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Unidade II
Na unidade I, estudamos as aplicações básicas em Matemática Financeira; agora, vamos aplicar os
conceitos já estudados nos modelos de amortização.
A hipoteca do imóvel é a garantia do financiamento. Na vigência desse sistema (SFH), foram criados
planos e formas de reajuste de prestações, com benefícios aos tomadores, causando o descasamento
entre saldo e prestação, o que gerou um grande déficit a ser coberto pelo FCVS, Fundo de Compensação
de Variações Salariais.
Há várias maneiras de amortizar uma dívida. É imprescindível, em cada operação, que as partes
estabeleçam contrato para esclarecimento das formas, taxas e afins para o acerto da antecipação do
montante e quitação da dívida.
Para cada sistema de amortização, é construída uma planilha financeira que relaciona, dentro de
certa padronização, os diversos fluxos de pagamentos e recebimentos.
Observação
Saiba mais
71
Unidade II
expectativa inflacionária para todo o horizonte de tempo. Dessa forma, para uma operação pós-fixada,
a taxa de juros contratada é aquela definida como real, isto é, situada acima do índice de inflação
verificado no período.
Além do encargo real da taxa de juros, as operações pós-fixadas preveem também a correção
monetária (ou variação cambial) do saldo devedor da dívida, o que representa normalmente a recuperação
da perda de valor do capital emprestado e ainda não restituído, situação gerada pela desvalorização
perante a inflação.
Nas operações prefixadas, os encargos financeiros são medidos por uma única taxa, que engloba os
juros exigidos pelo emprestador e a expectativa inflacionária (correção monetária) para o período em
vigência. Segundo Rovina (2009, pp. 24-25), alguns termos são muito importantes dentro do estudo da
capitalização. São eles:
PMT = A + INT
72
MATEMÁTICA FINANCEIRA
• utilizam exclusivamente o critério de juros compostos, incidindo os juros sobre o saldo devedor
apurado em período imediatamente anterior;
• podem ter ou não carência; quando têm, normalmente são pagos os juros.
Temos ainda os conceitos de saldo devedor. Este é o elemento principal da dívida em um momento
em que se tem deduzido o valor pago ao credor a título de amortização e de carência (que é uma
diferenciação da data convencional do início dos pagamentos).
O Sistema de Amortização Constante tem como característica básica as amortizações sempre iguais
do valor principal, em todo o prazo da operação. O valor da amortização é facilmente obtido mediante
a divisão do capital (quantia emprestada) pelo número de prestações.
Nessa modalidade, os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, cujo montante decresce após o
pagamento de cada amortização, assumem valores decrescentes nos períodos.
Lembrete
Devemos desenvolver uma planilha que mostre o desenrolar das prestações e dos juros.
73
Unidade II
Tabela 6
O SAC determina que a restituição do valor principal (capital emprestado) seja efetuada em parcelas
iguais. Assim, o valor de cada amortização devida semestralmente é calculado pela simples divisão do
valor principal pelo número fixado de prestações, ou seja:
100.000, 00
Amortização = = 5.000, 00
20
Amortização = 5.000,00 ao semestre
Observação
74
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Nesse exemplo, o cálculo de juros foi realizado como é mais comum nessas operações de crédito de
médio e longo prazos: com a taxa equivalente composta. Assim, para uma taxa equivalente nominal de
30% ao ano, conforme a taxa equivalente semestral, os juros atingem 7% a.s. Vejamos.
Taxa equivalente semestral de 14,49% a.a. = 1 + 0,1449 – 1 = 1,07 – 1 = 0,07. Como é taxa
devemos multiplicar por 100, resultando em 7% a.s.
Os juros, por incidirem sobre o saldo devedor imediatamente anterior, apresentam valores aritmeticamente
decrescentes, conforme são apurados na penúltima coluna da tabela exemplificada anteriormente. Ao final
do primeiro semestre, os encargos financeiros correspondem a: 7% x 100.000,00 = R$ 7.000,00; ao final do
segundo semestre: 7% x 95.000 = R$ 6.650,00; ao final do terceiro semestre: 7% x 90.000 = R$ 6.300,00; e
assim por diante.
Lembrete
Para calcular os juros, considera-se sempre o saldo devedor do
período anterior. Por exemplo, se desejamos calcular os juros do período
1, consideramos saldo devedor do período zero, se juros do período 2,
consideramos saldo devedor do período 1.
Soma-se, em cada período, o valor da prestação semestral do financiamento. Assim, para o primeiro
semestre, a prestação atinge: R$ 5.000,00 + R$ 7.000,00 = R$ 12.000,00; para o segundo semestre: R$
5.000,00 + R$ 6.650,00 = R$ 11.650,00. O mesmo processo foi realizado até o último período.
