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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE

MOÇAMBIQUE

Licenciatura Em Contabilidade e Fiscalidade

3o ano – Turma Unica – Laboral

Contabilidade Sectorial

Grupo I

Surgimento da Actividade Bancária

Docente:

Mestre Dionex Branco

Discentes:

Aires Djeco

Joalina Facitela

Joelma Sibinde

Jose Mahumana

Ludovina Manane

Maputo, Outubro de 2023


Índice

I. INTRODUÇÃO......................................................................................................................3

1.1. Contextualização............................................................................................................3

1.2. Objectivos.......................................................................................................................3

II. REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................4

2.1. Surgimento e evolução histórica da atividade bancaria.................................................4

2.2. Desenvolvimento da atividade bancaria em Moçambique.............................................4

2.3. Instituições de Crédito e as Sociedades Financeiras......................................................4

2.4. Requisitos gerais para Instituicoes de Credito e Sociedades Financeiras......................5

2.5. Actividade bancaria e suas funções................................................................................6

2.6. Posicionamento da atividade bancaria no Sistema Financeiro.......................................6

2.7. Papel do Banco de Moçambique....................................................................................6

2.8. Organização funcional da moeda...................................................................................7

2.9. Organizacao funcional da banca.....................................................................................7

2.10. Instituições bancarias.................................................................................................8

2.11. Produtos e serviços bancários....................................................................................8

2.12. Tipos de credito..........................................................................................................8

2.13. Plano de contas de Instituições de Credito e Sociedades Financeiras........................9

2.14. Posicionamento das contas no Balanço....................................................................10

2.15. Analise das classes de contas...................................................................................10

2.16. Produtos bancários tradicionais................................................................................11

2.16.1. Produtos de captação de fundos...........................................................................12

2.16.1.1. Depósitos bancários à ordem, a prazo e contas poupança............................12

2.16.1.2. Outros produtos de captação de fundo.........................................................12

Produtos de aplicação de fundos..........................................................................13

2.17. Caso pratico..............................................................................................................13

III. CONCLUSÕES................................................................................................................14

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................15

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I. INTRODUÇÃO
I.1. Contextualização
A atividade bancária surge por um lado do facto de alguns agentes económicos
possuírem poupanças em excesso e não pretenderem aplicá-las ou terem algumas
dificuldades em fazê-lo e, por outro lado, outros agentes que não possuem meios
financeiros suficientes mas estão motivados para efetuar algumas aplicações de forma a
obter uma rendibilidade, apesar de incorrerem o respetivo risco. (António, 2013)

Sendo assim, segundo Caiado e Caiado (2008), as necessidades destes dois tipos de
agentes complementam-se e, deste modo, o banco assume o papel de intermediário
financeiro, fazendo de elo de ligação entre as duas partes. Por outras palavras, os bancos
têm como funções a captação da poupança disponível por parte dos aforradores,
efetuando o pagamento do respetivo juro e, posteriormente, o encaminhamento para os
diversos investidores, recebendo dos mesmos um rendimento específico.

É no sentido de descrever a evolução da actividade bancaria no mundo e em


Moçambique que esta pesquisa será desenvolvida, destacando os principais registos,
produtos e serviços bancários, arrolar as características e funções das instituições de
credito e sociedades financeiras, planos de conta associados e ainda analise de classes
de contas.

E para isso será realizada um pesquisa exploratória a partir do levantamento de


referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como
livros, artigos científicos, páginas de web sites e também com base em fontes
secundárias conhecidas como dados históricos, bibliográficos e estatísticos;
informações, pesquisas e material cartográfico; arquivos oficiais e particulares; registos
em geral; documentação pessoal, ou seja, imprensa em geral e obras literárias.

I.2. Objectivos
I.2.1. Objectivo geral
 Analise da evolução histórica da atividade bancária.

I.2.2. Objectivos específicos


 Descrever os registos históricos da acticidade bancária;
 Apresentar a evolução da atividade bancaria em Moçambique tendo em
conta os vários períodos;

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 Caracterizar os produtos e serviços bancários;

II. REFERENCIAL TEÓRICO


II.1. Surgimento e evolução histórica da atividade bancaria
Segundo Caiado e Caiado (2008), a atividade bancária teve a sua origem associada à
ordem religiosa, sendo, no ano de 1515, no Quinto Concílio de Latrão, que se iniciou
com o pagamento de juros, com a finalidade de auxiliar a suportar os gastos
administrativos suportados pelos montes de piedade. No século XVII surgiu o papel-
moeda, na República de Veneza em Itália, através da emissão de certificados de dívida
que venciam juros e eram transmissíveis por endosso. Este sistema estendeu-se a vários
Estados e, no início do século XIX, começaram a surgir os bancos emissores, os bancos
comerciais e as instituições parabancárias.

