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RESENHA DA OBRA DO AUTOR

EDGAR FARIA MUTUNDA

INFÂNCIA EM CONTEXTO DE GURRA:


Protagonismo da criança em Terra
Sonâmbula de Mia Couto e Se o
Passado não Tivesse Asas de Pepetela
como Repúdio à Guerra Civil.
O presente ensaio resulta de uma dissertação de
Mestrado em Estudos Lusófonos pela
Universidade da Beira do Interior (UBI)-Portugal.

Trata-se de um estudo comparativo da História da


Literatura Luso-Africana que teve como amostra
intencional, as obras dos escritores Mia Couto
(Moçambicano) e Pepetela (Angolano), pelo facto
de terem escrito obras que retratam as intepéries
pelas quais as crianças passaram durante a
guerra civil, ocorridas em Moçambique e em
Angola.
Ao abordar esta temática, Edgar Faria Mutunda,
inscreve-se na Antologia da Literatura Infantil na
vertente da crítica sócio-histórica em ficção.

O autor apresenta um breve historial da literatura


nestes dois países desde a década 50, reflectindo
sobre as motivações do seu surgimento, bem como
as estrutura dos textos literários.
Neste sentido, o autor faz referência as obras da Revista
Mensagem do Movimento Nacional Independente de
Angola e a Revista Nsaho de Moçambique.

Edgar Mutunda afirma que, se na década de 50, em Angola


a literatura começara sua formação da literatura afro-
lusófona em Angola ao passo que em Moçambique
verificou-se uma demarcação da literatura colonial como
transposição do “monus” literário Português.
Enquanto em Moçambique a literatura nos primórdios do
Pós-Independência não incorporava aspectos concretos do
contexto moçambicano; Em Angola mais do que ficção
literária já se fazia uma transposição literária da
idiossincrasia das intenções anti-coloniais através da
narrativa.

Para esta comparação, Mutunda cita Pires Laranjeira (ao)


e Inocência Mata (mz).

Assim, “com rigor e profundidade, o autor da Infância em


contexto da guerra civil teve o mérito de conseguir cotejar
de acordo com os mais exigentes padrões do método
comparativista, duas obras que retratam, cada um a seu
modo, um tema delicado, e por isso, pouco abordado:
O da “criança em contexto da guerra civil em
Moçambique e em Angola”. Segundo Cristina Costa
Vieira (2018) (Prefaciadora da obra em apresentação.

O estudo repartido em três fases:

• Na primeira fase, a obra apresenta as aproximações


históricas e literárias de Angola e de Moçambique;
• Na segunda fase, reflecte sobre os personagens em texto
narrativo, seu protagonismo na acção, referindo-se à
MUIDINGA – em “Terra Sonâmbula” de Mia Couto e à
HIMBA – em “Se o passado não tivesse Asas” de
Pepetela.
Uma narrativa engraçada em que MUIDINGA teve o mais
velho TUAHIR, como tutor e HIMBA teve o velho
Kassule como orientador nos seu processo de re-
socialização.

E, ao reflectir sobre os tipos de protagostas e seu relevo


no enredo literário; o crítico literário Edgar Mutunda faz
um incipit narrativas, através da extensão de
pormenorização descritiva – critica a guerra civil como
um dos prinicpais factores da desestruturação familiar
nos dois países lusófonos;
Suas críticas se aproximam assim, aos princípios
defendidos pela DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA
CRIANÇA, proclamada pela ONU na sua Resolução Nº
1386 (XIV) de 20 de Novembro de 1959, no 6º princípio
que defende a família como um dos elementos primários
para uma infância feliz.

Para Edgar Mutunda a guerra civil roubou a infância de


muitos indivíduos, deixou muitas crianças, hoje adultas,
sem terra, sem família e sem património.
É, de facto, a invocação de uma catarse psico-social, que
pode ser feita por meio da busca da Consciência
Nacional, reflectida nas obras de Mia Couto e Pepetela
como figuras incontornáveis da ficção africana de
expressão portuguesa.
CONCLUSÃO

As produçoes destes autores defende Mutunda


inscrvem-se no âmbito da reconstrução de cada
uma das nações através de uma representação
que transcende a mera ficção literária – caindo no
realismo contextual da pragmática descritiva.
«FINIS CORONAT OPUS»

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