“reais” mé ritos como empresá ria.
Angola - Pesquisa e Análise
I sabel na Pele de “Vítima” de
Lourenço - IS é “vı́tima” de JL; é JL que “orienta”
. Revelaram-se predominantemente
1
negativas para o regime, JOÃO - Perderam valor todas as empresas de
LOURENÇO (JL) em particular, as
reacçõ es a que na sociedade angolana
deu azo o assunto do mandado de
captura internacional para extradiçã o
de ISABEL dos SANTOS (JS), emitido
pela Interpol a pedido da PGR de
Angola; a condiçã o de pró fuga que a
PGR lhe atribui e da qual alega
resultarem entraves ao andamento de
processos por crimes econó micos de
que é acusada, é a justi icaçã o do
mandado.
O sentido das referidas reaçõ es é
considerado in luenciado por um clima
marcado por uma a irmaçã o na
sociedade de ideias/juı́zos de acordo
com os quais JL “persegue” a famı́lia do
seu antecessor; adicionalmente, pelo
surgimento de uma atitude de
indulgê ncia em relaçã o a IS, esta
decorrente de percepçõ es
desvalorizadoras das acusaçõ es que lhe
sã o feitas pela justiça e de evidê ncias
consideradas demonstrativas dos seus
A saber:
as acçõ es judiciais movidas contra IS;
sã o polı́ticos e outros os crité rios que o
determinam.
IS con iscadas pelo regime ou de cuja
gestã o a mesma foi coercivamente
afastada ( Candando e UNITEL, casos
mais referidos).
IS foi exonerada de PCA da Sonangol
pouco mais de um ano apó s o inı́c io do
mandato, sob a acusaçã o de se haver
apropriado de fundos da companhia. No
“sentimento popular” a sua passagem
pela empresa é , poré m, especialmente
associada a medidas que levaram a uma
mais e iciente gestã o da empresa – em
razã o da qual se registou uma
diminuiçã o dos custos de produçã o do
petró leos ( USD 28 para USD 22 ), e, por
via disso, um aumento da sua
competitividade.
. E corrente na sociedade que as
2
“atençõ es especiais” concentradas pelo
regime em membros da “famı́lia Santos”
dados como “endinheirados”, foi
motivado por temores de JL de que os
 Nº 1378 | 24.NOV.2022 |Ano XIX
mesmos poderiam vir a usar as suas
fortunas para “conspirar” contra si
pró prio. A suspeita alargou-se a antigos
quadros e dirigentes, que se a irmaram
ié is ao antigo PR e també m passavam
por ser detentores de apreciá veis meios
inanceiros.
A atitude desa iadora/insubmissa com
que IS começou por responder à
pressã o polı́tica e judicial exercida
sobre si pró pria no â mbito das polı́ticas
anti-corrupçã o de JL, viria a
converter-se em razã o de ser de um
motivo acrescido de pressã o, este
considerada de cariz particular. E
atribuı́do a JL um traço de cará c ter que
o leva a ver como afrontas
comportamentos altivos de indivı́duos
em relaçã o aos quais adquire um
“espı́rito de vingança”.
A ideia generalizada de que JL se tem
“aproveitado” das suas polı́ticas
anti-corrupçã o para servir estritos
interesses pessoais e polı́ticos, é
apoiada em argumentos entre os quais
avulta o da dualidade de crité rios
aplicados no tratamento dado a
indivı́duos comumente apresentados
como estando em igualdade de
circunstâ ncias tendo em conta a
obscura origem das fortunas de que sã o
detentores e grandeza das mesmas.
ANUEL VICENTE e
M HIGINO “instrumentalizado” por JL para levar à
CARNEIRO sã o considerados casos
referenciais de indivı́duos nada ou
pouco molestados pela justiça. CARLOS
SÃO VICENTE (CSV) , AUGUSTO
TOMÁS (AT) e mesmo JOSÉ
FILOMENO dos SANTOS ( “Zenu” ),
estã o ou estiveram presos por razõ es
que se julga excederem as suas alegadas
condutas venais, para abarcarem
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outras, descritas como “ajustes de
contas” ou vinganças de JL, algumas das
quais, conforme corre, devidas por
“assuntos do passado”.
Há indicaçõ es de que uma proposta de
amnistia de crimes econó micos e
militares recentemente apresentada
pelo governo à AN e objecto de
pressõ es no sentido de uma rá pida
aprovaçã o, se destina, em especial, a