II.2. Desenvolvimento da atividade bancaria em Moçambique


A caracterização da evolução do sistema bancário moçambicano pode se dividir em três
partes: período antes da independência, desde a independência até 1987, período após a
introdução do programa de reabilitação económica (PRE). O sistema financeiro
moçambicano antes da independência contava com cerca de dez bancos comerciais de
entre eles se destacam: o Instituto de Crédito de Moçambique, Montepio de
Moçambique Banco, Nacional Ultramarino (BNU), Banco Pinto & Sotto Maior e o
Banco Standard Totta de Moçambique (BSTM). (Sozinho, 2008)

Em 1975, o sistema bancário moçambicano era constituído por 9 bancos comerciais


(BNU, CBM, BCCI, BCA, BFN, BP & SM, ICM, MM e BSTM). Em 1978, através do
PEC, o SF foi reestruturado tendo o BdM absorvido a maioria das instituições de
crédito, à excepção do BSTM, e dos BP & SM e BFN, que cessaram as suas
actividades. Posteriormente o SF operou com 3 bancos, nomeadamente BdM, BPD e
BSTM.

O ano de 1984 foi de início das reformas da política económica em Moçambique através
da introdução de uma nova legislação que permitiu: Entrada de novos actores;
Privatização dos bancos do Estado; e Reforço do papel do Banco de Moçambique
(BdM) como banco central. Em 1992, foi criado o Banco Comercial de Moçambique
(BCM), tendo o BdM deixado de exercer as funções de banco comercial. (Marrengula
& Nhamona, 2019)

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II.3. Instituições de Crédito e as Sociedades Financeiras
Existem dois tipos de instituições financeiras: as Instituições de Crédito e as Sociedades
Financeiras.

Instituições de crédito são empresas cuja atividade consiste em receber do público


depósitos ou outros fundos reembolsáveis, a fim de os aplicarem por conta própria
mediante a concessão de crédito, são também instituições de crédito as empresas que
tenham por objetivo a emissão de meios de pagamento sob a forma de moeda eletrônica.
Apenas as instituições de crédito têm autorização para receber depósitos dos clientes ou
outros fundos reembolsáveis, para utilização por conta própria. (Costa, 2000) São
instituições de crédito: Os bancos, as caixas económicas, a Caixa Central de Crédito
Agrícola Mútuo e as caixas de crédito agrícola mútuo, as instituições financeiras de
crédito, as sociedades de investimento, as sociedades de locação financeira, as
sociedades de factoring, as sociedades financeiras para aquisições a crédito, as
sociedades de garantia mútua, as instituições de moeda electrónica.

São sociedades financeiras as empresas que não sejam instituições de crédito e cuja
actividade principal consista em exercer pelo menos uma das atividades permitidas aos
bancos, com exceção da receção de depósitos ou outros fundos reembolsáveis do
público. São sociedades financeiras: as sociedades financeiras de corretagem, as
sociedades corretoras, as sociedades mediadoras dos mercados monetário ou de
câmbios, as sociedades gestoras de fundos de investimento, as sociedades emitentes ou
gestoras de cartões de crédito, as sociedades gestoras de patrimónios, as sociedades de
desenvolvimento regional, as agências de câmbios, as sociedades gestoras de fundos de
titularização de créditos.

II.4. Requisitos gerais para Instituicoes de Credito e Sociedades Financeiras


As instituições de crédito e sociedades financeiras com sede em Moçambique devem
satisfazer os seguintes requisitos: a) corresponder a uma das espécies previstas na lei
moçambicana; b) adoptar a forma de sociedade anónima; c) ter por objecto exclusivo o
exercício da actividade legalmente permitida; d) ter capital social não inferior ao
mínimo legal; e) ter o capital social representado obrigatoriamente por acções
nominativas ou ao portador registadas. . Na data da constituição, o capital social das
instituições de crédito e sociedades financeiras deve estar inteiramente subscrito e
realizado em montante não inferior ao mínimo legal. O capital das mesmas entidades

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deve ser integralmente realizado no prazo de 6 meses a contar da data da constituição ou
da data da subscrição, quando se trate de aumento de capital. (MOÇAMBIQUE, 1999)

II.5. Actividade bancaria e suas funções


A atividade bancária é o conjunto de funções e responsabilidades de intermediação que
os bancos exercem como base da sua atividade económica.

