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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E

AUDITORIA DE MOCAMBIQUE

Licenciatura em Contabilidade e Fiscalidade

2o ano – turma 2

Matematica Financeira

Amortizacoes de Emprestimo

Docente:

Joao Adalima

Discentes:

Hélio Ângelo Massingue

Joalina Clávio Facitela

Joelma Joana Sousalino Sibinde

Liriel Da Rita Domingos Marques Adriano

Ludovina Dinis Manane

Maputo, junho de 2022


Indice

I. Introducao..................................................................................................................3

II. Revisao da Literatura.................................................................................................4

2.2. Classificacao de emprestimos.............................................................................5

2.3. Sistemas de amortizacao.....................................................................................6

2.3.1. Sistema de Amortização Francês.................................................................6

2.3.2. Sistema de Amortização Constante (SAC)..................................................7

2.3.3. Sistema de Amortização Misto (SAM).......................................................7

2.3.4. Sistema Americano de Amortização (SAA)................................................8

2.4. Tipos de amortizacao..........................................................................................8

III. Metodologia..........................................................................................................11

IV. Conclusao.............................................................................................................12

V. Referencias Bibliograficas.......................................................................................13

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I. Introducao
Na última década, a democratização do crédito e a sua popularização contribuíram para
que a população aumentasse o consumo. A facilidade de acesso às diversas linhas de
crédito existentes atualmente leva os indivíduos às instituições bancárias a fim de buscar
empréstimos e financiamentos para diversas finalidades, como a aquisição da casa
própria e ou a reorganização da vida financeira. (Santos, 2003)

As instituições financeiras e bancárias, por sua vez, disponibilizam um capital que deve
ser devolvido mediante pagamento com juros num determinado prazo. Elas funcionam
basicamente como intermediárias entre os poupadores e os tomadores de empréstimo,
dinamizando a economia nacional. Para que o dinheiro circule com segurança de
retorno existem várias metodologias que são usadas para quitar estas dívidas,
consideradas métodos de amortização. (Vergara, 2003)

A amortização é a extinção gradual de uma dívida contraída a partir de um


financiamento ou empréstimo. As instituições que formam o Sistema Financeiro
brasileiro utilizam como forma mais comum de amortização o Sistema Francês de
Amortização (SAF), mais conhecido como Tabela Price, ou o Sistema de Amortização
Constante, também denominado pela sigla SAC. Existem, porém, outros modelos de
amortização, como o Sistema de Amortização Misto (SAM), e o Sistema de
Amortização Crescente (SACRE). (Rizzardo, 2003)

Esta pesquisa visa mostrar alguns métodos de amortização existentes, bem como os
aplicados pelas instituições bancárias em dívidas de curto prazo.

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II. Revisao da Literatura
Amortização é o mesmo que redução da dívida. Amortizar é pagar uma parte da dívida
para que ela reduza de tamanho até a sua eliminação. Porém, em toda dívida, há
cobrança de juros. Assim, para amortizar uma dívida, é necessário que o pagamento seja
maior que os juros cobrados no período. Ou seja, o valor amortizado é o que sobra do
pagamento depois de descontados os juros. (Vianna, 2018)

Para uma melhor compreensão, daremos os principais conceitos de uso corrente nas
operações de empréstimos e fi nanciamentos.

Defi nições Importantes


 Mutuante ou credor: aquele que fornece o empréstimo;
 Mutuário ou devedor: aquele que recebe o empréstimo;
 Amortizar uma dívida: signifi ca diminuir gradualmente, até a extinção total, o
principal de uma dívida;
 Parcelas de amortização: corresponde às parcelas de devolução do capital
emprestado. Indicaremos por A;
 Prazo de amortização: é o intervalo de tempo durante o qual são pagas as
amortizações;
 Prestação: é a soma da amortização com os juros e outros encargos, pagos em
dado período. Indicaremos por R;
 Planilha: é um quadro, padronizado ou não, onde são colocados os valores
referentes ao empréstimo, ou seja, o cronograma dos valores de recebimento e
de pagamentos;
 Saldo devedor: é o estado da dívida, ou seja, do débito, em um determinado
instante de tempo t. Indicaremos por (PV)t;
 Período de amortização: é o intervalo de tempo existente entre duas
amortizações sucessivas.