permitir a resoluçã o de problemas
criados internamente, no regime, por
contradiçõ es/incongruê ncias
assinaladas no desenvolvimento do
combate à corrupçã o.
Os processos que levaram à prisã o de
CSV e AT sã o considerados entre
aqueles que a proposta de amnistia visa
ultrapassar. Em ambos, meios
competentes, identi icam “fragilidades”
processuais e outras. A superaçã o do
problema por via de uma amnistia
poupa o regime de vir a reconhecer as
referidas “fragilidades”.
As reacçõ es suscitadas na sociedade
pelo tema do mandado de captura, mais
benevolentes em relaçã o a IS/menos
condescendentes em relaçã o a JL,
també m sã o consideradas re lexo de
percepçõ es como as seguintes:
- O sistema judicial é
prá tica as suas polı́ticas anti-corrupçã o.
- Está a a irmar-se uma nova oligarquia,
com a qual JL é conotado (grupo
Omatapalo e outros).
- A conduta de JL revela tendê ncias
nepotistas (dois ilhos, IKO LOURENÇO
e CRISTINA LOURENÇO , bem como
amigos e pró ximos seus, todos dados
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como “favorecidos” por decisõ es suas).
Em meios do pró prio MPLA , em
particular os mais avessos a JL, o
acionamento pela PGR de um mandado
internacional de captura de IS está a
gerar objecçõ es. Considera-se que o
Estado deveria ter-se eximido de tal
medida, tendo em conta que se trata de
uma ilha do anterior PR; que o fez
propositadamente, já que nã o
aparentam ser credı́veis justi icaçõ es
como a de que IS estava “incontactá vel”.
Paralelamente, o Banco Nacional de corrupçã o – um efeito eventualmente
Angola (BNA) tem vindo a pressionar o
Banco BIC a fundir-se com o Banco de
Negó cios Internacional ( BNI , de MÁRIO
PALHARES ), invocando para tal uma
norma interna recente que estimula o
lançamento de processos de fusã o entre
instituiçõ es inanceiras. Considera-se,
poré m, que a atitude do BNA també m
obedece a motivaçõ es polı́ticas do
interesse do regime, devido à sua
simultaneidade com uma conduta
“agreste” em relaçã o ao BIC. A
concessã o recente à UNITA de um
cré dito de um montante em kwanzas
equivalente a c. de USD 500 mil ,
operaçã o interpretada como “sinal” de
benevolê ncia do banco em relaçã o ao
partido da oposiçã o, é apontada como
causa maior das motivaçõ es polı́ticas a
que as pressõ es do BNA eventualmente
també m atendem (AM 1354).
. A coincidê ncia temporal entre o
3 Endereço/ Redacção - Campo Grande 35 -
anú ncio do acçã o contra IS e uma
viagem de JL à N oruega , tem dado azo
a ilaçõ es de acordo com as quais a
medida també m se destinou a produzir
repercussõ es externas favorá veis. O
pedido da PGR à Interpol leva a data de
03.NOV, mas o assunto só foi levado ao
conhecimento pú blico, por iniciativa da
pró pria PGR, em plena visita de JL à
Noruega, iniciada a 16.NOV.
A reputaçã o externa de IS é menos
contemporizadora do que no paı́s, por
associaçã o instintiva da mesma à alta
corrupçã o praticada em Angola no
perı́odo de seu pai. Uma acçã o judicial
exercida contra si pró pria pelas actuais
autoridades, tende a ser vista como
con irmaçã o de vontade de combater a
considerado susceptı́vel de vir a
favorecer a visita de JL.
JL terá aproveitado a oportunidade para
relançar a ideia de um levantamento à
gestã o da Sonangol destinada a
melhorar o seu funcionamento e, por
via disso, os seus padrõ es de e iciê ncia.
Em data imprecisa de há cerca de
quinze anos, um estudo de tal natureza
foi efectuado por uma empresa
especializada norueguesa, contratada
pelo governo. As suas recomendaçõ es
nã o viriam a merecer a devida atençã o,
supostamente por se ter chegado à
conclusã o de que a moralizaçã o
proposta contenderia com a corrupçã o
instalada.
FICHA TECNICA
Propriedade e Edição - Monitorius Lda.
Registo ERC 124606
Director - Xavier de Figueiredo
11ºB, Lisboa - Portugal
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ESTATUTO EDITORIAL

