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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO PROVINCIAL DO CUANZA-NORTE


GABINETE PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO

SEMINÁRIO DE INTEGRAÇÃO DOS


PROFESSORES RECÉM CONTRATADOS
NO ENSINO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO

Ndalatando, 01 de Fevereiro de 2019


TRANSFORMAR O COMPLEXO EM
SIMPLES, O DIFÍCIL EM FÁCIAL.

PARA TAL É IMPORTANTE CONHECER AS


POTENCIALIDADES DOS ALUNOS E
ENSINÁ-LOS A ESTUDAR.

(Adaptado de ESTANQUEIRO, 2008)


TESTE CEREBRAL
SENTIDO HORÁRIO OU ANTI-HORÁRIO?

Segundo alguns estudiosos, as pessoas que


tendem a fazer movimentos,
girando no sentido horário, significa que
trabalham mais o lado direito do
cérebro e, são mais racionais, ligados às ciências
matemáticas.
Os que, no entanto, giram no sentido anti-horário,
utilizam mais o lado esquerdo do cérebro. E,
estes mais subjetivos, são versados em artístes e
desportos.
PROFESSOR: És o João Tchissandula, ALUNO: Sim, Professor.
não é?
ALUNO: Como assim, se o
PROFESSOR: Estás chumbado! Professor nunca me avaliou?

PROFESSOR: Fizeste Exame? ALUNO: Sim, fiz. Professor.

PROFESSOR: E os 500 Kz da folha de ALUNO: Não. Não é a escola que


Prova pagaste? deu, Professor?

PROFESSOR: Quem te falou, essa ALUNO: A minha média das provas


escola tem copiadora? Estás chumbado. parcelares, Professor? Só para mim
Se quiser, vai se queixar. ir ao recurso!

PROFESSOR: Na minha cadeira não há ALUNO: Tá bem professor. Hoje


recurso. Por abuso, vás dar 1000 kz. mesmo vou dar.
Entrega ao Delegado!!!
DELEGADO: Não te falei! Só
PROFESSOR: Delegado, Fala na faltava você.
Jenoveva para me apanhar no Ponto 10. DELEGADO: Ta bém, Professor.
TEMA 3-AVALIAÇÃO CURRICULAR
MÓDULO C - Avaliação ao serviço da aprendizagem

PEDRO CHIANGALALA KAVELA


(Filósofo, Pedagogo e Andragogo)
INTRODUÇÃO
Quem corre para o professorado com o simples
propósito de adquirir um emprego que lhe permita
satisfazer as suas necessidades e assim, fazer a
sua vida, engana-se, pois, se for professor o fará
simplesmente como amador e não como um
verdadeiro profissional e, estará a enganar o
Estado e a prejudicar a sociedade que lhe
conferiram tal título profissional e lhe confere os
privilégios para melhor prestar o serviço que lhe
foi confiado. Pois, no tocante a avaliação das
aprendizagens dos alunos temos assistido, muitas
insuficiências:
Muitos professores não fazem o uso correcto e
obrigatório das cadernetas de avaliação;
Não realizam com frequência as avaliações
contínuas;
Das poucas avaliações feitas, todas elas resumem-se
em avaliação das competências cognitivas, ou seja,
os professores preocupam-se mais com o saber;
Os professores não avaliam as habilidades e as
atitudes como parte das aprendizagens significativas.
Muitos professores aproveitam-se das classes de
transição automática para descurarem a avaliação
como componente inerente ao processo de
aprendizagem dos alunos.
Dotar os professores de estratégias e técnicas
diversificadas e adequadas à avaliação ao
serviço da aprendizagem.
Objectivos específicos:
• Conhecer as estratégias e técnicas de avaliação ao serviço
da aprendizagem.

• Dominar o Sistema de Avaliação das Aprendizagens vigente no


contexto escolar angolano, à luz da Lei 17/16, de 07 de Outubro;

• Aplicar as estratégias e técnicas de avaliação ao serviço da


aprendizagem constantes nos Regulamentos e Manuais de Apoio
às Avaliações (Cadernetas e Relatórios descritivos) e outros.
CONTRADIÇÃO FUNDAMENTAL DO PROCESO
DE ENSINO - APRENDIZAGEM

NIVEL DAS NOVAS


EXIGÊNCIAS PLASMADAS
PELO PROFESSOR

ESFORÇO DO ALUNO

NIVEL DE
DESENVOLVIMENTO
ACTUAL
CONCEITOS-CHAVE DO TEMA
Avaliação:
Segundo o DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA
(1979, p. 169), o termo vem do latim (Avaliar) acto ou
efeito de avaliar, valor determinado pelos avaliadores;
cômputo; apreciação; apreço; estima.

