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A INTERDISCIPLINARIDADE COMO FERRAMENTA PARA A QUALIDADE DO


ENSINO-APRENDIZAGEM NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
ANGOLANAS

THE INTERDISCIPLINARITY AS A TOOL FOR THE TEACHING-LEARNING


QUALITY AT THE ANGOLAN HIGHER EDUCATION INSTITUTIONS

LA INTERDISCIPLINARIDAD COMO HERRAMIENTA DE LA CALIDAD DEL


ENSEÑANZA-APRENDIZAJE EN LAS INSTITUCIONES DE EDUCACIÓN SUPERIOR
ANGOLEÑA
Francisco António José
franciscojos36@yahoo.com
https://orcid.org/0000-0002-9379-3112
Pedro Chiangalala Kavela
pedrochiangalalacavela@yahoo.com
https://orcid.org/0000-0003-0056-0019

Artigo de relato de experiências profissional

RESUMO

A presente investigação tem como objectivo geral analisar os fundamentos teóricos que
sustentam a interdisciplinaridade como ferramenta para a qualidade do Ensino-aprendizagem
nas Instituições de Ensino Superior angolanas. A pesquisa é descritiva com enfoque
qualitativo. As experiências vividas no ensino permitiram-nos perceber que a integração e
interdisciplinaridade não são implementadas de forma explícita nas práticas educativas e nem
nos cursos ministrados. Porém, os docentes compreendem seu impacto na acção pedagógica
para a melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem e na formação integral dos estudantes.
Os métodos de indução-dedução e análise-síntese permitiram descrever as razões para
concretização da interdisciplinaridade nas práticas docentes. As teorias literárias analisadas
levaram-nos a compreender os problemas de desintegração das unidades temáticas
apresentadas nos programas analíticos, desassociação dos conteúdos específicos entre
disciplinas semestrais e anuais, falta de estratégias para interacção humana, desconhecimento
das funções dos coordenadores de cursos e regentes de disciplinas para sua concretização.
Portanto, necessita-se de concretizar e acreditar na interdisciplinaridade para melhor garantir a
qualidade de ensino, pois, é mais pensada e falada do que vivenciada nas práticas docentes.
Os docentes mostraram-se interessados em trabalhar com os métodos que incentivam a
interactividade, sensibilidade e a distinção da conjuntura de conhecimentos entre disciplinas
nucleares e não nucleares. Quanto a sua implementação há ainda um preconceito por parte de
alguns gestores, pois nunca estão preocupados com as funções didácticas-pedagógicas dos
coordenadores dos cursos e regentes de disciplinas. Finalmente, afirmamos embora exista
interesse sensível dos docentes em implementarem a interdisciplinaridade nas práticas
pedagógicas, falta-lhes vontade humana e incentivo dos gestores para sua concretização do
pensado para prática.

Palavras-chave: Interdisciplinaridade; Ferramenta; Qualidade; Ensino-aprendizagem.


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ABSTRACT

This research has the general objective of analyzing the theoretical foundations that support
interdisciplinarity as a light of the teaching-learning quality of Higher Education Institutions.
The research is descriptive with a qualitative focus. The experiences lived in teaching allowed
us to realize that integration and interdisciplinarity are not implemented explicitly in
educational practices or in the courses taught. However, teachers understand its impact on
pedagogical action, improving the quality of teaching-learning and training students. The
methods of induction-deduction and analysis-synthesis allowed to describe the reasons for
implementing interdisciplinarity in the practice of teaching activities. The literary theories
analyzed led us to understand the problems of disintegration and integration of the thematic
units presented by analytical programs, disassociation of specific contents between semester
and annual subjects, lack of strategies for human interaction, ignorance of the functions of the
course coordinators and conductors of subjects. It is necessary to concretize and believe in
interdisciplinarity to better guarantee the quality of teaching, as it is more thought and spoken
than experienced in teaching practices. The teachers showed interest in working with methods
that encourage interactivity, sensitivity and the distinction of the conjuncture of knowledge
between nuclear and non-nuclear disciplines. As for the implementation, there is still a
prejudice on the part of some managers, as they are never concerned with believing the
didactic-pedagogical functions of the course coordinators and disciplinary conductors.
Finally, we affirm that there is a sensitive interest for teachers to implement interdisciplinarity
in pedagogical practices, but there is a lack of human will to achieve what was thought for
practice.
Keywords: Integration; Interdisciplinarity; Teaching-learning.

RESUMEN
Esta investigación tiene como objetivo general analizar los fundamentos teóricos que
sustentan la interdisciplinariedad a la luz de la calidad enseñanza-aprendizaje de las
Instituciones de Educación Superior. La investigación es descriptiva con enfoque cualitativo.
Las experiencias vividas en la docencia nos permitieron darnos cuenta de que la integración y
la interdisciplinariedad no se implementan explícitamente en las prácticas educativas ni en los
cursos impartidos. Sin embargo, los docentes comprenden su impacto en la acción
pedagógica, mejorando la calidad de la enseñanza-aprendizaje y la formación de los
estudiantes. Los métodos de inducción-deducción y análisis-síntesis permitieron describir las
razones para implementar la interdisciplinariedad en la práctica de las actividades docentes.
Las teorías literarias analizadas nos llevaron a comprender los problemas de desintegración e
integración de las unidades temáticas que presentan los programas analíticos, disociación de
contenidos específicos entre asignaturas semestrales y anuales, falta de estrategias para la
interacción humana, desconocimiento de las funciones de los coordinadores y directores de
curso de asignaturas. Es necesario concretar y creer en la interdisciplinariedad para garantizar
mejor la calidad de la enseñanza, ya que es más pensada y hablada que experimentada en las
prácticas docentes. Los docentes mostraron interés en trabajar con métodos que fomenten la
interactividad, la sensibilidad y la distinción de la coyuntura del conocimiento entre
disciplinas nucleares y no nucleares. En cuanto a la implementación, todavía existe un
prejuicio por parte de algunos gerentes, ya que nunca se preocupan por creer en las funciones
didáctico-pedagógicas de los coordinadores de cursos y directores disciplinarios. Finalmente,
afirmamos que existe un interés sensible de los docentes por implementar la
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interdisciplinariedad en las prácticas pedagógicas, pero falta la voluntad humana para lograr
lo que se pensaba para la práctica.