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Angola - Pesquisa e Análise tratamento com subordinados.

“ Kamorteiro” Substitui - A sua escolha apresenta a vantagem

“Disciplina” de poder ser vista como uma
. O
1 Gen. ABREU MUENGO a irmaçã o como PR).
UKUATCHITEMBO “KAMORTEIRO” é
dado em meios militares de escalõ es
mais elevados como tendo sido o o icial
escolhido por JOÃO LOURENÇO (JL)
para vir a ocupar o cargo de CEMGFA
em substituiçã o do Gen. ANTÓNIO ALTINO JOSÉ dos SANTOS, actual
EGÍDIO dos SANTOS ( “Disciplina” ),
que se encontra em im de mandato e,
simultaneamente, atingido por um mal
de saú de que afectou algumas das suas
capacidades.
“Kamorteiro” é nitidamente o preferido
entre os militares, mas há indicaçõ es
consistentes de que o seu nome suscita
reservas em ó rgã os da direcçã o do
MPLA , parte substancial das quais
devidas à sua condiçã o de
“proveniente”, aplicado a militares
oriundos do antigo braço armado da
UNITA, FALA . Factores que, entre outros,
terã o levado JL a inclinar-se por ele:
- E adjunto do CEMGFA e tem vindo a
exercer interinamente o cargo na
ausê ncia de “Disciplina” no estrangeiro;
o seu eventual preterimento tenderia a
ser interpretado como quebra de uma
norma que ultimamente tem levado à
substituiçã o dos titulares do cargo de
CEMGFA pelos seus adjuntos.
manifestaçã o de empenho/con iança na
reconciliaçã o nacional (um efeito do
interesse de JL tendo em vista a sua
. Para a escolha de “Kamorteiro”
2
contribuiu igualmente o facto de o Gen.
comandante da Força Aé rea, se ter
declarado “indisponı́vel” para vir a ser
nomeado CEMGFA. O seu nome gozava
també m de boa aceitaçã o entre os
militares, assim como o do Gen.
ADRIANO MACKENZIE , este també m
oriundo da ileiras do braço armado da
UNITA.
Avaliaçõ es competentes indicam que
tem vindo a preponderar nas FA,
nomeadamente na o icialidade, um
espı́rito cada vez mais apartidá rio. O
fenó meno é atribuı́do à presença cada
vez mais numerosa nas ileiras de uma
nova geraçã o de o iciais, entre os quais
tê m vindo a a irmar-se e a servir de
modelo inspirador aqueles que se
consideram a si pró prios como
“pro issionais” no exercı́c io de uma
missã o que apenas deve atender a
interesses nacionais.

- E geralmente considerado competente

(boa formaçã o militar a acadé mica) e
goza de boa aceitaçã o no meio militar,
em especial devido a predicados que
lhe sã o reconhecidos, entre os quais
sentido de justiça e lhaneza no

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Moçambique - Pesquisa e Análise dos aparelhos terem excedido o perı́odo

