com Deus.
O tabernáculo é uma dessas figuras que anunciavam o Cristo redentor, mostra
justamente o antigo e novo caminho para Deus. No antigo caminho uma vitima
inocente era sacrificada para expiação dos pecados do homem, o sumo
sacerdote se apresentava como mediador dos homens e Deus. No novo caminho,
Jesus oferece a si mesmo, sem mácula ou pecado, como sacrifício vivo para
perdão dos nossos pecados e mediante sua carne e sangue somos então
purificados e aceitos e reconciliados com o Pai! Ele, o sumo sacerdote eterno é o
nosso mediador e por isso temos livre acesso ao Trono da graça. Aquele que
habitava em tendas agora através do Espirito santo habita em nós.
Quando olhamos para imagem abaixo o caminho do homem para Deus,
simbolizado na arca, começa na cruz e o caminho de Deus para o homem
termina na cruz! A salvação e reconciliação do homem com Deus só é possível
em Cristo Jesus, o cordeiro que foi morto em favor de muitos (Rm 4:25). Ele é o
alfa e ômega, o princípio e o fim.

“Ele foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa
justificação.”
Romanos 4:25

“ Todas as coisas foram feitas através Dele e, sem Ele, nada do que existe teria
sido feito”. Jo 1:3

Eu Sou o Alfa e ômega, o Primeiro e o Derradeiro, o Princípio e o Fim.” Ap 212:13

Fonte: https://explicandoasescrituras.blogspot.com
IBLIOGRAFIA

1. Conner J. Kevin. Otabernáculo de Moisés. Editora Atos, Belo Horizonte:


2004.
2. Abraão de Almeida. O tabernáculo e a Igreja, 3 ed., CPAD, p. 38.
3. COLE, Alan, Ph.D. Êxodo, Introdução e Comentário. Sociedade Religiosa
Edições Vida Nova. São Paulo, 1963. Pág. 192.
4. Coleman L. William. Manual dos Tempos e Costumes Biblícos. Editora
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5. BARROW, Martyn. Artigo "O Santuário do Tabernáculo".
http://www.domini.org/tabern. martyn@domini.org. Tradução: Pastor
Eduardo Alves Cadete (05/01). Revisão: Joy Ellaina Gardner (02/02).
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16. http://www.igrejaredencao.org.br/ibr/index.php?
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soberana-do-senhor&catid=39:devocionais-em-ageu-e-
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festas-do-senhor-parte1/

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