Palabras-clave: Integración; Interdisciplinariedad; Enseñanza-aprendizaje.

INTRODUÇÃO
A presente pesquisa intitulada a integração e interdisciplinaridade como luz da qualidade de
ensino-aprendizagem das Instituições de Ensino Superior “IES” Angolano. O desafio de
implementação da interdisciplinaridade no processo de ensino é visto como tarefa primordial
por parte dos docentes, coordenadores dos cursos, regentes disciplinas, gestores académicos e
responsáveis do Sistema Educativo Angolano. Porém, é vista também como luz para
aquisição de conteúdos parciais e específicos entre disciplinas, formação académica do
homem, desenvolvimento de habilidades cognitivas dos aprendizados, competências
académicas-científicas e de valores culturais, patrióticos, linguísticos e políticos.

No contexto de ensino contemporâneo, as práticas educativas são pautadas por vários


princípios e múltiplas funções didácticas-pedagógicas que combinam com as perspectivas
transformadoras e democráticas do sistema educativo, a qual se consolida no processo de
ensino-aprendizagem com um olhar ampliado na integração e interdisciplinaridade. A
integração e interdisciplinaridade trazem proposta inovadora nas práticas educativas e ao
mesmo tempo, desafiadora para as Instituições de Ensino Superior de autonomia pública e
privada.

Nesta ideia, destaca-se que a integração e interdisciplinaridade ocorrem em dois níveis


didácticos-pedagógicos, tais como: nível interno e externo. Primeiro, faz referência sobre o
nível didáctico interno que se manifesta na interacção das práticas de actividades docentes e
educativas que, geralmente se determina por meio de planificação conjunta entre os
especialistas e segundo nível, faz menção relativa à integração interdisciplinares,
uniformização curricular, interacção humana, metodológicas entre programas analíticos e de
inclusão educativa.

Partindo do pressuposto de que, as alterações nas conjunturas didácticas-pedagógicas das


práticas das actividades docentes têm estimulado muitas reflexões por parte dos docentes
universitários relativa o papel da integração e interdisciplinaridade no ensino-aprendizagem. É
interessante saber que as Instituições de Ensino Superior não se limitam apenas capacitarem
os estudantes para novo mercado de trabalho, mas sim, dotá-los de valores éticos e morais a
fim de prestarem melhor as actividades pedagógicas nas comunidades.
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Diante destas afirmações, assume-se que a origem da interdisciplinaridade cinge-se a dois


processos didácticos-pedagógicos, tais como: integração e interacção: primeiro, faz referência
da integração curriculares entre disciplinas, da integração de objectivos, conteúdos e métodos
e segundo, descreve relativa à interacção entre variáveis factores que se manifesta de forma
directa e indirecta nas práticas das actividades docentes e consideradas também como
ferramentas básicas que alavanca a aprendizagem significativa.

A motivação da pesquisa apresenta-se em 6 factores, nomeadamente: i. Factor, faz referência


acerca dos conflitos interprofissionais que têm sua natureza a falta de interactividade e
sensibilidade entre os docentes e discentes nas práticas das actividades docentes; ii. Consiste
descrever sobre as necessidades de integrar a interdisciplinaridade com finalidade de alcançar
a qualidade de ensino-aprendizagem prestada nas Instituições de Ensino Superior; iii. Frisa as
nossas experiências académicas, profissionais, científicas e metodológicas vividas nas IES
públicas e privadas; iv. Contextualiza aprendizagem significativa ligada a interacção
metodológica e desenvolvimento de habilidades cognitivas; v. Refere-se a uniformização
curricular e integração de programas analíticos entre disciplinas de precedências e teóricas-
práticas e vi. Acreditação de coordenadores dos cursos e regentes de disciplinas como
supervisores das práticas de actividades docentes.

Um olhar crítico e analítico sobre os factores acima numerados levaram-nos a interrogação


seguinte: como a integração e interdisciplinaridade permitem alcançar a qualidade de
ensino-aprendizagem nas Instituições de Ensino Superior Angolano? Procurando dar resposta
da questão em referência, foi necessário antes de mais justificar as razões de implementação
da integração e interdisciplinaridade no sistema de ensino-aprendizagem como ferramenta das
práticas educativas. Entre as variáveis finalidades desejadas alcançarem na nossa
investigação, achamos primeiro analisar os conceitos termologicamente e
epistemologicamente, pelo facto de revestir a composição temática da nossa investigação com
finalidade de melhor a concepção da essência e razão da integração e interdisciplinaridade
como luz da qualidade de Ensino nas IES; segunda, procurar-nos-emos descrever quais são as
relevâncias dos mesmos nas práticas das actividades docentes e educativas; terceira, consiste
em classificar a interdisciplinaridade bem como seu impacto e quarta, procuraremos
apresentar argumentos académicos-científicos que advém das experiências académicas
profissionais.
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1.1. Definição e conceitos-chave

É de salientar que a nossa reflexão sobre os conceitos termológicos dos termos integração e
interdisciplinaridade serão apresentadas em 3 contextos, tais como: didáctico-pedagógico,
metodológico e linguístico. Igualmente, procuraremos profundar o nosso pensamento relativa
ao termo “disciplina” que nos parece como uma exigência conceptual primordial desta
investigação. É do conhecimento de todos que existem modos distintos de conceber a palavra
integração na visão curricular tanto de ensino-aprendizagem.