de vida ú til, estando já descontinuados,
ompras à Paramount Carecem
C agravando as di iculdade de
de Racionalidade e Denunciam manutençã o por falta de peças, cria
‘Lobbies’ di iculdades na utilizaçã o destas
aeronaves no teatro de operaçõ es norte
(TON – Cabo Delgado).
. Os contornos da relaçã o entre o
1 A Paramount tornou-se no principal
Governo e o consó rcio Paramount fornecedor privado de equipamentos
Group-Burnham Global (PGBG) é militares a Moçambique desde 2020 ,
apontada em meios das forças de incluindo formaçã o de pilotos atravé s
segurança como evidenciadora de da sua Academia de Treino Técnico e de
ausê ncia de crité rios de racionalidade Apoio , criada na África do Sul há dois
econó mica e de e iciê ncia operacional. anos na sequê ncia da aquisiçã o de parte
da Burnham Global , baseada no Dubai ,
Mais recentemente, o consó rcio PGBG
entidade responsá vel pela formaçã o.
vendeu duas aeronaves usadas, com
mais de trê s dé c adas de vida, à s Forças O contrato entre Moçambique e o PGFG
Armadas de Defesa de Moçambique foi fechado em FEV.2021 , já com o
(FADM), reforçando o seu papel como ministro da Defesa JAIME N ETO ,
principal fornecedor de equipamentos entretanto substituı́do. A Burnham
militares para uso em Cabo Delgado . Global é liderada por GARY WOOD e
Segundo apurado, tratam-se de um LET formada por militares veteranos
L-410 (bimotor) com capacidade para britâ nicos. IVOR ICHIKOWITZ (IvI) é o
17 passageiros e fabricado na Rep. principal acionista do PGBG, exercendo
Checa , e um Casa-PITN CN-235 , o cargo de presidente executivo,
igualmente bimotor, com 30 lugares e secundado por ALISON CROOKS , CFO.
desenvolvido pela EADS CASA
( Espanha ) e IPTN ( Indonésia ), IvI, nascido na Africa do Sul e de
utilizado sobretudo para operaçõ es de origem russa, gosta de se apresentar
transporte militar e vigilâ ncia, como ilantropo atravé s da fundaçã o
nomeadamente marı́tima. com o seu nome, fugindo à classi icaçã o
de “negociante de armas”. Fontes
Este ú ltimo aparelho esteve ao serviço sul-africanas, atribuem-lhe uma
das forças aé reas do Botswana e de reputaçã o duvidosa, com relaçõ es
Madagáscar . As aeronaves serã o suspeitas com diversos decisores
operadas pela Força Aérea africanos na á rea da defesa, entre os
moçambicana, che iada pelo Maj-Gen. quais é frequente o pagamento de
CÂNDIDO TIRANO , estando a subornos.
formaçã o na pilotagem das aeronaves a
cargo da PGBG. Em ambos os casos, E reportada a venda pela Paramount de,
seria possı́vel a sua utilizaçã o em pelo menos, nove aeronaves,
operaçõ es especiais, nomeadamente somando-se aos dois aviõ es de
envolvendo paraquedistas, mas o facto transporte militar quatro helicó pteros

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( Gazelle, um Mi-17 e dois Mi-24 ), e de c. inı́c io de 2021 , pouco depois da

de duas dezenas de viaturas blindadas
Marauder . Um dos Mi-24 foi abatido em
inais de MAI.2021 pelos grupos
armados na regiã o de Palma , com a
utilizaçã o de um lança granadas.
tomada de Palma pelos grupos
armados, abriu as portas à Paramount,
igualmente fornecedora de viaturas
todo-o–terreno Marauder, parte das
quais revelou problemas mecâ nicos de
imediato.

Os Marauder foram lançados em 2008

. O envolvimento da Paramount,
2 e tê m uma autonomia de 700 kms,
embora limitado ao fornecimento de preparados para resistir em terrenos
material de combate e formaçã o de minados e à prova de balas. Poré m, as
pilotos e tripulantes sem seis toneladas de peso bruto,
empenhamento de paramilitares no tornando-os lentos e pouco
terreno, seguiu-se aos das empresas manobrá veis em terrenos macios e
militares privadas (PMC) Wagner e enlameados, tornam estes veı́c ulos
Dyck Advisory Group (DAG) entre 2019 pouco apropriados para a topogra ia do
e 2021 . terreno em Cabo Delgado e para a
natureza da guerrilha em curso.
A DAG tinha até entã o como principal
actividade a iscalizaçã o aé rea de á reas
reservadas para caça e turismo de
natureza, substituindo em Cabo . A Paramount surgiu como o
3
Delgado a empresa militar privada principal fornecedor privado de
russa Wagner, detida por YEVGENY material de guerra pela via do
VIKTOROVICH PRIGOZHIN , ex-ministro da Defesa Gen. ATANÁSIO
empresá rio russo pró ximo de MTUMUKE (AtM) e do Brig.
VLADIMIR PUTIN . A Wagner decidiu EDUARDO CORDEIRO LAUCHAND
retirar-se apó s diversos episó dios que (ECL), que passou à reserva em 2004 e
traduziam a falta de condiçõ es para a se apresenta como “empresá rio”. Tal
respectiva actividade em Cabo Delgado, como AtM e FN, ECL é de etnia
cuja responsabilidade era atribuı́da à s maconde e originá rio de Cabo Delgado,
FADM, acabando por resultar num actuando como facilitador de negó cios,
fracasso com vá rias baixas de obtendo como contrapartidas
operacionais em missõ es em terra. comissõ es e participaçõ es em
empresas.
A DAG dedicou-se a operaçõ es aé reas
de iscalizaçã o e apoio à progressã o do A Buphe Mozambique , criada em 2009
exé rcito moçambicano no terreno, com para operar no sector da saú de, mas
e icá c ia limitada em virtude dos com um objecto social que lhe permite
condicionamentos em maté ria de cobrir uma ampla gama de negó cios, é
abastecimento das aeronaves e da parcialmente detida por ECL, que é
pró pria tipologia dos meios empregues. també m só cio maioritá rio da empresa
Baia Imobiliária e Serviços , focada no
As limitaçõ es dos meios da DAG, que sector imobiliá rio mas cobrindo
acabou dispensada pelo governo em