Pode ser observado, uma vez mais, que a diminuição de R$ 350,00 no valor dos juros em cada
período é explicada pelo fato de as amortizações (fixas) reduzirem semestralmente o saldo devedor da
dívida (base de cálculo dos juros) em R$ 5.000,00.
São desenvolvidas, a seguir, as expressões genéricas de cálculo de cada parcela da planilha do sistema
de amortização constante.
n = número de prestações.
75
Unidade II
Logo,
PV Amort = Amort = Amort … Amort
1 2 3 n
n
PV Amort + Amort + Amort +… + Amort
1 2 3 n
n
Saldo devedor (SD): é decrescente em PA (progressão aritmética) pelo valor constante da
amortização. Logo, a redução periódica do SD equivale a subtrair, do seu valor anterior, a amortização
(PV/n) do período atual:
PV
SD =
n
Juros (J): pela redução constante do saldo devedor, os juros diminuem linearmente ao longo do
tempo, comportando-se como uma PA decrescente.
Um capital de R$ 100.000,00 financiado em 5 anos, com taxa de juros de 30% ao ano terá, pelo SAC,
a prestação do 5º semestre de que valor?
Legenda:
PV = 100.000
n = 5 anos = 10 semestres
76
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Fórmula:
PV
PMT 1 (n t 1) i
n
Substituindo:
100.000
PMT5 1 (10 5 1) 0,140175
10
PMT5 18.410, 50
Tabela 7
Lembrete
77
Unidade II
A ilustração desenvolvida na tabela anterior não previu existência de prazo de carência para a
amortização do empréstimo. Ao supor uma carência de dois anos (contada a partir do final do primeiro
semestre), por exemplo, três situações podem ocorrer:
Lembrete
Carência é o prazo concedido nas operações de financiamento em que
o credor não paga ou não amortiza o valor principal da dívida contraída.
Vejamos, em seguida, um caso em que a tabela demonstra uma situação em que os juros são pagos
durante a carência estipulada.
Exemplo 1. Ao final dos 4 primeiros semestres, a prestação, constituída unicamente dos encargos
financeiros, atinge R$ 14.017,50, ou seja, 14,0175% x R$ 100.000,00. A partir do 5º semestre, tendo sido
encerrada a carência de 2 anos, inicia-se a amortização do valor principal emprestado, sendo o fluxo de
prestações, desse momento em diante, idêntico ao desenvolvido anteriormente:
78
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Vejamos agora como fica a tabela, com relação ao mesmo exemplo, para o caso de carência e
capitalização de juros.
A tabela ilustra o plano de amortização da dívida na hipótese de os juros não serem pagos durante
a carência. Nesse caso, os encargos são capitalizados segundo o critério de juros compostos e devidos
integralmente quando do vencimento da primeira parcela de amortização.
Quando uma loja de móveis ou outra qualquer faz financiamento de um produto, e o pagamento
inicia-se após 3 ou 4 meses, aplica-se o mesmo conceito aqui estudado. Vejamos isso com o exemplo a
seguir.
Considerando uma taxa efetiva de juros de 2,5% ao mês, elabore a planilha de desembolsos desse
financiamento.
79
Unidade II
Tabela 10
Observe, no período 1, que o valor pago como prestação é apenas aquele equivalente aos
juros: R$ 16.500,00. Note ainda que a amortização só começa a acontecer depois do prazo de
PV
carência, ou seja, no 4º mês. Lembre que: Amort = ; no caso: 660.000/8 = 82.500, ou seja:
n
valor do empré´ stimo . Portanto, a prestação de cada período equivale à soma: juros + amortização.
nú´ mero de parcelas
Considerando uma taxa efetiva de juros de 25% a.a., elabore a planilha de desembolsos desse
financiamento.
Observação
100.000
Temos então = = 10.000, 00
10.000
80
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Tabela 11
O Sistema de Amortização Francês (SAF), desenvolvido originalmente pelo inglês Richard Price,
assumiu essa denominação pelo seu uso amplamente generalizado na França no século passado.
Amplamente adotado no mercado financeiro do Brasil, estipula que as prestações sejam iguais,
periódicas e sucessivas. Equivalem, em outras palavras, ao modelo de fluxos de caixa. Os juros, por
incidirem sobre o saldo devedor, são decrescentes, e as parcelas de amortização assumem valores
crescentes.