No âmbito curricular, integração refere-se ao aspecto formal da interdisciplinaridade, ou seja,


dos problemas de organização das disciplinas num programa de estudo. No contexto de
ensino-aprendizagem é compreendida como fusão de conteúdos ou métodos que ocorrem nas
práticas das actividades docentes e educativa. Realçar que, a integração não pode ser apenas
reflectida a nível de união dos métodos e conteúdos, mas sim, a nível de conhecimentos
parciais, específicos tendo em vista um conhecer geral. Schwartzman (1992) apud Pelelas et,
al (2011) contextualiza que:

O problema da integração da vida académica, científica, cultural, metodológica é


vista actualmente o de tomar possível que pessoas, docentes e estudantes que vivem
em mundos diferentes tenham um impacto genuíno e reciproco umas sobre as
outras, onde a consciência consiste na interação entre uma multidão de visões não
completamente comensuráveis e determina o papel das instituições de ensino não
apenas capacitar os académicos para novos desafios, mas também para exercerem
com consciência a cidadania, interação humana, autonomia, o senso crítico e o
desenvolvimento intelectual (p.34).

Actualmente, considera-se a integração e interdisciplinaridade como uma exigência didáctica-


pedagógica que necessitam de um novo olhar profundo quando sua implementação e
acreditação nas Instituições de Ensino Superior “IES”. No que tange sua eficácia depende
efectivamente da criatividade dos docentes universitários, coordenadores dos cursos, regentes
de disciplinas, vontade humana dos gestores académicos e políticos. Aceita-se que a
interacção como factor condicional da relação entre docentes e discentes nas práticas
educativas, pois, interdisciplinaridade é o produto da integração.

Numa perspectiva qualitativa de ensino-aprendizagem, Fazenda (2002) define integração


como a condição para efectivação de interdisciplinaridade em todas esferas e sectores das
práticas educativas, a qual se pressupõe conhecimentos num olhar com questionamentos
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novos, em novas buscas e transformações do sistema de ensino na visão pedagógica


humanística e tecnológico.

Para tal, procuraremos reflectir relativamente o conceito de interdisciplinaridade e dizer que


antes de apresentar a nossa concepção sobre o termo em estudo, nós achamos interessante
apresentar em primeira instância a definição da palavra disciplina. Mário (2013) assume que:

A palavra disciplina deriva do Latim “disciplina” que por sua vez significa, conjunto
de leis ou ordens que regem certas colectividades, instrução e educação dadas por
um mestre ao seu discípulo, doutrina, ou conjunto de conhecimentos especiais que
se professam em cada cadeira de um estabelecimento escolar, autoridade, boa ordem
e respeito, obediência (p. 89).

Partindo do pressuposto de que, a definição da palavra disciplina refere-se a ciência ou


conjunto de conhecimentos que um sujeito obtém ao longo das experiências. É de salientar
que a termologia da disciplinaridade deriva da outra já conhecida como disciplina. Fazenda
(2011) conceitualiza disciplinaridade como a exploração metodológica e científica
especializada de um domínio determinado e homogêneo de estudos, que consiste em fazer
surgir novos conhecimentos que se substituem a outros antigos.

O termo interdisciplinaridade não possui ainda um sentido único e estável no processo de


Ensino-Aprendizagem. Trata-se de um neologismo cujo significado está na base de integração
curricular e interacção humana. Interessa-se afirmar que a interdisciplinaridade caracteriza-se
pela intensidade de troca de experiências entre especialistas e pelo grau de interactividade,
sensibilidade e integração de disciplinas num plano de estudo.

Entre as várias concepções relativamente à palavra interdisciplinaridade, destaca-se no


contexto metodológico como o conjunto de disciplinas que consiste na integração e
exploração normativa de disciplinas que integram as unidades temáticas, objectivos,
conteúdos e métodos a níveis parciais e específicas. Quanto à composição da
interdisciplinaridade apresenta um prefixo “inter” que por sua vez aponta a expressão de
“entre”. Uma concepção homogénea é atribuída por diferentes autores como conjunto de
princípios didácticos integrados na elaboração de conteúdos parciais e específicos entre
disciplinas, tendo em vista sincronismo e diacronismo. Costa & Melo (2015) definem que:

Interdisciplinaridade é o processo de integração que se caracteriza na relação de


reciprocidade, mutualidade e que pressupõe uma atitude diferente a ser assumida
diante do problema do conhecimento, ou seja, é a substituição de concepção
fragmentária para unitária do ser humano, ou ainda, é a interação humana e
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integração de disciplinas com características comuns tais como: objectivos, métodos


e conteúdos (p.56).

Portanto, a integração de conteúdos e suas numerosas dificuldades apresentadas pelo processo


de Ensino-Aprendizagem tem sido frequentemente um problema que abrange as melhores
práticas educativas a nível nacional e internacional. De facto, os conceitos e definições
atribuídas ao termo interdisciplinaridade permitiram-nos resumir o seguinte: partilhamos com
as ideias de que integração é o produto de interdisciplinaridade que permite a interação,
inclusão e inovação educativa. A mesma faz referência aos aspectos formal da composição de
disciplinas de um plano de estudo. Por fim, a mesma não pode ser vista apenas no contexto de
interdisciplinaridade, mas sim, é vista de modo explícito na relação de objectivos, métodos e
conteúdos quer seja parciais e específicas tendo em vista a aprendizagem global.

A realização das práticas docentes no contexto de Ensino-Aprendizagem requere uma


formação profissional eficiente em didáctica integrada nas tendências metodológicas
interdisciplinares. Quivuna (2014, p. 33) contextualiza “ensino como a arte de dar lições a,
instruir, ministrar conhecimentos sobre arte, ciência ou qualquer ramo do saber humano,
educar, adestrar, dar experiência. Ensino é, pois, a acção ou resultado da acção de ensinar,
instrução, educação. É a acção de transmissão de conhecimentos e competências”.

