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Cálculo Financeiro

Cap. 6 Empréstimos

Mestre Victor Chissingui Ano Lectivo 2020


Dr. Agostinho Miguel 2º Ano/ I Semestre
Empréstimos
 Objectivos
 No final deste capítulo, o aluno deverá ser capaz de:
 Compreender que as possibilidades de amortizar um empréstimo são
enormes, mas que na base de todas elas está subjacente o conceito
de equivalência de capitais
 Compreender os conceitos de prestação, amortização de capital,
juro, período de carência, período de diferimento
 Compreender a forma de elaboração do Quadro de Amortização
 Compreender o conceito e o mecanismo do cálculo da T.A.E.G.
(Taxa Anual de Encargos Globais )
 Compreender as modalidades de amortização de empréstimos
(Sistema Francês, sistema Americano e Sistema de
amortizações constantes)

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Empréstimos
 Empréstimo ( mútuo) é um contrato pelo qual uma das partes (
mutuante) cede a outra (o mutuário) determinada importância,
ficando este último com a obrigação de restituir essa importância,
acrescida dos juros acordados, nas condições previamente
estipuladas.

 Modalidades de empréstimo:
1. Divisibilidade da soma mutuada – se a soma mutuada é uma ou
só parcialmente divisível entre os bancos mutuantes. O
empréstimo diz-se ordinário ou indivisível.
2. Duração – tipicamente os empréstimos clássicos são
ordinários e assumem duração variável.
3. Formas de amortização: existem basicamente duas através de
reembolsos periódicos ou através de reembolso na data de
vencimento da soma mutuada.

 Por conseguinte, Cada pagamento periódico iremos chamar


de prestação.

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Empréstimos
 Quadro das amortizações =>(principais
características):
1. A soma das amortizações (m1+m2 +…..mn) tem
forçosamente que ser igual à dívida inicial D0.

2. A última amortização, (mn) tem, forçosamente,


que ser igual ao capital em dívida no início do
último período ( isto é, imediatamente após o
pagamento da penúltima prestação), Dn-1.

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Empréstimos
 “Distinção entre prazo de Carência e prazo de
Diferimento”

 Chama-se Prazo de Carência ao período de tempo em que


apenas há pagamento dos juros devidos (não há
amortização de capital).

 Nesta situação, o capital em dívida é sempre o mesmo até


que a dívida comece a ser amortizada.

 Chama-se Prazo de Diferimento ao período de tempo em


que não há amortização de capital nem pagamento de
juros.
 Nesta situação os juros não pagos ficam também a vencer
juros
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Empréstimos
 “Sistema Francês de Amortização de Empréstimos”

 É o mais utilizado na prática , consiste no pagamento de prestações


constantes ao longo do prazo do empréstimo, compostas por
amortizações e juro.

 Uma vez que em cada prestação é amortizada uma parte da dívida, é


intuitivo que o capital em dívida vai diminuindo ao longo do tempo;
Por seu lado, o juro também vai diminuindo ao longo do tempo.

 Como as prestações, que são compostas por amortização e juro, são


constantes, é forçoso que a parcela relativa a amortização, vá
aumentando (no pressuposto de que a taxa de juro activa não sofra
alteração)
 Cálculo do valor da prestação:

 a  an i 
C 1
C  a  an i  a 
an i
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Empréstimos
 Exemplo nº1
 Considere um empréstimo de 120.000 USD
junto do BFA a amortizar em 6 prestações
anuais constantes e postecipadas,
compostas por amortização e juro à taxa
anual de 7%.
a)Determine o valor de cada prestação.
b)Elabore o quadro de amortização relativo a
este empréstimo

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Empréstimos
C 120.000
a) a   25.175,50
an i 4,766539376
 . Nº de prest. Cap. em Dívida juros Amortização prestação