No SAF, os juros decrescem, e as amortizações crescem ao longo do tempo. A soma dessas duas
parcelas permanece sempre igual ao valor da prestação. É importante, então, que o aluno veja as
principais diferenças entre o SAC e o SAF, pois os valores pagos ao final do período de cada um deles
são diferentes.
Para exemplificar, a planilha financeira do SAC é mais bem elaborada partindo-se da última coluna
para a primeira, isto é, calculam-se inicialmente as prestações e, posteriormente, para cada período, os
juros, as parcelas de amortização e o respectivo saldo devedor.
Da mesma forma em que ocorre com o SAC, o SAF pode ser realizado com ou sem carência,
capitalizando ou não os juros durante a carência.
81
Unidade II
Tabela 12
PV = valor presente
1 (1 i)n
FPV
i
Substituindo os valores do exemplo ilustrativo na equação, tem-se:
1 (1140175
, )10
100.000, 00 PMT
0,140175
1 (0, 269330)
100.000 PMT
0,140175
0, 73067
100.000 PMT
0,140175
100.000 PMT 5, 212555
100.000
PMT 19.184, 44 / semestre
5, 212555
82
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Os demais valores da planilha são mensurados de forma sequencial em cada um dos períodos. Assim,
para o primeiro semestre, têm-se:
Amort = PMT – J
Como o seu crescimento é exponencial no tempo, o valor da amortização num momento t qualquer
é calculado desta forma:
1
PMT PV
FPV(i, n)
Onde:
1 (1 i)n
FPV(i, n)
i
Vale salientar que os cálculos das prestações foram realizados em exemplos anteriores.
Saldo devedor (SD): para cada período, é calculado pela diferença entre o valor devido no início do
intervalo de tempo e a amortização do período. Logo, para uma dada taxa de juros, o saldo devedor de
qualquer período é assim apurado:
1 (1 i)(nt )
SD PMT
i
1 (1 0,140175)(106 )
SD 19.184, 44
0,140175
0, 408283
SD 19.184, 44
0,140175
SD 19.184, 44 2, 912667
SD 55.877, 88
Cumpre observar que, nas planilhas, o resultado pode ocorrer com pequenas diferenças nos
centavos. No nosso caso não consideramos arredondamentos, pois as tabelas foram desenvolvidas
no Excel.
Juros (J): incidem sobre o saldo devedor apurado no início de cada período (ou ao final de
cada período imediatamente anterior). A expressão de cálculo de juros pode ser ilustrada desta
forma:
84
MATEMÁTICA FINANCEIRA
J1 = SD0 x i = PV x i
E assim, sucessivamente.
De modo idêntico aos demais sistemas, no SAF, podem-se verificar períodos de carência, nos quais,
ainda, os encargos financeiros podem ser pagos ou capitalizados.
A seguir, ilustramos a situação em que os juros são pagos durante a carência e capitalizados para
resgate posterior (juntamente às prestações).
Tabela 13
Observação
85
Unidade II
1
PMT PV
FPV(i, n)
1 (1 i)n
Onde : FPV(i, n)
i
O sistema francês com carência e pagamento dos juros no período segue basicamente o mesmo
esquema anterior (SAF sem carência), diferenciando-se unicamente quanto às prestações dos 4 primeiros
semestres (carência). Nesses períodos, são previstos somente pagamentos de R$ 14.017,50 referentes
aos juros do valor principal não amortizado (14,0175% x R$ 100.000,00).
Observação
No quadro SAF com carência, está prevista a capitalização dos juros durante o período de carência de
4 semestres. Somando esse montante ao saldo devedor, tem-se um novo valor ao final do 4º semestre:
de R$169.000,00, o qual serve de base para o cálculo das prestações com vencimento a partir do 5º
semestre, ou seja:
saldo devedor (4º semestre) serve de base para o cálculo das prestações após o período de carência
(5º semestre):
1 (1 i) n
PV PMT
i
1 (1 0,140175) 10
169.000 PMT
0,140175
1 (11401
, 75) 10
169.000 PMT
0,140175
1 (0, 269330)
169.000 PMT
0,140175
0, 730669
169.000 PMT
0,140175
169.000 PMT 5, 212548
86
169.000
PMT 32.42176,
1 (0, 269330)
169.000 PMT
MATEMÁTICA FINANCEIRA 0,140175
0, 730669
169.000 PMT
0,140175
169.000 PMT 5, 212548
169.000
PMT 32.42176
,
5, 212548
AO SEMESTRE
Vejamos:
Tabela 14
Exemplo 2. Um equipamento no valor de R$ 1.200.000,00 será financiado por um banco pelo prazo
de 6 anos. A taxa de juros contratada é de 15% ao ano, e as amortizações anuais são efetuadas pelo
SAF, Sistema de Amortização Francês.