Paralém do termo ensino consiste na instrução e educação, também é definida como a forma
de civilização humana que se destaca no ensinamento de conhecimentos académicos-
científicos, culturais, políticos e linguístico de geração para geração. Se por um lado, ensinar é
transmitir experiências, por outro lado, ensinar significa também o processo de gravação de
ideias na mente do homem ou aluno quando a técnica de ensino designa tomar lição.

Linguisticamente, a palavra aprendizagem deriva do verbo aprender do latim “apprehendere”


cujo significado baseia-se na aquisição de conhecimentos, de instruir-se e ficar sabendo. Na
visão pedagógico-didáctica, Quivuna (2014, p. 35) define “aprendizagem é o processo de
aquisição e assimilação activa e consciente de novos conhecimentos, novas habilidades,
novos valores, novas atitudes e novas formas interpretar a realidade objectiva, é a mudança de
comportamento resultante da actividade de quem aprende”.

Do complexo conceito ao mais simples compreensão, define-se aprendizagem como acção de


aprender, adição de conhecimentos, de adquirir conteúdos de qualquer área do saber ou
ciência, ou seja, aprendizagem significa o alcançar conhecimentos por via de experiências
vindo de um mestre por meio do método de observação.
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1.2. Contextualização da integração, interdisciplinaridade e seu impacto nas práticas


educativas

Antes de entrar noutros detalhes no que tange à temática em estudo, é oportuno realçar que o
interesse de abordar acerca da interdisciplinaridade nas práticas educativas no Ensino
Superior é uma visão ser perspectivada a integração entre disciplinas num plano de estudo e
interacção de objectivos, conteúdos e métodos no sistema de Ensino. Porém, nossa atenção
refere-se em descrever mais sobre o impacto de interdisciplinaridade como processo de
integração curricular e interação humana. Todavia, interacção designa o processo a qual se
manifesta ao longo da relação interpessoal e humana, ou seja, aquela que é vivida entre
professores e estudantes na sala de aula. Diante disso, afirma-se que existem muitas razões de
conceber as funções primárias e secundárias do processo de integração e interdisciplinaridade
nas práticas educativas, quer seja, no âmbito académico profissional, metodológico,
científico, tecnológico e administrativo.

A primeira função está ligada a implementação da interdisciplinaridade no contexto


académico-profissional: considera-se como uma função primária das práticas educativas por
ter como finalidade alavancar a qualidade de ensino-aprendizagem nas Instituições de Ensino
Superior Angolano e incentivar a interacção interprofissionais por meio das práticas de
actividades docentes. Porém, é uma função que permite a integração das famílias com os
agentes responsáveis do componente de ensino participarem e contribuírem de forma directa e
indirecta na resolução dos problemas que abrangem o sistema educativo. Outrossim,
possibilita também construir uma pedagogia humanística que permite instruir e educar no
âmbito do paradigma pragmático, positivista e tendências tecnológicas educativas.

O preconceito de implementação e acreditação da integração e interdisciplinaridade aos


gestores académicos leva-nos as dificuldades em alcançar a qualidade e eficácia das práticas
educativas. Hoje, muitas Instituições de Ensino Superior públicas como privadas não levam a
sério sobre acreditação dos coordenadores do curso e regentes de disciplinas, não se
compreende até de momento o porquê não se reconhece e se concretiza o papel dos mesmos a
nível académico e financeiro? Deste modo, as consequências do preconceito tem como
resultado as práticas de actividades docentes descoordenadas e sem direcção pedagógica-
didáctica e, outra, os conhecimentos são ministrados sem a sequência lógica-pedagógica entre
disciplinas semestrais, anuais, nucleares, não nucleares e tudo isso acontece pela inexistência
de especialistas e supervisores das actividades supracitadas.
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Partindo do pressuposto de que a implementação de interdisciplinaridade no âmbito


académico incentiva-nos como profissionais maior interesse na integração currícular,
interecção humana, aprender em conjunto, aprender viver em conjunto e aprender respeitar a
diversidade cultural e linguística. Hoje, mas do que nunca, saber viver em conjunto é um dos
problemas que se necessita de um olhar profundo. Indo mais além, interdisciplinaridade
transforma o docente acção para docente humano. Docente acção aquele que busca apenas
conhecimentos para instruir outro homem e docente humano aquele que busca conhecimentos
para transmitir conteúdos e valores com espírito de educar e instruir novas teorias, doutrinas
de geração para geração aplicando os princípios de socialização, interacção, inclusão e
integração.

Fazenda (2011, p. 23) afirma que “é de natureza humana e da responsabilidade do próprio


homem desde o seu surgimento ensinar valores educativos e instruir homem do ponto de vista
académico-profissional com finalidade de desempenhar as funções no mercado de trabalho de
forma eficaz”. Resume-se que, a tarefa primordial do docente acção consiste na instrução de
conhecimentos, já do docente humano perspectiva a educação na instrução e educação de
valores éticos, morais, culturais e patrióticos com finalidade básica preparar o homem para
novo mercado de trabalho.

Finalmente, ensinar é um acto humano e para obter a melhor qualidade de ensino-


aprendizagem necessita-se realmente de docentes humanos com princípios pedagógicos-
didácticos de educar valores morais, éticos, socioculturais, patrióticos, políticos e instruir
conhecimentos académicos, científicos e culturais que possibilitam o desenvolvimento das
habilidades cognitivas, académicas e profissionais dos estudantes universitários.