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igualmente uma variedade de gravamento de Ataques no Norte

A
actividades econó micas como de Cabo Delgado
“promoçã o de investimentos”, caça
turı́stica, registo de empresas e alma, N angade, Mocímboa da
P
contabilidade. Praia e Muidumbe , distritos no
Norte de Cabo Delgado registaram
A Paramount, atravé s de IvI chegou a nas ú ltimas semanas uma degradaçã o
desenvolver contactos com a das condiçõ es de segurança. A aldeia
Proindicus , uma das trê s empresas na de N guida , a c. de 20 kms de
origem do caso da “dı́v idas ocultas”, Macomia , foi sucessivamente atacada
tendo em vista a venda de material de desde o dia 18.NOV . Os militares da
segurança, tendo reunido com guarniçã o da vila acabaram por se
A N TÓNIO CARLOS DO ROSÁRIO retirar, apó s um ataque do qual terã o
(ACR), ex-elemento do SISE (serviço de resultado vá rias baixas nas FADM . Em
informaçõ es moçambicano), CEO da Nangade, foi igualmente atacada uma
Proindicus, Mozambique Asset coluna mista das FADM e do
Management (MEM) e EMATUM entre contingente militar tanzaniano da
2012-2014 , e um dos arguidos no SAMIM , sem registo de vı́timas
processo judicial em curso. O negó cio mortais. Meios aé reos terã o sido
nã o avançou por falta de capacidade mobilizados para perseguiçã o aos
guerrilheiros e há registo de mortos
inanceira da Paramount. ECL é uma
entre estes. Em 22.NOV. vá rios civis,
das testemunhas abonató rias arroladas
entre estes um funcioná rio
pela defesa de ACR.
moçambicano da ONG francesa
O envolvimento de FLORINDO N YUSI Solidariedades Internacional , foram
mortos no distrito de Muidumbe
(FLN), ilho de FN, terá resultado de
quando a viatura em que se
decisã o dos intermediá rios do negó cio
encontravam foi atacada por
tendo em conta que FLN nã o terá a
guerrilheiros na estrada EN380. A
preparaçã o para o efeito. viatura regressava de Pemba e
deslocava-se para Palma. Em 23.NOV.
O governo sul-africano do ANC, onde
coincidindo com a presença de FN na
IvI tem uma ampla rede de contactos,
regiã o, um ataque ainda em
aprovou a venda de armamento a
con irmaçã o no distrito de Palma
Moçambique. O PGBG estava em contra uma patrulha das FADM terá
situaçã o inanceira considerada de vitimado mortalmente cinco
“pré -falê ncia” há poucos anos A militares, incluindo o comandante de
Paramount tem em curso um programa operaçõ es em Palma. Focos armados
de UAV’s (unmanned aerial vehicles) persistem disseminados por todos os
que podem vir a ser usados em distritos de Cabo Delgado, à excepçã o
Moçambique. O aviã o ultra-ligeiro da cidade de Pemba. Os distritos do
Mwari , produzido pela Paramount e até norte sã o os que mais preocupam o
agora com fraca aceitaçã o no mercado, governo pelas consequê ncias que tê m
poderá constar entre as pró ximas sobre os projectos de GNL.
aquisiçõ es das FADM.