O banco concede uma carência de 2 anos para o início dos pagamentos, sendo os juros cobrados
nesse intervalo. Vamos preencher a tabela:
87
Unidade II
Tabela 15
Recomendamos ao aluno refazer essas planilhas para treinar o aprendizado, pois o raciocínio
matemático se desenvolve com a prática; devemos utilizar os três meios de absorção: audição, visão e
sentimento ao aproximarmos os assuntos do nosso dia a dia.
7 TABELA PRICE
O Sistema Price de Amortização (ou Tabela Price) representa uma variante do SAF, Sistema de
Amortização Francês.
Compreendamos como funciona o Sistema Price com exemplo em seguida, em que consideramos a
taxa equivalente semestral de 14,0175 % para o cálculo dos juros (assim como aconteceu nos exemplos
usados para o SAC).
Tabela 16
88
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exemplo 2
Empréstimo: R$ 100.000,00
Prazo: 10 anos
Usando a fórmula usada para séries de pagamentos iguais com termos postecipados:
Observação
Em que:
1 (1 i) n
FRC(i, n)
i
1 (1 0, 25) 10
0, 25
1 0,107374
0, 25
0, 892625 89
3, 5705
0, 25
1 (1 0, 25) 10
0, 25
Unidade II
1 0,107374
0, 25
0, 892625
3, 5705
0, 25
100.000
PMT 28.007, 28
5, 5705
Tabela 17
Esse cálculo realizado pode ser desenvolvido para encontrar qualquer período.
90
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Tabela 18 – SAC
Tabela 19 – SAF
24.017, 50 19.184, 44
PMTSAM 21.600, 97
2
14.017, 50 14.017, 50
Juros SAM 14.017, 50
2
10.000 5.166, 90
Amort SAM 7.583, 45
2
90.000 94.833,10
SDSAM 92.416, 55
2
Tabela 20
91
Unidade II
Uma avaliação comparativa dos três sistemas de amortização é desenvolvida na tabela a seguir.
SAC SAF
Sado Sado
Amortização Juros Prestação Amortização Juros Prestação
devedor devedor
0 100.000,00 100.000,00
Compare os valores com a tabela do sistema amortização mistos, que fizemos na tabela anterior.
PMT ($)
24.017,50
21.601,00
19.184,40 SAF
SAM
SAC
Período (n)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
4,45
Figura 12
O ponto em que as retas se cruzam indica valores iguais para as prestações. Calculando-se
analiticamente esse ponto de interseção, verifica-se que as prestações se igualam por volta da 4ª
92
MATEMÁTICA FINANCEIRA
prestação. No SAF, as prestações tornam-se maiores que as determinadas pelos demais sistemas de
amortização.
100.000
1 (10 t 1) 0,140175 19.184, 44
10
10.000 1 1, 40175 0,140175 t 0,140175 19.184, 44
10.000 14.017, 50 0,140175 t 1.40175
, 19.184, 44
1.401, 75t 6.234, 81
6.234, 81
t 4, 45
1.40175
,
8 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO AMERICANO
O Sistema de Amortização Americano (SAA) estipula que a devolução do capital emprestado seja
efetuada ao final do período contratado, ou seja, deve ser efetuada de uma só vez. De acordo com essa
característica básica do SAA, não estão previstas amortizações intermediárias durante o período de
empréstimo. Os juros costumam ser pagos periodicamente.
Exemplo 1
Tabela 22
93
Unidade II
O exercício a seguir foi baseado em Boggiss (2003), Lapponi (1995) e Puccini (1983). Trata-se de um
exercício-padrão, com redação muito próxima ao que geralmente se observa em treinamentos e testes
de Matemática Financeira no Brasil.
Admita que a taxa de aplicação seja de 4% ao semestre. Calcular os depósitos semestrais que a
empresa deve efetuar nesse fundo, de maneira que possa acumular, ao final do prazo de financiamento,
um montante igual ao desembolso da amortização exigido.
Tabela 23
Para ampliar o exemplo, vamos imaginar que, para facilitar o cumprimento da dívida de
R$ 2.800.000,00 no final do período 4, a empresa decida fazer aplicações mensais para que tenha
a quantia no final do período. Assim sendo, quanto deveria aplicar mensalmente?