Quanto ao impacto da integração e interdisciplinaridade no contexto metodológico tem-se


afirmar o seguinte: efectivamente às nossas experiências académicas leva-nos assumir que há
variedades de necessidades que justificam a concretização da integração e
interdisciplinaridade nas práticas de actividades docentes e educativas. Assumimos que
existem muitas funções didácticas-pedagógicas que nos permite implementar a integração e
interdisciplinaridade no sistema de ensino, tais como: a primeira, faz referência acerca do
impacto na transformação com eficácia nos projectos pedagógicos curriculares, segunda,
descreve relativa à interacção das acções didácticas-pedagógicas, terceira, faz menção sobre a
integração do plano de formação dos docentes a nível de especialidades e quarta, aborda no
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que concerne às eficiências da planificação conjunta, coordenação de actividades educativas e


supervisão de actividades docentes.

Ora, a integração e interdisciplinaridade no âmbito profissional objectivam a formação dos


docentes e estudantes universitários num senso crítico e reflexivo, perspectiva o
desenvolvimento de habilidades cognitivas, competências parciais e específicas capazes de
orientá-los como projectar e implementar projectos de investigação educativa com princípios
de interacção tanto como de elaboração de planos e programas de atenção educativa para
comunidades.

Além disso, outra necessidade consiste na integração e interacção dos conteúdos e métodos.
Reconhece-se que a consistência de concretização da qualidade de Ensino Superior está na
base de incentivo ao ensino-aprendizagem democrático com balizas de interactividades e
sensibilidade. Isso é possível acontecer apenas com implementação e acreditação da
interdisciplinaridade nas Instituições acima mencionadas. Diante disso, temos afirmar outra
vez que há outra necessidade fundamental de integrar interdisciplinaridade nas práticas
educativas como ferramenta motivadora do processo de Ensino-aprendizagem no Ensino
Superior. Por meio deste, acredita-se que a origem da interdisciplinaridade integra-se na
interacção humana factor condicional da corrente humanística e do sistema educativo.

No âmbito da educação democrática, a interdisciplinaridade ganha contornos específicos não


só num simples integração currícular, mas sim, numa planificação interactiva reconduzido na
interacção de conteúdos e métodos. A mesma perspectiva construção das comunidades
académicas em distintas áreas do saber. Este princípio é designado por educação democrática
ou participativa que a Escola Nova adopta por meio de respeito a diversidade cultural,
académica, científica, respeito a diferença e opiniões do saber.

Resume-se segundo o pedagogo Boa Ventura (2014) educação democrática ou participativa


tem como eficácia a interecção humana que se compreende de acordo com convivência dos
professores e estudantes na sala de aula e na participação dos mesmos nas práticas de
actividades docentes e educativas. Outro baseia-se na integração dos agentes do componente
de Ensino-aprendizagem e dos responsáveis da educação. A educação tem como enfoque de
transformar e construir pensamento humanístico dos aprendizados por meio de relação
interpessoal.

Muitas vezes se debateu relativamente à uniformização dos planos curriculares no âmbito dos
cursos ministrados nos Instituto de Ensino Superior em Angola, quer seja a nível interno
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como externo. Essa prática leva-nos afirmar que, os objectivos das reuniões académicos
nunca foram alcançados pelo facto de notarmos desconcordância entre um plano currícular do
Ensino Superior com um projecto educativo de carácter didáctico-pedagógico. Todavia, para
estabelecer a uniformização dos cursos ministrados nas IES necessitamos de integrar novo
paradigma denominado por interdisciplinaridade factor condicional da qualidade das práticas
educativas, das actividades docentes e garante eficácia a formação científica e tecnológica dos
estudantes.

Hoje, a interdisciplinaridade é considerada como paradigma da educação moderna que se


ocorre nas práticas educativas humanísticas que tem como finalidades específicas instruir e
educar o homem novo. Maslow (2001) considerado como o pai do movimento humanista
afirma que, um homem se torna capaz de realizar suas capacidades e habilidades por via de
interactividade e sensibilidade sendo o grau mais elevado da existência humana. Por esta
razão, considera-se a interdisciplinaridade como articuladora do processo de Ensino-
aprendizagem e pressuposto da organização currícular.

É de frisar que, o homem como único animal racional situado no mundo e sempre está
interacção com as mudanças educativas, climáticas, culturais, políticas, tecnológicas e
descobertas do próprio ser e dos fenómenos naturais. Por isso, ser humano é curioso por
natureza em busca de conhecimentos para sociar essa curiosidade, assim como procura dar
respostas dos problemas que lhe abrange na sociedade.

Igualmente Luck (2001) apud Fazenda (2011) adiciona que a interdisciplinaridade designa o
processo de integração currícular e engajamento de educadores, num trabalho conjunto, de
interação das disciplinas do currículo escolar entre si e com a realidade, de modo a superar a
fragmentação do ensino-aprendizagem e objectivando a formação integral dos estudantes.

O interesse sobre a interdisciplinaridade acontece do ponto de vista epistemológico e


didáctico-pedagógico. No estudo de epistemologia designam como categorias para estudo o
conhecimento em seus aspectos de produção, reconstrução e socialização, a ciência e seus
paradigmas e o método como mediação entre o sujeito e a realidade, como nos afirma
Mendonça et al (2014). Para terminar concordamos que existem distintas teorias que
assumem a necessidade de implementação da interdisciplinaridade na produção e na
socialização do conhecimento está na perspectiva de garantir educação moderna com o
enfoque teórico-prático.
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Naturalmente, a criação de balizas para implementação da interdisciplinaridade no ensino é


vista como um interesse da maioria dos países da Europa, América, Ásia e África destacando
Angola. Além disso, perspectiva estratégias de ensino-aprendizagem ou de educar e instruir o
homem como visão contemporâneo, ou seja aquela que tem como tarefa básica a integração
social, currícular, inclusiva e inovadora que possibilita o desenvolvimento de habilidades
cognitivas dos aprendizados. Por isso, a educação no contexto interdisciplinaridade é
considerada como a ferramenta concreta que se manifesta da convivência familiar, social e
académica.