II.2. Classificacao de emprestimos


De acordo com Bagatine (2010), os emprestimos são classificados da seguinte forma:

a) Quanto ao número de mutuantes: temos empréstimos com único mutuante e


empréstimos com vários mutuantes.

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b) Quanto a obrigatoriedade de emprestar: temos empréstimos voluntários e
empréstimos obrigatórios.
c) Quanto a gratuidade ou onerosidade dos empréstimos: temos empréstimos
gratuitos (não financeiros ou seja sem juros) e empréstimos onerosos (com
juros).
d) Quanto a garantia: temos empréstimos sem garantias especiais e empréstimos
com garantias (reais e não reais ou pessoais).
e) Quanto ao carácter público ou privado do empréstimo: temos empréstimos
públicos (contraídos pelo Estado) e empréstimos privados (contraídos por
particulares).
f) Quanto a duração do empréstimo: temos empréstimos perpétuos e empréstimos
temporários.
g) Quanto a finalidade: temos empréstimos para o consumo e empréstimos para o
investimento.
h) Quanto ao processo de amortização: temos empréstimos de amortização
sistemática (estabelecem-se as regras no início do contrato) e empréstimos de
amortização não sistemática (não há nenhuma regra pré-estabelecida).

II.3. Sistemas de amortizacao


Dentre os principais e mais utilizados sistemas de amortização de empréstimos,
abordaremos o sistema de amortização: Sistema de Amortização Francês; Sistema de
Amortização Constante; Sistema de Amortização Misto; Sistema Americano de
Amortização. (Vianna, 2018)

II.3.1. Sistema de Amortização Francês


O Sistema Francês foi desenvolvido pelo matemático e físico belga Simon Stevin no
século XVI. Foi utilizado pelo economista e matemático inglês Richard Price, no século
XVIII, no cálculo previdenciário inglês da época, e ficou conhecido no Brasil como
Sistema Price. O Sistema Francês ou Sistema Price é o mais utilizado pelas instituições
financeiras e pelo comércio em geral. O empréstimo é pago em prestações periódicas
iguais e postecipadas. (Vianna, 2018)

Cada prestação é constituída pela soma da amortização do principal com os juros do


período. A amortização é obtida por diferença entre os valores da prestação e os juros

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do período. Os juros decrescem com o tempo. O principal no início de cada período vai
se tornando cada vez menor e as amortizações vão crescendo de modo que a soma
dessas parcelas permaneça constante ao longo do tempo. A amortização é crescente em
progressão geométrica de razão igual a (1 + i). (Vianna, 2018)

Prestações periódicas iguais e postecipadas:

i
R=PV
[ 1−(1+ i)−n ]
Saldo devedor no instante t :

n−t
(1+i) −1
(PV)t=R
i(1+i)n −t

Parcelas de juros:

Jt= i.(PV)t-1

Amortização da prestação de ordem :

At = R – Jt

Saldo devedor no instante t a cada mês:

(PV)t = (PV)t-1 – At

II.3.2. Sistema de Amortização Constante (SAC)


No Sistema de Amortização Constante, as parcelas de amortização do principal são
sempre iguais (ou constantes). O valor da amortização A é calculado através da divisão
do capital emprestado PV pelo número de amortizações n. Os juros são calculados, a
cada período, multiplicando-se a taxa de juros contratada pelo saldo devedor existente
sobre o período anterior, assumindo valores decrescentes nos períodos. A prestação, a
cada período, é igual à soma da amortização e dos encargos financeiros (juros,
comissões, entre outros), sendo periódica, sucessiva e decrescente em progressão
aritmética, de razão igual ao produto da taxa de juros pela parcela de amortização.
(Vianna, 2018)

Assim,

PV
A=
n

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O saldo devedor de ordem t é dado por:

(PV)t = (PV)(t-1) – A

A parcela de juros de ordem t é:

Jt = i.(PV)(t-1)

Prestações:

Rt = J t + A

II.3.3. Sistema de Amortização Misto (SAM)


O Sistema de Amortização Mista, conforme a própria denominação, é um misto do
Sistema de Amortização Constante (SAC) com o Sistema de Amortização Francês
(SAF). É também conhecido de Sistema de Amortização Crescente (SACRE). Esse
misto dos dois sistemas se caracteriza pelo fato de a prestação ser igual à média
aritmética entre as prestações dos dois sistemas. (Vianna, 2018)

