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Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto n. 44-A/01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências Sociais

CONTABILIDADE BANCARIA E SEGURO

O PAPEL DA BANCA EM ANGOLA

Licenciatura em: Economia e gestão

Ano: 4º

Docente

Viana, Abril de 2024


Campus Universitário de Viana

Universidade Jean Piaget de Angola


(Criada pelo Decreto n. 44-A/01 de 6 de Julho de 2001)

Faculdade de Ciências Sociais

CONTABILIDADE BANCARIA E SEGURO

O PAPEL DA BANCA EM ANGOLA

Integrantes do grupo

 Hermenegildo Laurindo Dombaxi

 Maria Matias Mateus

 Mereciana António Tiago


ÍNDICE
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

OBJECTIVO GERAL ................................................................................................................ 1

Objectivos Específicos .............................................................. Erro! Marcador não definido.

CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 2

1.1 ABORDAGEM SOBRE ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO SISTEMA


BANCÁRIO INTERNACIONAL.............................................................................................. 2

1.1.1 Bancos e Sua Importância ................................................................................................. 3

1.2 O ESTADO ACTUAL DO SISTEMA FINANCEIRO ANGOLANO ............................... 4

1.2.1. O papel dos bancos no sistema financeiro ........................................................................ 5

1.2.3. Importância da Banca em Angola .................................................................................... 7

1.2.4 O papel dos bancos estrangeiros em Angola ..................................................................... 8

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 10

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 11


INTRODUÇÃO
O sistema financeiro permite o aumento do investimento através da identificação e
financiamento de boas oportunidades de negócios, mobiliza poupanças, permite a negociação,
diversificação do risco e facilita a troca de bens e serviços. Estas funções resultam em uma
alocação mais eficiente dos recursos, rápida acumulação de capital físico e humano, o que por
sua vez estimula o crescimento económico. Portanto, o desenvolvimento do sistema financeiro
é um conceito multidimensional e constitui um mecanismo potencialmente importante para o
crescimento económico de longo prazo de um país.

De acordo com Geremias (2014), a importância económica do sistema financeiro para


o crescimento económico é derivada do fato de o mesmo participar no processo de canalização
de capital para a realização de investimentos e permitir a partilha eficiente de riscos. Logo, estas
atividades alteram a composição social da economia de uma forma que é (potencialmente)
favorável à acumulação de capital.

Segundo Allen & Carletti (2008) cit. por Geremias (2014), compreender o papel dos
bancos no sistema financeiro é uma das questões fundamentais da teoria económica e
financeira. Além disso, o sistema financeiro é fundamental para o processo de crescimento
económico, porque ele executa uma das funções económicas essenciais, que diz respeito a
canalização de fundos provenientes de poupanças, principalmente das famílias, para aquelas
entidades públicas ou privadas que dispõem de oportunidades de investimento.

O presente estudo centra-se em estudar o sector bancário angolano e o seu papel na


contribuição para o processo de crescimento económico do país.

OBJECTIVO GERAL
Estudar sobre o papel da banca em angola

Objectivos específicos
 Abordar sobre origem e evolução histórica do sistema bancário internacional
 Descrever o estado actual do sistema financeiro angolano
 Identificar o papel dos bancos no sistema financeiro

1
CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 ABORDAGEM SOBRE ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
SISTEMA BANCÁRIO INTERNACIONAL
Debruçar-se sobre a evolução do sistema bancário internacional, não é mais senão, frisar
os aspetos que influenciaram e continuam a influenciar no forte e rápido crescimento e
desenvolvimento não só da economia, assim como dos aspetos inerentes a saúde, cultura,
sociedade, política a nível de todos os países.

De acordo com Marques, (2014), o termo “ sistema bancário” teve a sua origem antes
do século XIX momento emque , a riqueza disponível era geralmente na forma de ouro ou prata
em barras. Por segurança, tais objetos preciosos eram deixados na guarda do ourives local,
sendo usualmente o único indivíduo que tinha uma caixa-forte nessas áreas.