1 120.000 8.400 16.775,5 25.175,50

2 103.224,5 7.225,72 17.949,78 25.175,5

3 85.274,72 5.969,23 19.206,27 25.175,5

4 66.068,44 4.624,79 20.550,71 25.175,5

5 45.517,74 3.186,24 21.989,26 25.175,5

6 23.528,48* 1.646,99 23.528,48* 25.175,5

  120.000 8
Empréstimos
 Sistema de amortizações constantes ”puro”(juros
pagos periodicamente)
 Uma outra modalidade de amortização de empréstimos
consiste em fazê-lo não através de prestações
constantes, mas através de prestações contendo
amortizações de capital constantes . É o chamado
“Sistema de Amortizações Constantes”.
 Na sua forma “pura”, esta modalidade caracteriza-se
pelo facto de as prestações serem postecipadas e
cada prestação ser composta por uma parcela de
amortização constante e por outra, que é o juro,
calculado sobre o capital em dívida imediatamente
anterior ( que compreensivelmente, vai diminuindo
ao longo do tempo). C
m 
n
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Empréstimos
 Exemplo nº2
 Relativamente a um empréstimo de 20.000
USD junto do Banco Sol reembolsável
através de 5 anuidades postecipadas, à
taxa anual de 10%, em que as
amortizações de capital são constantes,
pretende-se que elabore o respectivo
quadro de amortização.

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Empréstimos
20.000
m  4.000
 . 5
Nº de prest. Cap.em Dívida Juros Amortização Prestação

1 20.000 2.000 4..000 6.000

2 16.000 1600 4..000 5600

3 12.000 1200 4..000 5200

4 8.000 800 4.000 4800

5 4.000 400 4.000 4400

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Empréstimos
 Sistema americano “puro”(juros pagos
periodicamente).

 Consiste no facto de a dívida ser amortizada de


uma só vez, no final do prazo.
 Na sua forma “pura”, o mutuário paga, no final de
cada ano, apenas o juro do capital em dívida, isto
é, J=C0xI . Admitindo que não há alteração da taxa de
juro activa ao longo prazo do empréstimo,
J1=J2=…..=Jk=…Jn= C0*i.

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Empréstimos
 Como os juros são calculados com base no
capital em dívida no início do respectivo
período e atendendo a que o capital em
dívida é sempre do mesmo montante, até ao
final do prazo, o juro pago periodicamente
também é constante (admitindo que não
ocorre qualquer alteração da taxa de juro
activa até ao final do prazo).

1
m1  C  (Sni )
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Empréstimos
 Exemplo 3

 Considere um empréstimo de 30.000 USD, contraído em


Sistema americano “puro” durante 5 anos, com pagamento
anual e postecipado de juros à taxa anual de 5%. Pretende-
se que:
a) Represente esquematicamente o serviço da dívida
relativo a este empréstimo .
b) Diga que valor deve ser canalizado anual e
postecipadamente para um fundo de amortização cujo
objectivo é fazer face ao montante necessário para
amortizar a dívida no final do prazo, se o mesmo for
remunerado à taxa anual líquida de 2%.

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Empréstimos
 Resolução
 a)
+30.000 -1500 -1500 -1500 -1500 -30.000
-1500
o 1 2 3 4 5 (anos)

J  30.000 0,05 1  1500

 b) -m -m -m -m -30.000
-m
o 1 2 3 4 5 (anos)

1
C 1  (1  0,02)5  1 30.000
a  C  ( S ni )  30.000     5.764,75
S n i  0 ,02  5,204

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Empréstimos
 A TAEG – Taxa Anual de Encargos Efectiva Global

 Em operações de crédito, nomeadamente crédito ao


consumo, a comparação entre diferentes propostas, por
parte do mutuário, deve levar em conta, não só o custo
directo do financiamento (a taxa de juro praticada por cada
instituição), mas também outros custos associados por
exemplo ( comissões bancárias, impostos, seguros , etc)
 Como se pode denotar, na óptica do mutuário este tipo de
custos onera a operação.
 Dado que alguns deles diferem de instituição para
instituição torna-se necessário homogeneizar a análise
através da utilização de um indicador que considere, não
só a taxa de juro praticada pela instituição financeira, mas
também todos estes custos associados.
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Empréstimos
 Custos a ter em conta:
1. Impostos;
2. Comissões bancárias (comissões de gestão);
3. comissões de liquidação antecipada, comissões de
abertura de crédito, etc); e
4. Seguros …….

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Empréstimos
 Exemplo nº4

 Num contrato de crédito do valor de 150.000


Kwanzas o mutuário obriga-se a proceder ao seu
reembolso num único pagamento de 180.000
kwanzas a efectuar 18 meses após a data do
contrato.
 Pretende-se calcular a taxa anual de encargos
globais (TAEG)

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Empréstimos
1, 5
150.000  180.000(1  TAEG ) 
 .
150.000 1, 5
 (1  TAEG ) 
180.000
1

0,8333 1, 5
 (1  TAEG ) 
TAEG  1,12929243265  1  0,129243
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