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Moçambique - Pesquisa exclusivamente da decisã o da

Mozambique Rovuma Venture S.p.A.
yusi Confrontado Com 2ª
N (MRV), detida pela ExxonMobil , Eni
Plataforma Exclusivamente (operador) e CNPC , com 70% da
‘Offshore’ em Cabo Delgado concessã o de exploraçã o e produçã o, e
de um dos restantes parceiros do
consó rcio. A excepçã o da Empresa
Nacional de Hidrocarbonetos (ENH,
O PR FILIPE N YUSI (FN), que se
detida pelo governo), tudo aponta para
deslocou a Cabo Delgado em 23.NOV ,
que sejam favorá veis a uma FLNG II a
onde inaugurou simbolicamente a
portuguesa Galp e a sul-coreana Kogas ,
plataforma FLNG Coral Sul , 10 dias
que detê m 10% cada.
depois da primeira exportaçã o de GNL,
está confrontado em de initivo com o A possibilidade de opçã o para um
cená rio prová vel de uma segunda modelo semelhante ao do Coral Sul,
plataforma offshore , anulando a baseado numa plataforma lutuante,
intençã o do consó rcio da Area 4 em tem vindo a ser estudada. Segundo
avançar para a construçã o de um apurado, em AGO. (AM 1363) a TJS ,
complexo em Afungi . responsá vel pela construçã o da FLNG,
foi incumbida de orçamentar a
A FLNG Coral Sul é operada pela
construçã o de uma segunda FLNG. Essa
italiana Eni . A persistê ncia da
opçã o libertaria o projecto Rovuma
insegurança em terra e a suspensã o do
LNG dos constrangimentos da agenda
projecto da Area 1, liderado pela Total ,
da Total, pouco interactiva com os
poderá resultar, com probabilidade
parceiros da Area 4, com os quais iria
crescente, na replicaçã o do modelo do
partilhar infraestruturas e serviços de
Coral Sul exclusivamente offshore. Esta
apoio do EPC (Engenharia,
possibilidade estará já em fase de
Aprovisionamento e Construçã o).
estudo pelo consó rcio, que já informou
o PR. Entre estas infraestruturas comuns
contam-se o porto de descargas de
Conforme apurado, o vice-presidente
Palma e o aeroporto em Afungi,
da Eni, presente por ocasiã o da
essenciais para a retoma do projecto já
deslocaçã o de FN, repetiu a soluçã o de
que permitem contornar eventuais
uma segunda plataforma lutuante
riscos de circulaçã o terrestre. A
durante o almoço o icial que reuniu o
interrupçã o das obras de construçã o do
consó rcio e a delegaçã o de FN.
porto (MOF) poderá obrigar a
Inicialmente contra uma soluçã o
recomeçar a obra face à degradaçã o que
exclusivamente offshore por
entretanto sofreu, atrasando ainda mais
inviabilizar os efeitos econó micos
a inalizaçã o do projecto. També m os
directos na provı́ncia e anular as
terminais de descarga de gá s ( LNG
expectativas de negó cios da elite
Marine Terminal ), na baı́a de Tungue
maconde e do partido FRELIMO, o
estã o ainda por construir.
governo carece de poder negocial para
contrariar o consó rcio, dependendo

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Guiné Equatorial - Pesquisa e Análise emocracia

D Social (CPDS) e
BUENAVENTURA MONSUY ASUMU ,
raude Eleitoral e Medo
F do Partido da Coligação Social
Asseguram Domínio de Obiang Democrata (PCSD), criado para compor
o multipartidarismo formal no paı́s.

As posiçõ es dos observadores, cuja

. Os observadores internacionais
1
capacidade de iscalizaçã o efectiva das
presentes na Guiné Equatorial para
quase 1500 mesas eleitorais no paı́s é
acompanhar a campanha eleitoral e o
nula, colidem com notı́c ias de fraudes
dia das eleiçõ es presidenciais,
recorrentes nas eleiçõ es, onde a
legislativas e locais ( 20.NOV ), nã o
oposiçã o legal conta apenas com o
constataram “irregularidades
CPDS desde a ilegalizaçã o do partido
relevantes” no processo. Sã o esperados
Cidadãos para a Inovação (CI), presidido
trê s relató rios de cada uma das missõ es
por GABRIEL OBIANG OBONO (GOO),
de observadores.
actualmente preso.
A União Africana (UA) enviou uma
Segundo a oposiçã o ligada ao CPDS, os
missã o de 53 observadores
mé todos de votaçã o estã o
provenientes de 37 paı́ses, que chegou
“construı́dos” para promover a fraude
ao paı́s no dia 13.NOV , liderada pelo
eleitoral a favor do PDGE e do regime
ex-PR da Guiné-Bissau JOSÉ MÁRIO
de TO.
VAZ , com mandato até 26.NOV . A
Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) enviou 15
observadores, liderados pela ex-PM de . Entre os mé todos fraudulentos
2
S ão Tomé e Príncipe MARIA DO identi icados constam:
CARMO SILVEIRA . A Comunidade
Económica dos Estados de África Central - Voto pú blico, pelo qual os eleitores
(CEEAC) enviou igualmente uma sã o obrigados a escolher um dos
missã o, composta por 16 membros. boletins individualmente
correspondentes a um partido ou
Os resultados inais ainda nã o foram candidato, funcionando como um meio
anunciados mas os indicadores de pressã o para o voto no partido e
apontam para uma vitó ria do Partido candidatos do poder;
Democrático da Guiné Equatorial
(PDGE) acima dos 96% . TEODORO - Inexistê ncia nestes casos de boletins
OBIANG (TO), PR e lı́der do PDGE, de voto constando o CPDS;
deverá obter uma percentagem - Recurso ao voto por delegaçã o da
semelhante à do partido nas eleiçõ es famı́lia, propiciando mú ltiplos votos
presidenciais onde se apresentaram sem controlo;
dois outros candidatos - ANDRÉS
ESONO ONDO (AEO), lı́der do partido - Mesas de voto totalmente compostas
da oposiçã o Convergência Para a por membros do PDGE e sem qualquer