O ourives emitiria um recibo pelo depósito e, para empreender transações financeiras, o


comprador retiraria seu ouro e o daria ao vendedor, que então o depositaria novamente,
frequentemente com o mesmo ourives.Como esse era um processo que consumia tempo,
tornou-se comum a prática para as pessoas simplesmente trocar os recibos dos ourives
quando conduziam transações financeiras.Com o passar do tempo, os ourives tornaram-se
emissores de recibos para valores específicos de ouro, tornando as compras e vendas ainda
mais fáceis. Os recibos dos ourives, desta maneira, tornaram-se as primeiras notas
bancárias.Descobriu-se que por cada unidade de ouro guardada pelo ourives, dez vezes a
soma podia ser seguramente emitida como notas sem que qualquer pessoa notasse qualquer
esperteza. Se um ourives guardasse, digamos, 100 libras do ouro de outras pessoas em seus
caixas-fortes, ele podia emitir notas bancárias no valor de 1000 libras. Enquanto não mais
do que 10 por cento de detentores dessas notas queriam seu ouro em qualquer tempo,
ninguém notaria a fraude sendo perpetrada. (Marques, 2014, p. 16).
Essa prática, conhecida como "sistema de crédito sobre reservas fracionárias", que
continua até hoje e é atualmente a espinha dorsal da moderna indústria bancária.

Segundo, " Abreu et al, (2007"), cit. por Marques (2014), a evolução do setor bancário
nas ultimas décadas tem estado muito associada à inovação financeira que transformou de
forma radical o sistema financeiro. Um aspeto relevante sobre o processo de inovação que
caracterizou as ultimas décadas, considera que ocorreram um conjunto de alterações, do
ambiente económico que estimularam e continuam a estimular a procura por parte das
instituições financeiras inovações que se antevejam lucrativas.

Marques (2014), ainda considera que entre as alterações do enquadramento do


funcionamento das instituições financeiras que ocorreram desde meados da década de 60 e que
favorecem a inovação financeira estão indicadas as seguintes:

2
1. O aumento significativo das taxas de inflação e de juro e a sua maior volatilidade, o que
alterou as condições da procura nos mercados financeiros.
2. Os avanços no domínio das tecnologias da informação que alteram as condições da
oferta.
3. Uma alteração significativa das regulamentações.

Assim sendo, como resultado dessas alterações, as formas tradicionais de estar no


negócio bancário (captação de depósito e concessão de crédito) deixaram de ser lucrativas e os
produtos tradicionais deixaram de ser interessantes. É assim que, os bancos não conseguiam
captar fundos com instrumentos tradicionais, tendo necessidade de encontrar novas formas de
captar recursos e de alterar os serviços prestados para que estes passassem a ser lucrativos.

Estes aspetos, fizeram com que a atividade bancária naquela época baixasse de rendimento,
o que induziu de certa forma o chamado "Financial engineering”, considerado um processo
de inovação associado a três motivações, sendo a primeira, a resposta das alterações da
condição de procura; a alteração das condições da oferta e contornar regulamentações. A
origem dos Bancos Centrais, remonta ao Século XVII, quando um banco comercial ao
financiar os gastos do estado, passa a ter um privilégio de emissão de notas ou bilhetes
conversíveis em metal. Com o passar do tempo, este banco vai se tornando o principal
banqueiro do governo, vindo a ocupar posteriormente uma posição de banco central.
(Marques, 2014, p. 18).
Novelli, cit por Marques (2014,). alegou que a função principal dos bancos centrais é a
manutenção interna e externa do valor da moeda. Para tal, esta função nem sempre foi exercida
da mesma maneira pois durante a vigência do padrão ouro, o objetivo principal dos bancos
centrais era garantir a convertibilidade da moeda em ouro e, atualmente é entendido em termos
de estabilidade de preços.

È assim que o autor em destaque, aponta que os bancos centrais se definem por um lado,
pelas funções que exercem como banco do governo, isto é, pelo facto de deterem o monopólio
da emissão e por outro, por ser emprestador em última instância (década).

1.1.1 Bancos e Sua Importância


De acordo Almekhlafi et al. (2016) Um banco é uma instituição financeira que tem como
base a intermediação financeira, que consiste na captação de poupança, na forma de depósitos,
que são posteriormente utilizados para o financiamento das necessidades dos agentes
económicos que dele precisam, na forma de crédito.