0 1 2 3 4
PMT PMT PMT PMT
Figura 13
PV PMT FPV(i, n)
(1 i)n 1
PV PMT
i
i
94 PMT PV
(1 i)n 1
PV PMT FPV(i, n)
MATEMÁTICA FINANCEIRA
(1 i)n 1
PV PMT
i
i
PMT PV
(1 i)n 1
0, 04
PMT 2.000.0000
(1, 04 )4 1
PMT 470.980, 00
Lembrete
• a taxa de juros: i
• o período: n
• o depósito do período: R
R=S/k
Por exemplo, se considerarmos um empréstimo de R$100.000,00 com uma taxa de juros de 12% ao
ano e um prazo de 4 anos, é possível criarmos um fundo de amortização com uma taxa de aplicação de
10% ao ano.
Se:
S = R$100.000,00
95
Unidade II
temos:
R = S/k
R = 100.000/4, 641
R = 21.547,08
Tabela 24
O Sacre é um sistema misto de cálculos do SFH, muito utilizado pela Caixa Econômica Federal. Nele
utiliza-se a metodologia de amortização constante (SAC anual), mas sem adicionar o valor da TR (Taxa
Referencial).
Dessa forma, o Sacre proporciona uma amortização variável. Apesar do nome, amortização
“crescente”, ele pode resultar amortizações decrescentes, caso a TR esteja com valor baixo.
A intenção desse sistema misto é proporcionar maior amortização do valor emprestado, reduzindo
ao mesmo tempo a parcela de juros sobre o saldo devedor. Comparando-o com a Tabela Price, descobre-
se que a sua prestação inicial pode comprometer até 30% da renda, enquanto na Tabela Price, 25%.
O grande atrativo do Sacre é que, enquanto na Tabela Price as prestações tendem a aumentar sempre,
nele, a partir de um momento, as prestações começam a diminuir.
Para os cálculos do sistema Sacre, de acordo com a ABC (d.o.)1, que utilizou dados do SFH, temos os
seguintes conceitos:
1
ABC (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSUMIDORES). Cartilha SFH. Disponível em: <http://www.ongabc.org.br/
cartilha_shf.doc>. Acesso em: 01 dez. 2011.
96
MATEMÁTICA FINANCEIRA
i PV
r b
n
PV (1 b) i (1 i)n 1
PMT1 n
b ( i) PV
(1 i) 1 n
PMTt1 PMTt r
Juros na data t
Jt i SDt1
PV = valor do principal
Exemplo de aplicação
Ao longo da unidade, você teve contato com termos das áreas financeira e matemática que
correspondem a determinados conceitos. Propomos, por isso, que aprofunde sua compreensão com
relação a eles. Tente explicar a seguir com suas próprias palavras o que significa amortização. Caso
97
Unidade II
necessite, volte ao texto, releia-o e pesquise, em livros e na internet, não só o que o termo significa, mas
como os profissionais da área financeira e matemática o utilizam.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Saiba mais
Resumo
Exercícios
Com base no proposto e frente às três sentenças, indicando por V – Verdadeira e por F – Falsa, a
opção correta é:
A) V, V, V.
B) V, V, F.
C) V, F, F.
D) F, V, V.
E) F, F, V.
Capitalização mensal
0 1 2 3 ... n
1.000,00
Figura 13
Sendo:
Parcela paga mensalmente = P = Juros + Parcela Mensal (PM) = Juros + Amortização constante
P = Juros + PM = D.i + PM
Saldo devedor
Saldo devedor
(Período 2) = [D – PM].(1 + i) – P
P = Juros + PM = [D – PM].i + PM
Saldo devedor
Saldo devedor
100
MATEMÁTICA FINANCEIRA
I. Afirmativa incorreta.
Justificativa:
Juros (Período 1) = D x i
Justificativa:
Amortização (Período 1) = PM
Amortização (Período 2) = PM
….
Amortização
(Período n) = PM
Justificativa:
Saldo devedor (Período n) = D – n.PM => Linear e decrescente. A afirmativa é correta (verdadeira).
101
Unidade II
A) R$ 1.405,51.
B) R$ 1.418,39.
C) R$ 1.500,00.
D) R$ 1.512,44.
E) R$ 1.550,00.
102
REFERÊNCIAS
Audiovisuais
UMA MENTE brilhante. Direção de: Ron Howard. Roteiro: Akiva Goldsman. EUA: 2001. 1 DVD ( ).
Textuais
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BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Matemática Financeira com HP 12C. São Paulo: Atlas, 2002.
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FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. 15. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.
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LAPPONI, J. C. Matemática Financeira: uma abordagem moderna. 3. ed. São Paulo: Lapponi Treinamento e
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Exercícios
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108
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Informações:
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