De um modo geral, a atividade bancária assenta nas múltiplas operações quotidianas


que o setor bancário realiza nas diferentes economias. Eles se concentram
principalmente no controle e gestão de economias e investimentos. (Sozinho, 2008)

São funções da actividade bancaria: a Intermediação Financeira, Prestação de Serviços,


II.6. Posicionamento da atividade bancaria no Sistema Financeiro
A concretização das políticas orçamental, monetaria, fiscal, cambial, exige que o
governo desenvolva determinadas acções de controlo em diferentes âmbitos: controlo
do crédito, liquidez dos bancos e das taxas de juro. É aqui que surge a intervenção do
sistema bancário na materialização da política económica e financeira do país.

Em momentos de inflação galopante, as entidades governamentais estabelecem


restrições de crédito, aumentam as taxas de reservas obrigatórias diminuindo a
quantidade de moeda em circulação, aumentam as taxas de juros das facilidade
permanentes concedida pelo Banco Central e estimulam as poupanças dos cidadãos,
criando depósitos atractivos (SOZINHO, 2008).

II.7. Papel do Banco de Moçambique


O Banco de Moçambique é o principal elemento do sistema financeiro e autoridade
monetária do sistema bancário: Banco de Moçambique é o banco central da República
de Moçambique, devendo, nesta qualidade, no contexto da política económica e
financeira e por forma a assegurar o desenvolvimento do País, zelar pelo equilíbrio
monetário interno e pela sobrevivência exterior da moeda. (Sozinho, 2008)

Ainda de acordo com Sozinho (2008), são principais funções do Banco de


Moçambique: Emissão da Moeda; Concessão de empréstimos ao Estado; Fixação de
taxas de juro (indicativo); Fixação de taxas de câmbio (indicativo); Compensação de
cheques e outras formas de pagamento; Autoriza de abertura de instituições de crédito e
sociedades financeira; Supervisão de toda actividade de instituições de crédito e
sociedades financeiras e Outras funções atribuídas pela lei.

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II.8. Organização funcional da moeda
A moeda é a parte essencial de qualquer sistema económico e desempenha várias
funções que são cruciais para a economia. Dentre as várias, Vasconcellos e Garcia
(2014) destacam as seguintes:

 Meio ou instrumento de troca- a moeda permite que as trocas sejam directas,


reduzindo custos de transacção;
 Unidade de medida (ou unidade de conta) - a moeda serve para comparar e
agregar o valor de mercadorias diferentes ou seja, ela serve como medida do
valor de troca das mercadorias, sendo que o preço de um bem é a expressão
monetária do valor de troca desse bem;
 Reserva de valor-a moeda representa um direito que seu possuidor tem sobre
outras mercadorias, ela pode ser guardada para uso posterior, pelo que ela serve
como reserva de valor ou forma de poupança

II.9. Organizacao funcional da banca


Para Sozinho (2008), as instituições de crédito, tal como outras empresas de grande
dimensão, tem uma multiplicidade de órgãos a que estão atribuídas as diversas funções
com vista a atingir os objectivos da instituição. Apesar de as instituições não terem
modelos de organização iguais, geralmente existem cinco grandes funções que, de
acordo com a dimensão da empresa bancária, pode-se encontrar duas ou mais fundidas
num mesmo departamento, são elas:

 Função comercial; Promoção e apoio comercial; Operacionais ou de Execução


de operações; Staff ou de apoio técnico; Apoio central.

A função comercial: compreende as tarefas que decorrem do contacto directo com o


cliente para a satisfação das suas pretensões: prestação imediata de informações,
esclarecimentos e oferta de produtos bancários. Na prática, esta área engloba
estabelecimentos abertos ao público genericamente designados por balcões e os órgãos
superiores responsáveis por estes estabelecimentos.

Promoção e apoio comercial: os órgãos incluídas nesta área compete a concepção de


produtos e serviços bancários, preparar e efectuar a promoção, coordenar as acções
comerciais e intervir directamente em certos mercados. É função de marketing que deve
estudar as acções comerciais a desenvolver, de acordo com os objectivos estratégicos.