Os bancos desempenham um papel central, ou seja constituem o principal instrumento


financeiro para a riqueza das famílias, e são os principais intermediários em países em

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desenvolvimento. Considera-se importante a manutenção da confiança no setor bancário a fim de
evitar perturbações no setor financeiro e ter um crescimento económico saudável. Entretanto o fraco
desempenho do setor bancário pode gerar falência dos bancos e crise no setor financeiro, causando um
efeito negativo sobre o crescimento económico. (Lopes, 2017).

Tomando como referência Lopes (2017), referiu que na banca existem dois tipos de
clientes; cliente por grosso e clientes a retalho.

 Sendo que a banca de retalho ou comercial, consiste na distribuição de produtos e


serviços financeiros aos particulares, às famílias e as pequenas e médias empresas.

Neste negócio, efetuam-se um grande número de operações de montantes relativamente


pequenos. Em geral os bancos de retalho utilizam amplas redes de sucursais próprias e
redes de canais eletrónicos como; caixas automáticas, terminais, pontos de venda, etc. Para
atender a numerosa e dispersa clientela. Neste tipo de negócio a diferenciação é um fator
de êxito para banca de retalho, através da combinação de produtos, canais e pessoal
especializado oferece um menu de forma (self-service, sucursais especializadas e sucursais
mistas) de satisfazer as necessidades de cada segmento de clientes. (Lopes, 2017, 12).

 O cliente por grosso procura realizar atividades de colocação e de financiamento


mediante negociações mais ou menos sofisticadas, os clientes de retalho, destacam-se os
pequenos depositantes com uma relação com o banco que depende em grande parte da
proximidade física da sucursal.

Em geral os clientes da banca retalho são menos sensíveis à evolução das taxas de juro
e mantem relações estreitas e de fidelidade com o banco e, por consequência, um poder de
negociação mais modesto. A banca de retalho em Angola tem passado por várias
transformações como melhoria dos produtos bancário, ajustes e alinhamentos dos serviços. Ou
seja a banca de retalho angolana está a desenvolver-se consideravelmente e inclui atualmente
muitos serviços.

1.2 O ESTADO ACTUAL DO SISTEMA FINANCEIRO ANGOLANO


O sistema financeiro de Angola é administrado nos termos da Lei das Instituições
Financeiras, Lei 13/05, de 30 de Setembro de 2005 (anexo nº 1), que contém disposições
relativas ao estabelecimento, exercício de actividade e supervisão de instituições financeiras. O
sistema financeiro angolano é constituído por várias instituições, reguladas pelo Ministério das
Finanças. O mesmo sistema tem em vista, a formação, a captação e a segurança das poupanças,
bem como a mobilização e canalização desses recursos financeiros para o crescimento
económico e social do estado angolano. (Lisboa, 2013).

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A organização e controlo das instituições financeiras em Angola é regulada e controlada
pelo Banco Nacional de Angola (BNA), sendo a priori a única autoridade monetária do país.
Cabe ao Banco Nacional garantir a estabilidade da moeda nacional e definir as políticas
monetárias e cambiais (lei constitucional – artigo 100º, anexo nº 2). (Lisboa, 2013).

A regulamentação e controlo do sistema financeiro angolano em geral e dos mercados


financeiros em particular, tem por finalidade combater a concorrência desleal e praticas
ilícitas que ponham em perigo a estabilidade do sistema financeiro nacional, manter o
equilíbrio no comércio interno e externo, de forma a evitar a dependência de capitais
estrangeiros, e dotar a economia do país de maior liquidez, permitindo uma maior
estabilidade da moeda e taxa de câmbio. (Lisboa, 2013, p. 44).
A razão da regulamentação deve-se ao facto do estado angolano não se desenvolver
isoladamente do contexto internacional, daí a necessidade de regulamentação, de modo a
minimizar o impacto do comércio externo e das crises económicas e financeiras sobre a
economia angolana, por meio de um controlo eficaz, que possibilite o combate à evasão fiscal,
o desvio de fundos e a lavagem de capitais (Rosário, 2008).

A regulamentação do sistema financeiro angolano não é uma tarefa exclusiva das


instituições financeiras do estado (Banco Nacional de Angola e Ministério das Finanças), mas
do funcionamento combinado de todas as instituições que incorporam o sistema financeiro
angolano.