Segundo ARENDS (1999, p. 21), “avaliação é uma função


desempenhada pelos professores que lhes permite
tomar decisões conscientes sobre a sua instrução e a
dos seus alunos”.
Segundo SOUSA (2005, p. 32), o termo “avaliação envolve
duas perspectivas fundamentais: aval + acção. A primeira
significando a clareza do referencial a ser utilizado e a
segunda, as acções a serem implementadas com base
nesse referencial”.

Neste contexto, a avaliação como processo de tomada de


decisões sobre os avanços e recuos do processo de ensino
e aprendizagem constitui também, o momento do professor
fazer uma auto-avaliação do seu trabalho docente face o
comprometimento que o mesmo deve ter com o rendimento
escolar e aprendizagens significativas dos seus alunos.
1ª) Quem avalia? – O (s) professor (es)…

2ª) Quem avaliar? – A nível da escola não se avalia


ninguém.

3ª) O que avaliar? – Conhecimentos, competências,


habilidades, atitudes, comportamentos…
5ª) Para quê avaliar? – Monitorar as aprendizagens, para
seleccionar, classificar, certificar…
6ª) Como avaliar? – Técnicas e instrumentos de avaliação
7ª) Quando avaliar? – No início, durante e no fim do
processo de ensino-aprendizagem.
Segundo PERRENOUD (1999), apud AFONSO &
AGOSTINHO (2008, p. 6):

“no novo paradigma é um processo mediador na construção


do currículo e encontra-se intimamente relacionada com a
gestão da aprendizagem dos alunos”. O ensino é um
processo de construção de conhecimentos, que implica a
assimilação, organização e construção pessoal do
conhecimento cujos contornos apontam cada vez mais no
sentido de aprender a aprender no sentido de um processo
mais reflexivo e investigatório na tentativa de se encontrar
soluções pessoais para os deferentes problemas que a vida
apresenta.
RISCOS DA AUSÊNCIA DA AVALIAÇÃO AO
SERVIÇO DA APRENDIZAGEM
Se não avalias não poderás distinguir o êxito e o fracasso;

Se não fores capaz de identificar o fracasso não poderás


aprender dele;

Se não poderes identificar o êxito não poderás premiá-lo;

Se não fores capaz de premiar o êxito é provável que estarás


a premiar o fracasso;

Se não poderes reconhecer os erros, não poderás corrigi-los;

Se não poderes demonstrar, as competências e habilidades


não poderás ter os resultados das avaliações, não poderás
classificar e nem poderás certificar as aptidões dos alunos.
AVALIAR CONSTITUI O PONTO DE PARTIDA DE
QUALQUER ACTIVIDADE, LOGO PARA AVALIAR É
NECESSÁRIO TAMBÉM AVALIAR E AVALIAR-SE.

(OSBORNE & GAEBLER, 1992 apud MARTIN, 2011).


A avaliação deve:

 estimular a melhoria da qualidade das


aprendizagens e não de punir ou humilhar os alunos;

 ser coerente; integral; diversificada; transparente;

 ser objectiva; participativa;

 ser sistemática, metódica e contínua.

(AFONSO & AGOSTINHO, 2008)


TIPOS DE AVALIAÇÃO
Quanto ao momento da avaliação:

1ª- Avaliação Diagnóstica -- No início do


processo;
2ª- Avaliação Sistemática, formativa (contínua)
– Durante o processo;
3ª- Avaliação Sumativa – No final, serve para
classificar.
Quanto ao sujeito que avalia:

1ª- Auto - avaliação;


2ª- Hetero - Avaliação;
3ª- Co - Avaliação.

Quanto ao número de avaliados:

1ª- Avaliação Individual;


2ª- Avaliação em Grupo.
AVALIAM-SE AS COMPETÊNCIAS E AS HABILIDADES
E NÃO A PESSOA DOS ALUNOS
APRENDIZAGENS BÁSICAS A AVALIAR EM CADA
DISCIPLINA NO ENSINO PRIMÁRIO
Língua Portuguesa Estudo do Meio Educação Musical
Org. = Organização do caderno Obs. = Observação EC = Expressão coral
CO = Compreensão Oral Desc. = Descrição ER = Expressão rítmica
CE = Compreensaão Escrita Exp. =Experimentação Ent. = Entoação
EO = Expressão Oral Rep. = Representação Dra. = Dramatização
EE = Expressão Escrita EO = Expressão Oral RS = Reconhecimento de Sons
EE = Expressão Escrita
Ident. = Identificação
Educação Manual e Plástica Educação Física Matemática
Pic. = Picotagem ER = Expressão Rítmica Ident. = Identificação
Pin. = Pintura Lat. = Lateralização Cont.= Contagem
Rec. = Recorte CM = Coordenação Motora Ord. = Ordenamento
Dob. = Dobragem AD = Atitude Desportiva Comp. = Comparação
Des. = Desenho CT = Conceitos Teóricos Calc. = Cálculos
ProbL. = Problemas
Gran. = Grandeza
Geo = Geometria
Técnicas e instrumentos aplicáveis a diferentes situações avaliativas