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representante da oposiçã o, impedidos
de participar;
- “Itinerâ ncia” das mesas eleitorais do
local inicialmente previsto, ou
alterando os nú meros atribuı́dos,
atrasando ou mesmo anulando a
participaçã o dos representantes da
oposiçã o;
- Criaçã o de di iculdades
administrativas com o cartã o de eleitor
a militantes do CPDS;
- Recurso a mú ltiplos votos no PDGE,
onde os eleitores eram chamados para
repetir o voto;
- Boletins de votos truncados sem a
imagem do candidato do CPDS.
Segundo a oposiçã o, a fraude eleitoral
nas urnas foi mais sentida fora da
capital Malabo , em resultado do maior
escrutı́nio aı́ existente. Esses processos
sã o ainda complementados por fraudes
administrativas com manipulaçã o dos
nú meros a nı́vel central.
Num paı́s com c. de 1,5 milhões de
habitantes, o nú mero de eleitores é de
c. de 427 mil . O PDGE conta
actualmente com 99 dos 100 lugares
na Assembleia Nacional e 50 dos 70 1990 , foi um dos fundadores do
lugares no Senado , sendo 15 apontados
pelo PR. Nã o se prevê que os resultados
inais, a anunciar até dia 26.NOV ,
alterem este quadro, mantendo-se em
aberta a eleiçã o de AEO como ú nico
deputado da oposiçã o, dependente da
estraté gia e marketing polı́ticos de TO.
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N ovo Rosto da Oposição
NDRÉS ESONO ONDO (AEO), lı́der
A
do partido da oposiçã o Convergência
Para a Democracia Social (CPDS), tem
congregado apoios internos,
nomeadamente entre os apoiantes do
partido ilegalizado Cidadãos para a
Inovação (CI). AEO tem um elevado
grau de aceitaçã o entre o corpo
diplomá tico em Malabo , que assistiu
à apresentaçã o do programa eleitoral
do partido no inı́c io do mê s, causando
um incidente diplomá tico (AM 1369).
A participaçã o do corpo diplomá tico
chinê s, russo e norte-coreano em
eventos do PDGE , partido do regime,
tem sido recorrente. O PSOE espanhol
é o principal “resguardo” de AEO, que
tem sido objecto de perseguiçõ es do
regime (acusaçõ es de subversã o e
tentativa de golpe de Estado). Em
2019 , foi detido no Chade onde se
encontrava a convite da oposiçã o
local. AEO tem 61 anos de idade, é
casado e tem trê s ilhos. E licenciado
em sociologia pela Universidade
Complutense de Madrid e em ciê ncia
polı́tica pela Universidade Nacional de
Educação à Distância (UNED,
Espanha ). Foi professor no Colégio
Espanhol e na UNED em Malabo , e
trabalhou como consultor externo
para agê ncias das Nações Unida s. Em
CPDS, durante o perı́odo de abertura
do regime que acabou por se revelar
apenas formal. Em 2013 , substituiu
PLACIDO MICO como SG do CPDS.
Nas eleiçõ es municipais de 2013, AEO
foi eleito vereador no municı́pio de
Malabo e nas legislativas de 2017 foi
candidato a PM, mas os resultados
o iciais nã o atribuı́ram ao partido
qualquer lugar no parlamento.
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