O sistema financeiro angolano comporta os seguintes instituições financeiras (Lisboa,


2013):

 Ministério das Finanças


 Banco Central - Banco Nacional de Angola (BNA)
 Instituições monetárias (instituições bancárias)
 Instituições não monetárias (instituições não bancárias)

1.2.1. O papel dos bancos no sistema financeiro


Segundo Abreu et al. (2012), os bancos são instituições financeiras monetárias públicas
ou privadas, cuja atividade baseia-se em fornecer recursos financeiros sob forma de
empréstimos aos agentes económicos (pessoas físicas e jurídicas), que necessitam de capitais
para a realização dos Seus projetos Ou investimentos. Os bancos não só emprestam capital,
Como também aceitam depósitos sob a forma de aplicação, bem como a venda de títulos do
tesouro e da divida pública. Os valores depositados são guardados em caixa ou em reservas no
banco.
5
Para Vasconcelos (2011),

a operação fundamental e inicial que os bancos realizam é a de intermediários nos


pagamentos. De entre as instituições financeiras, os bancos são as mais importantes do
sistema financeiro, uma vez que o capital social (capital alheio) da maior parte das empresas
é resultante de empréstimos bancários, isto porque grande parte das pequenas e médias
empresas apresentam dificuldades de acesso aos mercados financeiros, em particular às bo
sas de valores, já que as empresas que são financiadas por via de açöes são empresas que
necessitam de valores em quantidade para financiar projetos. Os lucros bancários resultam
do mecanismo de crédito e das taxas de juros aplicadas sendo os montantes emprestados
tendo em conta os riscos e os prazos de pagamento. Os empréstimos bancários são
complexos, dadas as restrições e obrigações impostas a quem acede ao crédito
. O crescimento do setor bancário está relacionado com as inovações no setor financeiro,
impulsionado pelo desenvolvimento tecnológico e pela necessidade das instituições em
rentabilizarem os seus capitais e diversificarem as suas atividades. As crises no setor bancário
têm um impacto devastador para o sistema financeiro, surgindo crises financeiras, uma vez que
a redução dos empréstimos por parte das instituiçöes bancárias afeta não só o setor produtivo,
mas toda a atividade económica (Bonatto, 2008).

Ao contrário dos bancos comerciais, os bancos de investimento não possuem contas


correntes, sendo instituições financeiras privada de capital aberto, que atuam no financiamento
de grandes empresas e como intermediários financeiros nos mercados, na avaliação de
empresas, na transaçäo de valores imobiliários (açöes e obrigações) e na gestão de carteiras.

Dão igualmente apoio nos processos de fusão ou reorganização de empresas. Outras


instituiçöes bancárias preponderantes no sistema financeiro são os bancos múltiplos. Estes
são instituições estatais e privadas, sob forma de sociedades anónimas, que realizam
funções exercidas pelos bancos comerciais e bancos de investimento, atuando nos
mercados de crédito como financiadores de investimento no setor empresarial e nos
mercados imobiliário e de arrendamento comercial.
No sistema financeiro, os bancos de desenvolvimento têm a missão de promover o
desenvolvimento económico de um pais ou região, através do financiamento de investimentos
com taxas de juros baixas, de programas que fomentam 0 crescimento económico e social dos
estados. Fazem-no com base em depósitos, empréstimos externos e emissão de títulos.

A concorrência interbancária tem levado os bancos a criarem novas oportunidades de


negócio, aplicando receitas avultadas e envolvendo maiores riscos, em negócios que têm
implicações no seu ciclo de exploração e balanço. A expansão da atividade bancária tem
elevado os riscos, já que é preciso ter conhec•mento apurado do mercado e dos riscos
subjacente ao mesmo. O papel desempenhado pelos bancos dentro do sistema financeiro
levou à criação de normas que visam reger as ativdades bancárias, com o objetivo de reduzir
os riscos e assegurar a concorrênc•a no setor.

6
A regulamentação é fundamentalmente exercida pelos bancos centrais, a fim de
melhorar 0 desempenho dos bancos e evitar a sua falência. A avaliação da gestão de riscos no
setor bancário visa avaliar da qualidade do balanço e dos níveis de capitais próprios e ativos,
com o objetivo de avaliar as potenciais perdas resultantes do ciclo operacional dos bancos.

