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Direito Internacional Privado - CPC (arts. 21 a 25) e CC (arts.

70 a 78)
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela
julgar as ações em que: estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver
domiciliado no Brasil; Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências,
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. qualquer delas.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se
domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às
agência, filial ou sucursal. relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações
processar e julgar as ações: que lhe corresponderem.
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou residência habitual, o lugar onde for encontrada.
propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de
benefícios econômicos; Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor intenção manifesta de o mudar.
tiver domicílio ou residência no Brasil; Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde
jurisdição nacional. vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com
as circunstâncias que a acompanharem.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com
exclusão de qualquer outra: Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; I - da União, o Distrito Federal;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens III - do Município, o lugar onde funcione a administração
situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de municipal;
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as
nacional; respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que
o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio § 1 o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em
fora do território nacional. lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio
para os atos nele praticados.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz § 2 o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no
litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no
conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas
as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela
bilaterais em vigor no Brasil. corresponder.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição
brasileira não impede a homologação de sentença judicial Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público,
estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em
processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde
de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do
internacional, arguida pelo réu na contestação. comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o
competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. lugar em que cumprir a sentença.
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no
estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde
tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito
Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.

Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes


especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos
e obrigações deles resultantes.

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