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O departamento de operações: esta divisão realiza um conjunto de tarefas, tais como,
codificação e processamento informático, extracção de listagens, envio de notas de
débito e crédito aos clientes. Com o desenvolvimento da informática, estas tarefas são
realizadas nos balcões, cabendo aos serviços centrais apenas o controlo.

Staff e apoio técnico: é uma função responsável por estudos de natureza económica,
planeamento estratégico, recuperação do crédito, apoio legal, recursos humanos,
auditoria, etc..

Apoio central: estão compreendidas nesta área, a contabilidade, serviços gerais,


aplicação de regras fiscais, arquivo, etc.

II.10. Instituições bancarias


Uma instituição financeira bancária, chamada também de monetária ou apenas de
instituição bancária, é uma organização que opera com dinheiro em depósito em conta
corrente, que faz um papel de intermediário entre os serviços ofertados pelo mercado
financeiro e o cliente.

O mercado conta com os mais diversos tipos de instituições financeiras, que são
divididas em 14 grupos distintos, sendo eles: Agências de fomento; Associações de
microcrédito; Bancos comerciais; Bancos de desenvolvimento; Bancos de
investimentos; Bancos múltiplos; Corretoras de títulos e valores mobiliários;
Companhias hipotecárias; Cooperativas de crédito; Distribuidoras de títulos e valores
mobiliários; Investidores institucionais; Sociedades de arrendamento mercantil;
Sociedades de créditos, financiamentos e investimentos; Sociedades de crédito
imobiliário.

II.11. Produtos e serviços bancários

II.12. Tipos de credito


Antes de mais, o crédito é um ato de troca económica em que alguém – o credor –
realiza uma prestação em dinheiro ou em espécie, em determinado momento, a favor de
outrem – o devedor – e aceita o risco de a contraprestação ser diferida para um
momento ou momentos posteriores, confiando no cumprimento pontual da promessa de
reembolso feita pelo devedor, e recebendo um juto como compensação.

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Os tipos de crédito divergem um pouco de autor para autor. Contudo, uma grande parte
dos autores aceita que o crédito pode ser, na sua globalidade, o crédito à habitação, o
crédito ao consumo e o descoberto bancário.

 O crédito à habitação difere dos outros créditos porque apresenta um plano


financeiro. A finalidade principal deste tipo de crédito, como o próprio nome
indica é a aquisição de habitação própria. Para se precaverem dos riscos
elevados deste tipo de crédito, as instituições financeiras optam por não financiar
a totalidade do investimento do cliente, por impor uma garantia real (hipoteca do
imóvel) e por decretar a criação de um seguro para o imóvel e um seguro de vida
para os mutuários.
 O crédito ao consumo é um crédito concedido, geralmente, por um período de 6
meses a 5 anos. A finalidade deste tipo de crédito é a aquisição de bens e
serviços, na qual a família não possui capacidade financeira suficiente para o(s)
adquirir, como por exemplo obras na habitação, viagens, despesas de saúde,
entre outros. Regra geral os créditos ao consumo exigem a constituição de uma
livrança subscrita pelos mutuários.
 O descoberto bancário tem como principal objetivo colmatar as dificuldades
económicas momentâneas que as famílias poderão sentir, sendo momentâneas e
como tal são de muito curto prazo, geralmente é um crédito por um período de
dias até um mês. A obrigatoriedade que o banco exige ao cliente é a
domiciliação do ordenado de um dos titulares na sua conta à ordem.

II.13. Plano de contas de Instituições de Credito e Sociedades Financeiras


O Plano de Contas para as Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras em vigor
(Aviso 13/GGBM/99), estabelece uma aproximação ás regras e práticas da comunidade
bancária internacional e é constituído por nove classes, nomeadamente:

1. Disponibilidades; 2. Aplicações; 3. Imobilizações; 4. Recursos Alheios; 5.


Contas Internas e de Regularização; 6. Recursos Próprios e Equiparados; 7.
Custos por Natureza; 8. Proveitos por Natureza; 9. Contas extrapatrimoniais.
A organização interna das classes reflecte, de forma explicita a aplicação dos seguintes
critérios básicos de ordenação:

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• Natureza do elemento patrimonial; Sector institucional; Situação da residência;
Distinção entre moeda nacional e estrangeira; Prazo das operações e
Consideração dos sectores fundamentais da economia.
II.14. Posicionamento das contas no Balanço
Apesar de existir discrepância entre o Plano de Contas para Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras e o Plano Geral de Contabilidade a equação fundamental do
balanço é a mesma, se não vejamos:

Activo = Passivo + Fundos Próprios

Assim se seguirmos o dispositivo horizontal do balanço, as contas irão se posicionar no


balanço da seguinte maneira:

Activo Passivo
1. Disponibilidades 6. Recursos Alheios
2. Aplicações 7. Contas Internas e de Regularização (saldos
3. Imobilizações credores)
5. Contas Internas e de Regularização (saldos devedores) 8. Recursos Próprios e Equiparados
9. Contas Extrapatrimoniais 9. Contas Extrapatrimoniais

II.15. Analise das classes de contas


Um banco, como qualquer unidade económica, está inserido num determinado ambiente
económico com o qual mantém permanentes ligações em termos de fluxos reais a que
correspondem fluxos monetários, mas no sentido oposto a aquele. No sector bancário,
dada a natureza da sua actividade (intermediação) financeira), haverá fluxos recursos
dos poupadores para o banco e deste para os investidores. Assim estar-se-á na presença
de aplicações, ao falarmos de: aquisição do imobilizado; concessão de crédito; depósito
noutros bancos; pagamento de salários; liquidação de Juros.

Estamos na presença de recursos nas seguintes situações:

• Aumento de capital por entrada de dinheiro; obtenção de fundos no mercado


monetário; depósito de clientes; cobrança de juros
Tal como em qualquer facto patrimonial, os fluxos são susceptíveis de revestir duas
naturezas diferentes patrimoniais (factos patrimoniais qualitativos) e de exploração
(factos patrimoniais quantitativos).

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Fluxo Natu reza
Patrimoniais De Exploração
• Aquisição do imobilizado; X
• Concessão de crédito; X
• Depósito noutros bancos; X
Aplicações X

• Pagamento de salários;
• Liquidação de Juros X

Aumento de capital X
Recursos Obtenção de fundos no mercado monetário X
Depósito de clientes X
X
Cobrança de juros

A dupla sistematização que observou no quadro antecedente, está consagrada no


PCICSF através da seriação de classes de contas, apenas com duas excepções:

Classe 5 – Contas Internas e de regularização, reúne simultaneamente contas de


aplicações e recursos e nem sempre traduz ligações ao exterior, quer dizer, o movimento
dessas contas muita das vezes não representa um fluxo.

Classe 9 – Contas Extrapatrimoniais, envolvem a relevação de responsabilidades ou


compromissos assumidos pelo Banco ou pelos demais sujeitos perante este e que não
houve ainda fluxo patrimonial ou de exploração.

II.16. Produtos bancários tradicionais


De acordo com Kotler (1996), o produto pode ser entendido como combinação de bens
e serviços que empresa oferece ao mercado-alvo, ou seja, qualquer coisa que pode ser
oferecida a um mercado em atenção, aquisição, uso ou consumo. Enquanto o serviço é
qualquer ato ou desempenho que uma parte pode oferecer a outra e que seja
essencialmente intangível e não resulta na propriedade de nada. Sua produção pode ou
não estar vinculada e um produto físico (Lassen, 2004).

Os serviços prestados pelas instituições de crédito vão ao encontro da noção de serviço


puro, uma vez que, de uma forma geral, não contemplam nenhuma componente física
por detrás da operação. Como tal, os serviços financeiros apresentam um conjunto de
características próprias, sendo elas:

 O consumidor intervém no processo;

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 A produção e o consumo são praticamente coincidentes no tempo;
 A praticabilidade do serviço é realizada no momento, não sendo possível
constituir stocks;
 Não apresentam parte fisica;

Destacam-se os seguintes:

II.16.1. Produtos de captação de fundos


II.16.1.1. Depósitos bancários à ordem, a prazo e contas poupança
Segundo Caiado et al., (2008), os depósitos bancários são divididos em à ordem, a
prazo, com pré-aviso, constituídos por legislação especial e constituídos em regime
especial. Os depósitos à ordem caracterizam-se pelo banco estar obrigado a devolver ao
cliente, em qualquer momento, o dinheiro que este depositou. No depósito a prazo o
valor monetário fica imobilizado durante um certo período de tempo, estabelecido
previamente no ato da constituição do depósito. No final do período acordado, o banco
devolve ao cliente o capital inicial adicionado de uma remuneração pré-estabelecida.
Poderá existir a possibilidade de exigibilidade antes do prazo de maturidade,
dependendo do contrato efectuado inicialmente. Relativamente ao depósito com pré-
aviso, o depositante compromete-se a não efectuar qualquer levantamento antes de
realizar um pedido por escrito ao banco a informar da sua vontade. No momento do
reembolso o depositante receberá o capital e os respectivos juros.