1.2.3. Importância da Banca em Angola


O setor bancário de Angola desempenha um papel de extrema importância no
desenvolvimento económico do país, uma vez que os bancos privados, públicos e estrangeiros
servem de intermediários nos pagamentos. Por outro lado, canalizam recursos obtidos sob a
forma de poupanças para os agentes económicos com necessidade de recursos para execução
dos seus projetos. (Jesus, 2014)

Os bancos transformam o capital-dinheiro inativo em capital ativo, isto é, em capital


que rende lucro. Contudo, as operações bancárias não são extensivas a todos os estratos socias.
Os esforços para a modernização do sistema financeiro angolano, em particular do sistema
bancário angolano são extensivos aos quatros cantos do território angolano, contribuindo de
maneira determinante para o desenvolvimento económico e social de Angola. (Jesus, 2014)

De acordo com Jesus (2014, p. 25)

Os bancos em Angola são a principal componente do sistema financeiro angolano,


permitindo que os seus utilizadores (empresas privadas, públicas e pessoas singulares)
realizem diariamente e de forma eficiente e Segura, pagamentos de milhões de transaçöes
em Kwanzas e em moeda estrangeira. Os bancos exercem um papel central na captação,
preservação e remuneração das poupanças de cidadãos angolanos, garantindo que estas
poupanças estejam disponíveis aos seus proprietários. Além disso, os bancos
disponibilizam os Seus próprios recursos e de seus depositantes e emprestadores para
financiar a produção. investimentos, canalizando esses recursos para os usos nos quais se
espera o maior retorno e assumindo os vários tipos de riscos envolvidos nessas operações
de empréstimo e financiamento (Banco de Cabo Verde, 2013).
Angola vive hoje um momento positivo da sua história económica recente, em particular
do setor bancário. O sistema financeiro angolano regista uma considerável estabilidade
macroeconómica, crescimento rápido, solidez externa e maior distfbuiçáo dos beneficios do
crescimento para a população de baixo rendimento. Estes resultados ocorrem devido ao
crescimento económico e social que Angola tem conseguido, que é de capital importância na
estabilidade económica e financeira do país, contribuindo para a captação de investimento no
setor privado e de capitais estrangeiros, o que tem contribuido para o desempenho do setor
empresarial e aumento da capacidade produtiva de Angola, em particular ao apoio das pequenas
e médias empresas. (Jesus, 2014)
7
A intervenção do governo angolano tem permitido um melhor funcionamento do
mercado de crédito e a credibilidade das instituições bancárias, com o intuito de proteger os
depositantes, aumentando a sua eficiência, melhorando a qualidade dos serviços bancários que
são prestados aos seus clientes, e estendendo o acesso desses sewiços a novos clientes. Dado a
importância do setor bancário na economia angolana, é necessário aumentar a participação do
setor bancário privado no financiamento, especialmente as fontes de financiamento a médio e
a longo prazo. A redução da taxa de juro base depende da redução da inflação, da diminuição
da volatilidade dos preços e de uma maior consolidação fiscal. (Jesus, 2014)

1.2.4 O papel dos bancos estrangeiros em Angola


O setor bancário angolano regista uma forte penetração de bancos estrangeiros, que na
maior parte surgiram em Angola a partir de 1993, altura em que se inicia a liberalização do
setor bancário em Angola. Mas, foi a partir de 2002, que ocorreu um aumento considerável do
número de instituições bancárias estrangeiras devido ao fim do conflito armado e à conquista
da paz em Angola (Inforbanca, 2009).

O surgimento destas instituições bancárias deveu-se à escassez de capitais, às barreiras na


concessão de crédito, aos reduzidos orçamentos e à incapacidade do governo em fazer
cobertura das necessidades reais dos diversos setores do país, com destaque para 0 setor
empresarial nomeadamente 0 financiamento das grandes, médias e pequenas empresas,
sobretudo no setor o agrícola, na habitação e na indústria.
Segundo a consultora Deloitte (2012), a permanência de instituições financeiras
estrange 'ras em Angola é motivada pelas politicas de liberalização financeira e do setor
bancário por parte do governo angolano, que visam melhorar a atividade das instituições
bancárias, através de reformas nos bancos públicos e nos bancos privados, evitando a
dependência do setor empresarial do financiamento do governo e do setor petrolífero.

