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Abstract
This article has the objective of training the psycho-pedagogy in the school
institution, however, the exposure of a case study that involves the problematic
of learning disorders correlated to photophobia, this in turn, leading to the
investigation and survey of the suspected Syndrome, and Irlen, allegedly
suffered by a student, a teenager, in public schools, of the State of
Pernambuco. According to experts in the field of ophthalmology, the
photophobia is aversion or intolerance to light, it is not a disease, but a
symptom that associated with the apparent disorders of the deficits of learning
arremeta the hypothesis of the Syndrome Irlen, a difficulty that includes the
visual system and the ability to be more critical of the learning that is to read.
The S. I. is a change visuoperceptual, caused by an imbalance of the capacity
of adaptation to the light that produces changes in the visual cortex, and deficits
in reading. Unlike photophobia, she is not identified in eye examinations
conventional, the way to identify it is by examining the ability of vision, held in
the Foundation of the Hospital de Olhos de Minas Gerais, is the only one in
Brazil that has a laboratory of applied research to the neurovisão, the LAPAN.
Nevertheless when that was clear, throughout this investigative process is due
to the fact look psychology. In this case, with the use of specific instruments
such as the ANAMNESIS and the EOCA, the psycho-pedagogy not only
evaluates an issue, but contributes to the advancement of scientific discoveries,
in order to improve the quality of life of the people.
Resumo
Este artigo tem o objetivo de qualificar a psicopedagogia na instituição escolar,
apropriando-se da exposição de um estudo de caso que envolve a
problemática de transtornos de aprendizagem correlacionada à fotofobia, esta
por sua vez, conduzindo à investigação e levantamento da suspeita de
Síndrome de Irlen, supostamente sofrida por um estudante, adolescente, da
rede pública de ensino, do Estado de Pernambuco. De acordo com
especialistas da área de oftalmologia, a fotofobia é a aversão ou intolerância à
luz, não é uma doença, mas um sintoma que associado aos aparentes
transtornos dos déficits de aprendizagem arremeta a hipótese da Síndrome de
Irlen, uma dificuldade que compreende o sistema visual e a habilidade mais
crítica da aprendizagem que é ler. A S.I. é uma alteração visuoperceptual,
causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz
1
Pós-Graduanda em Psicopedagogia Clínica e Institucional – Universidade Estácio de Sá.
Graduada em Licenciatura Matemática – Universidade Estácio de Sá.
Email: jae_xavier@hotmail.com
alterações no córtex visual e déficits na leitura. Ao contrário da fotofobia, ela
não é identificada nos exames oftalmológicos convencionais, a forma de
identifica-la é pelo exame de habilidade de visão, realizado na Fundação do
Hospital de Olhos de Minas Gerais, é o único no Brasil que tem um laboratório
de pesquisa aplicada à neurovisão, o LAPAN. Não obstante ao que fora
esclarecido, todo este processo investigativo se deve ao fato do olhar
psicopedagógico. Neste caso, com o uso de instrumentos específicos como a
ANAMNESE e a EOCA, a psicopedagogia não apenas avalia um problema,
mas, contribui para o avanço das descobertas científicas, visando melhorar a
qualidade de vida das pessoas.
Introdução
O conteúdo deste artigo surgiu a partir das observações de atuação da
psicopedagoga Ana Maria Alexandre de Oliveira, lotada na Escola Conselheiro
Samuel Mac Dowell, localizada na cidade de Camaragibe, Pernambuco, quem,
dentre as tantas avaliações que realiza, destaca-se a do caso de um estudante
que sofre com fotofobia e que de acordo com ela, há a hipótese de que esta
esteja associada à Síndrome de Irlen.
Este artigo vai discorrer sobre fotofobia como um dos sintomas da
Síndrome de Irlen, outro assunto a ser tratado neste trabalho, considerando o
caso do estudante, atualmente cursando o 9º ano do Ensino Fundamental na
Escola Conselheiro Samuel Mac Dowell, bem como o relato de suas queixas,
incômodos, desconfortos e os prejuízos que afetaram e ainda afetam ao seu
aprendizado.
A importância da avaliação psicopedagógica para a descoberta de que o
referido estudante sofre com fotofobia, bem como o levantamento da hipótese
de que ela esteja relacionada com a Síndrome de Irlen, visando, além de
avaliar, intervir, facilitar as decisões trans, inter e multidisciplinares que incidem
não apenas em sua postura escolar, mas em todas as situações que ele venha
a vivenciar na sua trajetória de vida é evidenciada na análise dos resultados.