Quanto à isso, interessa-nos salientar que se sente necessidade da integração dos métodos
activos para garantir a qualidade de ensino-aprendizagem no contexto de
interdisciplinaridade. Destes destacamos os métodos de carácter didáctico-pedagógico
colectivos e de trabalhos conjuntos. Os de finalidade colectivas são considerados como luz
para concretizar a interacção e relação humana entre docentes e estudantes universitários na
sala de aula. Enquanto de trabalho conjunto tem como objectivo de incentivar o senso crítico,
a interactividade e sensibilidade dos profissionais da educação, ou seja, aqueles que se
manifesta nas práticas de planificação conjunta, das actividades educativas e das práticas de
actividades docentes.

No que concerne ao método colectivo tem como a natureza nas acções didácticas-pedagógicas
colectivas. Considera-se sua consistência na base da orientação dos agentes activos da
educação como trabalharem em conjunto, respeitarem as diversidade cultural, as
competências colectivas e individuais. Por isso, a interdisciplinaridade é vista como
ferramenta didáctica-metodológica da educação contemporânea que tem sua essência por
meio da convivência familiar, social e académica.

Um princípio fundamental que suporta o impacto da interdisciplinaridade na convivência


social cinge-se na ideia de Oliveira & Rego (2003) apud Boa Ventura (2014) reforça teoria de
Vygotsky que “ser humano aprende por meio do legado de sua família, social, cultura e
partindo da interação com os outros seres humanos, sendo por aprendizagem de
conhecimentos académicos, científicos, teológicos e tecnológicos, assim como por emoções e
afeitos iniciados nos primeiros dias de vida e perdurando por toda a sua existência”.

Diante desta afirmação, leva-nos reflectir que a educação deve apresentar bases afectivas
durante suas práticas educativas e nas actividades docentes. Educar significa transformar o
homem no senso humano e integra-los de valores éticos e morais, é transforma-los a nível
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cultural, académico, científico e tecnológico a fim de enfrentar os novos desafios no mercado


de trabalho.

Finalmente, a teoria supracitada evidencia-se na integração interactiva de todas as esferas


afectivas das práticas educativas que garantem o funcionamento com eficácia das práticas de
actividades docentes como estratégias de desenvolver as habilidades cognitivas dos estudantes
e influência os mesmos aprenderem os conhecimentos do ponto de vista teórico-prático.

Outro aspecto menos importante da interdisciplinaridade consiste na aprendizagem conjunta e


significativa, a qual ocorre entre níveis distintos, tais como: no nível de ensino, no nível de
aprendizagem, planificação, investigação científica, da convivência social e sobretudo
familiar. Outrossim, dirige o processo de socialização, integração, inclusão sócio-educativa,
inovação académica, inovação social. Minatti et al (2006) adiciona que o processo de
socialização tem como resultado final a integração, inclusão socioeducativa, inovação social e
no âmbito académico manifesta-se nas actividades escolares e extra-escolares.

Entre vários factores mencionados como luz da integração interdisciplinares, nossa reflexão
pessoal cinge-se na necessidade de um olhar analítico sobre a crise da reforma educativa que
abarca as Instituições de Ensino Superior em Angola. Esta leva-nos afirmar mais uma vez
que, acreditação dos coordenadores dos cursos e regentes das disciplinares são umas das vias
que achamos para resolução das dificuldades de Ensino-aprendizagem. Finalmente, este olhar
dará uma reflexão positiva pois determinará ainda a consciência didáctica dos responsáveis da
educação quanto à realidade das práticas educativas e das actividades docentes. Boa Ventura
& Gonçalves (2014, p. 5) afirma que:

Os agentes educativos confrontam-se com a tarefa urgente e improrrogável de


promover a qualidade das práticas educativas nas Instituições de Ensino Superior,
formar o indivíduo nas suas múltiplas dimensões, de formas a participar activamente
na construção de uma sociedade democrática e a reforma educativa em curso tem
como um dos focos a melhoria da qualidade de ensino.

Depois de tudo que foi realçado a respeito da reforma educativa, destaca-se que o papel da
interdisciplinaridade objectiva alcançar eficiências de ensino-aprendizagem que depende da
coesão e coerência dos programas analíticos entre disciplinas nucleares e não nucleares ou
gerais e específicas. Portanto, a idealização da integração e interdisciplinaridade no ensino
reflecte-se na qualidade da reforma educativa e daria autonomia aos docentes saberem as
unidades temáticas a se ensinar por disciplinas e ajudará também o desenvolvimento das
habilidades cognitivas dos estudantes, bem como autonomia de estudo autodirigido.
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1.3. Classificação de interdisciplinaridade e sua aplicabilidade no Ensino-aprendizagem

Antes de abordarmos sobre os tipos de interdisciplinaridades que nos aparece como tarefa
primária. É importante a firmar que um dos objectivos fundamentais consiste em
compreender as funções dos tipos de interdisciplinaridade e sua aplicabilidade no Ensino
Superior, enquanto outro consiste criar balizas para transformar as estruturas das Instituições
de Ensino Superior, as mentes dos gestores e dos agentes de ensino-aprendizagem.

No que tange à classificação da interdisciplinaridade e sua aplicabilidade no processo de


Ensino-aprendizagem, é oportuno dizer que foi necessário apegar-se nos pensamentos de
autores como Boa Ventura (2014), Fazenda (2011), Mendonça (2011) e Mario & Tamayo
(2014) comungam que a educação sendo um processo social através dela a sociedade
transmite e integra suas ideias a nível social, político, currícular e capacidades com fins de
assegurar sua própria existência e desenvolvimento humano. Consideram a
interdisciplinaridade como a arte que promove a interacção das práticas educativas e das
actividades docentes.