As instituições bancárias estrangeiras têm participado de forma ativa no processo de


reconstrução de Angola, contribuindo para o crescimento económico do país e para a
resolução de diversos problemas sociais que afetam a população angolana (como exemplos,
a saúde, a habitação e a educação). Por outro lado, são também responsáveis pelo
financiamento de muitas empresas do mosaico empresarial angolano, particularmente as
operações de crédito e as aplicações em titulos e valores imobiliários, devido à
disponibilidade imediata de capitais, permitindo o crescimento do mercado de crédito e um
maior intercâmbio e troca de experiências entre as diversas instituições bancárias,
incentivando a competividade a nível interno, oferecendo serviços a todos os estratos
sociais e impulsionando 0 desenvolvimento tecnológico no setor bancário angolano.
(Jesus, 2014, p. 28)
As instituições financeiras estrangeiras têm-se confrontado com a concorrência dos
bancos locais (bancos públicos e privados), impedindo que os grandes bancos dominem o

8
mercado financeiro angolano. Para maior solidez do setor bancário angolano é imprescindível
que as autoridades monetárias do pais fiscalizem as atividades dos bancos estrangeiros e evitem
que instituições estrangeiras dominem o nosso sistema financeiro, provocando a fuga de
capitais para o exterior e invasão fiscal. Esta concorrência tem permitido o a argamento do
mercado de crédito, a redução das taxas de juro e a modernização do setor bancário angolano,
oferecendo serviços que satisfazem os anseios da população e contribuem para 0 crescimento
do setor empresarial, a redução da pobreza e o combate ao desemprego. (Jesus, 2014)

9
CONCLUSÃO
Relativamente ao impacto da crise financeira internacional sobre 0 setor financeiro em
Angola, em particular 0 setor bancário em Angola, os efeitos da crise finance'ra internacional
variam consoante as características concretas do nosso país, tais como a sua capacidade de
produção interna, a existência de recursos naturais e humanos disponíveis, a ligação aos
mercados financeiros e instituiçöes financeiras internacionais, a sua capacidade exportadora

Em relação a importância do setor bancário e do crédito no fomento do setor empresarial


podemos concluir que os bancos são as mais importantes do sistema financeiro, uma vez que o
capital social (capital alheio) da maior parte das empresas é resultante de empréstimos
bancários, isto porque grande parte das pequenas e médias empresas apresentam dificuldades
de acesso aos mercados financeiros

Quanto ao impacto das mudanças no setor bancário e o risco de crédito no setor bancário
em Angola, podemos dizer as mudanças no setor bancário são resultantes do percurso histórico
que país atravessou, dos anos de guerras e dos ganhos que alcançamos e que São evidentes do
período de

Relativamente as dificuldades que as instituições bancárias enfrentam em Angola,


realçamos que 0 setor em causa enfrenta inúmeras limitações, pois os financiamentos
concedidos pelos bancos em Angola ainda não são extensivos a todos os estratos sociais
(empresas e população em geral). As taxas de juro reais encontram-se a nível negativo, os juros
ativos concedidos através dos empréstimos são elevados.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Delloite, A. (2012). Banca em Análise. Luanda: Jornal de Angola

Inforbanca. (2009). O sistema financeiro Angolano.

Jesus, M. (2014). O Papel Do Setor Bancário Para O Crescimento Económico De Angola.


Portucalense: Universidade Portucalense Infante Dom Henrique.

Lisboa, J. (2013). Contributo para A História Do Setor Financeiro Em Angola. Universidade


Portucalense Infante Dom Henrique

Lopes, D. (2017). Modelos De Crescimento Na Banca Angolana. Lisboa: Universidade


Autónoma De Lisboa

Marques, I. (2014). A evolução do sistema bancário internacional e seu impacto em áfrica" o


caso de angola". Portugal: Universidade Portucalense

Rosário, A. (2008). Conferência sobre regulação do mercado Financeiro em Cabo Verde, Cabo
Verde.

Geremias, R. (2014). O crescimento do sector bancário e a concessão de crédito as empresas. o


caso de angola. Lisboa: Lisboa Scholl of Management

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