Sendo as prestações do SAM as médias aritméticas dos dois sistemas, SAC e SAF,
respectivamente, os juros também serão as médias aritméticas dos juros correspondentes
dos dois sistemas, a cota de amortização serão as médias aritméticas correspondentes e
o saldo, bem como o saldo devedor. Além disso, os juros são decrescentes e as cotas de
amortizações crescentes, permitindo que a dívida seja paga mais rapidamente. (Vianna,
2018)

II.3.4. Sistema Americano de Amortização (SAA)


No Sistema Americano de Amortização, o devedor obriga-se a pagar periodicamente
apenas os juros do capital emprestado e a restituí-lo, integralmente, no final do prazo
estabelecido. (Cadille & SOARES, 1998)

Os juros sempre incidem sobre o valor original da dívida. Com isso o devedor pode
quitar sua dívida quando quiser. Este sistema tem como desvantagem que o pagamento
de juros pode, em tese, ser perpétuo mesmo quando já se pagou o equivalente à dívida
em si. (Cadille & SOARES, 1998)

Assim,

J=i.PV

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Quota Mensal do Fundo de Reserva:

if
R=FV
[(1+if )−1 ]
Com a finalidade de evitar o desembolso violento no final do prazo combinado, o
devedor procura formar, por sua conta e, mediante depósitos periódicos de parcelas
constantes, um fundo de amortização, chamado Fundo de Reserva, com o qual, no fim
do prazo, possa pagar a dívida sem maiores problemas. É importante notar que este
fundo será constituído concomitantemente aos pagamentos dos juros do principal
através do uso do Fator de Acumulação de Capital. (Cadille & SOARES, 1998)

II.4. Tipos de amortizacao


 Empréstimos de Amortização não Sistemática

Não é normal que a amortização de um empréstimo seja feita sem nenhuma regra
estabelecida no início. Só podemos encontrar em dois casos:

Quando o tomador de empréstimo se torna insolvente por motivos de força


maior, podendo-se nesses casos acordar-se o abandono do sistema inicial de
amortização e aceitar-se o pagamento irregular do empréstimo;
Empréstimos não financeiros (ex. empréstimos familiares, etc.).

 Empréstimos de Amortização Sistemática


a) Empréstimos com reembolso integral duma única vez
i. Com pagamento periódico de juro (regime simples)

Reembolso integral do empréstimo = C0(1+r1)

ii. Sem pagamento periódico de juro (regime composto)

Reembolso integral do empréstimo = C0(1+r1)n

Nos empréstimos com reembolso integral de uma única vez, o montante que o tomador
de empréstimo (devedor) deverá pagar no vencimento pode ser demasiado elevado. Para
se precaver, o devedor pode constituir um fundo de amortização onde periodicamente
deposita uma certa quantia cujo objectivo é constituir um fundo suficiente (fundo de
amortização) para fazer o pagamento da dívida no vencimento. (Cadille, 1998)

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Fundo de amortizacao

1. Reembolso integral do empréstimo duma única vez, com pagamento


periódico de juro (regime simples)

[ ]
−n
1−(1+r 2)
Fundo de Amortização = (1+r2)t-wC
r

Reembolso intergral do empréstimo = C0(1+r1)

Portanto,

[ ]
−n
1−(1+r 2)
Fundo de Amortização = (1+r2)t-w C = C0(1+r1)
r
Onde: t= w+n (no futuro), C = Capital e Juros, r1 = taxa do empréstimo e r2 = taxa do

fundo.