Um dos problemas frequente do nosso sistema de Ensino Superior caracteriza-se na falta de


planificação e integração de uma metodologia de trabalho interdisciplinaridade que
perspectiva a prévia superação das dificuldades das acções didácticas-pedagógicas. Fazenda
(2011), Mario & Tamayo (2014) e Pelelas et al (2011) classificam a interdisciplinaridade no
contexto didáctico em 5 tipos, tais como: interdisciplinaridade heterogênea, pseudo
interdisciplinaridade, auxiliar, complementar e interdisciplinaridade unificadora.

Antes de começarmos apresentar fundamentos conceptuais e aplicabilidade relativa os tipos


de interdisciplinaridade supracitadas, é oportuno afirmar que há outra classificação de
interdisciplinaridade cinge-se nas práticas de actividades docentes. Luck (2002) classifica a
interdisciplinaridade quando a estrutura em: i. Interdisciplinaridade linear, ii. Estrutural, iii.
Restritiva. iv. Metodológica.

Etimologicamente, o termo heterogênea deriva da concordância do género da palavra


heterogéneo, por sua vez do grego “héterogenés”, que aponta as expressões de natureza
diferente, que não é uniforme, sem unidade de igualdade e dissemelhante. A perspectiva de
integrar interdisciplinaridade heterogênea no sistema educativo Angolano, está na perspectiva
de criar vias a qual possibilitam combinação dos programas analíticos e das acções didácticas-
pedagógicas que ocorre entre docentes e estudantes na sala de aula.
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Fazenda (2011) define a interdisciplinaridade heterogênea como a combinação de programas


analíticos diferentes que promove a qualidade do sistema educativo e que tem como
finalidade adquirir uma visão geral, ou seja, aquela que se apresenta num plano currículo com
características de fragmentação de conteúdos, objectivos, disciplinas e procedimentos de
conteúdos.

Uma visão conceptual relativa à pseudo interdisciplinaridade é apresentada no contexto


linguístico e lógico. A palavra pseudo interdisciplinaridade quando sua composição apresenta
um prefixo “pseud” de origem grego “pseudés”, que por sua vez indica o elemento de
formação que traduz a ideia de falso. Mario & Tamayo (2014) conceitualiza pseudo
interdisciplinaridade como o conjunto de disciplinas que se estabelece relações entre outras
disciplinas que recorrem aos mesmos instrumentos de análise.

No contexto lógico compreende-se como a pseudo interdisciplinaridade a vaidade ou


pretensão dos filósofos reconhecerem a neutralidade dos modelos matemáticos como os
centros da associação ou integração de disciplinas no plano currícular. Todavia, os modelos
matemáticos aplicados para auxiliar o ensino-aprendizagem de determinada ciência são
consideradas apenas como recursos didácticos-metodológicos.

Linguisticamente, interdisciplinaridade auxiliar deriva do latim "auxilia” que se traduz nas


expressões de auxílio ou ajuda, ajudante, prestar auxílio, servir de meio para ajudar alguém.
Mario & Tamayo (2014) define interdisciplinaridade auxiliar como conjunto de disciplinas
com características homogêneas e heterogêneas que recorrem permanentemente ou
ocasionalmente.

Na linhagem linguística, a palavra interdisciplinaridade complementar tem como significado


de complemento, que se refere auxiliar, superior ao elementar, dar complemento, completar,
receber complemento. Palelas et al (2011) contextualiza interdisciplinaridade complementar
como a união de disciplinas que apresentam mesmos domínios de materiais e distintas
características que lhes permite interagir complementarmente. Resume-se cada disciplina tem
como finalidade contribuir conhecimentos específicos com intenção de preservar a
integridade dos métodos, conceitos e sua epistemologia.

A palavra unificadora deriva do verbo unificar do latim “unu” que significa um, fazer, tornar
uno ou unido. Entende-se “unificadora” palavra de género feminino derivada do masculino
“unificador” que significa aquele (a) que unifica. Para Fazenda (2011) interdisciplinaridade
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unificadora advém de uma coerência muito estreita de domínios dos estudos entre duas
disciplinas que resultam na integração teórica como metodológica.

Finalmente, os conceitos apresentados leva-nos a resumir que a implementação dos tipos de


interdisciplinaridades tem as vantagens seguintes: i) nos vai ajudar a superar os problemas de
desintegração e integração das unidades temáticos apresentados nos programas analíticos
entre disciplinas; ii) auxiliar na identificação dos conteúdos que integram as disciplinas
semestrais e anuais; iii) incentivar o impacto da interação, relação interpessoal nas práticas
das actividades docentes; iv) possibilitará distinguir os conhecimentos leccionados entre
disciplinas referenciadas que ensinam em domínios complementar; v) mostrará o impacto das
funções dos coordenadores de cursos e regentes de disciplinas na supervisão das práticas
educativas.

Linguisticamente, o termo estrutural tem como significado “estrutura do latim “structura” que
aponta as expressões de composição, construção, organização, disposição arquitetónica, ou
seja, conjunto de relações entre os elementos de um sistema. Assim sendo, Heckhausen
(1993) apud Fazenda (2011) define interdisciplinaridade estrutural como a interação de duas
ou mais disciplinas resultante de criação de um novo campo de leis novas, compondo a
ossatura de uma nova disciplina.

A palavra metodológica deriva da outra palavra conhecida metodologia de origem grega


“méthods” que significa: método mais lógos, tratado, ou seja, subdivisão da lógica que estuda
os métodos técnicos e científicos, conjunto de regras para o ensino de uma ciência ou arte.
Mario & Tamayo (2014) explicam que interdisciplinaridade metodológica ocorre quando os
procedimentos didácticos-pedagógicos de uma disciplina tem o mesmo ponto de partida ou
convergência entre outra e se distingue por meio de métodos de trabalho conjunto, a qual
facilita a interpretação de problemas educativos.