Instrumentos Situações prováveis


Questionário  Caracterização do contexto educativo
(Enunciados)  Fichas formativas (guias de estudo)
 Tarefas para casa
Entrevista  Incidentes críticos
(perguntas orais)  Identificação do processo
 Verificação de situações
 Aprofundamento de conhecimentos
 Exploração de situações
 Controlo de actividades e situações
Lista de verificação  Interacção entre alunos, isto é, comportamentos em interacção
 Provas orais (competências da oralidade)
 Apresentação de trabalhos de investigação
 Caracterização de processos e de grupos
 Exploração de situações
 Verificação de comportamentos/atitudes e interesses
 Controlo de desempenho individual ou colectivo
Grelha de observação  Existência e frequência de comportamentos em situação de interacção
 Caracterização do contexto educativo
 Manejo dos materiais, identificação de competências
 Avaliação do contexto escolar
Relatório  Apresentação de resultados sobre uma actividade
Contrato pedagógico  Mudança de comportamentos e atitudes
 Cumprimento de calendários
Incidentes critérios  Caracterização de atitudes e comportamentos pontuais
 Relatos de situações ou ocorrências concretas

Portfólio  É uma colecção organizada de trabalhos produzidos, de registos de


auto-reflexões realizadas pelos alunos e de comentários dos
professores acerca do progresso e das necessidades apresentadas.
 Este serve para desenvolver competências sociais, aprendizagens
dinâmicas ou autónomas, competências de auto-avaliação, de
reflexão e de organização/apresentação
 Os trabalhos, a incluir, podem referir-se a descrições escritas de
resultados de trabalhos práticos, projectos ou investigações, testes,
análises críticas da visita de estudo, composições, desenhos,
gráficos, fotografias, cartas, trabalhos de casa, comentários sobre
uma determinada visita de estudo como, por exemplo, a uma fábrica,
etc.
 O portfólio deve estar terminado antes do final do trimestre ou do
ano lectivo.
AVALIAÇÃO E SUA CLASSIFICAÇÃO:
Escala de avaliação

A Escala de Avaliação é numérica para todas as disciplinas e varia


entre zero (0) e dez (10), segundo cada ciclo. Essa escala é
subdividida, a fim de traduzir os níveis de cumprimento dos
objectivos de todas as disciplinas, nos escalões seguinte:

•De 0 a 2- Mau, progride pouco.


•De 3 a 4 - Medíocre, progride insuficiente.
•De 5 a 6 – Suficiente, progride suficiente.
•De 7 a 8 – Bom , progride bem.
•De 9 a 10 – Muito bom, progride com segurança.
LOGO
FÓRMULAS DE CÁLCULOS DAS AVALIAÇÕES

CF-0,4 x CAP + 0,6 x CPE ou


LOGO
CLASSES DE TRANSIÇÃO AUTOMÁTICA

A classificação dos alunos da 1ª, 3ª e 5ª classes é feita


através de uma apreciação global qualitativa e de um
Relatório Descritivo sobre o processo escolar do aluno
durante o ano lectivo. Reprovam por faltas, caso tenham
cometido 15 faltas consecutivas sem a devida justificação
num mesmo trimestre.

Nota: A reprovação que não seja por faltas, só ocorre por


consenso da escola e o encarregado, com o conhecimento
da Direcção de Escola.
CLASSES DE TRANSIÇÃO

No final da 2ª e 4ª (7ª e 8ª) classes o aluno transita


imediatamente para a classe seguinte se obtiver
classificação final igual ou superior a cinco (5) valores em
todas as disciplinas, tendo como constante de conversão o
nº 2, sendo que a escala vai de 1 a 10 valores. Reprovam
por faltas, caso tenham cometido 15 faltas consecutivas
sem a devida justificação num mesmo trimestre.
Nota: Podem transitar com duas (2) deficiências
independentemente da sua classificação desde que não
seja a Lingua Portuguesa e a Matematica
simultanhamente.
CLASSES DE EXAME

No final da 6ª e 9ª classe o aluno não deve transitar com


nenhuma deficiente, nas (7) sete disciplinas.

Reprovam por faltas, caso tenham cometido 15 faltas


consecutivas sem a devida justificação num mesmo
trimestre.