2. Reembolso integral do empréstimo duma única vez, sem pagamento


periódico de juro (regime composto)

[ ]
−n
t-w 1−(1+r 2)
Fundo de Amortização = (1+r2) C
r

Reembolso integral do empréstimo = C0(1+r1)n

Portanto,

[ ]
−n
1−(1+r 2)
Fundo de Amortização = (1+r2)t-w C = C0(1+r1)n
r

Onde: t= w+n (no futuro), C = Capital e Juros, r1 = taxa do empréstimo e r2 = taxa do

fundo.

b) Empréstimos com reembolso periódico de capital


1. Com reembolsos periódicos constantes (Sistema Inglês)

Neste tipo de empréstimos, os reembolsos periódicos de capital (MK) são constantes e


como o juro periódico (JK) é calculado com base no capital em dívida (cada vez

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decrescente) também será decrescente. Assim, o pagamento (ou prestação) periódico
(CK) que é a soma da quota de capital (ou reembolso) do período e a quota do juro do
período, também será decrescente. (Goncalves, 2005)

CK = M K + J K

Onde: MK é a quota de capital ou reembolso do período K

JK é a quota do juro do período K

CK é o pagamento no período K (ou prestação do período K)

A quota de capital (MK) é calculada pela seguinte fórmula:

Empréstimo w
MK= (1+ β∗r )
n

Onde β é a percentagem de juros que fica no processo (no caso de regime misto), no
perído de diferimento.

 Quando existe o período de diferimento o prazo total será a soma entre o período
de diferimento (w) e o período de reembolso (n), mas quando o período de
diferimento não existe o prazo total é igual ao período de reembolso (n).

2. Com pagamentos (ou prestações) periódicos constantes (Sistema Francês)

Neste tipo de empréstimos, o pagamento (ou prestação) periódico (C k) é constante e


sendo o juro periódico (Jk) decrescente, a quota de capital ou reembolso (Mk) será

crescente. Para se calcular o pagamento (ou prestação) periódico (C k), recorre-se a


fórmula das rendas com pagamentos ou termos iguais, ou seja:

[ ]
−n
t-w 1−(1+r )
R(t)Postw= (1+ β*r) C
r

Onde β é a percentagem de juros que fica no processo (no caso de regime misto) no
período de diferimento. Prazo total nestes casos é igual a soma do período de
diferimento (w) e o período de reembolso (n). Na ausência do perído de diferimento, o
prazo total será igual ao período de diferimento. (Quelhas & Correia, 2004)

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Nota: Para amortizações de empréstimos, t é igual a zero, pois os empréstimos são
sempre concedidos no momento presente (momento zero). (Quelhas & Correia, 2004)

III. Metodologia
A presente pesquisa, quanto a natureza, é classificada como básica uma vez que
objectiva gerar conhecimentos uteis para o avanço da ciência sem aplicação pratica
prevista. Quanto ao objectivo, trata-se de uma pesquisa descritiva uma vez que visa
descrever as características de de determinado fenómeno (Amortizacoes de
Emprestimo).

Foi realizada através de consultas bibliográficas de material já publicado constituído


principalmente de livros, artigos e material disponibilizado na internet.

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IV. Conclusao
 A oferta de crédito aumentou de forma notável nos últimos tempos, o que pode
ser um importante propulsor do crescimento econômico. O crédito, portanto,
está mais acessível e com juros mais atraentes. Destarte, ao contraírem a dívida,
os tomadores assumem a obrigação de devolver o valor emprestado e de pagar
os juros e demais encargos devidos, de acordo com previsão contratual.
 Para a devolução de valores emprestados são utilizados os métodos de
amortização analisados neste estudo. Entre os existentes foram aprofundados o
Sistema de Amortização Francês (Price), o Sistema de Amortização Constante
(SAC), o Sistema de Amortização Crescente (Sacre) e o Sistema de Amortização
Misto (SAM).

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V. Referencias Bibliograficas
Bagatine, A. F. (2010). Sistemas de Amortizacao de Emprestimo. Erechim.

Cadille, M. (1998). Matemática Financeira Aplicada. Edições ASA.

Cadille, M., & SOARES, C. (1998). Lições de Matemática Financeira e Noções


Complementares. Edições ASA.

Goncalves, J. P. (2005). A História da Matemática Comercial e Financeira. [online]


Disponível na internet via http://www.somatematica.com.br.

Quelhas, A. P., & Correia, F. (2004). Manual de Matemática Financeira. Edição


Almedina.

Rizzardo, A. (2003). Contratos de crédito bancário. 6. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais.

Santos, J. O. (2003). Análise de crédito – Empresas e pessoas físicas. São Paulo: Atlas.

Vergara, S. C. (2003). Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo:


Atlas.

Vianna, R. d. (2018). Matemática Financeira. Salvador.

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