II.16.1.2. Outros produtos de captação de fundo


No que concerne a outros produtos de captação de fundos enunciados por Caiado et al.,
(2008), destacam-se os recursos interbancários e outros recursos alheios e os capitais
próprios.

Relativamente aos recursos interbancários e outros recursos alheios, o banco tem ao seu
dispôr: o mercado monetário interbancário que é onde são realizadas as transacções de
fundos entre as instituições de crédito e outras instituições financeiras autorizadas, a
curto prazo. Diz-se interbancário na medida em que os bancos que têm acesso a ele
podem mais facilmente equilibrar a sua situação de tesouraria sem recorrer ao banco
central; os certificados de depósitos que constituem títulos representativos de depósitos
a prazo que são transmissíveis por endosso, e os empréstimos, que são fundos obtidos
pelos bancos através da celebração de um contrato, na qual faz referência às condições
do mesmo, como a taxa de juro e o prazo de reembolso.

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 Produtos de aplicação de fundos
Os produtos de aplicação de fundos que são produtos financeiros que permitem aos
investidores aplicar o seu dinheiro em diferentes fundos de investimento são agrupados
em crédito sobre clientes, aplicações interbancárias, aplicações em títulos e outras
aplicações remuneradas.

No que diz respeito às aplicações bancárias, estas agrupam o mercado monetário


interbancário e o mercado interbancário de títulos. O primeiro consiste na aplicação de
fundos por parte de um banco, noutra instituição bancária que careça de fundos, por um
determinado período de tempo a uma dada taxa de juro. O mercado interbancário de
títulos permite que uma instituição de crédito com excesso de fundos realize aplicações
no Mercado Interbancário de Títulos.

II.17. Caso pratico


Manuel Paqueleque, comerciante a título próprio, procedeu no mês de Julho de 2013
abertura das seguintes contas no banco Elca Max:
 Dia 06- depósito a ordem no valor de 250.000Mt; Talão de depósito nr 2013000;

 Dia 07- ordem de transferência da sua conta a ordem para constituição de uma
conta de depósito a prazo de 16 meses e outra com pré-aviso no valor de
125.000Mt e 175.000Mt respectivamente; Nota de transferência 2013001;

 Dia 08- depósito de um cheque no valor de 8.000Mt do banco Kutxona


Soluções; talão nr 2013002.

Pretende-se: o registo no diário geral.

Maputo, julho de 2013


Transporte

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III. CONCLUSÕES

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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(s.d.). https://www.ewally.com.br/blog/cuidando-do-seu-dinheiro/instituicao-bancaria.

(s.d.). https://brasilescola.uol.com.br/economia/bancos.htm.

António, C. D. (2013). Produtos, Serviços e Operações de uma Instituição bancária.


Relatório de Estágio apresentado ao Instituto Superior de Gestão para obtenção
do Grau de Mestre em Gestão Financeira. Lisboa.

Caiado, A., & Caiado, J. (2008). Gestão de Instituições Financeiras. 2.º ed. Lisboa:
Edições Sílabo.

Costa, V. (2000). Agências bancárias. 2.º ed. Mem Martins: Edições Cetop.

Kotler, P. (1996). Administracao de marketing: analise, planejamento, implementacao e


controle. 7 ed. Rio Grande do Sul.

Lassen, I. (2004). A qualidade da prestação de serviços de uma instituição financeira


considerando a percepção de seus clientes e gerentes. Rio Grande do Sul.

Marrengula, C. P., & Nhamona, A. C. (2019). EFEITOS DA CONCENTRAÇÃO


BANCÁRIA SOBRE A CONCORRÊNCIA NO MERCADO FINANCEIRO
EM MOÇAMBIQUE (2013-2016). Maputo.

MOÇAMBIQUE, R. D. (1999). Lei n° 15/99:Regula o estabelecimento e o exercício da


actividade das instituições de crédito e das sociedades financeiras. . Maputo.

Sozinho, C. (2008). Manual de Contabilidade Bancária. Maputo.

Vasconcellos, M. A., & Garcia, M. E. (2014). Sao Paulo: Saraiva.

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