Nota: A 6ª classe encerra o II ciclo do Ensino Primário e a 9ª


encerra o I ciclo do Ensino Secundário.
Exames de recurso

São objecto de avaliação, no exame de


recursotodos os objectivos/ conteúdos essenciais
cumpridos ao longo do ano lectivo.O aluno pode
recorrer a exame de recurso no final da 6ª classe
se obtiver duas (2) deficiências, desde que não
sejam simultaneamente a Língua Portuguesa e a
Matemática.
Exames especiais

Serão objecto de avaliação, nos exames especiais,


todos os objectivos/conteúdos basícos cumpridos ao
longo do ano lectivo.
Estes exames destinam-se aos alunos que, em
época normal e por motivos devidamente
justificados, não tenham comparecido às provas de
Escola ou aos exames finais.
Estes exames destinam-se também aos alunos
externos desde que solicitem por escrito à Direcção
da escola com dez (10) dias de antecedência.
Exames de Melhoria de Nota em todas as
classes e níveis de ensino em Angola
Beneficiam, ainda , deles todos os alunos que, não
estando reprovados, pretendam proceder à melhoria
da sua nota, desde que o solicitem em carta dirigida
ao Director da Escola com dez (10) dias de
antecedência de acordo com o calendário Escolar
(INIDE, 2005, p. 2-8).
CONCLUSÃO
A avaliação é uma das melhores oportunidades
para reforçar as aprendizagens dos nossos
alunos, por isso, é importante, avaliar, corrigir as
provas, atender as reclamações dos alunos,
confrontando suas respostas com a chave e a
cotação, devolver aos alunos e, que sejam do
conhecimento dos encarregados por assinatura.
Administrar, gerir e arquivar bem as notas, as
provas e as actas da realização das provas
ajudam a vitar subjectivismo na classificação dos
alunos e assim, sermos bons professores.
«FINIS CORONAT OPUS»
Referências Bibliográficas
AFONSO, M., & AGOSTINHO, S. (2007). Metodologia de Avaliação no
contexto escolar. Luanda: Texto Editores.
AGOSTINHO, M. A., & SIMÃO. (2014). Relatório Descritivo para as
Classes de Transição Automática (1ª 3ª classes). Luanda: Editora
Moderna. 3ª ed.
AGOSTINHO, M. A., & SIMÃO. (2012). Caderneta de Avaliações Ensino
Primário (2ª e 4ª classes). Luanda: ÁRVORE DO SABER.
AGOSTINHO, M. A., & SIMÃO. (2014). Caderneta de Avaliações Ensino
Primário (6ª classes). Luanda: Editora Moderna.
AFONSO, M. (2007). Manual de Apoio ao Sistema de Avaliação das
Aprendizagens: 1º Ciclo do Ensino Secundário-Reforma Curricular).
Luanda: INIDE.
AFONSO, M. et al (2011). Regulamento para as Provas de Exame: 1º
Ciclo do Ensino Secundário-Reforma Educativa). Luanda: INIDE. 2ª ed.
DIAS, de B. (2004). Ética e Educação. Lisboa: Universidade Aberta.
DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA (1979). Porto: Porto Editora. 5ª
Ed.
DICIONÁRIO INTEGRAL DA LÍNGUA PORTUGUESA (2009). Texto
Editora. Lisboa.
ESTANQUEIRO, A. (2008). Aprender a estudar: Um guia para o
sucesso na escola. Lisboa: Texto Editores, Lda. 13ª ed.
ESTRELA, E.; SOARES, M. A. LEITÃO, M. J. (2013). Saber Escrever
Uma Tese e Outros Textos. Lisboa: D. Quixote. 9ª ed.
FREIRE, Paulo (1996). Pedagogia da autonomia : Saberes necessários
á prática educativa. São Paulo Paz e Terra.
KIALA, J. et al (2011). Sistemas de Avaliação das Aprendizagens (2º
Ciclo do Ensino Secundário Geral-Reforma Educativa). Luanda:
INIDE. 2ª ed.
MARTIN, J. M. (2011). Evaluación y Acreditación de la Educación.
(Material de Apoio de Mestrado) Paraguay: UAA.
MONTEIRO, M. M. (2007). Como preparar Testes e Exames. Porto:
Porto Editora. 5ª ed.
PAIVA, Renato (2014). O Segredo para Alcançar o Sucesso na Escola.
Lisboa. A Esfera dos Livros.
SACRISTÁN, J. G. & GÓMEZ, A. I. P. (2002). Compreender y
transformar la enseñanza. Madrid: Morata. 10ª ed.
NGA SAKIDILA!
TU TONDELE!
NDA PANDULA!
OBRIGADO!

FIM
Prelector: Dr. Pedro Tchiyangalala Kavela.
(Filósofo & Laureado em Ciências da Educação)

Telefone: (+ 244) 925 039 252 & 998 515 015

E-mail: pedrochiangalalacavela@yahoo.com

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