Através dessa análise vai ser possível compreender a importância da
psicopedagogia no ambiente escolar e a partir de qual até que ponto o
psicopedagogo pode intervir com as suas colaborações, oferecendo de forma
contributiva ao desenvolvimento cognitivo e à autonomia na realização de
diversas tarefas não apenas deste estudante, mas de qualquer pessoa que
sofra com Síndrome de Irlen, tendo como sinal de manifestação a fotofobia.
Desenvolvimento
Conhecida como aversão, hipersensibilidade ou intolerância à luz natural
ou artificial, a fotofobia pode ser provocada por várias doenças dos olhos como
infecções, inflamações e alergias, dentre outras, mas, também pode ser o
resultado de doenças não relacionadas aos olhos, como as neurológicas, que
por sua vez, provocam as síndromes ou os distúrbios, acarretando déficits
sensórios-cognitivos ao longo do desenvolvimento humano, por exemplo.
Dentre as mais variadas queixas de quem sofre com fotofobia,
destacam-se a dificuldade de sair ao sol e dores de cabeça. Qualquer pessoa,
de qualquer idade está sujeita a sofrer com fotofobia.
Segundo os especialistas, para descobrir a qual doença está associada
à fotofobia, é preciso que se façam exames específicos nos centros
oftalmológicos e quando necessário for, até mesmo, nos centros neurológicos,
já que a fotofobia envolve um esforço nos nervos oculares.
Os exames neurológicos são importantes porque pode acontecer de a
fotofobia não está relacionada à distúrbios oftalmológicos algum, mas vir a ser
conduzida por outros distúrbios neurológicos e por sua vez, afetando outras
áreas do desenvolvimento humano, como a dos processos cognitivos, com o
risco de comprometer a leitura e aprendizado.
Na revista Veja Bem, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o
oftalmologista Pedro Carricondo explica que,
Fotofobia é uma condição visual que faz com que a pessoa
reaja quando seus olhos estão expostos à claridade (natural ou
artificial), sendo esta intensa ou até mesmo regular. [...] A
reação da pessoa que sofre com esta condição é respondida a
partir da dificuldade que a mesma enfrenta em abrir os olhos
ou mantê-los abertos, em ambientes relativamente claros (Veja
Bem, nº 6, ano 03, 2015, p. 10).
2
A Psicologia da Inteligência / Jean Piget; tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira,
2013.
para obtenção de uma leitura visual impactante e de melhor compreensão
sensorial.
Por conseguinte, a fotofobia pode estar associada a essas variações
estéticas, dado em que, havendo as manifestações de desconfortos relativos à
percepção e ao desenvolvimento da capacidade intelectual que conduzem ao
aprendizado significativo por meio da leitura verbal e/ou não-verbal, há a
necessidade de se investigar o caso a fundo.
Acerca desse assunto, em entrevista ao programa Cris Guerra, a
oftalmologista Dr.ª Márcia Guimarães, explica que o olho usa o comprimento de
onda eletromagnético, transformando-o em estímulo na retina, o que por sua
vez, é convertido para estímulos neurológicos. O cérebro, então, faz
associações e forma as imagens.
Assim, a oftalmologista lança e sugere estudar não apenas a anatomia
visual ou a ótica do olho, mas de estudar a habilidade que o cérebro tem de
juntar todas as informações enviadas pela retina, transformando-a em
formação de cor, textura, o significado, o movimento, o formato entre outros, e
que, para tanto, o olho precisa estar bom, é preciso observar o
desenvolvimento da visão, o qual acontece em paralelo ao longo do
desenvolvimento humano em todos os níveis de sensibilidade.
Sendo assim, ela propõe estudos e técnicas de tratamento neurovisuais,
ou seja, a análise de todo processamento cerebral das informações enviadas
pelos olhos, suas funções e distúrbios3.
Estudos neurovisuais são solicitados ao paciente quando se constata a
normalidade do olho após terem sidos feitos todos os exames oftalmológicos
possíveis para se descobrir a causa de determinado sintoma.
Neurovisão, portanto, nas palavras da fisioterapeuta e especialista no
assunto, Dr.ª Cláudia Diniz, “é a área da ciência que estuda a visão do olho até
o cérebro e analisa todo o processamento que o cérebro faz da informação
recebida pelos olhos. Vai além do exame somente ocular feito numa consulta
com o oftalmologista.
Ainda segundo a Dr.ª Cláudia, o processamento neurovisual é a
decodificação daquilo que chega cérebro pelos olhos. Ele se dá pela
“compreensão do que acontece atrás do globo ocular, é compreender o que o
3
Fundação Hospital de Olhos – Belo Horizonte, MG.
cérebro faz, separadamente, com os diferentes comprimentos de onda da luz
que vem na luz branca, do sol, da lâmpada acesa, da tela do computador”, por
exemplo.