1.4. Metodologias utilizadas na pesquisa

Por um critério metodológico da pesquisa, o presente o ponto descreve sobre o tipo de


pesquisa e os métodos. Antes de contextualizar os elementos supracitados é importante
realçar que, a concepção do termo metodológico apresenta múltiplos conceitos na
investigação científica. Para Compoy (2019, p. 95) “a palavra metodologia refere-se como o
conjunto de métodos e técnicas de ensino para a aprendizagem e de investigação científica”.
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Para realidade da investigação optou-se em três teorias científicas, tais como: a descritiva,
pragmática e predictiva. A primeira, facilitou descrever os fundamentos teóricos do ponto de
vista da concepção de termos e conceitos definidos até a justificação dos factos empíricos,
assim como sua sistematização didáctica-pedagógicas; segundo, utilizou-se durante o
processo de esclarecimento dos factos que abrangem os alunos na resolução das tarefas e na
integração das metodologias viáveis para resolução dos factos e a terceira, usou-se para
perspectivar o não abrangimento dos factos, a fim de nos prevenir como ultrapassar as
dificuldades dos alunos segundo as directrizes metodológicas definidas e orientadas.

A compreensão de métodos levaram-nos a intersecção da função didáctica-pedagógica


relativa à aplicabilidade de interdisciplinaridade no processo de ensino-aprendizagem. Quanto
à base teórica aplicada a investigação dependeu apenas dos métodos teóricos. A pesquisa
revela ao estudo bibliográfico com enfoque qualitativa. Compoy (2019) descreve que estudo
bibliográfico permite fundamentar teoricamente os conhecimentos, ou seja, problemas
associados a um determinado facto que origina a análise das teorias literárias.

Efectivamente à sua aplicabilidade refere-se nas razões seguintes: i. Na compreensão dos


factos directos sobre aplicabilidade, concretização da integração e interdisciplinaridade nas
práticas das actividades docentes como educativas; ii. Na falta de integração currícular entre
disciplinas, objectivos e métodos; iii. Desassociação de conhecimentos relativa às disciplinas
de continuidade e não continuidade; iv. Falta de acreditação das funções dos coordenadores
de cursos e regentes de disciplinas no ensino-aprendizagem; v. Preconceito na implementação
de interdisciplinaridade no subsistema de Ensino Superior; vi. Uso inadequados de métodos
de ensino; vii. Falta de interactividade e sensibilidade entre profissionais da educação. Quanto
a abordagem qualitativa temos a justificar o seguinte: facilitou analisar e interpretar as
informações relativamente as respostas dos alunos, as dificuldades que apresentam e sua
origem, sintetização dos fundamentos teóricos e na descrição dos resultados sistematicamente.

Para alcançar os conhecimentos da pesquisa, foi necessário usar os métodos seguintes:


indução-dedução e análise-síntese. Quanto sua pertinência ocorre na procura de compreensão
sobre os factores que condicionam a implementação da integração e interdisciplinaridade no
ensino. Compoy (2019, p. 107) define “indução é procedimento mediante o qual permite
descrever os factos do singular para prospeções gerais e dedução consiste na aplicação de
procedimento mediante o qual facilita descrever acções do geral ao particular.”
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No que concerne ao seu uso partiu da compreensão dos conteúdos que sustentam a integração
e interdisciplinaridade nas práticas de actividades docentes e educativas. Outrossim, incentiva
a interecção na planificação conjunta e relação interpessoal. Auxiliou-nos na elaboração dos
fundamentos teóricos racionalizados na investigação de acordo com os princípios didácticos-
pedagógicos. Finalmente, o método síntese permitiu-nos estabelecer relações entre diferentes
teorias fundamentais escritas por diferentes autores; análise sobre os resultados adquiridos aos
alunos por meios das técnicas de recolha de dados; interpretação e sintetização das citações e
sistematização do conhecimento.

1.5. Considerações finais

No que concerne o objectivo da pesquisa levou-nos concluir que ensinar no contexto actual,
alinhavada pela complexidade de integrar a interdisciplinaridade nas práticas educativas e
actividades docentes. Com a pretensão de dar um contributo na reflexão sobre a necessidade
de mudar a realidade conjuntura das práticas pedagógicas, assumimos que os fundamentos
teóricos permitem esclarecer aplicabilidade e concretização da integração e
interdisciplinaridade como luz da qualidade de ensino-aprendizagem. Os mesmos estão altura
de incentivar os responsáveis da educação criarem balizas didácticas-pedagógicas de
implementar a interdisciplinaridade nas Instituições de Ensino Superior, a fim de garantir a
qualidade das práticas educativas; ajudou-nos conceber o impacto da integração currícular de
disciplinas, objectivos e métodos. Facilitou-nos elaborar estratégias metodológicas para
associação de conhecimentos entre disciplinas de precedências e não. Além disso, levou-nos
conceber as funções dos coordenadores de cursos e regentes de disciplinas no ensino e os
motivos de preconceito da implementação de interdisciplinaridade no subsistema de Ensino
Superior, bem como inadequados métodos de ensino que não possibilita interactividade e
sensibilidade entre profissionais da educação.

Portanto, necessita-se de concretizar e acreditar a interdisciplinaridade para melhor garantir a


qualidade de Ensino, pois é mais pensada e falada do que vivenciada nas práticas docentes.
Os docentes mostraram interessados em trabalhar com os métodos que incentivam a
interactividade, sensibilidade e a distinção da conjuntura de conhecimentos entre disciplinas
nucleares e não nucleares. Assim, concluímos que embora existem interesse sensível dos
docentes implementarem a interdisciplinaridade nas práticas pedagógica mas falta vontade
humana para concretização do pensado para prática.
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