Para ela, “às vezes, um desses comprimentos de onda pode produzir
uma perturbação no processo e atrapalhar toda a visão do indivíduo”. Muitas
vezes, por exemplo, “uma criança com esse tipo de atrapalho, apresenta
dificuldades na escola” e que mesmo demonstrando “inteligência, não
conseguem ler ou quando tentam, se queixam de cansaço, se estressam,
mudam de humor e acabam ficando com a sua habilidade cognitiva prejudicada
por uma dificuldade que se suspeita que seja visual”.
Assim, quando uma criança ou qualquer pessoa que apresente, com
frequência, uma hipersensibilidade à luz (natural ou artificial) nos olhos é uma
demonstração de perturbação visual, então, a neurovisão analisa o jeito do
funcionamento visual do cérebro diante luz recebida.
Essa perturbação visual do cérebro provocada pela presença da luz
caracteriza transtorno ou síndrome em detrimento das habilidades cognitivas,
perceptivas e ativas da pessoa que apresente quadro de hipersensibilidade à
luz (natural ou artificial).
Para a Dr.ª Márcia Guimarães, o desconforto neurovisual manifestado
pela fotofobia somado aos problemas pautados no comprometimento do
processo de aprendizagem, os quais muitas vezes aparentam serem déficits
como dislexia ou TDAH, caracteriza, de modo peculiar, uma síndrome
descoberta na década dos anos 80 pela psicóloga e pesquisadora norte-
americana Hellen Irlen, ficou conhecida como Síndrome de Irlen e que desde
então, vem sendo investigada nos centros de diagnósticos e tratamento em
diversos países, já incluindo o Brasil, na Fundação Hospital de Olhos de Minas
Gerais, sob a direção e coordenação da Dr.ª Márcia Guimarães e do Dr.
Ricardo Guimarães.
De acordo com a Dr.ª Márcia,
A Síndrome de Irlen (S.I.) é uma alteração visuoperceptual,
causada por um desequilíbrio de capacidade de adaptação à
luz que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura.
Tem caráter familiar, caso em que um ou ambos os pais
também sofrem em graus e dificuldades variáveis e suas
manifestações são mais evidentes nos períodos de maior
demanda de atenção visual4.
São manifestações de desconforto da Síndrome de Irlen:
Lacrimejamento
Esfregar os olhos constantemente
Fazer sombra nos olhos enquanto ler
Apertar e/ou piscar os olhos excessivamente
Pedir para trocar de lugar devido à fotofobia
Enxaquecas após provas longas
São sinais da Síndrome:
Dificuldade com a percepção de profundidade
Cefaléia
Cansaço visual crescente e irritabilidade
Perda de concentração
Baixo rendimento escolar/acadêmico
Impressão de ofuscamento no texto
São sintomas da S.I.:
Fotofobia
Estresse e esforço ao realizar leitura
Déficit de atenção
Baixa concentração durante atividades e provas
Dor de cabeça, sonolência
Dificuldade de dirigir à noite
Ansiedade e nervosismo
Dificuldade de acompanhar objetos em movimento
Náuseas, tontura, dor no estômago ao ler
A Síndrome de Irlen pode causar prejuízos em habilidades tais como:
Dirigir automóveis
Prática de esporte com bola
Coordenação motora fina e grossa
4
Síndrome de Irlen - http://fundacaoholhos.com.br/artigos/sindrome-de-irlen-dra-marcia-
guimaraes/
Habilidades musicais
Percepção de profundidade
Coordenação espaço temporal
A S.I. é identificada através Método Irlen, feita por profissionais da saúde
e da educação capacitados pelo Método que envolve questionários de
caracterização e de habilidades acadêmicas. Após classificado o grau de
intensidade das dificuldades visuoperceptuais do suspeito, é feito o teste de
screening, procedimento no qual ocorre a indução do estresse em atividades
com alta demanda visuointencional e posteriormente, após sobreposição de
uma lâmina colorida individualmente selecionada, esta por sua vez, determina
a transparência ideal para que o indivíduo que sofre com a Síndrome Irlen
possa passar a usá-la sobre o texto durante a leitura, obtendo benefícios
imediatos no conforto visual, fluência e compreensão.
Todo este processo de triagem é feito por profissionais tais como o
oftalmologista, psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos, psiquiatras,
pedagogos e psicopedagogos, entre outros profissionais capacitados na área
em que atuam, mas, que dialogam entre si.
Especificamente a participação da psicopedagogia é de fundamental
importância para a triagem da Síndrome de Irlen no indivíduo, seja ele
acadêmico ou ser aprendente em qualquer etapa de sua vida. Lembrando que
a S.I. foi diagnosticada por meio de uma pesquisa realizada entre um grupo de
adultos considerados analfabetos funcionais pela leitura deficiente e baixa
escolaridade, embora demonstrassem habilidades no trabalho que realizavam.
Então, a psicopedagogia colabora justamente pesquisando, estudando e
analisando as questões relacionadas ao comportamento responsivo do ser
enquanto aprendente, visando possibilitar adaptações necessárias ao
desenvolvimento cognitivo, lançando mão de variadas intervenções,
proporcionando estrutura, organização e constância, satisfatórias ao processo
de ensinagem.
Em casos onde uma população de professores ou ensinantes reporta ao
psicopedagogo da instituição queixas que envolvam distrações visuais de
determinado estudante ou aprendente conduzindo-os, assim, ao desvio do
trabalho ou da atividade a ser realizada, este profissional, por sua vez, inicia
uma série de observações dos fatores que vão do socioeconômico e dos
anatômicos e fisiológicos até aos neurossensoriais.
Ao perceber sintomas tais como a alta sensibilidade à luz, a restrição do
campo visual periférico, a dor de cabeça e as dificuldades de manter o foco
durante a leitura e de adaptação a contrastes e concentração no sujeito
aprendente, que são sinais de fotofobia relacionados com a Síndrome de Irlen,
o psicopedagogo atuando de forma interventora por meio de processos e
estratégias, trabalha, segundo a doutora e mestre em educação, Ligia de
Carvalho Abões Varcelli:
As condições adversas de aprendizagem da criança e do
adulto a fim de que recuperem a autoestima perdida no
percurso escolar, levando-os a perceber que possuem
potencialidades e que são capazes de realizar as atividades
escolares. (Revista Espaço Acadêmico, nº 139, ano XII, 2012,
p. 72)
O estado de quem sofre com S.I. manifestada em fotofobia é, na maioria
das vezes, confundido com o de quem é dislexo ou com o de quem sofre com
TDAH, por possuírem características comuns com a Síndrome de Irlen, mas,
que quando o sujeito passa pela triagem psicopedagógica, inicialmente a
anamnese, e o psicopedagogo não chega à conclusão precisa de um distúrbio
como Dislexia ou TDAH, ele passa, então, a contar com o apoio de uma equipe
multidisciplinar em casos clínicos como o oftalmologista, fonoaudiólogo,
psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e neurologista, por exemplo.
Quando o estudante é precisamente diagnosticado com Síndrome de
Irlen, o psicopedagogo, por sua vez, de acordo com Varcelli (apud Bossa),
deve:
Auxiliar o professor e demais profissionais nas questões
pedagógicas e psicopedagógicas; orientar os pais; colaborar
com a direção para que haja um bom entrosamento entre todos
os integrantes da instituição e, principalmente, ajudar o aluno
que esteja sofrendo, qualquer que seja a causa. (Revista
Espaço Acadêmico, nº 139, ano XII, 2012, p. 74)
De acordo com a Dr.ª Márcia Guimarães, a intervenção na Síndrome de
Irlen neutraliza o ponto crítico de manifestação do problema que a pessoa tem
com luminância, propiciando, assim, a solução para o problema de Irlen por
meio de tratamento com overlays (lâminas coloridas de sobreposição no texto)
e filtros de bloqueio espectral seletivo, ambas prescritas exclusivamente por
oftalmologistas através de testes específicos.
Neste caso, de acordo com Varcelli (2012), “a intervenção
psicopedagógica tem um caráter preventivo e deve contemplar a instituição
escolar como um todo”, fazendo com que “a escola seja a solução e não o
problema” à construção da aprendizagem e do conhecimento, realizando “o
diagnóstico institucional para identificar problemas que estão interferindo no
processo ensino/aprendizagem dos alunos envolvidos” e assim, colaborar na
reelaboração dos projetos pedagógicos, a fim de favorecer um processo de
ensino/aprendizagem saudável e prazeroso.
Conclusões
A presença de um profissional de psicopedagogia na instituição escolar
é importante não apenas pelos atendimentos e intervenções que ele realiza,
mas, principalmente, pela investigação da problemática apresentada pelo
aprendente. O psicopedagogo analisa, estuda, pesquisa, ordena e coordena
como cada caso é devidamente tratado.
Referências
AMORIM, F. R.; SILVA JUNIOR, E. X. O psicopedagogo e a Afetividade no
Desenvolvimento de Alunos na Educação Especial. Id on Line Revista
Multidisciplinar e de Psicologia, Outubro de 2016, vol. 10, n.31, p. 63-72.
ISSN 1981-1179.